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III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva São Paulo, 2014 1 EIXO TEMÁTICO: ( ) Ambiente e Sustentabilidade ( ) Crítica, Documentação e Reflexão ( ) Espaço Público e Cidadania ( ) Habitação e Direito à Cidade ( ) Infraestrutura e Mobilidade ( ) Novos processos e novas tecnologias (X) Patrimônio, Cultura e Identidade Pinturas de Hans Nobauer. Documentos de arquitetura colonial na coleção do Museu Histórico Nacional Hans Nobauer’s Paintings. Documents of colonial architecture in the Museu Histórico Nacional collections Pinturas de Hans Nobauer. Documentos de arquitectura colonial en la colección del Museo Histórico Nacional MAGALHÃES, Aline Montenegro (1) (1) Doutora em História. Historiadora no Museu Histórico Nacional, professora de História na Universidade Estácio de Sá e pesquisadora associada no PROARQ/UFRJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil; email: [email protected]

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arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva

São Paulo, 2014

1

EIXO TEMÁTICO: ( ) Ambiente e Sustentabilidade ( ) Crítica, Documentação e Reflexão ( ) Espaço Público e Cidadania ( ) Habitação e Direito à Cidade ( ) Infraestrutura e Mobilidade ( ) Novos processos e novas tecnologias (X) Patrimônio, Cultura e Identidade

Pinturas de Hans Nobauer. Documentos de arquitetura colonial na coleção do Museu Histórico Nacional

Hans Nobauer’s Paintings. Documents of colonial architecture in the Museu Histórico Nacional collections

Pinturas de Hans Nobauer. Documentos de arquitectura colonial en la colección del Museo Histórico Nacional

MAGALHÃES, Aline Montenegro (1)

(1) Doutora em História. Historiadora no Museu Histórico Nacional, professora de História na Universidade Estácio de Sá e pesquisadora associada no PROARQ/UFRJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil; email: [email protected]

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Pinturas de Hans Nobauer. Documentos de arquitetura colonial na coleção do Museu Histórico Nacional

Hans Nobauer’s Paintings. Documents of colonial architecture in the Museu Histórico Nacional collections

Pinturas de Hans Nobauer. Documentos de arquitectura colonial en la colección del Museo Histórico Nacional

RESUMO A coleção Hans Nobauer do Museu Histórico Nacional é constituída por 26 pinturas a óleo sobre madeira, sendo 25 representativas de edificações urbanas do período colonial. O propósito do presente trabalho é analisar a história desse conjunto na instituição, procurando identificar sua relação com a preservação de monumentos realizada pela Inspetoria de Monumentos Nacionais que funcionou no MHN entre 1934 e 1937, bem como que narrativas foram produzidas com a exposição das obras nas galerias do MHN desde a sua aquisição e como essas narrativas se inseriram na História do Brasil contada pelo Museu, procurando perceber em que medida as representações pictóricas da arquitetura colonial se constituíram num testemunho da história contada aos visitantes.

PALAVRAS-CHAVE: Hans Nobauer (1893-1971), Gustavo Barroso (1888-1959), Museu Histórico

Nacional (1922-), Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934-1937), Arquitetura, Arte ABSTRACT The Hans Nobauer collection, kept by the National Historical Museum (MHN), in Rio de Janeiro, is composed by 26 oil paintings on wood, being 25 out of that total representative of urban edifications from colonial era. The purpose of this article is to analyse the role played by this set of pictures in the institution’s history, trying to identify its relationship to the preservation of monuments, an activity carried out by the Inspetoria de Monumentos Nacionais, a department working inside the MHN from 1934 to 1937, as well as to discuss the narratives generated by the exhibition of these works in the MHN galleries since its acquisition and the way these narratives eventually became part of the History of Brazil as told by the Museum, trying to understand to what extent pictorial representations of colonial architecture worked as a testimony of the history told to museum’s visitors.

