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FATORES QUE DIFICULTAM A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM FÍSICA: UM ESTUDO NA E. E. M. LICEU DO CONJUNTO CEARÁ Mário Jorge Nunes Costa a [[email protected]] Carlos Alberto Santos de Almeida b [[email protected]] a Centro de Educação – Universidade Estadual do Ceará b Departamento de Física – Universidade Federal do Ceará RESUMO A Resolução de Problemas (R.P.) é uma das atividades que se constitui como competência básica do currículo de ciências sendo de fundamental importância no ensino de Física. Entretanto, esta tarefa revela -se bastante difícil para os estudantes, sendo, portanto, necessário analisar os fatores que dificultam esta atividade. Estes fatores foram investigados pelos autores: POZO (1998); FÁVERO e SOUZA (2005); COSTA e MOREIRA (2005); COLL, MARCHESI e PALACIOS (2004). Objetivou-se através deste trabalho analisar os fatores que dificultam a R.P. em Física, dos alunos da 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio da E.E.M. Liceu do Conjunto Ceará, à luz de uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo. Foram utilizados os instrumentos de coleta de dados como roteiro de observação das aulas de Física e aplicações de questionários individuais a alunos e professores no período de setembro a novembro do ano de 2005. A análise dos resultados revelou que a maioria dos alunos pesquisados apresentou dificuldades na R.P. quanto a categorias conceituais, interpretativas e de cálculo matemático. Através desta pesquisa também foi possível identificar algumas razões que contribuem para o surgimento dessas dificuldades presentes no contexto escolar como: despreparo dos professores quanto às dificuldades em R.P. dos alunos; utilização de metodologias de ensino de R.P. ineficientes; ausência de recursos materiais e didáticos adequados, os quais necessitam ser melhorados de modo que se proporcione uma aprendizagem significante dos conteúdos de Física. 1. INTRODUÇÃO A partir dos anos 1960, iniciou-se a investigação do ensino de ciências com o objetivo de “ensinar mais e melhor a Ciência” conforme FÁVERO e SOUZA (2005). Segundos esses autores, no desenvolvimento da pesquisa do ensino de Física a resolução de problemas tornou-se um tópico de destaque devido tanto a características do desenvolvimento das ciências exatas como a importância que esta atividade ganhou entre os professores de Física. De acordo com POZO (1998), atualmente se faz necessário um ensino que desenvolva nos alunos a capacidade de aprender a aprender. Esse tipo de ensino possibilitará que os alunos não só construam o conjunto de conhecimentos que constituem a cultura e a ciência de nossa sociedade, mas também fornecerá a eles habilidades e estratégias que lhes permitam aprender, por si mesmos, novos conhecimentos. Para POZO, um modo viável de se conseguir tal ensino é baseá-lo na Resolução de

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  • FATORES QUE DIFICULTAM A RESOLUO DE PROBLEMAS EM FSICA: UM ESTUDO NA E. E. M. LICEU DO CONJUNTO CEAR

    Mrio Jorge Nunes Costaa [[email protected]] Carlos Alberto Santos de Almeidab [[email protected]]

    a Centro de Educao Universidade Estadual do Cear

    b Departamento de Fsica Universidade Federal do Cear

    RESUMO

    A Resoluo de Problemas (R.P.) uma das atividades que se constitui como competncia bsica do currculo de cincias sendo de fundamental importncia no ensino de Fsica. Entretanto, esta tarefa revela -se bastante difcil para os estudantes, sendo, portanto, necessrio analisar os fatores que dificultam esta atividade. Estes fatores foram investigados pelos autores: POZO (1998); FVERO e SOUZA (2005); COSTA e MOREIRA (2005); COLL, MARCHESI e PALACIOS (2004). Objetivou-se atravs deste trabalho analisar os fatores que dificultam a R.P. em Fsica, dos alunos da 1, 2 e 3 sries do Ensino Mdio da E.E.M. Liceu do Conjunto Cear, luz de uma pesquisa bibliogrfica e uma pesquis a de campo. Foram utilizados os instrumentos de coleta de dados como roteiro de observao das aulas de Fsica e aplicaes de questionrios individuais a alunos e professores no perodo de setembro a novembro do ano de 2005. A anlise dos resultados revelou que a maioria dos alunos pesquisados apresentou dificuldades na R.P. quanto a categorias conceituais, interpretativas e de clculo matemtico. Atravs desta pesquisa tambm foi possvel identificar algumas razes que contribuem para o surgimento dessas dificuldades presentes no contexto escolar como: despreparo dos professores quanto s dificuldades em R.P. dos alunos; utilizao de metodologias de ensino de R.P. ineficientes; ausncia de recursos materiais e didticos adequados, os quais necessitam ser melhorados de modo que se proporcione uma aprendizagem significante dos contedos de Fsica.

    1. INTRODUO

    A partir dos anos 1960, iniciou-se a investigao do ensino de cincias com o objetivo de ensinar mais e melhor a Cincia conforme FVERO e SOUZA (2005). Segundos esses autores, no desenvolvimento da pesquisa do ensino de Fsica a resoluo de problemas tornou-se um tpico de destaque devido tanto a caractersticas do desenvolvimento das cincias exatas como a importncia que esta atividade ganhou entre os professores de Fsica.

