Planejamento 5

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  ETEC BARTOLOMEU BUEN O DA SILV A /ANHANGUE RA / SANTANA DE PARNAÍBA BASE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA DOCENTE: ALINE BARBOSA DE ALMEIDA PLANEJAMENTO METODOLÓGICO UNIDADE DIDÁTICA:  Literatura TEMA CENTRAL: Barroco (Contexto e Característica) CONTEÚDO:  Te ndências do Barroco no Brasil;  A poesia brasileira em sua dimensão estética do estilo barroco. OBJETIVO GERAL  Compreender a manifestaão do mo!imento liter"rio Barroco# em uma perspecti!a estética e ideol$%ica# a partir dos textos poéticos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS  &!idenciar o contexto s$cio'ist$rico'cultural do Barroco no Brasil;  eali*ar a leitura de um treco do poema  A mesma D’Ângela# +re%$rio de ,atos- Boca do nferno;  Contextuali*ar o referido texto dentro da estética barroca; PROCEDIMENTO S METODOLÓGICO S: Passos:  Aula exp osi ti!a e dia lo% ada fa*e ndo de! ido s /ue stio namentos sob re o /ue os alun os entendem por Barroco;  Leitura em !o* alta e expressi!a do texto em sala de aula;  An"lise do texto de acordo com as características barrocas e seu contexto s$cio'ist$rico' cultural. MATERIAIS UTILIZADOS:  oteiro da apresentaão;  C$pia dos textos lidos em sala de aula.

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Literatura barroca

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ETEC BARTOLOMEU BUENO DA SILVA /ANHANGUERA / SANTANA DE PARNABABASE CURRICULAR: LNGUA PORTUGUESA DOCENTE: ALINE BARBOSA DE ALMEIDA

PLANEJAMENTO METODOLGICO

UNIDADE DIDTICA: Literatura TEMA CENTRAL: Barroco (Contexto e Caracterstica)

CONTEDO:1. Tendncias do Barroco no Brasil; 1. A poesia brasileira em sua dimenso esttica do estilo barroco.

OBJETIVO GERAL 1. Compreender a manifestao do movimento literrio Barroco, em uma perspectiva esttica e ideolgica, a partir dos textos poticos.

OBJETIVOS ESPECFICOS1. Evidenciar o contexto scio-histrico-cultural do Barroco no Brasil; 1. Realizar a leitura de um trecho do poema A mesma Dngela, Gregrio de Matos: Boca do Inferno; 1. Contextualizar o referido texto dentro da esttica barroca;

PROCEDIMENTOS METODOLGICOS:Passos: 1. Aula expositiva e dialogada fazendo devidos questionamentos sobre o que os alunos entendem por Barroco; 1. Leitura em voz alta e expressiva do texto em sala de aula; 1. Anlise do texto de acordo com as caractersticas barrocas e seu contexto scio-histrico-cultural.

MATERIAIS UTILIZADOS:1. Roteiro da apresentao;1. Cpia dos textos lidos em sala de aula.

AVALIAO:Ser feita a partir da interao em sala de aula, cujo momento, permitir que seja observado o desempenho crtico do aluno, na reflexo do Barroco no Brasil a partir dos textos literrios. Observar, sobretudo, se a metodologia trabalhada suscitou efeito para a compreenso do assunto abordado.

REFERNCIAS: AUERBACH, Erich. Mimeses: a representao da realidade na literatura ocidental. So Paulo: Perspectiva, 1976. BAKHTIN, Mikhail. Questes de literatura e esttica So Paulo: Unesp/ Hucitec, 1998.BOSI, Alfredo. Literatura e resistncia. So Paulo: Companhia das Letras, 2002. ______. Histria Concisa da Literatura Brasileira. 43 ed. So Paulo: Ed. Vozes, 2006.CANDIDO, Antonio. A formao da Literatura Brasileira: momentos decisivos. 8 ed. Rio de Janeiro: Ed. Itatiaia, 1997. ______. O romantismo no Brasil. So Paulo: EDUSP, 2002. DIAS, Gonalves. Cano do Exlio. In: Jornal de Poesia. Disponvel em: . Acesso em: 13 jun. de 2015. MUZART, Zalud Lupinacci (Org.) Escritoras brasileiras do sculo XIX: antologia. V 1. Florianpolis: Ed. Mulheres, 2000.