KEY-WORDS: Hans Nobauer (1893-1971), Gustavo Barroso (1888-1959), Museu Histórico Nacional

(1922-), Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934-1937), Architecture; Art

RESUMEN La colección de Hans Nobauer del Museo Histórico Nacional está constituida por 26 pinturas al óleo sobre madera, siendo 25 representativas de edificaciones urbanas del período colonial. El propósito del presente trabajo es analizar la historia de ese conjunto en la institución, buscando identificar su relación con la preservación de monumentos realizada por la Inspectoría de Monumentos Nacionales que funcionó en el MHN entre 1934 y 1937, así como que narrativas fueron producidas con la exposición de las obras en las galerías del MHN desde su adquisición y como esas narrativas se insertaron en la Historia de Brasil contada por el Museo, intentando comprender en qué medida las representaciones pictóricas de la arquitectura colonial se constituyeron en un testimonio de la historia contada a los visitantes. PALABRAS-CLAVE: Hans Nobauer (1893-1971), Gustavo Barroso (1888-1959), Museu Histórico Nacional (1922-), Inspectoría de Monumentos Nacionales (1934-1937), Arquitectura, Arte

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1. INTRODUÇÃO

Quem visita o circuito de exposição do Museu Histórico Nacional – MHN inaugurado em 2009, mais especificamente a parte dedicada às quatro principais cidades do Estado do Brasil no século XVIII, quais sejam, Salvador, Ouro Preto, Mariana e Rio de Janeiro, do módulo Portugueses no Mundo, se depara com alguns quadros do pintor austríaco Hans Nobauer. São pinturas a óleo sobre madeira representando construções setecentistas, como a Ponte de Dirceu e a Igreja de Santa Efigênia, de Ouro Preto. Realizadas a partir de fotografias, datam de finais da década de 1920.

A presença dessas obras junto a oratórios e imaginária religiosa barroca causa certo estranhamento em alguns visitantes, pelo anacronismo estilístico e de época. Mas essa reação já era esperada pela equipe curadora da exposição. E é justamente a partir de questionamentos do tipo “o que esses quadros fazem aqui?” que se realiza um diálogo de temporalidades entre o século XVIII e o XX. A legenda explica que, além de representarem as cidades onde a estética barroca se desenvolveu com força devido à intensa atividade mineradora e ao crescimento urbano, os quadros podem ser considerados fontes de informação sobre uma ação preservacionista da arquitetura colonial em Ouro Preto, que teve lugar no Museu Histórico Nacional. Caída mais tarde no esquecimento, aquela iniciativa ganha agora – no circuito permanente da exposição – a oportunidade de ser relembrada. O órgão por ela responsável era a Inspetoria de Monumentos Nacionais (IMN), criada como um departamento do MHN, pelo Decreto n.º 24.735, de 14 de julho de 1934, tendo funcionado até 1937, quando da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN, atual Instituto, IPHAN.

Pode-se considerar que a primeira iniciativa de Gustavo Barroso, então diretor do MHN, à frente da Inspetoria foi a de compor um documentário iconográfico de arquitetura do período colonial. Alfredo Norfini, Hans Nobauer e José Wasth Rodrigues foram os principais autores das imagens que integram essa coleção, na qual os monumentos de Ouro Preto e de outras cidades mineiras foram os mais reproduzidos.

A coleção Hans Nobauer do Museu Histórico Nacional é constituída por 26 pinturas a óleo sobre madeira, sendo 25 representativas de edificações urbanas do período colonial. O propósito do presente trabalho é analisar a história desse conjunto na instituição, procurando identificar sua relação com a preservação de monumentos realizada pela Inspetoria de Monumentos Nacionais que funcionou no MHN entre 1934 e 1937, bem como que narrativas foram produzidas com a exposição das obras nas galerias do MHN desde a sua aquisição e como essas narrativas se inseriram na História do Brasil contada pelo Museu, procurando perceber em que medida as representações pictóricas da arquitetura colonial se constituíram como um testemunho da história contada aos visitantes.

2. SOBRE O PINTOR

Johann Hans Nöbauer nasceu em Viena no dia 15 de julho de 1893. Naquela cidade diplomou-se pela Escola de Belas Artes, antes de participar da Primeira Guerra Mundial como oficial de reserva da cavalaria, com atuação na parte de mapeamento. Em 1921 chegou ao Brasil em missão do governo austríaco de reconhecimento e pesquisa da fauna e flora brasileira, instalando-se no Rio de Janeiro. A exemplo de viajantes europeus do século XIX que percorreram o país em busca de informações sobre a terra, sua natureza e população, com o

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objetivo produzir conhecimento (GUIMARÃES, 2000; FERREIRA, 2012), em 1921, Nobauer realizou excursões às matas circundantes da cidade do Rio de Janeiro e a várias cidades do interior. Convocado a retornar para a Áustria, recusou-se e por aqui ficou, publicando seus desenhos na imprensa e ilustrando livros infantis.

