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Fernanda Lopes Santiago
Performance Mastigatória e Força de Mordida em
adolescentes com restauração direta extensa em
molares permanentes: um estudo preliminar.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Uberlândia para obtenção do
Título de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Clínica Odontológica Integrada.
Orientador: Prof. Dr. Alfredo Júlio Fernandes Neto
Uberlândia, 2016
I
S235p2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil.
Santiago, Fernanda Lopes, 1990Performance mastigatória e força de mordida em adolescentes com
restauração direta extensa em molares permanentes: um estudo preliminar / Fernanda Lopes Santiago. - 2016.
53 f. : il.
Orientador: Alfredo Júlio Fernandes Neto.Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia,
Programa de Pós-Graduação em Odontologia.Inclui bibliografia.
1. Odontologia - Teses. 2. Oclusão (Odontologia) - Teses. 3. Mastigação - Teses. 4. Resinas compostas (Odontologia) - Teses. I. Fernandes Neto, Alfredo Júlio. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU: 616.314
Fernanda Lopes Santiago
Performance Mastigatória e Força de Mordida em
adolescentes com restauração direta extensa em
molares permanentes: um estudo preliminar.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Uberlândia para obtenção do
Título de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Clínica Odontológica Integrada
Orientador: Prof. Dr. Alfredo Júlio Fernandes Neto
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Alfredo Júlio Fernandes Neto - UFU
Profa. Dr3. Alessandra Maia de Castro Prado - UFU
Prof. Dr. Gilberto Antônio Borges - UNIUBE
Prof. Dr. Paulo Cézar Simamoto Júnior - UFU
Uberlândia, 2016
SERVIÇO PUBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Fo u fu
Ata da defesa de DISSERTAÇÃO DE MESTRADO junto ao Programa de Pós-graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia.
Defesa de: Dissertação de Mestrado Acadêmico n° 292 - COPOD Data: 23/02/2016Discente: Fernanda Lopes Santiago, Matrícula: 114I20D0004Título do Trabalho: Eficiência Mastigatória e Força de Mordida em adolescentes com restauração direta extensa em molares permanentes: um estudo preliminar.Área de concentração: Clínica Odontológica Integrada.Linha de pesquisa: Tratamentos das Deformidades e dor Oro-Facial e das disfunções temporomandibulares. Projeto de Pesquisa de vinculação: Tratamentos das Deformidades e dor Oro-Facial e das disfunções temporomandibulares.
As oito horas e trinta minutos do dia vinte e três cie fevereiro do ano de 2016 no Anfiteatro Bloco 4L, Anexo A, Sala 23, Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia, reuniu-se a Banca Examinadora, designada pelo Colegiado do Programa de Pós-graduação em janeiro 2016, assim composta: Professores Doutores: Alessandra Maia de Castro Prado (UFU); Gilberto Antônio Borges (UNIUBE); e Alfredo Júlio Fernandes Neto (UFU) orientador(a) do(a) candidato(a) Fernanda Lopes Santiago.
Iniciando os trabalhos o(a) presidente da mesa Dr. Alfredo Júlio Fernandes Neto apresentou a Comissão Examinadora e o candidato(a), agradeceu a presença do público, e concedeu ao Discente a palavra para a exposição do seu trabalho. A duração da apresentação do Discente e o tempo de argüiçâo e resposta foram conforme as normas do Programa.
A seguir o senhor (a) presidente concedeu a palavra, pela ordem sucessivamente, aos (às) examinadore (a)s, que passaram a argüir o (a) candidato (a). Ultimada a argüiçâo, que se desenvolveu dentro dos termos regimentais, a Banca, em sessão secreta, atribuiu os conceitos finais.
Em face do resultado obtido, a Banca Examinadora considerou o (a) candidato(a) iX-provado(a).
Esta defesa de Dissertação de Mestrado Acadêmico é parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre. O competente diploma será expedido após cumprimento dos demais requisitos, conforme as normas do Programa, a legislação pertinente e a regulamentação interna da UFU.
Nada mais havendo a tratar foram encerrados os trabalhos às / / horas e çhú minutos. Foi lavrada a presente ata que após lida e achada conforme foi assinada pela Banca Examinadora.
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Uberlândia, MG. Av. Pará s/n. Bloco 4LB, Sala 4L B35, Fone:(34) 3225 8115, www.ppgo.fo.ufu./br. [email protected].
Orientador (a)
III
DEDICATÓRIA
A Deus,Obrigada Senhor por me proporcionar todas as oportunidades, abrindo portas,
guiando os meus caminhos e iluminando a minha mente para enfrentar todas
as dificuldades e desafios encontrados ao longo desta caminhada. A Ele toda
minha gratidão por possibilitar a realização de mais uma etapa.
Aos meus pais,Por me incentivarem e apoiarem cada decisão na minha vida profissional seja
com apoio moral, financeiro, conselhos, mas sempre me dando forças nas
horas difíceis e com muita compreensão em todos os momentos nos quais me
fiz ausente, mas principalmente por todo carinho e dedicação que têm por mim.
Aos Mestres,A todos os professores que passaram ao longo da minha vida, e que de
alguma forma me inspiraram e incentivaram a trilhar este caminho e que
colaboraram na minha formação como profissional, acadêmica e muito também
na minha formação pessoal.
IV
AGRADECIMENTOS
Aos Professores Alfredo Júlio Fernandes Neto e Paulo Cézar SimamotoJúnior,
Agradeço pela receptividade ao me acolherem no Programa de Pós-
Graduação, por todos os ensinamentos, conselhos e disponibilidade em ajudar
sempre que possível. Foi um prazer trabalhar e conviver estes últimos dois
anos com pessoas e professores tão exemplares e dedicados como vocês!
Aos professores da Banca
Aos professores da banca de qualificação e defesa pela disponibilidade em
participar, por todas as valiosas considerações e empenho de cada um ao
colaborar e contribuir com este trabalho.
Ao professor Carlos José SoaresPela oportunidade de desenvolver este trabalho na Clínica de Hebiatria na
qual têm muita dedicação e empenho.
Ao professor Wilson Mestriner Júnior e à Faculdade de Odontologia deRibeirão Preto - FO-USP
Muito obrigada pela colaboração com as análises laboratoriais das cápsulas
de eficiência mastigatórias realizadas na FO-USP e muito por sua
disponibilidade em ajudar à distância sempre muito atencioso e disposto.
A Faculdade de Odontologia e professores da FOUFUA instituição que nos oferece oportunidades e ensino de qualidade e a todos
os professores da pós e da graduação que estiveram presentes durante o
curso de mestrado e colaboraram para minha formação minha na instituição.
V
Aos funcionários e técnicos administrativos da FOUFUÀs secretárias da pós-graduação, das clínicas e do departamento de oclusão,
aos técnicos laboratoriais e todos os funcionários que colaboram para o bem
estar de todos os alunos e possibilitaram nossas tarefas do dia-a-dia.
Ao Centro de Pesquisa - CPBioPor fornecer um espaço laboratorial de qualidade e equipamentos
necessários para o desenvolvimento de metodologia de força máxima de
mordida nesta pesquisa.
Aos amigos de Mestrado e do Doutorado
Muito obrigada pelo companheirismo de vocês, pelos ensinamentos nas
aulas, pelas ajudas com trabalhos, seminários, pesquisa, pelos momentos de
tensão e de descontração, festinhas, congressos, cafés, almoços... Pessoas e
profissionais incríveis com os quais tive o prazer de conviver. Com certeza fiz
muitos amigos que levo no coração. Torço muito pelo sucesso de cada um de
vocês!
Aos meus amigosIrmãos que escolhi para vida que se mostram sempre presentes mesmo nos
meus momentos ausentes e que compartilham comigo todas as conquistas.
Vocês são essências, obrigada pela parceria!
Ao meu namoradoQue acompanhou parte deste trajeto sendo a minha melhor companhia nos
momentos em que mais precisei fazendo com que tudo seja mais simples e
leve.
A minha família
Obrigada a todos que sempre apoiaram e vibraram com minhas conquistas.
Por toda atenção, carinho e presença na minha vida.
VI
"Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os
milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.”
Albert Einstein
VII
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS 9
RESUMO 10
ABSTRACT 12
1. INTRODUÇÃO E REFERNCIAL TEÓRICO 14
2. PROPOSIÇÃO 20
3. MATERIAL E MÉTODOS 22
3.1. Seleção da Amostra 23
3.2. Registros da Força Máxima de Mordida (FMM) 23
3.3. Avaliação da Performance Mastigatória (PM) 26
3.4. Análise Estatística 30
4. RESULTADOS 31
5. DISCUSSÃO 35
6. CONCLUSÃO 42
REFERÊNCIAS 44
VIII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PM - Performance Mastigatória
PM-L - Performance Mastigatória Livre
PM-LI - Performance Mastigatória no Lado de Intervenção
PM-LS - Performance Mastigatória no Lado Sem Intervenção
FMM - Força Máxima de Mordida
g- Unidade de massa (Grama)
Mg - Unidade de massa (Micrograma)
mg - Unidade de massa (Miligrama)
mL - Unidade de volume (Mililitro)
mm - Unidade de comprimento (Milímetro)
N - Unidade de força (Newton)
Nm - Unidade de comprimento de luz visível (Nanômetro)
PVC - Policloreto de Polivinila
p - Valor de significância estatística
9
RESUMO
10
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar e correlacionar a força máxima de mordida
(FMM) e performance mastigatória (PM) em crianças e adolescentes antes e
após de serem submetidos a restaurações extensas em resina composta em
molares permanentes com tratamento endodôntico. O estudo incluiu treze
adolescentes (n=13), entre 10 e 19 anos de idade, sexo feminino e masculino
com dentes posteriores permanentes submetidos tratamento endodôntico
completo e extensas restaurações de resina diretas envolvendo uma ou mais
cúspides funcionais e não funcionais. Todos os pacientes foram recrutados
antes e logo após a conclusão do procedimento restaurador para analisar a
força da mordida com gnatodinamômetro e performance mastigatória com
alimento teste artificial através do método colorimétrico. Resultados do teste t-
pareado não mostraram diferenças estatisticamente significantes para
performance mastigatória livre PM-L (p = 0,744), mas para PM-LI houve
diferença significativa (p < 0,010). Testes de Wilcoxon mostraram que a
concentração média de fucsina não foi significativa para a performance
mastigatória ao lado sem intervenção PM-LS (p >0,01), mas para FMM no lado
de intervenção houve diferença significativa (p <0,001). Resultados de
correlação de Pearson mostraram nenhuma correlação significativa entre a
força máxima de mordida (FMM) e performance mastigatória no lado de
intervenção (PM-LI) antes e após o tratamento (p> 0,050). Pode-se concluir
que a performance mastigatória e a força de mordida no lado intervenção
melhoraram significativamente após o tratamento restaurador com resina
composta. No entanto, não houve correlação significativa entre a força máxima
de mordida e performance mastigatória no lado de intervenção antes e após o
tratamento.
Palavras-chave: Adolescentes, crianças, força de mordida, mastigação,
oclusão dentária, resinas compostas.
11
ABSTRACT
12
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate and correlate the maximum bite force
(MBF) and masticatory efficiency (ME) in children and youth before and after
been subjected to extensive composite resin restorations in endodontically
treated permanent molars. Thirteen (n=13) youth between 10 and 18 years age,
female and male with permanent posterior teeth submitted to endodontic
treatment and extensive direct composite resin restorations involving one or
more functional and non-functional cusps. All patients were recruited before and
soon after completion of the restorative procedure to analyze the bite force with
gnatodinamometer test and masticatory efficiency with colorimetric method as
food artificial test. Results of paired t-test showed no statistically significant
differences for masticatory efficiency in habitual ME-F (p=0.744) but for ME-IS
there was a significant difference (p < 0.010). Wilcoxon tests showed that the
mean concentration of fuchsin was not significant for masticatory efficiency at
non-intervention side ME-NI (p >0.01), but for MBF at intervention side there
was significant differences (p < 0.001). Pearson’s correlation results showed no
significant correlation between maximum bite force (MBF) and masticatory
efficiency at the intervention side (ME-IS) before and after the treatment (p>
0.050). This study can conclude that masticatory efficiency and the maximum
bite force at intervention side improved significantly after the treatment, showing
that restorative with composite resin was effective in short-term rehabilitation.
However, there was no significant correlation between maximum bite force and
efficiency masticatory at the intervention side before and after the treatment.
Key Words: Bite force, composite resin, masticatory efficiency and youth.
13
INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO
14
1. INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO
A adolescência é definida pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como o período dos 10 aos 19 anos de idade. São etapas da vida
marcadas por imaturidade e instabilidades, mas nas quais também se dá a
formação e cristalização de atitudes, valores e comportamentos que podem
direcionar a vida dos jovens (Moura et al., 2011). Além disso, a adolescência é
tida como o período de maior comportamento de risco para o desenvolvimento
da cárie dentária, em decorrência do precário controle de placa e da redução
dos cuidados com a higiene bucal, agravados por maior independência em
relação à escolha de alimentos e bebidas (Garbin et al., 2009).
Apesar dos inegáveis avanços relacionados à prevenção da doença cárie, ainda persiste um quadro de polarização na sua distribuição. (Rossete Melo,
2011) . Nas últimas três décadas, observou-se uma redução em larga escala e
diminuição da prevalência de cárie dentária na população brasileira e mundial,
porém, a cárie dentária, ainda é uma das doenças crônicas mais prevalentes
em crianças e adolescentes (Abreu et al., 2015). A experiência de cárie (CPO-
D>1) acometeu 56,5% dos indivíduos com 12 anos de idade e 76,1% dos
adolescentes entre 15 e 19 anos de idade apresentando, respectivamente, em
média um índice de 2,07 e 4,25 dentes com experiência de cárie dentária no
último levantamento nacional de Saúde Bucal de 2010 (Ministério da Saúde,
2010). Essa queda, porém, não é homogênea e desigualdades consideráveis em
saúde bucal são encontradas entre as regiões brasileiras e entre países (Do,
2012) .
Uma revisão sistemática recente sobre avaliação de risco de cárie
claramente identifica a idade pós-eruptiva como preditora de cárie em dentes
permanentes, com os primeiros molares estando em maior risco (Mejàre et al.,
2014). A cárie não tratada em dentes permanentes afeta 36% da população do
mundo (Marcenes et al., 2013). Além disso, os molares permanentes são os
dentes mais extraídos por causa de cáries e problemas endodônticos, em
especial os inferiores, com alta incidência de extração precoce em algumas
populações (Yavuz et al., 2006) sendo uma das principais causas de perda de
dentes, principalmente entre jovens e adultos (Boing et al., 2014).
15
A cárie provoca sérios impactos sobre indivíduos e populações e
diversos efeitos negativos têm sido descritos como dor, desconforto, limitações
funcionais, dificuldade de mastigar, diminuição do apetite, perda de peso,
dificuldade para dormir, irritabilidade, baixa autoestima, diminuição do
rendimento escolar e que em última análise pode prejudicar a qualidade de
vida e de saúde bucal (Boing et al., 2014; Peres et al., 2016).
Simultâneo ao problema da cárie, o avanço contínuo de materiais
adesivos e restauradores para a dentição posterior chamou a atenção para os
avanços tecnológicos neste campo. Restaurações diretas posteriores têm sido
frequentemente indicadas em dentes tratados endodonticamente que têm
alguma quantidade de cúspide remanescente (Soares et al., 2008). Além disso,
restaurações diretas requerem uma preparação mínima do dente sendo uma
opção de tratamento menos invasiva e mais conservadora (Memarpour,
Mesbahi & Shafiei, 2010), evitando assim o uso de restaurações mais
complexas no tratamento de lesões cariosas extensas nos molares
permanentes de crianças e adolescentes (Candan et al., 2013). Estudos têm
sido realizados para determinar a técnica ideal para restaurar dentes tratados
endodonticamente (Pereira et al., 2016; Soares et al., 2008). Tem sido
demonstrado que o enfraquecimento dos dentes devido a procedimentos
restauradores aumenta com a redução da estrutura dental (Plotino et al., 2008).
Restaurações diretas extensas em resina composta exibem boa durabilidade e
têm demonstrado terem uma resistência suficiente para suportar forças
oclusais e proteger a estrutura dental remanescente (Candan et al., 2013).
Um dos principais objetivos de um tratamento dental restaurador é
devolver ou melhorar a função mastigatória, por meio da restauração dos
dentes naturais e/ou da substituição dos dentes perdidos (Feine e Lund, 2006;
Boretti et al., 1995). A avaliação desta função é um importante critério de
controle de qualidade dos tratamentos realizados (Silva et al., 2011).
A mastigação é uma das mais importantes funções do aparelho
estomatognático e também uma das mais estudadas (Escudeiro-Santos et al.,
2006). Ela é caracterizada pelo ato de morder, triturar e mastigar os alimentos
por ação do processo fisiológico complexo associado a atividades
16
neuromusculares altamente dependentes do desenvolvimento do complexo
craniofacial, sistema nervoso central e oclusão dentária (Cattoni, 2005). Além
disso, ela representa o primeiro passo do processo digestivo onde o alimento
sofre modificações para ser deglutido (Cazal, 2013). Quando adequada, a
mastigação estimula e proporciona uma adequada função para o
desenvolvimento normal da maxila e da mandíbula (Ono et al.,1992). A função
mastigatória pode ser analisada pela autoavaliação da capacidade de
mastigação e/ou performance mastigatória mensurada por testes de laboratório
(Feine e Lund, 2006). Como a mastigação reduz o tamanho dos alimentos e
prepara-o para a deglutição e digestão, a sua performance pode ser
mensurada por determinação da capacidade individual de fragmentar um
alimento teste (Feine e Lund, 2006).
A performance mastigatória (PM) é a capacidade do sistema
mastigatório de um indivíduo em reduzir as partículas de alimentos para serem
engolidas determinado através da quantificação do grau de fragmentação de
um alimento artificial após um determinado número de ciclos mastigatórios
(Van Der Bilt e Fontijn-Tekamp, 2004). Diferentemente do conceito de
eficiência mastigatória que é obtido através do número de ciclos mastigatórios
necessários para redução do tamanho das partículas do alimento-teste a um
determinado tamanho (Silva et al., 2011). O método de espectrofotometria
visível, também denominado como método colorimétrico, é bastante utilizado
na determinação da eficiência e performance mastigatória a partir da utilização
de cápsulas mastigatórias padronizadas utilizadas como simulador de alimento,
o que permite uma maior praticidade e fidedignidade dos resultados (Mestriner
Júnior et.al., 2005).
Além disso, a força máxima de mordida (FMM) é outro parâmetro
indicador relacionado ao estado funcional do sistema estomatognático e tem
uma influência no desenvolvimento muscular e da função mastigatória. Uma
ampla gama de dispositivos tem sido usada para medir a força máxima de
mordida como, por exemplo, o gnatodinamômetro. O estudo deste parâmetro
nos diferentes tipos de reabilitação visa verificar se há ou não diferença nos
valores encontrados, o que refletirá em maior ou menor desempenho
17
mastigatório, que consequentemente reflete diretamente na qualidade de vida
dos pacientes (Varga et AL., 2011; Serra e Manns, 2013). A força máxima de
mordida também afeta a eficiência e a performance mastigatória (Lepley et al.,
2011).
Muitos estudos têm sido realizados para determinar a relação entre
força máxima de mordida e performance mastigatória (Owens et al., 2002;
Lujan-Climent et al., 2008; Shiga et al., 2012; de Abreu et al., 2014). Estes
trabalhos relatam grandes diferenças quando se trata da associação entre
força de mordida e performance de mastigação, o que parece ser ainda uma
questão de desacordo entre os pesquisadores. Também existe uma grande
variedade de metodologias utilizada para mensurar e quantificar força máxima
de mordida e performance mastigatória em várias populações, além de outros
fatores poderem influenciar como perda e restaurações de dentes posteriores,
má oclusão, idade, gênero, fluxo salivar, área de contato oclusal, estágio de
dentição entre outros (Owais et al., 2013; van der Bilt, 2011). Segundo Lujan-
Climent et al., (2008) a força máxima de mordida pode ser influenciada pelo
estágio de dentição. Esta relação pode ser associada com o desenvolvimento
do sistema mastigatório e dos músculos da mastigação e a melhoria da
performance mastigatória ao longo do crescimento e das diferentes fases de
dentição (Owais et al., 2013).
O posicionamento e a oclusão dentária são extremamente
importantes na função mastigatória. As atividades básicas da mastigação,
deglutição e fala também depende não só da posição dos dentes nos arcos
dentários, mas também do relacionamento com os dentes opostos quando são
ocluídos (Okeson, 2013). Além disso, a força de mordida aumenta quando os
dentes estão em contato oclusal, com o aumento do número de dentes
irrompidos e estágios de erupção dentária (Jung et al., 2010), e a influencia da
força de mordida no desenvolvimento das estruturas e funções do sistema
mastigatório também tem sido relatada (Braun et al., 1995). As forças que
atuam sobre a dentição desempenham um papel importante na orientação da
erupção dentária, formação da oclusão e manutenção da forma e estabilidade
da arcada dentária. A harmonia funcional e o equilíbrio destes músculos são
18
muito importantes para o crescimento e desenvolvimento da região craniofacial
principalmente de crianças e adolescentes (Jung et al., 2010). O aumento do
número de contatos oclusais durante a transição entre as diferentes fases de
dentição sugere que a performance mastigatória também irá melhorar à medida
que o número de contatos oclusais aumenta (Owais et al., 2013).
Estudos anteriores indicaram que a perda de suporte oclusal na
região do dente posterior leva à diminuição da performance mastigatória e
diminuição da força oclusal e área de contato oclusal, juntamente com a
diminuição da função mastigatória (Carlsson, 2012). Quando adequada, a
mastigação estimula e proporciona uma ótima função para o desenvolvimento
normal da maxila e da mandíbula (Ono et al.,1992). A importância da análise
cuidadosa da oclusão e o equilíbrio das relações estáticas e dinâmicas são
importantes também para evitar as fraturas das restaurações (Kamegai et al.,
2007).
A maioria dos estudos sobre performance e eficiência mastigatória
foi realizada em amostras de adultos com diferentes condições bucais há
poucos dados disponíveis sobre o desempenho mastigatório em crianças e
adolescentes (Shinogaya et al., 2000; Mestriner Júnior et al., 2005; Kamegai et
al., 2007; Owais et al., 2013; Roldan et al., 2015). Além disso, não há estudos
que determinaram a influência do tratamento restaurador direto sobre a função
mastigatória. Por isso é importante avaliar se procedimentos restauradores
extensos realizados em adolescentes em pela fase de crescimento e
desenvolvimento estão sendo efetivos ao restabelecer ou melhorar a função
mastigatória que havia sido reduzida pela perda da estrutura e suporte dental
posterior destruído pela cárie. Além disso, uma função mastigatória otimizada
e harmônica vai também influenciar na sobrevida destes procedimentos
restauradores.
19
PROPOSIÇÃO
20
2. PROPOSIÇÃO
Avaliar a função mastigatória de adolescentes antes e após serem
submetidos à restaurações extensas diretas em resina composta de molares
permanentes com tratamento endodôntico através da mensuração da força
máxima de mordida e da quantificação da performance mastigatória. As
hipóteses motivadoras testadas foram que a força máxima de mordida e
performance mastigatória serão melhoradas após a conclusão dos
tratamentos restauradores otimizando a função mastigatória em curto prazo e
que existe uma correlação positiva entre FMM e PM.
21
MATERIAIS E MÉTODOS
22
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Seleção da AmostraPara a realização deste estudo clínico, a amostra foi de treze (n=13)
voluntários que participaram do projeto de extensão da Clínica de Hebiatria
desenvolvido na Faculdade de Odontologia da Universidade de Uberlândia, no
qual são realizados atendimentos odontológicos restauradores voltados para
adolescentes com grandes destruições coronárias de molares permanentes.
Este estudo incluiu adolescentes, entre 10 e 18 anos, com média de idade de
13±2,12 anos, sexos feminino e masculino, necessidade de tratamento
endodôntico completo de molares permanentes seguidos por restaurações
extensas que envolvessem cúspides funcionais e não funcionais. Foram
excluídos pacientes com restaurações não extensas diretas, pacientes não
colaboradores com a pesquisa, distúrbios motores, pacientes com algum tipo
de deficiência cognitiva, indivíduos que relataram algum tipo dor no exame
clínico inicial que impossibilitaria a coleta dos dados e contatos oclusais
inadequado (infra-oclusão). Foram coletadas características demográficas
como idade e sexo.
Primeiramente, os voluntários foram diagnosticados com extensa
destruição coronária e comprometimento pulpar em molares superiores e
inferiores e, em seguida, eles foram submetidos a tratamento endodôntico
completo seguido por um extenso procedimento restaurador direto no qual
foram utilizados dois tipos de materiais restauradores diretos - Filtek Z350 XT
(3M / ESPE) e Filtek BulkFill (3M / ESPE) que foram escolhidos de forma
aleatória. Todos os pacientes foram incluídos em um mesmo grupo no qual
foram recrutados no início do tratamento (T0) - antes de começar os
procedimentos restauradores - e logo após a conclusão do procedimento
restaurador (T1) para acompanhamento clínico longitudinal.
3.2. Registros da Força Máxima de Mordida (FMM)
23
Para realização dos registros da força máxima de mordida (FMM),
os indivíduos permaneceram sentados em uma cadeira odontológica, com a
cabeça em uma posição confortável, mantendo o plano de Frankfurt paralelo
ao solo (Serra et al., 2013).
A FMM expressa em Newton (N) foi mensurada utilizando um
dinamômetro unilateral digital adaptado para uso oral (DDK 100, Kratos
Industrial Ltda., Cotia, São Paulo, Brasil) (Figura 1) com uma capacidade de
100 kgf (1000 N). O dinamômetro contém um garfo de mordida ligado à sua
extremidade com duas lâminas de 6 mm de espessura cada e 3,0 mm de
espaço entre elas (Figura 2). A assepsia do garfo de mordida foi realizada
através de fricção de uma gaze embebida em álcool 70% durante um minuto
antes e após as aferições da força de cada paciente. A ponta do garfo de
mordia foi protegida durante o uso do aparelho com um dedo de luva de látex
a fim de evitar contaminação por saliva e contribuir para uma melhor assepsia
(Figura 3.A e Figura 3.B).
Para cada participante, o valor médio das aferições antes (t0) e
após o tratamento restaurador (t1) e avaliado os valores de força máxima de
mordida.
Figura 1. Dinamômetro para uso oral.
24
Figura2. Garfo de mordida.
Os indivíduos foram orientados a morder o mais forte possível
durante 2 à 3 segundos (Lepley et al., 2011; Serra et al., 2013), por cinco
vezes na região do primeiro molar que foi submetido ao tratamento
restaurador (Figura 3.A e Figura 3.B ) (Lepley et al., 2011). Esta sequência foi
repetida três vezes, sendo que a primeira delas foi utilizada para calibração,
não sendo incluída na tabulação de dados. Um tempo de descanso de 3
minutos foi preconizado entre uma aquisição e outra. Os registros de força de
mordida foram realizados antes e logo após o tratamento restaurador final na
região do 1° molar que recebeu intervenção. A média dos valores foi
calculada para mensurar a FMM daquele lado em que recebeu a intervenção.
25
Figura 3. A. Posicionamento do garfo de mordida na região de primeiro
molar.
Figura 3. B. Paciente realizando força maxima quando solicitado.
3.3. Avaliação da Performance Mastigatória (PM)
Este teste foi realizado por meio do método colorimétrico com
cápsulas contendo grânulos a base de fucsina como o alimento teste artificial
(Figura 4). Este simulador de alimento é constituído por lactose (20,60 g),
celulose cristalizada (36,85 g), amido de milho (17,10 g), sacarose (17,10 g),
óleo hidrogenado (8,05 g) fucsina básica (0,16 g), água (60 mL) e revestido
por Eudragit E-100 a 5% acetona 50 mL (Rohm Pharma GmbH, Germany).
Todos os componentes foram listados na Farmacopéia Brasileira. Os
grânulos são padronizados com tamanho aproximado de 1,0 mm de
diâmetro, com 2,0 mm de comprimento, 0,5 mm de largura e 0,4 mm de
espessura. Aproximadamente 245 a 250 mg de grânulos pigmentados, que
foram colocados em uma cápsula de PVC (Policloreto de Polivinila)
retangular de aproximadamente 10,0 mm de comprimento soldada por
radiofreqüência.
26
Os testes com esse tipo de grânulo são realizados sob orientações
antes do experimento em relação aos movimentos mastigatórios a serem
realizados. Três cápsulas contendo grânulos foram entregues separadamente
para mastigação durante 20 segundos cada uma, controlados pelo
examinador, sendo a primeira cápsula mastigada de forma livre pelo
voluntário, a segunda mastigada apenas no lado no qual foi realizada a
restauração e a última apenas no lado em que não foi feita nenhuma
intervenção restauradora. As cápsulas foram mastigadas (Figura 5) em dois
momentos distintos: antes (T0) e após o tratamento restaurador completo
(T1) seguindo o protocolo acima descrito (Tabela 1). Os participantes
permaneceram sentados em uma cadeira com os pés apoiados no chão, de
modo que eles poderiam mastigar as cápsulas da forma mais natural
possível. A mastigação triturou os grânulos, espalhando fucsina no interior da
cápsula em proporção com a energia da mastigação. A parede da cápsula de
PVC não foi danificada durante a mastigação, e, portanto, não houve perda
de grânulos. Após a mastigação, cada cápsula foi rotulada, as 78 cápsulas (3
cápsulas antes e 3 cápsulas após a restauração - por participante) foram
então analisadas pelo Laboratório de Farmacologia (USP Ribeirão Preto- São
Paulo- Brasil) onde foram rompidas (Figura 6), obtido o conteúdo (Figura 7) e
dissolvido em 5ml (Figura 8) de água sob movimento constante por 30
segundos. A solução foi então filtrada para remover o revestimento e os
grânulos não amassados (Figura 9). Apenas os grânulos que foram triturados
com a mastigação se dissolveram e coloriram a água (Figura 10).
A performance mastigatória foi então calculada por meio da
mensuração da concentração de fucsina na solução. A quantidade de fucsina
liberada sob a mastigação foi mensurada usando um Beckman DU-7 UV
espectrofotômetro visível - Beckman Inc., Palo Alto, CA, USA (Figura 11 e
Figura 12). A área visível da absortância do espectro na fucsina com 546 nm
de comprimento de onda é definida como curva de calibração padrão (0 -
12.5 Mg/mL). A absortância é diretamente proporcional a quantidade de
fucsina dissolvida e também diretamente proporcional a performance
mastigatória. A média dos valores de concentração de fucsina foram então
27
calculados para a performance mastigatória no lado de intervenção (PM-LI),
para o lado não-intervenção (PM-LN) e a média geral para performance
mastigatória livre (PM-L) antes (t0) e após o tratamento de restaurador (t1).
Tabela 1. Protocolo para teste de performance mastigatória.
Mastigação Tempo Momento
CÁPSULA 1: Livre (PM-L) 20' to / t1
CÁPSULA 2: Lado de Intervenção (PM-LI) 20' to / t1
CÁPSULA 3: Lado S/ Intervenção (PM-SI) 20' to / t1
Figura 4. Capsula contendo Figura 5. Capsula mastigada.
grânulos a base de fucsina.
28
Figura 6 Figura 7
Figura 8
Figura 10
Figura 9
Figura 11
29
Figura 12
-n= 13
PM-L
PM-LI
PL-LS
PM-L
PM-LI
PM-LS
Figura 13. Representação esquemática da metodologia de avaliação das
variáveis.
3.4. Análise EstatísticaOs dados foram testados quanto à distribuição normal (Shapiro-Wilk,
p> 0,05) e igualdade de variâncias (teste de Levene, p> 0,05). Para análises
das variáveis PM-L e FMM foi executado teste paramétrico t-pareado para
amostras dependentes. Para PM-LI e PM-LS análise não houve distribuição
normal dos dados e, após transformação de dados para log 10, foi realizado
um teste não paramétrico de Wilcoxon para amostras dependentes. Para todas
as análises, foi empregado um nível de significância estatística de 0,05 que
foram realizadas por um software estatístico Sigma Plot versão 12.0 (Systat
Software, Inc., San Jose, CA 95110 EUA).
30
RESULTADOS
31
4. RESULTADOS
Os resultados representados na Tabela 2 não mostraram
diferenças estatisticamente significativas para a performance mastigatória
livre PM-L (p = 0, 744).
Tabela 2. Médias e Desvio Padrão da performance mastigatória livre (PM-L),
antes (t0) e após (t1) a restauração.
Performance Mastigatória Livre [mg/ml]
ANTES (t0) 1,441 (0,237) A
APÓS (t1) 1,431 (0,169) A
* LETRAS MAIÚSCULAS indicam diferença estatística na vertical.
Já para performance no lado de intervenção (PM-LI) houve uma
diferença significativa (p < 0,010), porém a concentração média de fucsina no
lado sem-intervenção PM-LS não apresentou diferenças significativas em
termos de performance mastigatória (p >0,01) (Figura 14).
Para a variável força (FMM) houve diferenças significativas (p
<0,001) no lado intervenção (Tabela 3).
32
EO )
E03C'35o3U.O
*03O5•*->c0)o£Oo
0,033
0,032
0,031
0,03
0,029
0,028
0,027
0,026
0,0326
0,0287
ANTES (t0) APÓS (t1) ANTES (t0) APÓS (t1)
PM - Lado Interv.p = 0,010
PM - Lado s/ Interv. p = 0,970
Figura 14. Variações e mediana para dados não paramétricos (teste de
Wilcoxon) para PM-LI e PM-LS antes e após a restauração.
Tabela 3. Médias e Desvio Padrão de força máxima de mordida (FMM), antes
e após a restauração.
Força Máxima de Mordida [N]
ANTES (t0) 2.146 (0.339) B
APÓS (t1) 2.99 (0.250) A
* LETRAS MAIÚSCULAS indicam diferença estatística na vertical.
Os dados dos resultados da correlação de Pearson (Tabela 4) não
mostraram nenhuma correlação significativa entre a força máxima de mordida
(FMM) e eficiência mastigatória no lado da intervenção (EM-LI) nem antes e
nem após o tratamento restaurador (P> 0,050).
33
Tabela 4. Correlação de Pearson entre as variáveis PM e FMM no lado
intervenção antes e após da restauração.
_________________ Correlação__________ p________
ANTES (t0) -0,355 > 0,050
APÓS (t1)__________ -0,178_________ > 0,050
34
DISCUSSÃO
35
A primeira hipótese motivadora foi aceita uma vez que os resultados
mostraram diferença significativa no lado de intervenção, para a performance
mastigatória e para a força máxima de mordida, que foram otimizadas após a
restauração. Assim, pode-se presumir que o tratamento restaurador direto
extenso em molares permanentes utilizando resina composta foi eficaz na
reabilitação em curto prazo de adolescentes ao reconstruir a oclusão e pontos
de contato que contribuíram para um aumento efetivo da performance
mastigatória e da força de mordida, e, consequentemente, uma melhora da
função mastigatória do paciente de imediato.
A performance mastigatória diminui à medida que a dentição natural
deteriora (Fontijn-Tekamp et al., 2004). Embora má oclusões e dentições
comprometidas (perda de dentes e contatos oclusais) são frequentemente
associadas com a redução da força máxima de mordida (Shinogaya et al.,
2000), há poucos estudos que determinaram a influência direta do tratamento
restaurador sobre a função mastigatória. A performance mastigatória parece
melhorar imediatamente após tratamento restaurador (van der Bilt, 2011), e o
mesmo pode ser observado neste estudo, tanto para PM quanto a FMM no
lado de intervenção, que foram melhoradas após a finalização das
restaurações. Um aumento gradual da performance mastigatória poderá ser
verificado em um mês após da reabilitação, quando a função mastigatória será
otimizada. Por isso, a importância em se fazer um acompanhamento
longitudinal desses pacientes reabilitados com restaurações diretas para
avaliar possíveis mudanças nos padrões de FMM e PM, bem como avaliar os
registros de contatos oclusais.
O desenvolvimento anatômico e funcional do sistema
estomatognático, e consequentemente da função mastigatória, dependem de
dois fatores importantes: o desenvolvimento muscular e craniofacial (Palinkas
et al., 2010). Quando adequada, a mastigação estimula e proporciona uma
adequada função para o desenvolvimento normal da maxila e da mandíbula
(ONO et al.,1992). O primeiro molar permanente influencia de maneira
fundamental no estabelecimento de uma oclusão estável (Melo, 2011). Por ser
5. DISCUSSÃO
36
"chave de oclusão”, a perda do elemento ou de grande estrutura dental do
primeiro molar permanente poderia levar a distúrbios como: redução na
capacidade mastigatória, destruição dos tecidos de suporte, extrusão, retração
gengival, além de favorecer o desenvolvimento de distúrbios causados na
articulação temporomandibular (Aguiar; Pinto, 1996) e afetar diretamente, como
um consequente impacto negativo na qualidade de vida. Além de essa faixa
etária estar em fase de crescimento e desenvolvimento crânio-facial e do ponto
de vista morfológico, uma adequada função mastigatória é extremamente
importante para o desenvolvimento músculo-esquelético harmônico e funcional
do aparelho estomatognático para desempenhar suas atividades básicas como
mastigação, fala e deglutição.
No entanto, a segunda hipótese foi rejeitada, pois os resultados não
mostraram nenhuma correlação estatisticamente significativa entre a PM e a
FMM no lado de intervenção antes e após o tratamento, sugerindo que as
mesmas podem variar consideravelmente para cada indivíduo. Estes
resultados estão de acordo com de Abreu et al., (2014) que relataram nenhuma
correlação significativa entre PM e FMM para os indivíduos com oclusão
normal. Entretanto alguns estudos comparando grupos com características
diferentes, por exemplo, homens e mulheres, relataram níveis mais elevados
de FMM associados com maior PM (Lujan-Climent et al., 2008; Shiga et al.,
2012). A associação entre FMM e PM parece ser uma questão de discordância
entre os pesquisadores. Por outro lado, são comuns estudos que mostram que
os grupos com média mais elevada ou mais baixa de FMM tinham média de
PM semelhantes (Lepley et al., 2011; Fontijn-Tekamp et al., 2004; Shiga et al.,
2012). E ainda há ainda alguns que não encontraram nenhuma relação entre
as médias de FMM e PM (de Abreu et al., 2014).
No presente estudo, a não correlação pode ter sido influenciada pelo
tamanho limitado da amostra ou talvez também pelas características individuais
entre os sujeitos analisados. Os sujeitos foram um tanto heterogêneos quanto
aos fatores idade e estágio dentário, sendo alguns com dentadura mista e
outros já com dentição permanente. Observou-se também que a FMM
aumentava com a repetição dos testes, o que pode ter sido influenciado pela
37
confiança ao morder como já foi verificado também em outros trabalhos
(Roldán et al., 2015) devido à rigidez do aparelho utilizado para medir a força
da mordida. Além disso, quando o aparelho é posicionado entre os molares, os
indivíduos tinham que abrir mais a boca e a mandíbula para uma extensão
maior, sendo uma posição mais difícil de reproduzir (Roldán et al., 2009) Por
isso a primeira coleta foi desconsiderada para a análise dos dados como forma
de calibração.
Uma grande variedade de métodos também tem sido utilizada para
determinar a eficiência de mastigação. Tanto alimentos naturais, como
amendoim e cenouras, e materiais sintéticos tem sido utilizados como materiais
de teste para quantificar a PM. Alimento artificial como um material de teste
parece ser uma boa alternativa. Cápsulas de borracha contendo grânulos com
revestimento de pigmento devem cumprir a eliminação de vieses na
reprodutibilidade experimental introduzida, na variabilidade do nível de
salivação e atividade salivar e também na eliminação de vieses introduzida
pela variabilidade do nível de dureza do material mastigado (Escudeiro-Santos
et al., 2006).
Muitos fatores parecem influenciar as aferições de FMM e PM tais
como perda e restauração de dentes posteriores, a área de contato oclusal, má
oclusão, idade, sexo, morfologia craniofacial, altura e massa corporal, fluxo e
atividade salivar, movimentos mandibulares, disfunções têmporomandibulares
e condição dentária. (Lujan-Climent et al., 2008; van der Bilt, 2011; Owais et al.,
2013). Achados em alguns estudos indicaram que há significante relação
positiva entre força máxima de mordida e estágio dental que pode ser
relacionada com o desenvolvimento do sistema mastigatório e dos músculos
mastigatórios e a melhoria da eficiência mastigatória ao longo crescimento de
indivíduos jovens (Owais et al., 2013).
Esta constatação pode ser explicada pelo aumento do número de
contatos oclusais durante a transição entre as diferentes fases de dentição
(Owais et al., 2013). Fontijn-Tekamp et al. (2000) sugeriram que o desempenho
mastigatório melhora à medida que o número de contatos oclusais aumenta.