    De acordo com POZO (1998), atualmente se faz necessrio um ensino que desenvolva nos alunos a capacidade de aprender a aprender. Esse tipo de ensino possibilitar que os alunos no s construam o conjunto de conhecimentos que constituem a cultura e a cincia de nossa sociedade, mas tambm fornecer a eles habilidades e estratgias que lhes permitam aprender, por si mesmos, novos conhecimentos. Para POZO, um modo vivel de se conseguir tal ensino base-lo na Resoluo de

  • Problemas (R.P.). Esta orientao educacional pressupe promover nos alunos o domnio de procedimentos (habilidades e estratgias), assim como a utilizao dos conhecimentos disponveis para dar respostas a situaes variveis e diferentes.

    O interesse pelo tema Dificuldades na R.P. em Fsica surgiu pela constatao de que os alunos em geral apresentam alguma resistncia tarefa de resolver problemas, relacionada s dificuldades que eles enfrentam nesta atividade. Segundo COSTA e MOREIRA (2005) na rea de cincias e matemtica esta situao j est quase institucionalizada entre os professores e entre os prprios alunos. Faz-se necessrio saber por qu tantos alunos tm to baixo rendimento quando solicitados a resolver problemas.

    De acordo com COLL, MARCHESI e PALACIOS (2004), na construo do conhecimento cientfico, estariam envolvidos tanto aspectos cognitivos (domnio das operaes formais, aquisio de conhecimentos procedimentais e declarativos adequados, idias prvias) quanto afetivos. COSTA e MOREIRA, assim como FVERO e SOUZA e POZO, destacam que na tarefa de resolver problemas, tambm existem tanto fatores cognitivos quanto afetivos que afetam o desempenho desta atividade.

    Diante do que foi exposto acima, este trabalho teve por ponto principal analisar a realidade do ensino de R.P. relativo a rea de Fsica, procurando-se investigar as dificuldades mais significativas desta atividade, como tambm refletir criticamente sobre os fatores que do origem ao surgimento destas dificuldades de modo que se possa diagnosticar avanos e dificuldades no ensino de Fsica.

    Para fazermos essa anlise, tomamos como referncia a E.E.M. Liceu do Conjunto Cear, devido a esta escola possuir uma grande procura por seu ensino, bem como ser considerada escola modelo na modalidade de ensino mdio.

    Assim sendo, este trabalho tem por objetivo geral analisar os fatores que dificultam a R.P. em Fsica, dos alunos da 1, 2 e 3 sries do ensino mdio da E.E.M. Liceu do Conjunto Cear. Constam tambm como objetivos especficos: 1 Definir e identificar os fatores que dificultam a R.P. nas cincias da natureza; 2 Conhecer os fatores que dificultam a R.P. relativos a rea de Fsica dos alunos da 1, 2 e 3 sries do ensino mdio da E.E.M. Liceu do Conjunto Cear. 2. BASES TERICAS

    Os principais fatores relativos a esta temtica dividem-se em categorias afetivas, cognitivas e deficincias procedimentais e atitudinais de alunos e professores. Afetivos Para COLL, MARCHESI e PALACIOS ( 2004) a aprendizagem de cincias sofre influencia de fatores afetivos como a questo do interesse dos alunos pelos contedos e pelas aulas de cincias. Vrias pesquisas mostram os seguintes resultados quanto a este tpico: - Ocorre uma diminuio do interesse dos alunos pelas atividades de cinc ias ao ingressarem no ensino mdio e que esta situao se agrava ano aps ano ( GIL e outros, 1991) - Uma diferenciao entre os sexos quanto aos interesses pela cincia, mostrando uma rejeio das alunas pelas cincias (principalmente fsica) e pelo trabalho cientfico (SIMPSON e outros, 1994), e um preconceito dos professores de cincias quanto

  • aprendizagem das alunas, esperando um baixo rendimento destas frente aos alunos. 1 Cognitivos Os cognitivos dividem-se nas seguintes categorias: Conceituais: Neste quesito destaca-se a no compresso pelos alunos dos conceitos envolvidos nos problemas cientficos. Segundo POZO( 1998), isto se deve muitas vezes a um uso muito limitado do conhecimento cientfico na soluo de problemas cotidianos. Habitualmente, se concebe a cincia de modo descontextualizado, neutro, rgido, algortmico, infalvel, no-problemtico e no-histrico, e que portanto intil para os alunos, segundo CACHAPUZ et alii( 2005). Interpretativos: Para COSTA e MOREIRA (2005) uma das grandes dificuldades dos alunos em Resoluo de Problemas(R.P.) no saber interpretar os problemas escolares. Essa dificuldade pode ser tanto inerente aos alunos como tambm estimulada por deficincias na formulao ou apresentao dos problemas.Para FVERO e SOUZA( 2005) a no compatibilidade entre o nvel de desenvolvimento mental do educando e o que exige o problema, influencia o desempenho na R.P. . Para POZO em cada tipo de problema escolar( qualitativo, quantitativo e pequenas pesquisas) surgem erros em sua formulao que podem dificultar a sua resoluo a saber: formulao muito aberta com enunciado muito ambguo; superposio entre o problema cientfico e o matemtico; utilizao excessiva de problemas quantitativos fechados no formato de exerccio; reproduo fictcia e forada do mtodo cientfico. Clculo Matemtico: De acordo com BOMBONATO, citado por LIMA( 2004) a discalculia prejudica os alunos quanto a R.P. nos seguintes aspectos: leitura e interpretao dos problemas; representao mental dos problemas; operaes de clculo envolvidas com os problemas. 2 Deficincias procedimentais e atitudinais de alunos e professores na R.P.