Tempos depois, começou a pintar profissionalmente e a dar aulas de pinturas, fabricando seus próprios materiais de trabalho, como tinta, telas e molduras. Entre finais da década de 1920 meados da década de 1930 integrou o grupo de artistas que recebia encomendas de interessados pelo registro documental e metódico de antigas construções dos tempos coloniais “que pudessem se constituir também em material didático, destinado a normatizar as manifestações dos arquitetos que pretendessem seguir o seu apelo em prol do que chamava de ‘arte tradicional’” (Kessel, 2008:90). É desse período que datam suas obras representando paisagens e edificações das cidades do interior de Minas Gerais, que tiveram sua história ligada à economia mineradora, realizadas sob encomenda do Palácio Episcopal de Mariana, do Governo Federal e do Museu Histórico Nacional.

Trabalhou ao longo de 26 anos em vários ministérios e na prefeitura do Distrito Federal como técnico de projetos, pintor artístico, retratista e maquetista para exposições. Atuou em várias exposições internacionais, na decoração, elaboração de maquetes e dioramas, tendo participado, por exemplo, da criação dos pavilhões do Brasil em mostras realizadas em Sevilha, Antuérpia, Barcelona e Paris.

Na década de 1930 trabalhou como diretor de marketing e propaganda de várias fábricas, como a Nestlé, a Cervejaria Brahma e a Mercedes Bens. Em 1936, além de prestar serviços para os partidários do nazismo no Rio de Janeiro, foi contratado pelo presidente Getúlio Vargas para ajudar na elaboração do projeto para a sede da prefeitura do Rio de Janeiro, com a construção de um diorama. Com a derrota alemã na II Guerra Mundial e a perseguição aos espiões alemães mundo afora, Nobauer se viu obrigado a parar sua produção artística e viveu um curto período no ostracismo. Até que, em 1947, foi convidado pelo Brigadeiro Antônio Guedes Muniz a trabalhar na fábrica Nacional de Motores como Técnico de Propaganda.

O pintor faleceu no dia 2 de fevereiro de 1971. Um de seus últimos trabalhos foi a elaboração de maquetes e dioramas do estádio Mário Filho, o Maracanã.1

3. PRIMEIROS CONTATOS

Conforme constam dos diferentes processos de entrada de obras de Hans Nobauer no acervo do Museu Histórico Nacional, as 26 pinturas foram adquiridas mediante compra da instituição, sendo algumas realizadas por encomenda de Barroso. O primeiro processo é de 1931 e informa a compra dos quadros a óleo representando a Casa dos Contos e a Ponte de Dirceu.2 Nesse período, Gustavo Barroso não estava na direção do MHN, tendo sido afastado da direção em

1 Informações sobre a trajetória do pintor presentes em documento mimeografado, sem autoria, atribuídas a registros do próprio Nöbauer e à memória de sua filha Elizabeth de Oliveira. Cf.: Dossiê do quadro "Casa da Câmara Municipal de Mariana, MG", nº SIGA 96. Reserva Técnica do Museu Histórico Nacional. 2 Nota de empenho em nome de Hans Nobauer. Documento nº 1. Processo nº. 20/31. DICOP. Museu Histórico Nacional.

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finais de 1930 para retornar apenas em finais de 1932.3 Entretanto, Rodolfo Garcia deveria estar dando encaminhamento a processos iniciados anteriormente, como pagamento por encomendas de obras de arte realizadas por Barroso enquanto estava na direção.

É muito provável que Barroso tenha conhecido o trabalho de Nobauer através de d. Helvécio, especialmente quando esteve em Ouro Preto, entre 1928 e 1930, inspecionando obras de restauração de monumentos, a serviço do Estado de Minas Gerais. Segundo informações presentes no mímeo que integra o dossiê de uma das obras, na Reserva Técnica do MHN, o pintor já havia realizado uma série de trabalhos artísticos contratado por d. Helvécio, entre 1925 e 1927 e realizado registro de igrejas mineiras a pedido do Governo Federal nesse último ano.

O interesse pelo culto ao passado uniu Barroso e d. Helvécio em algumas ocasiões. Foi assim com a criação do Museu Arquiepiscopal de Arte e História na igreja de São Pedro, em Mariana, quando d. Helvécio elegeu Barroso como um dos protetores da instituição em carta a ele enviada em 8 de setembro de 1926.4 Barroso respondeu à missiva agradecendo pela indicação de seu nome, prometendo cooperar com a instituição e louvando a iniciativa.5 Na semana seguinte, mais precisamente, no dia 11 de setembro, a revista Fon-Fon, então dirigida por Barroso, lançou uma matéria sob o título “A Bandeira da Laguna”, informando sobre o traslado desse objeto referente à Guerra do Paraguai da Igreja da Sé para o recém-inaugurado Museu por iniciativa do então Arcebispo de Mariana. A matéria vem ilustrada com uma fotografia do clérigo. Já o semanário datado de 18 de setembro traz uma página inteira com nota ilustrada intitulada “Excursão a Mariana”. Nesta há imagens de Barroso ao lado de d. Helvécio e a informação de que a viagem foi realizada por representantes da Sé e do governo da República para assistir à “Festa da Bandeira do 17º de Voluntários”, que é a Bandeira da Laguna.

