Pecados Por Debaixo Do Verniz Religioso
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Texto: Amós 5:1-20
Proposição: Removendo o verniz da falsa religião
1. Adoração sem comunhão com Deus. vv. 1-9
2. Adoração sem arrependimento vv. 10-13
3. Adoração sem a prática da justiça vv. 14-20
Tema: A verdadeira adoração requer retidão
Como remover esses pecados debaixo do verniz da religiosidade?
A exortação do profeta
1. Buscai o poder de Deus. vv.1-5
2. Buscai o bem do seu próximo. vv.6-13
3. Buscai a graça de Deus. vv.14-20
Amós, o profeta cujo nome significa “ aquele que coloca um fardo, ou aquele
que carrega um fardo” proclamou as mensagens de Deus, provavelmente,
durante 2 anos, ou talvez menos que um ano, sendo um curto ministério
profético em Betel.
O propósito de sua mensagem
A apostasia religiosa, a decadência moral e social e a corrupção política do
Reino do Norte levaram o Senhor a enviar Amós, de Judá, ao outro lado da
fronteira para profetizar em Betel de Israel.
Tema principal: A adoração sem justiça social
1. A pregação de Amós sob a inspiração de Deus condenava Israel pela
incapacidade de “agir com retidão” (3.10). O profeta afirmou os aspectos
“internos” da aliança com o Senhor”, incluindo amar a Deus de todo o
coração e obedecer os mandamentos.1
2. Ele também entendia de forma clara as implicações éticas do
relacionamento da aliança com o Senhor para a conduta individual e
coletiva.
3. O profeta não condenava a prosperidade e a adoração, mas a falta de
retidão nesses aspectos conforme os termos da Aliança com o Senhor.
A mensagem de Amós desmascarou o luxo e a comodidade de Israel durante o reinado de Jeroboão II e Uzias de Judá. O comércio com a Fenícia, a passagem desse intercâmbio através de Israel e a Arábia, e a expansão para o norte a expensas da Síria, aumentaram extraordinariamente os tesouros de Jeroboão. O rápido crescimento do nível de vida entre os ricos ampliou a distância entre classes. Todavia, prevaleceram os males sociais. Amós observou a corrupção moral, o luxo egoísta e a opressão dos pobres, enquanto a riqueza rapidamente acumulada produzia mais abastados. Ele denunciou veementemente, os males que se tinham introduzido na vida social, política e econômica de todo Israel.
As súplicas comovidas a favor dos desamparados (i.e., pobres, necessitados e
aflitos; cap. 3, v. 2.6.7; 4.1; 5.11.12; 8.4,6). E a denúncia dos opressores ricos
(i.e., mulheres ricas, comerciantes desonestos, líderes corruptos, advogados e
juízes oportunistas e falsos sacerdotes; v.4; 1; 6.1,4; 7.8-9) foram suas
principais atividades (v.5.7, 15,24; 6.12).
Deus enviou sua palavra ao seu povo por meio de Amós para curá-los enquanto havia tempo, mas eles rejeitaram a voz que poderia salvá-los. O povo amava a injustiça. Amós disse: “porque rejeitaram a lei do SENHOR e não guardaram os seus estatutos; antes, as suas próprias mentiras os enganaram, e após elas andaram seus pais.” (2.4)
A denúncia de Amós é insurportável aos ouvidos e olhos de um povo injusto, composto pelo povo, sacerdócio, juízes e o rei.Por essa razão, Amazias, o sumo sacerdote corrupto, disse ao rei Jeroboão: “Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não pode sofrer todas as suas palavras. 11 Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel, certamente, será levado para fora de sua terra, em cativeiro. 12 Então, Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o teu pão, e ali profetiza; 13 mas em Betel, daqui por diante, já não profetizarás, porque é o santuário do rei e o templo do reino. 14 Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros.