ETEC BARTOLOMEU BUENO DA SILVA /ANHANGUERA / SANTANA DE PARNABABASE CURRICULAR: LNGUA PORTUGUESA DOCENTE: ALINE BARBOSA DE ALMEIDA

ROTEIROBARROCO: CONTEXTO E CARACTERSTICAS

mesma d. ngelaAnjo no nome, Anglica na cara!Isso ser flor, e Anjo juntamente:Ser Anglica flor, e Anjo florente,Em quem, seno em vs, se uniformara:Quem vira uma tal flor, que a no cortara,De verde p, da rama fluorescente;E quem um Anjo vira to luzente,Que por seu Deus o no idolatrara?Se pois como Anjo sois dos meus altares,Freis o meu Custdio, e a minha guarda,Livrara eu de diablicos azares.Mas vejo, que por bela, e por galharda,Posto que os Anjos nunca do pesares,Sois Anjo, que me tenta, e no me guarda.Gregrio de Matos Boca do Inferno

O Barroco literrio brasileiro j foi apresentado por nossos historiadores e crticos de diversas maneiras: a) como um mero conjunto de manifestaes (CANDIDO, 2000), sem constituir-se em uma escola literria propriamente no Brasil, portanto descartada de nossa histria literria; b) como ecos do Barroco europeu (BOSI, 1999), igualmente sem status local de estilo de poca; c) como uma maneira de afirmar-se a existncia de um produto nacional, nossos primeiros escritores, a busca de nossa identidade cultural (COUTINHO, 1981), deixando de lado as questes estticas e, portanto, as estilsticas.

O Barroco uma esttica, sobretudo, dos sculos XVI e XVII, importante especialmente na Itlia e na Espanha, mas ainda relevante nos demais pases da Europa ocidental. Como escola literria complexa em que se constitui, apresenta fortes implicaes com o contexto social, poltico, econmico e, principalmente, religioso da poca. Para entender o contexto em que o Barroco se insere, importante lembrar que, com o fim da Idade Mdia, deu-se a ascenso da burguesia e de

seus interesses mercantis, o que possibilitou o Renascimento antropocntrico, em contraste com os valores do feudalismo agrrio conectado viso teocntrica da Igreja Crist Medieval. A resistncia ao recrudescimento da posio da Igreja Catlica levou o Cristianismo a uma diviso de foras na Europa, denominada de Reforma, e consequente reao da Igreja Catlica, a Contrarreforma.

Caractersticas:

Conflito entre corpo e almaO Renascimento definiu-se pela valorizao do profano, pondo em voga o gosto pelas satisfaes mundanas. Os intelectuais barrocos, no entanto, no alcanam tranquilidade agindo de acordo com essa filosofia. O tema da passagem do tempoO homem barroco assume conscincia integral no que se refere fugacidade da vida humana (efemeridade): o tempo, veloz e avassalador, tudo destri em sua passagem. Por outro lado, diante das coisas transitrias (instabilidade), surge a contradio: viv-las, antes que terminem, ou renunciar ao passageiro e entregar-se eternidade? Forma tumultuosaO estilo barroco apresenta forma conturbada, decorrente da tenso causada pela oposio entre os princpios renascentistas e a tica crist. Da a frequente utilizao de antteses, paradoxos e inverses, estabelecendo uma forma contraditria, dilemtica. Alm disso, a utilizao de interrogaes revela as incertezas do homem barroco frente ao seu perodo e a inverso de frases a sua tentativa na conciliao dos elementos opostos. Cultismo e conceptismoOcultismocaracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada, culta, extravagante, repleta de jogos de palavras e do emprego abusivo de figuras de estilo, como a metfora e a hiprbole. Veja um exemplo de poesia cultista:Ao brao do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, A quem infiis despedaaramO todo sem a parte no todo;A parte sem o todo no parte;Mas se a parte o faz todo, sendo parte,No se diga que parte, sendo o todo.(Gregrio de Matos)J oconceptismo, que ocorre principalmente na prosa, marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocnio lgico, nacionalista, que utiliza uma retrica aprimorada. A organizao da frase obedece a uma ordem rigorosa, com o intuito de convencer e ensinar. Veja um exemplo de prosa conceptista:Para um homem se ver a si mesmo so necessrias trs coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e cego, no se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e de noite, no se pode ver por falta de luz. Logo, h mister luz, h mister espelho e h mister olhos. (Pe. Antnio Vieira)

Atividade Complementar

O soneto abaixo transcrito pertence obra de Gregrio de Matos Guerra. Leia-o com ateno:

Ofendi-vos, meu Deus, bem verdade, verdade, Senhor, que hei delinqido,Delinqido vos tenho e ofendido,Ofendido vos tem minha maldade.

Maldade, que encaminha a vaidade,Vaidade, que todo me h vencido;Vencido quero ver-me e arrependido,Arrependido a tanta enormidade.

Arrependido estou de corao,De corao vos busco, dai-me os braos,Abraos, que me rendem vossa luz.

Luz, que claro me mostra a salvao,A salvao, pretendo em tais abraos,Misericrdia, amor, Jesus, Jesus.

De acordo com estudado em sala e seus conhecimentos estticos literrios faa uma breve anlise do poema. Leve em considerao a rima, a mtrica, a linguagem, a estrutura, bem como a ideologia presente no texto.