Em 1930, Barroso e d. Helvécio estiveram juntos em mais uma celebração. Tratava-se da comemoração do bicentenário de Aleijadinho, organizada por comissão presidida por d. Helvécio, da qual Barroso foi nomeado membro de honra juntamente com José Marianno Filho, Presidente Antônio Carlos, entre outros.6

4. NOBAUER E A PRESERVAÇÃO DE MONUMENTOS NO MHN

Embora conste nas anotações sobre Nobauer que o registro de paisagens era o que mais gostava de fazer, essa não é uma marca das obras que constituem a coleção do artista no Museu Histórico Nacional, diferente das três realizadas para o Palácio Episcopal, por exemplo, onde impera a vista geral e parcial das cidades de Ouro Preto e Mariana.7

3 Por conta dos desdobramentos de outubro de 1930, Gustavo Barroso foi demitido "a pedido" da direção do Museu Histórico Nacional, ficando afastado por dois anos. Para saber mais a respeito, (Cf.: MAGALHÃES, 2009: 140). 4 Carta de d. Helvécio a Gustavo Barroso. Mariana, 07/09/1926. Documento nº. 35. Processo nº. 20/26. DICOP. Museu Histórico Nacional. 5 Carta de Gustavo Barroso a d. Helvécio. Rio de Janeiro, 04/09/1926 [sic]. Documento nº. 36. Processo nº. 20/26. DICOP. Museu Histórico Nacional. 6 Carta de Vicente Racioppi a Gustavo Barroso. Ouro Preto, 28/06/1930. Arquivo de cartas recebidas. ASDG2. Seção de Arquivo Institucional. Museu Histórico Nacional. 7 Informações sobre a trajetória do pintor presentes em documento mimeografado, sem autoria, atribuídas a registros do próprio Nöbauer e à memória de sua filha Elizabeth de Oliveira. Cf.: Dossiê do quadro Casa da Câmara Municipal de Mariana, MG, nº SIGA 96. Reserva Técnica do Museu Histórico Nacional.

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No MHN, dos 26 quadros pintados a óleo sobre madeira, 25 representam edificações do período colonial, um é dedicado aos costumes da época e foi intitulado Festa colonial. Embora as construções integrem a paisagem das cidades, sendo 13 de Ouro Preto, 5 de Mariana, 2 de São João Del Rey e 1 de Sabará, Caeté e Piracuruca no Piauí, elas estão destacadas, correspondendo ao interesse das encomendas feitas por Barroso de valorização dos monumentos a serem preservados.

Sobre a preservação de monumentos no Brasil, cabe lembrar as palavras de Lúcio Costa: “para que tenhamos uma arquitetura logicamente nossa é mister procurar descobrir o fio da meada, isto é recorrer ao passado, ao Brasil colônia. Todo esforço nesse sentido deve ser recebido com aplausos.” (Lúcio Costa, Apud KESSEL, 2008: 18)

A busca pela arquitetura genuinamente nacional de Lúcio Costa era partilhada por outros arquitetos, artistas e intelectuais, como Gustavo Barroso que, em princípios do século XX, vivenciavam um momento de transformações no Brasil. Em especial nos grandes centros urbanos, onde padrões arquitetônicos e concepções estéticas europeias eram largamente adotados nas reformas de modernização das principais cidades do país que, desta forma, se viam superando o atraso e se igualando às urbes das principais potências europeias.

