Pilares de Concreto Submetidos a Flexão Composta Reta

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Este trabalho apresenta um estudo sobre pilares esbeltos de concreto armado submetidos à flexão composta reta. Seis pilares foram ensaiados sob carregamento axial com diferentes excentricidades visando contribuir para uma melhor compreensão do comportamento desses pilares e ao mesmo tempo verificar a eficiência de um programa computacional na previsão de tal comportamento. A geometria dos pilares (comprimento total de 3000 mm, extremidades com consolos simétricos e região central com 2020 mm de comprimento e seção transversal constante com 250 mm de base e 120 mm de altura) e a taxa geométrica de armadura longitudinal (1,57%) são fixas. O concreto foi especificado para ter resistência à compressão de 40 MPa aos 28 dias de idade, e o aço foi especificado como CA-50. Os resultados indicaram que o pilar com carga centrada teve ruptura brusca com esmagamento do concreto e os demais pilares ruptura por flexo-compressão na região central. A carga última e a evolução dos resultados experimentais das flechas, deformações no aço e no concreto dos pilares sob carregamento excêntrico deste trabalho foram confrontadas com os valores teóricos calculados pelo programa CACODI (Campo de Compressão Diagonal) em conjunto com a planilha Excel, que consideram a não-linearidade física e a não-linearidade geométrica. Os resultados teóricos se aproximaram bem dos resultados experimentais. A excentricidade da carga teve grande influência sobre a carga última, e o efeito de segunda ordem foi significativo. Uma curva de tendência de forma exponencial para a carga última relativa em função da excentricidade relativa da carga foi encontrada, mas novos ensaios são necessários para melhor definí-la. Os resultados deste trabalho comparados com os de um trabalho anterior com pilares curtos similares comprovou a grande influência do índice de esbeltez na resistência e no comportamento geral dos pilares.

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  • ESTUDO DE PILARES DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS FLEXO COMPOSTA RETA

    ALEXON BRAGA DANTAS

    DISSERTAO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS E

    CONSTRUO CIVIL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    UNIVERSIDADE DE BRASLIA

  • UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    ESTUDO DE PILARES DE CONCRETO ARMADO

    SUBMETIDOS FLEXO COMPOSTA RETA

    ALEXON BRAGA DANTAS

    ORIENTADOR: GUILHERME SALES S. de A. MELO

    CO-ORIENTADOR: YOSIAKI NAGATO

    DISSERTAO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS E

    CONSTRUO CIVIL

    PUBLICAO: E.DM - 006 A/06

    BRASLIA/DF: MAIO 2006

  • UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    ESTUDO DE PILARES DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS

    FLEXO COMPOSTA RETA

    ALEXON BRAGA DANTAS

    DISSERTAO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASLIA COMO PARTE DOS REQUISTOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM ESTRUTURAS E CONSTRUO CIVIL.

    APROVADA POR:

    _________________________________________________

    Prof. Yosiaki Nagato, D.Sc. (ENC-UnB) (Co-Orientador) _________________________________________________ Prof. Luciano Mendes Bezerra, PhD (ENC-UnB) (Examinador Interno) _________________________________________________ Profa Kristiane Mattar Accetti Holanda, D.Sc. (CNPq) (Examinadora Externa) BRASLIA/DF, 09 DE MAIO DE 2006

    ii

  • FICHA CATALOGRFICA

    DANTAS, ALEXON BRAGA Estudo de Pilares de Concreto Armado Submetidos Flexo Composta Reta. [Distrito Federal] 2006. xxiii, 180p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Estruturas e Construo Civil, 2006).

    Dissertao de Mestrado Universidade de Braslia. Faculdade de Tecnologia.

    Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. 1.Pilar 2.Concreto armado 3.Flexo composta reta 4.Anlise via CACODI I. ENC/FT/UnB II. Ttulo (srie)

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

    DANTAS, A. B. (2006). Estudo de Pilares de Concreto Armado Submetidos Flexo

    Composta Reta. Dissertao de Mestrado em Estruturas e Construo Civil. Publicao

    E.DM-006 A/06, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de

    Braslia, Braslia, DF, 180p.

    CESSO DE DIREITOS

    AUTOR: Alexon Braga Dantas.

    TTULO: Estudo de Pilares de Concreto Armado Submetidos Flexo Composta Reta.

    GRAU: Mestre ANO: 2006

    concedida Universidade de Braslia permisso para reproduzir cpias desta dissertao

    de mestrado e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e

    cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao e nenhuma parte dessa dissertao

    de mestrado pode ser reproduzida sem autorizao por escrito do autor.

    _________________________________

    Alexon Braga Dantas Rua Joaquim Pinheiro no 334, Centro 48.760-000 Araci BA Brasil E-mail: [email protected]

    iii

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus pelo Dom da vida, por ser o Senhor de minha vida e, por estar presente

    em todos os meus caminhos.

    Aos meus pais: Jos Reinaldo Dantas e Isabel Braga Dantas pelo amor, carinho, pela

    educao e por tudo que eles me propiciaram durantes todos esses anos; amo muito vocs.

    Aos meus irmos: Robson Braga Dantas e Thiago Braga Dantas pelo amor, carinho,

    companheirismo, incentivos demonstrados ao longo de todos esses anos; vocs fazem parte

    de mim, esto em meu corao.

    Aos meus familiares e, em especial ao meu av Ramiro Dantas que sempre demonstrou

    carinho, amor e incentivo busca de um horizonte cada vez melhor.

    Ao professor Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo pela grandiosa oportunidade a

    mim conferida de trabalhar como seu orientando. Muito obrigado.

    Ao professor Yosiaki Nagato pela co-orientao e pela ajuda imensurvel para a

    consecuo desse trabalho. Muito obrigado.

    Aos professores do Programa de Ps-graduao em Estruturas e Construo Civil da

    Universidade de Braslia pelos ensinamentos transmitidos.

    Ao professor Jos Humberto Matias de Paula pelo projeto do prtico metlico usado nos

    ensaios.

    Aos professores da banca examinadora: Kristiane Mattar Accetti Holanda e Luciano

    Mendes Bezerra, por terem aceitado, gentilmente, o convite para avaliar o presente

    trabalho.

    Ao CNPq e CAPES pelo apoio financeiro.

    Aos professores da Universidade Estadual de Feira de Santana e, em especial a Geraldo

    Jos Belmonte dos Santos, Francisco Antonio Zorzo, Washington Almeida Moura e Elvio

    Antonino Guimares.

    Aos amigos da Estruturas e, em especial a Arthur Sassi, Elisandra Medeiros, Francisco

    Gabriel, Helder Pontes, Joo Ucha, Joel Donizete, Juan Diego, Lorena Marcelino,

    Lourdimine Santos, Marcus Campitelli, Paulo Marcelo, Ronaldson Carneiro e Vladimir

    iv

  • Barbn. Muito obrigado pela ajuda imensurvel que me deram durante essa jornada de

    trabalho.

    Aos companheiros do Laboratrio de Estruturas e Materiais da UnB: Leonardo, Leandro

    Severino e Xavier. Obrigado pela ajuda nos ensaios realizados.

    Aos amigos da Geotecnia e em especial a Elza Conrado. Obrigado por sua ateno e

    amizade.

    Aos amigos: talo Fitizola, Taciano Oliveira, Thales Moreira, e Sidcley Freitas. Obrigado

    pelo incentivo.

    s amigas: Andra Lima, Dbora Zoccoli, Edna Teodoro, Eliete Solano e Glauce

    Medeiros. Obrigado pela amizade de vocs.

    Aos amigos e amigas do Colgio Estadual Imaculada Conceio.

    amiga Maria Edneide Torres Pinho pelo incentivo a mim conferido com o propsito de

    realizar esse objetivo.

    Aos amigos e amigas da Casa do Estudante Universitrio, no Bloco K, Colina, UnB.

    Ao amigo especial Antonio Boness por ser a pessoa que sempre me incentivou e acreditou

    na realizao dessa meta. Muitssimo obrigado.

    v

  • DEDICATRIA

    A experincia uma professora muito severa porque

    primeiro ela aplica a prova e, somente aps, vem a lio.

    Vernon Law

    A Deus, pela sua constante presena. Aos meus pais,

    Jos Reinaldo e Isabel e meus irmos,

    Robson e Thiago, pelo carinho e amor.

    vi

  • RESUMO ESTUDO DE PILARES DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS FLEXO COMPOSTA RETA Autor: Alexon Braga Dantas Orientador: Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo Co-orientador: Yosiaki Nagato Programa de Ps-graduao em Estruturas e Construo Civil Braslia, maio de 2006

    Este trabalho apresenta um estudo sobre pilares esbeltos de concreto armado submetidos

    flexo composta reta. Seis pilares foram ensaiados sob carregamento axial com diferentes

    excentricidades visando contribuir para uma melhor compreenso do comportamento

    desses pilares e ao mesmo tempo verificar a eficincia de um programa computacional na

    previso de tal comportamento. A geometria dos pilares (comprimento total de 3000 mm,

    extremidades com consolos simtricos e regio central com 2020 mm de comprimento e

    seo transversal constante com 250 mm de base e 120 mm de altura) e a taxa geomtrica

    de armadura longitudinal (1,57%) so fixas. O concreto foi especificado para ter resistncia

    compresso de 40 MPa aos 28 dias de idade, e o ao foi especificado como CA-50. Os

    resultados indicaram que o pilar com carga centrada teve ruptura brusca com esmagamento

    do concreto e os demais pilares ruptura por flexo-compresso na regio central. A carga

    ltima e a evoluo dos resultados experimentais das flechas, deformaes no ao e no

    concreto dos pilares sob carregamento excntrico deste trabalho foram confrontadas com

    os valores tericos calculados pelo programa CACODI (Campo de Compresso Diagonal)

    em conjunto com a planilha Excel, que consideram a no-linearidade fsica e a no-

    linearidade geomtrica. Os resultados tericos se aproximaram bem dos resultados

    experimentais. A excentricidade da carga teve grande influncia sobre a carga ltima, e o

    efeito de segunda ordem foi significativo. Uma curva de tendncia de forma exponencial

    para a carga ltima relativa em funo da excentricidade relativa da carga foi encontrada,

    mas novos ensaios so necessrios para melhor defin-la. Os resultados deste trabalho

    comparados com os de um trabalho anterior com pilares curtos similares comprovou a

    grande influncia do ndice de esbeltez na resistncia e no comportamento geral dos

    pilares.