Muitos estudos anteriores relataram que a área de contato oclusal é um fator
38
importante para um melhor desempenho mastigatório (Owens et al., 2002),
porque a área de contato oclusal é positivamente correlacionada com a força
de mordida máxima (Lujan-Climent et al., 2008).
Correlacionado ao estágio de dentição, estudos confirmaram que a
FMM aumenta com a idade (Owais et al., 2013; Varga et al., 2011) que pode
ser explicada pelo aumento do número de contatos oclusais durante a
transição entre as diferentes fases de dentição. No estudo de Roldan et al.
(2009) a idade foi responsável por uma grande parte da variabilidade entre os
sujeitos, em torno de 50-71% o que pode ter influenciado nos resultados deste
estudo uma vez que os adolescentes avaliados tinham entre 10 e 18 anos de
idade. Na literatura forças de mordida mostram variar entre a infância e a fase
da adolescência, alguns relatam que o aumento da FMM ocorre entre os 15
aos 18 anos de idade e se estabiliza após os 20 anos de idade.
Pode-se inferir que o maior valor de força máxima oclusal poderia
ser alcançado após a erupção dos dentes for completa. Parece razoável supor
que a força máxima oclusal irá estabilizar como uma das funções maxilofaciais
apenas após a conclusão de erupção dos dentes e crescimento da mandíbula
seguinte ao da maxila (Usui et al., 2007). Diferenças entre os gêneros também
se tornam melhores estabelecidas durante os anos pós-puberdade, quando
homens desenvolvem maior tamanho corporal e força muscular do que
mulheres (Roldán et al., 2015).
Para realizar uma terapia restauradora com um resultado de
sucesso clínico em longo prazo, fatores mecânicos relacionados aos contatos
oclusais como a área de contato e força oclusal, são de grande importância.
Além disso, como o contato oclusal é um reflexo do grau de resposta funcional,
verificar fatores como o número de pontos de contato, distribuição e área
oclusal é aconselhável antes e após a terapia restauradora (Imamura et al.,
2015). Quando uma restauração é necessária para substituir superfícies
oclusais perdidas ou falta de dentes, deve-se replicar o padrão oclusal pré-
existente (Lujan-Climent et al., 2008). No entanto, este padrão pode ser
perdido, quer através da perda excessiva de estrutura ou por causa da falta de
dentes. Lujan-Climent et al. (2008) sugerem que a fim de oferecer aos
39
pacientes o melhor desempenho mastigatório, restaurações devem alcançar o
máximo de área de contato oclusal. Alguns estudos têm relacionado uma maior
atividade muscular com o aumento do número de contatos oclusais, mas que
se prematuros, são possível causa de dores de cabeça, dor facial e de
disfunções têmporomandibulares podendo desta forma afetar a função
mastigatória, afetar os movimentos mandibulares e causar assimetria no
aparelho estomatognático (Feteih, 2006; Laimi et al., 2007).
O procedimento restaurador mostrou ser eficiente ao restabelecer a
oclusão e devolver função mastigatória verificada através da força máxima de
mordida e pela quantificação do grau de fragmentação de alimentos testes
dentro de um curto prazo, sendo mais um ponto positivo na indicação de
procedimentos diretos como protocolo para restaurações extensas em dentes
posteriores tratados endodonticamente em adolescentes. Estudos indicam que
os materiais restauradores adesivos podem ser alternativas promissoras para
restaurações com substituição de cúspides, mesmo em dentes tratados
endodonticamente com extensa perda de estrutura dentária (Heintze; Rousson,
2012; Mannocci et al., 2005). Também foi afirmado que restaurações de resina
composta direta são preferíveis em relação às indiretas porque elas preservam
mais estrutura dentária e fornecem uma união adesiva superiores quando
comparadas com restaurações indiretas (Candan et al., 2013). Restaurações
mais conservadoras em pacientes jovens seriam mais viáveis uma vez que
preservando estrutura dental remanescente possibilitando retardar tipos mais
invasivos de tratamento (Candan et al., 2013) como restaurações indiretas que
exigem a remoção substancial da estrutura do dente e têm um elevado custo
(Soares et al., 2008) além de um maior tempo clínico necessário para
conclusão dos tratamentos.
O presente estudo apresentou suas limitações. Algumas
dificuldades, especialmente quando as medições de FMM foram tomadas em
indivíduos mais jovens que tinham maior dificuldade em abrir a boca. O
dispositivo utilizado neste estudo é considerado rígido e podendo dificultar mais
ainda a mordida, o que se torna difícil aferir a força com precisão para alguns
indivíduos. Além disso, uma amostra com um maior número de sujeitos poderia
40
melhorar os resultados, principalmente para determinar alguma correlação
entre EM e FMM e também para possibilitar outras análises relacionadas a
outros fatores, como por exemplo, faixa etária e, gênero. Uma vez que os
indivíduos estão participando de um projeto de extensão relativamente recente
e em fase de implementação, poucos casos foram finalizados para desenvolver
este estudo. Também foi difícil acompanhar estes pacientes jovens, muitos não
apareceram por um longo tempo para os atendimentos e outros abandonaram
o tratamento o que pode também ter sido influenciado pelo fato de estarem
inseridos em dois projetos de pesquisa ao mesmo tempo em uma mesma
clínica. Sugestões para futuros estudos a serem realizados seria comparar
indivíduos sem restauração com aqueles que receberam uma ou mais
restaurações diretas ou indiretas e também incluir questionários de qualidade
de vida para um acompanhamento longitudinal.
41
CONCLUSÃO
42
6. CONCLUSÃO
A eficiência mastigatória e a força de mordida no lado intervenção
melhoraram significativamente após restauração, mostrando que o tratamento
restaurador direto com resina composta foi eficaz na reabilitação em curto
prazo ao reconstruir a oclusão, pontos de contato e otimizar a função
mastigatória.
Não houve correlação significativa entre a força máxima de mordida
e eficiência mastigatória no lado de intervenção antes e após o tratamento.
REFERÊNCIAS
43
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