Planejamento Da Felicidade

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12/7/2015 Somos os Arquitetos de Nossa Própria Felicidade https://www.lds.org/broadcasts/article/ces-devotionals/2012/01/we-are-the-architects-of-our-own-happiness?lang=por 1/16 Meus queridos irmãos e irmãs, sinto-me hoje grandemente honrado e privilegiado por ter a oportunidade de falar para vocês. Tenho profunda admiração pelos jovens adultos da Igreja e regozijo-me por poder passar algum tempo com vocês nesta noite. Há milhares de vocês reunidos neste belo Tabernáculo. Muitos mais que não posso ver estão reunidos em milhares de capelas espalhadas pelo mundo inteiro. Sei, porém, que estão prestando atenção e desejosos de aprender. Apesar da distância que nos separa, sei que o Espírito Santo pode estar presente onde quer que estejamos. Muito mais do que a transmissão via satélite, é a presença do Espírito Santo que cria um elo especial entre todos nós. Oro para que Ele esteja conosco, que nos ensine e que nos guie e que nos inspire, hoje à noite. Estamos num magnífico salão, um monumento histórico que presta tributo à fé e à industriosidade dos pioneiros que fundaram Salt Lake City. Entrei pela primeira vez neste tabernáculo quando tinha 16 anos. Foi em minha primeira viagem aos Estados Unidos da América. Meu pai tinha proposto que eu o acompanhasse em uma de suas viagens de negócios para a Califórnia. Sendo um jovem criado no sul da França, pulei de alegria com esse convite. Finalmente iria ver a América! Meu entusiasmo foi ainda maior porque nosso itinerário incluiria um fim de semana em Salt Lake City para assistir à conferência geral. Lembro-me de nossa chegada a Utah e do Ford Mustang que alugamos. Nas muitas horas que passamos na estrada, vimos rajadas de neve e desertos que se estendiam até onde a vista alcança, magníficos desfiladeiros cor de laranja e montanhas majestosas. A paisagem era característica do Oeste americano para mim, e fiquei de olhos bem abertos esperando ver caubóis e índios ao longo da rodovia. No dia seguinte, graças à bondade de um amigo, estávamos sentados nos primeiros bancos deste Tabernáculo para assistir às sessões da conferência. Fiquei muito impressionado. Ao longo das reuniões, tentei captar as poucas Gerald Causse Primeiro Conselheiro no Bispado Presidente

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Como planejar a meneira de Deus

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Meus queridos irmãos e irmãs, sinto-me hoje grandemente honrado eprivilegiado por ter a oportunidade de falar para vocês. Tenho profundaadmiração pelos jovens adultos da Igreja e regozijo-me por poder passar algumtempo com vocês nesta noite.

Há milhares de vocês reunidos neste belo Tabernáculo. Muitos mais que nãoposso ver estão reunidos em milhares de capelas espalhadas pelo mundointeiro. Sei, porém, que estão prestando atenção e desejosos de aprender.Apesar da distância que nos separa, sei que o Espírito Santo pode estarpresente onde quer que estejamos. Muito mais do que a transmissão viasatélite, é a presença do Espírito Santo que cria um elo especial entre todos nós.Oro para que Ele esteja conosco, que nos ensine e que nos guie e que nosinspire, hoje à noite.

Estamos num magnífico salão, um monumento histórico que presta tributo à fée à industriosidade dos pioneiros que fundaram Salt Lake City. Entrei pelaprimeira vez neste tabernáculo quando tinha 16 anos. Foi em minha primeiraviagem aos Estados Unidos da América. Meu pai tinha proposto que eu oacompanhasse em uma de suas viagens de negócios para a Califórnia. Sendoum jovem criado no sul da França, pulei de alegria com esse convite. Finalmenteiria ver a América! Meu entusiasmo foi ainda maior porque nosso itinerárioincluiria um fim de semana em Salt Lake City para assistir à conferência geral.

Lembro-me de nossa chegada a Utah e do Ford Mustang que alugamos. Nasmuitas horas que passamos na estrada, vimos rajadas de neve e desertos quese estendiam até onde a vista alcança, magníficos desfiladeiros cor de laranja emontanhas majestosas. A paisagem era característica do Oeste americano paramim, e fiquei de olhos bem abertos esperando ver caubóis e índios ao longo darodovia.

No dia seguinte, graças à bondade de um amigo, estávamos sentados nosprimeiros bancos deste Tabernáculo para assistir às sessões da conferência.Fiquei muito impressionado. Ao longo das reuniões, tentei captar as poucas

Gerald Causse

Primeiro Conselheiro no Bispado Presidente

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palavras em inglês que conseguia compreender. Ainda me lembro do discursodo Presidente Ezra Taft Benson — não suas palavras, na verdade, mas aprofunda impressão deixada em meu coração de jovem. Senti que estavavivendo um sonho, uma aventura maravilhosa.

Naquela época, como eu poderia ter imaginado o que aconteceria nesta noite?Acaso poderia ter imaginado que faria um discurso neste mesmo Tabernáculoperante uma congregação assim? Absolutamente jamais!

