PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na...

75
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE CAMPUS ARACAJU DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO COORDENADORIA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL ANTONIO PEREIRA MATIAS NETO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E APLICAÇÕES PARA UMA UNIDADE UNIFAMILIAR MONOGRAFIA ARACAJU 2017

Transcript of PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na...

Page 1: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE

CAMPUS ARACAJU

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO

COORDENADORIA DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ANTONIO PEREIRA MATIAS NETO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E

APLICAÇÕES PARA UMA UNIDADE UNIFAMILIAR

MONOGRAFIA

ARACAJU

2017

Page 2: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

ANTONIO PEREIRA MATIAS NETO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E

APLICAÇÕES PARA UMA UNIDADE UNIFAMILIAR

Monografia apresentada como requisito parcial

à obtenção do título de Bacharel em Engenharia

Civil, da Coordenação do Curso de Engenharia

Civil, do Instituto Federal de Sergipe – Campus

Aracaju.

Orientador: Prof. Dr. José Resende Góes

ARACAJU

2017

Page 3: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE

CAMPUS ARACAJU

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Monografia Nº 52

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E APLICAÇÕES PARA

UMA UNIDADE UNIFAMILIAR

ANTONIO PEREIRA MATIAS NETO

Esta monografia foi apresentada às 08:00 horas do dia 31 de janeiro de 2017 como

requisito parcial para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL.

O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores

abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho

aprovado.

Profª. Drª Carla Cristina Nascimento Santos Pereira

Profª. Msc. Adriana Virginia Santana Melo

(IFS – Campus Aracaju) (IFS – Campus Aracaju)

Prof. Dr. José Resende Goes

(IFS – Campus Aracaju) Orientador

Prof. Msc. Rodolfo Santos da Conceição

(IFS – Campus Aracaju)

Coordenador da COEC

Page 4: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

Dedico este trabalho a minha mãe, Maria do Socorro. Por ter se mantido firme diante de todas as dificuldades

E ser meu maior exemplo de força e resistência.

Page 5: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

AGRADECIMENTOS

Por ter colocado cada uma destas pessoas no meu caminho e por todas as

minhas conquistas, eu agradeço primeiramente à Deus.

Aos meus pais, eu agradeço por toda a dedicação investida em mim. Agradeço

especialmente a minha mãe Socorro Matias, que com sua força tem segurado todas

as estruturas da nossa família, nos colocando sempre à frente de si mesma. Ao meu

pai Bel, agradeço suas valiosas lições, cujo valor de cada uma delas hoje reconheço

atribuindo a elas todas as minhas conquistas.

Ao meu irmão e amigo Hugo, por todo o seu companheirismo e amor fraternal

dedicado ao longo destes anos de convivência.

Ao meu grande amigo e sócio Sérgio Guimarães, com o qual eu tenho a honra

de dividir o mesmo sonho e posso contar com suas energias e sabedorias, a fim de

alcançarmos o sucesso na MAGUI Consultores.

A minha namorada Stephany, por todo o bem que tem me feito durante nosso

tempo de convivência e por toda a sua dedicação em me fazer feliz.

A minha família paterna e materna deixo meu obrigado a todos os meus tios e

tias, primos e primas. Como representante dos meus agradecimentos ao lado materno

da família, agradeço à tia Márcia por ter me acolhido no início de minha jornada pós-

ensino médio.

À família de meu pai, agradeço à todos os meus tios e tias, pois sei que onde

eu estiver eles estarão torcendo por mim, agradeço a todos representando-os no

nome de meu tio Dedé, pois sua promessa a Nossa Sra. da Penha foi o marco para a

minha aprovação no vestibular e início de minha jornada na universidade.

A minha avó, agradeço por todo o seu exemplo de amor ao próximo e sua

paciência infinita. Ao meu avô, agradeço todo o seu amor e sua postura como

empresário que hoje moldam as minhas ambições de empreender e alcançar o

sucesso.

Agradeço ao meu grande mestre Prof. Dr. José Resende Goes, por toda sua

dedicação e seu envolvimento com meus trabalhos e todos os ensinamentos sobre a

Page 6: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

vida na construção civil. Que sua contribuição profissional seja estendida por muitos

e muitos anos no curso de engenharia civil.

À Coordenação do Curso, pela cooperação, na qual agradeço a todos os

docentes do Instituto Federal de Sergipe em nome do Prof. Msc. Rodolfo.

Aos meus colegas de turma e de profissão com os quais tive o privilégio de

trabalhar e aprender muito.

Aos amigos da MRV engenharia, da N&A Consultores e da Construtora EMPE,

agradeço a todos os engenheiros, estagiários, mestres de obras, pedreiros,

carpinteiros, armadores, eletricistas e serventes.

Certamente estes parágrafos não foram insuficientes para englobar todas as

pessoas que fizeram parte dessa importante fase de minha vida. Assim sendo, peço

desculpas àquelas que não foram citadas neles, mas elas podem estar certas que

fazem parte do meu pensamento e da minha gratidão.

Page 7: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

O planejamento não diz respeito a decisões futuras, Mas sim às aplicações futuras das decisões presentes.