    Na atividade de R.P. tanto os alunos como os professores apresentam falhas que conduzem os alunos a resolues erradas ou a no resoluo dos problemas propostos. COLL, MARCHESI e PALACIOS junto com POZO destacam que os alunos tm dificuldades nos processos de experimentao, em no propor experincias controladas para validar hipteses ou controlar variveis que julgam causais, e nos processos de argumentao, ao ignorar ou mesmo distorcer dados prvios que rejeitem suas teorias prvias e uma grande dificuldade para eliminar hipteses alternativas, j que no julgam incoerente a utilizao dos mesmos dados para validar hipteses contraditrias.

    Tambm durante a atividade de R.P. surgem deficincias de comportamento que prejudicam o desempenho. No caso dos alunos, segundo FVERO e SOUZA junto com POZO eles se apresentam como novatos por possuir um baixo rendimento em R.P. . As causas do pssimo desempenho seriam: No analisar qualitativamente a situao problema, partindo de imediato para a resoluo; fixar-se em aspectos superficiais do problema e utilizar muitas regras sem observar o contexto de utilizao de tais regras; possuir menor domnio de conhecimento declarativo ( saber o qu) e procedural ( saber como) necessitando, ento, acrescentar informaes e reestruturar o conhecimento prvio. No caso dos professores v -se que possuem procedimentos de R.P. que conduzem os alunos muitos mais a repetir exerccios resolvidos do que realmente a resolver problemas,

  • ao servirem de modelo para os seus alunos, conforme FVERO e SOUZA.

    3. METODOLOGIA

    A pesquisa em questo caracterizada como descritiva dentro de um tratamento qualitativo, utilizando recursos como pesquisa bibliogrfica e pesquisa de campo. A unidade desta pesquisa foi a E.E.M. Liceu do Conjunto Cear, localizada no bairro Conjunto Cear, Fortaleza-Cear, composta de um Ncleo Gestor (Diretora, Coordenadora Pedaggica, Coordenadora Administrativo-Financeiro, Coordenadora de Gesto e Secretria), Professores Coordenadores de rea (6 ao todo) e Professores Coordenadores de Laboratrio (3 professores com metade da lotao em laboratrio e metade em sala de aula). complementada tambm com Organismos Colegiados (Conselho Escolar e Grmio). Referncia de escola modelo da regio, modalidade de Ensino Mdio. Quanto aos professores, apresentam-se em 2005 um quadro de 53 professores de nvel superior todos com habilitao na rea de ensino. Quanto ao espao fsico, conta com um total de 12 salas de aulas, 02 salas de ncleo gestor, 01 sala de informtica, 01 biblioteca com sala de leitura, 01 sala de professores, 03 laboratrios de cincias (fsica, qumica e biologia), 01 secretaria, 01 ptio coberto, 01 ptio descoberto, 01 auditrio, 01 cantina, 06 banheiros, equipamentos auxiliares (03 videocassetes, 03 televisores, 02 retroprojetores, 01 mquina copiadora, 45 ventiladores em sala de aula, 02 aparelhos de som, 13 microcomputadores, 03 impressoras).

    O trabalho foi realizado com uma populao composta por 85 alunos da 1, 2 e 3 sries do ensino mdio, sendo que essa populao era constituda por alunos com mdia inferior a seis na disciplina de fsica dos turnos vespertino e noturno e com todos os professores de Fsica desses mesmos turnos (totalizando 05 professores). A amostra escolhida foi de 30 alunos onde os quais foram indicados pelos professores desta disciplina que participaram da pesquisa.

    Nesta pesquisa utilizou-se os seguintes instrumentos de coleta de dados: observao em sala de aula de comportamento dos professores de Fsica, atravs de um roteiro de observao e aplicao de questionrios a alunos e professores, relativo a dificuldade na R.P. em Fsica. A cada um dos participantes desta pesquisa mostrou-se um termo de consentimento, explicando os objetivos, os riscos e os princpios ticos utilizados, de modo a dar confiabilidade e transparncia a pesquisa, sendo que tal termo encontra-se nos anexos I e II.

    Vale ressaltar que esta pesquisa no levou em considerao aspectos sociais, culturais, econmicos e pedaggicos que podem exercer influncias como: nvel de renda dos alunos, caractersticas scio-econmicas do local onde foi realizada a pesquisa e formao acadmica dos professores de fsica.

    A pesquisa de campo foi realizada exclusivamente nos turnos vespertino e noturno, devido a questes de comodidade do pesquisador. O perodo utilizado para a pesquisa de campo foram trs meses, iniciando no ms de setembro e encerrando no ms de novembro durante o ano de 2005.

