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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL

Elementos estruturantes da enfermagem da criana e do jovemTeoria Geral dos Sistemas Sistema unidade organizada, em desenvolvimento, dinmica (a qualquer momento se altera e se transforma), os componentes permanecem entre si e interagem; disfuno ou mudana causam perturbao. Subsistema partes componentes do sistema, mais pequenas, internas, que interagem entre si e definem o sistema. Supra sistema Ajudam a definir o ambiente externo em que o sistema est inserido. Estrutura forma como todos os elementos se organizam (indivduo s se separa da famlia com a independncia e no com a idade) Fronteira o que separa o ser humano do ambiente so os sentidos porque so estes que o permitem perceber o mesmo. No uma linha circular e impermevel. Contm alguns poros. Uma criana com dfices sensoriais tem uma fronteira com os poros mais fechados. Funo todas as actividades que o ser humano realiza para satisfazer as suas necessidades. In Put entram no sistema para o influenciar. Os cuidados de enfermagem so um in put. Podem ser sobre a forma de informao, matria ou energia. Out Put so o comportamento do sistema: Qual a reaco do sistema (criana) aos in put (cuidados de enfermagem) Stress Nem sempre negativo

Referencial Terico do Modelo de Sistemas de NeumanTeorias que o influenciam: Humanismo Holismo Teoria de Gestalt Teoria de Stress de Seyle Teoria Geral de Sistemas Teoria de Crise de Caplan Foge do modelo tradicional de doena. Grande flexibilidade: aplicvel a indivduo, famlia, grupos e comunidade. Humanismo O Indivduo como um ser nico; O propsito da vida humana; A liberdade individual de escolha; Todos os indivduos tm as suas individualidades. Temos de negociar com o sistema/cliente de modo a que este se envolva no plano/processo teraputico e faa as suas escolhas. Holismo A reaco do indivduo corresponde a um todo unificado; O todo diferente e mais do que a soma das partes; As vrias relaes entre as partes e sub-partes do cliente devem ser adequadamente identificadas antes de o enfermeiro actuar. Ver o indivduo como um todo unificado.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELTeoria de Gestalt O processo homeosttico permite que o organismo se mantenha em equilbrio e por isso tenha sade. Sistema s tem sade se es ver em equilbrio: equilbrio entre In put e Out put. Teoria de Stress de Seyle Conceitos Stress a resposta no especfica do corpo a qualquer solicitao que lhe feita Resposta no especfica a que afecta todas ou a maioria das partes de um sistema sem selectividade Stressores os agentes que colocam solicitaes ao corpo que podem precipitar stress. Podem ser benficos ou prejudiciais Stressores positivos (foras) e negativos. A sndroma de stress ou sndroma de adaptao geral aparece quando um organismo sujeito a um stress contnuo e prolongado A sndroma de adaptao compe-se de 3 estdios: Reaco de alarme Resistncia Exausto Teoria Geral de Sistemas Os sistemas abertos mantm-se em equilbrio apesar dos processos contnuos de importao, exportao, construo e demolio em constante aco. O Homem, sistema em constante transformao, possui a capacidade de adaptao s diferentes mudanas que ocorrem no seu meio interno e externo. Os fenmenos homeostticos e a capacidade de mudana que contribuem para um equilbrio dinmico dentro do prprio sistema. Num sistema aberto as trocas ambientais so recprocas o cliente e o meio ambiente podem afectar-se mutuamente, positiva ou negativamente. O input processado providencia outputs como feedbacks para futuros inputs, criando um padro organizado dentro do sistema aberto. Teoria de Crise de Caplan A crise perodo transitrio que apresenta ao indivduo tanto uma oportunidade de crescimento da personalidade quanto um perigo de crescente vulnerabilidade. Aps a resoluo da crise o indivduo poder ficar com maior ou menor capacidade para a resoluo de futuros problemas em funo da forma como se operou o realinhamento de foras quer a nvel da sua personalidade quer do tipo de relaes que passa a manter com os outros. Trs nveis de preveno: Preveno primria (reteno do bem-estar) aco sobre os factores prejudiciais antes que se produza a doena. Preveno secundria aco visando alterar os factores que levam doena ou actuar mediante um diagnstico precoce e tratamento eficaz. (Ex: Rastreios) Preveno terciria - aco visando reduzir a incidncia dos efeitos residuais dos problemas. No Modelo de Neuman, as intervenes apresentam-se sempre aos trs nveis.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Paradigma PessoaConceitos Sistema Cliente Pessoa Ambiente Sade Enfermagem Sistema/Cliente O Sistema/cliente (Criana/Jovem + famlia como contexto) visto como um todo englobando todas as variveis do ser humano (fisiolgicas, psicolgicas, sociais, culturais, espirituais e desenvolvimento), incluindo as experincias actuais e passadas O sistema/cliente um sistema aberto, interagindo com o ambiente, ajustando os seus comportamentos e/ou ajustando o ambiente s suas necessidades Embora as suas respostas adaptativas sejam comuns a outros sistemas/clientes, a sua singularidade est nas opes especficas que toma. Variveis: Fisiolgica: estrutura fsica e funo Psicolgica: processos mentais e relacionamentos Sociocultural: funes sociais e culturais Desenvolvimento: processo de etapas de desenvolvimento Espiritual: crenas religiosas, populares, projectos de vida Ter sempre ateno s particularidades das respostas de cada sistema Pessoa Ser fisiolgico, psicolgico, sociocultural, e espiritual, capaz de se desenvolver. um todo integral. um sistema aberto em constante interaco com o ambiente. Ambiente O ambiente constitui o campo perceptual de cada sistema/cliente Factores do ambiente podem influenciar positiva ou negativamente o sistema/cliente, num dado momento. Inclui os factores de stress contidos no:

Sade

Enfermagem

Ambiente

Ambiente criado forma inconsciente como o indivduo mobiliza o que necessrio e vai buscar subsdios a outras varveis para conseguir o equilbrio. Ndia Isabel Leonardo Perdigo, CLE 2008-2012, N 1851

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELSade Processo que se desenvolve ao longo do tempo. um continuum de bem-estar de natureza dinmica que est constantemente sujeito a mudana. A sade est dependente de vrios graus de harmonia ou oscilao entre envolventes internas e externas, por meio de um processo de interaco e ajustamentos. O bem-estar a condio na qual todas as partes e sub-partes do sistema/cliente esto em harmonia com o sistema como um todo, isto , quando todas as variveis esto em equilbrio. Um reduzido estado de bem-estar o resultado de necessidades sistmicas no atendidas. A sade equaciona-se com a estabilidade do sistema. Quando o sistema gera mais energia do que a que consome orienta-se para o crescimento ordenado do sistema (anentropia). Quando o sistema gera e consome nveis idnticos de energia orienta-se para a estabilidade. Quando o sistema consome mais energia do que a que gera orienta-se para a destruio do sistema (entropia). Entropia = morte do sistema = esgotamento do sistema Enfermagem Alvo Criana e Jovem em constante crescimento e Desenvolvimento (Cuidados Centrados na Famlia) Objectivo Ajudar o cliente a atingir o nvel mximo de sade atravs de propostas de interveno aos trs nveis de preveno, destinadas a fortalecer os mecanismos adaptativos ou a diminuir os factores stressores: Preveno da desadaptao; Restabelecimento da adaptao; Manuteno da adaptao.

Estrutura do Modelo

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELRepresentao Grfica do Sistema/Cliente Estrutura Bsica - O core ou estrutura bsica consiste em factores bsicos de sobrevivncia (aspectos fisiolgicos, anatmicos, estrutura gentica - doenas crnicas, padro de resposta, fora ou debilidade orgnica, estrutura de ego). Factores comuns a todos os organismos Sinais vitais Estrutura gentica Foras ou fraquezas orgnicas (ex: conhecimentos, doena crnica) Estrutura do ego Linhas de Resistncia Conjunto de crculos quebrados que envolvem a estrutura bsica. Contm factores que apoiam as linhas de defesa (as mais exteriores). So activadas para proteger ou reconstituir o sistema. Um mecanismo protector que tenta estabilizar o sistema cliente e proporcionar um retorno ao bem-estar habitual. As Linhas de Resistncia contm factores de recursos internos e externos conhecidos e desconhecidos que apoiam a Estrutura Bsica do cliente e a Linha Normal de Defesa (ex: mobiliza ou activa mecanismos de sistema imunitrio que protegem contra as doenas) Factores, foras, condies estveis que permitem a defesa contra stressores mantendo o equilbrio (ex: caractersticas da personalidade, recursos econmicos, religio, estratgias de coping). So trs conjuntos. So recursos do indivduo que o ajudam a ultrapassar situaes/combater stressores. S recursos construdos esto nestas linhas. Quando ainda se esto a construir encontram-se na linha flexvel. Linha Normal de Defesa O Sistema cliente tem um nvel de bem-estar ou equilbrio habitual. Esta linha representa o que o cliente se tornou ou evoluiu com o passar do tempo. O NLD define a estabilidade e integridade do sistema de cliente, sua habilidade para manter estabilidade e integridade A forma como uma pessoa normalmente reage. Padro. Como se responde a determinado fenmeno. Esta linha de defesa normal um padro de normalidade e ajuda a determinar qualquer discrepncia de bem-estar (ex: o padro habitual de sono varia ao longo do ciclo vital. Nvel de bem-estar do cliente; Define a estabilidade e integridade do sistema; Representa a capacidade normal de resposta s agresses; Resulta do somatrio das aprendizagens adquiridas em confrontos anteriores com os agentes stressores; Dinmica (expande-se e contrai-se de forma a manter a estabilidade do sistema). Linha Flexvel de Defesa Forma o limite exterior do sistema de cliente definido, podendo ser: indivduo/famlia/grupo /comunidade;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELActua como um sistema mais externo e protector para a Linha Normal de Defesa do cliente ou estado de bem-estar do sistema; Previne a invaso do sistema cliente pelo stressor (ex: Mecanismos flexveis de resposta). Representa a fronteira exterior do sistema; Amortece e absorve as agresses como um acordeo Pra-Choques; Est relacionada com os mecanismos flexveis de resposta sendo particularmente sensvel s circunstncias; Quando a linha flexvel de defesa no capaz de proteger o sistema contra o agente de stress, este quebra a linha normal de defesa. Variveis Interactivas

Stress Situao ou condio capaz de causar instabilidade no sistema pela penetrao na LND. A tenso provocada aumenta o potencial, ou causa: Desequilbrio; Crise ou maturao. Factores de stress Cada factor de stress: Pode constituir uma ameaa ou corresponder a uma reaco; Pode conter determinadas caractersticas que exijam vrios nveis de interveno de enfermagem. Tipos de stressores: positivos ou negativos Categorias: Intra-sistema os que ocorrem dentro do sistema (tem a ver com o ambiente interno) Infeco, trauma; Respostas condicionadas s ocorrncias de vida: desgosto, alteraes do desenvolvimento). Inter-sistema os que ocorrem entre um ou mais sistemas (ocorrem entre a pessoa/sistema e outros sistemas, ambiente externo prximo) Conflitos familiares, apoio dos colegas da escola mudanas de papis e de funes, situao de dependncias de outrem. Extra-sistema os que ocorrem fora do sistema (Ocorrem a nvel supra sistmico, ambiente externo longnquo) Situao de pobreza, privaes, mudanas no sistema cultural ou poltico. Ndia Isabel Leonardo Perdigo, CLE 2008-2012, N 1851

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELReaco do Sistema/Cliente A reaco aos stressores depende do estado das suas Linhas de defesa; As Linhas de Resistncia impedem que os agentes de stress atinjam o core caso sejam ineficazes a vida do sistema poder estar comprometida; A reaco e/ou grau de reaco vai depender da individualidade do sistema: Estrutura bsica; Mecanismos de defesa naturais e aprendidos; Tempo de encontro com o stressor. Reconstituio O sistema cliente adquire novas e melhores capacidades para lidar e superar as agresses as linhas de defesa expandem-se. O sistema cliente foi danificado para alm das capacidades das linhas de defesa, resultando perda de energia as linhas de defesa contraem-se.