(Drucker, 1962, p. 131)

Page 8: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

RESUMO MATIAS NETO, Antonio Pereira. Planejamento e Controle de Obras: Técnicas e Aplicações para uma Unidade Unifamiliar. 74. Monografia (Bacharelado em Engenharia Civil) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju. 2017. A principal causa do baixo desempenho de empreendimentos de construção civil está associada a deficiências de planejamento e controle. No Brasil, muitas obras ainda são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento. O objetivo deste trabalho é apresentar as principais ferramentas de planejamento e controle de obra e seus benefícios em prol da qualidade, consequentemente racionalização e eficiência do processo. São apresentados os conceitos de planejamento e das técnicas de programação, assim como também seus principais instrumentos de gestão de tempo e recursos utilizados em empreendimentos de construção civil. As técnicas abordadas foram aplicadas à sub-etapa de um projeto de edificação unifamiliar, gerando informações a partir do uso de cada uma delas. Com base na revisão bibliográfica e o estudo de caso, constatou-se que as ferramentas de planejamento precisam ser aplicadas, controladas e reavaliadas constantemente para se obter melhores resultados nos processos e aumento da qualidade do projeto. Palavras-chave: Planejamento. Construção Civil. Rede PERT-CPM. Aplicação.

Page 9: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

ABSTRACT

MATIAS NETO, Antonio Pereira. Work Planning and Control: Techniques and applications for an single-family dwelling. 74. Monograph (Bachelor of Civil Engineering) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju. 2017.

The main cause of the low performance in civil construction businesses is related to weaknesses at the planning and control. In Brazil, a lot of civil works are made based on the knowledge of construction workers without the application of the suitable techniques of management of the works. The intention of this study is present the main tools of planning and control of the works intended to achieve more quality and consequently more efficiency on the process. There will be present the concepts of planning and programming techniques, as well as their main instruments, time management and resources used in the civil construction businesses. The addressed techniques were applied to a sub-step of a unifamiliar building project, generating informations stem from the use of each one. Based on literature review and case study, it was observed that the planning tools should be applied, controlled and reevaluated constantly in order to obtain better results in the processes and increase the quality of the project.

Keywords: Planning. Construction. PERT-CPM Network. Application.

Page 10: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Apresentação dos níveis de planejamento e algumas de suas áreas de atuação ..................................................................................................................... 18

Figura 2.2 – Esquema do processo de operacionalização do modelo. ..................... 24

Figura 4.1 – Representação de uma rede feita pelo método ADM ............................ 43

Figura 4.2 – diagrama construído com o uso de uma atividade fantasma. ............... 44

Figura 4.3 – Representação de uma rede feita pelo método PDM e sua tabela de atividades .................................................................................................................. 44

Figura 5.1 – Planta de Localização do terreno. ......................................................... 49

Figura 5.2 – Fachada Noroeste ................................................................................. 50

Figura 5.3 - Fachada Sudoeste ................................................................................. 50

Figura 5.4 – Diagrama de rede pelo método PDM .................................................... 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 – Planilha Orçamentária ETAPA / SUB-ETAPA ...................................... 55

Tabela 5.2 – Ordenação financeira das sub-etapas nas Classes A, B e C .............. 57

Tabela 5.3 – Orçamento do item 2.1 (Sapatas) ........................................................ 60

Tabela 5.4 – Tabela para elaboração de diagrama de rede PERT-COM ................. 61

Page 11: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3.1 – Cronograma físico financeiro ............................................................... 28

Gráfico 3.2 – Histograma, de mão de obra ................................................................29

Gráfico 3.3 – Curva S de acompanhamento físico, ao longo do tempo em semanas ....................................................................................................................................31

Gráfico 3.4 – Curva ABC de insumos ........................................................................33

Gráfico 3.5 – Linhas de balanços .............................................................................. 35

Gráfico 4.1 – Exemplo de um histograma de recursos humanos de uma obra ........ 41

Gráfico 5.1 – Curva ABC financeira das sub-etapas da obra ....................................58

Gráfico 5.2 – Cronograma físico financeiro para as datas mais cedo ....................... 64

Gráfico 5.3 – Cronograma físico financeiro para as datas mais tarde ...................... 65

Gráfico 5.4 – Curvas S para as datas mais cedo e mais tarde ................................. 66

Gráfico 5.5 – Histograma de serventes para as datas mais cedo .............................67

Gráfico 5.6 – Histograma de serventes para as datas mais tarde ............................ 67

Gráfico 5.7 – Histograma após o nivelamento .......................................................... 68

LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1 – Ordenação financeira de insumos nas Classes A, B e C .................... 33

Quadro 5.1 – Resumo da EAP da obra ..................................................................... 54

Quadro 5.2 – Estrutura Analítica da Sub-Etapa de Sapatas ..................................... 59

Page 12: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

LISTA DE SIGLAS

EAP Estrutura Analítica de Projeto

CPM Critical Path Method

PDI Primeira Data de Início

PDT Primeira Data de Término

UDI Última Data de Início

UDT Última Data de Término

TD Tempo Disponível

FT Folga Total

CC Caminho Crítico

ADM Arrow Diagramming Method

PDM Precedence Diagramming Method

II Início Início

TI Término Início

TT Término Término

IT Início Término

BDI Benefícios e Despesas Indiretas

LISTA DE ACRÔNIMOS

PERT Program Evaluation and Review Technique

ASAP As Soon As Possible

ALAP As Late As Possible

ORSE Orçamento de Obras de Sergipe

CEHOP Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas de Sergipe

Page 13: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................... 15

1.1.1 Geral ...............................................................................................................15