    Dentre a populao de alunos pesquisados extraiu-se uma amostra de 30 alunos, sendo que 15 alunos eram do turno vespertino e 15 do turno noturno (cinco alunos por cada srie). Como na realidade que pesquisamos s havia trs professores de Fsica no turno vespertino e dois no turno noturno, achamos coerente observar as aulas e aplicar os

  • questionrios de pesquisa em apenas uma turma de cada srie, onde foram aplicados questionrios em cinco alunos de cada srie nos turnos anteriormente citados.

    Durante a realizao desta pesquisa surgiram algumas dificuldades: pouca colaborao dos alunos pesquisados, pois como eram indicados pelo professor, muitos sentiam-se constrangidos pensando se tratar de uma avaliao para testar o seu domnio nos contedos de Fsica, onde esta colaborao variou de srie para srie pesquisada; desconforto de alguns professores, pois devido a observao de suas aulas, notou-se que se sentiram incomodados com a presena do pesquisador na sala de aula; dificuldades em conciliar os horrios do pesquisador com os horrios dos pesquisados, exclusivamente no turno noturno.

    A partir dos dados coletados, como j destacamos, fizemos a opo em trat-los de um modo qualitativo. Para os dados obtidos com o questionrio aplicado aos alunos, devido ao perfil de respostas ficar restrito a dez tipos de categorias, preferiu-se montar um histograma, relacionando a freqncia percentual com o tipo de resposta fornecida. Atravs de tal histograma, fizemos a anlise dos tipos de resposta que apresentaram maior freqncia dentre os pesquisados, em que discutimos as razes que explicam o surgimento desses tipos de respostas no somente do ponto de vista do referencial terico, mas tambm a partir de elementos encontrados na pesquisa de campo.

    Quanto aos dados obtidos com o questionrio dos professores, achamos interessante utilizar a tcnica de anlise de contedo, sugerida por MATOS E VIEIRA (2001), pois este questionrio possui perguntas abertas, e devido a repetio de algumas respostas, estas puderam ser agrupadas em categorias.

    4. RESULTADOS E DISCUSSES

    Na observao das aulas, destacou-se um grande desinteresse dos alunos, quanto aos problemas que eram propostos pelos professores, pois demonstravam desnimo, desateno e inquietao nas aulas de fsica. Isso se explica muitas vezes pelo fato de que tais problemas apresentavam-se em um formato puramente acadmico, fora da realidade scio-cultural dos estudantes. Outro fator que contribui para isto a metodologia utilizada pelo professor para resolver os problemas, em que o professor utiliza um procedimento tradicional para a R.P. que ineficiente, conforme previsto por FVERO E SOUZA (2005). Tambm se observou que durante a pesquisa a maioria dos professores no utilizava o laboratrio de Fsica, principalmente devido a uma orientao da SEDUC (Secretaria da Educao Bsica do Estado do Cear) de que as aulas de laboratrio tivessem sua carga horria reduzida, sendo que o motivo de tal orientao e desconhecido e apenas citado por LIMA (2004), o que impossibilita a demonstrao de leis e conceitos fsicos. Os alunos em sua maioria no possuam material didtico (livro ou apostila) para acompanhar as aulas, sendo que apenas um dos professores pesquisados confeccionou uma apostila por conta prpria combinando com seus alunos para que eles tirassem xerox de uma matriz a fim de que pudessem adquiri-la.

  • 4.1. Respostas dos questionrios pelos alunos De acordo com os apndices IV, V e VI para cada srie correspondente pediu-

    se que os alunos tentassem resolver problemas relativos aos contedos que estivessem estudando na poca da pesquisa e que marcassem as dificuldades que sentiram de acordo com o questionrio do apndice II, no seguinte modelo:

    TIPOS DE DIFICULDADES

    01 No entendeu o enunciado

    02 No entendeu a pergunta

    03 No encontra frmula para resolver

    04 No acha interessante resolver

    05 No encontra relao entre os problemas e o seu cotidiano

    06 No sabe utilizar as informaes contidas nos problemas para poder resolv-lo

    07 No domina os conceitos ou contedos relacionados com o problema

    08 Consegue encontrar os valores pedidos, porm no entende seu significado

    09 No consegue resolver os clculos exigidos nos problemas

    10 Os problemas exigem conhecimentos acima do nvel dos contedos estudados

    A partir de agora apresentaremos os resultados do questionrio aplicado aos alunos em forma de tabelas. As tabelas 1, 2 e 3 mostram a freqncia dos tipos de dificuldades sentidas pelos alunos do turno vespertino.

  • TABELA 1 FREQUNCIA DOS TIPOS DE DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DO 1 ANO, TURNO TARDE DA E.E.M. LICEU DO CONJUNTO CEAR NA R.P. EM FSICA

    Tipos de Dificuldades Freqncia(%) 01 20 02 40 03 40 04 0 05 0 06 80 07 40 08 20 09 65 10 40

    Pelo tabela 1 verifica -se que no 1 ano tarde as dificuldades com maior

    freqncia so as de n 6 (no sabe utilizar informaes contidas nos problemas para poder resolv-lo) e 9 (no consegue resolver os clculos exigidos nos problemas).

    As razes que explicam o surgimento dessas dificuldades so as seguintes: Para a dificuldade 06 fica evidente que os alunos no analisam qualitativamente

    os problemas partindo de imediato para busca de frmulas, tornando-os semelhantes ao comportamento dos novatos previsto por FVERO e SOUZA (2005). Para essa mesma dificuldade verifica-se tambm o que descreveram COSTA e MOREIRA (2005), em que os alunos no sabem interpretar os problemas escolares.