2
15 Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel. 16 Ora, pois, ouve a palavra do SENHOR. Tu dizes: Não profetizarás contra Israel, nem falarás contra a casa de Isaque. 17 Portanto, assim diz o SENHOR: Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel, certamente, será levado cativo para fora da sua terra.” Am 7:10-17
Contudo, juntamente com a prosperidade da qual a classe
baixa não participou em nada, havia um secularismo
imperioso, caracterizando-se pela exploração dos pobres e
imoralidade como se vê em Amós 2:7 ““um homem e seu pai
coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo
nome.” ,mesmo assim tentavam aplacar a ira de Deus com
cerimo niais vazios.
A verdadeira adoração deve gerar Justiça social
Nem a religião nem a política salvariam Israel quando os altares de
Betel e os palácios de marfim fossem derrubados sob as pancadas
dos invasores. Como peixes colhidos com anzóis, os cidadãos de
Israel seriam arrastados ao exílio. Deus estava levando a uma nação
sobre eles em juízo, para oprimir a terra desde a fronteira do norte
em Hamate até um rio do Egito.
A exortação a preparar-se para o encontro com Deus, (4.12), não representava outra "oportunidade". Tendo desperdiçado a misericórdia divina, eles foram solenemente advertidos de que se preparassem para o castigo de Deus.
Deus tinha enviado a seca, as pragas e a peste para despertar
Israel ao arrependimento; porém o povo não tinha respondido.
Continuando em sua vida ímpia, tinham antecipado o dia em que o
Senhor lhes traria as bênçãos e a vitória. Que trágica ilusão! Amós
ressaltou que para eles este seria um dia de escuridão antes que de
luz. Como um homem que corre perseguido por um leão, somente
3
para deparar-se com um urso, assim Israel encarava a inevitável
calamidade no dia do Senhor. Deus não podia tolerar seus rituais
religiosos, festas e sacrifícios ao tempo que eram culpados de
pecados contra seus irmãos. Sua única esperança para viver era
buscar a Deus, odiar o mal, amar o bem, e demonstrar a justiça em
sua vida. Já que não tinham respondido às repetidas advertências e
avisos, o juízo de Deus era irrevogável. Deus não podia ser subornado
mediante ofertas e sacrifícios para afastar a aplicação de Sua justiça.
A completa ruína, e não o triunfo, os aguardava no dia do Senhor.
O plano de Deus para Israel estava claramente definido, eles
tinham ignorado Sua misericórdia.
O juízo estava agora pendente. Em cinco visões, Amós previu os
futuros acontecimentos, aonde lhe fora dado uma mensagem de
advertência (7-9). Aquelas visões aclaravam vividamente a
condenação em marcha. Em ordenada progressão, as quatro
primeiras visões —os gafanhotos, o fogo, o prumo e o cesto de frutos
— conduziam à quarta, que significava a real destruição.
Como romper com o verniz da falsa religiosidade?
1) Para uma adoração sem comunhão com Deus, Busque o SENHOR e viva.
Não busque os templos. Não busque rituais. Não busque historicismo. Não busque
tradições humanas. Busque ao Senhor e viva coerente com a fé viva e verdadeira.
Amós 5:1-3 Ouvi esta palavra que levanto como lamentação sobre vós, ó casa de Israel: 2
Caiu a virgem de Israel, nunca mais tornará a levantar-se; estendida está na sua terra, e não
há quem a levante. 3 Porque assim diz o SENHOR Deus: A cidade da qual saem mil
conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez à casa de Israel.
A mensagem do cântico fúnebre:
- Morte por derrota militar, por causa de Gilgal
- Abandono do companheirismo de Deus, por causa de Betel e Berseba.
4
Devido a sua falta de obediência, Israel assinou seu atestado de óbito.
Israel foi levada para morte como uma virgem que nunca conheceu as alegrias do
companherismo conjugal e que, não conseguia encontrar ninguém que se compadecesse dela
na hora da necessidade, nem a força militar, a religiosidade e nem menos os ídolos: “os que,
agora, juram pelo ídolo de Samaria e dizem: Como é certo viver o teu deus, ó Dã! E: Como é
certo viver o culto de Berseba! Esses mesmos cairão e não se levantarão jamais.” Am 8.13
Os últimos 20 anos de Israel foram de ruína, um golpe político após outro, até que, em 722
a.C. Sargão II da Assíria acabou com o reino de Israel para sempre, deportando o
remanescente que sobreviveu ao cerco e a matança. É neste cenário de realismo do
cumprimento histórico, que lemos as palavras de Amós.