No curso das reformas de saneamento, embelezamento e modernização das grandes cidades, sacrificaram-se edificações do período colonial vistas como obstáculo ao progresso. No Rio de Janeiro, por exemplo, observou-se a demolição do Convento d’Ajuda, em 1911, para a construção de um moderno hotel americano, que não chegou a ser erguido no local onde hoje se encontra a Praça Floriano, mais conhecida como Cinelândia. Em 1922, assistiu-se ao desmonte do Morro do Castelo, a partir do que o prefeito Carlos Sampaio instalou a Exposição Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil e construiu aterros para expandir a cidade. Em Salvador, a Catedral da Sé, edificada em 1580, foi derrubada em 1933 para criar um recuo da linha de bonde e construir uma praça no local. Aos poucos, vestígios do passado iam desaparecendo, provocando uma reação por parte dos homens de letras que passaram a lamentar, não apenas a destruição de remanescentes que poderiam servir de subsídios para a história (VIANNA, Apud, KESSEL, 2008: 73), mas sobretudo a importação de estilos arquitetônicos, como o eclético e o art nouveau, que, na sua concepção, nada tinham a ver com as “nossas tradições”.

Olhar para trás e buscar o fio da meada no sentido de identificar as raízes da arquitetura brasileira, foi uma atitude tomada por alguns letrados, como os arquitetos, estudiosos e artistas que se notabilizaram no movimento Neocolonial, analisado por Carlos Kessel em sua obra Arquitetura neocolonial no Brasil: entre o pastiche e a modernidade. Foram pessoas como Ricardo Severo e José Marianno Filho que atuaram na regeneração da arquitetura colonial, deixando de vê-la como símbolo do atraso para enxergar nela um caminho para o progresso nacional, conforme as palavras de Severo ditas em conferência que marcou o início da arquitetura neocolonial no Brasil como movimento:

para criar uma arte que seja nossa e do nosso tempo cumprirá... que não se pesquisem motivos, origens, fontes de inspiração, para muito longe de nós próprios, do meio em que decorreu o nosso passado e no qual, terá que prosseguir o nosso futuro. Ficará bem explícito que não se intima ao artista de hoje a postura inerte da esfinge, voltada em adoração estática para os mitos do passado, mas sim a atitude viva do caminhante que, olhando o futuro, tem que seguir um caminho demarcado pela experiência e pelo estudo do passado, e cuja única direção é o progresso e a glória das artes nacionais. É necessário, pois, que os jovens arquitetos nacionais deem princípio a uma nova era de RENASCENÇA BRASILEIRA; a eles ofereço esta lição inicial. Examinai todas as coisas – disse São Paulo, Benedito patrono desta terra, em uma de suas epístolas – e aproveitai o que é Bom. (Apud KESSEL, 2008:88)

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A arquitetura colonial estava sendo regenerada por outro movimento também, o dos modernistas que, buscavam identificar a brasilidade voltando-se para o interior, valorizando o que poderia ser considerado de mais autêntico. Seus olhares concentraram-se na arte, no valor estético das cidades coloniais, sendo o barroco considerado expressão artística genuinamente nacional. Tarsila do Amaral passou a ter o barroco das cidades mineiras como fonte de inspiração para suas obras:

O tour dos modernistas a Ouro Preto ficou documentado pela pintura de Tarsila do Amaral em diversos esboços feitos no decorrer da viagem, na qual a pintora afirmou ter recuperado as cores de sua infância. Ouro Preto e a obra de Aleijadinho foram considerados o ponto alto da viagem, causando forte impressão no grupo. (Apud ANASTASIA, LEMOS, JULIÃO, 1999:128)

Embora com apropriações diferentes da arquitetura colonial, tanto modernistas, que a partir de 1937, teve um grupo à frente da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional SPHAN, se consolidando no Estado como responsáveis pela preservação do Patrimônio Nacional –, quanto neocoloniais, valorizavam a herança lusófona nos remanescentes artísticos e arquitetônicos coloniais.

Gustavo Barroso, um dos adeptos do movimento neocolonial, lançou-se na preservação dos monumentos nacionais em 1928, quando se ofereceu para inspecionar obras de restauração em Ouro Preto pelo Estado de Minas Gerais então governado pelo Presidente Antônio Carlos. Foi desse período as primeiras encomendas a Nobauer. Até então, escrevia na imprensa artigos de apelo ao culto da saudade e aos monumentos das cidades históricas carentes de cuidados das autoridades. (BARROSO, 1911 e 1912) Anos depois, graças a apelos dele e de Rodolfo Garcia8 – que assumiu a direção do MHN quando esteve dois anos afastado da direção – ao Governo Federal, foi criada a Inspetoria de Monumentos Nacionais, como um departamento do MHN, cujas normas de funcionamento foram estabelecidas no Decreto n.º 24.735, de 14 de julho de 1934, que aprova o novo regulamento do MHN. (MAGALHÃES, 2004). Foi neste ano que as encomendas de obras artísticas retratando monumentos aumentaram, não apenas a Hans Nobauer, mas também a José Wahst Rodrigues e a Alfredo Norfini. E o que se destaca nas pinturas de Nobauer são as representações das edificações do período colonial, em especial da cidade de Ouro Preto.