    Para a dificuldade 09 ficam evidentes as dificuldades de aprendizagem que os alunos trazem ao longo de sua vida escolar, principalmente a discalculia conforme fora previsto por LIMA (2004).

    H tambm outros fatores que justificam essas dificuldades. Um deles est relacionado com o fato de que os alunos do 1 ano em sua maioria so oriundos do ensino fundamental, onde o ensino de fsica visto de forma muito superficial, no qual so propostos mais exerccios do que verdadeiramente problemas, colaborando para o surgimento da dificuldade 09. Outra razo est ligada ao comportamento do professor durante a R.P. (procedimento didtico), retratado na tabela 1-B.

    Comportamento do Professor durante a R.P.

    Tabela 1-B

    Comportamento Professores

    a) Faz uma anlise qualitativa detalhada ao resolver problemas

    P1, P2

    b) Apresenta problemas relacionados com o cotidiano dos alunos

    P5

    c) Exibe problemas qualitativos que so muito abertos d) Exibe problemas quantitativos que se limitam a P1, P4

  • encontrar um nmero e) Procura executar a resoluo junto com os alunos P1, P5 f) Apresenta problemas sem levar em conta o nvel de

    dificuldade P2, P5

    g) Prope problemas que desafiam as idias prvias dos alunos

    h) Resolve problemas de modo tradicional P1, P2, P3, P4, P5 i) Resolve problemas de modo alternativo j) Utiliza algum livro ou apostila como referncia

    para resolver problemas P5

    Por esta tabela, tomando como referncia o roteiro de observao que se encontra no apndice III, onde se mostra o perfil do comportamento dos professores, em que o professor P1, responsvel por esta turma possua procedimentos como: exibe problemas quantitativos que se limitam a encontrar um nmero (item d); no apresenta problemas relacionados com o cotidiano dos alunos (item b); no prope problemas que desafiem as idias prvias dos alunos (item g); resolve problemas de modo tradicional (item h) contribuindo para o surgimento da dificuldade 06.

    TABELA 2

    FREQUNCIA DOS TIPOS DE DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DO 2 ANO, TURNO TARDE DA E.E.M. LICEU DO CONJUNTO CEAR NA R.P. EM FSICA

    Tipos de Dificuldades Freqncia(%) 01 0 02 20 03 100 04 40 05 40 06 40 07 40 08 20 09 40 10 0

    De acordo com a tabela 2 v-se que a dificuldade predominante a de n 03

    (no encontra forma para resolver). Esta se justifica pelo fato dos alunos estarem muito acostumados a resolverem

    problemas quantitativos fechados e raramente ou at nunca trabalharem com problemas qualitativos. Isto fora previsto por POZO (1998) ao afirmar que os problemas quantitativos eram usados de forma excessiva e que muitas vezes o problema cientfico limita-se ao problema matemtico.

    Para esta dificuldade tambm h uma contribuio do comportamento do professor. Pela tabela 1-B o professor P3, responsvel por esta turma, apresenta perfil

  • semelhante ao professor P1, principalmente por resolver problemas de modo tradicional (item h) e por no procurar executar a resoluo junto com os alunos (item e).

    Faz-se necessrio destacar nestes dois grficos a razovel freqncia da dificuldade 07 (no domina os conceitos ou contedos relacionados com o problema). Seu surgimento deve-se a dificuldades de aprendizagem especficas da disciplina, o que torna evidente, deficincias no ensino de cincias conforme previsto por CACHAPUZ et al (2005), e que se reflete no comportamento do professor ao no propor problemas que desafiem as idias prvias dos alunos e nem propem problemas relacionados com o cotidiano dos alunos.

    TABELA 3 FREQUNCIA DOS TIPOS DE DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DO 3 ANO, TURNO TARDE DA E.E.M. LICEU DO CONJUNTO CEAR NA R.P. EM FSICA

    Tipos de Dificuldades Freqncia(%) 01 38 02 60 03 80 04 0 05 0 06 60 07 0 08 0 09 38 10 0

    Para a tabela 3 verifica-se grande ocorrncia das dificuldades 02, 03 e 06. A razo que explica a dificuldade 02 (no entendeu a pergunta) est relacionada

    com o que foi previsto por COSTA e MOREIRA quanto a no interpretao pelos alunos dos problemas escolares, envolvendo o conhecimento semntico e o especfico do enunciado.

    Nesta turma o comportamento do professor (P5) contribui principalmente para o surgimento das dificuldades 02 e 03, mesmo ele possuindo aspectos positivos em seu perfil como: apresenta problemas relacionados com o cotidiano dos alunos (item b); procura executar a resoluo junto com os alunos (item e), ele falha em aspectos como: apresenta problemas sem levar em conta o nvel de dificuldade (item f); resolve problemas de modo tradicional (item h).

    Anlise semelhante pode ser feita para o turno noturno retratado nas tabelas 4,

    5 e 6.