    vii

  • ABSTRACT REINFORCED CONCRETE COLUMNS UNDER COMBINED AXIAL LOADING AND BENDING

    Author: Alexon Braga Dantas Supervisor: Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo Co-supervisor: Yosiaki Nagato Programa de Ps-graduao em Estruturas e Construo Civil Braslia, may 2006

    This work presents a study on slender reinforced concrete columns under combined axial

    loading and bending. Six reinforced concrete columns were tested with different

    eccentricities of the axial loading, aiming to contribute for a better understanding of the

    behavior of these columns and at the same time to verify the effectiveness of a computer

    program in anticipating this behavior. The column geometry and its reinforcement rate are

    constant: total column height of 3000 mm with symmetric brackets at the extremities,

    intermediate height of 2020 mm with constant cross section (width of 250 mm and height

    of 120 mm) and reinforcement rate of 1.57%. Concrete with compression strength of 40

    MPa and reinforcement bars of CA-50 steel were specified in the project. The results

    indicate that the column under centered axial loading failed in concrete compression. The

    columns with eccentric loading had failures with combined axial and bending stresses at

    the mid-height section. The ultimate load and the evolution of experimental displacements

    and concrete and steel strains in the columns under eccentric loading were compared with

    analytical results obtained with a program based on the Compression Field Theory named

    CACODI and used in parallel with the Excel spreadsheet to calculate the transverse

    displacements, taking into account both geometrical and physical nonlinearities. These

    results were very close to those obtained experimentally. Eccentricity of loading proved to

    have strong influence on the failure load, and the second order effect was significant. An

    exponential curve relating the relative ultimate load and the relative eccentricity of the load

    was obtained, but more tests are necessary to improve the curve. The results of this work

    when compared with others of a previous work with similar but short columns confirmed

    the great influence of the slenderness ratio on the column capacity and on the overall

    behavior of the columns.

    viii

  • SUMRIO 1 INTRODUO ............................................................................................................1

    1.1 CONSIDERAES INICIAIS...........................................................................1

    1.2 OBJETIVO ...........................................................................................................1

    1.3 METODOLOGIA ................................................................................................2

    1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................3

    2 REVISO BIBLIOGRFICA....................................................................................5

    2.1 ALGUNS ESTUDOS ANTERIORES ................................................................5

    2.1.1 HOGNESTAD (1951)...........................................................................5

    2.1.2 NAGATO (1987)...7

    2.1.3 LIMA (1997) .........................................9

    2.1.4 VALLADARES (1997)...13

    2.1.5 VANDERLEI (1999) ..............16

    2.1.6 MELLO (2003) ...........................................................................................18

    2.1.7 ADORNO (2004).........................................................................................20

    2.1.8 ARAJO (2004)..........................................................................................25

    2.2 PRESCRIES DA NBR-6118 (2003) ............................................................30

    2.2.1 Introduo...................................................................................................30

    2.2.2 Disposies Construtivas dos Pilares........................................................31

    3 PROGRAMA EXPERIMENTAL ........................................................34

    3.1 CONSIDERAES INICIAIS.........................................................................34

    3.2 GEOMETRIA, ARMADURA E CARREGAMENTO DOS PILARES.......34

    3.3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL.............................................................38

    3.3.1 Confeco das frmas ................................................................................38

    3.3.2 Moldagem e desmoldagem dos pilares .....................................................38

    3.3.3 Materiais......................................................................................................40

    3.3.4 Instrumentao...........................................................................................41

    3.3.5 Procedimentos dos ensaios.........................................................................46

    4 APRESENTAES DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS...........................51

    4.1 CONSIDERAES INICIAIS.........................................................................51

    ix

  • 4.2 CARACTERSTICAS MECNICAS DOS MATERIAIS ............................51

    4.2.1 Ao ...............................................................................................................51

    4.2.2 Concreto ......................................................................................................52

    4.3 COMPORTAMENTO DOS PILARES AT A RUPTURA..........................53

    4.3.1 Fissurao, carga ltima e modos de ruptura .........................................53

    4.3.2 Deformaes na armadura ........................................................................57

    4.3.3 Deformaes mdias na armadura ...........................................................62

    4.3.4 Deformaes no concreto...........................................................................64

    4.3.5 Deformaes mdias no concreto..............................................................69

    4.3.6 Deslocamentos horizontais do pilar..........................................................70

    4.3.7 Deslocamentos verticais das extremidades do pilar................................76

    4.3.8 Rotaes nas extremidades dos pilares ensaiados ...................................81

    4.3.9 Deslocamento horizontal dos apoios.........................................................82

    4.3.10 Deslocamento vertical da base do prtico................................................85

    5 ANLISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS E SUA COMPARAO

    COM RESULTADOS TERICOS..................................................................................89

    5.1 Consideraes iniciais ..............................................................................................89

    5.2 Cargas de fissurao ................................................................................................89

    5.3 Foras ltimas e modos de ruptura ........................................................................91

    5.4 Deformaes na armadura longitudinal.................................................................92

    5.5 Deformaes no concreto.........................................................................................97

    5.6 Deformadas tericas e experimentais...................................................................101

    5.7 Deslocamentos transversais...................................................................................105

    5.8 Rotaes nas extremidades dos pilares.................................................................110

    5.9 Influncia da excentricidade da carga e do ndice de esbeltez...........................111

    6 CONCLUSES E SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS .....................115

    6.1 CONCLUSES...................................................................................................... 115

    6.1.1 Influncia da excentricidade...........................................................................115

    6.1.2 Influncia do ndice de esbeltez......................................................................116

    6.1.3 Desempenho do programa CACODI.............................................................116

    6.1.4 Montagem dos ensaios.....................................................................................117

    6.2 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS................................................117

    x

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................................... 119

    APNDICES A - RESULTADOS EXPERIMENTAIS DAS DEFORMAES NAS ARMADURAS

    LONGITUDINAIS ..........................................................................................................123

    B - RESULTADOS EXPERIMENTAIS DAS DEFORMAES DO CONCRETO.....

    ............................................................................................................................................130

    C - CORREO DAS LEITURAS DOS DEFLETMETROS HORIZONTAIS E

    DA RGUA CENTRAL..................................................................................................136

    D - RESULTADOS EXPERIMENTAIS DOS DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS

    E VERTICAIS DOS PILARES.......................................................................................138

    E DETERMINAO DO ENCURTAMENTO E DA ROTAO NAS

    EXTREMIDADES DOS PILARES................................................................................146

    F RESULTADOS EXPERIMENTAIS DOS DESLOCAMENTOS DOS

    APARELHOS DE APOIO E DA BASE DO PRTICO..............................................153

    G RESULTADOS TERICOS DAS FLECHAS OU DESLOCAMENTOS

    HORIZONTAIS...............................................................................................................159

    H RESULTADOS TERICOS DAS DEFORMAES NAS ARMADURAS

    LONGITUDINAIS E NO CONCRETO........................................................................164

    I - RESULTADOS TERICOS DAS DEFORMADAS NOS PILARES...................168

    J CLCULO DA CARGA DE FISSURAO DOS PILARES ENSAIADOS......172

    K CLCULO DA CARGA LTIMA DOS PILARES ENSAIADOS.....................173

    L RESULTADOS TERICOS DAS ROTAES NAS EXTREMIDADES DOS

    PILARES..........................................................................................................................178

    xi

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1 - Caractersticas das armaduras das peas de HOGNESTAD (1951)..................6

    Tabela 2.2 Caractersticas e identificao das peas ensaiadas por LIMA (1997)........... 10

    Tabela 2.3 Caractersticas dos pilares ensaiados por VALLADARES (1997).................14

    Tabela 2.4 Caractersticas dos modelos ensaiados por VANDERLEI (1999)..................16

    Tabela 2.5 Caractersticas e identificao das peas ensaiadas por ADORNO (2004).... 22

    Tabela 2.6 Resultados dos modelos ensaiadas por ADORNO (2004)............................. 24

    Tabela 2.7 Descrio dos grupos de ensaio. ARAJO (2004)......................................... 28

    Tabela 2.8 Esforos atuantes no pilar PCA6-40............................................................... 29

    Tabela 3.1 Caractersticas bsicas dos pilares ensaiados.................................................. 35

    Tabela 4.1 Caracterizao da armadura............................................................................ 51

    Tabela 4.2 Propriedades mecnicas do concreto ..............................................................53

    Tabela 4.3 Carga ltima e modo de ruptura dos pilares ensaiados................................... 54

    Tabela 4.4 Deslocamento horizontal na seo central medido com D5 e com a rgua.... 75

    Tabela 4.5 Encurtamento dos modelos............................................................................. 80

    Tabela 4.6 Rotaes nas extremidades do pilar................................................................ 82

    Tabela 5.1 Carga de fissurao experimental e terica.....................................................90

    Tabela 5.2 Carga ltima experimental e terica............................................................... 91

    Tabela 5.3 Rotaes tericas nas extremidades dos pilares, comparadas com as

    experimentais............................................................................................................. 111

    Tabela A.1 - Deformaes da Armadura Longitudinal - PFN0-3 (10-6)............................124

    Tabela A.2 - Deformaes da Armadura Longitudinal - PFN15-3 (10-6)..........................125

    Tabela A.3 - Deformaes da Armadura Longitudinal - PFN15-3 (Re-ensaio) (10-6)......126

    Tabela A.4 - Deformaes da Armadura Longitudinal PFN30-3 (10-6).........................126

    Tabela A.5 - Deformaes da Armadura Longitudinal PFN40-3 (10-6).........................127

    Tabela A.6 - Deformaes da Armadura Longitudinal PFN50-3 (10-6).........................128

    Tabela A.7 - Deformaes da Armadura Longitudinal PFN60-3 (10-6).........................129

    Tabela B.1 - Deformaes no concreto PFN0-3 (10-6)...................................................131

    xii

  • Tabela B.2 - Deformaes no concreto PFN15-3 (10-6).................................................132