A vida guarda muitas surpresas, não é mesmo? Mesmo há cinco anos eu nuncateria imaginado isso. Naquela época, eu morava em Paris com minha família, enossa vida parecia estar inteiramente planejada. Nossos cinco filhos nasceramtodos na mesma clínica perto de casa. Para nós, não podíamos imaginar umavida diferente em qualquer outro lugar que não fosse naquele bairro tranquilodos arredores de Paris, cercados de nossos filhos, aguardando em breve osnetos. Então, certa noite, o Presidente Monson me ligou em casa, e nossa vidavirou de cabeça para baixo.

Desde então, minha família e eu descobrimos as alegrias da vida em Utah: oslocais históricos da Igreja, as caminhadas nas montanhas, os churrascos noquintal ao pôr do sol, desfrutando hambúrgueres de todo tipo (os melhores eos piores!), os jogos de futebol americano dos Cougars… ou dos Utes. E, quemsabe, o caubói que vocês virem amanhã junto à rodovia pode ser que seja eu!

Minha designação como membro do Bispado Presidente é emocionante einspiradora. Contudo, tudo isso é bem diferente dos planos que eu tinhaquando jovem. Quando criança, eu queria ser arqueólogo. Minha avó assumiu aresponsabilidade de cuidar para que eu recebesse uma boa educação. Ela medeu um livro sobre o jovem faraó Tutancâmon, e isso me fez desenvolver umagrande paixão pelas civilizações antigas. Passei muitos fins de semanadesenhando batalhas antigas, e as paredes de meu quarto estavam cobertascom essas gravuras. Eu sonhava ir um dia ao Egito participar das escavações deantigos templos egípcios e das tumbas dos faraós.

Quatro décadas depois, ainda não sou arqueólogo e provavelmente jamaisserei. Nunca estive no Egito, e meu último emprego antes de me tornarAutoridade Geral foi no setor de distribuição de alimentos. Nada disso temmuito a ver com meus planos da infância!

A juventude, de modo geral, é a época perfeita para fazer planos pessoais. Cadaum de nós teve nossos sonhos de infância. Como jovens adultos, vocês aindadevem ter sonhos para seu futuro, cada um de vocês! Talvez seja a esperançade uma realização esportiva, a criação de uma grandiosa obra de arte ou a

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aquisição de um diploma ou um cargo profissional que estejam procurandoalcançar com trabalho e perseverança. Talvez até tenham uma imagem muitopreciosa na mente de seu futuro marido ou mulher — sua aparência física, seustraços de caráter, a cor de seus olhos ou de seus cabelos — e dos belos filhos

que abençoarão sua família.

Quantos de seus desejos se realizarão? A vida é cheia de incertezas. Surgemsurpresas ao longo de todo o caminho da vida. Quem sabe o que aconteceráamanhã, onde vocês estarão daqui a poucos anos, e o que estarão fazendo? Avida é como um romance de suspense cujo enredo é muito difícil de adivinhar.

Haverá momentos importantes para vocês que podem mudar o curso de suavida num instante. Esses momentos podem consistir apenas de um olhar, umaconversa, um acontecimento não planejado. Valérie e eu ainda nos lembramosdo momento exato em que nos apaixonamos — foi no ensaio do coro de nossaala de jovens adultos, em Paris. Foi algo completamente inesperado!Conhecíamo-nos desde a infância e nunca tivemos sentimentos românticos umpelo outro. Naquela noite, eu estava ao piano, e ela cantava no coro. Nossosolhares se cruzaram, e algo aconteceu. Um segundo para toda a eternidade!

Haverá novas oportunidades que se apresentarão em sua vida, como a recentedeclaração do Presidente Monson a respeito da idade para o serviçomissionário. Depois daquele anúncio do profeta, há provavelmente milhares derapazes e moças da Igreja neste momento que estão no processo de modificarseus planos para saírem para servir uma missão.1

Às vezes, as mudanças de curso de nossa vida decorrem de desafios oudesapontamentos inesperados. Aprendi por experiência própria quecontrolamos apenas parcialmente as circunstâncias de nossa vida.

Mas a maioria das pessoas não gosta do desconhecido. A incerteza da vida criaem alguns uma falta de confiança, um medo do futuro que se manifesta dediversas maneiras. Alguns hesitam em assumir compromissos por medo defracassar, até quando surgem boas oportunidades. Essas pessoas, por exemplo,adiam o casamento, os estudos, a formação de uma família ou seuestabelecimento em uma atividade profissional estável, preferindo não fazernada ou permanecer no aconchegante conforto da casa dos pais.

Outra filosofia que nos limita é ilustrada neste axioma: “Comei, bebei e alegrai-vos, porque amanhã morreremos” (2 Nephi 28:7). Essa frase sugere que, comonão sabemos o que acontecerá amanhã e como todos vamos morrer um dia,devemos nos divertir no momento presente. Essa filosofia favorece a satisfaçãode prazeres imediatos, sem pensar nas consequências futuras.

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Meus queridos irmãos e irmãs, minha mensagem para vocês hoje é a de que háum caminho diferente daquele dos temores e dúvidas ou do descomedimento.Vocês não podem controlar todas as circunstâncias da vida. Acontecerão paravocês tanto coisas boas quanto difíceis, que vocês jamais esperavam. Contudo,declaro que vocês têm o controle de sua própria felicidade. Vocês são oarquiteto dela.