Componentes Essenciais do ModeloPostulados Os factores de stress diferem pelo potencial para perturbar a linha normal de defesa e podem afectar o grau em que cada sistema cliente est apto para usar a sua linha flexvel de defesa contra a possvel reaco aos stressores. Cada sistema cliente desenvolveu ao longo do tempo um conjunto de respostas, referidas como linha normal de defesa, ou um estado normal de bemestar/estabilidade. Representa a alterao no tempo verificada com diversos confrontos com stressores. A linha normal de defesa pode ser usada como padro para medir os desvios de sade. O sistema cliente um sistema aberto em constante interaco com o ambiente. Cada sistema cliente nico, mas tambm tem caractersticas comuns a todos. O sistema cliente est sujeito a agentes de stress que podem potencialmente causar um desequilbrio do sistema. Todos os sistemas procuram o equilbrio. Cada sistema cliente tem um conjunto de factores de resistncia interna linhas de resistncia que tentam estabilizar e ajudar o cliente a restabelecer o equilbrio, a voltar ao estado normal de bem-estar ou a um nvel mais elevado de estabilidade aps a reaco a um stressores ambiental. Valores Os enfermeiros tm o dever de procurar o potencial mximo de estabilidade do sistema cliente. Os enfermeiros no podem impor os seus julgamentos ao cliente. O nvel da linha normal de defesa no idntico para todos os clientes.

Elementos do ModeloFonte de dificuldade As origens provveis das dificuldades experimentadas pelo cliente relacionam-se: Com os factores de stress; E/ou com a fragilidade das suas linhas de defesa e resistncia. Modo de Interveno Preveno Primria Objectivo: Fortalecer a linha flexvel de defesa (Impedir que o stressor entre dentro do sistema)

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STRESSORS AMBIENTAIS

A avaliao dos stressores para antecipar as possveis consequncias do risco de adoecer Aces para prevenir a invaso dos stressores Preveno Secundria Objectivo: Proteger a estrutura bsica e facilitar a reconstituio do bem-estar (Reduzir a manifestao). Stressores

Reaco aos stressores

A avaliao do grau de reaco aos stressores facilita a interveno/ tratamento Aces para reduzir o grau de reaco aos stressores Desorganizao grave (interveno ainda possvel ou morte do sistema) Preveno Terciria Objectivo: Alcanar ou manter o nvel mximo de bem-estar.

Reconstituio como resultado da interveno secundria

Avaliao do grau de reconstituio como resultado das intervenes Intervenes de apoio aos recursos interno e externo com vista reconstituio Nveis de bem estar ptimo (possvel para cada sistema)

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELNveis de Preveno Objectivo: Estabilidade do Sistema Nveis de Descrio das intervenes Preveno Preveno Ocorre quando um agente de stress identificado, ou se suspeita de algum Primria antes de ocorrer a reaco do sistema. Objectivo - Reduzir a possibilidade de um encontro com o agente de stress; Fortalecer a Linha de Defesa; Prevenir a desadaptao. Preveno Ocorre quando um agente de stress passou a linha de defesa e causou reaco. Secundria Objectivo - ajudar o cliente a voltar ao estado de sade habitual, ou seja, a reconstruir-se. A interveno centrada em restabelecer a adaptao ou a estabilidade. Preveno Inicia-se geralmente aps o tratamento. Terciria Finalidade - ajudar a pessoa a manter e a estabilizar o seu estado de sade; Evitar a possibilidade de uma recorrncia da reaco ocorrida anteriormente; Dirige-se para actividades de manuteno e de tipo educacional. Algumas intervenes so muito semelhantes s do primeiro nvel, diferem porque aparecem depois da ocorrncia da reaco.

Consequncias da Interveno Aumento da resistncia ao stress; Diminuio do grau de reaco; Aumento do nvel de bem-estar.

Comunicao com a Criana e o JovemEnquadramento impossvel no comunicar (Watzlawick, 1993) Basta existirmos para estar a transmitir qualquer coisa; O exerccio profissional de enfermagem centra-se na relao interpessoal (OE, 2003:4) a partir da comunicao com o nosso cliente alvo de cuidados que os mesmos se desenvolvem; Competncias relacionais: tcnicas de comunicao; habilidades emocionais; desenvolvimento pessoal (Chalifour, 1993) Comunicao teraputica conversa social (Riopelle & Phaneuf, 1993) O facto de serem diferentes no quer dizer que a social no seja utilizada em contexto teraputico desde que seja com a inteno de chegar a outro patamar que no o social, mas sim o teraputico, ou tambm para, muitas vezes, desanuviar os pais que se encontram em tenso. Comunicao: no-verbal, verbal e abstracta (Hockenberry, 2007)

Princpios Pronunciar as palavras correcta e claramente; No falar muito alto nem muito baixo Para baixar o rudo, falar cada vez mais baixo; No falar nem muito depressa, nem muito devagar; Concentrar-se na mensagem e levar os outros a faz-lo; Ser breve; Usar palavras simples; Mostrar-se interessado; Ndia Isabel Leonardo Perdigo, CLE 2008-2012, N 1851

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Sorrir; Ser simptico Ser simptico no quer dizer que se v fazer as vontades todas ao outro; Certificar-se de que os termos que utiliza so compreendidos pelo interlocutor Utilizar poucos termos tcnicos na comunicao com a populao; Acompanhar as palavras de gestos Desde que os gestos sejam adequados; Reformular o que o interlocutor disse para se certificar de que compreendeu a mensagem; Mostrar um olhar interessado; Manter uma boa postura; Falar olhando para o interlocutor; Evitar as grias; No dar muita informao de seguida; Criar intervalos para controlar a sua recepo; Falar de forma positiva (evitar o no) Em vez de dizer o no deve, dizer o que deve fazer.

Especificidades Ajustada s caractersticas de cada grupo etrio; Oportuna (quando percebe sinais de que a criana est pronta para se relacionar) Necessrio que a criana esteja mesmo disponvel para comunicar implica esforo anterior para que esta se v tornando disponvel comear a interaco com o adulto e dar tempo para a criana se ambientar; Clara (adaptar os termos linguagem que a criana entende/usa) Temos de perceber que linguagem a criana utiliza para nos adaptarmos a ela; Congruente (a mensagem veiculada por diferentes canais, verbal e no verbal, no pode ser contraditria) A mensagem tem de ser verdadeira e sincera; So muito competentes na compreenso da linguagem no-verbal; Percebem a ansiedade e o medo ( FC e FR, voz acelerada, gestos, expresso facial); Devemos ter em ateno o efeito de espelho, dada a sensibilidade das crianas s mensagens no-verbais. Exemplo dos comportamentos de aceitao (concordar com a cabea; contacto visual directo, repetir ou solicitar esclarecimentos, fazer comentrios apropriados) e dos comportamentos de negao (virar as costas a quem est a falar, fugir do contacto visual, estalar os dedos, bater o p, interromper o interlocutor); As crianas atribuem significado a cada gesto/movimento; Na comunicao com as crianas de todas as idades, os componentes noverbais do processo de comunicao transmitem as mensagens mais importantes; difcil disfarar sentimentos, atitudes e a ansiedade. Guiam-se pelo modelo relacional pais/enfermeiro Temos maior probabilidade de sucesso na interaco com a criana se antes j houve um esforo para ter uma relao de confiana com os pais; Respondem com ateno a uma voz calma, firme e uniforme Voz calma transmite segurana e sensibilidade; voz firme transmite autoridade; voz uniforme transmite segurana e melodiosa; Precisam de ter oportunidade de avaliar a pessoa desconhecida antes de permitirem a interaco.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELOrientao Converse primeiro com os pais e s depois com a criana: Fala-se com os pais primeiro s na criana pequena quando a criana est num nvel de desenvolvimento em que j desenvolveu pensamento abstracto, ela o nosso alvo de cuidados e o nosso alvo de preocupao, com ela que se fala primeiro. No inclua logo a criana em actividades (permitir que esta observe a uma distncia segura); Se a criana tiver um boneco, fale primeiro com este (facilita a entrada na interaco); Assuma uma posio ao nvel do campo visual da criana; Faa perguntas simples Ex: O ursinho tem nome?; Progrida calmamente at questes mais complexas ou Recm-Nascido Primeiros 28 profundas. dias Lactente 29 dia a 1 ano Toddler 1 a 3 anos Recm-Nascido e Lactente Pr-Escolar 3 a 6 anos Como e o que comunicam Escolar 6 a 12 anos Adolescente 12 a 18 anos Usam e compreendem a linguagem no-verbal; Verbalizam sons compreendidos pelos seus cuidadores (Os pais aprendem a descodificar a linguagem); Choro manifesta insatisfao ou pedido (fome, dor, fralda suja, solido ou falta de colo); Sorriem e palram; Reagem a estmulos externos (voz, sons altos, msica, movimentos sbitos) com expresses faciais e reaces corporais. Como comunicar difcil obter imediatamente a sua confiana; Segur-los com firmeza e na mesma posio que os seus pais o fazem; Preferem a posio vertical; Segur-los de forma a manter os pais no seu campo de viso; Utilizar expresses faciais e movimentos com a cabea; Emitir sons prximos daqueles que a criana verbaliza (estimulam e exercitam). Toddler e Pr-Escolar Como e o que comunicam Centrados neles (egocntricos) Tem diculdade em ver fora de si; Ainda no adquiriram habilidades suficientes para expressar todos os seus sentimentos e desejos Esto ainda numa fase de desenvolvimento de capacidades; So capazes de comunicar com as mes e transmitir ideias sem palavras; Incapazes de separar o real da fantasia (fase do concreto) Ex: agulha grande Ter ateno com as palavras que usamos podem dar sen dos s palavras que no os mesmos que ns damos; Conferem qualidades humanas a objectos (saltar, morder, cortar, beliscar). Como comunicar Dirigir a comunicao para a criana; Evitar a comparao com as experincias de outras crianas egocntrico no tem capacidade de comparar;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Permitir que a criana toque, veja por ela prpria, descubra por si Deixar que este descubra os materiais; Evitar frases que possam ser interpretadas letra; Utilizar linguagem adequada. Escolar Como e o que comunicam J possuem domnio da linguagem verbal; Confiam menos no que vm e mais no que sabem; Pensamento abstracto; Procuram explicaes e motivos para tudo Porque que as coisas se passam daquela maneira; Interessam-se pelo aspecto funcional dos procedimentos, objectos, actividades (aprendizagem activa); Preocupam-se com a integridade fsica. Como comunicar Conversar sobre os procedimentos (linguagem adequada) Falar com elas sobre tudo o que est relacionado com o seu processo de doena; Permitir que participem nas conversas com os pais, valorizando as suas ideias, sentimentos e interpretaes; Considerar as suas experincias passadas de sade-doena; Recorrer a experincias do enfermeiro para falar sobre as experincias da criana Contar histrias de modo a facilitar a compreenso da situao; Mobilizar assuntos actuais e de interesse para a criana. Adolescentes Como e o que comunicam Comunicativos e participativos Perante situaes de doena podem-se tornar extremamente reservados e pouco participativos; Hostilidade, raiva, revolta e isolamento; Respostas monossilbicas ( confiana); Dificuldade em discutir alguns assuntos com os membros da famlia A comunicao deve ser feita num local em que no estejam os pais, pois o adolescente pode no se sentir vontade para falar com os pais sobre determinados assuntos; Gostam de sentir que o enfermeiro tem interesse por eles; No toleram que os respeitem tal como so; Expressam de sentimentos sbita ou durante a realizao de procedimentos. Como comunicar Cautela na interpretao (por vezes no adequam as palavras ao que sentem); Dar ateno e mobilizar experincias do prprio enfermeiro; Atmosfera aberta e no tendenciosa; No interromper (o jovem pode no voltar a falar sobre); Evitar comentrios ou expresses de reprovao ou surpresa; No dar conselhos quando no solicitados; Conhecer a sua linguagem, msica e gostos; Interpretar quando esto prontos para falar; Na presena dos pais comear pelos adolescentes;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELTcnicas de Comunicao