1.1.2 Específicos ..................................................................................................... 15

1.2 METODOLOGIA ............................................................................................. 15

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 16

2 O PLANEJAMENTO DE OBRAS .................................................................. 17

2.1 TIPOS DE PLANEJAMENTO E RESPECTIVOS NÍVEIS DE DECISÕES ..... 18

2.1.1 Planejamento Estratégico ............................................................................... 19

2.1.2 Planejamento Tático ....................................................................................... 19

2.1.3 Planejamento Operacional .............................................................................. 20

2.2 TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO DE OBRAS ............................................... 21

2.2.1 Modelo ............................................................................................................ 22

2.2.2 Simulação ....................................................................................................... 23

3 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE APOIO À PROGRAMAÇÃO ................. 25

3.1 ESTRTURA ANÁLITICA DE PROJETO ......................................................... 25

3.2 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO ......................................................... 26

3.3 HISTOGRAMA ................................................................................................ 29

3.4 CURVA “S” ..................................................................................................... 30

3.5 CURVA “ABC” ................................................................................................ 31

3.6 LINHAS DE BALANÇO ................................................................................... 34

4 TÉCNICAS PARA PROGRAMAÇÃO DE TEMPO E RECURSOS ................ 36

4.1 TÉCNICAS DE REDES .................................................................................. 36

4.1.1 Conceitos Diversos (Atividades, Datas de início e término, Folgas, entre outros.)

38

4.1.2 A Rede para as Datas Mais Cedo e Mais Tarde. ............................................ 39

Page 14: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

4.1.3 Caminho Crítico .............................................................................................. 40

4.1.4 Nivelamento de Recursos ............................................................................... 40

4.2 MÉTODOS PARA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................... 42

4.2.1 Método do Diagrama de Flechas .................................................................... 42

4.2.2 Método do Diagrama de Precedência............................................................. 44

4.3 O USO DA INFORMÁTICA NO PLANEJAMENTO DE OBRAS ..................... 46

4.3.1 O Software Microsoft Project (MS Project) ..................................................... 46

5 ESTUDO DE CASO........................................................................................ 48

5.1 CARACATERISTICAS DA OBRA ................................................................... 48

5.2 CARACTERISTICAS DOS PROJETOS ......................................................... 50

5.2.1 Empresas Projetistas ...................................................................................... 50

5.2.2 Projeto Arquitetônico....................................................................................... 51

5.2.3 Projeto Estrutural ............................................................................................ 51

5.2.4 Projeto Elétrico ............................................................................................... 52

5.2.5 Projetos Hidrossanitários ................................................................................ 52

5.3 APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO .................................... 52

5.3.1 Estrutura Analítica de Projeto ......................................................................... 59

5.3.2 Orçamento ...................................................................................................... 59

5.3.3 Rede PERT-CPM ........................................................................................... 60

5.3.4 Cronogramas Físico-Financeiro ...................................................................... 63

5.3.5 Curvas “S” ....................................................................................................... 66

5.3.6 Histogramas de Mão de obra .......................................................................... 66

6 CONCLUSÕES .............................................................................................. 69

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................. 70

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71

Page 15: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

14

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil no Brasil, no final do ano de 2014, iniciou um

processo decadente em relação aos lucros das construtoras, caracterizando o início

de uma crise sem precedentes. Desde então a construção civil vem sendo desafiada

a trabalhar com mais eficiência e eficácia, de forma que possa colher os melhores

resultados dos seus investimentos (AMORIM, 2015).

O baixo desempenho dos empreendimentos, segundo Carvalho Filho (2009),

tem como principal causa deficiências no planejamento. Essa ferramenta é muito

importante para o sucesso dos projetos, porém, não tem sido praticada da maneira

correta de modo que sejam atendidas suas funções potenciais.

Conforme Costa (2016), um grande número de obras de construção civil são

tocadas com base na experiência, através de controles informais realizados por

mestres de obras e encarregados, que variam muito de um profissional para outro.

À margem de uma norma de desempenho rigorosa e clientes mais exigentes,

é preciso que a gestão de um projeto seja realizada de forma plena, englobando

recursos materiais, humanos e equipamentos, de forma a obter os melhores

resultados na conclusão do projeto (obra construída), dentro dos parâmetros de risco,

qualidade, prazo e custo preestabelecidos.

Para Almeida (2009, p.18), “Gerenciar um projeto significa, resumidamente,

planejar sua execução antes de iniciá-lo, e então, acompanhar sua execução”. Com

base neste mesmo autor, um planejamento deve conter as metas e o roteiro de

execução fixados, assim como o estabelecimento dos recursos e custos necessários

em cada uma das etapas.

Mattos (2010) fala que planejar uma obra fornece ao gestor um alto nível de

conhecimento sobre o empreendimento, podendo assim obter mais eficiência na

condução do projeto. Dentre esses, o autor ainda cita o conhecimento pleno da obra,

a detecção de situações desfavoráveis, agilidade nas decisões, otimização na

alocação de recursos, referências para as metas, criação de dados e informações,

entre outros.

Quanto aos ganhos obtidos com as informações geradas pelo planejamento,

destacam-se os ganhos de produtividade e racionalidade das decisões, aumento da

clareza dos objetivos, da visibilidade das informações e a percepção dos efeitos das

ações a serem desenvolvidos (VALLE et al., 2010).

