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PERLA OLIVEIRA SCHULZ Associação de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica com Neoplasias Malignas do Fígado Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Titulo de Mestre em Pesquisa em Cirurgia. SÃO PAULO 2013

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PERLA OLIVEIRA SCHULZ

Associação de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica com Neoplasias Malignas do Fígado

Dissertação apresentada ao Curso de Pós

Graduação da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo para

obtenção do Titulo de Mestre em

Pesquisa em Cirurgia.

SÃO PAULO 2013

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PERLA OLIVEIRA SCHULZ

Associação de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica com Neoplasias Malignas do Fígado

Dissertação apresentada ao Curso de Pós

Graduação da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo para

obtenção do Titulo de Mestre em

Pesquisa em Cirurgia.

Área de Concentração: Anormalidades da

Proliferação e Morte Celular

Orientador: Prof. Dr. Luiz Arnaldo Szutan

SÃO PAULO 2013

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Schulz, Perla Oliveira Associação de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) com neoplasias malignas do fígado./ Perla Oliveira Schulz. São Paulo, 2013.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Pesquisa em Cirurgia.

Área de Concentração: Anormalidades da proliferação e morte celular

Orientador: Luiz Arnaldo Szutan 1. Fígado gorduroso 2. Neoplasias hepáticas 3. Neoplasias

colorretais 4. Metástase neoplásica 5. Carcinoma hepatocelular 6. Colangiocarcinoma

BC-FCMSCSP/26-13

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DEDICATÓRIA

Ao meu companheiro de toda a vida, meu amado marido, Marcello, pelo incentivo e

apoio, e pela paciência em meus momentos de stress, estando sempre ao meu lado

em cada conquista.

À minha filha querida, Paolla, por me dar, mesmo inconscientemente, a força

necessária para querer sempre me aprimorar em tudo na vida.

Aos meus pais amados, Ivanilda e Israel, pelo apoio incondicional à minha

profissão, pela compreensão nos momentos de ausência, e por me fazerem

acreditar que sou capaz de qualquer coisa.

Ao meu irmão Cleber, que, cuidando tão bem de nossos pais, consegue me deixar

tranquila para dedicar-me aos estudos e ao trabalho.

À minha ex-professora, e agora amiga e madrinha, Cyrla, por ter acreditado em

mim, me abrindo as portas para São Paulo.

Às minhas amigas-irmãs, Michelle, Juliana, Luciane, Natasha e Emmanuelle, e

meu amigo-irmão, Fabio, que mesmo à distância me ouvem e apoiam sempre que

preciso.

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“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda

pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”

(Arthur Schopenhauer)

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AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, por iluminar os meus caminhos, conquistando as

glórias de muito trabalho e esforço.

À Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Faculdade de

Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, por conceder-me a infraestrutura

necessária à realização deste trabalho.

À Fundação CAPES, pela bolsa concedida, viabilizando o desenvolvimento da

pesquisa.

Ao Departamento de Cirurgia e de Anatomia Patológica, que me acolheram

durante o desenvolvimento do trabalho.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Arnaldo Szutan, pela paciência,

aconselhamento e tutela, me dando todo o apoio ao desenvolvimento desta

pesquisa.

À Profa. Dra. Maria de Fátima Araújo Nascimento, pela realização dos

exames de anatomia patológica, fundamentais para o trabalho.

Aos funcionários da Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em especial a estatística Erika Tiemi

Fukunaga pela atenção, paciência e incentivo.

Às funcionárias da Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas da Santa

Casa de Misericórdia de São Paulo, em especial as senhoras Sadia Hussein

Mustafa e Simone Zaccaria, que me ajudaram muito na obtenção e organização de

dados de literatura.

Aos funcionários do Setor de Arquivos de Prontuários Médicos da Irmandade

da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que mesmo no caos e agitação do seu

setor, sempre me foram solícitos e dispostos a me fornecer os prontuários

necessários para a pesquisa.

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Aos meus professores que, durante toda a minha formação médica,

mostraram o caminho para eu ser uma pessoa que ama sua profissão e que procura

sempre se aperfeiçoar para fazer, cada vez mais, o melhor para seus pacientes.

Aos pacientes, que motivaram este trabalho e sem os quais ele não teria sido

possível.

Aos meus familiares e amigos, pelo incentivo e compreensão pela minha

ausência para a realização desta tese.

Aos demais colegas de profissão da Faculdade de Ciências Médicas da Santa

Casa de São Paulo, que incentivaram e colaboraram na realização desta tese, em

especial aos Doutores Ernani Geraldo Rolim, Andrea Vieira, Paulo Eugênio de

Araújo Caldeira Brant e Maria Luiza Queiroz de Miranda.

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ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CCIH Colangiocarcinoma intra-hepático

CHC Carcinoma hepatocelular

DHGA Doença hepática gordurosa não alcoólica

DM Diabetes mellitus

DP Desvio-padrão

EHNA Esteatohepatite não alcoólica

ERRO Espécies reativas de oxigênio

FCTC Fator de crescimento do tecido conjuntivo

GC1 Grupo-controle 1

GC2 Grupo-controle 2

GC3 Grupo-controle 3

GC4 Grupo-controle 4

HAS Hipertensão arterial sistêmica

HDL High-density lipoprotein (lipoproteína de alta densidade)

IASO International Association for the Study of Obesity

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de confiança

IG Intolerância à glicose

IGF Insulin-like growth fator (Fator de crescimento insulina-símile)

IMC Índice de massa corporal

INCA Instituto Nacional de Câncer

IRS-1 Insulin receptor substrate 1

ISCMSP Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

JNK cJun N-terminal kinase

Kg/m2 Quilograma por metro quadrado

LDL low-density lipoprotein (lipoproteína de baixa densidade)

MEC Matriz extracelular

MCR Metástase colorretal

Mg/dl Miligramas por decilitro

MNCR Metástase não-colorretal

OR Odds ratio

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OMS Organização Mundial de Saúde

RCBPA Registro de câncer de base populacional

RM Ressonância magnética

RR Risco Relativo

TGF Transforming growth factor (fator de crescimento transformante)

TLR4 Toll Like Receptor 4 (Receptor controlador 4)

TNF Tumor necrosis factor (Fator de necrose tumoral)

US Ultrassonografia

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 19

3. CASUÍSTICA E MÉTODO ............................................................................................... 21

3.1 - Desenho do estudo .................................................................................................. 22

3.2 - Tamanho Amostral e Inclusão ................................................................................ 22

3.2.1 - Critérios de inclusão ......................................................................................... 22

3.2.2 - Critérios de exclusão ........................................................................................ 22

3.3 - Variáveis avaliadas ................................................................................................... 23

3.3.1 - Avaliação de dados clínicos ............................................................................ 24

3.3.2 - Avaliação laboratorial ....................................................................................... 25

3.3.3 - Avaliação histopatológica ................................................................................. 25

3.4 - Análise estatística ..................................................................................................... 28

3.5 - Termo de consentimento ......................................................................................... 28

3.6 - Aprovação do Comitê de Ética ............................................................................... 28

4. RESULTADOS ................................................................................................................... 29

4.1 - Análise descritiva do grupo geral de pacientes ................................................... 30

4.2– Análise estatística conforme o tipo de neoplasia hepática ................................ 42

4.2.1- Grupo-metástase colorretal X Grupo-controle 1 ........................................ 42

4.2.2- Grupo-metástase não-colorretal X Grupo-controle 2 .................................. 53

4.2.3- Grupo-carcinoma hepatocelular X Grupo-controle 3 ................................... 64

4.2.4- Grupo-colangiocarcinoma X Grupo-controle 4 ............................................. 75

5. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 87

5.1 – Avaliação da associação de DHGNA com neoplasias em geral, no grupo de

pacientes do estudo .......................................................................................................... 88

5.2- Avaliação de associação de DHGNA com cada neoplasia hepática ................ 90

5.2.1- DHGNA X Metástase colorretal ....................................................................... 90

5.2.2- DHGNA X Metástase não-colorretal ............................................................... 92

5.2.3- DHGNA X Carcinoma hepatocelular ............................................................... 93

5.2.4- DHGNA X Colangiocarcinoma ......................................................................... 97

5.3- Consideração final sobre resultados ...................................................................... 99

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6. CONCLUSÕES ............................................................................................................ 102

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 104

FONTES CONSULTADAS ................................................................................................. 116

RESUMO ............................................................................................................................... 118

ABSTRACT ........................................................................................................................... 120

LISTAS E APÊNDICE ......................................................................................................... 122

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1. INTRODUÇÃO

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A obesidade é atualmente considerada a segunda maior causa previnível de

doenças e morte nos EUA, perdendo apenas para o tabagismo (Brawer et al, 2009)

e vem apresentando, nas últimas décadas, elevação substancial de sua prevalência

nos países industrializados, aonde vem atingindo taxas em torno de 20% (Pischon et

al, 2008). Nos Estados Unidos a prevalência atual de obesidade já subiu para 33,8%

(Flegal et al, 2010). A Associação Internacional de Estudos da Obesidade (IASO)

estimava, em 2007, que cerca de 40-50% dos homens e 25% das mulheres na

União Europeia estariam com sobrepeso (definido por índice de massa corporal -

IMC- 25-29,5 Kg/m2) e que 15-25% dos homens e das mulheres estariam obesas

(IMC >30Kg/m2) (United Kingdom, 2012). Em 2008, estimativas da Organização

Mundial da Saúde (OMS) apontavam para a existência mundial de mais de 1,4

bilhões de adultos (com 20 anos de idade ou mais) com excesso de peso, sendo

500 milhões (200 milhões de homens e 300 milhões de mulheres) considerados

obesos, ou seja, a relação de obesos e não obesos na população mundial estava

maior que 1/10. Em 2010, mais de 40 bilhões de crianças menores que cinco anos

estavam com sobrepeso, no mundo (World Health Organization, 2012).

De acordo com o último Censo desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), em 2009, uma em cada três crianças (33,5%) de 5 a

9 anos estava acima do peso recomendado pela OMS, sendo que 16,6% do total de

meninos também eram obesos; entre as meninas, a obesidade apareceu em 11,8%.

A parcela dos meninos e rapazes de 10 a 19 anos de idade com sobrepeso passou

de 3,7% (1974-75) para 21,7% (2008-09), já entre as meninas e moças o

crescimento do excesso de peso foi de 7,6% para 19,4%. Quanto à obesidade,

mostra-se menos intensa nesta faixa etária, mas também com tendência

ascendente, indo de 0,4% para 5,9% entre meninos e rapazes e de 0,7% para 4,0%

no sexo feminino. Na população adulta, o excesso de peso atingiu cerca de metade

dos homens e mulheres, excedendo em 28 vezes a frequência do déficit de peso no

caso masculino e em 13 vezes no feminino. O excesso de peso em homens adultos

saltou de 18,5% para 50,1% e ultrapassou, em 2008-09, o das mulheres, que foi de

28,7% para 48%. Eram obesos 12,5% dos homens (1/4 dos casos de excesso) e

16,9% das mulheres (1/3). Ambas as condições aumentaram de frequência até a

faixa de 45 a 54 anos, no caso dos homens; e de 55 a 64 anos, entre as mulheres,

para depois declinarem (Brasil, 2010a) – Fig. 1.

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FIGURA 1- Evolução de indicadores na população de 20+ anos de idade, por sexo – Brasil –

períodos 1974-75, 1989, 2002-2003 e 2008-2009

Fonte: Brasil, 2010a

Entre as doenças associadas à obesidade, tem-se a hipertensão arterial

sistêmica (HAS), o diabetes mellitus tipo 2 (DM), a resistência insulínica, a doença

hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), distúrbios metabólicos e algumas

neoplasias, como a hepática, de endométrio, renal, próstata, esôfago e cólon

(Schlienger et al, 2009). Calle et al (2003) realizaram um estudo prospectivo de mais

de 900.000 adultos inicialmente sem nenhuma neoplasia, nos Estados Unidos, que

foram acompanhados por 16 anos, a após este período observaram que indivíduos

mais obesos (IMC>40 Kg/m2) tiveram taxas de mortalidade por diferentes tipos de

neoplasia 52% maiores (nos homens) e 62% (nas mulheres), que os indivíduos com

peso normal; neste estudo os homens com IMC>35,0 Kg/m2 apresentaram o risco

relativo (RR) de morrerem por câncer hepático de 4,52 (intervalo de confiança –IC-

de 95%, 2,94 a 6,94) e as mulheres apresentaram tal RR de 1,68 (IC 95%, 0,93 a

3,05). Previamente um estudo que avaliou a relação de obesidade com câncer

hepático na Suécia já havia encontrado uma incidência aumentada de carcinoma

hepatocelular (CHC) em indivíduos obesos de ambos os sexos (RR em homens de

2,0 e em mulheres de 4,0) e os resultados deste trabalho sugerem que o risco de

morte por CHC associado à obesidade é maior em homens que em mulheres (Yan,

Jian-Gao, 2005).

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Os possíveis mecanismos que correlacionam a obesidade com o maior risco de

desenvolvimento destes tumores incluem a resistência insulínica e a consequente

hiperinsulinemia, a produção aumentada de leptina e fator de crescimento insulina-

símile (IGF) e/ou a maior biodisponibilidade de hormônios esteroides (Pischon et al,

2008). A hiperinsulinemia está associada a alterações em sistemas moleculares

como adipocinas e hormônios endógenos que regulam respostas inflamatórias, e

este descontrole metabólico relacionado à obesidade pode, portanto, contribuir para

a tumorigênese e invasão tumoral via metastática (Fair, Montgomery, 2009). O IGF

encontra-se aumentado em indivíduos com resistência insulínica, e este hormônio

tem efeito mitógeno, estimulando o crescimento celular. Sohda et al (1997)

avaliaram biópsias hepáticas de 35 pacientes com CHC e hepatite C, utilizando

técnicas de imunohistoquímica, e observaram que o IGF-II foi mais identificado nos

indivíduos com DHGNA do que nos sem a doença (Sohda et al, 1997). Outro estudo

demostrou que indivíduos obesos, sem outras comorbidades, apresentam maiores

concentrações plasmáticas de malondialdeído (P-MDA) e menor atividade das

enzimas cobre-zinco superóxido desmutase eritrocítica (Cu-Zn-SOD) e glutationa

peroxidase (GPX) do que indivíduos com peso normal, o que sugere que a

obesidade seja um fator de risco independente para a peroxidação lipídica

plasmática (Olusi, 2002).

A DHGNA é definida como o acúmulo de triglicerídeos e ácidos graxos no

hepatócito, não relacionado ao consumo de bebida alcoólica, com achados

histológicos semelhantes à hepatopatia alcoólica (Cuadrado et al, 2005). É uma

condição clínica multifatorial e de amplo espectro clínico-histológico, que varia desde

a esteatose hepática pura, quadro este benigno e reversível, até a esteatohepatite

não alcoólica (EHNA), a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular (CHC) (Syn et

al, 2009). A primeira descrição da EHNA como uma entidade clínica e de sua

nomenclatura, foi feita por Ludwig et al, em 1980 (Ludwig et al, 1980), e desde então

esta entidade nosológica vem sendo cada vez mais diagnosticada.

Com o aumento da prevalência da obesidade e consequentemente da

resistência insulínica no Mundo Ocidental, a DHGNA vem se tornando uma das

principais causas de hepatopatia crônica (Sorrentino et al, 2009). As prevalências da

DHGNA descritas em literatura variam bastante de acordo com a população

estudada (faixa etária, sexo, etnia), e com o método diagnóstico utilizado no estudo,

de modo que pode-se encontrar valores de 21-51%, em estudos onde o diagnóstico

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foi histológico, 17-46% em estudos com diagnóstico ultrassonográfico (US), 31% em

estudos com espectroscopia por Ressonância Magnética (RM), 7 – 11% com

dosagem de aminotransferases (Chalasani et al, 2012). Estima-se que, atualmente,

a prevalência mundial da DHGNA seja de 6,3 – 33%, com uma média de 20% na

população geral, baseada em estudos realizados com uma variedade de métodos

diagnósticos, e a estimativa é que esta aumente ainda mais (Vernon et al, 2011) –

Tab. 1.

TABELA 1- Prevalência de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) em diferentes

grupos populacionais, utilizando-se diferentes métodos complementares para o diagnóstico,

conforme o estudo

Fonte Prevalência de DHGNA (%) Método diagnóstico

Marcos et al, 2000 20% Histologia

Kojima et al, 2003 28,4% US

Browning et al, 2004 31% espectroscopia por RM

Bedogni et al, 2005 20% US

Chen et al, 2006 11,5% US

Zhou et al, 2007 15% US

Williams et al, 2011 46% Histologia

Eguchi et al, 2012 29,7% US

Shi et al, 2012 10,3% US

Xiaona et al, 2012 38,17% US

US- ultrassonografia; RM- ressonância nuclear magnética.

Matteoni et al (1999) realizaram biópsias hepáticas em pacientes com sinais

clínicos, laboratoriais ou radiológicos de DHGNA, e acompanharam os mesmos por

10 anos; no grupo de pacientes que apresentaram associação de esteatose hepática

com sinais de atividade necroinflamatória (inflamação, balonização, corpúsculos

hialinos de Mallory ou fibrose) notou-se desenvolvimento de cirrose hepática em 21

a 28% dos casos, enquanto no grupo de pacientes que apresentaram apenas

esteatose hepática esta complicação tardia só ocorreu em 0-4% dos casos.

Cerca de 30 – 90% dos indivíduos obesos evoluem com esteatose hepática;

destes, 10-20% evoluirão para EHNA, e apenas 3-5% para cirrose hepática em 20

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anos (de Alwis, Day, 2008; Vernon et al, 2011). A prevalência aumenta com a idade,

acometendo mais comumente pacientes hispânicos (Vernon et al, 2011).

A DHGNA é diagnosticada, na maior parte dos casos, em pacientes

assintomáticos após a identificação de alterações nas aminotransferases durante

exames de rotina ou pela detecção de alguma anormalidade hepática pela US.

Porém, nem métodos de imagem nem dosagem de enzimas hepáticas são capazes

de distinguir esteatose simples de EHNA (Atasevenet al, 2005). Portanto, para

diagnóstico de EHNA, torna-se imprescindível a realização de biópsia hepática,

sendo esta considerada o método padrão-ouro de diagnóstico (Lonardo, 1999), pois

ainda é o único método capaz de fornecer o grau de esteatose, a presença de

lesões necroinflamatórias distintas e o grau de fibrose na EHNA (Kleiner et al, 2005).

Tal procedimento é, portanto, importante tanto para o estadiamento, quanto para

orientar o prognóstico e a terapêutica da DHGNA. Entretanto, a indicação da biópsia

é consenso apenas em protocolos de investigação científica. Na rotina clínica, seu

papel continua em discussão. Recomenda-se, nesses casos, que a indicação seja

individualizada e discutida com o paciente, analisando-se a relação custo-benefício

do procedimento e considerando-se a sua importância para o diagnóstico e decisão

terapêutica.

Diferentes classificações histológicas têm sido propostas, para diagnosticar e

estadiar a DHGNA, mas as mais aceitas e bem embasadas cientificamente são: a

proposta de estadiamento histológico de EHNA desenvolvida por Brunt et al (1999),

e, posteriormente, o sistema de graduação para diagnóstico de DHGNA, desenhado

e validado pelo Comitê de Patologia do Grupo de Pesquisas Clínicas em

Esteatohepatite Não Alcoólica (Kleiner et al, 2005). O estagiamento de Brunt é

bastante eficaz para o diagnóstico e estadiamento da EHNA, mas não foi

desenvolvido para avaliar todo o espectro da DHGNA (Brunt et al, 1999) e por isso

foi complementado pelo sistema de avaliação histológica de Kleiner et al (2005), que

é definido pela soma não ponderada dos escores para esteatose (0-3), inflamação

lobular (0-3) e balonização (0-2), podendo variar de 0 a 8; a fibrose não foi incluída

como um componente de atividade inflamatória, já que é menos reversível e

geralmente considerada como resultado de atividade da doença, e esta dissociação

de sua avaliação para a de inflamação possibilita graduar tanto a EHNA quanto a

hepatite crônica de uma maneira geral.

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O aspecto histológico da doença é similar em relação à hepatite alcoólica,

consistindo em balonização, corpúsculos de Mallory, esteatose macrovesicular,

células inflamatórias variadas e fibrose perivenular (Ludwig et al, 1980) – Fig. 2.

Estes achados sugerem um prognóstico pior quando comparado com o achado de

esteatose simples ou esteatose hepática sem inflamação específica, encontradas na

doença de curso clínico benigno. Teli et al (1995), em um estudo de coorte,

acompanhou pacientes com esteatose simples sem obesidade e diabetes mellitus e

não observou progressão para EHNA neste grupo.

FIGURA 1- Aspecto histológico da zona centro-lobular hepática com esteatohepatite não

alcoólica (EHNA), apresentando: 1- Corpúsculos de Mallory; 2- Fibrose perivenular; 3-

Infiltrado inflamatório misto; 4- esteatose macrovesicular e 5- Balonização de hepatócitos.

(Tricrômico de Masson - 200x)

Fonte: Departamento de Anatomia Patológica

Santa Casa de São Paulo

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Os fatores responsáveis pela progressão da esteatose simples para a EHNA

não são totalmente compreendidos. Um modelo amplamente aceito que fornece

uma explicação compreensiva para esta progressão é baseado nos efeitos do

estresse oxidativo no processo biológico que ocorre no fígado, correspondendo ao

“two hit” model, no qual o desenvolvimento da esteatohepatite envolve um insulto

inicial que provoca a esteatose e o “second hit” ou segunda etapa, que ocorre na

forma de estresse oxidativo, sendo, por sua vez, capaz de gerar a peroxidação

lipídica (Day, James, 1998). Dentre os possíveis fatores que poderiam atuar neste

modelo, a resistência insulínica contribui, a partir da lipólise periférica e portanto,

pela subsequente maior entrada de ácidos graxos no fígado. Com o grande afluxo

de ácidos graxos para o fígado, a célula não poderia eliminar o excesso, uma vez

que a produção do VLDL, o qual é utilizado para eliminar o excesso de ácidos

graxos, se encontraria deprimida. Donnelly et al (2005) evidenciaram que

aproximadamente 60% dos triacilgliceróis acumulados no fígado acometido por

DHGNA são derivados de ácidos graxos provenientes do plasma, enquanto que

25% são derivados da lipogênese de novo induzida pela hiperinsulinemia e

hiperglicemia. Os ácidos graxos são metabolizados na mitocôndria através da beta-

oxidação, porém o afluxo maciço destes excede a capacidade metabólica da

mitocôndria (Pessayre, Fromenty, 2005). Esta poderia ser a razão do aumento da

expressão do citocromo hepático CYP2E1, importante produtor de pró-oxidantes. Os

ácidos graxos são tanto substratos quanto indutores do CYP2E1. O aumento da

atividade do CYP2E1 pode contribuir no estresse oxidativo, gerando diretamente

injúria nos hepatócitos ou participando do recrutamento de neutrófilos e outras

células inflamatórias através da indução da expressão de moléculas de adesão e

secreção de citocinas (Cuadrado et al, 2005). Para melhor compreensão, os

possíveis mecanismos de patogênese da DHGNA estão ilustrados da figura 3.

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FIGURA 3- Patogênese da DHGNA. Eixo central: a resistência periférica à insulina resultaria em aumento na

entrada de ácidos graxos livres (AGL) no fígado, o que causaria um desequilíbrio entre a oxidação e exportação

destes e sua captação e síntese, resultando em acúmulo hepático de gordura. Isto resultaria em produção de

espécies reativas de oxigênio (ERO) pela metabolização pelas vias do citocromo microssomal P450, lipo-

oxigenases, peroxisomais e de beta-oxidação mitocondrial. Estas EROs causam apoptose e necrose dos

hepatócitos, desencadeiam lesão inflamatória e imunomediada e ativam as células esteladas hepáticas, levando

à fibrose hepática. Estresse do retículo endoplasmático: a presença do aumento da entrada de AGLs no

fígado também resulta em stress do retículo endoplasmático dos hepatócitos e a apoptose dos mesmos, através

da ativação da c-Jun N-terminal Kinase (JNK).Tecido adiposo: o tecido adiposo secreta adipocitocinas

(incluindo leptina e angiotensinogênio II), que têm participação direta na regulação do metabolismo dos

adipócitos e em vários processos mediados pela insulina. A adiponectina, outro hormônio produzido pelos

adipócitos, tem propriedades anti-inflamatórias e anti-esteatóticas, aparentemente protegendo contra a doença

hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Sua secreção é regulada parcialmente pelo fator de necrose tumoral

alfa (TNF-α), cuja síntese é promovida pelo fator de transcripção nuclear NFκβ. A ativação direta das células

esteladas hepáticas também pode ocorrer pela hiperglicemia e hiperinsulinemia causada por regulação para

cima dos fatores de crescimento do tecido conjuntivo (FCTC).

IRS-1 = Insulin receptor substrate 1.Fonte: McAvoy et al, 2006.

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Outro elemento possivelmente associado com a evolução do EHNA

corresponde ao ferro. Teoricamente, o ferro pode contribuir na patogênese do

EHNA em vários caminhos. Alguns estudos evidenciaram que o ferro pode induzir a

peroxidação lipídica, metabolismo oxidativo mitocondrial, injúria celular e morte

celular (Fugita, Takei, 2011). Com o estresse oxidativo e a necrose, o ferro promove

a ativação de células estreladas, gerando a fibrose e consequentemente o

desenvolvimento da cirrose hepática (Sumida et al, 2009).

Dessa forma, a peroxidação lipídica corresponde ao mais importante

mecanismo patogênico da EHNA, porém outros fatores provavelmente contribuem

na evolução desta doença, podendo estes aumentar a peroxidação lipídica e

estimular diretamente a fibrogênese (Reid, 2001). A fibrogênese, primeiro espectro

evolutivo da EHNA, corresponde a um processo dinâmico da matriz extracelular

(MEC). No fígado, o evento central corresponde à ativação das células esteladas

hepáticas por células inflamatórias e, principalmente, pela produção do fator de

crescimento transformante (TGF) beta. As células estreladas ativadas são capazes

de proliferar, migrar e sintetizar vários componentes da MEC, incluindo colágeno

fibrilar, fibronectina e várias citocinas envolvidas na manutenção da inflamação

(Reeves, Friedman, 2002). Outros fatores associados à ativação das células

esteladas incluem efeito direto da insulina, estresse oxidativo e possivelmente as

adipocitocinas. Dentre estas últimas, as adiponectinas, as quais teriam efeito de

suprimir a proliferação das células estreladas, seriam encontradas em menor

concentração, enquanto a leptina, a qual apresenta efeito contrário, teria maior

concentração na DHGNA. A endotoxina lipopolissacarídea exerce seu efeito através

da ligação ao receptor toll like 4 (TLR-4), gerando sinais intracelulares, amplificando

e mantendo a fibrogênese. As células estreladas amplificam o processo fibrótico e

inflamatório através da secreção de citocinas e outros fatores que modulam o

recrutamento de células inflamatórias e células estreladas adicionais (Bian, Ma,

2012). Fatores genéticos são também propostos como responsáveis pelo

desenvolvimento de fibrose hepática avançada em pacientes com EHNA como os

polimorfismos envolvendo os genes do TGF beta-1 e angiotensinogênio (Dixon et al,

2003).

A EHNA tem sido proposta como uma possível causa no desenvolvimento de

quadros de cirrose que até então eram consideradas criptogênicas, representando 5

a 30% dos casos de cirrose e 10% das indicações de transplantes hepáticos

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(Caldwel et al, 1999). Caldwel (2010) demonstrou que pacientes com cirrose

criptogênica apresentam uma prevalência de DM e obesidade similar em relação

aos pacientes com EHNA, mas significativamente maior em comparação à

respectiva prevalência em pacientes com hepatites virais e cirrose autoimune,

sugerindo que a EHNA seja a possível causa da cirrose. Entretanto para que seja

considerada como tal, é importante afastar outras condições como hepatite

autoimune, hemocromatose, doença de Wilson e ingestão de álcool, por exemplo.

O câncer primário do fígado requer alta complexidade no seu diagnóstico, e

proficiência no tratamento, sendo atualmente a 5ª neoplasia mais comum no mundo,

e a 3ª maior causadora de mortalidade (Baffy et al, 2012), tendo o CHC como o

tumor hepático primário mais comum (70-85% dos casos) e o colangiocarcinoma

como o segundo mais comum (5-10% dos casos) (Michelini et al, 2007). A incidência

destes tumores é elevada em praticamente todas as regiões do mundo, exceto no

Oeste Asiático e no Norte Africano, tendo, em 2002, um número estimado de

600.000 casos novos no mundo, dos quais 82% localizados em países em

desenvolvimento (Chuang et al, 2009).

No Brasil, o câncer de fígado e vias biliares não consta entre os dez mais

incidentes, correnspondendo à oitava causa de morte por câncer no país (Santos,

2005). No período de 2000 a 2005, segundo o registro de câncer de base

populacional (RCBP), a incidência destes tumores no sexo masculino, em diferentes

cidades do Brasil, variou de 1,72/100.000 indivíduos em Jaú a 11,96/100.000 em

Porto Alegre (Fig. 4) (Brasil, 2010b). Em 2010, de acordo com dados do Instituto

Nacional de Câncer (INCA), 7.720 indivíduos no mundo morreram deste tumor,

sendo 4.409 homens e 3.312 mulheres (Brasil, 2010b).

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FIGURA 4- Câncer do fígado e das vias biliares intra-hepáticas: Distribuição das taxas de

incidência no sexo masculino, ajustadas por idade, segundo o RCBP e período de referência,

em dez cidades brasileiras (Valores/100 mil – População Padrão Mundial, modificado por Doll

et al, 1966)

Fonte: Brasil, 2010b

O angiosarcoma é uma forma rara de câncer hepático, cuja ocorrência está

relacionada à exposição ocupacional ao cloreto de vinil, os arsenicais inorgânicos e

o thorotraste (solução de dióxido de tório).

O hepatoblastoma é um tumor raro, que acomete em geral crianças menores

de 03 anos de idade, com predomínio no sexo masculino. Existe uma associação

com outras morbidades como síndrome de Wiedman-Beckwith, tumor de Wilms,

rabdomiossarcoma, alterações cromossomiais e pólipos adenomatosos. Estima-se

que a incidência dos tumores pediátricos no mundo varie de 1% a 3% do total de

casos de câncer, sendo uma doença considerada rara quando comparada às

neoplasias que afetam os adultos. O percentual mediano destes observados nos

dados dos RCBP brasileiros encontra-se próximo de 3%. Como em 2012, para o

Brasil, à exceção dos tumores de pele não melanoma, estimam-se 384.340 casos

novos de câncer, depreende-se, portanto, que ocorreram cerca de 11.530 casos

novos de câncer em crianças e adolescentes até os 19 anos (Brasil, 2012a). Esse

grupo de neoplasias apresenta, em sua maioria, curtos períodos de latência, é mais

agressivo, cresce rapidamente, porém responde melhor ao tratamento e é

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considerado de bom prognóstico. Desse modo, as classificações utilizadas para os

tumores pediátricos são diferentes daquelas utilizadas para os tumores nos adultos,

sendo a morfologia a principal característica observada.

A associação entre fatores de risco e o câncer pediátrico ainda não está

totalmente bem estabelecida no que diz respeito a fatores de risco ambientais e

comportamentais associados a vários tipos de neoplasias na população adulta. Em

geral, pouco se conhece sobre a etiologia do câncer na infância, principalmente por

sua raridade, o que limita o poder estatístico de alguns estudos. Em razão de seu

curto período de latência, as exposições durante a vida intrauterina são o fator de

risco mais conhecido na etiologia desse grupo de neoplasias (Brasil, 2012a).

O CHC é considerado um grande problema de saúde pública mundial, sendo

diagnosticados, anualmente, 500.000 a 1 milhão de casos no mundo (Beale et al,

2008), resultando em 600.000 mortes anualmente (Gomaa et al, 2008). A incidência

vem se elevando nos últimos anos, porém a sua sobrevida não tem mudado

significativamente nas últimas duas décadas (El-Serag, Rudolph, 2007; Jemal,

2011). Isso provavelmente se deve tanto à detecção tardia das lesões quanto ao não

desenvolvimento de melhores tratamentos. Ele não consta no Brasil entre os dez

tumores mais incidentes, segundo dados obtidos dos RCBP existentes. Sua taxa de

incidência padronizada por 100 mil habitantes variava de 1,07 em Belém, em 1988,

a 9,34, em Porto Alegre, em 1991 em homens; em mulheres de 0,28, em Belém, em

1988, a 7,04 em Goiânia em 1990 (Brasil, 2012b). O sudeste da Ásia, Japão e África

do Sul apresentam uma incidência particularmente alta de CHC, enquanto que nos

Estados Unidos, Grã Bretanha e região norte da Europa é raro encontrar este tipo

histológico de tumor, observando-se taxas inferiores a 1 por cada 100 mil habitantes.

Ocorre em uma frequência três vezes maior em homens do que em mulheres (Brasil,

2012b). A faixa etária com maior predomínio, nos Estados Unidos e Europa, está

localizada entre a 6ª e 7ª década, enquanto que, nas áreas de grande incidência, o

tumor ocorre em pacientes mais jovens, entre a 3ª e 5ª década. A forma fibrolamelar

acomete pacientes mais jovens (5-35 anos) e, quando ressecável, o seu prognóstico

é tido por alguns como melhor em comparação com os outros CHCs (Brasil, 2012b).

Vários fatores de risco para a sua ocorrência vêm sendo identificados, tais como:

infecções crônicas pelos vírus da hepatite B e C, sobrecarga de ferro no parênquima

hepático, exposição à aflotoxina, abuso de ingestão de álcool e doenças hepáticas

genéticas. Estudos epidemiológicos vêm mostrando, porém, que cerca de 50% dos

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casos de CHC não têm fator de risco conhecido (Baffy et al, 2012). A obesidade e o

DM também são considerados fatores de risco importantes para o desenvolvimento

do CHC, sendo, este último distúrbio metabólico também associado a pior

prognóstico de pacientes com o CHC (Amarapurkar et al, 2008). O estudo de El

Serag et al (2001), por exemplo, evidenciou que o DM também poderia estar

associado com maior risco de desenvolvimento desta neoplasia, e o de Nair et al

(2002) demonstrou que a obesidade corresponde a fator de risco importante para o

desenvolvimento de carcinoma em pacientes com cirrose criptogênica.

Já é bem estabelecido na literatura que a EHNA, na fase cirrótica, tem um risco

elevado de evolução para CHC (Chagas et al, 2009), tendo sido descritos, nos

últimos 10 anos, cerca de 300 casos de tal associação (Baffy et al, 2012).

No passado, a incidência do CHC esteve diretamente associada com a

epidemia do vírus da hepatite C, porém atualmente vem aumentando de forma

simultânea ao incremento da prevalência da DHGNA e da obesidade. A real taxa de

incidência do CHC em pacientes com DHGNA é desconhecida até o momento, mas

estima-se que 30 - 40% dos tumores diagnosticados em pacientes com cirrose

criptogênica sejam, na realidade, associados à obesidade, à resistência insulínica, a

distúrbios metabólicos e à DHGNA (Hill-Baskin et al, 2009), e acredita-se que cerca

de 80% dos pacientes atualmente definidos como portadores de cirrose de etiologia

indefinida representem, na verdade, casos avançados de EHNA, já sem os achados

histopatológicos característicos desta doença (Cuadrado et al, 2005). Smedile,

Bugianese (2005) demonstraram, em um estudo italiano, a associação de EHNA

com CHC em pacientes inicialmente diagnosticados como cirroses criptogênicas. Já

Ascha et al (2010) realizaram, nos Estados Unidos, um estudo onde encontraram

uma incidência anual cumulativa de 2,6% de CHC em pacientes com EHNA e cirrose

hepática, enquanto um estudo japonês prospectivo com duração de 5 anos

encontrou uma taxa de 11,3% no total de 68 pacientes avaliados (Yatsuji et al,

2009).

Recentemente vem sendo questionada a possibilidade de risco elevado de

CHC em pacientes com esteatose hepática pura ou EHNA em fases mais precoces

de lesão hepática. Guzman et al (2008) relataram, em 2008, 3 pacientes com CHC

associado à síndrome metabólica e DHGNA, sem cirrose hepática ou grau avançado

de lesão hepática. Kawada et al (2009) descreveram seis pacientes com CHC

associada ao quadro de EHNA secundária à síndrome metabólica, sem cirrose

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hepática, apresentando graus histológicos de fibrose leve, na maioria dos casos

(cinco), com apenas um caso demonstrando fibrose avançada. Um estudo brasileiro,

realizado por Chagas et al (2009) avaliou um grupo de 394 casos de CHC, dos quais

apenas sete estavam associados ao diagnóstico de EHNA, e desses, seis já

apresentavam cirrose hepática ao diagnóstico, e apenas um ocorreu em não

cirrótico, com grau de fibrose leve.

Como possível mecanismo patogênico para explicar a evolução da EHNA para

CHC tem-se que a peroxidação lipídica pode ser responsável por mutações através

da formação de espécies reativas de oxigênio. O aumento de ácidos graxos

intracelulares que ocorre na DHGNA pode levar à estimulação de peroxidases

microssomais e, consequentemente, ao estresse oxidativo do DNA do hepatócito

secundário ao aumento da atividade de radicais livres, aumentando o risco de

mutações genômicas (Maurizio, Novo, 2005), tais como ao nível do gene supressor

tumoral p 53, predispondo a uma proliferação exacerbada dos hepatócitos e ao

subsequente desenvolvimento do CHC (Marrero et al, 2002). O desenvolvimento do

CHC também poderia ser facilitado pela presença de fatores de crescimento e de

citocinas, incluindo TGF-beta e TNF-alfa, estando estes fatores associados à

proliferação das células ovais (El-Serag et al, 2001), assim como a produção de

prostaglandinas ou o efeito direto da hiperinsulinemia, poderiam estar associados

com o desenvolvimento tumoral pelo estímulo à angiogênese (Hu et al, 2002). Para

contrabalançar o processo da apoptose, que encontra-se aumentado na DHGNA,

existiria a formação de fatores anti-apoptóticos que forneceriam, juntamente com

outros fatores já destacados, suporte à proliferação celular (Rossmanith, Schulte-

Hermann, 2001). Estudos também evidenciam papel da hiperinsulinemia na

proliferação celular.

A patogênese do desenvolvimento de CHC em pacientes não cirróticos

provavelmente é diferente da responsável pelo CHC em indivíduos cirróticos, já que

as características do tumor, como grau de diferenciação e número de lesões,

diferem de acordo com a pré-existência ou não de cirrose. Assim, observam-se

lesões solitárias e grandes, bem diferenciadas, e com pouca ativação das células

esteladas, nos pacientes não cirróticos (Baffy et al, 2012; Paradis et al, 2009).

Como já foi comentado anteriormente, frequentemente nota-se, em pacientes

com DHGNA, a presença de sobrecarga de ferro no parênquima hepático, mas a

consequência deste achado ainda não é bem definida. Por isso, alguns autores,

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como Sorrentino et al (2009), desenvolveram estudos para avaliar a prevalência de

CHC em pacientes com EHNA associada a esta sobrecarga férrica, e concluíram

que este achado histopatológico estaria correlacionado ao desenvolvimento de CHC

em EHNA, provavelmente devido à ação carcinogênica do ferro, secundária ao

estresse oxidativo que sua sobrecarga hepática promove no parênquima.

O colangiocarcinoma, principalmente o intra-hepático (CCIH), vem

apresentando aumento de incidência e, consequentemente, de mortalidade no

mundo. Nos EUA cerca de 5000 casos novos são diagnosticados anualmente

(Michelini et al, 2007). Ocorre geralmente entre a 6ª e 7ª década de vida. O

diagnóstico deste tumor é difícil, visto que os sintomas costumam surgir apenas na

fase avançada da doença. Por este motivo a sobrevida é inferior a 5% em 5 anos,

sem ter havido nenhuma mudança nesta taxa nos últimos 30 anos (Michelini et al,

2007). Como fatores de risco descritos para esta neoplasia temos: cirrose biliar,

litíase biliar, pancreatite crônica, colangite esclerosante, infestação hepática por

trematódios, doença hepática alcoólica, papilomatose biliar, diabetes mellitus,

obesidade, exposição à nitrosaminas e/ou ao thorotrast e infecção crônica pela

hepatite C (Khan et al, 2008). A associação do colangiocarcinoma extra-hepático

com a obesidade está relacionada ao maior risco de colecistopatia calculosa nesta

população (Khan et al, 2008). Ainda hoje, porém, cerca de 90% dos pacientes

diagnosticados não têm fator de risco conhecido (Ben-Menachem, 2007). Trabalhos

recentes, como o de Michelini et al (2007), vêm questionando a associação do CCIH

com resistência insulínica e DHGNA. Welzel et al (2007) estudaram 535 casos de

colangiocarcinomas intra-hepáticos e 549 extra-hepáticos, avaliando a presença de

fatores de risco para o desenvolvimento destas neoplasias em cada caso, e

encontraram associação dos intra-hepáticos com a DHGNA (p=0,02), diabetes

mellitus (p<0,0001) e obesidade (p<0,001).

Estudos de necropsia mostraram que pacientes que morrem de alguma forma

de câncer podem apresentar metástase para o fígado em até 35% das vezes

durante o curso da doença (Brasil, 2012b). Os tipos que mais dão metástase para o

fígado são: o carcinoma do pâncreas, o carcinoma colorretal, o carcinoma de

estômago, o carcinoma da mama, o carcinoma do esôfago, o carcinoma do pulmão

e o tumor carcinóide. (Brasil, 2012b).

O câncer colorretal é atualmente uma das principais causas de morte

relacionadas a neoplasias, e sua mortalidade é intimamente relacionada ao

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desenvolvimento de metástases hepáticas, que ocorrem em 50-70% de pacientes

com neoplasia colorretal (Van der Bilt et al, 2008). Estima-se que 23% dos casos

novos de pacientes com câncer colorretal apresentem-se já com metástase hepática

isolada (Brasil, 2012b). Estes casos são tratáveis com cirurgia e a cura pode ser

obtida com sobrevida de até 5 anos em até 30% dos casos (Brasil, 2012b).

Em estudo publicado em 2009, VanSaun et al alimentaram cobaias com dieta

rica em gordura, provocando nelas o desenvolvimento de DHGNA. Fizeram, após,

injeção esplênica de células de câncer de cólon e observaram, ao comparar com

grupo controle, que mesmo estágios mais precoces de esteatose hepática

promoveram um microambiente mais favorável para o crescimento das células

metastáticas no fígado. Este trabalho sugere, portanto, que pacientes com DHGNA

teriam fatores que contribuiriam para a progressão, e maior risco, da metástase

hepática. Van der Bilt et al (2008) também estudaram a indução de micro

metástases em fígado de ratos esteatóticos, e observaram 51% de aumento do

crescimento tumoral em fígado esteatótico submetido a clampeamento versus o

grupo de ratos controle, indicando um efeito estimulatório da isquemia/reperfusão no

crescimento de micro metástases em fígados esteatóticos (p=0,026).

Atualmente ainda não é preconizado, pelas diretrizes da sociedade americana

de estudos das doenças do fígado, o rastreio de CHC nem mesmo em pacientes

com DHGNA que já estejam na fase cirrótica da doença (Malik et al, 2009). A

identificação de fatores epidemiológicos, biológicos e genéticos que caracterizem os

pacientes como de alto risco para neoplasias hepáticas, primárias e/ou secundárias,

ajudariam a selecionar os pacientes que requerem uma monitorização mais

intensiva, com rastreamento precoce de neoplasias (Yan, Jian-Gao, 2005). Ainda, a

identificação de fatores preditores poderia nos ajudar a entender a

hepatocarcinogênese e levar-nos ao desenvolvimento de novas estratégias de

prevenção nestes pacientes potencialmente de risco (Sorrentino et al, 2009).

Apesar de já haver diversos relatos na literatura indicando que a DHGNA

contribua para o desenvolvimento de neoplasias hepáticas em indivíduos não

cirróticos, tais como CHC, colangiocarcinoma e metástase colorretal, nenhum deles

foi conclusivo, até o momento, para confirmação desta associação, principalmente

devido à grande prevalência da DHGNA na população geral e relativamente mais

baixas prevalências de cada tipo de tumor hepático, o que poderia causar um fator

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confundidor de real relação de ambas as doenças versus mero acaso de

coexistência das duas morbidades.

Por tal motivo, desenvolvemos este estudo, onde avaliamos separadamente a

associação da DHGNA com cada tipo de neoplasia hepática maligna, primária ou

secundária.

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2. OBJETIVOS

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1- Avaliar a associação de DHGNA com neoplasias malignas primárias e

secundárias do fígado.

2- Comparar as prevalências de associação de DHGNA com os diferentes tipos

histológicos de neoplasias malignas primárias e secundárias do fígado.

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3. CASUÍSTICA E MÉTODO

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3.1 - Desenho do estudo

Estudo retrospectivo de revisão de parâmetros histológicos, clínicos e

laboratoriais de pacientes com neoplasias hepáticas primárias ou secundárias,

submetidos à ressecção hepática, explante ou biópsia hepática diagnóstica, no

período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2011, na Irmandade de

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).

3.2 - Tamanho Amostral e Inclusão

Foram avaliados 180 casos, obtidos através do banco de dados do

Departamento de Anatomia Patológica da ISCMSP, utilizando-se, como palavras-

chave, “tumor hepático, carcinoma hepatocelular, colangiocarcinoma, metástase

hepática, biópsia de nódulo hepático, ressecção ou explante hepático”.

3.2.1 - Critérios de inclusão

- Paciente com diagnóstico histopatológico de neoplasia hepática

primária ou secundária, submetido à ressecção hepática, explante ou

biópsia hepática diagnóstica, no período de 2007 a 2011, na ISCMSP

- Idade entre 11 e 85 anos

3.2.2 - Critérios de exclusão

- história de abuso de ingestão alcoólica, definido como ingestão ≥20

g/dia de álcool (Cotrim et al, 2011)

- Infecção por HIV

- Infecção por Hepatite B ou C

- Ausência de tecido hepático livre de tumor, no material de histologia

- Presença de outras causas de hepatopatia crônica, como hepatite

autoimune, hemocromatose ou doença de Wilson

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- Diagnóstico histopatológico de hepatoblastoma (por apresentar

características muito específicas e origens histopatológicas próprias, o

câncer que acomete crianças e adolescentes deve ser estudado

separadamente daqueles que acometem os adultos, principalmente

no que diz respeito ao comportamento clínico e seus fatores de risco)

3.3 - Variáveis avaliadas

- Idade

- Sexo

- Grupo racial

- Tipo histológico da neoplasia

- Estágio da doença hepática (grau de fibrose, esteatose e atividade

inflamatória/ presença ou não de esteatohepatite)

- Graduação da DHGNA conforme a classificação de Kleiner

- Diagnóstico de sobrepeso ou obesidade através da avaliação do

IMC (Fig. 5 e Quadro 1)

- Diagnóstico prévio de dislipidemia e/ou dosagem de High-density

lipoprotein (HDL) , low-density lipoprotein (LDL) ou triglicerídeos

alteradas (Quadro 2)

- Diagnóstico prévio de diabetes mellitus ou intolerância à glicose

e/ou glicemia de jejum alterada (Quadro 3)

- Diagnóstico prévio de HAS (pressão arterial sistólica ≥ 140 e/ou

pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg) - (Sociedade Brasileira de

Cardiologia, 2010)

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24

3.3.1 - Avaliação de dados clínicos

Foram revisados os prontuários dos pacientes, para obtenção de dados

clínicos como cor, idade, sexo, e presença ou não de comorbidades, tais como:

hepatites virais, etilismo, uso de drogas ilícitas ou medicações contínuas, outras

hepatopatias,intolerância à glicose e/ou diabetes mellitus, hipertensão arterial

sistêmica dislipidemia. Ainda, por meio de dados de prontuário, foram obtidos

anotações de altura e peso dos pacientes, para cálculo do índice de massa corporal

(IMC), conforme fórmula abaixo (Fig. 5).

FIGURA 5- Fórmula de cálculo do IMC

IMC= Peso (Kg) /altura2 (m)

IMC=índice de massa corporal

O IMC foi interpretado conforme o quadro 1.

QUADRO 1 - Interpretação de resultados do índice de massa corporal (IMC).

Valor do IMC (Kg/m2) Classificação

<18,5 Abaixo do peso

18,5 -24,9 Normal

25,0-29,9 Sobrepeso

30,0-34,9 Obesidade grau I

35,0-39,9 Obesidade grau II

≥ 40 Obesidade grau III

Fonte: World Health Organization, 2012

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25

3.3.2 - Avaliação laboratorial

Foram avaliados os níveis de LDL (mg/dL), HDL (mg/dL), triglicerídeos

(mg/dL) e glicemia sérica (mg/dL), descritos em prontuário. A interpretação dos

resultados encontra-se descrita nos quadros abaixo (Quadros 2 e 3).

QUADRO 2 - Interpretação de resultados de LDL, HDL e triglicerídeos

LDL (mg/dL) Normal Dislipidemia

<160 >160

HDL (mg/dL) Normal Dislipidemia

Homens

>40 <40

Mulheres >50 <50

Triglicerídeos (mg/dL) Normal Hipertrigliceridemia

<150 >150

LDL- low-density lipoprotein ; HDL- high-density lipoprotein . Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2007.

QUADRO 3- Interpretação de resultados de glicemia (mg/dL)

Normal Intolerância à glicose Diabetes mellitus

70-99 100-125 ≥126

(Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2009)

3.3.3 - Avaliação histopatológica

Os casos foram revisados por um médico patologista especialista em

patologia hepática (Prof.ª. Dra. Maria de Fátima Araújo Nascimento), quanto aos

diagnósticos histológicos das neoplasias hepáticas, tendo sido avaliadas lâminas

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coradas com hematoxilina e eosina, tricrômico de Masson e com a impregnação

pela prata para avaliação de fibras de reticulina. Também foi realizada a análise do

parênquima hepático livre de tumor para observação de associação com DHGNA e,

caso positivo, do grau histológico desta lesão, de acordo com a classificação de

Kleiner et al (2005) – quadros 4, 5 e 6.

QUADRO 4 - Avaliação de atividade inflamatória, de acordo com o Sistema de Graduação

Histológica de esteatohepatite não alcoólica (EHNA), desenhado e validado pelo Comitê de

Patologia do Grupo de Pesquisas Clínicas em EHNA

ITEM AVALIADO ESCORE

Esteatose (% de parênquima acometido)

<5%

5-33%

>33-66%

>66%

0

1

2

3

Inflamação Lobular (focos por campo de 200x)

Nenhum

< 2

2-4

>4

0

1

2

3

Balonização de hepatócitos

Nenhum

Leve (poucos hepatócitos)

Moderada (proeminente)

0

1

2

Fonte: Kleiner et al, 2005

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27

QUADRO 5 - Interpretação da avaliação de atividade inflamatória

Escore Final de Atividade Inflamatória Interpretação

0-2 Sem EHNA

3-4 Inconclusivo

≥ 5 EHNA

EHNA – esteatohepatite não alcoólica. Fonte: Kleiner et al, 2005

QUADRO 6 - Avaliação de grau de fibrose, de acordo com o Sistema de Graduação Histológica

de esteatohepatite não alcoólica (EHNA), desenhado e validado pelo Comitê de Patologia do

Grupo de Pesquisas Clínicas em EHNA

Estágio de Fibrose Escore

Nenhuma 0

Perisinusoidal ou periportal 1

Perisinusoidal leve, em zona 3 1A

Perisinusoidal moderada, em zona 3 1B

Portal/ periportal 1C

Perisinusoidal e portal/periportal 2

Septos fibrosos 3

Cirrose 4

Fonte: Kleiner et al, 2005

Para simplificação de resultados finais, o grau de fibrose 1 não foi subdividido

nos graus 1A, 1B e 1C.

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28

A avaliação histopatológica foi realizada sem conhecimento prévio de dados

clínicos, laboratoriais e/ou demográficos do paciente.

3.4 - Análise estatística

Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva para

todas as variáveis previamente definidas, e citadas anteriormente. Secundariamente,

para melhor análise quanto à associação da DHGNA com as diferentes neoplasias

hepáticas, primárias e secundárias, os pacientes foram divididos em grupos de cada

neoplasia e respectivos grupos-controles, contendo as demais neoplasias.

Para a realização de cálculos estatísticos foi utilizado o programa SPSS

(Statistical Package for Social Sciences) versão 13.0, e o programa Epi Info versão

3.4.3 foi usado para avaliação de intervalos de confiança. Nas análises descritivas

foram realizadas as medidas-resumo para as variáveis quantitativas (média,

mediana, desvio-padrão...) e para as variáveis qualitativas foram calculadas as

frequências absolutas e relativas. Foram utilizados os testes t- Student para

comparações entre grupos, e Mann-Whitney para variáveis não paramétricas, assim

como os testes chi-quadrado (χ2) e exato de Fisher, para análises estatísticas. O

nível de significância de todos os testes foi de 5 % (p<0,05).

3.5 - Termo de consentimento

Não foi desenvolvido um termo de consentimento livre e esclarecido, visto que

o estudo foi realizado através de análise retrospectiva de dados clínicos e

laboratoriais contidos em prontuários.

3.6 - Aprovação do Comitê de Ética

Este projeto de pesquisa foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em

pesquisa em seres humanos da ISCMSP, tendo o número de inscrição 020/2011

(Apêndice).

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4. RESULTADOS

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4.1 - Análise descritiva do grupo geral de pacientes

Foram identificados 180 pacientes com neoplasias hepáticas primárias e

secundárias, no período estudado, tendo sido excluídos 60 casos (33,4%), de

acordo com os critérios de exclusão descritos anteriormente (Tab. 2).

TABELA 2 – Causas de exclusão do estudo

Causas de exclusão Frequência

(nº de casos)

Prevalência

%

Hepatite C 12 20

Hepatite B 4 6,6

Álcool 22 36,6

Hepatite C + álcool 11 18,4

Hepatite B + álcool 1 1,6

Hepatoblastoma 5 8,4

Amostra insuficiente 5 8,4

Total 60 100

No grupo de indivíduos excluídos, o tumor hepático predominante foi o CHC

(32 casos – 53,3% - Fig. 6), tendo sido observado maior prevalência de fibrose

avançada (graus 3 e 4) do que no grupo de estudo (24 casos – 43,6 % - versus 9

casos – 7,5%) – Tab.3 . Nos excluídos, a prevalência de esteatose e esteatohepatite

foi de 19 casos – 34,5% - e um caso – 1,8%, respectivamente (Tab. 4).

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FIGURA 6- Gráfico de prevalência de neoplasias hepáticas no grupo de pacientes excluídos,

em % (número de casos)

CHC53,3%(32)

Metástase colorretal

15%(9)

Metástase não-colorretal20%(12)

Hepatoblastoma8,4%(5)

CCIH3,3%(2)

PREVALÊNCIA DE NEOPLASIAS NO GRUPO EXCLUÍDO

CHC- carcinoma hepatocelular; CCIH – colangiocarcinoma intra-hepático.

TABELA 3 - Comparação de prevalências dos diferentes graus de fibrose encontrados no

grupo excluído e no do estudo

GRUPO EXCLUÍDO GRUPO DO ESTUDO

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

0 12 (21,8) 0 60 (50)

1 13 (23,6) 1 42 (35)

2 6 (10,9) 2 9 (7,5)

3 4 (7,3) 3 5 (4,2)

4 20 (36,4) 4 4 (3,3)

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TABELA 4- Comparação de grupo de excluídos e grupo de estudo, quanto à avaliação

histológica.

Fibrose avançada

(grau 3-4)

Esteatose hepática Esteatohepatite

Excluídos 24 (43,6%) 19 (34,5%) 1 (1,8%)

Estudo 9 (7,5%) 41 (34,2%) 2 (1,6%)

A prevalência de neoplasias no grupo que permaneceu no estudo (120)

encontra-se listada na figura 7.

FIGURA 7- Prevalência de neoplasias no grupo de pacientes incluídos no estudo, em %

(número de casos).

40% (48)

33,3%(40)

13,3%(16)

9,2%(11)

3,3%(4)

0,8% (1)

PREVALÊNCIA DE NEOPLASIAS NO GRUPO DE ESTUDO (120)

Metástase não-colorretal

Metástase colorretal

CHC

CCIH

Tumoreslinfoproliferativos

Sarcoma

CHC-carcinoma hepatocelular; CCIH – colangiocarcinoma intra-hepático.

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33

Não houve predomínio por sexo, com 59 (49,2%) homens e 61 (50,8%)

mulheres. Quanto ao grupo racial, houve maior prevalência na cor branca (97 –

80,86%) – Tab. 5.

TABELA 5- Divisão de pacientes de acordo com grupo racial

Cor Nº de casos

Prevalência (%)

Branco 97 (80,8)

Pardo 20 (16,7)

Negro 2(1,7)

Amarelo 1 (0,8)

A maioria das amostras estudadas eram peças cirúrgicas de ressecções ou

explantes (74 – 61,7%). A média de idade foi de 58,14 anos (11 a 85 anos). Tab.6 e

Fig. 8.

TABELA 6- Valores da Variável Idade

Variável Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo

Idade Total estudado 58,14 59,0 13,96 11,0 85,0

DP= desvio-padrão

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FIGURA 8- Quartil dos casos conforme idade

Com relação à prevalência de esteatose, tanto no grupo geral quanto nos

subgrupos conforme neoplasias, observou-se valores entre 22,9- 34,2%, exceto no

grupo de metástase colorretal, onde observou-se prevalência ligeiramente maior

(55%) (Tab. 7 e Fig. 9).

TABELA 7- Prevalências de esteatose hepática no grupo total estudado e de acordo com a

neoplasia encontrada

NEOPLASIA ESTEATOSE

Não Nºcasos (%)

Sim Nºcasos (%)

IC95%

Metástase não colorretal 37 (77,1) 11 (22,9) 12 -37,3

Metástase colorretal 18 (45) 22 (55) 38,5 – 70,7

CHC 12 (75) 4(25) 7,3 - 52,4

CCIH 8 (72,7) 3(27,3) 6,0 - 61

Outras 4 (80) 1 (20) -35,5 - 75,5

Total estudado 79 (65,8) 41 (34,2) 25,8 - 43,4

IC95% = intervalo de confiança de 95%. CHC- carcinoma hepatocelular;

CCIH – colangiocarcinoma intra-hepático; Outras neoplasias: tumores linfoproliferativos e

sarcoma. %=Prevalências.

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FIGURA 9- Intervalos de confiança 95% (IC95%) de prevalências de esteatose hepática de

acordo com a neoplasia encontrada

- - - - Prevalência de esteatose na população geral.

Outras neoplasias: tumores linfoproliferativos e sarcoma; CCCIH- colangiocarcioma intra-

hepático; CHC- carcinoma hepatocelular; MNCR- metástase não colorretal; MCR-metástase

colorretal.

A prevalência de fibrose hepática foi de 50% (60 casos - Tab. 8) e de

esteatohepatite foi de 1,7% (2 casos).

Observou-se predomínio de graus mais leves de esteatose (grau 1) e de

fibrose hepática (graus 1 e 2) – 39 casos (32,5%) e 51 casos (42,5%),

respectivamente. (Tab. 8). Ao avaliarmos a associação de esteatose com a

presença de fibrose, não observamos relação significantemente estatística (p=

0,564)- Fig.10.

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TABELA 8 - Graus de esteatose e fibrose hepática no grupo de estudo, de acordo com o

sistema de graduação histológica de EHNA, desenhado e validado pelo Comitê de Patologia do

grupo de pesquisas clínicas em esteatohepatite não alcoólica (Kleiner et al, 2005).

ESTEATOSE HEPÁTICA FIBROSE HEPÁTICA

Grau Nº de casos

prevalências (%)

Grau Nº de casos

prevalências (%)

0 79(65,8) 0 60 (50)

1 24 (20,0) 1 42 (35)

2 15 (12,5) 2 9 (7,5)

3 2 (1,7) 3 5 (4,2)

4 4(3,3)

FIGURA 10- Avaliação da associação de esteatose com fibrose hepática no grupo de estudo

53,7% (22) 48,1% (38)

46,3% (19)

51,9% (41)

com esteatose sem esteatose

com fibrose sem fibrose

(p = 0,564)

%=Prevalências (número de casos).

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Ao avaliarmos a relação dos graus de esteatose e fibrose hepática

encontrados no grupo geral, não observamos relação evidente de presença de graus

mais avançados de fibrose com maiores graus de esteatose (Fig. 11 e Tab.9).

FIGURA 11 – Avaliação de relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose

hepática, encontrados no grupo geral

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3

Pre

valê

nc

ia d

e g

rau

sd

e f

ibro

se

he

tic

a (

%)

Prevalência de graus de esteatose hepática (%)

0 I II III IVGraus de fibrose

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TABELA 9- Relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose hepática,

encontrados no grupo geral

Graus de

esteatose

hepática

Prevalências %

(nº de casos)

Graus de fibrose hepática

Prevalências % (nº de casos)

0 I II III IV

0 34,2 (41) 22,5 (27) 5,8 (7) 0,8 (1) 2,5 (3)

1 10,0 (12) 6,7 (8) 1,7 (2) 0,8 (1) 0,8 (1)

2 5,0 (6) 5,8 (7) 0,0 (0) 1,7 (2) 0,0 (0)

3 0,8 (1) 0,0 (0) 0,0 (0) 0,8 (1) 0,0 (0)

Foram avaliadas as presenças de fatores de risco para a síndrome

metabólica, e consequentemente a DHGNA, tais como dislipidemia (diagnóstico

prévio e/ou exames laboratoriais apresentando LDL>160 mg/dL, HDL<50mg/dL nas

mulheres e <40 mg/dL nos homens, e/ou triglicerídeos>150 mg/dL), intolerância à

glicose (IG) e/ou DM (glicemia>99 mg/dL), HAS (pressão arterial sistólica ≥ 140 e/ou

pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg) e excesso de peso (sobrepeso e/ou

obesidade, IMC>25Kg/m²), tendo sido encontrados os resultados conforme as

tabelas 10 e 11.

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TABELA 10 – Prevalência de fatores de risco para síndrome metabólica e DHGNA no grupo do

estudo

FATORES DE RISCO Não Sim

IG e/ou DM

N 51 69

% 42,5 57,5

HAS

N 65 55

% 54,2 45,8

Dislipidemia

N 103 17

% 85,8 14,2

Sobrepeso e /ou Obesidade

N 49 53

% 48,0 52,0

IG- intolerância à glicose; DM- diabetes mellitus; HAS –hipertensão arterial sistêmica;

N= número de casos; % = prevalências.

TABELA 11 - Análise descritiva de fatores de risco (avaliação quantitativa) para síndrome

metabólica e DHGNA no grupo do estudo

FATORES DE

RISCO Média Mediana DP Mínimo Máximo

Glicemia (mg/dL) 109,52 102,0 30,2 82 233

LDL (mg/dL) 105,0 103,0 33,6 57,0 209,0

HDL (mg/dL) 45,5 48,0 17,3 8,0 97,0

Triglicerídeos

(mg/dL) 109,8 98,0 41,6 42,0 249

IMC (Kg/m2) 25,8 25,4 6,1 12,4 41,1

DP=desvio-padrão; HDL- high-density lipoprotein; LDL- low-density lipoprotein; IMC- índice de

massa corporal.

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40

Ao avaliarmos a relação da presença de esteatose com os respectivos fatores

de risco, foi observada discreta associação com IG e/ou DM, HAS, dislipidemia e

excesso de peso (p-valores respectivamente 0,182; <0,001; 0,078 e 0,002). Não

houve relação de tais fatores de risco com a presença de fibrose hepática.

Observou-se que os dois indivíduos com esteatohepatite tinham IG e/ou DM, mas tal

achado não obteve significância estatística (p=0,507) – Figs. 12, 13,14 e 15.

FIGURA12- Associação de intolerância à glicose (IG) e/ou diabetes mellitus (DM) com

esteatose hepática, fibrose hepática e esteatohepatite no grupo de estudo

%=Prevalências (número de casos).

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FIGURA 13- Associação de hipertensão arterial sistêmica (HAS) com esteatose hepática,

fibrose hepática e esteatohepatite no grupo de estudo

%=Prevalências (número de casos).

FIGURA 14- Associação de dislipidemia com esteatose hepática, fibrose hepática e

esteatohepatite no grupo de estudo

%=Prevalências (número de casos).

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42

FIGURA 15- Associação de excesso de peso (IMC>25) com esteatose hepática, fibrose

hepática e esteatohepatite no grupo de estudo

%=Prevalências (número de casos). IMC-índice de massa corporal.

4.2– Análise estatística conforme o tipo de neoplasia hepática

Para melhor análise estatística quanto à associação da DHGNA com as

diferentes neoplasias hepáticas, primárias e secundárias, subdividimos nossa

população que permaneceu no estudo a cada dois grupos, sendo o primeiro o grupo

de pacientes de cada tipo de neoplasia hepática, e o segundo o grupo-controle,

contendo o restante dos pacientes incluídos no trabalho com as outras neoplasias,

para compararmos as características demográficas, clínicas e histológicas de cada

um deles.

4.2.1- Grupo-metástase colorretal (MCR) X Grupo-controle 1 (CHC, CCIH,

metástase não-colorretal, tumores linfoproliferativos, sarcoma)

O grupo-MCR tinha 40 pacientes e o grupo-controle 1 apresentava 80

pacientes. Observou-se predomínio do sexo masculino no grupo–MCR, e do sexo

feminino no grupo-controle 1 (p=0,039) - Fig. 16. Quanto à cor, houve maior

prevalência da cor branca em ambos os grupos (82,5% versus 80,0%, p=0,743).

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43

FIGURA 16- Distribuição quanto ao sexo, no grupo-metástase colorretal (MCR) e no grupo-

controle-1 p=0,039.

62,5% (25)

36,5% (34)37,5% (15)

42,5% (46)

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Grupo-MCR Grupo-controle 1

Masculino

Feminino

%=Prevalências (número de casos).

A maioria das amostras estudadas no grupo-MCR eram originadas de peças

cirúrgicas de ressecções ou explantes, tendo correspondido a 87,5% - 35 casos- no

grupo–MCR, versus 48,8% - 39 casos no grupo–controle 1 (p<0,001). A média de

idade foi semelhante nos dois grupos (57,53 anos no grupo–MCR e 58,45 anos no

grupo-controle 1 – Teste t-Student, p =0,734) – Tab. 12 e Fig. 17.

TABELA 12 - Comparação da variável idade nos grupos em estudo (t-Test das médias de

idade=0,734)

Variável Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo

Idade MCR 57,53 58,50 12,66 29 85

Controle 1 58,45 59,50 14,64 11 83

MCR- grupo-metástase colorretal; DP=Desvio-padrão.

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44

FIGURA 17- Comparação de quartis de idades nos grupos em estudo

A esteatose hepática foi mais prevalente no grupo-MCR (55,0% versus

23,8%, Odds Ratio-OR= 3,99; IC95% 1,78- 8,94; p<0,001), apesar de este grupo ter

menor prevalência de fibrose hepática (37,5% versus 56,3%; OR= 0,47; IC95% 0,21-

1,02; p=0,053). Não houve casos de esteatohepatite no grupo-MCR e foram

encontrados dois casos no grupo–controle 1 (0% versus 2,5%, p= 0,552), Fig. 18 e

Tabs.13 e 14.

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45

FIGURA 18- Comparação de variáveis histológicas nos grupos em estudo.

MCR- grupo-metástase colorretal; %=Prevalências (número de casos).

TABELA 13- Prevalências dos diferentes graus de esteatose hepática, no grupo-metástase

colorretal (MCR) e no grupo-controle 1

GRUPO-MCR GRUPO-CONTROLE 1

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

0 18 (45,0) 0 61(76,3)

1 13 (32,5) 1 11(13,8)

2 9(22,5) 2 6 (7,5)

3 0 (0) 3 2(2,5)

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46

TABELA 14- Prevalências dos diferentes graus de fibrose hepática, no grupo-metástase

colorretal (MCR) e no grupo-controle 1

GRUPO-MCR GRUPO-CONTROLE 1

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

0 25 (62,5) 0 35(43,8)

1 13 (32,5) 1 29(36,3)

2 0(0) 2 9 (11,3)

3 2 (5,0) 3 3 (3,8)

4 0 (0) 4 4 (5,0)

Ao avaliarmos, nos dois grupos, a associação de esteatose hepática com a

presença de fibrose, não observamos relação significantemente estatística em

nenhum dos dois (p= 0,251 no grupo-MCR e 0,487 no grupo-controle 1)- Fig. 19.

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47

FIGURA 19- Avaliação da associação de esteatose com fibrose hepática no grupo- metástase

colorretal (MCR) e no grupo-controle 1(GC1) (p= 0,251 e 0,487 respectivamente)

45,5% (10)

63,2%(12)

72,2% (13)

54,5% (12)

36,8%(7)

27,8% (5)

45,9% (28)

MCR GC1 MCR GC1

com fibrose sem fibrose

54,1% (33)

COM ESTEATOSE

SEM ESTEATOSE

%=Prevalências (número de casos)

Não observamos relação significante entre a presença de graus mais

avançados de fibrose com maiores graus de esteatose, na avaliação de relação dos

graus de esteatose e fibrose hepática encontrados no grupo-MCR e no grupo-

controle 1. (Fig. 20 e Tab.15).

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48

FIGURA 20 – Avaliação de relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose

hepática, encontrados no grupo-metástase colorretal (MCR) e no grupo-controle1 (GC1)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

MCR GC 1 MCR GC 1 MCR GC 1 MCR GC 1

Pre

va

lên

cia

de

gra

us

de

fib

ros

e h

ep

áti

ca

(%

)

Prevalência de graus de esteatose hepática (%)

0 I II III IVGraus de fibrose

GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3

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49

TABELA 15- Relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose hepática,

encontrados no grupo-metástase colorretal (MCR) e no grupo-controle 1 (GC1)

Prevalências

de graus de

esteatose

hepática

%

(nº de casos)

Grupos

analisados

Prevalências de graus de fibrose

hepática

% (nº de casos)

0 I II III IV

0 MCR 32,5

(13)

12,5

(5)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC1 35,0

(28)

27,5

(22)

8,7

(7)

1,2

(1)

3,7

(3)

1 MCR 20

(8)

10

(4)

0,0

(0)

2,5

(1)

0,0

(0)

GC1 5,0

(4)

5,0

(4)

2,5

(2)

0,0

(0)

1,3

(1)

2 MCR 10

(4)

10

(4)

0,0

(0)

2,5

(1)

0,0

(0)

GC1 2,5

(2)

3,7

(3)

0,0

(0)

1,3

(1)

0,0

(0)

3 MCR 0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC1 1,3

(1)

0,0

(0)

0,0

(0)

1,3

(1)

0,0

(0)

Foram avaliadas e comparadas, nos dois grupos, as presenças de fatores de

risco para a síndrome metabólica, e consequentemente a DHGNA, tais como

dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, não tendo sido observado

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50

diferença significantemente estatística em nenhum destes fatores de risco, conforme

resultados nas tabelas 16 e 17.

TABELA 16- Comparação de prevalências (%) de fatores de risco no grupo-metástase

colorretal (MCR) e no grupo-controle 1.

Fatores de

risco

Grupos

Dislipidemia

Nº de casos

(%)

IG e/ou DM

Nº de casos

(%)

HAS

Nº de casos

(%)

IMC>25Kg/m2

Nº de casos

(%)

MCR 7 (17,5) 20 (50,0) 18 (45,0) 23 (60,5)

Controle 1 10 (12,5) 49 (61,3) 37 (46,3) 30 (46,9)

OR

(IC95%)

1,48

(0,52-4,25)

0,63

(0,29-1,36)

0,95

(0,44-2,04)

1,74

(0,77-3,93)

p-valor 0,459 0,240 0,897 0,182

OR=Odds ratio; IC95%=intervalo de confiança de 95%; IG - intolerância à glicose;

DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica; IMC- índice de massa corporal.

TABELA 17- Comparação de médias de valores encontrados nas variáveis glicemia, HDL, LDL,

triglicerídeos e IMC, nos dois grupos estudados.

Médias

Grupos

Glicemia

(mg/dL)

HDL

(mg/dL)

LDL

(mg/dL)

Triglicerídeos

(mg/dL)

IMC

(Kg/m2)

MCR 113,21 47,38 116,88 157,22 25,88

Controle 1 112,14 44,58 108,11 105,70 24,87

Teste de Mann-

Whitney (p)

0,306 0,958 0,457 0,069 0,182

MCR- metástase colorretal; HDL- high-density lipoprotein; LDL- low-density lipoprotein;

IMC- índice de massa corporal.

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51

Ao avaliarmos a relação da presença de esteatose com os respectivos fatores

de risco, não foi observada associação estatisticamente significante com IG e/ou

DM, dislipidemia ou HAS (p- valores respectivamente 0,204; 0,427 e 0,180), mas sim

com excesso de peso (p= 0,013). Não houve relação de tais fatores de risco com a

presença de fibrose hepática e esteatohepatite (Tabs. 18, 19 e 20).

TABELA 18- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatose hepática, no grupo-metástase colorretal (MCR) e grupo-

controle 1 (GC1)

Fatores de Risco

Esteatose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

MCR Sim 32,5(13)

2,5 (9)

12,5 (5)

42,5 (17)

30,0 (12)

25,0 (10)

13,2 (5)

44,7 (17)

Não 17,5(7)

27,5 (11)

5,0 (2)

40,0 (16)

15,0 (6)

66,7 (12)

26,3 (10)

15,8 (6)

GC1 Sim 17,5 (14)

6,3 (5)

5,0 (4)

18,7 (15)

15,0 (12)

8,8 (7)

7,8 (5)

14,1 (9)

Não 43,7 (35)

32,5 (26)

7,5 (6)

68,8 (55)

31,2 (25)

45,0 (36)

45,3 (29)

32,8 (21)

p MCR 0,204 0,427 0,180 0,013

GC 1 0,203 0,237 0,090 0,140

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor .

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52

TABELA 19- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com fibrose hepática, no grupo-metástase colorretal (MCR) e grupo-

controle 1 (GC1)

Fatores de Risco

Fibrose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

MCR Sim 17,5 (7)

20,0 (8)

7,5 (3)

30,0 (12)

20,0(8)

17,5 (7)

10,6 (4)

28,9 (11)

Não 32,5 (13)

30,0 (12)

10,0 (4)

52,5 (21)

25,0(10)

37,5(15)

28,9 (11)

31,6 (12)

GC1 Sim 30 (24)

26,3 (21)

6,25 (5)

50,0 (40)

28,7(23)

27,5(22)

26,6 (17)

29,7 (19)

Não 31,2 (25)

12,5 (10)

6,25 (5)

37,5 (30)

17,5(14)

26,3(21)

26,6 (17)

17,1 (11)

p MCR 0,744 1,000 0,412 0,192

GC 1 0,099 0,741 0,323 0,283

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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53

TABELA 20- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatohepatite não alcoólica (EHNA) no grupo-metástase colorretal

(MCR) e grupo-controle 1 (GC1)

Fatores de Risco

EHNA

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

MCR Sim 0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

Não 50,0 (20)

50,0 (20)

17,5 (7)

82,5 (33)

45,0 (18)

55,0(22)

39,5 (15)

60,5 (23)

GC1 Sim 2,5 (2)

0,0 (0)

0,0 (0)

2,5 (2)

1,25(1)

1,25(1)

1,6 (1)

0,0 (0)

Não 58,7 (47)

38,8 (31)

2,5 (10)

85,0 (68)

45,0(36)

52,5(42)

51,5 (33)

46,9 (30)

p MCR __ __ __ __

GC 1 0,519 1,000 1,000 1,000

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

4.2.2- Grupo-metástase não-colorretal (MNCR) X Grupo-controle 2 (CHC,

metástase colorretal, CCIH, tumores linfoproliferativos, sarcoma)

O grupo-MNCR tinha 48 pacientes e o grupo-controle 2 apresentava 72

pacientes. Observou-se, no grupo-MNCR, predomínio discreto do sexo feminino, em

relação ao grupo-controle 2 (60,4% versus 44,4%, p=0,086)- fig. 21. Quanto à cor,

houve maior prevalência da cor branca em ambos os grupos (77,1% versus 83,3%,

p=0,394).

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54

FIGURA 21 - Distribuição quanto ao sexo, no grupo-metástase não colorretal (MNCR) e

no grupo-controle 2 (p=0,086)

39,6%(19)

55,6%(40)

60,4%(29)

44,4%(32)

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Grupo-MNCR Grupo-controle 2

Masculino

Feminino

%=Prevalências (número de casos).

A maioria das amostras estudadas no grupo-MNCR eram oriundas de

biópsias de lesões, tendo correspondido a 66,7% - 32 casos- no grupo–MNCR,

versus 19,5% - 14 casos no grupo–controle 2 (p=0,001). A média de idade foi

semelhante nos dois grupos (56,9 anos no grupo–MNCR e 58,97 anos no grupo-

controle 2 – T- Test, p =0,427) –Tab. 21V e fig. 22.

TABELA 21- Comparação da variável idade nos grupos em estudo (t-Test das médias de

idade=0,427)

Variável Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo

Idade MNCR 56,90 58,50 15,09 11 78

Controle 2 58,97 60,00 13,207 24 85

MNCR-metástase não colorretal; DP=desvio-padrão

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55

FIGURA 22- Comparação de quartis de idades nos grupos em estudo

A prevalência de esteatose hepática foi discretamente mais elevada no grupo-

controle 2 do que no grupo-MNCR, (41,7% versus 22,9%, OR=0,42; IC95% 0,18-

0,95; p=0,034). Não houve diferenças significantemente estatísticas quanto à

prevalência de fibrose hepática (50,0% versus 50,0%, OR= 1,0; IC95% 0,48-2,08;

p=1,000). Observou-se a presença de esteatohepatite em dois pacientes do grupo-

MNCR em nenhum do grupo-controle 2 (4,2% versus 0%, p=0,514) Fig. 23 e Tabs.

22 e 23.

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56

FIGURA 23- Comparação de variáveis histológicas nos grupos em estudo.

22,9% (11)

50,0% (24)

4,2% (2)

41,7% (30)

50,0% (36)

0% (0)0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Esteatose hepática(p=0,034)

Fibrose hepática(p=0,823)

Esteatohepatite(p=0,514)

MNCR

Grupo-controle 2

MNCR – metástase não colorretal; %=Prevalências (número de casos).

TABELA 22- Prevalências dos diferentes graus de esteatose hepática, no grupo - metástase

não colorretal (MNCR) e no grupo-controle 2

GRUPO -MNCR GRUPO- CONTROLE 2

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

0 37 (77,1) 0 42(58,3)

1 4 (8,3) 1 20 (27,8)

2 5 (10,4) 2 10 (13,9)

3 2 (4,2) 3 0 (0,0)

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57

TABELA 23- Prevalências dos diferentes graus de fibrose hepática, no grupo- metástase não

colorretal (MNCR) e no grupo-controle 2

GRUPO-MNCR GRUPO-CONTROLE 2

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

0 24 (50,0) 0 36(50,0%)

1 18 (37,5) 1 24 (33,3%)

2 4(8,3) 2 5 ( 6,9%)

3 2 (4,2) 3 3 (4,2%)

4 0 (0,0) 4 4 (5,6%)

Ao avaliarmos, nos dois grupos, a associação de esteatose hepática com a

presença de fibrose, não observamos relação significantemente estatística em

nenhum dos dois (p= 0,731 no grupo-MNCR e 0,633 no grupo-controle 2)- Fig. 24.

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58

FIGURA 24- Avaliação da associação de esteatose com fibrose hepática no grupo- metástase

não colorretal (MNCR) e no grupo-controle 2(GC2) (p= 0,731 e 0,633 respectivamente)

54,5% (6)

53,3%(16)

51,4% (19)

45,5% (5)

46,78%(14)

48,6% (18)

52,4% (22)

MNCR GC2 MNCR GC2

com fibrose sem fibrose

47,6% (20)

COM ESTEATOSE

SEM ESTEATOSE

%=Prevalências (número de casos).

Não observamos relação significante entre a presença de graus mais

avançados de fibrose com maiores graus de esteatose, na avaliação de relação dos

graus de esteatose e fibrose hepática encontrados no grupo-MNCR (Fig. 25 e tab.

24).

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59

FIGURA 25 – Avaliação de relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose

hepática, encontrados no grupo- metástase não colorretal (MNCR) e no grupo-controle 2 (GC2)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

MNCR GC 2 MNCR GC 2 MNCR GC 2 MNCR GC 2

Pre

va

lên

cia

de

gra

us

de

fib

rose

he

tic

a (

%)

Prevalência de graus de esteatose hepática (%)

0 I II III IVGraus de fibrose

GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3

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60

TABELA 24- Relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose hepática,

encontrados no grupo- metástase não colorretal (MNCR) e no grupo-controle 2 (GC2)

Graus de

esteatose

hepática

Prevalências %

(nº de casos)

Grupos

analisados

Graus de fibrose hepática

Prevalências % (nº de casos)

0 I II III IV

0 MNCR 39,5

(19)

29,1

(14)

8,3

(4)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC2 30,5

(22)

18,0

(13)

4,2

(3)

1,4

(1)

4,2

(3)

1 MNCR 4,2

(2)

4,2

(4,2)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC2 13,9

(10)

8,3

(6)

2,8

(2)

1,4

(1)

1,4

(1)

2 MNCR 4,2

(2)

4,2

(2)

0,0

(0)

2,1

(1)

0,0

(0)

GC2 5,5

(4)

7,0

(5)

0,0

(0)

1,4

(1)

0,0

(0)

3 MNCR 2,1

(1)

0,0

(0)

0,0

(0)

2,1

(1)

0,0

(0)

GC2 0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

Foram avaliadas e comparadas, nos dois grupos, as presenças de fatores de

risco para a síndrome metabólica, e consequentemente a DHGNA, tais como

dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, não tendo sido observado

diferença significantemente estatística em nenhum destes fatores de risco, apesar

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61

de ter-se notado prevalência de HAS e dislipidemia discretamente maior no grupo-

controle 2, conforme resultados nas tabelas 25 e 26.

TABELA 25- Comparação de prevalências (%) de fatores de risco no grupo- metástase não

colorretal (MNCR) e no grupo-controle 2.

Fatores de

risco

Grupos

Dislipidemia

Nº de casos

(%)

IG e/ou DM

Nº de casos

(%)

HAS

Nº de casos

(%)

IMC>25Kg/m2

Nº de casos

(%)

MNCR 3 (6,3) 31 (64,6) 19 (39,6) 17 (44,7)

Controle 2 14 (19,4) 38 (52,8) 36(50,0) 36 ( 56,3)

OR

(IC95%)

0,28

(0,07-1,02)

1,63

(0,77-3,46)

0,65

(0,31-1,37)

0,63

(0,28-1,41)

p-valor 0,053 0,200 0,262 0,260

OR-odds ratio; IC95% - intervalo de confiança de 95%; IG - intolerância à glicose; DM - diabetes

mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica; IMC –índice de massa corporal.

TABELA 26- Comparação de médias de valores encontrados nas variáveis glicemia, HDL, LDL,

triglicerídeos e IMC, nos dois grupos estudados.

Médias

Grupos

Glicemia

(mg/dL)

HDL

(mg/dL)

LDL

(mg/dL)

Triglicerídeos

(mg/dL)

IMC

(Kg/m2)

MNCR 117,65 49,55 96,00 99,09 24,88

Controle 2 113,88 42,56 120,81 135,50 25,45

Teste de Mann-

Whitney (p)

0,390 0,374 0,139 0,056 0,402

MNCR- metástase não colorretal; HDL- high-density lipoprotein; LDL- low-density lipoprotein;

IMC- índice de massa corporal.

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62

Ao avaliarmos a relação da presença de esteatose com os respectivos fatores

de risco, não foi observada associação estatisticamente significante com IG e/ou

DM, dislipidemia, HAS ou excesso de peso (p-valores respectivamente 0,070; 0,551;

0,304 e 0,031). Também não houve relação de tais fatores de risco com a presença

de fibrose hepática ou de esteatohepatite (Tabs. 27, 28 e 29).

TABELA 27- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatose hepática, no grupo-metástase não colorretal (MNCR) e

grupo-controle 2 (GC2)

Fatores de Risco

Esteatose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

MNCR Sim 20,8(10)

2,1 (1)

2,1 (1)

20,8 (10)

12,5(6)

10,4(5)

2,6 (1)

15,8 (6)

Não 43,8(21)

33,3 (16)

4,2 (2)

72,9 (35)

27,1(13)

50,0(24)

52,6 (20)

29,0 (11)

GC2 Sim 23,6(17)

18,0 (13)

1,1 (8)

30,6 (22)

25,0(18)

16,7(12)

14,1 (9)

31,2 (20)

Não 29,2(21)

29,2 (21)

8,3 (6)

50,0 (36)

25,0(18)

33,3(24)

29,7 (19)

25 (16)

p MNCR 0,070 0,551 0,304 0,031

GC 2 0,576 0,191 0,151 0,062

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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63

TABELA 28- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com fibrose hepática, no grupo-metástase não colorretal (MNCR) e grupo-

controle 2 (GC2)

Fatores de Risco

Fibrose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

MNCR Sim 29,2(14)

20,8 (10)

4,2 (2)

45,8 (22)

22,9(11)

27,1(13)

21,1 (8)

31,6 (12)

Não 35,4(17)

14,6 (7)

2,1 (1)

47,9 (23)

16,7 (8)

33,3(16)

34,2 (13)

13,1 (5)

GC2 Sim 23,6(17)

26,4 (19)

8,3 (6)

41,7 (30)

27,8(20)

22,2(16)

20,3 (13) 28,1 (18)

Não 29,2(21)

20,8 (15)

11,1 (8)

38,9 (28)

22,2(16)

27,8(20)

23,5 (15) 28,1 (18)

p MNCR 0,365 1,000 0,376 0,046

GC 2 0,345 0,551 0,346 0,777

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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64

TABELA 29- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatohepatite não alcoólica (EHNA) no grupo-metástase não

colorretal (MNCR) e grupo-controle 2 (GC2)

Fatores de Risco

EHNA

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

MNCR Sim 4,2 (2)

0,0 (0)

0,0 (0)

4,2 (2)

2,1 (1)

2,1 (1)

2,7 (1)

0,0 (0)

Não 60,4(29)

35,4 (17)

6,2 (3)

89,6 (43)

37,5(18)

58,3(28)

52,6 (20)

44,7 (17)

GC2 Sim 0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

Não 52,8(38)

47,2 (34)

19,5 (14)

80,5 (58)

50,0(36)

50,0(36)

43,8 (28)

56,2 (36)

p MNCR 0,533 1,000 1,000 1,000

GC 2 __ __ __ __

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

4.2.3- Grupo-carcinoma hepatocelular (CHC) X Grupo-controle 3 (CCIH,

metástase não- colorretal, metástase colorretal, tumores linfoproliferativos,

sarcoma)

O grupo-CHC estava composto por 16 pacientes e o grupo-controle 3

apresentava 104 pacientes. Observou-se predomínio do sexo masculino no grupo–

CHC, em relação ao controle (81,3% versus 44,2%, p=0,007)- Fig. 26. Quanto à cor,

houve maior prevalência da cor branca em ambos os grupos (81,3% versus 80,8%,

p=1,000).

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65

FIGURA 26 - Distribuição quanto ao sexo, no grupo-carcinoma hepatocelular (CHC) e no

grupo-controle 3 (p=0,007).

%=Prevalências (número de casos).

A maioria das amostras estudadas no grupo-CHC eram oriundas de peças

cirúrgicas de ressecções ou explantes, tendo correspondido a 93,8% - 15 casos- no

grupo–CHC, versus 56,73% - 59 casos- no grupo–controle 3 (p<0,001). A média de

idade foi semelhante nos dois grupos (57,94 anos no grupo–CHC e 58,17 anos no

grupo-controle 3 – Teste de Mann –Whitney, p= 0,883) –Tab. 30 e Fig. 27.

TABELA 30- Comparação da variável idade nos grupos em estudo (p=0,883)

Variável Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo

Idade CHC 57,94 60,00 16,15 24 82

Controle 3 58,17 59,00 13,68 11 85

grupo-carcinoma hepatocelular (CHC); DP= Desvio-padrão

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66

FIGURA 27 - Comparação de quartis de idades nos grupos em estudo

A esteatose hepática foi encontrada em proporções semelhantes nos dois

grupos, (25,0% versus 35,6%, OR=0,60; IC 95% 0,18-2,01; p=0,406), mas foi

observado prevalência de fibrose no grupo-CHC ligeiramente mais alta do que no

grupo-controle 3 (75,0% versus 48,0%, OR= 3,50; IC95% 1,06-11,57; p=0,032). Não

houve casos de esteatohepatite no grupo-CHC, mas foram encontrados 2 casos no

grupo–controle 3 (0% versus 1,92%, p=1,000) Fig. 28 e Tabs. 31 e 32.

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67

FIGURA 28- Comparação de variáveis histológicas nos grupos em estudo.

25% (4)

75,0% (12)

1,9% (2)

35,6% (37)

46,2% (48)

0% (0)0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Esteatose hepática(p=0,406)

Fibrose hepática(p=0,032)

Esteatohepatite(p=1,000)

CHC

Grupo-controle 3

CHC- grupo-carcinoma hepatocelular; %=Prevalências (número de casos)

TABELA 31- Prevalências dos diferentes graus de esteatose hepática, no grupo-carcinoma

hepatocelular (CHC) e no grupo-controle 3

GRUPO-CHC GRUPO-CONTROLE 3

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

0 12 (75,0) 0 67 (64,4)

1 4 (25,0) 1 20 (19,2)

2 0 (0,00) 2 15 (14,4)

3 0 (0,00) 3 2 (1,9)

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68

TABELA 32- Prevalências dos diferentes graus de fibrose hepática, no grupo-carcinoma

hepatocelular (CHC) e no grupo-controle 3

GRUPO-CHC GRUPO-CONTROLE 3

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

0 4 (25,0) 0 56 (53,8)

1 3 (18,8) 1 39 (37,5)

2 4 (25,0) 2 5 ( 4,8)

3 1 (6,3) 3 4 ( 3,8)

4 4 (25,0) 4 0 (0,0)

Ao avaliarmos, nos dois grupos, a associação de esteatose hepática com a

presença de fibrose, não observamos relação significantemente estatística em

nenhum dos dois (p= 1,000 no grupo-CHC e 0,429 no grupo-controle 3)- Fig. 29.

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69

FIGURA 29- Avaliação da associação de esteatose com fibrose hepática no grupo-carcinoma

hepatocelular (CHC) e no grupo-controle 3(GC3) (p=1,000 e 0,429 respectivamente)

75,0% (3)

51,4%(19)

25,0% (3)25,0% (1)

48,6%(18)

75,0% (9)

56,7% (38)

CHC GC3 CHC GC3

com fibrose sem fibrose

43,3% (29)

COM ESTEATOSE

SEM ESTEATOSE

%=Prevalências (número de casos).

Não observamos relação significante entre a presença de graus mais

avançados de fibrose com maiores graus de esteatose, na avaliação de relação dos

graus de esteatose e fibrose hepática encontrados no grupo-CHC (Fig. 30 e Tab.

33).

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70

FIGURA 30 – Avaliação de relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose

hepática, encontrados no grupo-carcinoma hepatocelular (CHC) e no grupo-controle 3 (GC3)

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

CHC GC

3CHC GC

3CHC GC

3CHC GC

3

Pre

va

lên

cia

de

gra

us

de

fib

rose

he

tic

a (

%)

Prevalência de graus de esteatose hepática (%)

0 I II III IVGraus de fibrose

GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3

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71

TABELA 33- Relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose hepática,

encontrados no grupo-carcinoma hepatocelular (CHC) e no grupo-controle3 (GC3)

Graus de

esteatose

hepática

Prevalências %

(nº de casos)

Grupos

analisados

Graus de fibrose hepática

Prevalências % (nº de casos)

0 I II III IV

0 CHC 18,7

(3)

12,4

(2)

18,7

(3)

6,3

(1)

18,7

(3)

GC3 36,5

(38)

24,0

(25)

3,9

(4)

0,0

(0)

0,0

(0)

1 CHC 6,3

(1)

6,3

(1)

6,3

(1)

0,0

(0)

6,3

(1)

GC3 10,6

(11)

6,7

(7)

1,0

(1)

1,0

(1)

0,0

(0)

2 CHC 0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC3 5,7

(6)

6,7

(7)

0,0

(0)

1,9

(2)

0,0

(0)

3 CHC 0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC3 1,0

(1)

0,0

(0)

0,0

(0)

1,0

(1)

0,0

(0)

Foram avaliadas e comparadas, nos dois grupos, as presenças de fatores de

risco para a síndrome metabólica, e consequentemente a DHGNA, tais como

dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, não tendo sido observado

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72

diferença significantemente estatística em nenhum destes fatores de risco, conforme

resultados nas Tabs. 34 e 35.

Tabela 34- Comparação de prevalências (%) de fatores de risco no grupo-carcinoma

hepatocelular (CHC) e no grupo-controle3.

Fatores de

risco

Grupos

Dislipidemia

Nº de casos

(%)

IG e/ou DM

Nº de casos

(%)

HAS

Nº de casos

(%)

IMC>25Kg/m2

Nº de casos

(%)

CHC 3 (18,8) 8 (50) 7 (43,8) 6 (40,0)

Controle 3 14 (13,5) 61 (58,7) 48 (46,2) 47 (54,0)

OR

(IC 95%)

1,48

(0,37-5,87)

0,70

(0,24-2,02)

0,91

(0,31-2,62)

0,57

(0,18-1,73)

p-valor 0,574 0,514 0,857 0,315

OR-odds ratio; IC95% - intervalo de confiança de 95%; IG - intolerância à glicose; DM - diabetes

mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica; IMC- índice de massa corporal.

Tabela 35- Comparação de médias de valores encontrados nas variáveis glicemia, HDL, LDL,

triglicerídeos e IMC, nos dois grupos estudados.

Médias

Grupos

Glicemia

(mg/dL)

HDL

(mg/dL)

LDL

(mg/dL)

Triglicerídeos

(mg/dL)

IMC

(Kg/m2)

CHC 103,25 38,25 93,25 104,20 24,20

Controle 3 117,25 46,65 113,74 125,33 25,42

Teste de Mann-

Whitney (p)

0,263 0,632 0,246 0,603 0,292

CHC –carcinoma hepatocelular; HDL- high-density lipoprotein; LDL- low-density lipoprotein;

IMC- índice de massa corporal.

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73

Ao avaliarmos a relação da presença de esteatose com os respectivos fatores

de risco, não foi observada associação estatisticamente significante com IG e/ou

DM, dislipidemia, HAS ou excesso de peso (p-valores respectivamente 0,569; 0,007;

0,262 e 1,000). Não houve relação de tais fatores de risco com a presença de

fibrose hepática e esteatohepatite (Tabs. 36, 37 e 38).

TABELA 36- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatose hepática, no grupo-carcinoma hepatocelular (CHC) e grupo-

controle 3 (GC3)

Fatores de Risco

Esteatose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

CHC Sim 18,8 (3)

6,2 (1)

18,8 (3)

6,2 (1)

18,8(3)

6,2 (1)

13,3 (2)

13,3 (2)

Não 31,2(5)

43,8 (7)

0,0 (0)

75,0 (12)

25,0 (4)

50,0(8)

46,7 (7) 26,7 (4)

GC3 Sim 23,1 (24)

12,5 (13)

5,8 (6)

29,8 (31)

20,2 (21)

15,4(16)

9,2 (8)

27,6 (24)

Não 35,6 (37)

28,8 (30)

7,7 (8)

56,7 (59)

26,0(27)

38,4 (40)

36,8 (32)

26,4 (23)

p CHC 0,569 0,007 0,262 1,000

GC 3 0,339 0,560 0,107 0,003

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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74

TABELA 37- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com fibrose hepática, no grupo-carcinoma hepatocelular (CHC) e grupo-

controle 3 (GC3)

Fatores de Risco

Fibrose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

CHC Sim 37,5(6)

37,5 (6)

12,5 (2)

62,5 (10)

37,5(6)

37,5(6)

40,0 (6)

33,3 (5)

Não 12,5(2)

12,5 (2)

6,2 (1)

18,8 (3)

6,2 (1)

18,8(3)

20,0 (3)

6,7 (1)

GC3 Sim 24,1 (25)

22,1 (23)

5,8 (6)

40,4 (42)

24,1(25)

22,1(23)

17,3 (15)

28,7 (25)

Não 34,6(36)

9,2 (20)

7,7 (8)

46,1 (48)

22,1(23)

31,7(33)

28,7 (25)

25,3 (22)

p CHC 1,000 1,000 0,585 0,604

GC 3 0,208 0,790 0,261 0,143

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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75

TABELA 38- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatohepatite não alcoólica (EHNA) no grupo-carcinoma

hepatocelular (CHC) e grupo-controle 3 (GC3)

Fatores de Risco

EHNA

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

CHC Sim 0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

Não 50,0(8)

50,0(8)

18,8 (3)

81,2 (13)

43,8(7)

56,2(9)

60,0 (9)

40,0 (6)

GC3 Sim 1,9 (2)

0,0 (0)

0,0 (0)

1,9 (2)

1,0 (1)

1,0 (1)

1,2 (1)

0,0 (0)

Não 56,7(59)

41,4 (43)

13,5 (14)

84,6 (88)

45,2(47)

52,8(55)

44,8 (39)

54,0 (47)

p CHC __ __ __ __

GC3 0,510 1,000 1,000 0,460

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

4.2.4- Grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) X Grupo-controle

4 (CHC, metástase não- colorretal, metástase colorretal, tumores

linfoproliferativos, sarcoma)

O grupo-CCIH estava composto por 11 pacientes e o grupo-controle 4

apresentava 109 pacientes. Observou-se predomínio do sexo feminino no grupo-

CCIH, em relação ao seu controle (81,8% versus 47,7%, p= 0,031)- Fig. 31. Quanto

à cor, houve maior prevalência da cor branca em ambos os grupos (90,9% versus

79,8%, p=0,688).

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76

FIGURA 31- Distribuição quanto ao sexo, no grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e

no grupo-controle 4 (p=0,031)

18,2% (2)

52,3% (57)

81,8% (9)

47,7% (52)

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

Grupo-CCIH Grupo-controle 4

Masculino

Feminino

%=Prevalências (número de casos)

A maioria das amostras estudadas no grupo-CCIH eram peças cirúrgicas de

ressecções ou explantes, tendo correspondido a 72,7% - 8 casos- no grupo–CCIH,

versus 60,55% - 66 casos- no grupo–controle 4 (p = 0,111). A média de idade foi

semelhante nos dois grupos (63,27 anos no grupo–CCIH e 57,62 anos no grupo-

controle 4, Teste de Mann –Whitney, p= 0,306)–Tab. 39 e Fig. 32.

TABELA 39- Comparação da variável idade nos grupos em estudo (p=0,306)

Variável Grupo Média Mediana DP Mínimo Máximo

Idade CCIH 63,27 64,00 12,08 46 83

Controle 4 57,62 59,00 14,09 11 85

grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH); DP=Desvio-padrão

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77

FIGURA 32- Comparação de quartis de idades nos grupos em estudo

A esteatose hepática foi encontrada em proporções semelhantes nos dois

grupos, (27,3% versus 34,9%, OR= 0,70; IC95% 0,18 - 2,8; p=0,613), assim como a

prevalência de fibrose hepática (63,6% versus 48,6%, OR= 1,85; IC95% 0,51- 6,68;

p=0,343). Não houve casos de esteatohepatite no grupo-CCIH, mas foram

encontrados dois casos no grupo–controle 4 (0% versus 1,83%, p=1,000) Fig.33 e

Tabs. 40 e 41.

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78

FIGURA 33- Comparação de variáveis histológicas nos grupos em estudo.

27,3% (3)

63,6% (7)

1,8% (2)

34,9% (38)

48,6% (53)

0% (0)0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Esteatose hepática(p= 0,613)

Fibrose hepática(p=0,343)

Esteatohepatite(p=1,000)

CCIH

Grupo-controle 4

CCIH- colangiocarcinoma intra-hepático; %=Prevalências (número de casos)

TABELA 40- Prevalências dos diferentes graus de esteatose hepática, no grupo-

colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e no grupo-controle 4

GRUPO - CCIH GRUPO - CONTROLE 4

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

esteatose

Nº de casos

prevalências (%)

0 8 (72,7) 0 71 (65,1)

1 2 (18,2) 1 22 (20,2)

2 1 (9,1) 2 14 (12,8)

3 0 (0,0) 3 2 (1,8)

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79

TABELA 41- Prevalências dos diferentes graus de fibrose hepática, no grupo-

colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e no grupo-controle 4

GRUPO - CCIH GRUPO-CONTROLE 4

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

Grau de

fibrose

Nº de casos

prevalências (%)

0 4 (36,4) 0 56 (51,4)

1 6 (54,5) 1 36 (33,0)

2 1 (9,1) 2 8 (7,3)

3 0 (0,0) 3 5 (4,6)

4 0 (0,0) 4 4 (3,7)

Ao avaliarmos, nos dois grupos, a associação de esteatose hepática com a

presença de fibrose, não observamos relação significantemente estatística em

nenhum dos dois (p= 0,236 no grupo-CCIH e 0,833 no grupo-controle 4)- Fig.34.

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80

FIGURA 34- Avaliação da associação de esteatose com fibrose hepática no grupo-

colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e no grupo-controle 4 (GC4) (p= 0,236 e 0,833

respectivamente)

100,0% (3)

50,0 %(19) 47,9 %(34)

0,0% (0)

50,0% (19)50,0% (4)

52,1% (37)

CCIH GC4 CCIH GC4

com fibrose sem fibrose

50,0% (4)

COM ESTEATOSE SEM ESTEATOSE

%=Prevalências (número de casos)

Não observamos relação significante entre a presença de graus mais

avançados de fibrose com maiores graus de esteatose, na avaliação de relação dos

graus de esteatose e fibrose hepática encontrados no grupo-CCIH (Fig. 35 e Tab.

42).

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81

FIGURA 35– Avaliação de relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose

hepática, encontrados no grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e no grupo-controle

(GC4).

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

CCIH GC 4 CCIH GC 4 CCIH GC 4 CCIH GC 4

Pre

valê

nc

ia d

e g

rau

sd

e f

ibro

se

he

tic

a (

%)

Prevalência de graus de esteatose hepática (%)

0 I II III IV

Graus de fibrose hepática

GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3

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82

TABELA 42- Relação de graus de esteatose hepática com os graus de fibrose hepática, encontrados no grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e no grupo-controle-4(GC4).

Graus de

esteatose

hepática

Prevalências%

(nº de casos)

Grupos

analisados

Graus de fibrose hepática

Prevalências % (nº de casos)

0 I II III IV

0 CCIH 36,35

(4)

36,35

(4)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC4 34,0

(37)

21,1

(23)

6,4

(7)

0,9

(1)

2,8

(3)

1 CCIH 0,0

(0)

9,1

(1)

9,1

(1)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC4 11,0

(12)

6,4

(7)

0,9

(1)

0,9

(1)

0,9

(1)

2 CCIH 0,0

(0)

9,1

(1)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC4 5,5

(6)

5,5

(6)

0,0

(0)

1,9

(2)

0,0

(0)

3 CCIH 0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

GC4 0,9

(1)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,9

(1)

0,0

(0)

Foram avaliadas e comparadas, nos dois grupos, as presenças de fatores de

risco para a síndrome metabólica, e consequentemente a DHGNA, tais como

dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, não tendo sido observado

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83

diferença significantemente estatística em nenhum destes fatores de risco, conforme

resultados nas Tabs. 43 e 44.

TABELA 43- Comparação de prevalências (%) de fatores de risco no grupo-colangiocarcinoma

intra-hepático (CCIH) e no grupo-controle-4 (GC4).

Fatores de

risco

Grupos

Dislipidemia

Nº de

casos (%)

IG e/ou DM

Nº de

casos (%)

HAS

Nº de

casos (%)

IMC>25Kg/m2

Nº de

casos (%)

CCIH 3 (27,3) 6 (54,5) 6 (54,5) 5 (62,5)

Controle 4 14 (12,8) 63 (57,8) 49 (45,0) 48 (51,1)

OR

(IC95%)

2,54

(0,60-10,75)

0,88

(0,25-3,05)

1,47

(0,42-5,10)

1,60

(0,36-7,07)

p-valor 0,204 0,835 0,543 0,537

OR-odds ratio; IC95% - intervalo de confiança de 95%; IG - intolerância à glicose; DM - diabetes

mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica; IMC- índice de massa corporal.

TABELA 44- Comparação de médias de valores encontrados nas variáveis glicemia, HDL, LDL,

triglicerídeos e IMC, nos dois grupos estudados.

Médias

Grupos

Glicemia

(mg/dL)

HDL

(mg/dL)

LDL

(mg/dL)

Triglicerídeos

(mg/dL)

IMC

(Kg/m2)

CCIH 114,73 36,00 152,00 122,00 24,53

Controle 4 115,45 46,58 105,54 121,65 25,30

Teste de Mann-

Whitney (p)

0,774 0,589 0,089 0,616 0,727

CCIH- colangiocarcinoma intra-hepático; HDL- high-density lipoprotein; LDL- low-density

lipoprotein; IMC- índice de massa corporal.

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84

Ao avaliarmos a relação da presença de esteatose com os respectivos fatores

de risco, não foi observada associação estatisticamente significante com IG e/ou

DM, dislipidemia, HAS ou excesso de peso (p-valores respectivamente 0,061; 0,491;

1,000 e 0,107). Não houve relação de tais fatores de risco com a presença de

fibrose hepática e esteatohepatite (Tabs. 45,46 e 47).

TABELA 45- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatose hepática, no grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH)

e grupo-controle 4 (GC4).

Fatores de Risco

Esteatose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

CCIH Sim 0,0 (0)

27,3 (3)

0,0 (0)

27,3 (3)

18,2 (2)

9,0 (1)

25,0 (2)

0,0 (0)

Não 54,5 (6)

18,2 (2)

27,3(3)

45,4 (5)

36,4(4)

36,4 (4)

12,5 (1)

62,5 (5)

GC4 Sim 4,8 (27)

10,1 (11)

8,3 (9)

26,6 (29)

20,2(22)

14,7(16)

8,5 (8)

27,7 (26)

Não 33,0 (36)

32,1 (35)

4,6 (5)

60,5 (66)

24,8 (27)

40,3(44)

40,4 (38)

23,4 (22)

p CCIH 0,061 0,491 1,000 0,107

GC4 0,040 0,018 0,047 <0,001

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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85

TABELA 46- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com fibrose hepática, no grupo-colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e

grupo-controle 4 (GC4)

Fatores de Risco

Fibrose

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

CCIH Sim 18,2 (2)

5,4 (5)

0,0 (0)

63,7 (7)

36,3 (4)

27,3(3)

37,5 (3)

25,0 (2)

Não 36,4 (4)

0,0 (0)

27,3 (3)

9,0 (1)

18,2 (2)

18,2(2)

0,0 (0)

37,5 (3)

GC4 Sim 6,6 (29)

22,0 (24)

7,3 (8)

41,3 (45)

24,8 (27)

23,8 (26)

19,1 (18)

29,8 (28)

Não 1,2 (34)

20,2 (22)

5,5 (6)

45,9 (50)

20,2 (22)

31,2(34)

29,8 (28)

21,3 (20)

p CCIH 0,061 0,024 1,000 0,196

GC4 0,526 0,495 0,221 0,063

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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86

TABELA 47- Avaliação de associação de fatores de risco para doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA) com esteatohepatite não alcoólica (EHNA) no grupo-colangiocarcinoma

intra-hepático (CCIH) e grupo-controle 4 (GC4).

Fatores de Risco

EHNA

IG e/ou DM % (Nº de casos)

Dislipidemia % (Nº de casos)

HAS % (Nº de casos)

Excesso de peso % (Nº de casos)

Sim Não Sim Não Sim Não IMC<25 IMC>25

CCIH Sim 0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

0,0 (0)

Não 54,5 (6)

45,5 (5)

27,3 (3)

72,7 (8)

54,5 (6)

45,5 (5)

37,5 (3)

62,5 (5)

GC4 Sim 1,8 (2)

0,0 (0)

0,0 (0)

1,8 (2)

0,9 (1)

0,9 (1)

1,1 (1)

0,0 (0)

Não 56,0(61)

42,2 (46)

12,9 (14)

85,3 (93)

44,1 (48)

54,1 (59)

47,9 (45)

51,0 (48)

p CCIH __ __ __ __

GC 4 0,508 1,000 1,000 0,489

IG - intolerância à glicose; DM - diabetes mellitus; HAS – hipertensão arterial sistêmica;

IMC- índice de massa corporal; %=Prevalências (número de casos); p- p-valor.

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5. DISCUSSÃO

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88

5.1 – Avaliação da associação de DHGNA com neoplasias em geral, no grupo de pacientes do estudo

A prevalência da DHGNA vem aumentando em todo o mundo,

associadamente à elevação da prevalência da obesidade, já que estas duas

morbidades compartilham distúrbios metabólicos em comum, tais como a resistência

insulínica /hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia, dislipidemia e HAS. . A evolução da

doença hepática varia de acordo com o diagnóstico histológico inicial, de modo que

indivíduos com esteatose hepática simples têm um geralmente curso benigno e

reversível, mas 10-20% destes evoluirão para EHNA, e uma vez instituída esta

inflamação crônica, 3-5 % dos casos evoluirão para cirrose hepática dentro de 15-20

anos (de Alwis, Day, 2008; Vernon et al, 2011). O stress oxidativo que ocorre na

EHNA lesa hepatócitos e aumenta suas taxas de morte celular, além de inibir a

replicação destas células maduras, tentando desta forma, evitar a propagação de

hepatócitos danificados. Assim, as células hepáticas progenitoras acumulam-se no

fígado, e este processo regenerativo anormal contribui para o desenvolvimento de

neoplasias em indivíduos esteatóticos (Cuadrado et al, 2005). Yang et al (2001)

demonstraram que ratos obesos com DHGNA apresentaram hiperplasia hepática

ainda nas fases iniciais da doença hepática, o que reforça o conceito que as

anormalidades metabólicas associadas à obesidade, mais do que a cirrose, é quem

são responsáveis pelo início do processo de neoplasias hepáticas primárias e

secundárias, tais como o CHC, o CCIH e as metástases colorretais.

Para melhor avaliação de pacientes com o diagnóstico de DHGNA, foram

excluídos do trabalho todos os indivíduos com outras causas conhecidas de

hepatopatias crônicas, como hepatites B e C e abuso de álcool, entre outras, e, por

isso, neste grupo de exclusão observou-se pacientes com doença hepática mais

avançada, definida como fibrose graus 3 e 4 (24 casos – 43,6 %) do que no grupo

que permaneceu no estudo (9 casos – 7,5%), assim como notou-se predomínio de

CHC dentre as neoplasias mais encontradas (32 casos – 53,3%), já que este tipo de

câncer é o mais associado com os fatores de risco excluídos (Ohki et al, 2009). A

esteatose e esteatohepatite hepáticas foram encontradas em proporções

semelhantes às suas prevalências na população geral, no grupo de exclusão e no

grupo de estudo (esteatose com média de 20-30% na população geral, 19 casos -

34,5% nos excluídos, 41 – 34,2% no grupo estudado; esteatohepatite com média de

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89

3-5% na população geral, 1caso-1,8% nos excluídos e 2 casos- 1,6% no grupo de

estudo) (Vernon et al, 2011).

Das neoplasias hepáticas malignas encontradas nos pacientes que se

mantiveram no estudo, as mais comuns foram as lesões secundárias não colorretais

e as colorretais48 casos – 40% e 40 casos – 33,3%), e das lesões primárias, a mais

comum foi o CHC (16 casos- 13,3%), seguido do CCIH (11 casos- 9,2%), de forma

semelhante aos dados de literatura (Khan et al, 2005; ,Michelini et al, 2007; Brasil,

2008). De modo geral, em todos os grupos estudados houve predomínio de

indivíduos da cor branca, mas este dado pode ter apresentado um viés, visto que ao

questionar o paciente, muitas vezes ele não se define como pardo ou negro. A

média de idade foi de 58,14 anos, semelhante à literatura (Brasil,2008).

Como descrito anteriormente, no grupo total do estudo não houve diferença

estatística de associação de esteatose hepática com as neoplasias, em relação à

prevalência na população em geral (34,2% no grupo de estudo versus 20-30% na

população geral) (Vernon et al, 2011), mas ao subdividirmos os pacientes conforme

os tumores que apresentaram, observamos que a prevalência de esteatose nos

indivíduos com metástase colorretal era superior à média da população geral e das

outras neoplasias encontradas no estudo (IC95%38,5 – 70,7). Houve predomínio de

graus mais leves de esteatose e de fibrose hepática, não tendo sido observado

associação de presença de esteatose com a presença de fibrose hepática (p=

0,564), sugerindo que mesmo graus mais leves de esteatose poderiam ser fatores

preditores ao desenvolvimento de neoplasias hepáticas.

Na avaliação da relação entre a presença de esteatose e os fatores de risco

para a síndrome metabólica, e consequentemente a DHGNA, tais como dislipidemia

(diagnóstico prévio e/ou exames laboratoriais apresentando LDL>160 mg/dL,

HDL<50mg/dL nas mulheres e <40 mg/dL nos homens, e/ou triglicerídeos>150

mg/dL), intolerância à glicose (IG) e/ou DM (glicemia>99 mg/dL), HAS (pressão

arterial sistólica ≥ 140 e/ou pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg) e excesso de

peso (sobrepeso e/ou obesidade, IMC>25Kg/m²), foi observada discreta associação

com IG e/ou DM, HAS, dislipidemia e excesso de peso (p-valores respectivamente

0,182; 0,044; 0,078 e 0,002). Como principalmente a IG e/ou DM e a obesidade já

são individualmente considerados fatores de risco ao desenvolvimento da maioria

das neoplasias hepáticas estudadas (CHC, MCR e CCIH), a presença destes

fatores, e não a da esteatose hepática, poderia estar contribuindo para o

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90

desenvolvimento das neoplasias do estudo. Do mesmo modo, não houve relação

destes fatores de risco com a prevalência de fibrose e esteatohepatite.

5.2- Avaliação de associação de DHGNA com cada neoplasia hepática

Para melhor entendimento e discussão de resultados, analisamos

separadamente a associação da DHGNA com cada uma das principais neoplasias

malignas hepáticas estudadas, conforme descrito abaixo.

5.2.1- DHGNA X Metástase colorretal (MCR)

Como a DHGNA e a neoplasia colorretal compartilham fatores de risco em

comum, tais como obesidade e resistência insulínica / DM, trabalhos vêm indicando

que pacientes com DHGNA teriam maior risco de desenvolverem câncer colorretal, e

consequentemente as metástases destas neoplasias (Wong et al, 2011).

Paralelamente, estudos vêm sugerindo que a síndrome metabólica poderia ser um

fator preditor para o desenvolvimento de metástases hepáticas de neoplasias

colorretais (Shen et al, 2010), e três estudos demonstraram associação de maiores

IMC com pior sobrevida livre do câncer colorretal e seus implantes secundários

(Dignam et al, 2006; Haydon et al, 2006; Sinicrope et al, 2010). Recentemente,

Hamady et al (2013) identificaram a esteatose hepática como um fator preditor

independente para a recorrência, após a ressecção curativa, de metástases

colorretais (MCR), estando também associada a características biológicas de pior

prognóstico destas metástases, tais como distribuição bilateral das MCR,

acometimento linfonodal e presença de doença extra-hepática no momento do

diagnóstico.

Alterações de citocinas inflamatórias e em proteases remodeladoras da matriz

extracelular foram associadas a aumento do risco de metástases em vários modelos

de sistemas e órgãos (Fingleton et al, 2006). Significativas alterações que ocorrem

na esteatose e na esteatohepatite causam aumento de certas moléculas

sinalizadoras, tais como do fator de crescimento- ß (TNF- ß) e de algumas

metaloproteinases da matriz celular, podendo ser importantes na formação de

tumores, e na estimulação do crescimento e angiogênese destes (Yu et al, 2000;

Kharbanda et al, 2004; Fingleton et al, 2006; Gorden et al, 2007).

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91

De modo contrário, porém, outros trabalhos sugerem que as MCR seriam

menos frequentes em indivíduos com DHGNA, podendo a esteatose ser, na

verdade, um fator desfavorável ao desenvolvimento de MCR (Hayashi et al, 1997;

Tamura et al, 1999; Karube te al, 2000; Augustin et al, 2013; Murono et al, 2013).

Portanto, ainda não foi elucidado se a DHGNA promoveria o desenvolvimento de

MCR ou se teria, na verdade, efeito protetor ao seu desenvolvimento.

Atualmente, um número cada vez maior de pacientes portadores de metástase

hepática de tumores colorretais recebe quimioterapia pré-operatória, e esta terapia

induz esteatohepatite em 9-92% dos pacientes, que passam a ter,

consequentemente, maior suscetibilidade a complicações pós-operatórias, como

lesões isquêmicas, piora da função hepática, e micro metástases (Vauthey et al,

2006; Karoui et al, 2006; Van der Bilt et al, 2008).

No nosso estudo, o grupo-MCR apresentou predomínio de pacientes do sexo

masculino (62,5%, p=0,039), tal como é na população geral, onde a razão entre os

sexos é de 1,4 homens: 1 mulher (Brasil, 2012c), e a maioria dos pacientes

avaliados teve, como amostra histológica, as peças cirúrgicas (87,5%), o que

favoreceu maior amostragem de parênquima hepático livre de tumor para análise,

visto que as lesões geralmente são ressecadas com margens de segurança mínima

de 1 centímetro em relação à lesão (Pawlik et al, 2005). Houve predomínio de

indivíduos da cor branca (82,5%), mas este dado pode não ter sido fidedigno, devido

ao desenho retrospectivo do estudo, dificultando a aquisição dos dados

demográficos dos pacientes. A média de idade foi semelhante à da literatura (57,53

anos versus 50-60 anos na população geral) (Brasil, 2012c).

Notou-se maior prevalência de esteatose hepática em indivíduos com esta

neoplasia (55,0% no grupo-MCR versus 23,8% no grupo-controle 1, Odds Ratio-

OR= 3,92; IC95% 1,2- 9,57; p=0,001), apesar de este grupo ter menor prevalência

de fibrose hepática (37,5% versus 56,3%; OR= 0,47; IC95% 0,20-1,09; p=0,053),

não tendo sido observada associação de esteatose com a presença de fibrose (p=

0,251), ou relação entre os graus mais avançados de esteatose com os de fibrose.

Esses achados fortalecem a ideia de maior associação de DHGNA com metástases

colorretais, mesmo em fases precoces da hepatopatia, com graus leves de fibrose

hepática. Não houve casos de esteatohepatite no grupo-MCR, e isso provavelmente

ocorreu devido ao número pequeno da amostra para melhor avaliação de uma

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alteração como a EHNA, com prevalência baixa na população geral, de 3-5%

(Vernon et al, 2011).

Na avaliação da relação entre a presença de esteatose e os fatores de risco

para a DHGNA, tais como dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, não foi

observada associação estatisticamente significante com IG e/ou DM, dislipidemia ou

HAS (p-valores respectivamente 0,204; 0,427 e 0,180), mas sim com excesso de

peso (p= 0,013). Do mesmo modo, não houve relação destes fatores de risco com a

prevalência de fibrose e esteatohepatite.

A maior prevalência de esteatose em nossos pacientes com MCR pode ter

ocorrido por diferentes motivos, tais como: a) devido ao fato de ambas as doenças

apresentarem os mesmos fatores de risco (obesidade, hiperinsulinemia, IG e/ou

DM); b) pelo efeito direto da esteatose hepática na alteração da microcirculação

hepática e de citocinas inflamatórias, promovendo o desenvolvimento das

metástases no fígado; c) sem que na verdade haja relação direta da esteatose com

o surgimento de metástases, mas que a esteatose tenha sido encontrada não por

associação com a síndrome metabólica, mas sim como consequência da exposição

prévia dos pacientes ao tratamento quimioterápico, que induz à esteatose e

esteatohepatite em até 92 % dos casos (Vauthey et al, 2006; Karoui et al, 2006; Van

der Bilt et al, 2008); d) a esteatose induzida pela quimioterapia neoadjuvante

promovendo maior distúrbio circulatório, com maior suscetibilidade a complicações,

entre elas as micro metástases (Vauthey et al, 2006); e) ou ainda, que a associação

da DHGNA com as metástases colorretais tenham acontecido ao acaso, devido à

alta prevalência da esteatose hepática na população geral, sem real relação entre as

duas doenças. Novos estudos são necessários para melhor avaliação.

5.2.2- DHGNA X Metástase não-colorretal (MNCR)

Neste grupo-MNCR, foram incluídas metástases de diferentes sítios, como de

pâncreas, pele, próstata, tumor carcinóide, entre outros. Não houve diferenças

significantemente estatísticas, em relação ao grupo-controle, quanto ao sexo

(p=0,086) ou idade (média de 56,9 anos, p =0,427). Houve predomínio de indivíduos

da cor branca (77,1%), assim como foi encontrado nas outras neoplasias, com

possibilidade de viés deste dado, como já discutido anteriormente. A maioria dos

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pacientes avaliados teve, como amostra histológica, biópsias de lesões (66,7%), o

que pode ter comprometido a avaliação de parênquima hepático livre de tumor.

Como esperado, não houve associação de esteatose hepática ou fibrose com

estes implantes secundários, visto que aparentemente estes tumores não têm

relação com a DHGNA. Assim, estes casos foram utilizados como controles para as

outras neoplasias estudadas, já que não têm a esteatose como potencial fator de

risco para carcinogênese hepática, contribuindo para melhor avaliação do real

potencial carcinogênico da DHGNA nestas. Foram encontrados dois casos com

esteatohepatite neste grupo de neoplasia, correspondendo a uma prevalência

semelhante à da população geral (4,2% no estudo, p=0,514, versus 3-5% na

população geral) (Vernon et al, 2011).

Não foi observada relação entre a presença de esteatose e os fatores de risco

para a DHGNA, tais como dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, (p-

valores respectivamente 0,070; 0,551; 0,304 e 0,031). Do mesmo modo, não houve

relação destes fatores de risco com a prevalência de fibrose e esteatohepatite.

5.2.3- DHGNA X carcinoma hepatocelular (CHC)

Atualmente o CHC é a neoplasia que vem apresentando crescimento mais

acelerado das taxas de mortalidade, nos Estados Unidos (Jemal et al, 2011). Com a

elevação gradual da prevalência de DHGNA na população mundial, paralelamente à

redução das incidências de hepatite B e da hepatite C esperadas com o

desenvolvimento de melhores tratamentos e vacinas antivirais, estima-se que em

breve o principal fator de risco para o desenvolvimento de CHC será a presença de

DHGNA (Baffy et al, 2012).

Vários estudos já demonstraram a associação de CHC com EHNA na sua

fase cirrótica (Tab. 48), mas ainda não está bem definido se esta neoplasia tem risco

aumentado em indivíduos com DHGNA sem cirrose hepática. Um número crescente

de relatos na literatura indica que a DHGNA contribua para o desenvolvimento de

CHC em indivíduos não cirróticos, como relacionados na Tab. 49.

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94

TABELA 48- Casos de carcinoma hepatocelular associados à esteatohepatite não alcoólica em

pacientes com fibrose hepática avançada e/ou cirrose hepática, descritos na literatura.

Fonte Nº de casos Grau de fibrose

Shimada et al, 2002 5 4

Mori et al, 2004 1 4

Yoshioka et al, 2004 1 4

Hashimoto et al, 2005 10 4

Ekstedt et al, 2006 3 4

Hai et al, 2006 2 3-4

Ikeda et al, 2006 1 4

Sanyal et al, 2006 10 4

Hashizume et al, 2007 6 4

Kawada et al, 2009 3 3-4

Ascha et al, 2010 25 4

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TABELA 49- Casos de carcinoma hepatocelular em doença hepática gordurosa nãoalcoólica

(DHGNA) e esteatohepatite não alcoólica (EHNA) sem grau avançado de fibrose hepática,

descritos na literatura

Fonte Nº de casos Doença/ Grau de fibrose

Zen et al, 2001 1 EHNA, 2

Shimada et al, 2002 1 EHNA, 2

Bencheqroun et al, 2004 1 EHNA 2

Brunt, 2004 2 EHNA, 0-2

Bullock et al, 2004 2 EHNA, 0-2

Gonzalez et al, 2004 1 EHNA, 1

Cuadrado et al, 2005 2 EHNA, 0-2

Hai et al, 2006 1 EHNA, 2

Ichikawa et al, 2006 2 EHNA, 2-3

Hashizume et al, 2007 3 EHNA, 1-3

Guzman et al, 2008 3 DHGNA, 0

Chagas et al, 2009 1 EHNA, 1

Hashimoto et al, 2009 4 EHNA, 1-2

Kawada et al, 2009 5 EHNA, 2

Paradis et al, 2009 16 DHGNA, 0-2

Takuma, Nouso, 2010 7 EHNA, 1-3

Ikura et al, 2011 1 DHGNA, 0

Yasui et al, 2011 43 EHNA, 1-3

Ertle et al, 2011 10 DHGNA, 0-3

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96

A patogênese do CHC na EHNA permanece desconhecida, embora a cirrose

por si possa ser vista como promotora de transformação neoplásica. As descrições

recentes de casos de CHC em pacientes com EHNA não cirróticos indicam, porém,

que existam outros mecanismos de patogênese do CHC em fígados com a DHGNA

sem cirrose (Chagas et al, 2009).

No nosso estudo, o grupo-CHC apresentou predomínio de pacientes do sexo

masculino (81,3%, p=0,007), assim como é na população geral, onde o CHC ocorre

em uma frequência três vezes maior em homens do que em mulheres (Brasil,

2012b), e a maioria das amostras de material histológico para análise foram de

peças cirúrgicas (93,8%), o que favoreceu melhor observação de parênquima

hepático livre de tumor para análise, visto que as lesões geralmente são ressecadas

com margens de segurança mínima de 2 centímetros em relação à lesão, para

reduzir a recorrência pós-operatória (Salloum, Castaing, 2008).

Houve predomínio de indivíduos da cor branca (81,3%), assim como foi

encontrado nas outras neoplasias, com possibilidade de viés deste dado, como já

discutido previamente. A média de idade foi semelhante à da literatura (57,94 anos

versus 50-70 anos na população geral) (Brasil, 2012b).

Não foi observada nenhuma associação de esteatose hepática em indivíduos

com CHC (25,0% no grupo-CHC versus 35,6% no grupo-controle 3, OR=0,60; IC

95% 0,15-2,22; p=0,406), assim como não houve relação de esteatose com a

presença de fibrose (p= 1,000), ou entre os graus mais avançados de esteatose com

os de fibrose, diferente do sugerido na literatura (Chagas et al, 2009; Ertle et al,

2011; Alexander et al, 2013), este dado podendo ou realmente afastar a

possibilidade de tal associação, ou na realidade ter sido subavaliado devido ao

pequeno número, no nosso trabalho, de pacientes com CHC sem outros fatores de

risco para hepatopatias. Novos estudos são necessários para melhor avaliação.

Avaliando-se, porém, a prevalência de DHGNA em todos os pacientes com

CHC do estudo, tanto os excluídos como os que permaneceram na avaliação com

seu grupo-controle, obteve-se associação, tanto nos indivíduos cirróticos como nos

não cirróticos, em taxas ligeiramente mais elevadas do que as encontradas em

estudos prévios (Guzman et al,2008; Chagas et al, 2009; Kawada et al, 2009; Ertle

et al, 2011), sem porém ultrapassar a prevalência na população em geral (34,2%

nos pacientes com CHC 33,4% versus 20-30% na população geral) (Vernon et al,

2011) – Tab. 50.

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Tabela 50 – Comparação de estudos na literatura e o estudo atual, quanto à prevalência de

doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) em pacientes com carcinoma hepatocelular

(CHC), nos pacientes cirróticos e não cirróticos

DHGNA

Fonte CHC (Nº de casos)

Sem cirrose N (%)

Com cirrose N (%)

Guzman et al,2008

50 3 (6) 2 (4)

Chagas et al, 2009

394 1 (0,3) 6 (1,5)

Kawada et al, 2009

1168 6 (0,5) 2 (0,2)

Ertle et al 2011

150 17 (11,4) 19 (12,7)

Estudo atual 48 7 (14,6) 9 (18,8) N - número de casos

Houve prevalência ligeiramente mais alta de fibrose no grupo-CHC (75,0%

versus 48,0%, OR= 3,50; IC95% 0,96-13,88; p=0,032), provavelmente por esta

neoplasia ser mais fortemente associada às hepatopatias crônicas pré-existentes

(Baffy et al, 2012). Não foi detectado nenhum caso de esteatohepatite nos indivíduos

com CHC. Possivelmente este fato ocorreu devido à pequena amostra para melhor

avaliação de uma alteração como a EHNA, com prevalência baixa na população

geral, de 3-5% (Vernon et al, 2011).

Não foi observada relação entre a presença de esteatose e os fatores de risco

para a DHGNA, tais como dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, (p-

valores respectivamente 0,569; 0,007; 0,262 e 1,000). Do mesmo modo, não houve

relação destes fatores de risco com a prevalência de fibrose e esteatohepatite.

5.2.4- DHGNA X Colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH)

O colangiocarcinoma é uma neoplasia rara, responsável por cerca de 3% dos

cânceres gastrointestinais no mundo (Khan et al, 2005). Nos últimos anos vem se

observando aumento da incidência do colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) e

redução da incidência do extra-hepático nos países ocidentais (Khan et al, 2005) , e

vem sendo questionado se o aumento gradual da prevalência de doenças hepáticas

crônicas como a hepatite B, hepatite C e a DHGNA não poderiam ser a causa desta

maior incidência do CCIH (Shaib, El-Serag, 2004; Reddy et al, 2013). Michelini et al

(2007) e Welzel et al (2011) sugerem que a DHGNA e as doenças que predispõem a

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esta morbidade, tais como a resistência insulínica e a obesidade, possam estar

associadas ao desenvolvimento do CCIH. Isso porque os mesmos mecanismos

patogênicos que levam pacientes com DHGNA a desenvolverem o CHC, já bem

definido como tendo fator de risco a EHNA na fase cirrótica, podem estar também

envolvidos na cancerogênese dos ductos biliares (Michelini et al, 2007). Hashizume

et al (2007) descreveram um caso de CCIH associado à EHNA em indivíduo não

cirrótico, sem outra neoplasia hepática. Anteriormente Ichikawa et al (2006) já

haviam descrito um caso de CCIH em combinação com CHC em um paciente com

EHNA sem cirrose. Mais recentemente, Nkontchou et al (2012) e Reddy et al (2013)

também demonstraram alta prevalência de DHGNA associada ao desenvolvimento

de CCIH em indivíduos não cirróticos.

No estudo atual, o grupo-CCIH apresentou discreto predomínio do sexo

feminino (81,8%, p= 0,031), enquanto na população geral há discreto predomínio

nos homens, na razão de 1,3 homens:1 mulher (Shaib, El-Serag, 2004). A maioria

das amostras para avaliação histológica eram de peças cirúrgicas (72,7%),

favorecendo uma melhor observação do parênquima hepático livre de tumor para

análise, visto que as lesões geralmente são ressecadas com margens de segurança,

para reduzir a recorrência pós-operatória (Agrawal, Belghiti, 2011).

Houve predomínio de indivíduos da cor branca (90,9%), assim como foi

encontrado nas outras neoplasias, com possibilidade de viés deste dado, como já

discutido previamente. A média de idade foi semelhante à da literatura (63,27 anos

versus 60-70 anos na população geral) (Khan et al, 2008).

Não foi observada nem associação de esteatose hepática com o CCIH

(27,3% no grupo-CCIH versus 34,9% no grupo-controle 4, OR= 0,70; IC95% 0,14-

3,15; p=0,613), assim como não houve relação de esteatose com a presença de

fibrose (p= 0,236), ou entre os graus mais avançados de esteatose com os de

fibrose, resultados que diferem dos outros relatos de literatura (Michelini et al, 2007;

Nkontchou et al, 2012; Reddy et al, 2013), podendo ou realmente afastar a

possibilidade da associação de DHGNA com CCIH, ou, na realidade, nosso estudo

ter sido subestimado, devido ao pequeno número de pacientes deste grupo de

neoplasias, no presente trabalho. Estes outros estudos avaliaram, porém, a

existência de esteatose hepática nos pacientes com CCIH sem excluir previamente

outras hepatopatias também causadoras de esteatose, como as hepatites virais,

hepatopatia alcoólica, hemocromatose, doenças autoimunes ou hepatites

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medicamentosas, podendo ter superestimado a real prevalência e associação de

DHGNA com esta neoplasia.

Não houve associação deste tumor com maior prevalência de fibrose hepática

(63,6% versus 48,6%, OR= 1,85; IC95% 042-8,05; p=0,343). Não foi detectado

nenhum caso de esteatohepatite nos indivíduos com CCIH. Possivelmente este fato

ocorreu devido à pequena amostra para melhor avaliação de uma alteração como a

EHNA, com prevalência baixa na população geral, de 3-5% (Vernon et al, 2011).

Quanto aos distúrbios metabólicos, não foi encontrada diferença

significantemente estatística deste grupo em relação ao seu grupo-controle.

Não foi observada relação entre a presença de esteatose e os fatores de risco

para a DHGNA, tais como dislipidemia, IG e/ou DM, HAS e excesso de peso, (p-

valores respectivamente 0,061; 0,491; 1,000 e 0,107). Do mesmo modo, não houve

relação destes fatores de risco com a prevalência de fibrose e esteatohepatite.

5.3- Consideração final sobre resultados

Não foram avaliados os casos de tumores linfoproliferativos primários do

fígado e sarcoma isoladamente, devido ao pequeno número de casos, com

consequente baixa relevância estatística.

Foram observados, no presente estudo, casos de neoplasias hepáticas

primárias e secundárias associadas à presença de DHGNA mesmo na ausência de

fatores de risco metabólicos como a intolerância à glicose e/ou DM, HAS,

dislipidemia e obesidade. Casos semelhantes também já foram relatados em outros

estudos (Alexander et al, 2013; Ertle et al, 2011), e esse dado sugere que a

esteatose hepática poderia ser um fator preditor destas neoplasias, independente da

presença ou não de obesidade e DM (Alexander et al, 2013).

A principal limitação do estudo foi o seu desenho retrospectivo, tendo-se

como fonte de informações os prontuários dos pacientes, nos quais a deficiência de

dados demográficos, antropométricos e/ou laboratoriais e de maiores detalhes do

paciente, como duração das desordens metabólicas, dificultaram maior exatidão e

detalhamento do trabalho. Um estudo prospectivo teria promovido melhores

evidências de relação causal, ou não, da DHGNA com as neoplasias hepáticas, mas

este desenho é logisticamente muito difícil de ser realizado, devido à baixa

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100

incidência anual das diferentes neoplasias hepáticas em indivíduos não cirróticos

(Alexander et al, 2013).

A associação entre uma desordem muito comum na população, como a

DHGNA, e uma doença menos comum, como as neoplasias do estudo, não pode

ser avaliada com um grupo pequeno de pacientes como o nosso. Para isso seria

necessário um número muito maior de pacientes, e este é o motivo de até o

momento haver apenas estudos descritivos populacionais, mas sem comprovação

estatística de reais associações de doenças neoplásicas com a DHGNA.

Outra limitação do estudo foi o uso de pacientes com outras neoplasias

hepáticas como grupo de comparação com cada neoplasia avaliada, visto que

muitas destas neoplasias usadas como controle, como o CHC, o CCIH e a

metástase colorretal, também podem ter a esteatose como potencial fator de risco

para carcinogênese hepática, o que pode ter causado uma subestimação do

potencial carcinogênico da DHGNA em cada neoplasia avaliada com seu respectivo

grupo-controle. Não seria eticamente possível, porém, obter-se um número

adequado de amostras de fígado em indivíduos sãos para composição de um grupo-

controle, e por outro lado, as prevalências de esteatose e fatores de risco

metabólicos nestes respectivos grupos utilizados foram semelhantes às da

população geral (Vernon et al, 2011).

Os estudos demonstram que indivíduos obesos e diabéticos têm risco

aumentado de desenvolverem CHC (El Serag et al, 2001; Nair et al; 2002;

Amarapurkar et al, 2008), colangiocarcinomas (Michelini et al, 2007; Welzel et al,

2011) e metástases colorretais (Calle et al, 2003; Shen et al, 2010; Wong et al,

2011), assim como diversas neoplasias em outros sítios que não o hepático, mas se,

por isso, for indicado fazer rastreamento de neoplasia hepática em todo indivíduo

obeso e/ou diabético, não cirrótico e com idade superior a 60 anos,

desenvolveremos um grande problema de custo-efetividade, já que a obesidade já é

uma epidemia no Brasil e no mundo (Pischon et al, 2008; Flegal et al, 2010; Brasil,

2010a ; United Kingdom, 2012; World Health Organization, 2012). Por outro lado, se

definirmos maior risco de desenvolvimento destas neoplasias em pacientes com

DHGNA, passa a ser fundamental um programa de rastreamento precoce destes

indivíduos, devido às melhores chances de respostas ao tratamento de tais tumores

malignos em uma fase precoce de diagnóstico, e, consequentemente, melhor

prognóstico destes pacientes.

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Ainda, se bem estabelecido este risco aumentado de desenvolvimento de

metástase colorretal em portadores de DHGNA, precisaremos avaliar mudanças

terapêuticas nestes indivíduos de risco, tais como: não realização de quimioterapias

neoadjuvantes; redução do tempo de isquemia durante o ato operatório na

ressecção de metástases hepáticas; e controle mais rigoroso dos distúrbios

metabólicos em pacientes com o diagnóstico de neoplasia colorretal e DHGNA, na

intenção de reduzir o risco de surgimento de metástases hepáticas.

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6. CONCLUSÕES

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Os dados obtidos no presente estudo nos permite as seguintes conclusões:

1 – Não houve prevalência significativamente maior de DHGNA em

portadores de neoplasias malignas do fígado, quando avaliadas em conjunto;

2 - Na comparação individualizada das prevalências de associação de

DHGNA com os diferentes tipos histológicos de neoplasias malignas primárias e

secundárias do fígado, o único que apresentou associação expressiva com a

DHGNA foi a metástase colorretal.

Novos estudos, preferencialmente prospectivos, são necessários, com

amostra maior de cada neoplasia, para confirmação destes achados.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FONTES CONSULTADAS

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RESUMO

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Schulz, PO. Associação de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica com

Neoplasias Malignas do Fígado. Dissertação de Mestrado, 2013.

A prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) vem

aumentando no mundo. Estudos demonstraram a associação de carcinoma

hepatocelular (CHC) e colangiocarcinoma intra-hepático (CCIH) com esteatohepatite

não alcoólica (EHNA) cirrótica, mas não é definido se tais neoplasias têm risco

aumentado em não cirróticos. Como a DHGNA e a neoplasia colorretal têm fatores

de risco em comum, trabalhos indicam que estágios precoces de esteatose hepática

(EH) já promoveriam um microambiente favorável ao desenvolvimento de

metástases hepáticas de neoplasias colorretais (MCR). O presente estudo teve

como objetivo avaliar a associação de DHGNA com neoplasias malignas primárias e

secundárias do fígado, e comparar as prevalências desta associação nos diferentes

tipos histológicos de tumores. Foi retrospectivo, tendo sido avaliados 180 casos de

neoplasias hepáticas, incluídos no banco de dados do Departamento de Anatomia

Patológica da Irmandade da Santa Casa de São Paulo, de janeiro de 2007 a

dezembro de 2011. As amostras foram avaliadas quanto à presença de fatores de

risco para DHGNA, e quanto à presença de EH, EHNA e fibrose hepática (FH). Foi

quantificada a associação dos fatores de risco com EH, EHNA e FH. Os pacientes

foram divididos em grupos de cada neoplasia e respectivos grupos-controles,

contendo as demais neoplasias. No grupo total não houve diferença de associação

de EH em relação à população geral (34,2% e 30% respectivamente; 95%IC 25,8-

43,4). Avaliando por neoplasia, a EH foi mais prevalente no grupo-MCR (Odds Ratio-

OR= 3,99; IC95% 1,78- 8,94; p<0,001), mas não no grupo-CHC (OR=0,60; IC 95%

0,18-2,01; p=0,406) ou no grupo-CCIH (OR= 0,70; IC95% 0,18 - 2,8; p=0,613).

Houve maior prevalência de FH no grupo-CHC (OR= 3,50; IC95% 1,06-11,57;

p=0,032), mas não no MCR ou no CCIH (OR= 0,47; IC95% 0,21-1,02; p=0,053 e

OR= 1,85; IC95% 0,51- 6,68; p=0,343). Não houve casos de EHNA em nenhum dos

três tipos de tumores, mas sim nos seus controles (p-valores=0,552; 1,000 e 1,000,

respectivamente). Ao avaliarmos a relação da presença de EH, FH e EHNA com os

fatores de risco, não foi observada associação estatisticamente significante em

nenhuma das neoplasias estudadas. Concluiu-se que houve associação de DHGNA

com MCR no grupo estudado, mas não com CHC ou CCIH.

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ABSTRACT

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Schulz, PO. Association between non-alcoholic fatty liver disease and liver

malignancies. Master’s degree dissertation, 2013.

The non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD) prevalence has been increasing

worldwide, associated with the increasing obesity prevalence, as they share the

same metabolic changes. Several studies have shown association of hepatocellular

carcinoma (HCC) and intrahepatic cholangiocarcinoma (IHCC) with nonalcoholic

steatohepatitis (NASH) cirrhosis, but it is still unknown if such associations exist in

non-cirrhotic patients. Furthermore, it has been suggested that the early stages of

fatty liver (FL), may already be associated with favorable liver microenvironment for

the growth of metastatic colorectal cancer cells. The present study aimed to evaluate

the association of NAFLD with primary and secondary malignancies of the liver in a

referral center of Brazil. Was retrospective and we evaluated 180 cases of liver

malignancies, included in the database of the Anatomy-Pathology Department from

Irmandade da Santa Casa de Sao Paulo- Brazil, from 2007 to 2011.The samples

were evaluated for the presence of risk factors for NAFLD and the occurrence of FL,

NASH and liver fibrosis (LF). We quantified the association of these predictors with

the histological findings. Patients were grouped according to tumor types, and other

malignancies were used as comparison groups. There was no statistical differences

between the prevalence for FL on the total amount of cases compared to the general

population (34,2% and 30 % respectively; 95%CI 25,8-43,4). Otherwise comparing

across the different tumor types, there was an increased rate of FL within the group

of patients with metastatic colorectal cancer (MCC), (Odds Ratio-OR= 3,99; IC95%

1,78- 8,94; p<0,001), but not in the HCC-group (OR=0,60; IC 95% 0,18-2,01;

p=0,406) nor in the IHCC-group (OR= 0,70; IC95% 0,18 - 2,8; p=0,613). There was

no NASH cases in no kinds of tumor, but in their controls (p-values=0,552; 1,000 and

1,000). Evaluating the relationship between FL, LF and NASH with risk factors, no

association was observed in any of the tumors. It was shown an increased frequency

of FL among patients with MCC, but not in other tumor types.

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LISTAS E APÊNDICE

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