Verbais

No Verbais

Tcnicas de Comunicao VerbaisMensagem do EU Fazer chegar criana aquilo que ns sentimos quando ela tem determinado comportamento, mostrar criana como ela nos faz sentir. Eu fiquei um bocadinho triste quando fizeste Eu estou preocupada com os teus tratamentos porque gostava que ficasses melhor. Tcnica de Terceira Pessoa Falar com a criana inventando uma personagem, para trabalhar aspectos que se esto a passar com a criana e que no so fceis de abordar. Por vezes, quando um menino fica muito doente pode sentir-se mal, triste, porque no pode fazer o que os outros podem Resposta Facilitada Dar chaves criana para que esta responda Sentes-te infeliz por causa dos tratamentos e da separao dos teus amigos. Narrao de Histrias Pedir criana que conte uma histria sobre um menino que est no hospital. Narrao mtua de Histrias Pedir criana que conte uma histria, depois a enfermeira conta uma histria semelhante mas com diferenas que ajudam a criana nos seus problemas, dificuldades, medos, fantasias). Biblioterapia Ler a histria para a criana (se ela no for capaz ou pedir); pedir criana para repetir a histria; discutir o significado da histria; desenhar sobre a histria; envolver a famlia. Sonhos Pedir criana para contar um sonho ou pesadelo; explorar o significado do sonho. Trs desejos; Jogos de pontuao; prs e contras

Tcnicas de Comunicao No VerbaisEscrita Cantinho das Mensagens

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Manter um jornal ou dirio Abordar o tema que difcil para a criana falar/Escrever pensamentos ou sentimentos difceis de expressar; Desenho e Pintura intuitivo e natural na criana, onde ela pode exprimir as suas preocupaes e felicidade projecta as suas preocupaes e resolve algumas questes que podem estar a ser difceis. Projeces do seu interior Desenho livre; Desenho dirigido (Ex: menino que foi operado Faz-me um desenho sobre um menino que foi operado); Cantinho das Mensagens Jogos e Brincadeiras Linguagem Universal Trabalho/profisso das crianas Essencial ao seu desenvolvimento imprescindvel na vida da criana desenvolvimento da criana Grupo etrio RN e Lactentes Brinquedos / Jogos Bonecos macios e com som Caixas de msica Brinquedos coloridos e de encaixe Puzzles Ferramentas e objectos do dia-a-dia Peluches Bonecas Livros Jogos electrnicos Pinturas Jogos de grupo Puzzles Jogos electrnicos Pinturas Jogos de tabuleiro Computador Jogos electrnicos Msica TV Livros Jogos de tabuleiro

Pr-escolares

Escolares

Adolescentes

Funes do Brinquedo e Jogo Essencial ao crescimento e desenvolvimento; Mediador da relao; Viabiliza um ambiente seguro e contentor; Expresso de emoes; Treino de estratgias de confronto;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Reforo positivo. Normas Europeias de Segurana dos Brinquedos Directiva 88/378/CEE do Conselho de 3 de Maio de 1988 relativa aproximao das legislaes dos Estados membros respeitantes segurana dos brinquedos; Directiva 93/68/CEE do Conselho de 22 de Julho de 1993 que altera a Directiva 88/378/CEE (segurana dos brinquedos); A nova Directiva 2009/48/CE relativa segurana dos brinquedos vir revogar a Directiva 88/378/CEE a partir de 20 de Julho de 2011; Enquadramento Institucional do Brincar Declarao dos direitos da criana (Naes Unidas, 1959); Declarao sobre a criana e o direito de brincar (Associao Internacional para o direito da criana brincar, 1961); Carta da Criana Hospitalizada (1988); Ambiente Teraputico e Comunicao Cultura dos afectos Acolher Cumprimentar Expressar afecto Incluso da famlia Sintonia com o mundo infantil Brincadeira, cantar, desenhos animados, filmes Fotografias para recordar Despedidas calorosas Ambiente seguro Fardas coloridas e com bonecos Acompanhamento pelas pessoas significativas Preservar a segurana Ambiente fsico Pinturas nas paredes Vdeos Brinquedos Msica Sala de Brincadeiras Espao Jovem Valeriano, J; Diogo, P. (data). O Brincar: actividade de desenvolvimento e adaptao vida. Servir, 49(3), p. 110-116

Apreciao da Criana e do Jovem Exame FsicoMedidas de Crescimento Percentil Indica a posio que uma criana ocupa, em relao a uma dada medio numa srie tpica de 100 (permetro ceflico, peso, altura ou comprimento e ndice de massa muscular).

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELUm percentil um ponto abaixo do qual a percentagem especificada de observaes ocorre. Por exemplo, percentil 20 o ponto abaixo do qual esto 20% das observaes e acima dele, 80% das observaes. Para estimlo arranjamse os dados em ordem crescente e encontrase o valor que divide o conjunto de dados no tamanho adequado. A criana pode ter diferentes percentis nas diferentes caractersticas. Ex: percentil 95 do peso em 100 crianas da mesma idade, com as mesmas caractersticas, 95 esto abaixo dela e 5 esto acima. O percentil dividido em quatro partes, chamadas de quartil. O primeiro quartil, denominado percentil 25 e inclui 25% dos valores mais baixos; o segundo quartil corresponde ao percentil 50. A mediana tambm denominada percentil 50 ou quartil mediano. Se o nmero de observaes impar, a mediana o valor do meio, quando todas as observaes so ordenadas. O terceiro quartil corresponde ao percentil 75. Pode dizer-se que entre o percentil 25 e o percentil 75 encontram-se 50% das observaes da populao que apresentam os valores mdios observados, ou seja, 50% dos hospitais tero suas taxas de infeco hospitalar situadas entre o percentil 25 e o percentil 75. No existe um valor ideal. As crianas que tm percentil entre 25 e 75 acompanham a maioria das crianas. As que tm percentil inferior a 25 ou superior a 75 podem requerer mais cuidados, o que no significa que seja problemtico. As alteraes bruscas de percentis tambm devem ser observadas. Tabela de Percentis Grfico onde est desenhada cada uma das curvas correspondente a cada percentil. Tabelas de raparigas e de rapazes so diferentes (tm curvas diferentes). Curvas de Crescimento Semelhante a tabela de percentis mas com o crescimento da criana. fundamental a avaliao da curva de evoluo do peso, altura, permetro ceflico e ndice de massa corporal. So mais importantes e significativas as mudanas bruscas das curvas de evoluo, do que os valores absolutos. As mudanas entre percentis 25 e 75 so menos significativas. As crianas de percentil abaixo de 5 ou superior a 95, requerem maior vigilncia; A relao peso/altura pode ser significativa na avaliao do estado nutricional da criana; Os dados obtidos atravs dos percentis s so significativos associados histria de sade da criana. Permetro Ceflico A medida da circunferncia da cabea que se obtm colocando a fita mtrica bem esticada sobre a poro mais saliente do occipital, acima do pavilho auricular e ao centro frontal.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELAvaliaes mais frequentes no incio de vida. O espaamento entre cada uma delas vai aumentando com o tempo. 0-36 Meses avaliado por ro na nas visitas de ro na. Se a criana es ver fora do padro normal necessria maior vigilncia. Avaliado no dimetro maior. Fazem-se trs avaliaes seguidas e utiliza-se o maior valor o risco de avaliar por defeito e no por excesso. O crescimento cerebral muito intenso no primeiro ano de vida, da a necessidade de maior vigilncia no primeiro ano de modo a prevenir ou diagnosticar precocemente alteraes. RN Mdia de 35 cm de Permetro Ceflico 90% Dos RN apresentam valores de PC entre 33 e 37 cm 1 Trimestre 2cm/ms 2 Trimestre 1 cm/ms 3 Trimestre 0,5cm/ms No fim do primeiro ano de vida o crebro atingiu aproximadamente 2/3 do seu tamanho de adulto. 2 Ano de vida aumenta cerca de 2cm (desacelerao do crescimento cerebral) No fim do 2 ano devida o crebro atingiu aproximadamente 4/5 do seu tamanho de adulto. Dos 6 aos 12 anos - (o crebro cresce menos que anteriormente) de 51 cm para 53-54 cm Aos 12 anos o crebro j atingiu praticamente o tamanho adulto Macrocefalia Se o percentil no for muito superior a 95 avaliar primeiramente se no ser uma questo hereditria. Hidrocefalia h dificuldade em absorver o Lquido Cfalo Raquidiano que continuamente produzido. Microcefalia Por causas genticas e anomalias no desenvolvimento fetal. Peso Peso mdio do RN 3,200 kg; Perda de peso fisiolgico 200 a 400 gr (10% do peso nascena); A diminuio de peso no explicada nem pela m alimentao nem por outros factores. Perde peso pela nova redistribuio da gua nos diferentes compartimentos corporais. O beb perde apenas gua e no massa corporal. Se o beb perder mais do que o peso esperado, marcar nova visita para breve para verificar se entretanto est a recuperar como esperado. Recuperao do peso entre o 10 e o 14 dia; Est completa quando volta a ter o mesmo peso que tinha quando nasceu. Aumento do Peso: 15 a 30 gr/dia.