Page 16: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

15

A não existência de um monitoramento nos processos construtivos, a ausência

de um gerenciamento, entre outras falhas de gestão, são notadas nas obras como

principais contribuintes no aumento dos desperdícios dos insumos e dos atrasos nas

etapas construtivas, ocasionando altas nos custos imobiliários e aumento dos riscos

do empreendimento (OLIVEIRA, et al., 2016).

Sendo assim, o planejamento é uma ferramenta indispensável tanto nos

grandes como nos pequenos projetos. Sua presença, portanto, pode ser fundamental

na obtenção do sucesso do empreendimento, ou diante das informações, pode-se

optar por abortar o projeto sem que tenha ocorrido nenhuma perda significativa de

dinheiro ou energia.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Geral

Apresentar as principais ferramentas de planejamento e controle de obra e sua

importância na melhoria da qualidade com a consequente racionalização e eficiência

do processo.

1.1.2 Específicos

● Demonstrar a importância de um planejamento de obras, seus principais

tipos e níveis de decisões.

● Apresentar os principais instrumentos de apoio à programação de obras e

respectivas técnicas de tempo e recursos;

● Aplicar técnicas de planejamento em uma obra de um empreendimento de

uma unidade unifamiliar.

1.2 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizado um embasamento por meio

de pesquisa bibliográfica caracterizada por livros e trabalhos acadêmicos assim como

materiais de estudo disponíveis na internet relacionados à importância da gestão e

Page 17: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

16

planejamento de projetos. Em seguida foi feito um estudo de caso de uma unidade

unifamiliar com a aplicação das técnicas estudadas, aplicando-as em uma obra, em

especial a uma sub-etapa de um projeto de unidade unifamiliar, a fim de apresentar

as informações geradas por cada uma destas ferramentas.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está organizado da seguinte maneira:

O primeiro capítulo trata da introdução. Nele são apresentados o cenário atual

da construção civil sob o ponto de vista de gestão de obras, a importância do trabalho,

os objetivos gerais ou específicos e a metodologia utilizada.

No segundo capítulo, é exibido o conceito de planejamento de obras, assim

como seus tipos e níveis de decisão, sendo esses os níveis Estratégico, Tático e

Operacional. Nesse capítulo também são mostrados as técnicas de programação.

O terceiro capítulo traz os principais instrumentos de apoio à programação, no

qual são apresentadas as ferramentas: Estrutura Analítica de Projeto, o Cronograma

Físico-Financeiro, Histograma, Curva “S”, Curva “ABC” e a Linhas de Balanço.

O quarto capítulo trata das técnicas para a programação de tempo e recursos,

onde são mostrados os conceitos das técnicas de rede, apresentação da rede para

as datas mais cedo e mais tarde, conceito de caminho crítico e nivelamento de

recursos. Nesse capítulo também são mostrados os métodos para a representação

gráfica das redes e os conceitos do Método de Diagrama de Flechas (ADM) e do

Método do Diagrama de Precedências (PDM). Por fim, é apresentada uma ferramenta

computacional Microsoft Project (MS Project) que pode ajudar o gerente de projeto

reduzindo parte do trabalho massivo de se planejar.

No quinto capítulo são apresentadas as técnicas abordadas na revisão

bibliográfica, simulando a execução do planejamento para a construção de uma

edificação unifamiliar real.

No sexto capítulo é dada a conclusão dos objetivos propostos baseada na

revisão bibliográfica e nas demonstrações realizadas no capítulo 5, ênfatizando os

benefícios que podem ser alcançados com a aplicação das técnicas de planejamento

discutidas. No sétimo capítulo são dadas algumas sugestões para trabalhos futuros.

Page 18: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

17

2 O PLANEJAMENTO DE OBRAS

O planejamento é um processo que se constitui a partir da determinação de

objetivos, discussão de expectativas das ocorrências e situações previstas,

transmissão de informações e divulgação de resultados pretendidos, entre unidades

de trabalho, entre departamentos de uma empresa, entre empresas e pessoas

(LIMMER, 2010).

Segundo Chiavenato (2003), planejar significa compreender a missão

organizacional e definir os objetivos a serem alcançados, assim como traçar os meios

necessários para que os objetivos sejam atingidos com o máximo de eficiência e

eficácia.

Para Oliveira (2007), o planejamento é um método, que possibilita de forma

eficiente o alcance de uma atividade futura almejada, utilizando os esforços e recursos

da melhor maneira possível.

O planejamento tem como objetivo simular as atividades, antes de sua

execução, baseado no quadro de condicionantes internos e externos à empresa,

proporcionando o máximo de ganhos possíveis nos custos de execução (GEHBAUER

et al., 2002).

González (2008), traz o planejamento para o setor da construção e mostra que

ele representa o sistema para execução, contendo o orçamento e a programação da

obra. Associa-se inicialmente ao custo e posteriormente a distribuição das atividades

ao longo do tempo.

Segundo Vargas et al., (1996), o planejamento de obras de engenharia gera

uma previsão das atividades a serem realizadas, seu roteiro de execução, os recursos

necessários, os custos estimados, as durações, entre outros elementos importantes

para a execução e acompanhamento da obra.

Na construção civil o planejamento tem caráter dinâmico, trabalhando com

informações e diretrizes e definindo políticas e estratégias. Associa-se o planejamento

adequado à boa qualidade, produtividade e racionalização dos processos (SANTOS

e MOCCELIN, 1999).