4 Pois assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei. 5 Porém não busqueis a
Betel, nem venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba, porque Gilgal, certamente, será
levada cativa, e Betel será desfeita em nada.
5.1-3
D. Os três santuários
5:4,5. Betel, Gilgal e Berseba eram importantes centros de culto em Israel.
i. Betel. Deus se revelou a Jacó num sonho e lhes promessas aos seus
descendentes. No tempo de Amós era um centro religioso e movimentado. Mas por
causa do pecado, a cidade ia ser “desfeita em nada”.
ii. Gilgal. Foi a sede do quartel-general de Josué e onde fora confirmado o reinado de
Saul. O povo lembrava ali a entrada e a posse da terra prometida. Mas, por causa
do pecado, o povo iria para o exílio.
Berseba. Ali foi dito a Abraão: “Deus é contigo”; e também Isaque nesse lugar ouviu de Deus: “Eu sou contigo”; para Jacó, chamado de Israel: “Eu estarei contigo”. O povo pensava em como Deus se encontrara com seus antepassados e tivera comunhão com Ele. Mas no tempo de Amós o povo rebelde não tinha nenhuma comunhão e experiência com Deus. “Sede santos, pois eu sou santo”, eu que resido no meio de vós (Lv 11.44). “Deus ensina nessas palavras que não podia morar com os israelitas a menos que eles se santificassem, para que pudesse existir uma mútua conformidade.Contudo, eles não faziam caso algum da santidade, mas desejavam que Deus estivesse ligado a eles. “Dessa falsa confiança o Profeta zomba, dizendo que uma condição determinada está fixada na lei, segundo a qual Deus habitaria no meio deles. Desta sorte então Deus
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estará no meio de vós; ou seja, quando ele vê que esforçais ao máximo por retidão e por fazer o bem.” (Calvino)
O fato desses santuários serem sacralizados por causa da associação com os antepassados
poderia ser um motivo para que fossem visitados por Deus, mas aqui seria uma visita de juízo.
O profeta Amós disse: 14 No dia em que eu punir Israel, por causa das suas transgressões, visitarei também os altares de Betel; e as pontas do altar serão cortadas e cairão por terra. 15 Derribarei a casa de inverno com a casa de verão; as casas de marfim perecerão, e as grandes casas serão destruídas, diz o SENHOR. (3)
E disse mais ao povo:
4 Vinde a Betel e transgredi, a Gilgal, e multiplicai as transgressões; e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três dias, os vossos dízimos; 5 e oferecei sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai ofertas
voluntárias, e publicai-as, porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o
SENHOR Deus. (Am 4)
Explicar. Religião da auto-satisfação, meritória e obras públicas.
Assim é que o povo ia Betel, a Gilgal e a Berseba, mas em vez de se encontrar com Deus,
de experimentar as graciosas bênçãos de Deus e de receber esperança para o futuro, ia
trazer juízo sobre si, juízo que converteria em horror no exílio.
O problema básico é que o povo procura em Betel, em vez de procurar Deus. Achavam
que de um modo místico, todos poderiam ser transformados pela simples visita nesse
santuário. Como é que o povo procurava Betel?
a. Tradições e cerimônias. Assim como algumas pessoas se interessam por futebol ou
por tecnologia. Deus era deixado fora do pensamento e da experiência deles.
b. Algumas queriam bênçãos em Betel. Paz, perdão. Mas achavam que encontrariam no
templo. A entrada no templo era algo místico, os rituais e cerimônias, poderiam salvá-
los. Confiavam em sua frequência cúltica e seus esforços sacrificiais.
c. A palavra de Amós é: Na busca aos santuários, Deus foi deixado e desprezado.