O peso tem um aumento progressivo: 1 Semestre aproximadamente 600grs/ms 6 Ms duplica o peso nascena 2 Semestre aproximadamente 500grs/ms 12 Meses triplica o peso nascena 6 Anos duplica o peso dos 12 meses

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL O peso reflecte o estado de sade, sendo a base para determinar as suas necessidades nutricionais e a dosagem de medicao.

Estatura Comprimento at aos 2 anos com a criana deitada (Craveira) Altura com a criana de p (Estadimetro) RN comprimento mdio 50 cm 1 Ano de vida aumenta 25 a 30 cm: 1 Semestre 2,5 a 3 cm/ms; 2 Semestre 1,5 a 2 cm/ms; 2 Ano de vida Cresce cerca de 12 cm (desacelerao na velocidade de crescimento); Do 3 ao 5 ano de vida cresce cerca de 12 cm; Do 6 ao 10 ano de vida corresponde a um perodo de crescimento constante que termina no surto de crescimento da pr-adolescncia, por volta dos 10 anos na rapariga e dos 12 anos no rapaz; Surto de Crescimento da Pr-Adolescncia (2 perodo de crescimento rpido): No rapaz entre os 13 e os 15,5 anos cresce em mdia 20 cm, metade dos quais durante o ano de crescimento mais rpido; Na rapariga o surto de crescimento comea cerca de 18 meses mais cedo e fica quase completo pelos 13,5 anos, crescendo cerca de 8 cm durante o ano de crescimento mais rpido. Depois d-se uma desacelerao na velocidade do crescimento. Permetro Torcico a medida da circunferncia torcica, que se obtm colocando a fita mtrica bem esticada em volta do trax ao nvel dos mamilos (criana deitada). No faz parte das medies de rotina. Num RN de Termo idntico ao Permetro Ceflico. Se o RN no estiver em sofrimento, a inspirao e a expirao no interferem no Permetro Torcico, visto que a respirao essencialmente diafragmtica e abdominal. Permetro abdominal a medida da circunferncia abdominal que se obtm contornando o abdmen da criana com a fita, a nvel da cicatriz umbilical (criana deitada). Tabelas de percentil Peso: 0 24 Meses peso/idade 2 20 Anos peso/idade Comprimento: 0 24 Meses comprimento/idade 2 20 Anos estatura/idade ndice de Massa Corporal 2 20 Anos ndice de massa corporal/idade Obesidade > percentil 95 Excesso de peso > percentil 85 e < percentil 95

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELIMC um dado secundrio (nunca se u liza o comprimento) Situaes problemticas IMC em nveis elevados Estar atento!!! Prevenir obesidade infantil. Ter ateno ao estilo de vida, exerccio e alimentao da criana.

Medidas Fisiolgicas Temperatura; Frequncia Cardaca; Frequncia Respiratria; Presso Arterial.

TemperaturaLocais de avaliao da temperatura na criana: At aos 2 anos axilar, rectal, timpnica; Dos 2 aos 5 anos axilar, rectal, timpnica, oral; Acima dos 5 anos axilar, timpnica, oral. Variaes normais: Rectal: 36,5C 38C; Axilar: 34,7C 37,3C Oral: 35,5C 37,5C; Timpnica: 35,8C 38C. A cada 0,4C de aumento de temperatura corporal d-se um aumento de 10 batimentos cardacos por minuto. Em cada grau de elevao de temperatura acima do normal a frequncia respiratria aumenta 2 a 3 ciclos por minuto A febre pode originar: cefaleias, prostrao, excitao psicomotora, convulses

Frequncia RespiratriaTer ateno se a criana est em repouso ou em actividade. O maior exerccio que o beb tem mamar. Tipos de respirao: (avaliar caractersticas) Abdominal ou diafragmtica (caracterstica do lactente); Toraco-abdominal (pr-escolar); Torcica (aps os 7 anos). Idade Recm-Nascido 1-11 Meses 1-2 Anos 3-5 Anos 6-10 Anos 11-14 Anos > 15 Anos Frequncia 30-50 cpm 24-45 cpm 22-38 cpm 21-30 cpm 18-24 cpm 14-20 cpm 14-20 cpm

Frequncia CardacaLocais para avaliao da frequncia cardaca: (avaliar caractersticas) Sobre o pice cardaco; Artria femoral; Artria cartida; Artria braquial;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Artria pediosa dorsal. Idade Em repouso (acordado) 100-180 100-220 80-150 70-110 55-90 Frequncia Em repouso (sono) 80-160 80-200 70-120 60-90 50-90

Exerccio/Febre >220 >220 >200 >200 >200

Recm-Nascido 1semana 3meses 3meses 2anos 2anos 10anos 10anos - adulto

Presso ArterialTambm tem percentis. Locais onde avaliar a PA na criana: Brao artria braquial; Antebrao artria radial; Coxa artria popliteia; Perna artria tbia posterior. Escolher a braadeira mais adequada criana e avaliar com a criana calma e relaxada. Idade RN 1-11 meses 1-2 anos 3-5 anos 6-10 anos 11-14 anos >15 anos Presso Arterial (60-90)/(40-60) mmHg (94-104)/(50-60) mmHg (98-109)/(56-63) mmHg (100-115)/(59-71) mmHg (105-123)/(67-80) mmHg (110-131)/(64-84) mmHg (113-130)/(50-84) mmHg

Aparncia Geral Fcies (dismorfias, expresso emoes/bem-estar) Aspecto fsico (pele, mucosas, cabea, face, ) Higiene (aspecto cuidado/pouco cuidado) Postura (correcta, assimetria) Estado de nutrio (emagrecimento, bom estado) Comportamento/Temperamento (agitado, agressivo, alegre) Interaco com os pais e enfermeiro (comportamento) Linguagem (discurso coerente/fluente/confuso) um padro esta ordem, mas no quer dizer que o exame fsico tenha de ser feito pela mesma. A observao geral feita no primeiro contacto com a criana uma observao subjectiva, mas fundamental para a observao da criana. A primeira observao do RN feita com um detalhe muito grande. Tem por objectivo avaliar todas as caractersticas do individuo e se se encontram dentro do padro. Algumas delas so caractersticas necessrias sobrevivncia. Necessrio registar tudo o que existe e o que no existe.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELEx: se o nus est perfurado ou no. Pode haver m-formao que necessite de correco imediata por vi cirrgica. Verificar o nmero de dedos: em excesso ou colados. Se tiver os 5 dedos normais registar para saber que esta avaliao j foi feita.

Pele A cor e caractersticas da pela so determinadas geneticamente; A colorao varia do branco leitoso ao castanho-escuro; Ao toque geralmente suave, quente e seca.

A observao da pele revela pistas significativas para problemas como m higiene corporal, abusos, mau estado nutricional, alteraes fsicas. No Recm-Nascido observar: Vrnix Caseoso - Substncia que cobre a pela do feto e que pode ainda cobrir o RN. O RN PrTermo pode ter em abundncia e o RN de Termo tem apenas vestgios, sobretudo nas pregas cutneas (Creme Nvea um bocadinho sujo Descrio da prof); Lanugo - Pelo muito fininho que h-de cair. Mais abundante nos RN Pr-Termo;

Equimose - Resultado de traumatismo no parto; Petquias - Resultado de traumatismo no parto; Mlia - Nariz Assemelha-se a borbulhas pequenas.Funcionamento sebceas; ainda anormal das glndulas

Eritemas;

Hemangiomas - Sinais Vermelhos alterao da microcirculao mais vasos do que deveriam exis r;

Nevos congnitos - partida no so situaes malignas.Estas caractersticas no nos dizem nada de normal ou anormal, apenas utilizadas para datar a idade gestacional e caracterizar o beb.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELObservar: Cor; Textura; Hidratao/Turgor; Leses.

Cabea e FaceObservar: Forma e simetria - O achatamento de uma parte da cabea pode indicar que a criana passa muito tempo na mesma posio. Uma assimetria marcada geralmente anormal e pode indicar um fechamento prematuro das fontanelas (craniocinestose). Por vezes ainda no tem a cabea bem formada, visto que esta modelada pelo canal de parto em partos complicados ou cesariana vulgar ainda no ter o formato normal da cabea; Controlo e postura da cabea; Amplitude de movimentos; Fontanelas, suturas e fracturas; Simetria facial (movimentos e aparncia geral); Estruturas desproporcionais (ex. fronte). Crnio No Recm-Nascido e Lactente: Palpao das fontanelas e suturas; Fontanelas (entre 3 e mais ossos) dimenses, anterior (osso frontal e parietais bregma) e posterior (ossos parietais e occipital lambda), devem existir e no estar encerradas, ser pulsteis, no devem estar hipertensas (balo) ou hipotensas (cavidade), apesar do aspecto ser um pouco convexo, mas no muito proeminente, e avaliar se medida que o beb cresce a fontanela encerra. Suturas (entre 2 ossos) tambm palpvel juno de dois ossos que h-de calcificar. Durante os primeiros dias de vida normal haver cavalgamento de ossos que dever desaparecer. Medio de Permetro Ceflico (at aos 36 meses). Encerramento das fontanelas: A posterior encerra normalmente no primeiro ms. A anterior no convm que encerre totalmente antes dos 18 meses. O encerramento precoce inviabiliza o crescimento normal do crnio. Por vezes os pais temem tocar as fontanelas, sendo conveniente informlos que estas so cobertas por camadas de tecido protector, podendo ser tocadas e lavadas sem exercer presso. Face Observar expresso facial e simetria: Expresso de dor, choro, irritao, paralisia facial unilateral, relao da simetria das estruturas faciais.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELAlinhamento dos pavilhes auriculares Implantao das orelhas o topo da orelha deve estar em alinhamento com uma linha imaginria que vai da orbita externa do olho at protuberncia mais proeminente do crnio. Implantaes baixas esto associadas a anomalias renais ou atraso metal. Olhos Plpebras, fenda palpebral, pestanas (edema, ptose palpebral, exoftalmia, secrees, ausncia de pestanas, infestantes); Globo ocular posio, nvel e simetria (exoftalmia, enoftalmia, estrabismo, nistagmo); Esclertida cor e integridade; ris habitualmente de cores variadas, azul at ao 6 ms de vida; Pupila forma, tamanho e reaco luz. Avaliar a Viso O RN foca apenas entre os 20-30 cm que a distncia a que este se encontra da face da me quando est a mamar. Nariz Forma, tamanho, fluxo nasal (odor e aspecto). Respirador Nasal Obrigatrio O RN no consegue respirar pela boca (anatomicamente no possvel), s o comea a fazer aos 1-2 meses Mucosa Nasal Cor, integridade da mucosa, simetria do septo. Boca e lngua Cor, integridade, humidade, papilas, textura, movimentos e higiene. Erupo dos dentes O 1 dente aparece geralmente por volta dos 6 meses, mas muito varivel. 1 Dentio 20 dentes (dentes de leite ou caducos) 6-12 meses 8 dentes incisivos 12-18 meses 4 primeiros pr-molares 18-24 meses 4 caninos 24-30 meses 4 segundos pr-molares Regra para calcular o nmero de dentes em crianas at aos 2 anos: Idade (meses) 6 = n dentes 2Dentio 32 dentes (dentes definitivos) 6 anos 4 primeiros molares 10-12 anos 4 segundos molares 18-21 anos 4 terceiros molares A erupo dos dentes definitivos mais precoce na rapariga que no rapaz A higiene comea logo aps o nascimento. Cavidade Oral Integridade e colorao. Ouvido Higiene, leses e cermen (quantidade e cor). Para observar o tmpano: Criana com idade inferior a trs anos puxar o pavilho auricular para baixo e para trs;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELCriana com idade superior a trs anos puxar o pavilho auricular para cima e para baixo. Audio Existem testes especficos de acordo com a idade. Dfices de audio podem comprometer o desenvolvimento e podem ser muito difceis de diagnosticar. Cabelo Cor, textura, elasticidade, distribuio e higiene. Nota: cabelos quebradios, oleosos ou secos, com presena de infestaes, alopcia ou despigmentao.

