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CRP-0357 Produção Gráfica

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CRP-0357

Produção Gráfica

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Aula 2

Critérios de avaliação gráficae alfabetização visual

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O que você acha bonito?

Por quê?

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Só é bonito o que é (quase) familiar

• Aquilo que não compartilha elementos com seu público se torna hermético e não pode ser apreciado.

• Aquilo que é familiar demais não traz novidades nem porta informação, por isso não causa interesse.

• O design efetivo tem elementos familiares em uma combinação inusitada

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Bom vs. Mau design:

• Como julgar design?

• Algumas sugestões de critério:

– Aparência

– Relevância

– Inovação

– Impacto

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Ninguém fala porque o belo é belo

• Será porque não sabe?

• Será porque não quer dizer?

• Será porque não tem como dizer em palavras?

• Você já se fez essa pergunta?

• Por que não?

• Qual seria a sua resposta?

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Belo vs. Fetiche:

• Beleza é uma RELAÇÃO

– Como toda relação, ela pressupõe uma troca

– A relação tende a se aperfeiçoar com o tempo

• Imposição do belo é FETICHE

– Ela se dá por marcas, por fama, por nome

– Fetiche é um culto, que estabelece e determina DOGMAS

– Dogmas são impostos, não discutidos nem questionados

– Não se evolui na relação

– É importante se desrespeitar e questionar Rembrandt para apreciá-lo.

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Hemisférios cerebrais e percepção

• Esquerdo: simbólico

• Direito: perceptual

• É preciso balanceá-los

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Design vs. “dar uma estilizada”

Corre-se o risco deficar só perceptual (estranho)ou só simbólico (conceitual)

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Debate: o que faz bom design?

As agências / clientes / editoras / empresas sabem disso? Querem isso?

Sabem pedir?

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Critério

• Ajuda a formar EXEMPLOS,

• Que permitem estabelecer REFERÊNCIAS,

• Que permitem formar COMPARAÇÕES,

• E, a partir delas, tirar CONCLUSÕES.

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Como se constrói critério?

No cliente / no público / na empresa?

Em você?

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Alfabetização Visual

• Não há alfabetização visual,portanto não há parâmetro.

• Todos são autodidatas pragmáticos.

• Muitos acreditam que é fácil fazer design.

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Símbolos e sentimentos

• Nosso contato com o mundo se dáatravés de uma mistura de Símbolos e Sensações:

– Símbolos (compreendidos)

• Constituem a comunicação.

• São analíticos e precisos.

• Geram um processo racional de transmissão de significados com a menor ambigüidade possível.

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Símbolos e sentimentos (II)

– Sentimentos (apreendidos)

• Constituem a expressão.

• São generalizantes e globais.

• Geram um processo irracional, que indica sentimentos e demanda interpretação.

• Relacionam-se com a experiência.

• Não podem ser transmitidos.

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Beleza é uma relação

• Ela não é uma propriedade dos objetos,senão seria absoluta.

• Ela não se forma dentro da cabeça,senão poderíamos sintetizá-la.

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A relação é irracional

• Ela é tão primitiva e abrangentequanto os sentimentos.

• Sua apreensão é direta,sem símbolos nem intermediários.

• É como um sabor, uma alegria,um passeio de montanha-russa: indescritível em palavras.

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Feio:ultrapassado, previsível,

incoerente ou novo?• Pense nas coisas que você considera feias: como

determinar o que desagrada nelas?

– São velhas, rebuscadas, ultrapassadas?

– São óbvias, simétricas, simplórias?

– São desagradáveis, inconsistentes, incompletas?

– Ou são coisas que você nunca viu?Ou nunca reparou?

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O Feio pelo novo

O feio pelo novo traz elementosque ainda não foram assimilados, por

isso:

Não fazem parte do universo perceptivo.

São tidos como “ruído” e rejeitados.

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Limitações vs. possibilidades

• O criativo costuma agir como criança mimada:

– Ouve (mal) um problema.

– Testa as possibilidades sem questioná-las.

– Apresenta, orgulhoso, o resultado do trabalho.

– Se chateia quando contrariado.

– Não aprende nem tenta transmitir o que sabe.

– Parte das possibilidades rumo às limitações

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Limitações vs. possibilidades

• O ideal é se mover no sentido contrário:

– Estudar as referências do ambiente do cliente.

– Partir dessas referências para fazer o trabalho.

– Procurar inovar a partir do que é conhecido.

– Procurar traduzir o design em termos que o cliente possa compreender.