Ainda me lembro destas sábias palavras proferidas pelo Presidente Dieter  F.Uchtdorf na última conferência geral:

“Quanto mais velhos ficamos, mais olhamos para trás e nos damos conta deque as circunstâncias externas realmente não importam nem determinamnossa felicidade. (…)

Nós determinamos nossa felicidade” 2

Não, nossa felicidade não é realmente o resultado das circunstâncias de nossavida. É muito mais o resultado de nossa visão espiritual e dos princípios sobreos quais baseamos nossa vida. Esses princípios nos proporcionarão felicidade,independentemente das dificuldades inesperadas e das surpresas com queinevitavelmente nos depararemos em nossas jornadas aqui na Terra.

Nesta noite, proponho-me a analisar com vocês alguns desses princípiosessenciais.

O primeiro princípio é: Reconheçam seu valor pessoal.

Neste verão, passei alguns dias com minha família em Provença, uma magníficaregião no sul da França. Certa noite, pouco depois de o sol se pôr e a escuridãoenvolver a região campestre ao redor, decidi conceder-me um momento detranquilidade, deitando-me numa espreguiçadeira fora da casa. Tudo estava tãoescuro que tive dificuldade para discernir qualquer coisa a meu redor. Meusolhos começaram a vasculhar os céus. A princípio, eram impenetravelmenteescuros. De repente, uma luz apareceu no céu, como uma faísca, depois duas, eentão três. Gradualmente, à medida que meus olhos se adaptavam à escuridão,passei a admirar uma miríade de estrelas. O que pensei ser um céu escurotransformou-se na Via Láctea.

Pensei: “Isso se parece um pouco com nosso relacionamento pessoal comDeus. Quantas pessoas acreditam que Ele está muito distante ou que nãoexiste? Essas pessoas consideram a vida muito tenebrosa e escura. Nãoreservam um tempo nem fazem um esforço para contemplar os céus e ver queEle está ali, bem perto de nós.”

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Minha mente continuou a vagar. Refleti na imensidade do universo que seapresentava diante de meus olhos e em minha própria insignificância física, eme perguntei: “O que sou eu perante tamanha grandiosidade e magnificência?”Uma escritura me veio à mente. É uma escritura muito bela, um dos salmos deDavi, cuja poesia sempre me inspirou.

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas quepreparaste;

Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para queo visites?” (Salmos 8:3–4).

Imediatamente se segue esta frase consoladora:

“Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste”(Salmos 8:5).

Esse é o paradoxo e o milagre da Criação. O universo é imenso e infinito,porém, ao mesmo tempo, cada um de nós tem um valor especial, glorioso einfinito aos olhos de nosso Criador. Minha presença física é infinitesimalmentepequena, mas meu valor pessoal é de incomensurável importância para meuPai Celestial.

O Presidente Uchtdorf declarou:

“Onde quer que estejam, quaisquer que sejam suas circunstâncias, vocês nãoforam [esquecidos]. Não importa quão escuro o dia possa parecer, não importaquão insignificante você possa se sentir, não importa quão [relegado] você sesinta, nosso Pai Celestial não Se esqueceu de você. Na verdade, Ele ama você,com um amor infinito.

“Você é [conhecido e lembrado] pelo mais majestoso, poderoso e glorioso Serdo Universo! Você é [amado] pelo Rei do espaço infinito e do tempo eterno!”3

O fato de sabermos que Deus nos conhece e nos ama pessoalmente é comouma luz que ilumina nossa vida e lhe dá significado. Lembro-me de uma moçaque me procurou depois de um serão que fiz em Roma, Itália. Sua voz estavacheia de emoção, e ela me falou de sua irmã que passava por momentos deangústia e ansiedade. E então, ela me fez esta pergunta: “Como posso ajudá-la asaber que seu Pai Celestial a ama?”

Não é essa a pergunta essencial? Como podemos saber que Deus nos ama?Muitas vezes, o sentimento que temos de nosso valor pessoal se baseia noamor e no carinho que recebemos das pessoas a nosso redor. Mas esse amoràs vezes é insuficiente. O amor dos homens com frequência é imperfeito,incompleto ou egoísta.

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Contudo, o amor de Deus é perfeito, completo e abnegado. Seja eu quem for,quer eu tenha amigos ou não, quer eu seja popular ou não, e mesmo que eume sinta rejeitado ou perseguido pelos outros, tenho a certeza absoluta de quemeu Pai Celestial me ama. Ele conhece minhas necessidades, compreendeminhas preocupações, está ansioso por abençoar-me. E a maior expressão deSeu amor por mim é que Ele “amou o mundo de tal maneira que deu o seuFilho unigênito” (João 3:16). Ele não removeu a taça amarga do Salvador e semdúvida Ele próprio estava em agonia ao ver Seu Filho sofrer no Jardim doGetsêmani e na cruz. Cristo expiou pelos pecados de todos os homens, e umaparte dessa grande Expiação destinava-se a mim e está reservada para mimhoje. Essa dádiva infinita, concedida pelo Pai e por Seu Filho, confirma emminha alma o valor pessoal que tenho para Eles.

Meus irmãos e irmãs, imaginem o que significaria para vocês se pudessem ver-se como Deus os vê. E se olhassem para vocês mesmos com a mesmabenevolência, amor e confiança com que Deus olha? Imaginem o impacto queteria em sua vida a compreensão de seu potencial eterno, como a que Deustem. Se pudessem ver a si mesmos com os olhos Dele, que influência isso teriaem sua vida?

Testifico que Ele está próximo de nós. Busquem-No! Examinem e estudem.Orem e peçam. Prometo-lhes que Deus enviará sinais tangíveis de Suaexistência e de Seu amor por vocês. Talvez seja por meio da resposta a umaoração, pela serena influência do Espírito Santo consolando-os, por uma súbitainspiração ou uma nova força que vocês sabem que não veio de vocês mesmos,por meio de um familiar, amigo ou líder do sacerdócio que, por acaso, estará nolugar e momento certos para abençoar sua vida. De um modo ou outro, se Obuscarem, Ele os fará saber que está a seu lado.

Agora, um segundo princípio de felicidade: Tornem-se quem vocês são.

Essa frase, “tornem-se quem vocês são”, é atribuída a Pindar, um dos maiscelebrados poetas gregos.4 Soa como um paradoxo. Como posso tornar-mequem eu já sou?

Permitam-me ilustrar esse princípio com uma história. Recentemente vi umfilme chamado Idade da Razão. Esse filme conta a história de Marguerite, umapróspera gerente de banco que leva uma vida muito atarefada, cheia de viagens

e conferências nos quatro cantos do mundo. Embora seja casada, ela diz quenão tem tempo para ter um filho.

No dia em que faz 40 anos, ela recebe uma carta misteriosa dizendo: “Queridaeu, tenho hoje sete anos e estou lhe escrevendo esta carta para ajudá-la a

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lembrar as promessas que fiz na idade da razão, e também quero que lembreem quem eu quero me tornar”. Marguerite se lembra de repente que a autorada carta não é ninguém mais que ela mesma quando tinha sete anos de idade.Seguem-se várias páginas em que a menininha descreve detalhadamente suas

metas de vida.

Marguerite se dá conta de que a pessoa em quem ela se tornou não se parecenada com quem ela queria ser quando menina. Ao decidir tornar-se a pessoaque ela tinha visualizado quando criança, sua vida totalmente planejada eorganizada vira totalmente de cabeça para baixo. Ela se reconcilia com a famíliae decide consagrar o restante de sua vida a prestar serviço aos necessitados.5

Meus queridos amigos, se recebessem hoje uma carta de seu passado, o queela diria? O que estaria contido em uma carta que vocês teriam escrito paravocês mesmos no dia de seu batismo, quando tinham oito anos de idade? Voualém. Se lhes fosse possível receber uma carta de sua vida pré-terrena, o queela diria? Que impacto essa carta de um mundo esquecido porém muito realteria sobre vocês, se a recebessem hoje?

Essa carta poderia dizer algo assim: “Querido eu, estou lhe escrevendo para quevocê lembre em quem eu quero me tornar. Rejubilei-me com a oportunidadede ir para a Terra. Sei que a vida na Terra é uma passagem essencial que mepermitirá crescer até meu pleno potencial e viver para sempre com meu PaiCelestial. Espero que você lembre que meu maior desejo é ser um discípulo denosso Salvador Jesus Cristo. Apoio Seu plano e quando estiver na Terra queroajudá-Lo em Seu trabalho de salvação. Por favor, lembre que quero fazer partede uma família que estará unida para toda a eternidade”.

Esse último pensamento me faz lembrar de um belo hino que se encontra nohinário da Igreja em francês — um hino que não existe no hinário de nenhumoutro país. Chama-se “Souviens-toi”, que significa “Lembra-Te”, e segue amelodia da Sinfonia Novo Mundo de Antonín Dvořák. É o hino de um pai falandocom seu filho recém-nascido.

Gostaria de ler a terceira estrofe para vocês:“Lembra-te, meu filho: Na aurora dos tempos,Fomos amigos brincando no vento.Então, um dia, com alegria, decidimosaceitar o grande plano de vida do Senhor.Naquela noite, meu filho, prometemos quepor meio do amor e da fé voltaríamos a nos reunir”.6

“Lembra-te, meu filho.” Uma das grandes aventuras da vida é a de descobrirquem realmente somos, de onde viemos, e depois viver constantemente emharmonia com nossa identidade e com o propósito de nossa existência.

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Brigham Young disse: “A maior lição que podemos aprender é a de conhecer anós mesmos. (…) Viemos para a Terra para aprender isso (…) Ninguém conheceprofundamente a si mesmo sem compreender mais ou menos as coisas deDeus; e ninguém pode aprender e compreender as coisas de Deus semconhecer a si mesmo; precisamos conhecer a nós mesmos, ou jamaispoderemos conhecer Deus”.7

Recentemente, minhas filhas me mostraram que uma alegoria excelente desseprincípio é encontrada no filme O Rei Leão. A geração de vocês cresceu ouvindoe vendo as imagens desse filme. Vocês provavelmente se lembram da cena emque Simba recebe a visita de seu pai, Mufasa, o rei falecido. Depois que seu paimorreu, Simba fugiu para longe do reino, porque se sentia culpado pela mortede seu pai. Queria fugir de sua responsabilidade como herdeiro do trono.