Sistema linfticoPesquisar os gnglios linfticos ao redor da cabea, na articulao do brao e inguinais. Os gnglios linfticos com dimetro de 3mm so normais em qualquer regio. Na regio cervical e inguinal pode medir-se at 1 cm, so normalmente frios e indolores. Podem ser palpveis ou no. Os ndulos aumentados, quentes, que normalmente indicam infeco ou inflamao tem uma localizao proximal.

TraxForma e simetria Ao nascer o trax apresenta uma forma cilndrica, a partir dos 12 meses com o aumento do dimetro transversal adquire uma forma elptica e aos 7 anos tem uma forma semelhante ao dos adultos. Mamas e mamilos Localizao, simetria, nmero de mamas, desenvolvimento mamrio. No recm-nascido de ambos os sexos h ingurgitamento mamrio at ao 14 dia. Funo Respiratria Pulmes Expanso torcica; Tipo de respirao Abdominal ou diafragmtica (lactente); Toraco-abdominal (pr-escolar); Torcica (aps os 7 anos). Ritmo regular, irregular, peridica; Profundidade profunda ou superficial; Qualidade sem esforo, automtica, difcil ou forada. Padres respiratrios desviantes: Taquipneia frequncia acima dos 60 cpm; Apneia interrupo da respirao por 15 segundos ou mais; Dispneia respirao difcil com uma sucesso de movimentos respiratrios amplos e quase sempre desconfortveis; Bradipneia frequncia respiratria abaixo do normal; Respirao paradoxal o trax desce na inspirao e sobe na expirao; Hiperpneia profundidade aumentada; Hiperventilao frequncia e profundidade aumentadas; Tiragem depresso inspiratria nos espaos intercostais e das regies supraesternais e supra-claviculares, indica dificuldade na expano pulmonar. Pode ser unilateral ou bilateral.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELEm consequncia dessa dificuldade, para a manuteno da ventilao alveolar necessrio que ocorra uma queda maior da presso intrapleural, o que explica a tiragem. A tiragem dever ser pesquisada em respirao espontnea e natural, e no se deve solicitar que o doente realize uma inspirao profunda. Pode ocorrer por obstruo brnquica regional, obstruo traqueal ou brnquica bilateral ou por condies associadas com a reduo da complacncia pulmonar, como edema, inflamao e fibrose pulmonar. Na obstruo brnquica regional, a tiragem unilateral, e nas outras condies mencionadas, bilateral. Adejo Aumento do tamanho das narinas durante a respirao; Movimento das narinas (abrir e fechar) que ocorre em situaes de dificuldade respiratria na criana pequena; O adejo nasal um sinal muito importante de dificuldade respiratria nos bebs. O batimento das asas do nariz indica que a pessoa precisa de um maior esforo para respirar. Qualquer condio que provoque um maior esforo para obter ou ar suficiente de que a pessoa necessita, pode causar esse batimento das asas do nariz. Ao mesmo tempo em que pode ser moderado, esse batimento pode tambm por a vida da pessoa em risco. Causas: Obstruo das vias respiratrias; Asma (situaes de agudizao); Epiglotite aguda; Doena da membrana hialina. Classificao dos Sons Respiratrios Normais Sons Vesiculares ouvidos ao longo de toda a superfcie dos pulmes, excepto na regio intra-escapular superior e na rea abaixo do manbrio. A inspirao mais alta, mais longa e com um tom mais agudo que a expirao. O rudo brando e semelhante a um assobio. Sons broncovesiculares ouvidos ao longo do manbrio e nas reas intra-escapulares superiores na zona da bifurcao da traqueia e brnquios. A inspirao mostra-se mais alta e de tom mais agudo que na respirao vesicular. Sons brnquiais - ouvidos apenas ao longo da traqueia, prximos fenda supra-esternal. A fase inspiratria mostra-se curta e a expiratria longa. Sons reduzidos ou ausentes poder significar presena de secrees, ar ou massas slidas no espao pleural. Sons adventcios: Crepitantes passagem de ar atravs de fluidos ou humidade; Sibilantes passagem de ar por passagens estreitas. Poder indicar exsudao, inflamao, espasmo ou temor. Respirao no recm-nascido Variaes comuns/Alteraes secundrias: Choro aumenta a frequncia respiratria; Sono diminui a frequncia respiratria. Durante as primeiras 8 horas de vida a frequncia respiratria pode atingir os 80 ciclos por minuto. Respirao no lactente A frequncia respiratria tem de ser avaliada durante um minuto, para que haja preciso, uma vez que so irregulares.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELAs respiraes so diafragmticas observar os movimentos abdominais. Num ambiente com rudo ou num lactente com a respirao muito rpida e pouco profunda, dever colocar, levemente, a mo sobre o abdmen da criana, para sentir a frequncia respiratria, contando os movimentos abdominais. Respirao no toddler e pr-escolar As frequncias continuam a ser mais rpidas que as dos adultos. A frequncia respiratria tem de ser avaliada durante 1 minuto para que haja preciso. Respirao no escolar Sempre que possvel, a avaliao da frequncia respiratria deve ser feita quando a criana estiver em descanso, mesmo quando esto acordadas e activas. Nas crianas saudveis, o repouso faz com que os valores regressem variao normal. As avaliaes feitas durante o sono so as mais significativas. A frequncia respiratria tem de ser avaliada durante um minuto, para que haja preciso. Respirao no adolescente Os pulmes aumentam em tamanho, o que aumenta o volume de ar em cada respirao. Resulta numa diminuio da variao mdia da frequncia respiratria. Maior volume, maior capacidade vital, aumento das inspiraes. Funo cardaca A apreciao da funo cardaca preferencialmente realizada com a criana sentada ou na posio de semi-fowler. Localizar o pulso apical. Na linha mdia clavicular esquerda e no quinto espao inter-costal crianas menores de 7 anos de idade; Lateral linha mdia clavicular esquerda e ao quarto espao inter-costal crianas maiores de 7 anos. Na criana a o pulso pode ser avaliado: Sobre o pice cardaco; Na artria femoral; Na artria radial; Na artria cartida; Na artria braquial; Na artria pediosa dorsal. Observar e registar frequncia, tenso, ritmo e simetria das pulsaes.

AbdmenA observao do abdmen deve ser realizada com a criana posicionada em decbido dorsal e erecta. Observar o abdmen quanto forma, simetria, tenso, presena de movimentos peristlticos. O abdmen dos lactentes e das crianas mais novas apresenta uma forma cilndrica acentuada. Em decbito dorsal apresenta-se plano. Na posio erecta apresenta-se ligeiramente proeminente devido lordose fisiolgica da coluna. No recm-nascido observar o coto umbilical: O coto umbilical deteriora-se atravs de um processo de mumificao. Cai espontaneamente. Em mdia a queda d-se entre o 7 e o 14 dia de vida. Observar possveis sinais de inflamao e infeco.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELPele do abdmen deve estar uniformemente lisa, sem prega ou rugas. Movimentos abdominais nos lactentes, os movimentos peristlticos podero ser observados atravs da parede abdominal. O umbigo deve apresentar-se protuberante. Observar o tamanho, higiene e possveis alteraes. Hrnias da parede abdominal: Hrnia umbilical comum nos lactentes, em especial em crianas negras. Hrnia inguinal comum em crianas do sexo masculino, frequentemente bilateral. Visvel como uma massa na regio escrotal; Hrnia femoral ocorre mais frequentemente no sexo feminino. Pode ser observada ou palpada na superfcie anterior da coxa abaixo do ligamento inguinal no canal femoral.

GenitaisFemininos Observao: Grandes lbios cobrem os pequenos lbios. Geralmente edemaciados no RN. Pequenos lbios geralmente proeminentes no RN, gradualmente se atrofiam at quase se tornarem invisveis durante a adolescncia. Cltoris localizao e tamanho. Geralmente edemaciado no RN. Meato urinrio localizao. Orifcio vaginal presena e tipo de hmen. Observar a presena de esmegma corrimento vaginal esbranquiado da RN. Caracterstico e normal. Ateno ao desenvolvimento dos caracteres sexuais e desenvolvimento genital feminino 5 estdios. Exemplos de desvios: Cltoris aumentado com o meato urinrio na extremidade; Lbios fundidos; Ausncia da abertura vaginal; Presena de massas nos lbios.

Pseudo-Menstruao ao 2 ou 3 dia existe perda hemtica Engurgitamento mamrio pode haver algum corrimento mamrio (Leite das Bruxas) Ocorrem devido passagem de hormonas da me para a beb o que faz com que os rgos funcionem. Masculinos Observao: Meato urinrio: apical. Prepcio recobre toda a glande e no retrctil. Fimose Fisiolgica Incapacidade de fazer a retraco do prepcio. Visto que fisiolgica, partida no grave. expectvel que at aos 2 anos esta tenha regredido. A retraco forada pode causar leso. Testculos palpveis em cada lado da bolsa escrotal. Escroto pendular, com pregas, geralmente grandes e edemaciadas no RN. Ateno ao desenvolvimento dos caracteres sexuais e do desenvolvimento genital masculino 5 estdios.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELExemplos de desvios: Hipospdias abertura do meato urinrio na superfcie ventral do pnis; Espispdias abertura do meato urinrio na superfcie dorsal do pnis; Curvatura ventral do pnis; Presena de massas no escroto; Testculos no palpveis na bolsa escrotal.

nusA criana tem de ser posicionada em decbito ventral. Observao: Ndega e simetria das pregas glteas; Esfncter anal recorrendo ao reflexo anal; Abertura anal permevel. Exemplos de desvios: Fissuras ou fstulas anais; Atresia anal nus imperfurado (no RN); Ausncia do reflexo anal (no RN).

Coluna VertebralObservar a mobilidade e a curvatura geral. Coluna direita com flexo fcil. Ombros, omoplatas e cristas ilacas alinhadas no mesmo plano. No RN a coluna apresenta-se arredondada, em forma de C, a partir das curvas torcica e plvica. RN apresenta apenas 2 curvaturas curvaturas primrias. Para que surjam as outras duas necessrio que o corpo seja sujeito ao seu prprio peso e fora da gravidade.