Em 1935, Gustavo Barroso enviou para o Governo Federal seu “Plano de restaurações em Ouro Preto”, onde listava 26 monumentos a serem contemplados pelos trabalhos da Inspetoria. Entre eles constavam duas igrejas, 15 chafarizes e 6 pontes. Com o tempo, o número de construções tratadas pela IMN, até o encerramento de suas atividades em 1937, aumentou para mais de trinta, mas não ampliando em matéria de diversidade. Templos, pontes e chafarizes eram vistos por Barroso como “testemunhas mudas de uma era de glória e de esplendor”. Segundo ele, “A par desses monumentos, os ambientes históricos, que tanto prestígio dão à cidade, precisam manter suas feições primitivas e se despojarem dos arranjos e

8 Cf.: Relatórios de atividades enviados ao Ministério de Educação e Saúde de 1931 e 1933. Série ASDG1. Arquivo Institucional do Museu Histórico Nacional.

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consertos infelizes que chocam com a generalidade das coisas circundantes”.9

Por sua vez, a coleção Nobauer conta em suas representações pictóricas, para nos restringirmos apenas a Ouro Preto, com 5 pinturas de igrejas, 4 de chafarizes e 1 da Ponte de Dirceu, também conhecida como Antônio Dias. Vale citar também uma obra retratando a Casa de Marília de Dirceu (BARROSO, 1928) que já havia sido posta abaixo para a construção de uma escola no local, outra com a Casa dos Contos e outra ainda com a Casa de Câmara e Cadeia, onde atualmente funciona o Museu da Inconfidência, edificações que não chegaram a ser citadas para receber os cuidados da IMN. No que diz respeito às construções das demais cidades, a tipologia das representações é a mesma, o que nos faz refletir sobre a objetividade da arte a serviço dos trabalhos de preservação levados a cabo por Barroso, toda realizada a partir de documentação fotográfica.10

No processo 14/34, por exemplo, temos a informação do pagamento de 3:100$000 a Hans Nobauer por quatro quadros a óleo de velhas igrejas de Minas – “encomenda do Museu”.11 No mesmo processo, consta ainda o ofício 91, de 13 de junho de 1934 encaminhando a 2ª via da Nota de empenho, no mesmo valor, relativo a “quadros de assuntos históricos de autoria do sr. Hans Nobauer”.12 A caracterização do trabalho encomendado demonstra a preocupação com a formação de um documentário arquitetônico para compor o acervo do Museu Histórico Nacional. A denominação das obras como sendo de “assuntos históricos”, aliada às palavras de Barroso classificando os monumentos retratados e a serem restaurados como “testemunhos” de um tempo que não deveria ser esquecido, pelo contrário, deveria ser cultuado, nos oferece as pistas sobre o valor dado tanto aos vestígios, quanto às suas representações, qual seja, o valor de monumento histórico (RIEGL, 2013: 17), valor documental relativo a um determinado período ou acontecimento escolhido para ser estudado, imortalizado. Também nos aponta para a história do Brasil que se pretendia escrever nas ruas estreitas de Ouro Preto e nas galerias do Museu Histórico Nacional.

5. CONTAR HISTÓRIAS COM A COLEÇÃO NOBAUER

Templos, pontes e chafarizes das cidades de Ouro Preto são vestígios de uma ação ordenadora do espaço, entendidos por Barroso como símbolos da missão civilizadora portuguesa13 por ele tão valorizada, como se percebe em alguns de seus escritos, quando ao falar sobre Martin Afonso de Tibiriçá, o índio convertido ao catolicismo, que ajudou os portugueses a desbravar as matas e a fundar a cidade de São Paulo, considera:

9 BARROSO, Gustavo. Plano de Restaurações em Ouro Preto (1935). In: Anais do Museu Histórico Nacional. v.5 (1944). Rio de Janeiro, 1955, p. 35. 10 O artista plástico Cristiano Sátiro Oliveira Ramos de Paula, em 2004, residente em Bananal, SP, possui o acervo fotográfico utilizado por Hans Nobauer para a produção das obras arquitetônicas adquiridas pelo Museu Histórico Nacional. 11 Processo nº 14/34. DICOP. Museu Histórico Nacional. 12 Idem. Doc. n. 18. 13 Na visão de Gustavo Barroso, o Brasil era considerado um país civilizado, e daí, digno de orgulho dos brasileiros, graças à ação colonizadora portuguesa, em especial seu caráter cristão. Vide, entre outras obras de sua autoria, o livro Portugal semente de impérios lançado em 1944. O conceito de civilização, aqui expressa, segundo Norbert Elias, “a consciência que o ocidente tem de si mesmo. Poderíamos até dizer a consciência nacional. Ele resume tudo em que a sociedade ocidental dos últimos dois ou três séculos se julga superior a sociedades mais antigas ou a sociedades contemporâneas ‘mais primitivas’. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. vol. 1 p. 23.

