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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS PERCEPÇÃO DOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS SOBRE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS - MT MARIA GABRIELLY SPAGNOL Barra do Garças MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

PERCEPÇÃO DOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS SOBRE BOAS

PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS -

MT

MARIA GABRIELLY SPAGNOL

Barra do Garças – MT

2019

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MARIA GABRIELLY SPAGNOL

PERCEPÇÃO DOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS SOBRE BOAS

PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS -

MT

Barra do Garças – MT

2019

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia de Alimentos do Campus

Universitário do Araguaia - UFMT, como

exigência para conclusão de curso.

Orientadora: Profª. Dra. Loyse Tussolini.

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Ao meu pai e minha mãe, por

serem exatamente como são, por toda

estrutura, educação e paciência. Por

fazerem com que eu possa sentir de tudo,

tentar caminhos, voar para longe,

sabendo que tenho, sempre tive e sempre

terei suporte. Vocês são a definição de

amor. Espero que olhem para mim e

sintam que os sacrifícios valeram a pena.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, o que seria de mim sem a fé que tenho nele.

Aos meus pais, Mirtes Nascimento Spagnol e Gilberto Spagnol, por não medirem

esforços para que eu sempre ficasse bem e confortável durante a realização dos meus

sonhos. Vocês me ensinaram o real significado de resistência. Sem vocês, eu não seria

nada.

À minha vó Maria José pelas suas palavras de força e fé que me sustentaram em

muitos momentos difíceis.

À minha querida irmã Maria Eduarda Spagnol pelo companheirismo e pelas

palavras de apoio em momentos de desânimo, amo você.

À todos os familiares que me apoiaram, deram conselhos e motivação para que eu

mantivesse de pé e firme todos esses anos. Em especial, a minha tia Maria de Jesus

Nascimento Gama que foi minha primeira professora e um exemplo de mulher forte e

batalhadora que me trouxe muita inspiração e motivação ao longo desses anos.

Às minhas amigas do ensino médio Nathália Gabrielly, Mikaelle Odara e Ilana

Teixera que me incentivaram e apoiaram no início da faculdade, só o universo sabe a

gratidão que meu coração carrega por vocês.

À todas as amizades que tive o prazer de conquistar durante a graduação, obrigada

por todo apoio nos momentos difíceis e por todas as comemorações, com vocês tive os

melhores momentos.

À minha orientadora professora Dra. Loyse Tussolini, gratidão pela orientação e

acolhimento em um dos momentos mais difíceis, sem tua paciência, instrução e

inteligência nada disso seria possível.

À todos os professores que me acompanharam durante os anos de colégio e

graduação, o conhecimento transmitido por vocês será de suma importância para minha

vida profissional.

À todos aqueles que de alguma forma estiveram tão próximos a mim, fazendo a

caminhada ser menos dolorosa e está vida valer cada vez mais a pena.

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“Pés, pra que os quero, se tenho asas para

voar?”

Frida Kahlo

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RESUMO

O presente estudo teve o intuito de avaliar o conhecimento e o comportamento dos

manipuladores dos serviços de alimentação do município de Barra do Garças – MT, em

relação as boas práticas de fabricação. A coleta de dados foi realizada por meio de

questionário, aplicado de forma voluntária aos participantes da pesquisa com devido

esclarecimento por parte do pesquisador, após a assinatura do termo de consentimento. O

questionário foi divido em 3 partes: identificação do manipulador, higiene pessoal e boas

práticas de fabricação. O mesmo foi baseado nos critérios presentes na RDC nº 216/2004,

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para os serviços de alimentação. Foram

entrevistados 23 manipuladores de alimentos dos diversos serviços de alimentação do

município. Através dos dados coletados foi possível identificar que os manipuladores de

alimentos já possuem algum conhecimento sobre as boas práticas de fabricação, porém

alguns ainda não possuem treinamento adequado, ocasionando falhas no desempenho

suas funções. Tal fato, evidencia a necessidade destes temas serem abordados em

treinamentos periódicos para capacitação dos manipuladores de alimentos, além da

supervisão diária na linha de produção. Portanto, somente por intermédio de um eficiente

e permanente programa de conscientização e capacitação dos manipuladores, pode-se

garantir a oferta de alimentos seguros e contribuir favoravelmente para a qualidade

higiênico-sanitária dos alimentos oferecidos aos consumidores.

Palavras-chave: Higiene pessoal, Qualidade higiênico-sanitária, Segurança alimentar.

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ABSTRACT

The present study aimed to evaluate the knowledge and the behavior of the staff in food

services in Barra do Garças - MT, in relation to the good manufacturing practices. Data

collection was performed through the questionnaire, voluntarily applied to the research

participants with due clarification by the researcher, after signing the consent form. The

address was divided into 3 parts: handler identification, personal hygiene and good

manufacturing practices. The same was based on the results of the National Health

Surveillance Agency's RDC nº 216/2004 for food services. Twenty-three food handlers

from the municipal food services were interviewed. Because the data has been listed as

having food handlers it can be executed under the same name as practical manufacturing

practices, while it cannot be performed properly, leading to failures in their functions.

Such fact, evidence, syringe, them spread in periodic training to capacitation of food

handlers, beyond the Portuguese daily in line of production. Therefore, only through an

efficient and permanent program of awareness and training of the handlers, can a safe and

beneficial food supply for the hygienic-sanitary food supply to the consumers be assured.

Keywords: Personal hygiene, Hygienic-sanitary quality, Food safety.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Distribuição por faixa etária dos manipuladores de alimentos do município de

Barra do Garças – MT que participaram da pesquisa sobre boas práticas de fabricação nos

serviços de alimentação. ................................................................................................. 21

Figura 2. Nível de escolaridade dos manipuladores de alimentos do município de Barra

do Garças – MT que participaram da pesquisa sobre boas práticas de fabricação nos

serviços de alimentação. ................................................................................................. 22

Figura 3. Participação dos entrevistados em cursos para manipuladores de alimentos. 24

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Higiene pessoal e comportamento dos manipuladores de alimentos do

munícipio de Barra do Garças - MT. .............................................................................. 25

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 14

2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 14

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 15

3.1 Boas Práticas de Fabricação ................................................................................. 15

3.2 Segurança Alimentar ............................................................................................ 15

3.3 Manipulador de Alimentos ................................................................................... 16

3.4 Doenças Veiculadas por Alimentos ...................................................................... 17

3.5 Capacitação dos Manipuladores de Alimentos ..................................................... 17

4. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 19

4.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................... 19

4.2 Coleta de dados ..................................................................................................... 19

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 21

5.1 Identificação dos manipuladores .......................................................................... 21

5.2 Higiene pessoal ..................................................................................................... 24

5.3 Boas práticas de fabricação .................................................................................. 28

6. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 30

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 31

8. APÊNDICES .............................................................................................................. 36

APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO ............................................................................ 36

APÊNDICE II – TERMO DE CONSENTIMENTO ................................................. 38

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1.INTRODUÇÃO

O conceito de qualidade e segurança de alimentos evoluiu ao longo do tempo. A

visão mais primitiva de segurança dos alimentos significava disponibilidade de alimentos

para garantir a vida. Enquanto, perspectivas recentes trazem a necessidade do controle de

alimentos ao longo de toda cadeia produtiva até chegar à mesa do consumidor, de modo

que atenda suas expectativas e não represente perigo a saúde (HEREDIA et al., 2010).

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE), o setor de alimentação é um dos que mais cresce no país, devido à

necessidade de consumo de refeições rápidas. Em função deste crescimento, observa-se

que os alimentos têm ficado mais expostos a perigos ou oportunidades de contaminações

microbianas associados a práticas incorretas de manipulação e processamento. As

condições higiênico-sanitárias afetam diretamente a qualidade dos produtos, entrando

como um fator chave na busca da sobrevivência das empresas alimentícias no atual

mercado (ALMEIDA et al., 1995; GERMANO; GERMANO, 2013; RIBEIRO et al.,

2010).

O manipulador é fundamental quando se fala de segurança dos alimentos, devido

o contato direto que têm com alimento desde a matéria-prima até a comercialização. O

mesmo pode se tornar um transmissor viável de agentes patogênicos de doenças

alimentares quando medidas higiênico-sanitárias não são adotadas e as condições

ambientais são insatisfatórias para sua manipulação. A formação e a capacitação dos

manipuladores de alimentos é de extrema importância, pois é através da prática de

corretos hábitos de higiene no local de trabalho que os riscos são minimizados

(MEDEIROS et al., 2017).

Considerando a necessidade de aplicação das Boas Práticas de Fabricação (BPF)

nos serviços de alimentação com a finalidade de minimizar os riscos associados à

manipulação e evitar doenças veiculadas por alimentos, este trabalho avaliou o

conhecimento dos manipuladores a respeito da aplicação das boas práticas de fabricação

e a conduta dos mesmos durante a manipulação de alimentos.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar o conhecimento e o comportamento

dos manipuladores de alimentos do município de Barra do Garças – MT, em relação às

boas práticas de fabricação.

2.2 Objetivos específicos

Identificar o perfil dos manipuladores de alimentos;

Avaliar o nível de conhecimento e conduta dos manipuladores de alimentos sobre

higiene pessoal e boas práticas de fabricação, através de um questionário

estruturado;

Verificar a influência dos treinamentos de boas práticas de fabricação na

manipulação de alimentos.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Boas Práticas de Fabricação

Quando não há legislação municipal ou estadual, os municípios devem atender os

procedimento dispostos na legislação federal. Em 2004, foi estabelecida a primeira

legislação federal, a RDC 216/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária –

ANVISA, que determina os procedimentos específicos de Boas Práticas de Fabricação

para serviços de alimentação (ASSIS, 2017).

Segundo a ANVISA, as Boas Práticas de Fabricação são procedimentos que

devem ser adotados pelos serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-

sanitária e a conformidade dos alimentos em função da legislação vigente. A sua

aplicação têm a finalidade de prevenir, eliminar ou reduzir a níveis aceitáveis as

contaminações físicas, químicas ou biológicas, desde as matérias-primas até o produto

final, garantindo a oferta de alimentos adequados a saúde do consumidor (BRASIL, 2004;

GERMANO; GERMANO, 2013).

A portaria nº 326 de 1997 do Ministério da Saúde e a portaria nº 368 de 1997 do

Ministério da Agricultura e Pecuária são fundamentais quando se trata de BPF, elas

estabelecem o regulamento genérico sobre “Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas

Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores Industrializadores de

Alimentos”, ambas apresentam o mesmo conteúdo e são harmonizadas no âmbito do

MERCOSUL (HEREDIA et al., 2010).

3.2 Segurança Alimentar

Apesar dos avanços alcançados, o problema da contaminação de alimentos ainda

está presente, oferecendo riscos à saúde dos consumidores e perdas econômicas aos

produtores. Pode-se definir alimento seguro como aquele cujos constituintes ou

contaminantes que causam perigo à saúde estão ausentes ou em concentrações abaixo do

limite de risco, e segurança alimentar como a asseguração da inocuidade do alimento para

cada cidadão afim de garantir uma vida saudável (ASSIS, 2017; SOUSA, 2006 apud

SOUZA et al., 2005).

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Em serviços de alimentação, a segurança alimentar refere-se à responsabilidade

em relação à saúde do consumidor; para isto, deve-se ter cuidados com higiene,

armazenamento, preparo e distribuição dos alimentos, bem como com a contratação, o

treinamento e a manutenção das pessoas que participam de todas as etapas em que o

alimento percorre até chegar ao consumidor (PANZA et al, 2006).

A legislação está cada dia mais rigorosa e atendê-la exige disciplina,

responsabilidade e persistência. Porém, é uma poderosa aliada dos empresários para

prevenir danos que poderiam ser irreparáveis ao consumidor. A sobrevivência de

qualquer empresa está relacionada com a qualidade e segurança dos alimentos como parte

de um programa de gestão bem implantado (GERMANO; GERMANO, 2013).

Nas últimas décadas, o conceito de segurança de alimentos e as novas exigências

técnicas estimularam a adoção de códigos de Boas Práticas de Fabricação em todos os

elos da cadeia produtiva de alimentos, já que, apenas por meio de corretos e adequados

processos de produção e de manuseio de alimentos pode-se oferecer aos consumidores

alimentos livres de contaminação e de danos à saúde (GERMANO; GERMANO, 2013).

3.3 Manipulador de Alimentos

A ANVISA (resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004) define

manipulador de alimentos como qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em

contato direto ou indireto com o alimento (BRASIL, 2004).

Os manipuladores de alimentos são um dos maiores veiculadores de contaminação

cruzada, sendo que a maioria dos casos ocorre devido a alguns hábitos inadequados e

mãos mal higienizadas (ASSIS, 2017).

Por apresentarem uma formação profissional deficiente decorrente da pouca

escolaridade e baixos salários, é abundante a quantidade de manipuladores de alimentos

que têm pouco conhecimento a respeito da higiene pessoal. Isso faz com que seja um

desafio conseguir que os mesmos adotem novos hábitos, apresentando um grave

problema social e de saúde pública, pois a falta de qualificação profissional para atuar

nesse mercado cria obstáculos à implantação de processos produtivos seguros e na

aplicação de ferramentas de controle de qualidade. Percebe-se que quanto menor o nível

educacional e mais manipulação houver no processo de produção do alimento, se torna

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mais importante o investimento em treinamentos (CAVALLI; SALAY, 2007; HEREDIA

et al., 2010).

3.4 Doenças Veiculadas por Alimentos

As doenças veiculadas por alimentos (DVA) são causadas por agentes patogênicos

de ordem biológica, química ou física presente nos produtos alimentícios ingeridos pelo

consumidor. Resultados de levantamentos realizados pela Organização Mundial da Saúde

(OMS) mostram que essas doenças constituem um dos problemas sanitários mais

difundidos atualmente no planeta (ASSIS, 2017; RIBEIRO et al., 2010).

Segundo o Ministério da Saúde, existem mais de 250 tipos de DVA no mundo,

sendo que a maioria delas são infecções causadas por contaminantes biológicos. Isso

ocorre em função dos micro-organismos estarem presentes por toda a natureza, incluindo

as matérias-primas, área de preparo, manipuladores, etc. Os fatores externos, como

temperatura e umidade também influenciam na proliferação dos micro-organismos

contaminantes (ASSIS, 2017; BRASIL, 2017).

A qualidade inferior das matérias-primas e a ausência de higiene, podem

representar fatores para a contaminação inicial, que pode se proliferar de acordo com a

perecibilidade do alimento e as condições ambientais no qual ele é exposto (RIBEIRO et

al., 2010).

3.5 Capacitação dos Manipuladores de Alimentos

A capacitação é a transmissão de conhecimentos para o desenvolvimento de

competências, vinculando conhecimentos, habilidades e atitudes. São atividades

programadas para ocorrer antes do início das atividades de novos colaboradores ou

periodicamente para relembrar aos manipuladores como devem ser realizadas as tarefas.

O treinamento constitui um esforço contínuo para melhorar as competências e o

desempenho organizacional dos colaboradores, sua implantação é um procedimento

essencial a todos os sistemas de segurança dos produtos oferecidos ao consumo (ASSIS,

2017; GERMANO; GERMANO, 2013).

A capacitação dos manipuladores é um obrigação legal, sendo mencionado na

legislação nos três níveis de poder (federal, estadual e municipal). Apenas por intermédio

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de um programa de conscientização e capacitação eficaz e permanente dos manipuladores

garante-se a oferta de alimentos seguros e de qualidade que satisfaçam os anseios dos

consumidores (GERMANO; GERMANO, 2013; RIBEIRO et al., 2010).

As condutas e normas de higiene são procedimentos inegociáveis pela fiscalização

sanitária de qualquer setor, portanto, devem ser determinadas pela empresa e os

trabalhadores devem ser capacitados para cumpri-las (ASSIS, 2017).

O estabelecimento além de realizar treinamentos, deve apresentar em seu manual

de Boas Práticas de Fabricação capacitações que envolvam temas de microbiologia

básica, doenças transmitidas por alimentos, higiene pessoal, higiene dos alimentos,

superfícies e ambientes; critérios de segurança nas etapas de produção, apresentação ou

distribuição pertinentes. O processo de capacitação deve ser continuo a fim de facilitar a

implantação de procedimentos das BPF, pesquisas apontam a importância da forma de

abordagem dos conteúdos durante a capacitação para que o conhecimento adquirido seja

aplicado no dia a dia (ASSIS, 2017; BRASIL, 2004).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada em junho de 2019, no município de Barra do Garças –

MT, e a população deste estudo constituiu-se dos manipuladores de alimentos de diversos

serviços de alimentação.

4.1 Tipo de pesquisa

Para a realização deste trabalho foi utilizada a abordagem de pesquisa

quantitativa. De acordo com Zanella (2013) o método quantitativo preocupa-se com a

representatividade numérica, objetiva generalizar os dados a respeito de uma população

estudando somente uma pequena parcela dela para mensurar a qualidade. Sendo

apropriada para medir opiniões, atitudes e preferências como comportamento.

O delineamento foi realizado através de uma pesquisa de levantamento, segundo

Zanella (2013) esse tipo de pesquisa visa descrever a distribuição das características ou

de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da população.

A pesquisa foi efetivada por meio de amostragem não probabilística intencional,

segundo Saraiva e Capelão (2000, apud GOODE & HATT, 1979) utiliza-se esse tipo de

amostragem quando uma amostra de áreas é escolhida “propositadamente”, porque tem

certas características que se acredita sejam “típicas” para a observação do fenômeno.

4.2 Coleta de dados

Foram selecionados 23 manipuladores de alimentos dos diversos

estabelecimentos da cidade, tais como: lanchonetes, restaurantes, sanduicherias,

hamburguerias, pizzarias e food trucks. Os mesmos apresentaram interesse na

participação e da aceitação do Termo de Consentimento (APÊNDICE II).

Utilizou-se de um questionário estruturado (APÊNDICE I) como instrumento de

coleta de dados. O questionário possuía 18 questões, que foram divididas em 3 sessões:

i) identificação do manipulador; ii) higiene pessoal; e iii) boas práticas de fabricação. O

questionário foi baseado parcialmente na legislação específica para serviços de

alimentação, a RDC nº 216 de 15 de setembro de 2004, da ANVISA, e teve o intuito de

avaliar e caracterizar os manipuladores de alimentos quanto ao perfil socioeconômico,

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conhecimento sobre higiene pessoal, boas práticas de fabricação e a conduta do mesmo

durante o preparo de alimentos em serviços de alimentação.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Identificação dos manipuladores

Em relação as características demográficas, 60,87% dos manipuladores de

alimentos entrevistados eram do sexo masculino e 39,13% do sexo feminino.

A idade dos entrevistados variou de 18 a 39 anos, como mostra a Figura 1, com

predomínio na faixa etária de 20-29 anos (76,47%).

Figura 1. Distribuição por faixa etária dos manipuladores de alimentos do município de Barra do Garças

– MT que participaram da pesquisa sobre boas práticas de fabricação nos serviços de alimentação.

Em relação às características sexo e idade, não há um consenso quanto ao perfil

dos manipuladores dos serviços de alimentação nos trabalhos realizados no Brasil, pois

na maioria das pesquisas este não é o objetivo, os dados geralmente são utilizados como

forma de caracterizar a população estudada (MEDEIROS, 2010).

17,65%

76,47%

5,88%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

18-20 20-29 30-39

%

Idade (anos)

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O nível de escolaridade dos manipuladores de alimentos entrevistados está

apresentado na Figura 2:

Figura 2. Nível de escolaridade dos manipuladores de alimentos do município de Barra do Garças – MT

que participaram da pesquisa sobre boas práticas de fabricação nos serviços de alimentação.

Medeiros (2010) afirma que dos critérios a serem adotados na seleção, a

escolaridade é uma das características essenciais para o setor, uma vez que os

funcionários com maior escolaridade mostraram-se mais qualificados na área de

alimentos.

Grande parte dos manipuladores de alimentos (86,96%) apresentaram o nível de

escolaridade equivalente ou superior ao ensino médio, considerando-se um nível de

escolaridade satisfatório. O que contradiz alguns estudos, que trazem dados mostrando

que os serviços de alimentação agregam na maioria das vezes trabalhadores sem educação

de alto nível ou especifica, pois o mercado de trabalho nem as legislações especificas

exigem, o que indica que na maioria das vezes os indivíduos podem optar por este

trabalho apenas por retorno financeiro ou afazer temporário (CUNHA; STEDEFELDT;

ROSSO, 2014).

4,35 %

8,70 %

21,74 %

43,48 %

21,74 %

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Ensino Fundamental

Completo

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo

Ensino Superior

Incompleto

Ensino Superior

Completo

%

Nível de escolaridade

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Essa discrepância de valores pode ser explicada devido ao fato do município de

Barra do Garças – MT ser um polo universitário, onde muitos estudantes buscam estes

serviços como uma forma rápida e fácil de complementar a renda e permanecer na

universidade. O que pode estar diretamente ligado com o fato de 86,96% dos

manipuladores de alimentos apresentarem faixa etária entre 18 e 29 anos. Devides, Maffei

e Catanozi (2014) adotam essa ocorrência como sendo uma boa oportunidade, pois a

inserção de indivíduos jovens nesta área de atuação é comum e requer a necessidade de

capacitação profissional, considerando-se que, muitas vezes, é sua primeira experiência

profissional e uma excelente oportunidade para implantar conceitos de higiene e boas

práticas na manipulação dos alimentos

Ao avaliar a qualificação dos manipuladores de alimentos para realizar tal função,

observou-se que se trata do primeiro emprego em serviços de alimentação de 73,91% dos

participantes. Dos iniciantes no ramo, somente 29,41% realizaram algum curso para

manipuladores de alimentos. Pode-se observar que a maioria (70,59%) encontra-se sem

nenhum curso preparatório para exercer tal atividade. A legislação de âmbito nacional

aplicada a estabelecimentos manipuladores de alimentos (RDC nº 216 de 15/09/2004)

torna obrigatório todos os funcionários apresentarem capacitação periódica, comprovada,

nos temas: higiene pessoal, manipulação higiênica de alimentos e doenças transmitidas

por alimentos (BRASIL, 2004).

Quando perguntados sobre a participação em algum curso para manipuladores de

alimentos, pode-se observar na Figura 3 que 65,22% dos manipuladores de alimentos

entrevistados afirmaram nunca ter participado. A portaria SVS/MS nº 326 de 30/07/97

que regulamenta as boas práticas de fabricação torna obrigatório que o estabelecimento

tome providências para que todas as pessoas que manipulem alimentos recebam instrução

adequada e contínua em matéria higiênica sanitária, na manipulação dos alimentos e

higiene pessoal, adotando precauções necessárias para evitar a contaminação dos

alimentos. A capacitação deve abranger todas as partes pertinentes do regulamento

(BRASIL, 1997).

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Figura 3. Participação dos entrevistados em cursos para manipuladores de alimentos.

Ribeiro et. al (2010) verificaram em sua pesquisa que os manipuladores de

alimentos possuem uma equalização mínima de conhecimentos sobre as práticas

higiênico-sanitárias, evidenciando a necessidade de aplicação de treinamentos periódicos

visando minimizar possíveis problemas sanitários que comprometam a oferta de

alimentos seguros.

5.2 Higiene pessoal

Na Tabela 1 são apresentados os percentuais de conformidades (de acordo com a

RDC nº 216/2004) observados de acordo com as respostas oferecidas pelos

manipuladores de alimentos participantes deste estudo.

34,78%

65,22%

0

10

20

30

40

50

60

70

Sim Não

%

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Tabela 1. Higiene pessoal e comportamento dos manipuladores de alimentos do munícipio de Barra do

Garças - MT.

Higiene pessoal e comportamento dos manipuladores de alimentos N %

Lavam as mãos sempre que recomeçam uma atividade 22 95,65

Não utilizam adornos 16 69,56

Mantêm-se afastados das obrigações quando apresenta lesões, enfermidades ou

qualquer problema de saúde

18 78,26

Utilizam touca ou rede de proteção 20 86,96

Mantêm as unhas curtas e sem a presença de base/esmalte 21 91,30

Utilizam uniformes claros, limpos e sapatos fechados 16 69,56

Utilizam uniformes somente nas dependências do estabelecimento 20 86,96

Dentre os manipuladores de alimentos entrevistados, sendo proporcionais entre os

sexos, apenas 43,48% (n=10) atenderam todos os critérios básicos de higiene e

comportamento apresentados na Tabela 1.

A legislação vigente preconiza que durante a manipulação de alimentos, os

manipuladores devem manter as unhas curtas e sem a presença de esmalte ou base, e todos

os objetos de adorno pessoal devem ser retirados. Os adornos devem ser removidos pois

podem apresentar perigo físico e biológico aos alimentos, além de dificultar a

higienização apropriada das mãos. Durante a pesquisa, verificou-se que 30,44% dos

entrevistados utilizam adornos e 8,7% não mantêm as unhas curtas ou utilizam base ou

esmalte. Resultados que contrastam com os encontrados nas cidades de Pelotas – RS,

onde os percentuais encontrados foram de 55% e 25% respectivamente. Em São Paulo,

Lucca (2000) se deparou com 83% e 70%, respectivamente. Comparando os três

trabalhos, pode-se ressaltar que na cidade de Barra do Garças – MT os manipuladores

possuem maior cuidado com os presentes critérios de higiene pessoal (ALVES;

GIARETTA; COSTA, 2012; BRASIL, 2004; RODRIGUES et al., 2003).

A respeito da higiene das mãos, a RDC nº 216/2004 menciona que os

manipuladores devem lavar com atenção as mãos ao chegar na área de manipulação, antes

e após manipular alimentos, após suspensões no serviço, pegar materiais contaminados,

utilizar sanitários e sempre que for necessário. Nesta pesquisa, 95,65% dos manipuladores

afirmam lavar as mãos nas ocasiões que a legislação vigente exige. Em contraste com

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outros estudos, o percentual encontrado é altamente significativo, pois Alves, Giaretta e

Costa (2012) constataram que apenas 8% dos manipuladores higienizam as mãos antes

da manipulação de alimentos e após interrupções e Pagotto et al. (2018) verificou que

93,3% dos seus entrevistados tiveram um percentual de erro quando perguntados sobre a

higienização das mãos. Em estudo, Tinoco et al. (2009) também apurou que 70,83% dos

manipuladores não lavavam as mãos com frequência enquanto estavam manipulando

alimentos (BRASIL, 2004).

O conhecimento sobre a responsabilidade de se lavar as mãos é importante na

prevenção de doenças transmitidas por alimentos, porém a falta de compreensão sobre a

importância desta ação pode levar o manipulador a negligenciar este ato. A higienização

correta das mãos é indispensável, pois os manipuladores podem ser fontes de micro-

organismos patogênicos, devido as falhas que podem ocorrer na higiene pessoal ou na

ocorrência de contaminação cruzada (BARBOSA, 2014; BAŞ; ERSUN; GÖKHAN,

2006).

As legislações específicas determinam que os manipuladores de alimentos

apresentem asseio pessoal, utilizando uniformes compatíveis à atividade, de cor clara,

conservados e limpos; além de sapatos fechados. Em relação ao vestuário, 69,56% dos

entrevistados utilizam uniforme nas condições estabelecidas pelas legislações. Sendo uma

percentagem alta e significativa quando contrastada, pois durante avaliação de boas

práticas em unidades de alimentação na Paraíba, Lopes et al. (2015) verificou que

somente 10,33% dos manipuladores utilizavam uniformes limpos e adequados. Lôbo et

al. (2014) concluiu que apenas 7,5% dos manipuladores no Recôncavo da Bahia

utilizavam uniformes nas condições adequadas estabelecidas pela legislação (BRASIL,

1997; BRASIL, 2004).

É exigido ainda, que os uniformes sejam utilizados exclusivamente nas

dependências internas do estabelecimento. A respeito, somente 13,04% dos

manipuladores utilizam os uniformes fora da área de manipulação. O que representa uma

pequena parcela, já que Amaral et al. (2019) constataram que 26% dos manipuladores do

interior paulista utilizavam quase sempre os uniformes fora do ambiente de trabalho

(BRASIL, 1997; BRASIL, 2004).

Sobre as proteções utilizadas no cabelo, 86,96% dos entrevistados declararam usar

toucas ou redes de proteção. É um percentual alto quando comparado a outros estudos,

Tinoco et al. (2009) encontraram apenas 25% dos manipuladores utilizando proteções no

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cabelo; Beiró e Silva (2009) apontam que em apenas 17,4% dos quiosques, os

trabalhadores utilizavam a proteção adequada sobre os cabelos. Portanto, os dados

levantados no presente trabalho vão de encontro com a legislação, a qual indica que os

manipuladores de alimentos devem usar cabelos presos, protegidos por redes, toucas ou

outro acessório apropriado para esse fim, pois os mesmos são importantes para que não

sejam um perigo físico durante a manipulação dos alimentos (BRASIL, 2004).

A RDC nº 216/2004 recomenda que todos os manipuladores que apresentarem

lesões, enfermidades ou problemas de saúde que possam comprometer a qualidade

higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da manipulação de alimentos

enquanto persistirem essas condições de saúde. Nos estabelecimentos visitados,

constatou-se que 21,74% dos manipuladores de alimentos não se afastam das obrigações

quando apresentam qualquer problema de saúde, o que apresenta um fator de risco para

a saúde dos consumidores (BRASIL, 2004).

Em relação à treinamentos, somente 34,78% fizeram algum curso para

manipuladores de alimentos. Sendo que destes, apenas 30% aplicam os conhecimentos

adquiridos no curso, atendendo os critérios de higiene necessários. Castro, Tabai e

Barbosa (2006) concluíram a partir de sua pesquisa realizada no Rio de Janeiro que

somente 30% dos trabalhadores de serviços de alimentação recebem capacitação contínua

sobre os temas higiene pessoal e manipulação de alimentos. Andreotti et al. (2003)

constataram em seu estudo que o treinamento deve ser um processo contínuo e planejado,

pois não é possível realizar mudanças sem que haja conscientização por parte dos

manipuladores. É indispensável o apoio dos funcionários, e principalmente, fiscalização

do responsável legal para que se obtenha bons resultados no programa de capacitação de

manipuladores e implantação de boas práticas de fabricação. Para que realmente se

obtenha mudanças no comportamento, as pessoas devem estar envolvidas no processo e

não apenas interessadas (BERTO, 2008).

A higiene pessoal do manipulador é um fator que pode afetar os alimentos,

causando interferência no qualidade produto final. Em função disso, toda atenção e

medidas de controle devem ser exigidas aos manipuladores. As orientações sobre higiene

pessoal devem ser seguidas cautelosamente, para evitar ao máximo a probabilidade de

contaminação, e por fim, apresentando aos consumidores alimentos de forma segura e

saudável (FERREIRA, 2006).

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5.3 Boas práticas de fabricação

Ao analisar os dados obtidos, observou-se que 52,17% dos estabelecimentos

participantes possuem manual de boas práticas de fabricação. A ANVISA (Resolução

RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004), na seção documentação e registro traz como

exigência que os serviços de alimentação disponham de manual de boas práticas de

fabricação, sendo que os documentos devem estar acessíveis aos funcionários e

disponíveis à autoridade sanitária, quando solicitado (BRASIL, 2004).

Nos estabelecimentos que possuem manual de boas práticas, 50% dos

entrevistados têm algum curso para manipuladores de alimentos. Destes, 16,67%

afirmaram não ter conhecimento sobre as boas práticas de fabricação e 8,33% alegaram

não apresentar curso para manipuladores e nenhum conhecimento sobre as boas práticas

de fabricação. A Norma Regulamentadora nº 4/2014 da Diretoria de Vigilância Sanitária

– DIVISA estabelece que os serviços de alimentação possuam programa próprio ou

terceirizado de capacitação em boas práticas, mantendo-se arquivado o registro nominal

da participação dos empregados, que deverá ser realizada obrigatoriamente na

contratação de novos funcionários, periodicamente a cada seis meses e sempre que

necessário. O que não justifica estabelecimentos que possuem manual de boas práticas de

fabricação apresentarem funcionários que não possuem curso e nem conhecimento sobre

os mesmos (BRASIL, 2014).

Quando indagados sobre ter consciência que os alimentos podem transmitir

doenças e até causar morte, 95,65% dos entrevistados afirmaram possuir conhecimento.

De acordo com a OMS, o manipulador de alimentos é o principal veículo de transmissão

de doenças, por ter contato direto com alimento os mesmos têm grandes chances de

introduzir e proliferar micro-organismos patogênicos, sendo bem estabelecida a

associação entre falhas em processos de manipulação e a ocorrência de doenças

veiculadas por alimentos, portanto, é essencial que os mesmos tenham conhecimento

sobre a responsabilidade que carregam ao manipular os alimentos (SOARES; CANTOS,

2005; SOUZA, 2010).

Dos participantes, 95,65% afirmaram se preocupar com a qualidade e segurança

dos alimentos que manipulam. Este representa um fator de significância, pois os

manipuladores de alimentos desempenham função importante na cadeia produtiva, sendo

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que os mesmos pode interferir diretamente na qualidade sanitária do produto final devido

a responsabilidade que carregam (ALVES, 2012; VASCONCELOS, 2008).

Ao questionar os funcionários dos estabelecimentos que não possuem manual de

boas práticas sobre a possibilidade de implantação, 83,33% afirmaram que os locais

possuem condições para futura implantação. É relevante esse dado, pois mostra a

preocupação que os mesmos carregam em se adequar a legislação. Souza, Medeiros e

Saccol (2013) verificaram que após a implantação do manual de boas práticas em uma

unidade de alimentação e nutrição na cidade de Santa Maria – RS houveram mudanças

positivas, principalmente a respeito da capacitação dos funcionários, pois os mesmos

ficaram mais cautelosos com a higiene dos equipamentos, utensílios e instalações

internas, também foi observada uma melhora significativa durante a manipulação dos

alimentos.

Rêgo (2004) concluiu ao avaliar unidades de alimentação e nutrição que mesmo

sendo um grande desafio estabelecer controle rigoroso e implementar as boas práticas, os

resultados são compensatórios uma vez que o investimento é recuperado rapidamente, a

produtividade é aumentada e quando comparados a outros estabelecimentos as condições

de continuar no mercado com mais segurança é maior. Além de obter uma evolução

relevante na organização interna, através de treinamentos dos manipuladores e da

melhoria do ambiente de trabalho. Diante disso tudo, a maior recompensa é oferecer ao

consumidor produtos seguros nos quais os riscos de contaminação são mínimos.

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6. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos neste estudo apontam que os manipuladores de alimentos

possuem algum conhecimento sobre as boas práticas de fabricação. Porém alguns ainda

não possuem treinamento adequado, consequentemente, muitos dos princípios básicos

são ignorados durante o desempenho de suas funções. Esse fato evidencia a necessidade

desses temas serem abordados em treinamentos periódicos para capacitação dos

manipuladores de alimentos e supervisionados diariamente nos locais de produção para

melhorar o desempenho na realização das etapas do processo.

Os manipuladores reconhecem sua importância no que diz respeito a possibilidade

de contaminação dos alimentos. Acredita-se que muitos itens ainda precisam melhorar,

mas este deve ser um processo gradual, onde todas as normas estabelecidas no manual

tornem-se procedimentos de rotina.

Portanto, conclui-se que somente por intermédio de um eficiente e permanente

programa de conscientização e capacitação dos manipuladores pode-se garantir a oferta

de alimentos seguros e contribuir favoravelmente para a qualidade higiênico-sanitária dos

alimentos oferecidos aos consumidores.

.

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31

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8. APÊNDICES

APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO

1. Identificação do manipulador

1.1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

1.2. Idade: ( ) 18-20 anos ( ) 20-29 anos ( ) 30-39 anos ( ) Acima de 40 anos

1.3. Escolaridade: ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto

( ) Ensino superior completo

1.4. É o seu primeiro emprego em serviços de alimentação? ( ) Sim ( ) Não

1.5. Já fez algum curso para manipuladores de alimentos? ( ) Sim ( ) Não

2. Higiene pessoal

2.1. Quando interrompe uma atividade, ao recomeçá-la, lava cuidadosamente as mãos?

( ) Sim ( ) Não

2.2 Utiliza adornos (brincos, anéis, etc) durante a manipulação dos alimentos? ( ) Sim

( ) Não

2.3 Trabalha mesmo se tiver lesões/enfermidades ou algum problema de saúde? ( ) Sim

( ) Não

2.4 Mantém as unhas curtas, sem presença de esmalte/base? ( ) Sim ( ) Não

2.5 Durante a manipulação, seu cabelo está preso e protegido por rede/touca? ( ) Sim ( )

Não

2.6 Utiliza uniforme claro, limpo e sem bolso; e sapato fechado? ( ) Sim ( ) Não

2.7 Utiliza seu uniforme somente na área de trabalho? ( ) Sim ( ) Não

3. Boas práticas de fabricação

3.1 Conhece as Boas Práticas de Fabricação? ( ) Sim ( ) Não

3.2 Se preocupa com a qualidade e segurança do alimento que manipula? ( ) Sim ( )

Não

3.3 Tem consciência que os alimentos podem transmitir doenças e até causar morte? ( )

Sim ( ) Não

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3.4 Têm conhecimento sobre as exigências higiênico-sanitárias atribuídas aos

manipuladores de alimentos? ( ) Sim ( ) Não

3.5 O estabelecimento no qual você trabalha têm um manual e segue as Boas Práticas de

Fabricação? ( ) Sim ( ) Não

3.6 Se o estabelecimento NÃO segue e NÃO tem um manual de Boas Práticas de

Fabricação, você acha que o mesmo possui condições de implantar futuramente? ( ) Sim

( ) Não

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APÊNDICE II – TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro, por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado(a) e/ou

participar na pesquisa de campo que tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento

do Trabalho de Conclusão de Curso, que tem como título “Percepção dos Manipuladores

de Alimentos sobre Boas Práticas de Fabricação no munícipio de Barra do Garças - MT”,

o qual está sendo elaborado pela acadêmica Maria Gabrielly Spagnol, graduanda do curso

de Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de Mato Grosso, sob o nº de

matrícula 201411721005.

Fui também esclarecido(a) de que os usos das informações por mim oferecidas

estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa e, minha participação consistirá

em responder um questionário. Entendo que esse estudo possui finalidade de pesquisa

acadêmica, onde os dados obtidos serão procedidos de forma anônima, sendo assim,

preservado o meu anonimato e assegurada minha privacidade.

Declaro ainda, estar ciente de que tal pesquisa tem como objetivo principal

avaliar o conhecimento e o comportamento dos manipuladores de alimentos em relação

as Boas Práticas de Fabricação, e que seu desenvolvimento está sendo orientado pela

Prof.ª Dra. Loyse Tussolini.

Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer

incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para

o sucesso da pesquisa.

Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento.

___________________________________________________

Assinatura do Entrevistado(a)

___________________________________________________

Assinatura da Pesquisadora

Barra do Garças – MT, _____ de __________________________ de 2019.

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