Rozenfeld et al., (2006), resume que o planejamento do projeto deve

empreender, da melhor forma possível, a integração das atividades e recursos para

Page 19: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

18

que o empreendimento seja conduzido com menor número de erros.

2.1 TIPOS DE PLANEJAMENTO E RESPECTIVOS NÍVEIS DE DECISÕES

O planejamento possui três níveis de classificação, o Estratégico, o Tático e o

Operacional, cada um destes níveis está associado a um estágio do processo de

tomada de decisões assim como também aos níveis das informações

correspondentes a suas entidades envolvidas no processo de planejamento.

Segundo Santos (2010), é fundamental que o gerente conheça os níveis de

planejamento e suas áreas de atuação que podem ser de curto, médio e longo prazo,

além de envolver setores da empresa, desde divisões ou departamentos até a

empresa como um todo.

Conforme pode ser visto, a Figura 2.1 apresenta de forma simplificada os níveis

de planejamento e algumas de suas áreas de atuação.

Figura 2.1 – Apresentação dos níveis de planejamento e algumas de suas áreas de atuação

Fonte: Paula (2015)

Page 20: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

19

2.1.1 Planejamento Estratégico

Na fase de planejamento estratégico, são consideradas as estratégias de

mercado da empresa e também as tecnológicas (ROZENFELD et al., 2006).

Oliveira (2007), conceitua planejamento estratégico como sendo o processo

que fornece a sequência do melhor caminho a ser seguido, sempre alinhado a um alto

nível de interação com fatores incontroláveis, de forma inovadora e diferenciada.

O planejamento estratégico fica geralmente sob responsabilidade dos mais

altos níveis da empresa e corresponde tanto a formulação de objetivos quanto a

seleção dos cursos de ações a serem tomadas para sua consecução, considerando

as condições externas e internas da empresa e seu desenvolvimento esperado.

Considera também a premissa básica de que a empresa como um todo precisa

respeita-lo para que o processo estratégico tenha coerência e sustentação decisória

(OLIVEIRA, 2007).

Assumpção (1990), resume dizendo que o planejamento estratégico subsidia

decisões que afetam diretamente a Empresa. Miranda e Ribeiro (2011), colocam como

objetivo do planejamento estratégico a elaboração de procedimentos de atuação de

acordo com os objetivos da empresa de médio e longo prazo.

Segundo Chiavenato (2003), o planejamento estratégico pode ser desdobrado

em vários planejamentos táticos, que por sua vez precisam ser organizados e

trabalhados de forma que contribuam no alcance dos objetivos no planejamento

estratégico.

2.1.2 Planejamento Tático

De acordo com Chiavenato (2003, p 234), “Tática é um esquema específico de

emprego de recursos dentro de uma estratégia”. O planejamento tático fornece

decisões para escolha de alternativa e formas da implementação (ASSUMPÇÃO,

1990).

Diferentemente do planejamento estratégico que engloba a empresa de forma

geral, o planejamento tático tem seu foco nos objetivos de médio prazo, e em ações

e estratégias, que afetem apenas setores específicos da empresa, de forma que a

Page 21: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

20

utilização dos recursos disponíveis da forma mais eficiente possível, contribua no

alcance dos objetivos préfixados no planejamento estratégico (SANTOS, 2010).

Este planejamento é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários,

tendo como principal resultado a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a

obtenção dos objetivos prédeterminados, segundo uma estratégia anteriormente

fixada, bem como as políticas guias para o processo decisório da empresa

(OLIVEIRA, 2007).

Segundo Santos (2010), este nível de planejamento tem um grau de incertezas

menor, devido a sua abrangência ser mais restrita, desta forma apresenta uma

possibilidade maior de ser revisado.

2.1.3 Planejamento Operacional

O Planejamento Operacional é normalmente designado aos níveis mais baixos

da hierarquia empresarial, com seu foco direcionado principalmente a atividades

diárias, e corresponde a formalização, desenvolvimento e implementação de

atividades já estabelecidas, fornecendo condições adequadas à sua execução.

Segundo Assumpção (1990), o Planejamento Operacional contribui com

decisões que envolvam estratégias da produção: prazos, custos e manipulação dos

recursos. O Planejamento Operacional engloba as funções do:

a) Sistema de programação - que estabelece as diretrizes de produção que a

obra deve seguir, tais como; cronogramas, materiais, mão da obra,

equipamento, entre outros;

b) Sistema de controle - que é responsável pela aferição a acompanhamento

do andamento da obra, com o objetivo de detectar eventuais desvios na

programação, através da uma reprogramação, definir novas diretrizes da

produção.

Santos et al., (2002), destacam que os gerentes da camada operacional estão

basicamente preocupados com a supervisão dos empregados do setor de produção

e com o controle de atividades de rotina. Os administradores operacionais têm como

principais preocupações a eficiência e a qualidade dos serviços executados.

Page 22: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

21

O planejamento operacional pode ser tido como a formalização das

metodologias de desenvolvimento e implantações estabelecidas, por meio de

documentação escrita (OLIVEIRA, 2007).

Cada planejamento operacional tem que conter, segundo Oliveira (2007), os

seguintes detalhes:

● Os recursos necessários para o seu desenvolvimento e implantação;

● Os procedimentos básicos a serem adotados;

● Os resultados finais esperados;

● Os prazos estabelecidos; e

● Os responsáveis por sua execução e implantação.