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Testemunha e personagem das principais, nessa época de fé e elevação moral, o morubixaba Tibiriçá foi, na verdade, o laço que uniu no mesmo instintivo desejo de progresso, no mesmo informe anseio de futuro o índio bravio e o aventureiro civilizado, sob os braços acolhedores, pacificadores e luminosos da Cruz. (BARROSO, 2013: 42)

Nessa Perspectiva, as contribuições dos indígenas “não civilizados” e negros, quando abordadas, eram em plano secundário, pela via do folclore (BITTENCOURT, 2000-2001). Mostrar como as origens do Brasil ligavam-se ao “velho mundo”, nas técnicas de construção, nos estilos artísticos e no caráter das edificações que se perpetuaram, a exemplo das igrejas, foi uma escolha considerada promissora para a construção da identidade nacional. Preservando os vestígios de tempos considerados áureos e difundindo suas imagens na considerada “Casa do Brasil” – título reivindicado para o MHN em relatório enviado para o Ministério da Educação e Saúde, em 193514 – Barroso contribuía para o culto às tradições portuguesas remanescentes no território nacional e para a valorização de uma história do Estado português que daria origem ao Estado Brasileiro, da religião católica e das elites dominantes, seguindo os moldes da historiografia produzida por Varnhagen no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB (Cf.: GUIMARÃES, 2011: 238). Segundo Claudia Damasceno Fonseca,

Contrastando com os vastos sertões que as envolviam, as povoações de Minas Gerais eram vistas como núcleos de civilização: locus de vida social e religiosa [...] instrumentos para controlar e submeter a população bastante heterogênea que ali se instalou, servindo também de postos avançados para novos desbravamentos e conquistas. A instituição de vilas com vastos termos era o meio utilizado pela Coroa para fazer com que o braço da justiça e do fisco chegasse até os arraias mais longínquos, fundados nos confins das terras conhecidas e colonizadas. (FONSECA, 2011: 32)

As imagens de Nobauer encomendadas por Barroso representavam fragmentos dessa cidade. Instituições ordenadoras e controladoras como igrejas, a Casa de Câmara e Cadeia e a Casa dos Contos, que contribuíam para o fortalecimento dessa visão dos centros urbanos mineiros.

Hans Nobauer. Igreja de Santa Efigênia, Ouro Preto, 192-. Óleo sobre madeira.

Fonte: Museu Histórico Nacional

14 MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Relatório de atividades de 1935. ASDG1. Arquivo Institucional. Museu Histórico Nacional. p. 10.

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Hans Nobauer. Casa de Câmara e Cadeia. Ouro Preto, 192-

Óleo sobre madeira Fonte: Museu Histórico Nacional.

Ao serem adquiridas, as obras de Nobauer, como as demais foram colocadas à mostra no circuito expositivo. Além de, na época, não haver nenhum tipo de depósito ou reserva técnica para abrigar objetos fora das galerias, a praxe era expor ao público todo o acervo da instituição.

A divulgação das obras funcionava como uma espécie de educação cívica, nas salas do Museu Histórico Nacional. Era uma forma de mostrar aos visitantes os monumentos relacionados a determinados acontecimentos históricos, a exemplo da Casa dos Contos, Casa de Câmara e Cadeia e Casa de Marília, ligados à Inconfidência Mineira. Seus vestígios representados pictoricamente assumiam um papel de prova dos fatos narrados nas exposições e na divulgação da monumentalidade arquitetônica do Brasil, de modo a instigar o orgulho dos visitantes brasileiros em fazer parte desse país. De outra parte, valorizava-se também o próprio trabalho da IMN, como instituição que preservava aqueles “testemunhos” do passado para que as futuras gerações pudessem conhecer e valorizar.