ExtremidadesObservar: Amplitude e simetria no comprimento e no tamanho; Grau de flexo; Tnus muscular; Nmero de dedos das mos e dos ps. Avaliar: Temperatura e cor; Forma dos ossos dos membros; Forma dos ps; Pulsos femorais. Manobra de Ortolani no RN e primeiros meses para detectar a luxao congnita da anca. Causada por posies durante a gravidez e parto. Manobra de rotao e flexo da coxa. Unhas Observar a cor, a forma, textura, qualidade, distribuio, elasticidade e higiene. Podem dar informaes sobre estado nutricional, respiratrio e cardaco.

Nas crianas que esto na puberdade, importante observar o aparecimento dos caracteres sexuais secundrios tal como o crescimento de pelos

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELDesvios:Sindactilia unio de dois ou mais dedos podendo incluir a fuso dos ossos ou da pele entre os dedos (formando um tecido membranoso nico). Polidactilia desenvolvimento do nmero de dedos da mo ou do p superior ao normal. (dedos Supranumerrios podem ou no ter estrutura ssea (cotos)). Linha Smia linha transversalmente disposta mo que atravessa de uma extremidade outra pode estar associada a algumas Sndromes. P plano Joelho Varo Joelho Valgo

Sistema Nervoso CentralO sistema nervoso do recm-nascido imaturo. O desenvolvimento do sistema nervoso progressivo durante a vida intra-uterina e continua aps o nascimento. Na 1 metade do desenvolvimento intra-uterino desenvolvem-se no feto o nmero final de clulas nervosas. Nos meses seguintes h um rpido crescimento dos neurnios e por ltimo, no fim da gestao e at aos 4 anos de vida aumentam o nmero de clulas da glia e de dendritos. A mielinizao dos neurnios inicia-se no 4 ms de gestao e continua at aos 4 anos. O desenvolvimento neurolgico acontece no sentido cefalocaudal e proximodistal. A mielina, substncia que aumenta a velocidade de transmisso dos impulsos nervosos, desenvolve-se primeiro nos transmissores dos impulsos sensoriais. Por isso, o recm-nascido tem um sentido apurado de audio, olfacto e paladar e capaz de sobreviver respirando e mantendo o equilbrio cido-base por causa desta mielinizao inicial. O peso do crebro do recm-nascido aproximadamente 300gr (10% do peso corporal) em contraste com o do adulto que cerca de 2% do peso corporal. O peso do crebro aumenta com a idade e alcana o peso adulto entre os 6 e os 14 anos de idade. Neurnios O ser humano nasce com o seu repertrio completo de neurnios. O crescimento post natal deve-se ao aumento em tamanho dos neurnios e ao aumento do nmero de clulas de sustentao (clulas da glia), desenvolvimento de processos neurais, sinapses e mielinizao. Sinapses As sinapses desenvolvem-se muito rapidamente durante os primeiros meses de vida atingindo a mxima densidade entre os 6 e os 12 meses. A partir desta idade diminuem por falta de utilizao. Durante o seu desenvolvimento o crebro forma e retm as sinapses frequentemente utilizadas, razo pela qual as experincias precoces so vitais para a formao e reteno de sinapses. Comportamento - O comportamento do beb um indicador importante do funcionamento do SNC sendo de suspeitar quer de um beb excessivamente calmo e pouco reactivo quer de um beb demasiado irritvel. A observao do comportamento deve fazer-se em termos da resposta do beb a estmulos externos nomeadamente, assustar-se com barulhos fortes, ateno voz humana, fechar os olhos na presena Ndia Isabel Leonardo Perdigo, CLE 2008-2012, N 1851

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELsbita de uma luz forte, choro quando despido e quando no alimentado na altura certa. Choro - O tipo de choro tambm um indicador do funcionamento do sistema nervoso central embora para avaliar os desvios da normalidade, o profissional de sade deva estar familiarizado com as tonalidades do choro dos bebs saudveis. No entanto, o choro estridente e um beb que no se acalma com o consolo humano possam ser indicativos de alteraes a nvel do SNC. Movimento - o movimento espontneo assncrono (as pernas movimentam-se em bicicleta) mas com igual extenso de todas as extremidades, com rotao da cabea para um e outro lado. Movimentos assimtricos podem indicar leso de nervos (paralisia de Erb), de ossos (fractura da clavcula) ou anomalias neurolgicas (Sndrome de Moebius). Consultar os registos maternos relativamente apresentao fetal, posio e tipo de parto dado que o recm-nascido assume rapidamente a posio prnatal e assim pode apresentar membros inferiores direitos e rgidos quando a apresentao foi de pelve total. A presso pr-natal sobre um membro ou um ombro pode provocar assimetria facial temporria ou resistncia extenso das extremidades. Postura e tnus muscular - Braos e pernas em flexo moderada; punhos cerrados. A hipotonia pode ser avaliada suportando o beb pelas axilas: um beb com um tnus normal fica facilmente suspenso enquanto que um com hipotonia escorrega atravs das mos do examinador. Outra forma de testar o tnus colocar o beb com o abdmen e trax sobre a mo do examinador: um beb com boa tonicidade tenta levantar a cabea e membros inferiores enquanto um beb hipotnico fica pendurado. Reflexos - Durante o desenvolvimento fetal emerge um grupo de reflexos denominados reflexos primitivos. Estes reflexos devem estar presentes no nascimento e fornecem indicaes sobre o funcionamento do SNC. Estes reflexos devem ir-se inibindo de forma progressiva ao longo do 1 ano de vida. medida que os reflexos primitivos vo sendo inibidos emerge outro grupo de reflexos denominados reflexos posturais que ajudam a criana a lidar com as exigncias do ambiente gravitacional formando as bases para o controlo automtico do equilbrio, postura e movimentos voluntrios. um facto cientificamente aceite que se um grupo de reflexos primitivos se mantiver este indicativo de disfuno do SNC. Os terapeutas do desenvolvimento denominam esta situao de atraso no desenvolvimento. Na altura do nascimento todos os reflexos se originam na stem cerebral com controlo cortical mnimo.

ReflexosPontos Cardinais Estimulao tocar o lbio, bochecha ou canto da boca do beb. Resposta o beb roda a cabea em direco ao estmulo. Este comportamento mais intenso se o beb tiver fome. Suco Estimulao introduzir dedo, chucha ou mamilo na boca do beb. Resposta inicia movimentos fortes de suco. Necessrio estar em pleno funcionamento quando o beb nasce. Problema nos RN de Prtermo o SNC ainda no est completamente desenvolvido e no tem este reflexo falta de autonomia alimentar. Com o dedo conseguimos avaliar a fora de suco. Estimula-se o palato e no as bochechas ou a lngua.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELPreenso palmar Estimulao: colocar um dedo na palma da mo do beb. Resposta: os dedos do beb envolvem o dedo do examinador. Preenso plantar: Estimulao: pressionar a planta do p, junto raiz dos dedos. Resposta: os dedos flectem-se, curvando-se no sentido da presso. Protuso Estimulao: tocar a ponta da lngua do beb. Resposta: o beb fora a lngua para fora. Estimulada a ponta da lngua. Reflexo de proteco se qualquer coisa entrar na boca da criana, esta tende a deit-la fora. S desaparece aos 4 meses s nesta altura se pode alimentar colher. Glabelar ( de Myerson) Estimulao: tocar a testa acima do septo nasal do beb, cujos olhos esto abertos. Resposta: o beb pestaneja nos primeiros 4-5 toques. Capacidade de se abstrair. S reage s primeiras vezes. Tnico cervical Estimulao: com o beb no estdio 5 ou 6, rodar a cabea rapidamente para um lado. Resposta: o membro superior e inferior do lado para o qual a cabea rodada ficam em extenso; o membro superior e inferior flectem-se no lado oposto (posio de esgrima). Desaparece cerca dos 3-4 meses. Moro Situaes em que h desequilbrio. Estimulao: segurar o beb em posio semi-sentada; deixar que a cabea e o tronco descaiam para trs, num ngulo de pelo menos 30. Resposta: abduo e extenso simtrica dos membros superiores, os dedos afastam-se formando um C com o polegar e o indicador; os membros superiores fazem uma posio de aduo na posio de abrao e retornam flexo e movimentos relaxados. Os membros inferiores podem apresentar idntico padro de resposta. Sobressalto Estmulo: som forte, tipo bater palmas. Resposta: membros superiores em abduo com flexo dos cotovelos; as mos mantm-se cerradas. Marcha automtica Estmulo: Segurar o beb em posio vertical, permitindo que um p toque a superfcie da mesa. Resposta: o beb simular a marcha, alternando flexo e extenso dos ps; os RN de termo andam sobre as plantas dos ps e os prematuros sobre os dedos. Reptao Estmulo: colocar o beb em decbito ventral. Resposta: o beb executa movimentos de reptao com as pernas e braos.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELBabinsky Estmulo: pressionar com um dedo a planta do p, comeando no calcanhar e prosseguindo pela face lateral externa e raiz dos dedos. Resposta: hiperextenso de todos os dedos com dorsi-flexo do halux. Traco Estmulo: puxar o beb pelos punhos, da posio de decbito dorsal at sentado, com a cabea na linha mdia. Resposta: a cabea descai at o beb estar na vertical; depois a cabea manter-se- momentaneamente no mesmo plano com o trax e os ombros, antes de cair para a frente; o beb tentar endireitar a cabea. Encurvamento do tronco (Galant) Estimulao: em decbito ventral sobre uma superfcie plana, fazer deslizar um dedo a cerca de 4 a 5cm laterais coluna, primeiro de um lado, depois do outro. Resposta: o tronco flecte-se e a pelve desloca-se para o lado estimulado. Magnete Estimulao: com o beb em decbito ventral, flectir parcialmente os dois membros inferiores e exercer presso sobre as plantas dos ps. Resposta: os membros inferiores devem opor-se presso do examinador num movimento de extenso.

Crescimento e Desenvolvimento InfantilCrescimento Processo contnuo e dinmico que conduz ao aumento do tamanho do corpo; Mudana na estrutura, funcionamento e complexidade ao nvel das: Clulas; Processos metablicos; Processos bioqumicos; Aumento do nmero de clulas; Substituio; Hipertrofia; Hiperplasia; Inicia-se na concepo e prossegue at idade adulta.

Crescimento e DesenvolvimentoEnvolve uma mudana de estdio menos avanado para outro de maior complexidade mas tambm pode envolver perdas e mudanas de comportamentos. No passa um estdio em vo, ou seja, passa por todos os estdios. Perdas: Ex: para ter controlo postural, necessita perder alguns reflexos. Envolve tambm a perda de neurnios (poda) aps fase de crescimento dos mesmos, se estes no forem usados e explorados. partida no se retrocede de um estdio para o anterior. Apenas em algumas situaes de crise (ex: hospitalizao) pode regredir um pouco e ter alguns comportamentos do estdio anterior.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELOs Componentes interrelacionais do desenvolvimento humano

Crescimento

Maturao

Desenvolvimento Humano Aspectos Psicomotores Aspectos cognitivos Aspectos emocionais

Experincia

Adaptao

DesenvolvimentoModificaes padronizadas, ordenadas, ao longo da vida do Pensamento, das Sensaes, do Comportamento em consequncia de: Maturao das capacidades fsica e mental; Experincias; Aprendizagens.