Outra aplicação
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Há muita gente que se interessa por coisas espirituais. Querem ser perdoadas e querem conhecer a Deus. Mas acham que podem obter as bênçãos indo à igreja, tomando parte das programações, recebendo o batismo, participando da Ceia, dando dízimos e ofertas. Acham que pode alcançar de Deus, sem a vida justa e santa diante de Deus. O Senhor nos ordenou: 23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Mt 5Vemos aqui também a Busca a Deus e o bem do próximo, e consequentemente a graça de Deus alcançada.
O que importava para Israel era a religião dentro de uma caixa, reservada, sem vida prática.A mesma reprovação apontada por Jesus:
Mt 23: 23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!
Miquéias proclamou a mesma mensagem:Mq 6.8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.
Muitos vivem nas bordas de uma comunhão verdadeira, estão longe de Deus, estão
mortos. Todavia, são religiosos sob o verniz da hipocrisia.
2. Para a adoração sem arrependimento. Buscai o
bem do próximo. vv.6-13
Buscai a Deus, buscai o bem do seu próximo ou Ele te destruirá v. 6
A ausência da justiça é a razão da morte v. 7
D. Uma lembrança do poder do Senhor v. 8. Lugares e pessoas não podem transformar o pecador. Eles iam para Betel totalmente inalterados.Uma religião que deixa a vida intacta, ou seja, tão corrupta como entrara. A justiça continuava insatisfatória e a retidão subvertida. Uma nova vida é a primeira evidência de alguém que tem fé em Deus. A fé que justifica, segundo J. I. Packer,se expressa pelo amor e produz fruto (Gl. 5:6). Ela transforma o modo de ser e de viverda pessoa; gera a virtude. Tiago está ressalta a religiosidade estéril, a simples ortodoxia não conduz ninguém à salvação. A fé deve impulsiona o que crente a realizar, a fazer, a
7
praticar boas obras. Na verdade, as virtudes e obras exigidas acima são para todos os verdadeiros crentes. Onde não há mudanças, estamos dizendo que Deus não faz diferença! Ou que o Transformador não transformou!
1. O poder divino de transformação v. 8 “procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion, e torna a densa treva em manhã, e muda o dia em noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; SENHOR é o seu nome.”
2. O poder divino da destruição v. 9. Não procure a sua destruição. Procurando
por lugares de transformação.
6 Buscai ao SENHOR e vivei, para que não irrompa na casa de José como um fogo que a
consuma, e não haja em Betel quem o apague. 7 Vós que converteis o juízo em alosna e
deitais por terra a justiça, 8 procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion, e torna a densa treva
em manhã, e muda o dia em noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra;
SENHOR é o seu nome. 9 É ele que faz vir súbita destruição sobre o forte e ruína contra a
fortaleza. 10 Aborreceis na porta ao que vos repreende e abominais o que fala sinceramente.
5.6-9. Ninguém deve continuar procurando Betel. É preciso haver mudança. As pessoas tem
que buscar ao Senhor, com arrependimento e confiança Nele, para obterem perdão. Se fizerem
isso, viverão (“Buscai ao Senhor, e vivei”). A carta de Tiago no NT, reflete a
importância da “fé em ação” em Cristo Jesus (2.1). A epistola descreve “religião
pura” como disciplina no falar, ajudar órfãos e viúvas necessitados e afastar da
“corrupção” do mundo (1. 26-27). A verdadeira fé bíblica se manifesta na fala
edificante, na compaixão social e na sã doutrina, indicadores do procedimento
santo. Tudo isso impede que o cristão seja corrompido pelo mundo.
Porém, o Profeta revela que tal mistura não pode ser tolerada por Deus. Por quê? Porque a luz não pode ter harmonia com as trevas. Por esse motivo, as corrupções, a não ser que sejam abolidas, sempre perverterão o verdadeiro culto de Deus. Vemos agora que a lição transmitida por essa doutrina é que o puro culto de Deus não pode ser restaurado enquanto as corrupções do mundo, opostas à palavra dele, prevalecerem. (Calvino)
Experimentarão vida em sua plenitude, porque estarão em comunhão com o Senhor. Mas, se continuarem em seu pecado, e se recusarem a mudar, então, Betel será destruída, e destruídos serão todos os que confiam nela. Adoração deve conter arrependimento de pecados.“Se alguém genuína e de coração procurar a Deus, ele não o decepcionará; ele o receberá em favor e o abençoará. Que então definhais em vossas calamidades, imputai
8
isto à vossa própria contumácia e teimosia: isso está assim porque vós não buscais a Deus verdadeiramente. Porque, enquanto mantiverdes as vossas corrupções, vós não o procurais”. (Calvino)
Contudo, adiciona: Para que ele não avance como um fogo.
A mudança que o povo tinha feita, suas reformas no judiciário, era para pior. Converteram o juízo em alosna, tribunais de amargura e rancor. Os inocentes eram declarados culpados pelos juízes corruptos. A lei de Deus proibia o favoritismo: Lv 19: 15 Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo.
Aqui o Profeta, depois de haver falado contra as superstições, vai à segunda tábua dalei. Os Profetas estão habituados a, algumas vezes, sacudir para fora a auto-complacência dos hipócritas quando desenrolam diante de Deus os véus externos desses, dizendo que todas as cerimônias deles são inúteis, exceto se acompanhadas de integridade de coração. Porém, nesse ponto o Profeta condena explicitamente duas coisas nos israelitas: ou seja, que eles tinham corrompido o verdadeiro culto de Deus, havendo se apartado da doutrina da lei e se profanado com superstições ímpias. E ele também os repreende por sua perversa e desonesta conduta para com os homens, por seu pouco caso para com o que era reto e eqüitativo, pelo saque, crueldade e fraude. OProfeta diz que eles convertiam o julgamento em alosna (amargor) e deixavam a retidão cair ao chão. (Calvino)
Adoração sem arrependimento vv. 10-13
5:10-13. Essa corrupção encheu os bolsos dos ricos. Parecia que não havia mais nenhum
lugar de justiça na terra de Israel. Eles tinham plantado vinhas desejáveis. Ninguém
poderia falar a verdade, deveria ficar em silêncio. Isso era Israel, o povo de Deus.
Aplic. Devemos fazer a nós mesmos várias perguntas: Será encontramos no nosso país
com porcentagem expressiva de cristãos, justiça nos tribunais, testemunhas verdadeiras,
culpados que são condenados e inocentes absolvidos?
3) Adoração sem prática da justiça. Buscai a graça de Deus. vv.13-20
11 Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis tributo de trigo, não habitareis nas casas de
pedras lavradas que tendes edificado; nem bebereis do vinho das vides desejáveis que tendes
plantado. 12 Porque sei serem muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados;
afligis o justo, tomais suborno e rejeitais os necessitados na porta. 13 Portanto, o que for
prudente guardará, então, silêncio, porque é tempo mau.
9
Explicar
Fazei o bem, Deus pode dar sua graça e misericórdia. v. 14-20
14 Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. 15 Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo; talvez o SENHOR, o Deus dos Exércitos, se compadeça do restante de José. 16 Portanto, assim diz o Senhor, o SENHOR, Deus dos Exércitos: Em todas as praças haverá pranto; e em todas as ruas dirão: Ai! Ai! E ao lavrador chamarão para o pranto e, para o choro, os que sabem prantear. 17 Em todas as vinhas haverá pranto, porque passarei pelo meio de ti, diz o SENHOR. 18 Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz. 19 Como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostando a mão à parede, fosse mordido de uma cobra. 20 Não será, pois, o Dia do SENHOR trevas e não luz? Não será completa escuridão, sem nenhuma claridade?
Três vezes encontramos nesta parte as referencias sobre Deus, assim: “Senhor dos
Exércitos,14,15,16. O conhecimento de Deus como grandioso era ignorado, pois haviam
rejeitado sua palavra. Não desejavam conhecer Deus, mas cada vez mais confiar em suas
próprias forças.
14.15. Não eram justos, não mantinham a palavra de fidelidade e nem buscar a sua justiça
divina. Agradavam a si mesmos e diziam que Deus estava com eles.
16,17 Como salário do pecado deles, receberão o pranto e o choro. Porque o Senhor
passará no meio deles.