Seu pai lhe aparece e o admoesta: “Você esqueceu quem você é, e por isso seesqueceu de mim. Olhe para dentro de você mesmo, Simba. Você é mais doque aquilo em que você se tornou. Você deve assumir o seu lugar no ciclo davida”. Então, este convite é repetido várias vezes: “Lembre-se de quem você é.Lembre-se de quem você é”.

Simba, completamente abalado com o que lhe aconteceu, decide aceitar seudestino. Ele confidencia a seu amigo, o macaco xamã, “parece que os ventosestão mudando”.

O macaco responde: “Mudar é bom”.

E Simba conclui: “Mas não é fácil. Sei o que tenho que fazer. Mas voltar significaque vou ter de enfrentar meu passado. Estive fugindo dele por tanto tempo”.

“Aonde está indo?” pergunta o macaco.

“Vou voltar!” grita Simba.8

Todos podemos assumir — ou retomar — nosso lugar no ciclo da vida. Tornem-se quem vocês realmente são. Sua felicidade e sua capacidade de encontrarequilíbrio em sua vida vão acontecer quando vocês encontrarem,reconhecerem e aceitarem sua verdadeira identidade como filhos de nosso PaiCelestial e, então, viverem de acordo com esse conhecimento.

Quero agora compartilhar com vocês um terceiro princípio da felicidade:Confiem nas promessas de Deus.

Adoro estas palavras motivadoras do Presidente Thomas S. Monson: “O futuroé tão brilhante quanto sua fé”9. Nosso sucesso e nossa felicidade na vida

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dependem em grande parte da fé e da confiança que temos de que o Senhor

vai conduzir-nos e guiar-nos a cumprir nosso destino.

Tenho notado que os homens e mulheres que realizam feitos notáveis na vidaem geral têm uma grande confiança no seu futuro desde os primeiros anos desua juventude. Um exemplo disso é Winston Churchill, o célebre estadistabritânico. Quando jovem, ele tinha uma confiança inabalável em seu futuro.Enquanto servia em um regimento de cavalaria na Índia, com a idade de 23anos, ele escreveu para sua mãe: “Tenho fé na minha estrela e tenho a intençãode fazer algo importante no mundo”10. Que pensamento profético! De fato, eleimaginou que iria se tornar uma pessoa importante na história de seu país, e setornou o homem que conduziria a Inglaterra à vitória durante aSegunda Guerra Mundial.

Acredito que cada um de vocês, jovens membros da Igreja de Jesus Cristo, temmuito mais do que uma estrela no céu para os guiar. Deus está cuidando devocês e fez promessas para vocês.

Uma escritura do livro de Malaquias é um dos pontos centrais da Restauraçãodo evangelho e foi citada pelo anjo Morôni em cada uma de suas visitas aojovem Joseph Smith. O anjo disse, citando o profeta Elias: “E ele plantará nocoração dos filhos as promessas feitas aos pais; e o coração dos filhos voltar-se-á para seus pais” (Joseph Smith–História 1:39).

Meus jovens irmãos e irmãs, graças à Restauração, vocês são os filhos dapromessa. Vocês receberão como herança as promessas feitas a seus pais.Essas promessas do Senhor os tornam parte de uma geração real.

Muitos de vocês a quem me dirijo agora têm nobres pioneiros entre os seusantepassados, grandes almas que ajudaram a estabelecer a Igreja restauradacom sua coragem e sacrifício. Gerações de santos valentes os precederam.Outros que me ouvem hoje são os pioneiros de suas próprias famílias e emsuas próprias terras. Vocês são o primeiro elo do que vai se tornar umacorrente eterna. Seja qual for a sua história ou sua herança, como membros daIgreja vocês estão todos ligados a uma família espiritual. Sua genealogiaespiritual faz com que cada um de vocês seja um descendente dos pais,conforme predito pelos profetas, e herdeiros das promessas que Deus lhes fez.

Releiam sua bênção patriarcal. Nessa bênção, o Senhor confirma que vocêsestão ligados a uma das doze tribos de Israel e, por causa disso, por meio desua fidelidade, vocês se tornam herdeiros das imensas bênçãos prometidas aAbraão, Isaque e Jacó. Deus prometeu a Abraão que “todos os que receberemeste Evangelho serão chamados segundo o [seu] nome e contados como [sua]semente; e levantar-se-ão e [o abençoarão] como seu pai” (Abraão 2:10). Ao ler

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sua bênção patriarcal, prestem atenção especial às promessas que o Senhorlhes faz pessoalmente. Reflitam sobre cada uma delas. O que elas significampara vocês?

Essas promessas são tangíveis e se fizermos a nossa parte, Deus fará a Dele. Eurealmente gosto destas palavras pronunciadas por Alma no dia em queentregou os registros sagrados a seu filho Helamã:

“Lembra-te, lembra-te, Helamã, meu filho. (…)

(…) Se guardares os mandamentos de Deus e fizeres com estas coisas que sãosagradas aquilo que te ordena o Senhor (…), eis que nenhum poder da Terra oudo inferno poderá tirá-las de ti, porque Deus é poderoso para cumprir todas assuas palavras.