  • TABELA 4 FREQUNCIA DOS TIPOS DE DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DO 1 ANO, TURNO NOITE DA E.E.M. LICEU DO CONJUNTO CEAR NA R.P. EM FSICA

    Tipos de Dificuldades Freqncia(%) 01 0 02 60 03 60 04 0 05 20 06 60 07 20 08 45 09 60 10 0

    Pela tabela 4 verifica-se grande ocorrncia das dificuldades 02, 03, 06 e 09,

    onde o comportamento do professor (P2) contribui para a ocorrncia de todas elas, precisamente quando: apresenta problemas sem levar em conta o nvel de dificuldade (item f); resolve problemas de modo tradicional (item h).

    TABELA 5 FREQUNCIA DOS TIPOS DE DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DO 2 ANO, TURNO NOITE DA E.E.M. LICEU DO CONJUNTO CEAR NA R.P. EM FSICA

    Tipos de Dificuldades Freqncia(%) 01 40 02 40 03 80 04 0 05 20 06 40 07 60 08 42 09 100 10 0

    Quanto a tabela 5, referente ao 2 ano, a dificuldade predominante a de n

    09, que vem acompanhada das dificuldades de ns 03 e 07. Nesta turma o comportamento do professor durante a RP (P4) exerce influncia decisiva para o surgimento dessas dificuldades, principalmente em aspectos como: exibe problemas quantitativos que se limitam a encontrar um nmero (item d); no procura executar a resoluo junto com os alunos (item e); resolve problema de modo tradicional (item h).

  • TABELA 6 FREQUNCIA DOS TIPOS DE DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DO 3 ANO, TURNO NOITE DA E.E.M. LICEU DO CONJUNTO CEAR NA R.P. EM FSICA

    Tipos de Dificuldades Freqncia(%) 01 60 02 40 03 60 04 20 05 60 06 40 07 82 08 43 09 60 10 20

    Para a tabela 6, referente ao 3 ano, verifica-se que as dificuldades mais

    expressivas so as do tipo 07, 01, 09, 03 e 05. Nesta turma vale observar que se trata do mesmo professor da turma do 2 ano (P4).

    A dificuldade 05 (no encontra relao entre os problemas e o seu cotidiano) justifica-se exatamente pelo fato de que conforme POZO, os contextos escolares apresentam problemas muito fechados que desmotivam os alunos a resolv-los. Tambm neste caso o comportamento do professor de forte influncia, apresentando deficincias semelhantes aos outros professores investigados e principalmente quanto ao quesito: no apresenta problemas relacionados com o cotidiano dos alunos (item b).

    A partir da anlise dos dados obtidos com os alunos, podemos observar que as principais dificuldades destes concentram-se em aspectos conceituais, interpretativos e de clculo matemtico relacionados com os problemas. Tambm se viu qual foi a influncia do procedimento didtico do professor no surgimento destas dificuldades.

    4.2. Respostas dos questionrios pelos professores

    Nesta seo faremos uma anlise das respostas fornecidas pelos professores para as dificuldades que os alunos apresentam na R.P. em Fsica, de modo a saber o nvel de conhecimento que estes professores possuem quanto as estas dificuldades, relativo ao questionrio do apndice I. Dentre os cinco professores pesquisados, um deles recusou-se a responder o questionrio (professor P4). No questionrio aplicado aos professores, fizemos duas perguntas. A primeira questo pedia ao professor para relacionar as principais dificuldades que os alunos apresentam quanto a R.P. em Fsica. A segunda indagava sobre procedimentos e tcnicas que tais professores utilizavam para facilitar a resoluo de problemas em Fsica pelos alunos.

    Apresentaremos agora o perfil das respostas fornecidas pelos professores pesquisados, onde faremos uma diviso dessas respostas em categorias. Eis o resultado para a primeira questo:

    a) Dificuldades em interpretar os problemas

  • Essa resposta foi fornecida por trs dos quatro professores que responderam o questionrio (professores P1, P2 e P5). Nota-se que essa resposta coincide com uma das grandes dificuldades apontadas pelos alunos no questionrio para eles destinado (dificuldade 06).

    b) Dificuldades de resolver clculos matemticos Esse tipo de resposta foi fornecido por todos os professores que responderam o questionrio. A grande freqncia dessa resposta possui relao com a enorme nfase com que os problemas quantitativos so trabalhados nas aulas de Fsica.

    c) Outras respostas As duas categorias anteriores foram as que apresentaram maior freqncia, porm no foram as nicas. Faremos agora a transcrio das respostas de alguns desses docentes que apresentaram perfil diferente das j citadas, nas quais teceremos alguns comentrios. Vejamos, por exemplo, o que respondeu o professor P2, onde iremos transcrever apenas o trecho que diferente das outras respostas j citadas. ...relacionar o problema proposto com o contedo apresentado; pensar logicamente sobre o problema e usar noes bsicas de matemtica para solucion-lo; e finalmente, relacionar as equaes fsicas com os problemas a ser resolvido V-se que este professor identifica dificuldades aprendizagem nos seus alunos exercendo influncia na resoluo de problemas (pensar logicamente, usar noes bsicas de matemtica). Entretanto nota-se com essa resposta que o procedimento didtico deste professor, quanto a R.P. de modo tradicional, pois ele acredita que seja uma deficincia do aluno no saber encontrar equaes fsicas adequadas para cada problema proposto. Tambm interessante destacar a preocupao que este professor tem quanto a dificuldade que o aluno possui em no saber relacionar os problemas com os contedos propostos, porm nota-se que o professor no sabe como superar tal dificuldade. Outra resposta interessante que forneceu o professor P3. ...normalmente a base matemtica do ensino fundamental dificulta a aprendizagem na fsica... a falta de livros, - a falta de ateno na aula Aqui possvel notar que este professor transfere totalmente para aluno e para deficincias no sistema de ensino bsico, a responsabilidade do pssimo desempenho quanto as atividades de R.P. em Fsica, o que pode evidenciar uma falta de senso crtico quanto a sua prtica docente. Passemos agora a analisar o perfil das respostas fornecidas para a segunda questo. As categorias so as seguintes:

    a) Realizao de experimentos pelo professor Esse tipo de resposta foi fornecido pelos professores P1 e P2, apesar destes no saberem explicar de que forma a utilizao de tal procedimento melhora o desempenho quanto a R.P. em Fsica.

    b) Reviso da matemtica envolvida nos contedos Isto foi defendido pelos professores P3 e P5, o que de certa forma positivo pois mostra a mediao pedaggica do docente quanto as dificuldades de aprendizagem que os alunos possuem.

    c) Outras respostas

  • Vejamos agora alguns tipos de respostas diferentes, como no caso do professor P1: ... seminrios os alunos apresentam trabalhos de contedos trabalhados para aprofundar os mesmos. Prticas em sala de aula os alunos montam e apresentam prticas referentes a energia e leis de Newton Pelo que se v, este professor tem uma preocupao em contextualizar os contedos apresentados em sala de aula ao propor seminrios, semelhante a estratgia utilizada pelo professor P5 em trabalhar textos contextualizados sobre os contedos apresentados, e tambm desenvolver habilidades procedimentais com a montagem de prticas em sala de aula pelos alunos. Porm, parece que os conhecimentos desenvolvidos com estas estratgias de ensino no so avaliados, pois o professor no faz nenhuma referncia de como tais estratgias ajudam a resolver problemas. Por fim vejamos a resposta do professor P3. ...tambm fao grficos/desenhos ou descrevo oralmente um fenmeno fsico... Neste trecho, fica claro a insistncia desse professor em achar que suprir as dificuldades de aprendizagem dos alunos suficiente para melhorar o desempenho em R.P., ao dizer que faz grficos. A confeco de desenhos ou a descrio oral de um fenmeno fsico, de certa forma ajuda a melhorar o desempenho, porm requer o mximo de cuidado, pois dependendo da qualidade de como so feitos, podem conduzir a dvidas e interpretaes erradas. Portanto este professor possui falta de conhecimento para poder suprir a dificuldade de seus alunos na R.P. em Fsica. Analisando as respostas obtidas com este questionrio, chegamos a concluso de que os professores de Fsica possuem pouco conhecimento quanto as dificuldades que os alunos possuem na R.P. em Fsica, devido a pouca variabilidade das respostas quanto a este quesito e mais ainda quanto as alternativas para suprir tais dificuldades, pois em nenhum momento os professores apresentaram propostas como, por exemplo: explorar os conhecimentos prvios dos alunos, adaptar a formulao dos problemas realidade scio-cultural dos estudantes ou resolver um mesmo problema utilizando abordagens diferentes. 5. CONSIDERAES FINAIS Durante a realizao deste trabalho foram conhecidos os fatores que dificultam a Resoluo de Problemas. Foi possvel compreender que eles esto relacionados a aspectos conceituais interpretativos e de clculo matemtico pertencentes aos problemas, bem como interesse dos alunos (afetividade) para com os problemas propostos, procedimentos didticos para R.P. ineficientes, despreparo dos docentes quanto s dificuldades dos alunos na R.P. e a deficincias no ensino de cincias. O objetivo deste trabalho era analisar os fatores supracitados pertinentes a rea de Fsica. Na pesquisa emprica foi constatado nos alunos, que as dificuldades na R.P. em Fsica com maior ocorrncia so as seguintes:

  • Falta de interpretao das informaes contidas nos problemas No conseguir encontrar equaes compatveis com os problemas No conseguir resolver os clculos exigidos nos problemas No dominar os conceitos ou contedos relacionados com os problemas No entender as perguntas dos problemas.

    Nosso trabalho tambm foi capaz de identificar fatores que justificam o surgimento

    dessas dificuldades, presentes na unidade pesquisada. Faremos agora referncia a eles, bem como lanaremos propostas a fim de superar tais dificuldades. Em nossa pesquisa ficou claro que procedimentos didticos deficientes dos professores de Fsica exerceram influncia no desempenho dos alunos quanto a resoluo de problemas. Portanto so necessrias mudanas na metodologia de ensino de R.P. dos professores de Fsica que leve os alunos de fato a aprender a resolver problemas. As mudanas na metodologia de ensino tambm se fazem necessrias, no s especificamente quanto a resoluo de problemas, mas tambm quanto ao ensino de cincias como um todo. Faz-se necessrio superar as deficincias em seu ensino, apontadas por CACHAPUZ et alii (2005), de modo a se promover uma aprendizagem verdadeiramente significativa das cincias e no um ensino meramente conteudista. A compreenso das situaes-problema propostas aos alunos tambm se faz necessria para melhorar o rendimento destes quanto a R.P. Como se viu, o modo como os problemas so propostos exerce influncia decisiva em sua compreenso. Recomenda -se ao professor de Fsica que elabore os problemas de modo adequado para que seja de fcil e precisa compreenso para os alunos Tambm relativo inc ompreenso dos problemas e a incapacidade de resolver os clculos exigidos nos problemas, deve -se ter preocupao em suprir as dificuldades de aprendizagem que os alunos possuem. Para concluirmos, queremos chamar ateno para dois fatos que observamos em nossa pesquisa de campo, que consideramos de suma importncia serem discutidos a fim de compreender melhor nosso objeto de estudo. Em primeiro lugar, constatou-se um despreparo dos professores de Fsica no s relativo a metodologias de ensino de R.P., mas tambm quanto s dificuldades que os alunos possuem nesta atividade e quanto a alternativas para superar tais dificuldades.