Mas, Amós tem uma palavra de esperança. Deus pode estender sua misericórdia. Ele cita
o nome de José, porque a promessa de Deus em Berseba, cumpriu-se nele. Quando todas
as evidências de que Deus tinha esquecido suas misericórdias, por 3 vezes, o livro de
Gênesis afirma que Deus era com ele.
Quer dizer que por mais que nosso coração venha a se desviar, se voltarmos a Ele
verdadeiramente, ele concederá sua graça. Sendo assim, Deus andará com seu povo e
abençoará grandemente. Se não for dessa maneira...
18-20 Será inescapável o juízo de Deus. Amós diz que será um dia de trevas. O dia do
Senhor deles era dia da falsa adoração, mas o dia do Senhor que estaria reservado será
de matança. O desejo de um dia favorável a eles e de desgraça para os inimigos não
acontecerá.
10
Porquê graça?
O momento que o povo estava morto em delitos e pecados, somente a graça de Deus
poderia restaurá-los.
Semelhantemente Tiago aponta para o mesmo tipo de injustiça na igreja do 1º século:
Tg 5:1 Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. 2 As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; 3 o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias. 4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. 5 Tendes vivido regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança; 6 tendes condenado e matado o justo, sem que ele vos faça resistência.
E a mesma exortação é verificada na epístola, a busca a Deus, a busca do
bem e a busca da graça de Deus.
8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. 9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. 10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.
O profeta Amós roga a Deus para que não fira Israel:
Amós 7:1 Isto me fez ver o SENHOR Deus: eis que ele formava gafanhotos ao surgir o rebento da erva serôdia; e era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei. 2 Tendo eles comido de todo a erva da terra, disse eu: SENHOR Deus, perdoa, rogo-te; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. 3 Então, o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR. 4 Isto me mostrou o SENHOR Deus: eis que o SENHOR Deus chamou o fogo para exercer a sua justiça; este consumiu o grande abismo e devorava a herança do SENHOR.
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5 Então, disse eu: SENHOR Deus, cessa agora; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. 6 E o SENHOR se arrependeu disso. Também não acontecerá, disse o SENHOR Deus.
Aplicação
Desejamos o dia do Senhor? Almejamos a volta de Cristo? Esse dia nos trará grande
alegria e felicidade? Dependemos da graça de Deus? Somos justos nos relacionamentos
pessoais? Temos que nos assegurar por meio de uma vida santa que não estamos nos
enganados como os israelitas. Devemos rogar a Deus para que sua igreja não caia
numa adoração sem comunhão com Deus, sem arrependimento e sem justiça.
A mudança exigida por Deus ao povo de Israel foi declarada no capítulo 5:
“buscai ao Senhor e vivei” (5.4, 6, 14). O alerta para a Igreja contemporânea é
a mesma: “Não vos conformeis com este século” (Rm 12.2), mas “buscai ao
Senhor”, como disse também o apóstolo: “Portanto, se fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de
Deus.” (Cl 3.1) e quanto a busca do materialismo, o Senhor ordenou: “buscai o
reino de Deus e sua justiça e as outras coisas serão acrescentadas; (Mt 6.33).
Amós apresenta uma demonstração do AT dessa associação importante entre
a adoração e a justiça social.
Considerações finais:
1. Deus é o Autor e sustentador da criação, Salvador de seu povo, o Deus
misericordioso para com todas as nações, também é o Deus que odeia o
mal e ama a justiça porque se preocupa com toda a humanidade. Exige
de seu povo relacionamento com Ele e como resultado a paz com todos
os homens.
2. A igreja como comunidade da aliança deve assumir sua
responsabilidade como agente na reconciliação e restauração no mundo
caído, pois a igreja é diferente do mundo por ser “sal e luz”, mas é
chamada a estar no mundo para Cristo (3.1;9.11-15).
12
3. Roguemos a Deus sua graça restauradora em beneficio da sua amada
Igreja. Sem a graça de Deus, o que nos resta são esforços inúteis e
palavras vazias, e essas coisas são inaceitáveis diante da santidade do
Senhor.
13