MaturaoEmerge do potencial gentico para a mudana a nvel: da forma, da estrutura, da complexidade, da integrao, da organizao, da funo fsica e mental. Conduz: Aumento da capacidade e da adaptabilidade; Mudana qualitativa; Mudana na complexidade.

AprendizagemProcesso de adquirir conhecimento especfico e adquirir hbitos Atravs: Experincia - precisamos fazer para aprender; Educao e treino - se nos apresentarem as experincias, a aprendizagem fica facilitada; Mudana de comportamento - quando se aprende a fazer uma coisa, temos de desaprender outra;

Crescimento e DesenvolvimentoGrupos Etrios Grupo que responde a um conjunto de caractersticas que nos interessam no olha a individualidade da criana. O crescimento e o comportamento infantil so categorizados em grupos etrios ou em estdios de desenvolvimento;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Os limites de cada um dos grupos etrios no so rgidos; No tem em conta os aspectos individuais de cada criana; No podem ser aplicados a todas as crianas com exactido; Esta categorizao permite descrever as caractersticas associadas maioria das crianas nos perodos em que as alteraes ntidas de desenvolvimento aparecem e que as tarefas especficas devem ser realizadas; Uma tarefa de desenvolvimento implica uma srie de habilidade e competncias especficas a cada estdio que as crianas devem realizar ou dominar para lidarem com eficcia no seu meio ambiente. Pr-Natal Da concepo ao nascimento; Lactente 0 aos 12 meses; Primeira Infncia 1 aos 6 anos Toddler 1 aos 3 anos Pr-Escolar 3 aos 6 anos Segunda Infncia ou Escolar 6 aos 10/11 anos Infncia Tardia 11 aos 18 anos Puberdade 11 aos 13 anos Adolescncia 13 aos 18 anos - A transio para a adolescncia d-se com a puberdade (a idade s para referncia, no regra).

Padres de Desenvolvimento Direco Cfalo-Caudal da cabea para as extremidades; Tendncia Prximo-Distal da linha mdia para a periferia. Diferenciao O desenvolvimento fsico, mental, social e emocional faz-se a partir de operaes simples para actividades e funes mais complexas, do geral para o especfico Princpios da Descontinuidade do Desenvolvimento Refere-se s modificaes em velocidades diferentes do crescimento em perodos de tempo diferentes durante o decurso de vida; As estruturas e os rgos do corpo crescem em velocidades diferentes. O desenvolvimento no linear: Momentos de elevado desenvolvimento; Momentos de baixo desenvolvimento. Princpio da Assincronia

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELRegresses momentneas devido necessidade de canalizao de energia para uma nova actividade. Princpio da Bilateralidade a capacidade de crescimento e desenvolvimento simtrica. Tendncias Sequenciais Em todos os aspectos do crescimento e desenvolvimento, existe uma sequncia ordenada, contnua, definida e previsvel. Velocidade de Desenvolvimento Existe uma ordem invarivel e precisa para o desenvolvimento, mas este no ocorre sempre mesma velocidade e ritmo. Factores que influenciam o crescimento e desenvolvimento Hereditariedade; Circunstncias gestacionais; Hormonas; Famlia e sociedade; Nutrio; Influncia ambiental e emocional; Circunstncias econmicas; Normalidade fsica e psicolgica; Estimulao intelectual. Tendncia Secular de Crescimento

O desenvolvimento influencivel O uso de habilidades estimula o desenvolvimento - O treino de uma habilidade que j tem ajuda ao seu desenvolvimento e a aquisio de novas habilidades; O no uso das habilidades pode causar: perda do neurnio e reduo ou perda da funo; A capacidade da criana para o desempenho de determinada tarefa fsica depende: Da maturao da estrutura neurolgica do crebro; Do desenvolvimento do sistema msculo-esqueltico.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELAvaliao do Desenvolvimento Infantil o rastreio e aplicao, a todas as crianas que nascem, de certas tcnicas que podem ser utilizadas de forma rpida por pessoal menos especializado, susceptveis de indicar a presena ou ausncia de determinadas deficincias. Se o resultado for positivo, indicando a presena certa ou provvel de deficincia, a criana deve ser enviada a um centro especializado de diagnstico e acompanhamento. O.M.S. (1967) Princpios da avaliao do desenvolvimento infantil: A criana deve ser envolvida em actividades ldicas; A criana deve estar confortvel - Se a criana no estiver vontade no conseguimos avaliar porque a criana no vai fazer aquilo que era suposto; Explicar aos pais o objectivo do teste; A sequncia da aplicao do teste deve ser flexvel e adequa s circunstncias; Comear por uma rea de competncias que possa ser avaliada sem interferncias. Objectivos dos Exames de Sade Avaliar o crescimento e desenvolvimento e registar, nos suportes prprios, nomeadamente no Boletim de Sade Infantil e Juvenil, os dados antropomtricos e outros do desenvolvimento fsico, bem como parmetros do desenvolvimento psicomotor, escolaridade e desenvolvimento psicossocial. Periodicidade da avaliao Infantil Primeiro ano de vida 1 ms, 1 ms, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses; 1-3 anos 12 meses, 15 meses, 18 meses, 2 anos, 3 anos; 4-9 anos - 4 anos, 5-6 anos (exame global de sade), 8 anos; 10-18 anos 11-13 anos (exame global de sade), 15 anos, 18 anos; Avaliao do Desenvolvimento Instrumentos de avaliao do desenvolvimento infantil O instrumento de avaliao deve ser utilizado por tcnicos que possuam formao e competncia para us-lo. No caso do desenvolvimento, o enfermeiro pode identificar que a criana tem alguma rea com maior dificuldade e depois envia a criana para um tcnico especialista. Mary Sheridan e Denver Motor grosso, Motor fino-adaptativo, Sensorial, Linguagem, Socializao/cognio, Pessoal social. Schedule of Growing Skills avalia competncias: Controlo Postural Passivo Controlo Postural Activo Locomotoras Manipulativas Visuais Audio e Linguagem Fala e Linguagem Interaco Autonomia Pessoal

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELEscala de desenvolvimento de Griffiths tem como objectivo fazer a avaliao da criana dos 0 aos 8 anos. Faz uma avaliao mais profunda utilizada pelos tcnicos para onde referenciamos as crianas que suspeitamos terem alguma dificuldade.Estes instrumentos so utilizados como rastreio nos programas de sade infantil

Escala de avaliao das competncias no desenvolvimento infantil IIAptido no controlo postural passivo: Permite avaliar os movimentos e o controlo passivo da criana, em diferentes condies, impostas pelo examinador. A criana no faz qualquer esforo. Esta rea de competncia avaliada do 1 6 meses S se a criana tiver alguns desvios e no tiver adquirido algumas habilidades que se continua a avaliar durante mais tempo. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Decbito dorsal; At 6 semanas cabea virada para um dos lados; 6 Semanas posio de cabea alinhada com o corpo se este comportamento j existir pontuado. Comea a brincar com os ps aos 5 meses (ltimo estdio do decbito dorsal); Suspenso ventral; Recm-nascido tem a cabea descada em relao ao tronco. Vai-se elevando medida que vai crescendo. Traco pelas mos para se sentar; Aos 2/3 meses j vem com a cabea alinhada, 4/5 meses j ajuda a levantar a cabea para se sentar. Postura sentada. Olhar para a curvatura quando a criana est sentada. Maior curvatura = Menor controlo. Aptido no controlo postural activo: Permite avaliar os movimentos, as actividades locomotoras que a criana realiza activamente sozinha, sem intervenes do examinador. A criana j tem de exibir vontade prpria nos movimentos. Esta rea de competncia avaliada do 0 12 meses. Est dividida em grupos de competncia ou subescalas que so: Decbito ventral; Levanta as ancas, Posio de sentado; Com apoio, sem apoio, muito ou pouco tempo, Posio de p. Se consegue segurar o peso do corpo, se consegue levantar sozinho, se consegue andar com apoio e sozinho. Competncias de locomoo: Todas as tentativas que a criana faz para se deslocar. Esta rea de competncia avaliada do 9 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Locomoo; Escadas. Primeiro dois ps no mesmo degrau, s depois um em cada degrau, primeiro subir e depois descer.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELCompetncias manipulativas: Esta competncia inicia-se com a observao das mos. Esta rea de competncia avaliada do 1 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Aptido manual; Cubos; Desenho; Desenho da figura humana. Competncias visuais: Analisa a resposta funcional a estmulos visuais. Desde recm-nascido que tem capacidade visual, apesar de ainda no ser ntida distncia ptima de focagem: 25-30cm, distncia a que fica da face materna na hora da mama. A compreenso visual vai evoluindo at a criana ser capaz de compreender visualmente os objectos. Esta rea de competncia avaliada do 1 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Funo visual; Compreenso visual. Competncias na audio e linguagem: Esta rea de competncia avaliada do 0 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Funo auditiva; Compreenso da linguagem. Competncia na fala e linguagem: Esta rea de competncia avaliada dos 1 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Vocalizao; Linguagem expressiva. Competncias na interaco social: Relaciona-se com as respostas sociais a estmulos provenientes do meio ambiente. Esta rea de competncia avaliada do 1 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Comportamento social; Brincar. Competncias na autonomia pessoal: Avalia a capacidade para realizar tarefas relacionadas com o grau de autonomia individual. Esta rea de competncia avaliada do 6 60 meses. Est dividida em grupos de competncias ou subescalas que so: Alimentao; Higiene e vestir.

A criana e a dorAs agresses fsicas ou emocionais e a dor devem ser reduzidas ao mximo.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL(5 Princpio da Carta da Criana Hospitalizada) Ter ateno: h crianas que no tm forma de se expressar e dizer que tm dor. As crianas no reagem nem manifestam a dor da mesma forma, e a mesma manifestao pode no corresponder sempre dor Ex: choro.

Conceitouma experincia sensorial e emocional, geralmente desagradvel, associada a uma leso tecidular real ou potencial, ou descrita nestes termos IASP (Associao Internacional para o Estudo da Dor, 1979) Tende-se a valorizar cada vez mais aquilo que o outro diz que . Dor crnica: dor prolongada no tempo, normalmente com difcil identificao temporal e/ou causal, que causa sofrimento, podendo manifestar-se com vrias caractersticas e gerar diversos estdios patolgicos. Portal da Sade A pessoa pode ir adquirindo estratgias para gerir a dor, ou pode levar exausto e exacerbao da mesma. Teoria do Controlo da Porto Melzack e Wall (1965/87)

O estmulo doloroso ocorre por diferentes vias e multifactorial. Em dores com alguma intensidade a teraputica no-farmacolgica sozinha no eficaz deve ser u lizada em conjunto com a teraputica farmacolgica.