Pois ele cumprirá todas as promessas que te fizer, pois cumpriu as promessasque fez a nossos pais” (Alma 37:13, 16, 17).

O cumprimento das promessas de Deus está sempre ligado à obediência às leisque lhes são inerentes. O Senhor disse: “Eu, o Senhor, estou obrigado quandofazeis o que eu digo; mas quando não o fazeis, não tendes promessa alguma”(D&C 82:10).

Por outro lado, essas promessas não garantem que tudo o que acontecerá emnossa vida estará de acordo com nossas expectativas e desejos. Em vez disso,as promessas de Deus garantem que o que acontecer conosco estará de acordocom a Sua vontade. Às vezes, surgem provações inesperadas que temos desuperar; as bênçãos prometidas às vezes demoram muito para chegar. Maschegará o tempo em que saberemos que essas provações e atrasos foram parao nosso bem e nosso progresso eterno. O que mais podemos pedir?

A maior coisa que se pode desejar na vida é alinhar a nossa vontade com avontade do Senhor, aceitando Sua programação para nossa vida. Ele conhecetodas as coisas desde o princípio, tem uma perspectiva que não temos e nosama com um amor infinito.

Permitam-me ilustrar esse princípio com uma experiência pessoal. Quandojovem, decidi preparar-me para o exame de admissão para as melhoresfaculdades de administração de empresa da França. Essa preparação, quedurou um ano, foi muito difícil e exigiu muito empenho pessoal a cada dia. Noinício do ano, decidi que por mais pesada que fosse a tarefa, nunca deixariameus estudos me impedirem de participar das reuniões de domingo ou departicipar de uma aula do instituto uma vez por semana. Até concordei emservir como secretário de minha ala de jovens adultos, o que representavavárias horas de trabalho toda semana. Estava confiante de que o Senhor iria

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reconhecer a minha fidelidade e me ajudar a conseguir meus objetivos.

No final do ano, quando os exames se aproximavam, senti que tinha feito omelhor que podia. Fiquei ainda mais fervoroso em minhas orações e meusjejuns. Quando fui fazer o exame da escola mais renomada, tinha plenaconfiança de que o Senhor iria atender a meus desejos. Infelizmente, as coisasaconteceram de um modo bem diferente do que eu esperava. O exame oral damatéria em que eu era mais forte foi um desastre — recebi uma nota que meimpediu de entrar naquela faculdade muito concorrida. Fiquei totalmentearrasado. Como o Senhor podia me abandonar quando eu tinha perseveradona minha fidelidade?

Quando fui fazer o exame oral para a segunda escola da minha lista, eu estavacheio de dúvidas e incertezas. Naquela escola, o exame de maior peso era umaentrevista de 45 minutos com um bancada de examinadores presidida peloreitor da faculdade. O início da entrevista foi normal (…) até que me fizeramuma pergunta aparentemente insignificante: “Sabemos que você estudou muitopara se preparar para este exame. Mas estamos interessados em saber quaissão suas atividades fora de seus estudos”. Senti o coração saltar no peito! Porum ano, eu só tinha feito duas coisas: estudar e ir à Igreja! Então eu sabia queaquele era um momento decisivo. Temia, no entanto, que os examinadoresinterpretassem negativamente o fato de eu ser membro da Igreja. Mas, em umsegundo, tomei a decisão de permanecer fiel aos meus princípios.

Eu disse: “Sou membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.Então, por 15 minutos ou mais, descrevi minhas atividades na Igreja: asreuniões de domingo, as classes do instituto, minhas responsabilidades comosecretário da ala.

Quando terminei, o reitor da faculdade disse: “Sabe, estou feliz que tenha ditoisso. Quando jovem, estudei nos Estados Unidos. Um dos meus melhoresamigos era mórmon. Era um rapaz extraordinário, alguém que tinha grandesqualidades humanas. Considero os mórmons pessoas muito boas”, disse ele.

Que alívio! Naquele dia, recebi uma das melhores notas possíveis, que mepermitiram entrar naquela escola com destaque.

Agradeci ao Senhor por Sua bondade. No entanto, na época, ainda nãoconseguia aceitar meu fracasso na escola mais renomada. Por muito tempo,guardei dentro de mim um sentimento de fracasso e até mesmo de injustiça.Levei vários anos para compreender a bênção milagrosa que tinha sido meufracasso em entrar na escola dos meus sonhos. Na segunda escola conhecipessoas importantes. Os benefícios de minha associação com eles tornou-seevidente ao longo de toda a minha carreira profissional, e eles ainda hoje são

Felipe Jeferson
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importantes na minha vida e na vida de minha família. Agora eu sei que, emminha juventude, o Senhor estava guiando meus passos com a presciência damissão que Ele me pediria que cumprisse mais tarde na minha vida.