    Tabela B.3 - Deformaes no concreto PFN15-3 (Re-ensaio) (10-6).............................132

    Tabela B.4 - Deformaes no concreto PFN30-3 (10-6).................................................133

    Tabela B.5 - Deformaes no concreto PFN40-3 (10-6).................................................133

    Tabela B.6 - Deformaes no concreto PFN50-3 (10-6).................................................134

    Tabela B.7 - Deformaes no concreto PFN60-3 (10-6).................................................135

    Tabela D.1 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN0-3 (mm)................................139

    Tabela D.2 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN15-3(mm)...............................140

    Tabela D.3 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN15-3 (Re-ensaio) (mm)..........140

    Tabela D.4 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN30-3 (mm)..............................141

    Tabela D.5 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN40-3 (mm)..............................141

    Tabela D.6 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN50-3 (mm)..............................142

    Tabela D.7 - Deslocamentos horizontais e verticais PFN60-3 (mm)..............................143

    Tabela D.8 - Rgua de medio central PFN15-3 e Re-ensaio (mm).............................144

    Tabela D.9 - Rgua de medio central PFN30-3 e PFN40-3(mm)...............................144

    Tabela D.10 - Rgua de medio central PFN50-3 e PFN60-3 (mm)............................145

    Tabela E.1 Rotaes nas extremidades do pilar PFN0-3 (rad).......................................148

    Tabela E.2 Rotaes nas extremidades do pilar PFN15-3 (rad).....................................149

    Tabela E.3 Rotaes nas extremidades do pilar PFN30-3 (rad).....................................149

    Tabela E.4 Rotaes nas extremidades do pilar PFN40-3 (rad).....................................150

    Tabela E.5 Rotaes nas extremidades do pilar PFN50-3 (rad).....................................151

    Tabela E.6 Rotaes nas extremidades do pilar PFN60-3 (rad).....................................152

    Tabela F.1 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico PFN0-

    3 (mm)................................................................................................................................154

    Tabela F.2 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico

    PFN15-3 (mm)...................................................................................................................155

    Tabela F.3 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico

    PFN15-3 (Re-ensaio) (mm)................................................................................................155

    Tabela F.4 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico

    PFN30-3(mm)....................................................................................................................156

    Tabela F.5 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico

    PFN40-3(mm)....................................................................................................................156

    Tabela F.6 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico

    PFN50-3(mm)....................................................................................................................157

    xiii

  • Tabela F.7 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio e verticais da base do prtico

    PFN60-3(mm)....................................................................................................................158

    Tabela G.1 - Deslocamentos horizontais tericos PFN15-3 e PFN30-3 (mm)..............162

    Tabela G.2 - Deslocamentos horizontais tericos PFN40-3 e PFN50-3 (mm)..............162

    Tabela G.3 - Deslocamentos horizontais tericos PFN60-3 (mm).................................163

    Tabela H.1 - Deformaes tericas no ao e no concreto PFN15-3 (10-6).....................165

    Tabela H.2 - Deformaes tericas no ao e no concreto PFN30-3 (10-6)....................165

    Tabela H.3 - Deformaes tericas no ao e no concreto PFN40-3 (10-6).....................166

    Tabela H.4 - Deformaes tericas no ao e no concreto PFN50-3 (10-6).....................166

    Tabela H.5 - Deformaes tericas no ao e no concreto PFN60-3 (10-6).....................167

    Tabela I.1 - Valores das flechas ao longo do pilar PFN15-3 (mm)................................169

    Tabela I.2 - Valores das flechas ao longo do pilar PFN30-3 (mm)................................169

    Tabela I.3 - Valores das flechas ao longo do pilar PFN40-3 (mm)................................170

    Tabela I.4 - Valores das flechas ao longo do pilar PFN50-3(mm).................................170

    Tabela I.5 - Valores das flechas ao longo do pilar PFN60-3(mm).................................171

    Tabela K.1 Combinaes de N e M que levam o pilar ruptura obtidas com o programa

    CACODI e deformaes e deslocamentos transversais correspondentes para diferentes

    excentricidades de carga.....................................................................................................177

    Tabela L.1 Rotaes tericas nas extremidades do pilar PFN15-3 (rad).....................179

    Tabela L.2 Rotaes tericas nas extremidades do pilar PFN30-3 (rad).....................179

    Tabela L.3 Rotaes tericas nas extremidades do pilar PFN40-3 (rad).....................179

    Tabela L.4 Rotaes tericas nas extremidades do pilar PFN50-3 (rad).....................180

    Tabela L.5 Rotaes tericas nas extremidades do pilar PFN60-3 (rad).....................180

    xiv

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Caractersticas geomtricas das peas ensaiadas por HOGNESTAD (1951).... 5

    Figura 2.2 Esquema de ensaio utilizado por HOGNESTAD (1951) ..................................6

    Figura 2.3 Detalhes da armadura e do esquema de ensaio usados por LIMA (1997).......11

    Figura 2.4 Caractersticas das peas ensaiadas por VALLADARES (1997) ...................15

    Figura 2.5 Sistema de ensaio utilizado por VANDERLEI (1999) ...................................17

    Figura 2.6 - Esquema de foras nas armaduras ...................................................................19

    Figura 2.7 Caractersticas das peas ensaiadas por ADORNO (2004) .............................21

    Figura 2.8 Detalhe das armaduras dos pilares da Srie PSA (ADORNO, 2004) . ............23

    Figura 2.9 Detalhe das armaduras dos pilares da Srie PCA4 (ADORNO, 2004). ..........23

    Figura 2.10 Caractersticas geomtricas do pilar e detalhamento dos consolos - ARAJO

    (2004) ...........................................................................................................................25

    Figura 2.11 Detalhamento de armaduras do grupo PCS ..................................................26

    Figura 2.12 Detalhamento de armaduras do grupo PCA4 ................................................27

    Figura 2.13 Detalhamento de armaduras do grupo PCA6 ................................................27

    Figura 2.14 - Nmero mnimo de barras .............................................................................31

    Figura 2.15 - Espaamento entre barras longitudinais .........................................................31

    Figura 2.16 - Espaamento do estribo poligonal..................................................................32

    Figura 2.17 - Armadura transversal......................................................................................32

    Figura 3.1 Dimenses geomtricas do pilar ......................................................................35

    Figura 3.2 Esquema geral de ensaio..................................................................................36

    Figura 3.3 Foto da armadura do pilar ...............................................................................36

    Figura 3.4 Armadura do pilar ...........................................................................................37

    Figura 3.5 Detalhe da seo central do pilar ....................................................................37

    Figura 3.6 Frma utilizada na moldagem do pilar ............................................................38

    Figura 3.7 Frmas com armadura .....................................................................................39

    Figura 3.8 Detalhe da concretagem e do adensamento ....................................................39

    Figura 3.9 Pilares desmoldados ........................................................................................40

    Figura 3.10 Abatimento do concreto.................................................................................40

    Figura 3.11 - Corpos-de-prova sendo moldados .................................................................41

    Figura 3.12 Detalhe da fixao do EER armadura .........................................................42

    Figura 3.13 Posio dos EER da armadura .......................................................................42

    xv

  • Figura 3.14 Detalhe dos EERs colados no pilar ..............................................................43

    Figura 3.15 Posio dos defletmetros nos modelos ensaiados .......................................44

    Figura 3.16 Detalhe do defletmetro central e da rgua de medio ...............................44

    Figura 3.17 Disposio dos defletmetros na base do pilar e no aparelho de apoio inferior

    ......................................................................................................................................45

    Figura 3.18 - Defletmetro eltrico no aparelho de apoio superior. ....................................45

    Figura 3.19 Detalhe do defletmetro no prtico ...............................................................46

    Figura 3.20 Fixao do aparelho de apoio ........................................................................47

    Figura 3.21 Detalhe do aparelho de apoio ........................................................................47

    Figura 3.22 Transporte do modelo para o prtico ............................................................47

    Figura 3.23 Detalhe da base de apoio................................................................................48

    Figura 3.24 Atuador hidrulico A.................................................................................... 48

    Figura 3.25 Atuador hidrulico B..48

    Figura 3.26 Bomba Eltrica...............................................................................................49

    Figura 3.27 Bomba Manual...49

    Figura 3.28 Sistema de aquisio de dados durante o ensaio........................................... 49

    Figura 3.29 Caixa comutadora e Indicador de deformaes.............................................50

    Figura 4.1 Grfico tenso-deformao do ao de 10 mm ................................................52

    Figura 4.2 Fissura no pilar PFN0-3 ..................................................................................54

    Figura 4.3 Ruptura do pilar PFN0-3 .................................................................................54

    Figura 4.4 Fissuras do pilar PFN15-3 ...............................................................................55

    Figura 4.5 Ruptura do pilar PFN15-3 ...............................................................................55

    Figura 4.6 Fissuras do pilar PFN30-3 ...............................................................................55

    Figura 4.7 Ruptura do pilar PFN30-3 ...............................................................................55

    Figura 4.8 Fissuras do pilar PFN40-3 ...............................................................................56

    Figura 4.9 Ruptura do pilar PFN40-3 ...............................................................................56

    Figura 4.10 Fissuras do pilar PFN50-3 .............................................................................56

    Figura 4.11 Ruptura do pilar PFN50-3 .............................................................................56

    Figura 4.12 Fissuras do pilar PFN60-3 .............................................................................57

    Figura 4.13 Ruptura do pilar PFN60-3 .............................................................................57

    Figura 4.14 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN0-3 ............................58

    Figura 4.15 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN15-3 ..........................59

    Figura 4.16 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN15-3(Re-ensaio) .......59

    xvi

  • Figura 4.17 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN30-3 ..........................60

    Figura 4.18 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN40-3 ..........................60

    Figura 4.19 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN50-3 ..........................61

    Figura 4.20 - Fora atuante x Deformao na armadura Pilar PFN60-3 ..........................61

    Figura 4.21 Mdia mpar das deformaes nas armaduras dos pilares ensaiados. ...........63

    Figura 4.22 Mdia par das deformaes nas armaduras dos pilares ensaiados ................64

    Figura 4.23 Mdia das deformaes nas armaduras dos pilares ensaiados.......................64

    Figura 4.24 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN0-3 .............................65

    Figura 4.25 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN15-3 ...........................65