    Em segundo lugar, tambm se verificou falta de infra-estrutura adequada, quanto a livros e utilizao de laboratrio. De fato queremos explicar com isso que um bom desempenho na atividade de resoluo de problemas, depender no somente de melhorias em aspectos pontuais do processo de ensino-aprendizagem, mas sim de avanos em todos os elementos educativos. Portanto, as solues apontadas por este trabalho, para as dificuldades na resoluo de problemas em Fsica, no se restringem somente a melhorias no campo pedaggico. Se fazem necessrias mobilizaes nas reas social, poltica e econmica vinculadas a rea educativa para que realmente consigamos conquistas, a fim de se promover uma educao de qualidade.

  • REFERNCIAS

    CACHAPUZ, Antnio et alii. A necessria renovao do ensino de cincias. So Paulo. Editora Cortez, 2005 COLL, Csar; MARCHESI, lvaro; PALACIOS, Jesus (org). Desenvolvimento Psicolgico e Educao. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, vol.2. COSTA, Sayonara Salvador Cabral; MOREIRA, Marco Antonio. Resoluo de Problemas III: Fatores que Influenciam na Resoluo de Problemas em Sala de Aula. Disponvel em . Acesso em 27 de junho de 2005. FVERO, Maria Helena; SOUZA, Clia Maria Soares Gomes de. A Resoluo de Problemas em Fsica: Reviso de Pesquisa, Anlise e Proposta Metodolgica. Disponvel em . Acesso em 07 de julho de 2005. LIMA, Daniela Moreira Loiola. Dificuldades de aprendizagem na rea de Fsica: anlise da realidade na E.E.M. Liceu de Tau Lili Feitosa. 2004. 72p (Monografia em Educao Especial) Centro de Educao, Cincia e Tecnologia da Regio dos Inhamuns: Tau, Universidade Estadual do Cear. MATOS, Kelma Socorro Lopes de; VIEIRA, Sfia Lerche. Pesquisa Educacional O Prazer de Conhecer. Fortaleza. Edies Demcrito Rocha, 2001. POZO, Juan Igncio. A Soluo de Problemas, Aprender a Resolver Resolver para Aprender. Porto Alegre, Artmed, 1998.

  • APNDICE I

    QUESTIONRIO PARA PROFESSORES

    NOME: 01. De acordo com sua experincia profissional como docente, faa uma relao das

    principais dificuldades que os alunos apresentam ao resolverem problemas em Fsica.

    02. Em sua prtica docente, voc utiliza tcnicas ou procedimentos que facilitam os

    alunos a resolverem problemas em Fsica? Se utiliza, descreva-as.

    APNDICE II

    QUESTIONRIO PARA ALUNOS

    NOME:___________________________________________ TURMA: ________ TURNO: ______________ Aps resolver os problemas apresentados marque com um X os tipos de dificuldades que voc sentiu em sua resoluo.

    01 No entendeu o enunciado 02 No entendeu a pergunta 03 No encontra frmula para resolver 04 No acha interessante resolver 05 No encontra relao entre os problemas e o seu cotidiano 06 No sabe utilizar as informaes contidas nos problemas para poder resolv-lo 07 No domina os conceitos ou contedos relacionados com o problema 08 Consegue encontrar os valores pedidos, porm no entende seu significado 09 No consegue resolver os clculos exigidos nos problemas 10 Os problemas exigem conhecimentos acima do nvel dos contedos estudados

  • APNDICE III

    ROTEIRO DE OBSERVAO DOS PROFESSORES DE FSICA

    Nome do Professor:

    Srie: Turno: Data:

    Regularidades observadas no comportamento do Professor durante a R.P.

    01. Faz uma anlise qualitativa detalhada ao resolver problemas. 02. Apresenta problemas relacionados com o cotidiano dos alunos. 03. Exibe problemas qualitativos que so muito abertos. 04. Exibe problemas quantitativos que se limitam muito a encontrar um valor

    numrico. 05. Procura executar a resoluo junto com os alunos. 06. Apresenta problemas aos alunos sem levar em conta o nvel de dificuldade para a

    resoluo. 07. Prope problemas que desafiem as idias prvias dos alunos com relao aos

    contedos estudados. 08. Possui um procedimento didtico para a R.P. de modo tradicional. 09. Possui um procedimento didtico para a R.P. de modo alternativo. 10. Utiliza algum livro ou apostila como referncia para resolver problemas.

    Observaes extras: