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PERCEPÇÃO HUMANA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO PRODUTO Gustavo de Souza Jardim (Mackenzie) [email protected] Anelice Reis Monteiro Dentinho (Mackenzie) [email protected] Marcel Augusto Tang de Oliveira (Mackenzie) [email protected] Arao Sapiro (Mackenzie) [email protected] Raquel Cymrot (Mackenzie) [email protected] Este trabalho visa estudar e exemplificar o processo de análise da capacidade de percepção das características físicas de um produto, buscando definir quais destas podem influenciar na opinião do consumidor quanto ao produto, se forem alterradas. Tendo definido a capacidade de percepção do mercado quanto ao produto e as características existentes que apresentam maior importância para este, estas informações podem ser transformadas em ferramenta estratégica para o auxílio ao fabricante no desenvolvimento ou aprimoramento de produtos ou métodos de produção. Para a obtenção desses dados foram realizados uma pesquisa e testes, analisando a opinião da amostra para aspectos como dimensões, pesos, forças, entre outros, que permitiram uma comparação entre a percepção do consumidor e o estado em que, de fato, as características observadas se encontram, além da preferência do entrevistado para cada quesito citado. As informações obtidas na pesquisa foram interpretadas estatisticamente, com o auxílio do software Minitab, por meio do teste de Friedman, o que permitiu analisá-las de forma a identificar quais aspectos têm suas variações menos percebidas pelo consumidor e quais são mais notadas por eles, relacionando-as com as suas preferências. Este teste também permitiu afirmar o quanto as diferenças nos aspectos analisados se destacam em relações às outras. Palavras-chaves: Percepção, qualidade percebida, preferência do consumidor, engenharia do produto, benchmarking, engenharia reversa, teste de Friedman XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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PERCEPÇÃO HUMANA DAS

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO

PRODUTO

Gustavo de Souza Jardim (Mackenzie)

[email protected]

Anelice Reis Monteiro Dentinho (Mackenzie)

[email protected]

Marcel Augusto Tang de Oliveira (Mackenzie)

[email protected]

Arao Sapiro (Mackenzie)

[email protected]

Raquel Cymrot (Mackenzie)

[email protected]

Este trabalho visa estudar e exemplificar o processo de análise da

capacidade de percepção das características físicas de um produto,

buscando definir quais destas podem influenciar na opinião do

consumidor quanto ao produto, se forem alterradas. Tendo definido a

capacidade de percepção do mercado quanto ao produto e as

características existentes que apresentam maior importância para este,

estas informações podem ser transformadas em ferramenta estratégica

para o auxílio ao fabricante no desenvolvimento ou aprimoramento de

produtos ou métodos de produção. Para a obtenção desses dados

foram realizados uma pesquisa e testes, analisando a opinião da

amostra para aspectos como dimensões, pesos, forças, entre outros,

que permitiram uma comparação entre a percepção do consumidor e o

estado em que, de fato, as características observadas se encontram,

além da preferência do entrevistado para cada quesito citado. As

informações obtidas na pesquisa foram interpretadas estatisticamente,

com o auxílio do software Minitab, por meio do teste de Friedman, o

que permitiu analisá-las de forma a identificar quais aspectos têm suas

variações menos percebidas pelo consumidor e quais são mais notadas

por eles, relacionando-as com as suas preferências. Este teste também

permitiu afirmar o quanto as diferenças nos aspectos analisados se

destacam em relações às outras.

Palavras-chaves: Percepção, qualidade percebida, preferência do

consumidor, engenharia do produto, benchmarking, engenharia

reversa, teste de Friedman

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1. Introdução

A competitividade no cenário atual entre produtos semelhantes é muito grande, podendo

pequenos fatores fazer a diferença no momento da compra ou da continuação do uso.

De acordo com Woodruff (1997), o consumidor vê um produto como um grupo de atributos e

após o uso e avaliação destes, alguns aspectos se sobressaem e são estes que exercem maior

influência sobre o consumidor, aumentando a sua fidelidade. Se o consumidor não notar uma

diferença existente entre determinados fatores/aspectos de um produto, significa que ele não é

capaz de perceber essa diferença ou que ele não considera esta característica significante o

suficiente a ponto de reparar em alguma alteração na mesma.

É válido notar que nem sempre as características mais importantes para o consumidor

correspondem às mais importantes para o fabricante. O fabricante valoriza as características

que permitem que o produto funcione de maneira apropriada, tenham qualidade superior às de

seus concorrentes, sigam as legislações vigentes, etc. Enquanto muitos consumidores seguem

essas prioridades, parte deles dá mais importância a características que podem ser

consideradas supérfluas, como beleza, status da marca, etc. Havendo essa divergência, cabe

ao fabricante saber reconhecer os aspectos que seus consumidores veem como primordiais e

adequar seus produtos a eles.

2. Revisão da literatura

Esta revisão objetiva caracterizar os principais conceitos relacionados ao processo de escolha

de produtos e comportamento do mercado, além de ferramentas de análise desses aspectos.

2.1. Dimensões do produto

As empresas podem usar os limites da capacidade de percepção do consumidor como

ferramenta estratégica, investindo nos fatores percebidos com maior facilidade, permitindo

assim o estabelecimento dos requisitos mínimos de um produto.

Slack e Corrêa (1993) identificam e qualificam os atributos de um produto em três classes: os

facilmente percebidos, os que precisam possuir uma performance mínima e aqueles cuja

presença influencia pouco o consumidor, independente de sua qualidade.

Na visão de Pasquale et al. (2009), um produto pode ser analisado em três categorias

diferentes: dimensão estética do produto, funcional e psicológica. A primeira é percebida

imediatamente e determinante no processo de aquisição de um produto (está relacionada aos

aspectos sensoriais do produto, como forma, cor, textura, etc.). A dimensão funcional,

relacionada à sua utilidade básica, só será percebida após a compra e uso do produto. Já a

dimensão psicológica está ligada ao subjetivo e inconsciente, fornecendo uma sensação de

satisfação que muitas vezes está fortemente ligada ao poder da marca. Porém, a relevância

atribuída aos aspectos de um produto varia com o ambiente, necessitando uma pesquisa

exploratória para distinguir quais se sobressaem em determinado nicho (AAKER, 1998).

Segundo Dominguez (2000), a importância dada a um determinado aspecto de um produto

também pode variar no decorrer da utilização do mesmo.

2.2. Mercado consumidor

Mercado consumidor é um grupo de pessoas dispostas a pagar diferentes quantias para obter

os produtos ou serviços desejados. O comportamento de compra é complexo, uma vez que

envolve também o inconsciente. Fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos influenciam

este ato (PASQUALE et al., 2009).

Outro fator a ser considerado é o histórico e a popularidade do produto. Muitos produtos e

marcas são estereotipados, o que pode ser positivo ou negativo (GUILHOTO, 2001). Keller e

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Machado (2007) afirmam que atualmente há varias marcas que obtiveram uma vantagem

sobre suas concorrentes devido à crença na excelência do país ou região onde o produto

originou-se.

2.3. Percepção

Segundo Pasquale et al. (2009, p. 45), “A percepção é a maneira como o consumidor vê o

produto de uma empresa, como ele o considera perante os produtos de concorrentes.”.

O estado psicológico do indivíduo é um fator determinante na percepção, sendo decisivos na

captação dos estímulos. O que é importante para um indivíduo pode não ser para outro. Outro

fator que influencia a percepção é a atenção, quanto maior a atenção maior a capacidade de

percepção simultânea, ainda que não seja possível captar todos os estímulos ao mesmo tempo.

O ambiente também interfere diretamente nessa capacidade a partir de estímulos aos sentidos

(KARSAKLIAN, 2004).

O conceito de que a percepção da qualidade ocorre quando o consumidor avalia as diferenças

existentes entre os atributos/aspectos apresentados por diferentes produtos é adotado há

décadas. Embora os métodos de produção sejam importantes, investir em uma produção

ultramoderna sem transmitir valor ao consumidor não traz retorno. Um produto não se

sobreporá sobre outro se o consumidor não perceber a superioridade de um em relação ao

outro (LEWIN, 1936 apud BORGES JÚNIOR, 1997, p. 7).

A satisfação não impede que o consumidor experimente outro produto que possua

características de fácil percepção ou que possua uma relação custo-benefício evidenciada.

Portanto, a base da lealdade por parte do mercado pode estar na capacidade de percepção de

cada um (MOTA; FREITAS; SILVA, 2006).

Quando alguma alteração é feita em um produto, seu objetivo é aumentar ou manter a

demanda já existente, otimizar os custos e melhorar a performance do produto. Há dois itens

que as condicionam: os fatores que se originam de decisões e ações internas da empresa e os

fatores de origem externa (consumidores, concorrentes, governo, tecnologia disponível, etc.)

(TOLEDO, 1994).

2.4. Benchmarking

De acordo com Slack; Chambers; Johnston (2007) o benchmarking é uma ferramenta

utilizada pelas empresas como forma de comparação de operações e visa, acima de tudo,

descobrir, analisar e incentivar contribuições positivas que auxiliam na competitividade da

organização, por meio de novas ideias e práticas que estejam preparadas para serem adaptadas

e imitadas.

Tal processo contínuo é utilizado para que uma empresa se assemelhe à empresa reconhecida

como líder, aumentando, sua competitividade (KOTLER; 2007).

2.5. Engenharia reversa

Segundo Gurgel (2007, p. 233) “A engenharia reversa tem como objetivo levantar toda a

tecnologia inserida no projeto e na fabricação de um produto concorrente.”.

Na Engenharia Reversa é realizado um processo de “dissecação” no qual o produto e suas

peças são, inicialmente, dimensionados e pesados. Em seguida é feito um estudo sobre o

espaço existente entre as peças, a tonalidade, a texturização, o acabamento e os resíduos

encontrados. Também são realizados testes físico-químicos e a identificação das matérias-

primas, entre outros processos (GURGEL; 2007).

Segundo Mury (2000) a Engenharia Reversa é usada principalmente para a implementação de

melhorias e/ou novas características em produtos, sendo possível obter também a redução dos

custos. Além disso, essa prática permite a reconstrução de peças e produtos que se encontram

atualmente fora de mercado.

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3. Desenvolvimento da pesquisa survey

Foi realizada uma pesquisa survey, descrita a seguir, visando avaliar a capacidade de

percepção e a preferência do consumidor.

3.1. Pesquisa de mercado consumidor

Para coletar os dados necessários a esta pesquisa exploratória foi desenvolvido um formulário

(preenchido pelos entrevistadores).

A amostra foi formada por voluntários de cursos de uma mesma universidade, com dois tipos

esperados de perfil de aluno quanto ao uso da lapiseira. A amostra obtida foi não

probabilística, já que houve recusas em responder à pesquisa (inviabilizando uma amostragem

sistemática), e também criteriosa, uma vez que a escolha de quem seria abordado para a

pesquisa independeu do pesquisador, visto que havia uma regra prática de quem convidar para

participar da pesquisa (BOLFARINE; BUSSAB, 2005). Foram selecionadas as pessoas que se

encontravam sozinhas, para que não houvesse interferência externa.

3.2. Forma de amostragem de características da entrevista

O objetivo da pesquisa foi conhecer o processo de análise dos produtos por parte dos

consumidores, ou seja, como eles percebem as características existentes no produto. A

pesquisa apresentou aos indivíduos da amostra três lapiseiras similares do tipo técnico, sem

que fossem informadas as marcas. As lapiseiras serão aqui nomeadas como lapiseira A, B e C.

Os preços adotados para as lapiseiras A, B e C foram respectivamente R$ 18,60, R$ 6,10 e R$

4,10. Foram escolhidos modelos de preços diferentes, observando-se a relação de preço entre

elas, e as conclusões obtidas das avaliações dos entrevistados.

A amostra foi partilhada em dois grupos, de 30 indivíduos cada:

FAU (cursos: Desenho Industrial e Arquitetura e Urbanismo): Grupo com habilidade para

desenho comprovada e uso frequente de lapiseiras do tipo técnico. Espera-se deste grupo

maior qualidade de percepção em relação ao produto.

CCSA (cursos: Administração, Administração com Linha de Formação em Comércio

Internacional, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas): Grupo classificado como de uso

rotineiro, ou de não-uso em consequência do uso de outros instrumentos com o mesmo

objetivo de escrita, tais como canetas, lápis e/ou lapiseiras comuns (sem caráter técnico).

A entrevista da pesquisa foi executada em quatro etapas:

Primeiro, foram obtidos dados apenas para controle de amostra, como gênero, idade, curso e

qual semestre do curso em andamento.

Depois, caracterizou-se o indivíduo quanto ao uso ou não de lapiseira, definindo para os

usuários o tempo de uso, os objetivos de uso e a sua frequência.

A seguir, as três lapiseiras foram mostradas a cada entrevistado, solicitando que este a

analisasse livremente, sem acréscimo de nenhuma informação sobre as mesmas. Foi

requisitado ao entrevistado que identificasse as diferenças observadas entre os modelos.

As características citadas pelo entrevistado foram procuradas em uma lista pré-existente de

características identificadas durante o desenvolvimento da pesquisa. Estando presente na lista,

anotou-se na coluna “espontâneo” a ordem de citação da característica em questão. No caso

da característica citada estar listada, foi apresentada uma escala quantitativa de classificação,

na qual se pediu que os modelos fossem classificados segundo esta escala. As características

presentes na lista e seus parâmetros de avaliação encontram-se no quadro 1 e são apresentadas

na fotografia 1.

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Quadro 1 – Características e parâmetros de avaliação

Fotografia 1 – Características estudadas das lapiseiras.

A pesquisa e análise sobre a característica Movimento do clipe foi descartada, pois a

característica sofreu modificações devido à realização da própria pesquisa.

Após tal etapa, foi solicitado que o indivíduo classificasse a característica quanto à

preferência. No caso da característica não estar listada, a mesma foi anotada em uma lista

diferente, considerando também sua ordem de citação.

Após a listagem espontânea, o restante da lista de características foi apresentado

gradativamente para que o indivíduo fizesse as mesmas análises.

Na última etapa, foram feitas duas perguntas que avaliam as lapiseiras de forma completa,

analisando a ordem de preferência de compra, primeiramente ocultando a informação do

preço das mesmas, e depois, com este dado revelado.

3.3. Caracterização do produto

Para definir as características dos três produtos que foram analisados pelos entrevistados foi

efetuado um processo de engenharia reversa, no qual as lapiseiras foram desmontadas a fim

de executar uma análise minuciosa de partes, mecanismos e materiais. A partir disto, algumas

características básicas e mensuráveis foram medidas objetivando uma comparação entre estes

dados comprovados e as diferenças evidenciadas pela observação dos entrevistados.

Considerando que o produto foi analisado apenas visualmente e por meio de uma rápida

manipulação dos entrevistados, os critérios básicos de comparação utilizados foram:

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dimensões do produto, massa, material, brilho, resistência física, aderência e formatos. Essas

dimensões foram mensuradas para cada lapiseira integralmente, e para algumas de suas partes

principais abordadas especificamente na pesquisa. Assim, pôde-se interpretar a capacidade de

percepção dos entrevistados com maior clareza, relacionando-a com os valores mensurados.

Os valores obtidos são aproximados, desconsiderando exatidão e incerteza.

As dimensões expostas na Tabela 1 foram obtidas através do valor médio de três medições

realizadas para cada dimensão. Como havia a parte espontânea durante a entrevista, uma

mesma característica pode ser avaliada de formas diferentes. Baseado nisso, para a

característica Grossura (diâmetro) do corpo foram obtidas medidas na ponta, meio e final da

lapiseira, e para o Tamanho da tampa foi considerado o tamanho da tampa individualmente, e

sua parcela visível quando encaixada ao corpo da lapiseira.

Tabela 1 – Dimensões das lapiseiras

Também foram realizados testes que permitiram a verificação da força necessária para

comprimir a mola, o que por sua vez permite analisar a capacidade de percepção dos

entrevistados com relação à resistência do clique do corpo de prova. Foi realizado outro teste

que permitiu a verificação da força que o clipe exerce sob um cartão quando o último se

encontra pressionado pelo clipe contra o corpo da lapiseira. Este teste permite realizar a

comparação com a capacidade de percepção das pessoas em relação à resistência do clipe.

Para cada um destes ensaios foram realizadas três repetições. As médias dos resultados

obtidos para cada corpo de prova encontram-se na Tabela 2.

Tabela 2 - Média dos resultados obtidos da força necessária para deslocamento.

3.4. Análise dos resultados

Os dados coletados foram analisados por meio do teste de Friedman (SIEGEL; CASTELLAN

JÚNIOR, 2008), sendo realizados testes distintos para cada característica, separados por

percepção e preferência, em cada amostra proveniente de cada grupo.

Para a realização dos testes foram atribuídos postos ordenados de 1 a 3 para as respostas dos

entrevistados para cada lapiseira, de acordo com a escala pré-estabelecida para cada

característica. Para o caso de empates foi utilizada a média dos postos correspondentes.

Foi adotada como hipótese nula a situação em que as amostras das três lapiseiras pertencem à

mesma população indicando que não há distinção entre elas.

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Os testes de Friedman foram realizados utilizando-se o software estatístico Minitab, versão

16.1.0. A análise do resultado é feita por meio do valor-P. Tal valor corresponde ao menor

nível de significância que permite a rejeição da hipótese nula de que as lapiseiras possuem a

mesma mediana. Definiu-se o nível de significância em 5%, de forma que as medianas

pudessem ser consideradas iguais quando o valor-P resultante do teste fosse maior ou igual a

0,05. Como resultado pode-se inferir se a amostra é ou não capaz de diferir os produtos, seja

em termos de percepção das diferenças ou em termos de preferência.

Complementarmente, foram plotados gráficos do intervalo de confiança de cada amostra

obtida, ilustrando o resultado encontrado no teste de Friedman.

É importante atentar que a percepção de algumas características – material (metal), material

(plástico), metal da borracha e formato do clipe – é qualitativa e não mensurável, portanto o

critério de comparação foi quão diferentes eram as lapiseiras B e C comparando-as com a A

escolhida por ser sequencialmente a primeira, visando facilitar a comparação do entrevistado.

Para tanto, o posto atribuído a A sempre foi o maior possível, devendo então a análise se

restringir às lapiseiras B e C. Vale ressaltar que quanto menor o posto, melhor a classificação.

Na Tabela 3 os valores em preto indicam que existe diferença de opinião entre as lapiseiras e

em vermelho que não existe e a Tabela 4 apresenta a comparação da preferência de compra.

Tabela 3 – Comparação de percepção e preferência para os valores mensurados e a soma de postos.

Tabela 4 – Comparação da preferência de compra em função da informação de preço.

Para a maioria dos resultados houve percepção de diferença na característica, mas não houve

preferência por nenhuma lapiseira. A seguir, são apresentados os principais gráficos de

intervalo de confiança: dos casos destoantes e da preferência de compra.

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Gráfico 1 – Peso

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,5

2,4

2,3

2,2

2,1

2,0

1,9

1,8

1,7

1,6

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Percepção do Brilho do Corpo

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,2

2,1

2,0

1,9

1,8

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Preferência do Brilho do Corpo

Gráfico 2 – Brilho do corpo

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,6

2,4

2,2

2,0

1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Percepção da Aderência da Ranhura

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,4

2,3

2,2

2,1

2,0

1,9

1,8

1,7

1,6

1,5

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Preferência da Aderência da Ranhura

Gráfico 3 – Aderência da Ranhura

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,75

2,50

2,25

2,00

1,75

1,50

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Percepção do Tamanho da Tampa

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,15

2,10

2,05

2,00

1,95

1,90

1,85

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Preferência do Tamanho da Tampa

Gráfico 4 – Tamanho da tampa

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Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,75

2,50

2,25

2,00

1,75

1,50

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Percepção do Metal da Borracha

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,3

2,2

2,1

2,0

1,9

1,8

1,7

1,6

1,5

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Preferência do Metal da Borracha

Gráfico 5 – Metal da borracha

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

2,50

2,25

2,00

1,75

1,50

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Preferência Desconciderando o Preço

Escola

CBA

CCSAFAUCCSAFAUCCSAFAU

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

Po

sto

s

Intervalo de confiança de 95% para a média

Preferência Considerando o Preço

Gráfico 6 – Preferência de compra

Tanto os alunos da FAU como os da CCSA não apresentaram diferenças significativas nos

postos atribuídos para a característica Peso. Percebe-se que os postos foram divididos de

modo aproximadamente homogêneo e a diferença entre suas somas não foi significativa . Do

mesmo modo, a característica Brilho para a amostra de CCSA e o Tamanho da Tampa para a

da FAU não indicaram, por meio do teste de Friedman, que houve diferença de percepção

entre as lapiseiras.

Com os dados de preferência coletados, percebe-se que, entre as características que puderam

distinguir, os entrevistados apresentaram preferência apenas em duas: Metal da Borracha e

Aderência da Ranhura. Em ambos os casos, apenas a amostra da FAU demonstrou

preferência.

A análise dos resultados de preferência de compra indica que, sem haver distinção no preço, a

amostra da FAU demonstra preferência pela lapiseira A enquanto a amostra de CCSA não

apresenta clara distinção entre as três opções. Após serem informados dos preços reais, os

entrevistados da FAU deixam de demonstrar preferência por qualquer opção e os de CCSA

passam a considerar a lapiseira C (mais barata) mais provável de ser comprada enquanto a

lapiseira A (mais cara) torna-se muito menos atrativa que as demais. O conhecimento do

preço foi, portanto, determinante para a escolha a ser realizada.

Na Tabela 5 as maiores dimensões e menores soma de postos estão indicadas em azul e as

menores dimensões e maiores soma de postos em vermelho.

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Tabela 5 - Comparação dos valores mensurados e da soma dos postos

Percebe-se que diversas características apresentam discrepância entre a percepção do

entrevistado e o posicionamento dos valores mensurados presentes na Tabela 3. Apesar deste

fato é importante perceber que, mesmo que contraditória aos dados mensurados, essa é a

percepção real da amostra, tendo significância considerável para o estudo.

As diferenças dimensionais entre as lapiseiras são consideravelmente pequenas, tornando a

percepção destas mais difícil, podendo ser um ponto de análise para os fabricantes no

planejamento de seus produtos para aumentar sua competitividade e consequentemente seu

lucro.

Em especial se destaca a Resistência do Clique que apresentou valores mensurados opostos às

opiniões obtidas, sendo que a percepção pode ser considerada bem definida pela grande

diferença da soma dos postos. Isso pode ter sido causado pela incompreensão do entrevistado

quanto à informação solicitada, do mesmo modo que para características com mais de um

critério de avaliação (Tamanho da Tampa e Grossura do Corpo).

Dentre as características percebidas espontaneamente pelos entrevistados, as que mais se

destacaram foram a Grossura e o Formato do Clipe, citadas 27% das vezes. Ambas tiveram

diferenças percebidas com bastante precisão pela amostra total. O peso foi mencionado

espontaneamente por 20% dos entrevistados, entretanto, devido às respostas variadas, não se

pode afirmar que a amostra foi capaz de diferenciar as lapiseiras corretamente.

Frequentemente, as características que puderam ter a preferência identificada não tiveram

suas diferenças percebidas antes de serem mencionadas pelo entrevistador. As diferenças na

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Aderência da Ranhura e no Metal da Borracha foram percebidas espontaneamente apenas 5%

e 2% das vezes, respectivamente.

Entre as características que não estavam na lista, mas foram citadas pelos entrevistados

espontaneamente, destacam-se as que caracterizam o desempenho geral da lapiseira, tais

como maciez de escrita, firmeza, acabamento, qualidade, entre outros. Isto ressalta como o

consumidor possui uma percepção relacionada ao conjunto e ao uso, deixando as

especificações dos componentes em segundo plano.

4. Conclusão

Com o estudo realizado foi possível afirmar que dentre as características observadas apenas o

peso, o brilho e o tamanho da tampa não apresentaram diferenças significativas o suficiente

para que as amostras fossem capazes de distinguir os corpos de prova em relação a estes

atributos.

O alto índice de sucesso na distinção das características em ambos os grupos foi

surpreendente e não correspondeu à expectativa inicial de que haveria grande diferença entre

os resultados apresentados por cada um dos grupos. Era esperado que, devido ao uso mais

técnico e frequente, o grupo FAU apresentaria maior capacidade de percepção em relação à

CCSA.

Entretanto, apenas para os alunos da FAU houve características cuja preferência pôde ser

determinada, apoiando a expectativa de que este seria mais criterioso. Ainda assim as

preferências definidas não demonstraram influenciar a decisão de compra tanto quanto o

preço das lapiseiras. No caso da FAU, ao ser informada dos preços reais, a amostra eliminou a

preferência que tinha pela compra da lapiseira A, tornando-se indecisa quanto a alguma

preferência. No caso da CCSA, que não apresentou preferência para nenhuma característica e

nem para nenhuma lapiseira sem distinção de preço, apresentou preferência pela mais barata

quando o preço passou a ser um fator de decisão.

Essas informações podem ser usadas para definir como os fabricantes poderão abordar o

projeto de seus produtos.

Os fabricantes das lapiseiras A e B, de tampas mais compridas, poderiam reduzir seus custos

encontrando formas de reduzir o tamanho da tampa, e consequentemente, utilizar menos

material neste componente de forma que não afete a qualidade do produto, já que foi

observado que o consumidor não é capaz de distinguir uma variação sutil desse atributo. O

mesmo ocorre com o peso e brilho do plástico, se for alterado o processo de fabricação sem

que outras características sejam afetadas será possível reduzir custos sem que o consumidor

note qualquer diferença no produto.

Os resultados possibilitam, ainda, conhecer as características que, quando alteradas dentro dos

limites das lapiseiras estudadas, não afetarão a preferência de compra do consumidor, mesmo

que este perceba a alteração.

O estudo permitiu concluir que, dentre os atributos analisados, o consumidor demonstra

preferência por ranhuras mais aderentes e metais que seguram a borracha que sejam mais

semelhantes ao da lapiseira A. Isso permite que os fabricantes das lapiseiras que não foram

preferidas em relação a esses atributos possam considerar a fabricação de seus produtos com

características mais semelhantes aos que o mercado preferiu, caso não haja grandes impactos

nos custos. No caso dos fabricantes cujos produtos já são fabricados dessa forma, devem dar

preferência a alterações em outras características quando buscarem reduzir custos, pois

alterações na aderência da ranhura e no metal da borracha podem comprometer a imagem do

produto no mercado.

Page 12: PERCEPÇÃO HUMANA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO … · 2016. 8. 11. · por eles, relacionando-as com as suas preferências. Este teste também permitiu afirmar o quanto as diferenças

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

12

Como o preço foi considerado mais influente no momento da compra do que as características

físicas, o fabricante deve considerar que alterar o produto com o intuito de torná-lo mais

atraente para o consumidor pode não render os resultados desejados, principalmente caso

eleve os custos, uma vez que o comprador valoriza o fator preço.

Sugere-se para estudos futuros a aplicação dos resultados na pesquisa em ferramentas de

desenvolvimento de produtos, ou seja, analisar a aplicação real deste tipo de informação pelas

empresas. Pode-se ainda, por meio de características identificadas pela pesquisa como pontos

importantes de análise, estimar o impacto que alterações destas podem causar para a empresa

e para o consumidor, como redução de custos (e, opcionalmente, redução de preços para o

consumidor), simplificação de métodos de produção, entre outros.

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