O Planejamento Operacional é normalmente elaborado pelos níveis

organizacionais inferiores, com foco básico nas atividades do dia a dia.

A aplicação na qual este projeto se concentrará está no nível operacional, que

segundo Mendes Junior (1999), envolve as decisões tomadas para atender o trabalho

diário no canteiro de obra e destina-se a liberar ações de rotina de produção.

Dentro deste nível são considerados itens diretamente relacionados a

construção civil, tais como, análise dos procedimentos executivos das etapas do

projeto, análise da produtividade da mão de obra, sequenciamento de atividades,

análise dos caminhos críticos, simulação dos prazos e custos, entre outros.

Quanto aos conhecimentos necessários à um gerente de projetos, destacam-

se as técnicas de programação de obras, que fornecem ferramentas usuais em todos

os níveis de planejamento.

2.2 TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO DE OBRAS

As técnicas de programação têm como função principal a criação de modelos

que possibilitem simular os cenários das muitas etapas do empreendimento, podendo

gerar as diversas possibilidades do comportamento deste empreendimento em

relação a demanda de recursos, custos e prazos. Para análise destas técnicas utiliza-

se os conceitos básicos de Modelo e simulação (ASSUMPÇÃO, 1990).

Page 23: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

22

2.2.1 Modelo

Conforme Assumpção (1990), Modelo é a representação de uma situação real,

onde dele pode ser analisado o comportamento desta situação como se a mesma

estivesse de fato ocorrendo. A situação real pode ser representada tanto por um

elemento físico como por um processo.

O modelo físico, pode variar de um protótipo do elemento real à uma imitação.

Estimativas de custos, prazos e recursos podem ser geradas a partir destes modelos.

Através dele, pode-se analisar o processo construtivo e desenvolver soluções de

problemas técnicos e executivos (ASSUMPÇÃO, 1990).

O modelo fornece uma visão do processo de desenvolvimento. Tornando –se

um roteiro único, uma espécie de um mapa que serve de base às decisões. A

modelagem auxilia a equipe de obra, descrever os resultados em um nível abstrato,

possibilitando a obtenção da estrutura do produto sem que haja a restrição do espaço

quanto às soluções específicas. Os modelos funcionais permitem a representação do

produto por meio de suas funcionalidades (ROZENFELD et al., 2006).

Um modelo conceitual é gerado ao se representar um modelo como um

processo, capaz de fazer abstrações da realidade, podendo ser representado de

várias formas tipo gráficos, formulações matemáticas ou regras interpretativas.

Através de Modelos físicos podem ser elaboradas as mesmas previsões. Como

exemplo de modelos conceituais, temos os modelos de redes, fluxogramas e modelos

matemáticos, que nos apresentam estimativas nas formas de orçamentos,

cronogramas, histogramas, entre outros. (ASSUMPÇÃO, 1990).

Assumpção (1990), esclarece que, em programação de obras é utilizado com

maior frequência os modelos conceituais, por serem mais econômicos, e por

permitirem estabelecer um elevado número de variáveis e situações a serem

representadas pelos modelos.

A construção de um modelo pode contribuir na resolução de um problema num

sistema, pois para cada característica de um problema particular pode ser criado um

modelo, e através dele estimar o comportamento futuro para este sistema. O ato de

trabalhar o modelo colocando-o em diferentes situações a fim de verificar seu

comportamento dá-se o nome de simulação.

Page 24: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

23

2.2.2 Simulação

Segundo Freitas Filho (2008), simulação consiste da utilização de técnicas

matemáticas através de computadores, as quais possibilitam que o funcionamento de

qualquer tipo de operação seja reproduzido de forma semelhante a vida real.

Stamm (1998) define simulação como o processo de construção de um modelo

que representa o sistema real, e da condução de experimentos neste modelo com o

propósito de entender o comportamento do sistema e/ou avaliar várias estratégias

para a operação do sistema.

A Simulação é a reprodução do funcionamento de um sistema com o auxílio de

um modelo, o que nos permite testar algumas hipóteses sobre o valor das variáveis

controladas (ARAÚJO e SOUZA, 2010).

A simulação de modelos, fornece a possibilidade de o analista encontrar

solução para a pergunta “O que aconteceria se? ”, para diferentes sistemas. O uso de

simuladores, fornece aos analistas considerarem níveis de detalhamento jamais

imaginados, permitindo que pequenos detalhes possam ser notados (FREITAS

FILHO, 2008).

Dentre as vantagens da simulação, Freitas Filho (2008), menciona as

seguintes: reutilização de um modelo já criado, facilidade de aplicação da simulação

em relação aos métodos analíticos e podem ser testados também hipóteses relativas

aos acontecimentos de certos fenômenos.

Reeb e Leavengood (2003) falam que a simulação é uma poderosa ferramenta

analítica para projetar ou experimentar sistemas complexos. Tratando-se de sistemas

reais, faz-se a distinção entre o sistema real (existente ou planejado) e o modelo de

simulação do sistema real. A simulação é uma ferramenta importante quando o risco

envolvido com a modelagem é baixo em comparação com tentativa e erro com o

sistema real.