Meus irmãos e irmãs, depois de terem feito tudo a seu alcance, se as coisas nãosaírem do jeito que vocês esperavam, estejam prontos para aceitar a vontadede seu Pai Celestial. Sabemos que Ele não vai nos infligir coisa alguma que, nofinal, não seja para o nosso bem. Escutem a serena voz que murmura emnossos ouvidos: “Toda carne está em minhas mãos; aquietai-vos e sabei que eusou Deus” (D&C 101:16).

Recentemente, vi um filme profundamente comovente que narra a história dascompanhias Willie e Martin de carrinhos de mão. Em maio de 1856, dois grupossucessivos de mais de mil santos deixaram a Inglaterra para imigrar para Utah.Quando chegaram, seis meses depois, ao vale do Lago Salgado, no final de suajornada perigosa, mais de 200 deles estavam faltando. A maioria havia morridode doença, exaustão ou fome ao longo do caminho que conduzia ao lugar quechamavam de “Sião”.

Um dos pioneiros retratados no filme me impressionou profundamente. Elealegrava a companhia com seu bom humor e entusiasmo. No entanto, não eraum representante muito típico da maioria dos pioneiros. Sendo um homempequeno e com severa deficiência física, era um milagre em si mesmo! Fiqueisabendo que aquele pioneiro valente era Robert Pierce, de Cheltenham, naInglaterra.

Um de seus companheiros de viagem o descreveu como “um dos pioresaleijados que eu já vi ser um viajante. Ele tinha os membros inferioresparalisados e o corpo muito deformado, mas era forte na fé. Era capaz demover-se com uma velocidade surpreendente com o uso de muletas”.11

Um dia, Robert Pierce tomou o caminho errado e perdeu a companhia de vista.Vários homens partiram para procurá-lo e finalmente o encontraram em umasituação muito desconfortável. Cito suas palavras:

“Para nosso horror, em torno de uma velha árvore vimos dois grandes loboscinzentos rondando e meia dúzia de águias pairando sobre a árvore esperandoque ele parasse seus gritos e gesticulações com suas muletas para quepudessem saltar sobre ele e devorá-lo na posição desconfortável em queestava, agachado sob as raízes da árvore. (…)

Chegamos a tempo de salvá-lo de seu destino iminente. Tiramo-lo dali e ocolocamos no carrinho que tinhamos levado, conduzindo-o de volta aoacampamento”.

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E agora, um vislumbre do caráter bem-humorado de Robert: “Como aquelepobre coitado nos implorou que o deixássemos caminhar, porque ele disse quehavia prometido, quando começamos a nossa viagem, que trilharia a pé todo ocaminho até Salt Lake City”.

Então, a parte triste da história: “No entanto, só o salvamos para que viajassemais alguns dias, pois no final do sexto dia de marcha, seus problemas nestemundo chegaram ao fim, e ele foi enterrado nas margens do rio Elkhorn”.12

A irmã Jolene Allphin, que compilou a história de Robert Pierce, disse a respeitodele: “É realmente notável que Robert Pierce já tivesse viajado quase milquilômetros em suas muletas antes de sucumbir às dificuldades da trilha. Odesejo de seu coração tinha sido o de reunir-se com os santos de Sião e não serum fardo para qualquer um de seus companheiros de viagem. (…) Robert nãoqueria esmolas nem qualquer tratamento especial”.13

Irmãos e irmãs, perguntei-me o seguinte: Por que Deus, que milagrosamentesalvara aquele homem tão fervoroso dos lobos e das águias, permitiu que elemorresse na beira da estrada apenas alguns dias mais tarde?

Havia uma grande serenidade em seu falecimento. No filme, ele diz, poucoantes do fim:

“Os missionários me disseram que sou importante e que um dia vou serexcelente! (…)

Eu sempre quis ter um corpo forte. Agora vou tê-lo. Quando chegarem a Sião,pensem em mim”.14

Com relação a Robert Pierce, penso nas palavras da epístola de Paulo aoshebreus:

“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-asde longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros eperegrinos na terra.

(…) Os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. (…)

Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial” (Hebreus 11:13, 14, 16).

No final, Robert Pierce percebeu que seu destino final era o reino dos céus, nãoo vale do Lago Salgado.

O mesmo se aplica a todos nós. As promessas do Senhor nos asseguram qual éo nosso destino final. O itinerário de cada um de nós vai variar de acordo com apresciência de Deus. Nossas circunstâncias podem mudar, acontecimentosinesperados podem ocorrer, desafios podem surgir, mas as promessas de Deus

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para nós nos são asseguradas por meio de nossa fidelidade.

A irmã Ann C. Pingree explicou maravilhosamente o que significa termos fé naspromessas do Senhor. Ela começou citando o Élder Bruce R. McConkie:

“‘A fé em sua forma plena e pura exige uma certeza inabalável (…) e a absolutaconfiança de que [Deus] ouvirá nossas súplicas e atenderá a nossos pedidos’,no Seu próprio tempo. Acreditando nisso, nós também poderemos estar ‘firmesna fé’ no presente e no futuro.”