    Figura 4.26 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN15-3(Re-ensaio) ........66

    Figura 4.27 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN30-3 ...........................66

    Figura 4.28 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN40-3 ...........................67

    Figura 4.29 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN50-3 ...........................67

    Figura 4.30 - Fora atuante x Deformao do concreto Pilar PFN60-3 ...........................68

    Figura 4.31 Mdia das deformaes no concreto dos pilares ensaiados ..........................70

    Figura 4.32 Mdia das deformaes mpar no ao e no concreto comprimido dos pilares

    ensaiados ......................................................................................................................70

    Figura 4.33 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN0-3..........................71

    Figura 4.34 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN15-3 .......................72

    Figura 4.35 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN15-3(Re-ensaio) .....72

    Figura 4.36 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN30-3........................73

    Figura 4.37 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN40-3 .......................73

    Figura 4.38 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN50-3 .......................74

    Figura 4.39 - Fora atuante x Deslocamentos horizontais Pilar PFN60-3 .......................74

    Figura 4.40 - Flechas na seo central dos pilares ...............................................................75

    Figura 4.41 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN0-3 ..............................76

    Figura 4.42 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN15-3 ............................77

    Figura 4.43 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN15-3(Re-ensaio) .........77

    Figura 4.44 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN30-3 ............................78

    Figura 4.45 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN40-3 ............................78

    Figura 4.46 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN50-3 ............................79

    Figura 4.47 - Fora atuante x Deslocamentos verticais Pilar PFN60-3 ............................79

    Figura 4.48 - Medio do deslocamento vertical do modelo ...............................................80

    Figura 4.49 Rotaes das extremidades dos pilares......................................................... 81

    xvii

  • Figura 4.50 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN0-3....82

    Figura 4.51 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN15-3..83

    Figura 4.52 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN15-3

    (Re-ensaio) ...................................................................................................................83

    Figura 4.53 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN30-3..84

    Figura 4.54 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN40-3..84

    Figura 4.55 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN50-3. 85

    Figura 4.56 Deslocamento dos aparelhos de apoio inferior e superior Pilar PFN60-3. 85

    Figura 4.57 Deslocamento vertical da base do prtico Pilar PFN15-3(Re-ensaio)........86

    Figura 4.58 Deslocamento vertical da base do prtico Pilar PFN30-3 ..........................86

    Figura 4.59 Deslocamento vertical da base do prtico Pilar PFN40-3 ..........................87

    Figura 4.60 Deslocamento vertical da base do prtico Pilar PFN50-3 ..........................87

    Figura 4.61 Deslocamento vertical da base do prtico Pilar PFN60-3 ..........................88

    Figura 5.1 Comparativo entre as cargas de fissurao experimental e terica nas

    excentricidades indicadas ............................................................................................91

    Figura 5.2 Deformaes consideradas na anlise..............................................................92

    Figura 5.3 - Deformaes experimentais e tericas na armadura longitudinal do pilar

    PFN15-3 .......................................................................................................................93

    Figura 5.4 - Deformaes experimentais e tericas na armadura longitudinal do pilar

    PFN30-3 .......................................................................................................................94

    Figura 5.5 - Deformaes experimentais e tericas na armadura longitudinal do pilar

    PFN40-3 .......................................................................................................................94

    Figura 5.6 - Deformaes experimentais e tericas na armadura longitudinal do pilar

    PFN50-3 .......................................................................................................................95

    Figura 5.7 - Deformaes experimentais e tericas na armadura longitudinal do pilar

    PFN60-3 .......................................................................................................................95

    Figura 5.8 - Deformaes consideradas na anlise ..............................................................97

    Figura 5.9 - Deformaes experimentais e tericas no concreto do pilar PFN15-3............ 98

    Figura 5.10 - Deformaes experimentais e tericas no concreto do pilar PFN30-3 ..........98

    Figura 5.11 - Deformaes experimentais e tericas no concreto do pilar PFN40-3. .........99

    Figura 5.12 - Deformaes experimentais e tericas no concreto do pilar PFN50-3. .........99

    Figura 5.13 - Deformaes experimentais e tericas no concreto do pilar PFN60-3. .......100

    Figura 5.14 Disposio das sees no pilar ....................................................................102

    xviii

  • Figura 5.15 - Deformada terica do pilar PFN15-3 ...........................................................102

    Figura 5.16 - Deformada terica do pilar PFN30-3 ...........................................................103

    Figura 5.17 - Deformada terica do pilar PFN40-3 ...........................................................103

    Figura 5.18 - Deformada terica do pilar PFN50-3 ...........................................................104

    Figura 5.19 - Deformada terica do pilar PFN60-3 ...........................................................104

    Figura 5.20 Disposio das sees localizadas no pilar .................................................105

    Figura 5.21 Valores das flechas experimentais e tericas no pilar PFN15-3 .................105

    Figura 5.22 Valores das flechas experimentais e tericas no pilar PFN30-3................. 106

    Figura 5.23 Valores das flechas experimentais e tericas no pilar PFN40-3................. 106

    Figura 5.24 Valores das flechas experimentais e tericas no pilar PFN50-3 .................107

    Figura 5.25 Valores das flechas experimentais e tericas no pilar PFN60-3 .................107

    Figura 5.26 Valores das rotaes tericas e experimentais nas extremidades do pilar ..110

    Figura 5.27 - Carga ltima relativa d x Excentricidade relativa e/h ................................112

    Figura 5.28 Deslocamentos horizontais medidos com defletmetros na regio central do

    pilar (DANTAS, 2006 e ARAJO, 2004) ................................................................112

    Figura 5.29 Deslocamentos horizontais medidos com rgua na regio central do pilar

    (DANTAS, 2006 e ARAJO, 2004) .........................................................................113

    Figura C.1 Correo dos deslocamentos horizontais......................................................136

    Figura E.1 Medio do deslocamento vertical do modelo..............................................147

    Figura G.1 Deformada do eixo do pilar e rea do diagrama de momentos fletores

    reduzidos (divididos por EI) ou curvatura..........................................................................159

    Figura K.1 Homogeneizao da seo transversal dos pilares ensaiados.......................174

    xix

  • LISTA DE SMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAES

    Ac rea de concreto.

    Ace rea de concreto equivalente.

    Ac,hom rea de concreto homogeneizada.

    As rea da armadura de trao.

    As rea da armadura de compresso.

    As1 rea de armadura na face tracionada.

    As2 rea de armadura na face comprimida.

    a0 Abscissa da armadura na face comprimida.

    a1 Abscissa da armadura na face tracionada.

    b Largura da seo transversal do pilar.

    C Face comprimida do pilar

    d Altura til da pea.

    d Altura da seo transversal menos a altura til.

    D Defletmetro.

    DS5 Medida terica da flecha na seo S5.

    DS7 Medida terica da flecha na seo S7 (meio do pilar).

    e Excentricidade de aplicao da fora.

    e/h Relao entre a excentricidade de aplicao da fora e a altura da pea.

    efinal Excentricidade final.

    einicial Excentricidade inicial.

    E Extensmetro no ao.

    EC Extensmetro no concreto comprimido.

    ET Extensmetro no concreto tracionado.

    Ec Mdulo de deformao longitudinal do concreto.

    Es Mdulo de deformao longitudinal do ao.

    F Fora normal.

    fc Resistncia compresso do concreto.

    Fr Tenso de ruptura do ao.

    ftc Resistncia trao do concreto.

    Fexp Fora normal experimental.

    Ffis,exp Carga de fissurao experimental.

    xx

  • Ffis,teo Carga de fissurao estimada.

    Fteo Fora normal estimada.

    Fu Fora ltima experimental.

    F() Funo resistente solicitao normal relativa de clculo d. F() Funo de resistncia do concreto ao momento fletor relativo de clculo d . fy Resistncia de escoamento da armadura de trao.

    G0 Posio da armadura na face comprimida.

    G1 Posio da armadura na face tracionada.

    h Altura da seo transversal do pilar.

    I Momento de inrcia.

    Ix,hom Momento de inrcia da seo homogeneizada.

    i Raio de girao.

    k M / EI

    kz Relao adimensional do brao de alavanca.

    L Comprimento.

    le Comprimento de flambagem do pilar.

    MCC Mdia das deformaes no concreto comprimido.

    MCT Mdia das deformaes no concreto tracionado.

    MI Mdia mpar das deformaes no ao.

    MP Mdia mpar das deformaes no ao.

    Mexp Momento fletor experimental.

    Mteo Momento fletor terico.

    N Esforo normal.

    Nd Esforo normal de clculo.

    n Relao entre o mdulo de elasticidade do ao e do concreto.

    Pu,exp Fora ltima experimental.

    Pu,CACODI Fora ltima estimada.

    T Face tracionada do pilar.

    xp Abscissa de um ponto P na seo transversal.

    z Brao de alavanca.

    0 Relao adimensional da abscissa da armadura na face comprimida. 1 Relao adimensional da abscissa da armadura na face tracionada. Coeficiente usado na definio do diagrama tenso x deformao.

    xxi

  • 1 Coeficiente usado na norma modelo CEB FIB para levar em

    conta o esforo normal de compresso.

    s Encurtamento na extremidade superior do pilar.

    i Encurtamento na extremidade inferior do pilar.

    p Encurtamento total do pilar.

    D5 Deslocamento horizontal na seo central medido pelo defletmetro D5. rg Deslocamento horizontal na seo central medido pela rgua. Relao | c / 0 |. ndice de esbeltez. 0 Deformao especfica correspondente tenso mxima do diagrama tenso x deformao do concreto.

    2 Deformao especfica principal de compresso. 1 Deformao especfica principal de trao. u Deformao especfica ltima do concreto compresso. s1 Deformao mdia medida na armadura menos comprimida. s2 Deformao mdia na armadura mais comprimida. y Deformao especfica de escoamento do ao. Ao,Exp1 Mdia da deformao experimental do ao.na face comprimida. Ao,Exp2 Mdia da deformao experimental do ao.na face tracionada. Conc,Exp Mdia da deformao experimental do concreto na face comprimida. Conc,CACODI Deformao terica do concreto na face comprimida. d Momento fletor solicitante relativo de clculo. d Esforo normal relativo de clculo. s Rotao, em radianos, no extremo superior do pilar. i Rotao, em radianos, no extremo inferior do pilar. A Rotao, em radianos, do apoio em A. C1A ngulo entre as tangentes no ponto C1 e no ponto A. Taxa geomtrica de armadura longitudinal. w Taxa de armadura transversal. cd Tenso de compresso do concreto. s0 Tenso normal na armadura comprimida. s1 Tenso normal na armadura tracionada.

    xxii

  • s2 Tenso normal na armadura comprimida. 2 Tenso normal principal de compresso. xcg Distncia do centride da rea hachurada em relao vertical em C1.