A operação do modelo é representada pela simulação, quanto mais rápidos e

maiores forem as possibilidades dos processos de simulação, maior será a eficácia

da programação, devido as chances de, baseado nas variações do cenário inicial

geram-se várias alternativas para análise de decisão em um curto período de tempo

Page 25: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

24

(ASSUMPÇÃO, 1990). A seguir tempos o Fluxograma 2.1, representando o

sequenciamento do processo de modelagem e simulação baseado no mesmo autor.

Figura 2.2 – Esquema do processo de operacionalização do modelo.

Fonte: Assumpção (1990), adaptado.

Desta forma, as expectativas sobre a duração de uma obra podem ser geradas

com base em um modelo, diante de diferentes possibilidades quanto ao prazo da obra.

Um único modelo pode gerar inúmeras alternativas de comportamento, isto pode

variar com base nas hipóteses iniciais estabelecidas para a análise. Segundo

Assumpção (1990) a capacidade de simulação da técnica de programação é

sintetizada pela pergunta: "O que acontece com os resultados se forem alterados

determinados parâmetros estabelecidos inicialmente para análise?".

A possibilidade de simulação, permite que, sempre que durante a execução da

obra, ocorrerem desvios de programação, o processo de simulação possa ser

acionado, e assim gerar novas informação sobre a programação, estas informações

são geradas pelos instrumentos que serão apresentados no próximo capítulo.

•Processos de trabalho

•Preços de insumos

•Equipes/Produtividade

•Outras variáveis

HIPOTESE OU CENÁRIO INICIAL

MODELO

•Programação de :

•Custos

•Prazos

•Recursos

RESULTADOS

Page 26: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

25

3 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE APOIO À PROGRAMAÇÃO

Neste capitulo serão apresentados os instrumentos de apoio à programação,

estes têm como função, facilitar, através da sistematização, o conhecimento de todas

as atividades que integram o projeto, em função do tipo e da quantidade de um

serviço, a produtividade da mão de obra, assim como os tipos e quantidades de

materiais equipamentos e outros recursos necessários (LIMMER, 2010).

Conforme Limmer (2010), o planejamento e controle exigem o conhecimento

de projeto, da forma mais detalhada possível, o que só pode ser alcançado através

de análises dos elementos que o compõe, sendo esta a primeira etapa para a

elaboração de um bom planejamento.

3.1 ESTRTURA ANÁLITICA DE PROJETO

A Estrutura Analítica de Projeto (EAP) é uma decomposição ordenada do

escopo total das atividades a serem realizadas pela equipe de projeto, de forma a

alcançar os objetivos do projeto e proporcionar as entregas requeridas. A EAP

organiza e define o escopo total do projeto e representa o trabalho especificado na

atual declaração do escopo do projeto aprovada. Criar a EAP é o processo de

subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais

facilmente gerenciáveis. O principal benefício desse processo é o fornecimento de

uma visão estruturada do que deve ser entregue (PMBOK, 2013).

Para Limmer (2010), a EAP é uma divisão natural do projeto, de caráter

essencialmente prático, que se realiza levando-se em conta os produtos finais: bens

de consumo, máquinas, equipamentos, informações, serviços, entre outros e as suas

divisões funcionais, isto é, as funções e operações suscetíveis de controle em que ele

se divide. E resume dizendo que a Estrutura Analítica de Projeto nada mais é do que

uma síntese estrutural do projeto.

A EAP, é uma das ferramentas mais importantes para um gerente de projetos,

pois facilita o entendimento do projeto como um todo, de maneira mais detalhada, pois

divide o projeto em tamanhos mais adequados (LIMMER, 2010).

Sendo assim pode-se concluir que a EAP é a subdivisão da obra em partes

Page 27: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

26

menores. Por meio do desmembramento progressivo do escopo da obra como um

todo em unidades menores e mais simples de manejar. Os grandes blocos são

sucessivamente esmiuçados, destrinchados na forma de pacotes de trabalho

menores, até que cheguem a um nível de detalhe que facilite o planejamento no

tocante à estipulação da duração da atividade, aos recursos requeridos e a atribuição

de responsáveis (MATTOS, 2010).

Mattos (2010) resume que EAP é a estrutura hierarquizada gerada pela

decomposição do geral. O autor ainda cita alguns dos benefícios que a criação da

EAP traz para o projeto:

● Ordena o pensamento e cria uma matriz de trabalho lógica e organizada;

● Individualiza as atividades que serão as unidades de elaboração do

cronograma;

● Permite o agrupamento das atividades em famílias correlatadas;

● Facilita o entendimento das atividades consideradas e do raciocínio utilizado

na decomposição dos pacotes de trabalho;

● Facilita a verificação final por outras pessoas;

● Facilita a localização de uma atividade dentro do cronograma extenso;

● Facilita a introdução de novas atividades;

● Facilita o trabalho de orçamentação porque utiliza atividades mais precisas

e palpáveis;

● Permite a atribuição de códigos de controle que servem para alocação dos

custos incorridos no projeto;

● Evita que uma atividade seja criada em duplicidade.

3.2 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO

De acordo com Cardoso (2011), ao agregar valores a um gráfico de barras

horizontais, definindo para cada atividade os percentuais programados em cada

unidade de tempo, bem como seu custo correspondente. Os totais por unidade de

tempo representam os desembolsos necessários (mensais, quinzenais, semanais,

etc.) à construção do empreendimento.