E ela prosseguiu, dizendo:

“Não importa onde vivamos ou quais sejam nossas condições individuais. Nossavida justa pode demonstrar a cada dia a nossa fé em Jesus Cristo que enxergaalém dos sofrimentos mortais, desapontamentos e promessas por cumprir. Éuma coisa gloriosa possuir uma fé que nos permita aguardar aquele dia ‘emque receberemos de Deus as promessas.’” 15

Meus irmãos e irmãs, as circunstâncias da minha vida hoje são obviamente bemdiferentes do que eu havia planejado quando tinha a idade de vocês. Noentanto, não creio que já tenha estado tão feliz quanto agora. Se quando eutinha 20 anos, alguém tivesse me feito um relato da minha vida até o presente,acho que eu teria assinado sem qualquer hesitação na linha pontilhada!

Quero falar em nome de Valérie e eu. Quanto mais contemplo o curso de nossavida, mais eu acredito que o que fez a diferença é o fato de que em nossajuventude compartilhamos uma visão comum da vida eterna. Queríamoscomeçar uma família eterna. Sabíamos por que estávamos na Terra e quaiseram nossos objetivos eternos. Sabíamos que Deus nos amava e que tínhamosgrande valor a Seus olhos. Tínhamos toda a confiança de que Ele iria responderàs nossas orações à Sua maneira e no tempo que Ele considerasse bom. Nãosei se estávamos prontos para aceitar a Sua vontade em todas as coisas,porque isso era algo que tínhamos que aprender — e que continuamos aaprender. Mas queríamos fazer o melhor que podíamos para segui-Lo econsagrar-nos a Ele.

Testifico, com o Presidente Monson, que o seu “futuro é tão brilhante quantosua fé”. Sua felicidade depende muito mais dos princípios que vocês decidemseguir do que das circunstâncias externas de sua vida. Sejam fiéis a essesprincípios. Deus conhece vocês e os ama. Se viverem em harmonia com Seuplano eterno e se tiverem fé em Suas promessas, então o seu futuro vai brilhar!

Vocês têm sonhos e objetivos? Isso é bom! Trabalhem com todo o coração pararealizá-los. Depois, deixem o Senhor fazer o restante. Ele vai conduzi-los para

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onde vocês não podem ir sozinhos, Ele vai fazer de vocês o que vocês não

podem fazer por vocês mesmos.

Em todas as ocasiões, aceitem a Sua vontade. Estejam prontos para ir aonde Elepedir que vocês vão e a fazer o que Ele lhes pedir que façam. Tornem-se ohomem ou a mulher que Ele os está ajudando a se tornar.

Oro para que sintam o amor de nosso Pai Celestial em sua vida, para quesaibam como confiar em vocês mesmos, como Ele confia em vocês. Oro paraque sejam sempre fiéis, em todos os momentos e em todos os lugares.Expresso o meu amor por vocês e minha admiração e meu profundo respeitopelo exemplo e força que vocês são para o mundo inteiro.

Testifico que esta vida é um momento maravilhoso da eternidade. Estamosaqui com a meta gloriosa de preparar-nos para o encontro com Deus. Seu FilhoJesus Cristo vive, e Sua Expiação é um dom infinito de amor que abre a portapara uma felicidade eterna. A Igreja de Jesus Cristo existe de novo na Terra deuma forma perfeita, com um profeta de Deus à frente dela. É uma imensaalegria e privilégio pertencer a esta Igreja. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

© 2012 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Aprovação doinglês: 5/12. Aprovação da tradução: 5/12. Tradução de “We Are the Architectsof Our Own Happiness”. Portuguese. PD50039056 059

 

1. Ver Thomas S. Monson, “Bem-Vindos à Conferência”, A Liahona, nov. 2012, p.4.

 

2. Dieter F. Uchtdorf, “Remorsos e Decisões”, A Liahona, nov. 2012, p. 21.

 

3. Dieter F. Uchtdorf, “Não Te Esqueças de Mim”, A Liahona, nov. 2011, p. 120.

 

4. Ver Pindar (ca. 522–443 A.C.), Pyth. 2.72.

 

5.  L‘âge de raison ou Com amor… da idade da razão, dirigido por Yann Samuell(França, 2010), filme.

 

6. “Souviens-toi,” Cantiques (1993), no. 179.

 

7.  Discourses of Brigham Young, sel. John A. Widtsoe (1954), p. 269.

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Termos de Uso (Atualizado em 10/20/2009) Normas de Privacidade (Atualizado em3/18/2014)

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8.  O Rei Leão, dirigido por Rob Minkoff e Roger Allers (1994; Walt Disney StudiosHome Entertainment, 2011), DVD.

 

9. Thomas S. Monson, “Tenham Bom Ânimo”, A Liahona, mai. 2009, p. 89.

 

10.  Winston Churchill, citado em John Charmley, Churchill: The End of Glory, A

Political Biography (1993), p. 20.

 

11. John William Southwell, citado em Jolene S. Allphin, Tell My Story, Too, 8 ed.(2012), p. 287.

 

12. Southwell, em Tell My Story, Too, p. 287.

 

13. Allphin, Tell My Story, Too, p. 288.

 

14.  17 Miracles, dirigido por T.  C. Christensen (2011; EXCEL Entertainment eRemember Films, 2011), DVD.

 

15. Anne C. Pingree, “Ver as Promessas Distantes”, A Liahona, nov. 2003, p. 13.