MitosApenas em 1987 se comea a enfatizar a dor como algo negativo, causador de sofrimento e no modeladora de carcter. (Pereira 2000, pgina 86)

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELAinda em 1952 o crebro do recm-nascido era descrito como imaturo, funcionando inicialmente como centro reflexo e em seguida como centro de reaco. S recentemente a criana atingiu o estatuto de pessoa, sendo comum negligenciar-se os cuidados de sade de alvio da dor. (Biscaia, s/d) Receio de sobre-medicar potenciando o risco de depresso respiratria e perigo de adio; Lactentes no sentem dor por no se conseguir descodificar as reaces dor acreditava-se nisso e achava-se que o choro fosse reaco a outra coisa; As crianas toleram melhor a dor que os adultos; As crianas no conseguem localizar a dor a criana pequena no localiza a dor e reage como se fosse global. S os toddlers comeam a apontar; As crianas dizem sempre a verdade a respeito da dor - muitas vezes a criana pode esconder a sua dor, por vezes com receio do tratamento; As crianas acostumam-se dor ou a procedimentos dolorosos compeltamente falso. Est provado o inverso. As crianas que foram submetidas a procedimentos dolorosos no controlados, como possuem memria da dor, tendem a mostrar comportamentos mais exacerbados; As manifestaes corporais reflectem a intensidade da dor; A criana metaboliza frmacos mais lentamente que um adulto pode levar a pensar que necessitam de administrao de frmacos com menor frequncia que os adultos porque estes se encontram mais tempo em circulao Falso. (Wong 2006, pgina 600) Evidncia Cientfica Eland (1975) apenas metade de 25 crianas operadas receberam algum tipo de analgesia. Mather (1981) a prescrio em SOS era interpretada pelas enfermeiras como o mnimo possvel era preciso que j houvesse dor e de intensidade considervel para que se administrasse prescrio de SOS ao invs do que se passa hoje administrar antes que doa. Schechter (1986) a prescrio em SOS interpretada por mdicos e enfermeiros como o menos possvel; as crianas recebem metade dos analgsicos dos adultos, com situao patolgica idntica Monteiro, A. (1990) 14 adultos e 14 crianas: as crianas receberam menos de metade dos analgsicos dos adultos (42%), todos no intra-operatrio; apenas 13 % eram opiides fracos administrados IV. Das crianas apenas 9 tinham prescrio paracetamol rectal, 5 em SOS; dos adultos todos tinham prescrio, de pelo menos 2 analgsicos IV 1 opiide fraco (tramal) e um no opiide, com um deles em horrio regular. Monteiro, A. (2002) a avaliao da dor ps-operatria de 30 crianas: as mdias da intensidade da dor ps-operatria foram globalmente elevadas; as mes, enfermeiras e a investigadora avaliaram a intensidade da dor das crianas significativamente mais baixas em relao auto-avaliao das crianas a heteroavaliao da dor tende a ter valores mais baixos do que a autoavaliao.

Cuidados de EnfermagemOs cuidados de enfermagem esto na base de uma gesto eficaz da dor McCaffery (1994) e Sullivan (1994) Esto na base porque so os tcnicos que mais tempo passam com a criana, sendo desta maneira a melhor pessoa para gerir.

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESELAs competncias de Enfermagem inerentes gesto eficaz da dor so: Avaliar a dor do doente; Utilizar estratgias de alvio da dor; Avaliar a necessidade de alterao nas estratgias; Comunicar ao mdico as concluses das avaliaes da dor. So quem tem a responsabilidade de administrar a teraputica prescrita Avaliao sistemtica dos resultados obtidos face s estratgias utilizadas permite fazer as adaptaes prescritas necessrias.

Percepo da DorPode-se considerar a dor infantil como complexa devido a: Mediadores de percepo e do comportamento da dor: predisposio biolgica (sexo, caractersticas genticas, temperamento, personalidade), caractersticas individuais da criana, ambiente familiar (as crianas aprendem a manifestar a dor dentro da sua famlia e da sua cultura) e percepo de apoio social; Antecedentes de dor experincias anteriores no controladas dor aparentemente de maior intensidade; sem experincias anteriores ou controladas (preparao, anestesia, distraco, ) dor aparentemente de menor intensidade; Concomitantes de dor; Consequncias da dor; Estratgias de conforto.

Reaces/ Manifestaes de DorRecm-Nascido Resposta corporal generalizada envolvendo rigidez ou agitao e afastamento da rea estimulada; Choro alto no chora com lgrimas; Expresso facial de dor sobrancelhas descidas, boca aberta; No demonstra associao entre aproximao do estmulo e dor associada. Lactente Resposta corporal localizada com afastamento da rea estimulada; Choro alto choro de assustado; Expresso facial de dor ou raiva como o RN mas de olhos abertos; Resistncia fsica empurrando o estmulo para longe depois de aplicado. Toddler Lbios apertados; Balana com o corpo; Agitao ou agressividade pontaps, bater, morder, atirar com objectos por raiva comeas a ter tentativas de conteno/controlo da dor; Foge da dor por considerar uma coisa, tem mais medo da dor que a criana escolar fase da fantasia, no precisam de grande preparao porque no percebem; Verbaliza a dor mas no sabe identificar o tipo ou intensidade. Pr-Escolar Verbaliza que magoa, no compreende o conceito de que esta picada magoa mas vai fazer com que fiques melhor s percebe coisas muito objectivas a dor para ficar bom no faz sentido para a criana; Tem capacidade de apontar para a zona dolorosa;

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Tenta persuadir o enfermeiro a no realizar o procedimento - adiar a dor tem de se aprender a gerir este pedido da criana; Responde positivamente a preparaes antecipatrias (ao contrrio dos toddlers); Localiza a dor. Escolar Mesmos comportamentos referidos anteriormente, menos no perodo antecipatrio beneficiam de preparao; Verbaliza a dor, sente-se talvez responsvel por ela, relacionando os acontecimentos; Atitude passiva perante a dor sentem-se culpados acham que a dor cas go por algo que no fizeram bem; Rigidez muscular, punhos cerrados, dentes cerrados, testa franzida, olhos fechados expresso de tentativa de controlo de dor. Adolescentes Conscincia abstracta dos aspectos psicolgicos e emocionais da dor capacidade para compreender causas e consequncias; Capacidade de compreender as causas, consequncias e tratamento; Regresso a alguns traos caractersticos de idades anteriores (ex: afstar-se dos outros) Menos comportamentos de protesto verbal ou actividade motora, mas mais expresses verbais (ex: isso di); Maior tenso e controlo corporal.

Princpios de Avaliao e Controlo da Dor na Criana Questionar a criana: histria da dor definio de dor para a criana (di di, ai) e as experincias anteriores de dor (identificar e quantificar) ques onar desde que a criana tenha idade para ser questionada; Usar escalas de avaliao da dor (escalas testadas avaliam comportamentos, reaces fisiolgicas, ) nas crianas com menos de 3 anos, nas que se recusam a cooperar ou nas que no esto em condies de auto-avaliarem a sua dor devem usarse escalas de hetero-avaliao. Nas crianas entre os 3 e os 8 anos devem usar-se escalas de auto-avaliao modificadas. A partir dos 3 anos as crianas so capazes de indicar os vrios nveis de dor se lhes forem proporcionados os meios e a oportunidade. Pais: os pais conhecem melhor que ningum a criana percebem alteraes muito subtis que passam ao lado aos enfermeiros; As escalas utilizadas no so as mesmas que so nos adultos; No so os pais que avaliam pela criana, nem podem induzir a resposta prefervel auto-avaliar, se no for possvel prefervel hetero-avaliar do que no ter qualquer avaliao. Escalas de Auto-Avaliao Escala de faces

Wong e Baker 1988 usada a partir dos 3 anos

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Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Fazer a histria da dor com a criana para compreender as experincias de dor da criana. Deve-se explicar a escala com base nas experiencias que a criana j teve.Escala de Cores Usada a partir dos 5 anos. Do-se quatro marcadores criana, e ela que escolhe o que cada cor significa e pinta o quadrado correspondente. Depois pinta no boneco, de acordo com a intensidade, o local onde lhe di. Escala numrica Usada a partir dos 8 anos (De 0 a 10). Deve-se mostrar a escala criana para esta apontar. Escala Analgica Visual

Usada a partir dos 8 anos. A avaliao feita em milmetros. Quase s usada em investigao e a par de outras escalas.Escalas de Hetero-Avaliao NIPS - Escala de Avaliao da Dor para RN Pontuao total de 0 a 7, sendo a partir de 3 considerada dor significativa. Necessrio corrigir a idade nos bebs de pr-termo u lizadas as 40 semanas como referncia. Se o beb nasceu de 26 semanas de gestao, aos 20 dias tem 20 dias de idade real e tem 29 semanas de gestao de idade corrigida. A idade corrigida do pr-termo utilizada at aos 2 anos. FLACC (Face, Legs, Activity, Cry and Consolation) Utiliza-se com crianas entre os 2 meses e 7 anos de idade. OPS - Escala Objectiva da Dor Utiliza-se em crianas dos 0 aos 18 anos. Avaliar o comportamento e alteraes fisiolgicas: idade, nvel de conhecimento cognitivo, enquadramento familiar e religioso, respostas fisiolgicas que indiquem presena de dor; Assegurar a participao dos pais: Que palavras usa a criana para se referir dor? Descreva experincias anteriores de dor da criana O seu filho diz-lhe quando tem dor? Como que o seu filho reage normalmente dor? Sabe quando o seu filho tem dor? O que costuma fazer quando o seu filho tem dor? O que mais eficaz no controlo da dor do seu filho? Todos pais, se pudessem, absorveriam para si prprios as dores dos filhos (Salgueiro 1998);

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Ndia Isabel Leonardo Perdigo, CLE 2008-2012, N 1851

Enfermagem da Criana e do Jovem ESEL Considerar a causa da dor: inexistncia de padro entre a causa e nvel de dor e ter em conta que o nvel de dor pode influenciar a evoluo da patologia; Actuar e avaliar os resultados: medidas farmacolgicas e no farmacolgicas e avaliar sistematicamente os resultados.

Medidas FarmacolgicasAnalgsicos: No opiides: Salicilatos, Paracetamol, AINEs; Agonistas Opiceos: Morfina, Codena, Tramadol, Metadona; Agonistas Parciais Opiceos: Buprenorfina, Pentazocina; Antagonistas Opiceos: Naloxona, Naltrexona; Outros anestsicos: EMLA e Sucrose. EMLA Mistura entre dois anestsicos lidocana + prilocana com aco a nvel dos receptores das terminaes nervosas A (mielnicas) e C (amielnicas), penetrando em todas as camadas da pele. Apresentao: EMLA penso a 5% (1g) ou EMLA Creme a 5% (5g) Indicaes: preveno da dor aguda na criana e no adulto em procedimentos como: punes venosas, arteriais, capilares, lombares, injeces intramusculares e subcutneas, insero percutnea de cateteres centrais, pequenos gestos cirrgicos sob anestesia local (p.e. biopsia), laserterapia, exciso de leses cutneas, toracocenteses, entre outras. Pode tambm ser usado no tratamento da dor crnica em leses ps-herpticas, cicatrizes dolorosas pscir