    CCI Cabo de comunicao interna.

    EBOTF Deformao terica na armadura tracionada.

    EER Extensmetros eltricos de resistncia.

    ETOPF Deformao terica no concreto.

    HBM Hottinger Baldwin Messtechnk.

    PCA Pilar de concreto armado.

    PCS Pilar de concreto simples.

    PFN Pilar Flexo Normal.

    PSA Pilar sem armadura.

    PHI Curvatura terica.

    ROT-INF Rotao na extremidade inferior do pilar.

    ROT-SUP Rotao na extremidade superior do pilar.

    BR-PE01 Pilar 1 de baixa resistncia e pequena excentricidade.

    BR-PE02 Pilar 2 de baixa resistncia e pequena excentricidade.

    MR-PE01 Pilar 1 de mdia resistncia e pequena excentricidade.

    MR-PE02 Pilar 2 de mdia resistncia e pequena excentricidade.

    AR-PE01 Pilar 1 de alta resistncia e pequena excentricidade.

    AR-PE02 Pilar 2 de alta resistncia e pequena excentricidade.

    AR-PE03 Pilar 3 de alta resistncia e pequena excentricidade.

    AR-PE04 Pilar 4 de alta resistncia e pequena excentricidade.

    xxiii

  • 1 INTRODUO 1.1 CONSIDERAES INICIAIS

    Os pilares so elementos estruturais lineares, em geral dispostos verticalmente, que

    suportam cargas axiais centradas ou excntricas. No caso de pilares de concreto armado,

    encontram-se na literatura tcnica diversas solues para o dimensionamento das

    armaduras necessrias para suportar determinada solicitao. Entretanto, ainda so

    necessrios estudos experimentais para melhorar a compreenso do comportamento de

    pilares de concreto armado com diferentes ndices de esbeltez e diferentes taxas de

    armadura longitudinal submetidos a carregamento axial com diferentes valores de

    excentricidade.

    A Universidade de Braslia (UnB), em parceria com a Universidade Federal de Gois

    (UFG), iniciou em 2004 um programa de ensaios objetivando colher dados sobre o

    comportamento de pilares de concreto armado sob flexo composta que pudessem servir

    para a aferio do mtodo de dimensionamento proposto pelo Professor da UnB Eldon

    Londe Mello (MELLO, 2003). Uma tese de doutorado (ADORNO, 2004) e uma

    dissertao de mestrado (ARAJO, 2004) j foram concludas sobre o assunto, tendo os

    ensaios sido realizados na UFG. Ensaios sobre pilares de concreto armado j tinham sido

    realizados na UnB, mas envolviam o reforo de pilares curtos (VANDERLEI, 1996) e

    (SOUZA, 2001).

    O presente estudo d continuidade a esta linha de pesquisa, que tem a preocupao de

    estudar experimentalmente pilares cujas dimenses representem adequadamente aquelas

    encontradas nas construes de concreto armado usuais. Os ensaios foram realizados no

    Laboratrio de Estruturas do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Faculdade de

    Tecnologia, Universidade de Braslia, tendo sido executado um prtico metlico fixado na

    placa de reao do laboratrio para a realizao dos ensaios. O projeto de autoria do

    professor Jos Humberto Matias de Paula, da UnB.

    1.2 OBJETIVO

    Como parte da linha de pesquisa mais geral do Programa de Ps-Graduao em Estruturas

    e Construo Civil (PECC) da UnB, esta pesquisa tem como objetivo o estudo

    experimental de pilares esbeltos de concreto armado submetidos a carregamento axial com

    1

  • diferentes excentricidades e a comparao dos resultados experimentais com resultados

    tericos, visando contribuir para uma melhor compreenso do comportamento de pilares de

    concreto armado submetidos flexo composta reta. Este trabalho difere dos estudos

    anteriores em dois aspectos principais: o ndice de esbeltez maior e feita uma anlise

    terico-numrica do efeito de segunda ordem buscando avaliar o desempenho de um

    programa denominado CACODI.

    O mtodo de Mello no ser utilizado neste trabalho, cujos dados serviro tambm como

    base para outras pesquisas sobre o comportamento de pilares de concreto armado

    submetidos flexo composta reta ou oblqua a serem desenvolvidas na UnB.

    1.3 METODOLOGIA

    Foram ensaiados 6 pilares de concreto armado com a mesma geometria (comprimento total

    de 3.000 mm com consolos simtricos nas extremidades e regio central com 2.020 mm de

    comprimento e seo transversal com 250 mm de base e 120 mm de altura) e a mesma taxa

    de armadura longitudinal na regio central (1,57%).

    O concreto foi especificado para ter resistncia compresso de 40 MPa aos 28 dias de

    idade, e o ao foi especificado como CA 50.

    Um pilar teve carga centrada, e nos demais a excentricidade variou de 15 mm a 60 mm. Os

    pilares foram carregados gradualmente at a ruptura, medindo-se em cada etapa a carga, as

    deformaes no concreto e na armadura e a deformao do pilar (deslocamentos axiais e

    transversais, bem como as rotaes das extremidades). Foram traados grficos dos valores

    de carga versus valores medidos para tentar caracterizar a influncia da excentricidade da

    carga sobre o comportamento dos pilares.

    Os resultados experimentais foram comparados com resultados numricos obtidos com um

    programa de anlise de sees de concreto armado sob flexo composta proposto por

    NAGATO (1987), denominado CACODI (baseado na Teoria do Campo de Compresso

    Diagonal). O programa foi desenvolvido para o estudo de elementos estruturais de seo

    circular submetidos ao combinada de fora normal, fora cortante e momento fletor,

    mas aplica-se anlise de sees de forma qualquer com carregamento em um plano de

    simetria. O programa leva em conta a no-linearidade fsica (diagrama tenso versus

    2

  • deformao dos materiais) e fornece a curvatura da seo e as deformaes no concreto e

    no ao para uma dada combinao de esforos solicitantes.

    No presente estudo a fora cortante no ocorre, e o momento fletor decorrente da

    excentricidade da carga aplicada nas extremidades do pilar e do efeito de segunda ordem

    (no-linearidade geomtrica resultante do deslocamento transversal do eixo do pilar). Os

    deslocamentos transversais so calculados num processo iterativo em que as curvaturas

    calculadas com o programa CACODI em diversas sees do pilar so processadas em

    planilha Excel para clculo dos deslocamentos transversais dos pilares usando o conhecido

    mtodo da rea do diagrama de momentos fletores reduzidos (M/EI = curvatura) da

    Resistncia dos Materiais.

    1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

    O presente trabalho foi desenvolvido em seis captulos que esto descritos, sumariamente,

    a seguir.

    O captulo um apresenta em linhas gerais o contedo dessa dissertao. Mostra, tambm,

    os objetivos, a metodologia e a estrutura do trabalho.

    O captulo dois descreve a reviso bibliogrfica onde so mostrados estudos anteriores

    acerca de pilares de concreto armado, bem como as prescries da NBR6118: 2003.

    No captulo trs tem-se o detalhamento do programa experimental dos seis pilares de

    concreto armado. So mostrados detalhes das caractersticas dos modelos; montagem e

    instrumentao e o sistema de aplicao das cargas.

    No captulo quatro so apresentados os resultados dos ensaios dos pilares submetidos

    flexo-compresso reta. So apresentadas as caractersticas mecnicas dos materiais (ao e

    concreto); as fissuras e os modos de ruptura; as deformaes nas armaduras longitudinais e

    no concreto; os deslocamentos horizontais (no modelo e nos apoios inferior e superior) e os

    deslocamentos verticais (no modelo e na base do prtico).

    No captulo cinco realizada a anlise dos resultados experimentais e sua comparao com

    resultados tericos. Por meio do CACODI em conjunto com a planilha Excel feita a

    anlise dos deslocamentos horizontais, das rotaes nas extremidades, das deformaes na

    armadura longitudinal e no concreto para uma carga qualquer, bem como determinada a

    3

  • carga ltima de cada pilar. As cargas de fissurao de ensaio foram determinadas com as

    estimadas segundo a NBR6118: 2003.

    O captulo seis apresenta as concluses desta pesquisa e as sugestes para trabalhos

    futuros.

    Na seqncia tm-se as referncias bibliogrficas e os apndices.

    4

  • 2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 ALGUNS ESTUDOS ANTERIORES

    2.1.1 HOGNESTAD (1951)

    Com o objetivo de avaliar o comportamento de pilares de concreto armado HOGNESTAD

    (1951) ensaiou 120 pilares divididos em quatro grupos de 30 pilares cada, com resistncia

    compresso do concreto variando de 14 MPa a 35 MPa, submetidos a carga excntrica de

    curta durao com excentricidade de zero at 1,25 vezes a dimenso lateral do pilar.

    A Figura 2.1 apresenta as caractersticas geomtricas das peas ensaiadas por

    HOGNESTAD (1951).

    2541905 1270

    546

    127191

    191127

    254

    220 215

    Grupo I Grupo II Grupo III

    220

    254

    4 16 mm, 2 9,5 mm

    8 16 mm 8 22 mm

    Grupo IV

    127

    355

    355

    127

    1270

    305546

    2235 305

    8 22 mm

    (medidas em mm)

    Figura 2.1 - Caractersticas geomtricas das peas ensaiadas por HOGNESTAD (1951)

    A Tabela 2.1 apresenta as caractersticas das armaduras longitudinais e transversais

    utilizadas nas peas estudadas por HOGNESTAD (1951).

    5

  • Tabela 2.1 - Caractersticas das armaduras das peas de HOGNESTAD (1951)

    As As fy fy Es Armadura Grupo (mm2) (mm2) (MPa) (MPa) (GPa) transversal

    800 142 I (4 16 mm) (2 9,5 mm) 301 414 193

    6,3 a cada 203 mm

    800 800 II (4 16 mm) (4 16 mm) 301 301 193

    6,3 a cada 203 mm

    1548 1548 III (4 22 mm) (4 22 mm) 301 301 200

    6,3 a cada 203 mm

    1548 1548 espirais a cada IV (4 22 mm) (4 22 mm) 301 301 200 38 mm

    A Figura 2.2 apresenta o esquema de ensaio com o uso de aparelhos de aplicao de carga

    articulados (knife edges), utilizado por HOGNESTAD.

    Macaco hidrulico temporrio

    Placa de Ao305mm x 330mm x 89 mm

    Placa de 6,4 mm

    Pont

    e de

    def

    lect

    met

    ros

    utilizada durante os ensaios Base do mecanismo de ensaio

    Couro com espessura de 6,4 mm

    e

    254 mm

    63,5 mm

    Cabeas mveis

    Nivelamento durante os ensaios

    1270

    mm

    1600

    mm

    254 mm

    Ligao esfrica

    Suspenso das cabeas

    Reforo auxiliar

    Figura 2.2 Esquema de ensaio utilizado por HOGNESTAD (1951)

    HOGNESTAD (1951) verificou que a ruptura das peas ocorreu segundo dois modos

    distintos, dependentes da excentricidade da carga: 1) Por compresso, com esmagamento

    do concreto da face comprimida e tenses na armadura tracionada menores que a tenso de

    6

  • escoamento, nas peas carregadas com pequena excentricidade; 2) Por trao, com grandes

    deformaes e movimentos da posio da linha neutra antes da ruptura do concreto e

    escoamento das armaduras tracionadas, nas peas carregadas com grande excentricidade.

    A ruptura dos pilares ocorreu acima da metade de sua altura. Esse comportamento foi

    explicado pela variao da resistncia do concreto da extremidade superior das peas at a

    inferior, resultado de diferentes graus de compactao durante a moldagem. Essa

    diferenciao na compactao foi constatada pelas leituras das deformaes e deflexes.

    Os pilares de seo transversal quadrada submetidos a compresso centrada, quando

    carregados sob aparelhos de aplicao de carga articulados, romperam com cargas de 10 a

    15% inferiores s dos carregados sob aparelhos de aplicao de carga rgidos (flat

    edges). Isto se deveu provavelmente pelo fato de os apoios rgidos restringirem a

    deformao provocada por alguma excentricidade acidental, o que no ocorre com os

    apoios articulados.

    Nas peas carregadas com pequena excentricidade a ruptura deu-se pelo esmagamento do

    concreto e deformaes ltimas com cerca de 3,8 mm/m. A armadura longitudinal de

    compresso, aps o esmagamento do concreto, flambou, resultando na reduo sbita da

    capacidade de carga das peas. Alguns modelos apresentaram escoamento da armadura

    longitudinal.

    Nas peas ensaiadas com pequena excentricidade as cargas ltimas foram influenciadas

    pela resistncia compresso do concreto, o que no se deu nas peas com grande

    excentricidade em virtude da preponderncia da ruptura por trao.

    A alterao da quantidade de armadura de compresso (As) de 142 mm2 para 800 mm2

    nas rupturas por compresso foi significativa, para qualquer resistncia do concreto. Nas

    peas com ruptura trao, o aumento da armadura de trao (As) de 800 mm2 para 1548

    mm2 propiciou um ganho de at duas vezes nas cargas ltimas.

    2.1.2 NAGATO (1987)

    Em sua tese de doutorado, NAGATO (1987) estudou a resistncia ao esforo cortante de

    peas de concreto armado de seo transversal circular submetidas a flexo-compresso.

    Alm de ensaiar 16 modelos, elaborou um programa para anlise de sees de concreto

    armado solicitadas simultaneamente por esforo cortante, esforo normal e momento

    7

  • fletor, dividindo a seo transversal em fatias de concreto e camadas de armadura. O

    concreto armado fissurado foi analisado com base na teoria do campo de compresso

    diagonal (VECCHIO e COLLINS, 1986), o que deu origem ao nome do programa:

    CACODI. A anlise simplificada quando se ignora o efeito do esforo cortante.

    Apesar de a pesquisa ter se concentrado em peas de seo transversal circular, o programa

    CACODI se aplica anlise de sees de forma qualquer. O diagrama tenso versus

    deformao do concreto adotado no programa o proposto por CARRERA E CHU (1985),

    e representado pela expresso (2.1):

    += 112cdf (2.1)

    A lei tenso-deformao foi alterada para relacionar a tenso principal de compresso

    mdia com a deformao principal de compresso mdia, reduzindo-se a resistncia fcd por

    meio do coeficiente 1 .

    1

    1

    01

    1

    =

    cd

    c

    fE

    (2.2)

    0

    2

    = (2.3)

    127,058,027,085,022

    11 ==

    m (2.4)

    A lei exposta acima tem validade no intervalo 02 u , para concreto tipo 1 (CT=1),

    ou para 020 para concreto tipo 2 (CT=2) para o qual 1

    2 cdf= para

    02 u .

    O programa CACODI ser usado para analisar os pilares da presente pesquisa, uma vez

    que fornece para uma dada combinao de esforo normal e momento fletor a curvatura da

    seo e as deformaes no concreto e nas armaduras. Com a curvatura calculada em

    8

  • diversas sees ao longo do comprimento do pilar, possvel calcular o deslocamento

    transversal do pilar nas respectivas sees com auxlio de uma planilha Excel ou de uma

    programao especfica.

    2.1.3 LIMA (1997)

    Em sua tese de doutorado LIMA (1997) fez um estudo terico-experimental de pilares de

    concreto simples e armado com carga centrada e excntrica. Foi utilizado concreto de alto

    desempenho (CAD), tendo a resistncia fixada em 80MPa. O trabalho foi desenvolvido no

    Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de So Carlos USP.

    Verificou-se a distribuio de tenses na seo transversal dos elementos estruturais

    levando-se em considerao carga centrada e excntrica.

    A presente reviso bibliogrfica trata, em especfico, do estudo dos pilares submetidos a

    carregamento excntrico ensaiados por LIMA (1997). Foram utilizadas sees transversais

    de 300 mm x 150 mm e 300 mm x 120 mm, e pilares com comprimento total de 1740 mm

    e 2470 mm. A posio de aplicao do carregamento, em todos os modelos ensaiados,

    caracterizava um problema de pequena excentricidade. Foram ensaiadas cinco sries com

    dois pilares cada para anlise do comportamento de pilares de concreto de alto

    desempenho solicitados flexo composta normal. A Tabela 2.2 mostra as caractersticas e

    identificao das peas com carga excntrica ensaiadas por LIMA (1997).

    Um prtico espacial metlico no Laboratrio de Estruturas do Departamento de

    Engenharia de Estruturas da EESC USP foi utilizado como estrutura de reao. O prtico

    era composto de quatro colunas fixadas na placa de reao e uma grelha horizontal

    superior fixada nas colunas por meio de parafusos.

    Foi utilizado um atuador hidrulico com capacidade nominal de 5000 kN para aplicao da

    carga, acionado por bomba hidrulica de ao manual ou eltrica, de mesma capacidade. O

    atuador foi colocado na parte inferior do modelo, sobre a laje de reao, devido sua

    grande massa. Uma clula de carga com capacidade nominal de 5000 kN foi utilizada para

    monitorar a fora aplicada, fixada nas vigas centrais da grelha por meio de uma placa de

    ao parafusada nas mesmas. Entre a clula de carga e a face superior do pilar foi colocado

    um aparelho de apoio industrial baseado em deformao de elastmero confinado e uma

    placa de ao para distribuio da carga.

    9

  • Tabela 2.2 Caractersticas e identificao das peas ensaiadas por LIMA (1997)

    B h l As fy w e Pilar (mm) (mm) (cm) (mm2) (%) (MPa) (%) (mm)

    982 2,52

    P5/1 300 150 174 (812,5mm) 2,26 543,3 (6,3 c/

    50 mm) 15 982 2,52

    P5/2 300 150 174 (8 12,5mm) 2,26 543,3 (6,3 c/

    50 mm) 15 1608 2,52

    P6/1 300 150 174 (8 16mm) 3,45 710,5 (6,3 c/

    50 mm) 15 1608 2,52

    P6/2 300 150 174 (8 16mm) 3,45 710,5 (6,3 c/

    50 mm) 15 628 1,68

    P7/1 300 150 174 (8 10mm) 1,26 681,2 (6,3 c/

    75 mm) 15 628 1,68

    P7/2 300 150 174 (8 10mm) 1,26 681,2 (6,3 c/

    75 mm) 15 628 1,68

    P8/1 300 150 174 (8 10mm) 1,26 681,7 (6,3 c/

    75 mm) 25 628 1,68

    P8/2 300 150 174 (8 10mm) 1,26 681,2 (6,3 c/

    75 mm) 25 628 2,73

    P9/1 300 120 247 (8 10mm) 1,67 676,4 (6,3 c/

    60 mm) 30 628 1,32

    P9/2 300 120 247 (8 10mm) 1,67 676,4 (6,3 c/

    120 mm) 30

    A excentricidade, durante a montagem do ensaio, era obtida pelo deslocamento do eixo do

    pilar com relao linha que passava pelo eixo do atuador hidrulico e da clula de carga,

    sendo que a resultante das foras aplicadas nas chapas atuava de forma excntrica nas duas

    extremidades do pilar. A regio entre as chapas de ao e a face do pilar foi preenchida por

    argamassa base de epxi, que regularizava e colava as chapas no pilar.

    10

  • A Figura 2.3 apresenta detalhes da armadura e do esquema de ensaio.

    Aparelho de

    apoio

    Chapa de ao

    colada com

    argamassa

    Figura 2.3 Detalhes da armadura e do esquema de ensaio usados por LIM

    11base de epxiA

    (1997)

  • Com os valores de deformaes registrados em uma dada seo e as caractersticas

    mecnicas do ao e do concreto determinou-se a fora e o momento resistentes, para os

    pilares submetidos compresso excntrica, e comparou-se com os valores experimentais.

    Admitiu-se, por hiptese, que as sees planas permaneciam planas depois de deformadas.

    Assim, conhecidos os valores das deformaes nas faces 1, mais comprimida, e 2, menos

    comprimida ou tracionada, determinou-se a variao da deformao ao longo da altura h da

    seo transversal do pilar.

    Com os valores mdios das deformaes do concreto medidas nas faces dos pilares

    determinou-se a variao das deformaes pela expresso (2.5). A expresso (2.6) foi

    determinada considerando-se apenas as medies feitas nas armaduras, admitindo-se que

    estas eram mais confiveis que as medies no concreto.

    221

    c x *hcc

    (x) +

    = (2.5)

    d-d

    ds-ds x *

    d-dss

    (x) 2221 +

    = (2.6)

    onde,

    x distncia de um ponto genrico da seo transversal face mais comprimida.

    c2 deformao mdia medida no concreto na face mais comprimida.

    c1 deformao mdia medida no concreto na face menos comprimida ou tracionada.

    h altura da seo transversal do pilar.

    s2 deformao mdia medida na armadura mais comprimida.

    s1 deformao mdia medida na armadura menos comprimida ou tracionada.

    d altura da seo transversal menos a altura til.

    Tendo a variao das deformaes ao longo da seo transversal e assumindo uma relao

    tenso-deformao para o concreto definida pela equao (2.7), estabeleceu-se a variao

    12

  • da tenso normal ao longo da altura da seo em estudo do pilar, obtendo-se, por operao

    matemtica de integrao, o esforo normal resistente (equao 2.8) e o momento fletor

    resistente (equao 2.9) calculados a partir das deformaes medidas.

    ccE2

    c2c

    cc2Ecf 33c3

    c

    ccEcf 2c

    0

    0

    0

    0 +

    ++

    = (2.7)

    2211 ssssch0u A Adx (x) bN ++= (2.8)

    ( ) + = d - 2h A Adx x- 2h (x) bM 2211 ssssh0 cu (2.9)

    Das relaes obtidas entre os momentos fletores experimentais aplicados e os calculados a

    partir das deformaes medidas na seo central do pilar, todos os valores resultaram

    acima da unidade. LIMA (1997) constatou que as excentricidades geomtricas medidas

    antes do incio dos ensaios, que caracterizavam os momentos fletores experimentais

    aplicados nas sees transversais meia altura dos pilares, no ocorreram na sua

    integridade no ltimo estgio de carregamento com medio de deformaes.

    A situao de apoio rotulado fixo no extremo inferior considerada no modelo terico no

    ocorreu ao longo dos ensaios realizados, em virtude de ter ocorrido engaste parcial do

    pilar, na face inferior junto ao atuador hidrulico. Tanto na face inferior como na face

    superior do pilar prximo clula de carga o atrito das chapas comprimidas para aplicao

    das aes excntricas introduziu esforos horizontais.

    LIMA (1997) na srie 9 utilizou modelos de 2470 mm de altura e de seo transversal 120

    mm x 300 mm, tendo ndice de esbeltez igual a 71. Teve por objetivo, nessa srie,

    identificar algum efeito de segunda ordem. Os efeitos de segunda ordem no provocaram

    trao em uma das faces e a ruptura foi explosiva em ambos os modelos.

    2.1.4 VALLADARES (1997)

    VALLADARES (1997) em sua dissertao objetivou uma melhor compreenso do

    comportamento do concreto de alta resistncia na flexo normal composta. Com isso

    realizou um estudo experimental composto por oito pilares curtos de mesmas dimenses e

    seo transversal quadrada de lado 150 mm, dotados de blocos rgidos em seus extremos.

    A seo transversal na interseo com os blocos tinha dimenses de 150 mm x 250 mm.

    13

  • A nica varivel na anlise de VALLADARES (1997) foi a resistncia compresso do

    concreto, variando entre 30 MPa e 82 MPa. As peas foram submetidas a carregamentos

    axiais com excentricidade moderada (relao e/h = 1/3), predeterminando rupturas por

    esmagamento do concreto comprimido, com presena de fissurao.

    Os pilares de VALLADARES (1997) possuam quatro armaduras longitudinais de 10 mm

    de dimetro, com uma taxa da armadura de 1,4%. Estribos de 5 mm de dimetro espaados

    de 120 mm constituam a armadura transversal. A Tabela 2.3 apresenta as caractersticas

    dos pilares ensaiados por VALLADARES (1997).

    Tabela 2.3 Caractersticas dos pilares ensaiados por VALLADARES (1997)

    b h L fc28 ft28 Ec28 Arm. l Arm.

    Srie Exemplar mm mm mm (MPa) (MPa) (GPa)longit. (mm) %

    trans.(mm)

    I BR-PE01 26,4 2,5 24,7 BR-PE02 26,4 2,5 24,7 II MR-PE01 46,3 3,6 32,1 MR-PE02 150 150 1300 46,3 3,6 32,1 410,0 1,4 5,0

    III AR-PE01 77,6 4,4 42,1 c/120 AR-PE02 77,6 4,4 42,1

    IV AR-PE03 65,5 4,4 30,5 AR-PE04 65,5 4,4 30,5 L a altura total de cada pilar ensaiado.

    Foi adotado o modelo estrutural constitudo de pilar bi-articulado com excentricidades

    idnticas em suas extremidades, com reduzidas taxas de armaduras longitudinais e

    transversais, dentro das prescries mnimas da NBR 6118 / 78 (ABNT, 1978).

    A Figura 2.4 apresenta as caractersticas das peas ensaiadas por VALLADARES (1997).

    Foram registrados os deslocamentos transversais e as deformaes longitudinais

    localizadas na seo central dos modelos ensaiados. Os exemplares no foram solicitados

    at a ruptura. Com a intensificao da solicitao, o carregamento era retirado, formando

    ciclos caracterizados por deformaes mximas e deformaes residuais associadas. O

    propsito do procedimento de descargas peridicas sob nveis crescentes de carregamento

    era a anlise da evoluo de deformaes e deslocamentos residuais ou permanentes.

    14

  • 152,

    5

    22,5

    20

    1560

    15

    15 112

    2

    2 11 2

    4 10.0mm

    5,0 c/12

    VISTAS

    SEO I-I

    SUPERIOR / INFERIOR

    I I

    1010101060

    356013

    0 6010

    1510

    55

    35

    1015

    10VISTA FRONTAL VISTA LATERAL

    II

    6013

    035

    35

    1015

    1060

    1015

    10

    101020

    22,5

    Figura 2.4 Caractersticas das peas ensaiadas por VALLADARES (1997)

    A anlise dos resultados compreendeu a evoluo de deformaes no concreto e nas

    armaes; os deslocamentos laterais na seo crtica; as rotaes nas extremidades; a

    evoluo do mecanismo de fissurao; a evoluo de deformaes e deslocamentos

    residuais ou permanentes e as cargas mximas ou de ruptura.

    Os resultados experimentais ratificaram o comportamento frgil de pilares em concreto de

    alta resistncia em relao a pilares idnticos de concreto de resistncia normal, em virtude

    da queda de ductilidade estrutural relacionada ao aumento da resistncia compresso do

    concreto. Observou-se uma maior resistncia trao pois a fissurao iniciou-se em

    estgios de carga maiores e no estgio ps-fissurado houve melhor aderncia s armaduras.

    Os modelos apresentaram modos de ruptura diferenciados. Os pilares em concreto de alta

    resistncia apresentaram rupturas bruscas acompanhadas por grandes descamaes do

    cobrimento de concreto na forma de placas em estado inteirio, com o surgimento de

    15

  • flambagem das barras longitudinais nas regies expostas. Os exemplares de baixa

    resistncia apresentaram rupturas tipicamente dcteis e menos concentradas.

    2.1.5 VANDERLEI (1999)

    VANDERLEI (1999) estudou o comportamento de seis pilares de concreto de alta

    resistncia sujeitos flexo-compresso reta. Tomou por base os ensaios de LIMA (1997)

    em pilares sob compresso excntrica, mudando as condies de vinculao e configurao

    geomtrica, mantendo a seo transversal, a resistncia caracterstica compresso do

    concreto e as taxas de armadura transversal e longitudinal.

    A Tabela 2.4 apresenta as caractersticas dos modelos ensaiados por VANDERLEI (1999).

    Tabela 2.4 Caractersticas dos modelos ensaiados por VANDERLEI (1999)

    Pilar b h L fc (nominal) L Arm. t Estribo

    mm mm mm MPa % longit. (mm) % (mm)

    Piloto 300 150 1740 80 2,26 812,5 1,58 6,3c/50 P1/1 300 150 1740 80 2,26 812,5 1,58 6,3c/50 P1/2 300 150 1740 80 2,26 812,5 0,79 6,3c/100P1/3 300 150 1740 80 2,26 812,5 0,53 6,3c/150P2/1 300 150 1740 80 1,26 810 0,79 6,3c/100P2/2 300 150 1740 80 1,26 810 1,58 6,3c/50 P3/1 300 150 1740 80 3,45 816 0,79 6,3c/100

    O sistema de ensaio utilizado, com duas foras independentes, uma centrada e a outra com

    excentricidade bem definida em relao ao eixo longitudinal do pilar, est mostrado na

    Figura 2.5. A excentricidade da segunda fora foi de 380 mm, com momento atuando

    paralelamente ao menor lado.

    Dois consolos, um no topo e outro na base do pilar, foram criados para a atuao das

    foras, idia indicada em IBRAHIM & MAC GREGOR (1996) e AZIZINAMINI &

    KEBRAEI (1996).

    Foram adotados na base e no topo do pilar aparelhos de apoio esfricos usados comumente

    para apoios de pontes, com capacidade de 4000 kN, com o propsito de tornar a base e o

    16

  • topo do modelo articulado. As foras foram aplicadas gradualmente, e em cada etapa a

    fora excntrica aplicada era 5% do valor da fora centrada.

    As deformaes ltimas de compresso do concreto na face mais comprimida do pilar,

    variaram entre 2,3 e 3,0 mm/m, tendo mdia de 2,59 mm/m, valores esses que ratificaram a

    alterao sugerida para o diagrama de domnios de deformao, para concreto de alta

    resistncia.

    Cordoalha12,5mm

    Clula de Carga5000KN

    Aparelho de Apoio4000KN

    CordoalhaAncoragem da

    300KNAtuador Hidrulico

    Clula de Carga300KN

    4000KNAparelho de Apoio

    Atuador Hidrulico5000KN

    Figura 2.5 Sistema de ensaio utilizado por VANDERLEI (1999)

    A variao das taxas de armaduras mostrou que a ductilidade da seo transversal funo

    das taxas de armadura transversal e longitudinal. Os pilares com maior taxa de armadura

    transversal apresentaram ruptura com boa ductilidade e esmagamento do concreto do lado

    mais comprimido. Os pilares com menor taxa de armadura transversal tiveram ruptura

    frgil da seo transversal central, com flambagem das barras das armaduras longitudinais.

    As relaes Fexp / Fteo deram prximas da unidade, na anlise dos esforos resistentes, tanto

    para a relao tenso x deformao proposta por LIMA (1997), quanto para a proposta por

    COLLINS et al. (1993).

    17

  • As relaes Mexp / Mteo ficaram acima da unidade. Constatao essa justificada pelo fato da

    excentricidade geomtrica, que era responsvel pelos momentos experimentais atuantes

    nas sees transversais de meia altura dos pilares, no ter ocorrido na sua integridade,

    podendo existir tambm excentricidades acidentais ou restries de montagem que

    geravam momentos contrrios ao aplicado pela fora excntrica. Tambm, o aparelho de

    apoio, funcionando pelo princpio da deformabilidade do neoprene confinado, pode ter

    ocasionado uma rigidez significativa e alterado o valor do momento supostamente

    aplicado.

    Os valores obtidos utilizando a relao tenso x deformao proposta por COLLINS

    resultaram mais prximos dos experimentais do que os obtidos com a relao proposta por

    LIMA, tanto para esforos normais quanto para momentos fletores. Porm, as duas

    propostas tiveram excelente preciso para os esforos calculados.

    2.1.6 MELLO (2003)

    MELLO (2003) apresenta um mtodo para o dimensionamento e verificao de uma seo

    retangular de concreto armado flexo normal composta no estado limite ltimo. A

    principal caracterstica do mtodo que ele proporciona a soluo analtica das equaes

    no lineares que governam as condies de equilbrio e de resistncia da seo transversal

    com a utilizao do diagrama retangular equivalente do concreto armado.

    No estado limite ltimo, a resistncia de uma pea de concreto armado com seo

    transversal retangular sob flexo normal composta pode ser determinada a partir da Figura

    2.6. Figura 2.6-a mostra a seo transversal com armadura distribuda simetricamente, e a

    Figura 2.6-b mostra as foras resultantes no concreto para o diagrama retangular

    equivalente e as foras resultantes na armadura.

    18

  • a1

    h

    b Nd

    Md

    G1G0

    a0 z a0

    u

    a) Arranjo das armaduras

    z

    RMRM

    RNRN

    h 0

    h/2

    Nd Md

    q

    (h-u)/2 u/2

    Rc = q.u

    G0 G1

    b) Foras nas armaduras

    Figura 2.6 - Esquema de foras nas armaduras

    Na seo transv rsal com armadura simtrica mostrada na Figura 2.6-a os pontos G0 e G1

    so localizados

    z, onde:

    a1 + a0 = h

    Tem-se os parm

    0 0= ah

    As expresses (2

    1 + 0 = 1 epelas

    etros re

    .10) po

    cissas a1 e a0 e so separados um do

    a1 a0 = z

    lativos dados por:

    1 1= ah kz

    dem ento ser escritas na forma adime

    1 - 0 = kz

    19ou pelo brao de alavanca abs=

    nstro (2.10)

    zh

    (2.11)

    ional:

    (2.12)

  • Apenas um dos parmetros relativos independente. Logo, define-se o arranjo das

    armaduras com qualquer um deles.

    Na Figura 2.6-b a seo transversal representada por uma viga rgida apoiada em G0 e G1,

    com extremidades em balano. A contribuio das armaduras na resistncia s solicitaes

    de clculo Nd e Md representada pelas foras RN e RM, respectivamente, e a contribuio

    do concreto representada pelo diagrama retangular de tenses com resultante Rc.

    Mello analisa a seo assumindo que Md equivalente a Nd aplicado com uma

    excentricidade (e). A soluo analtica desenvolvida em funo de parmetros relativos

    como os j apresentados, alm de outros como:

    d dNqh

    = : esforo normal relativo de clculo (2.13)

    = uh

    : abscissa relativa do bloco comprimido de concreto (2.14)

    F() = : funo de resistncia ao esforo normal relativo de clculo d (2.15) d d

    Mqh

    = 8 2 : momento fletor solicitante relativo de clculo (2.16)

    F() = 4(1-): funo de resistncia ao momento fletor relativo de clculo d (2.17)

    Alm da soluo analtica para o caso geral, MELLO apresenta solues para diversos

    casos particulares e tabelas para o dimensionamento e a verificao de sees retangulares

    de concreto armado baseadas em seu mtodo.

    2.1.7 ADORNO (2004)

    ADORNO (2004), em sua tese de doutorado, desenvolveu um estudo experimental de

    ensaios de pilares de seo retangular de concreto sob flexo-compresso reta,

    dimensionados segundo a soluo e/h constante, utilizando como base terica o mtodo

    desenvolvido por MELLO (2003).

    O programa experimental foi dividido em duas sries de ensaios. A primeira, Srie PSA,

    com o objetivo de estudar a parcela de contribuio do concreto na capacidade resistente

    flexo composta normal, compreendeu ensaios runa de pilares em concreto simples, sem

    20

  • armaduras longitudinal e transversal. Os pilares desta srie apresentavam armao apenas

    em suas extremidades, no intuito de evitar ruptura localizada destas regies. A Srie PCA4

    envolveu o estudo de sees em concreto armado, com armadura longitudinal composta de

    quatro barras retas nervuradas de 10 mm de dimetro. Ao total foram ensaiados doze

    pilares, quatro na Srie PSA e oito na Srie PCA4.

    O comportamento das peas foi analisado por meio de medies de deformaes nas barras

    da armadura e no concreto, de deslocamentos verticais e horizontais, de desenvolvimento

    de fissuras e de resistncia ltima.

    Adotou-se, como modelo estrutural, pilar bi-articulado com excentricidades idnticas em

    suas extremidades. A distribuio de tenses e deformaes na seo foi analisada em

    pilares submetidos a diferentes valores de excentricidade, de 15 mm a 30 mm.

    Foi adotada a seo transversal retangular de 250 mm de base por 120 mm de altura, e pilar

    com altura total de 2000 mm para os modelos ensaiados, em virtude da intensidade das

    foras atuantes, restries da estrutura de reao e da preocupao com a utilizao de

    pilares com dimenses que representassem os usados nos edifcios de concreto armado.

    Os modelos possuam dois consolos, um na base e outro no topo, para permitir a aplicao

    e transmisso da fora excntrica para o pilar, provocando momento fletor ao longo do

    pilar. A Figura 2.7 apresenta as caractersticas geomtricas dos modelos ensaiados.

    500

    250

    CORTE B-B

    250

    120

    CORTE A-A

    500

    2000

    120100 280

    200

    100

    1400

    200

    100

    A A

    B B

    Figura 2.7 Caractersticas das peas ensaiadas por ADORNO (2004)

    21

  • A Tabela 2.5 apresenta as caractersticas construtivas e de ensaio das peas ensaiadas por

    ADORNO (2004).

    As Figuras 2.8 e 2.9 apresentam os detalhes da armadura dos modelos ensaiados.

    Os modelos da Srie PCA4 tinham a armadura longitudinal constituda de quatro barras

    retas nervuradas de dimetro nominal igual a 10 mm (As = 314 mm2, = 1,05%) em todo comprimento da pea. A armadura transversal foi composta por estribos de cinco

    milmetros, espaamento de 100 mm na regio central, e 50 mm prximo das extremidades

    das peas.

    Tabela 2.5 Caractersticas e identificao das peas ensaiadas por ADORNO (2004)

    excentricidade As Armadura Srie Denominao

    (mm) (mm2) Transversal

    PSA-15a 15 0 -

    PSA-15b 15 0 -

    PSA-20 20 0 - PSA

    PSA-30 30 0 -

    PCA4-0 0 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm PCA4-15(2) 15 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm PCA4-15a 15 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm PCA4-15b 15 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm PCA4-20 20 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm PCA4-25 25 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm PCA4-30a 30 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm

    PCA4

    PCA4-30b 30 314 (4 10) 5,0 c/ 100 mm

    22

  • N2

    N4

    N5

    N6

    N7

    N1

    450

    20050

    2x3 N6 - 5 LT = 1400 mm

    200

    15050

    2x7 N7 - 5 LT = 800 mm

    2x11 N2 - 5 c. 50LT = 640 mm

    70

    200

    50

    2x11 N3 - 5 c. 50LT = 650 mm

    50

    70

    7050

    280

    2x4 N5 - 5LT = 550 mm

    440

    500

    140

    2x4 N4 - 10LT = 1080 mm

    N1

    N2

    N1

    N4N3

    2x4 N1 - 10500

    Figura 2.8 Detalhe das armaduras dos pilares da Srie PSA (ADORNO, 2004)

    A A

    B B

    N2

    N3

    N1

    N5

    N6

    N7

    N8

    4 N

    1 -

    10

    L T=

    1950

    mm

    N6

    2x11 N3 - 5 c. 50LT = 640 mm

    70

    20050

    2x11 N4 - 5 c. 50LT = 650 mm

    50

    70440

    500

    140

    2x4 N5 - 10LT = 1080 mm

    CORTE B-B

    N1

    N3

    N1

    N5N4

    9 N2 - 5 c. 100LT = 640 mm

    7020

    050

    CORTE A-A

    N1

    N2

    2x4 N6 - 5LT = 550 mm

    7050

    280

    200

    200

    2x3 N7 - 5 LT = 1400 mm

    450

    20050

    2x7 N8 - 5 LT = 800 mm

    200

    15050

    Figura 2.9 Detalhe das armaduras dos pilares da Srie PCA4 (ADO