– Partir das limitações rumo às possibilidades

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O “mau design” comunica mal

• É como a má música ou a má cozinha.

• Ou uma fraze errada, mal-falada.

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Debate: o que causa o “mau”design?

• Algumas sugestões:

– Falta de critério

– Falta de alfabetização visual

– Facilidade de criação

– Desconhecimento do público ou função

– Falta de briefing claro

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Design não é “genialidade”

Nietzsche:

• O amor-próprio favorece o culto ao gênio.

• Por ser distante, o gênio não fere.

• O gênio não é diferente. É um indivíduo:

– Cujo pensamento vai em uma só direção.

– Que usa tudo como matéria-prima.

– Que enxerga modelos e estímulos em toda parte.

– Que nunca cansa de combinar o que está à mão.

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Design não é “genialidade”

Nietzsche:

• Toda atividade é complexa, nenhuma é “genial”.

• Fala-se em “gênio” quando o efeito agrada e não se quer sentir inveja.

• A arte rejeita o pensamento sobre o processo, se impõe como perfeita.

• Ninguém vê nem quer ver o processo do artista

• Por isso os artistas são vistos como geniais, mas os cientistas não.

• Acreditar nisso é uma infantilidade da razão.

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Design não é tão subjetivo

• Vivemos a ditadura do design: um padrão estético se impõe como beleza absoluta.

• No mundo das aparências, o design universalmente aceito como belofunciona como referencial de “bom gosto”.

• É garantia que seu portador está aberto para o novo. Mesmo que seja o contrário.

• Objetos de design funcionam como fator de identidade. Eles indicam que seu portador tem “berço”.

• (provavelmente de ouro)

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Segurança é um processo

• O ciclo da mesmice:

– Não existem referências absolutas de design.

– Não há alfabetização visual.

– Inseguro, o cliente fica em sua zona de conforto.

– Por isso, só aprova o que já conhece.

– Isso traz familiaridade e cria “novas” referências.

• A educação se dá através do exemplo, bom ou mau.

• Não se pode demandar critério sem construí-lo

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Design é identidade

• O mundo pós-moderno é regido por forças massificantes:

– Produção em grande escala

– Pressa e desequilíbrio entre demandas e disponibiliadde

• Design, ao prover contexto, determina a identidade

• Bauman: somos uma sociedade de indivíduos iguais em sua tentativa de se mostrar diferentes.

• Mas qual seria a alternativa?

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Velocidade:

• Tudo muda rápido. Muito rápido.

• Sem perceber, as pessoas se tornam

– Hiperativas,

– Ansiosas,

– Estressadas e

– Desfocados.

• Todos têm um monte de coisas para fazer e nenhum tempo para executar metade.

• Qualquer coisa que escape ao controle(fome, relacionamentos, sono) desespera.

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Velocidade:

• O computador não tem culpa.

• O “perfeito”, em tempos descartáveis, não é tão importante quanto a performance.

– É mais importante fazer rápido do que bem.

– A regra da nova indústria: “lance antes, conquiste mercado, corrija depois”.

– Veja a enormidade de versões beta e recalls.

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Harmonia

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Harmonia:• Harmonia não é tranqüilidade, mas unidade.

• Ela significa acordo, concordância entre os elementos, espírito de grupo.

• Unifica o layout e tranqüiliza o leitor

• Pode se dar por:

– Repetição

– Cor

– Estilo

– Conteúdo

– Tipografia

– Continuidade

– Proximidade

– Semelhança

• Harmonia em Música e em Física.

• Desarmonia: elementos "brigam" entre si.

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Equilíbrio e Simetria

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Equilíbrio vs. Simetria

• Equilíbrio não é (só) simetria: é estabilidade.

• Pense na natureza: o equilibrado é estável(mesmo aquela árvore torta)

• A falta de equilíbrio gera tensão: algo prestes a cair gera desespero automático

• Simetria é mais fácil de entender, porém:

– Não existe na natureza

– É previsível e monótona

– É estática e imóvel

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Equilíbrio • Momento em que a ação chega a uma pausa.

• Pense no arco que faz uma bola de basquete

• É influenciado por:

– “peso” visual (área, cor, densidade, posição)

– Direção do movimento

• Como somos terrestres, nosso olho e campo de visão é alongado

• Por isso 100 metros na horizontal parecem menos que na vertical

• Relação diferente da de pássaros e peixes

• Equilíbrio dinâmico: sugere movimento

– Como foto pouco nítida (baixa velocidade de obturação)

– Ou como foto de sustentação impossível (alta velocidade de obturação)