Algumas fotos do circuito de 1940, por exemplo, mostram que as igrejas mineiras pintadas por Hans Nobauer foram expostas na sala Arnaldo Guinle, ou Sala religiosa. Já as edificações civis, como a Casa dos Contos e os chafarizes de Ouro Preto, do mesmo pintor, encontravam-se na Sala D. João VI, dedicada ao período colonial. Nesta sala, havia uma parte dedicada a Tiradentes com o óleo de Washt Rodrigues representando o inconfidente como Alferes (RIBEIRO, 1944: 23). O Guia do Visitante, publicado em 1955, mostra que poucas mudanças foram feitas no circuito de exposição na década de 50. Na parte dedicada à Sala D. João VI aparece imagem com as obras de Nobauer.

No mesmo Guia as salas de arte sacra denominam-se “Frei Henrique Coimbra” e “Cardeal Arcoverde”. Nas suas fotografias aparecem as igrejas pintadas por Nobauer, mas na descrição, nenhuma atenção específica a elas: “nelas se acha maravilhoso acervo de móveis, telas, crucifixos, imagens em madeira e marfim bem como outros objetos religiosos, considerado

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uma das maiores coleções sacras da América do Sul”.(Idem: 27)

Pela disposição das obras Nobauerianas, percebe-se que compuseram a narrativa sobre a Inconfidência Mineira e a Igreja Católica e sua arte no circuito expositivo das décadas de 1940 e 1950. Serviram como uma espécie de ilustração e testemunho da história contada pelo Museu Histórico Nacional que homenageava patronos, clérigos e ao falar sobre a Inconfidência Mineira e o período colonial, laureava d. João VI, filho da rainha que ordena a pena de enforcamento a Tiradentes.

6. CONSIDERAÇÕES PARA HOJE

O circuito expositivo do tempo de Gustavo Barroso foi desmontado pouco depois de seu falecimento, em 1959. As sucessivas direções investiram em novas exposições e, nos módulos permanentes inaugurados entre as gestões de Solange de Sampaio Godoy e Vera Lúcia Bottrel Tostes (1987 e 2000), as obras de Nobauer não foram vistas. Estavam na Reserva Técnica e foram tomadas como documentos da ação da Inspetoria de Monumentos Nacionais quando essa repartição foi objeto de estudos de uma dissertação de mestrado, realizada por mim, sob orientação do professor Manoel Luiz Salgado Guimarães, entre 2002 e 2004. Voltaram a ser expostas como representativas dessa ação preservacionista em duas mostras temporárias comemorativas dos 70 anos da IMN, em 2004 e dos 25 anos de elevação de Ouro Preto a Patrimônio da Humanidade, em 2005.

Atualmente, são classificadas no acervo do MHN como pinturas documentais, que, segundo o Thesaurus para acervos museológicos significa, “descrição exata de uma coisa qualquer, com exceção de fatos históricos e retratos de pessoas” (BIANCHINI e FERREZ, 1987: 393). Algumas delas podem ser conhecidas no atual circuito permanente, conforme informado no início deste artigo. Ao compreender os problemas implicados em determinadas classificações, como a noção de que uma imagem é capaz de descrever com exatidão o que representa, que possamos explorar diferentes modos de ver (Cf.: KNAUSS, 2006: 113) esse acervo, atribuindo-lhes outros valores, novas definições e variados sentidos para a produção de outras histórias.

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REFERÊNCIAS

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BARROSO, Gustavo. Museu Militar. Jornal do Commércio, Rio de Janeiro, 25/09/1911.

______. (João do Norte). Culto da saudade. Jornal do Commércio, Rio de Janeiro, 22/12/1912.

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BIANCHINI, Maria Helena S. e FERREZ, Helena Dodd. Thesaurus para acervos museológicos. Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-memória. Coordenadoria Geral de Acervos Museológicos, 1987.

BITTENCOURT, José Neves. Cada coisa em seu lugar. Ensaio de interpretação do discurso de um museu de história. In: Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. Vol. 8/9. São Paulo: o Museu paulista, p.151-174, 2000-2001.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

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FONSECA, Cláudia Damasceno. Arraiais e vilas D'El Rei: espaço e poder nas Minas setecentistas. Belo Horizonte: UFMG, 2011.

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KNAUSS, Paulo. O desafio de fazer História com imagens: arte e cultura visual. ArtCultura. Uberlândia, v. 8, n. 12, jan-jun, 2006.

MAGALHÃES, Aline Montenegro. Colecionando relíquias... um estudo sobre a Inspetoria de Monumentos Nacionais – 1934-1937. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro. Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ, 2004.

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RIBEIRO, Adalberto Mário. O Museu Histórico Nacional. Separata da Revista do serviço público. Ano VII, v.1, n. 2. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. Fevereiro de 1944.