Este tipo de gráfico recebe o nome de Gráfico de Gantt, em homenagem ao

Page 28: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

27

engenheiro norte-americano, Henry Gantt, que introduziu a utilização do cronograma

de barras como ferramenta de controle (MATTOS, 2010).

O cronograma físico-financeiro é a representação gráfica, do plano de

execução de uma obra. Este plano deve englobar o escopo do projeto como um todo,

desde as etapas iniciais, de mobilização e montagem do canteiro, passando por todas

as atividades previstas no projeto, até a desmobilização e conclusão da obra (DIAS,

2004).

O “Físico” do nome é porque uma das funções é acompanhar as etapas

tangíveis do projeto e o “financeiro” é devido as previsões dos gastos envolvidos no

projeto. O projeto, quando detalhado em um cronograma físico-financeiro, torna o

gerenciamento da obra uma atividade mais simples, tornando-se assim, um poderoso

elemento que ajudará no cumprimento dos prazos do processo construtivo, organizará

o caixa e o tempo, podendo contribuir positivamente na obtenção de um financiamento

do empreendimento, pois, este documento é imprescindível na solicitação do

empréstimo (MARTINS e MIRANDA, 2015). Ainda em conformidade com os autores

a representação do cronograma físico-financeiro é muito importante, pois quanto

maior o nível de clareza e de detalhes, maior será a facilidade de interpretação do

mesmo.

Para Santana (2012) utilizar o cronograma físico-financeiro é muito vantajoso,

por ele proporcionar uma organização temporal e financeira da obra, formando

períodos, possibilitando o acompanhamento dos acontecimentos em paralelo ao

acompanhamento dos custos, pelo engenheiro. No Gráfico 3.1 é demonstrado uma

representação de um cronograma Físico-Financeiro, através de um gráfico de Gantt.

Page 29: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

28

Gráfico 3.1 – Cronograma físico financeiro

Fonte: Mattos (2010)

Page 30: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

29

3.3 HISTOGRAMA

O histograma apresenta de forma simples, a distribuição dos recursos tais

como mão de obra, materiais e equipamentos, ao longo dos seus períodos de

utilização. Seus valores são obtidos através da atribuição em cada uma das barras

que representam cronograma físico financeiro, a fração de recursos consumidos em

cada período de sua duração, após atribuído o recurso em todas as atividades do

projeto em que ele for necessário, soma-se, de modo a descobrir sua quantidade total,

período a período (LIMMER, 2010).

Conforme Mattos (2010), o Histograma de recursos é representado através de

um gráfico de colunas que demonstra a quantidade requerida de recurso por unidade

de tempo, conforme é exemplificado no Gráfico 3.2.

O histograma é uma das ferramentas estatísticas da qualidade, ele é utilizado

para representar graficamente uma grande quantidade de dados numéricos, através

da análise do histograma é possível interpretar estas informações de forma mais fácil

e simples, do que acompanhando uma grande tabela ou um relatório com somente

números e/ou valores (KUROKAWA e BORNIA, 2002).

Gráfico 3.2 – Histograma, de mão de obra.

Fonte: Mattos (2010), adaptado.

Page 31: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

30

A partir da análise do histograma, o gerente de obras pode aplicar a técnica de

nivelamento de recursos, que consiste de ajustes feitos nas datas de início e término

das atividades, com base nas restrições de recursos, como por exemplo, os recursos

de mão de obra, quando livelados reduzem a quantidade de demissões e contratações

durante o período de execução da obra (PMBOK, 2013).

Sempre que houver algum recurso, com sua disponibilidade restrita a certos

períodos, em quantidade limitada, com destinação para duas ou mais atividades na

mesma época, ou para manter o uso do recurso em nível constante. O nivelamento

de recursos pode ser utilizado, a fim de reduzir custos podendo muitas vezes causar

mudanças no caminho crítico original (PMBOK, 2013).

3.4 CURVA “S”

Segundo Limmer (2010) Curva “S” é a representação dos valores acumulados

a cada período. Nela mostra-se a distribuição de um recurso de forma acumulativa,

podendo representar o projeto como um todo, em termos de homem-hora ou de

moeda necessária à sua execução, conforme pode ser visto no Gráfico 3.3.

A curva “S” tem este nome em razão de seu formato. Ela tem a característica

de ser sempre crescente, mostrando o total acumulado de um determinado recurso e

se constrói ao longo do tempo. Tendo sua ordenada mais alta como sendo o total

geral de uso do recurso (MATTOS, 2010).

Dentre os benefícios da curva “S”, Mattos (2010) cita:

● A curva S é uma curva única que mostra o desenvolvimento da obra do início

ao fim;

● Pode ser aplicada de projetos simples a grandes e complexos

empreendimentos

● Possibilita a visualização do parâmetro acumulado (trabalho ou custo) em

qualquer época do projeto

● Aplica-se o detalhamento de engenharia por homem-hora, quantidade de

serviço executado, uso de recurso ou valores monetários;

● Ótima ferramenta de controle previsto x realizado;

● Fácil leitura e permite apresentação rápida da evolução do projeto;

Page 32: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

31

● Serve para decisões gerenciais sobre desembolsos e fluxo de caixa;

● De acordo com o formato do S, pode-se constatar se há grande (ou pequena)

concentração de atividades no começo (ou fim) da obra.

Com base nos princípios da curva “S”, pode-se gerar modelos de planejamento

do consumo dos recursos, bem como modelos de planejamento das despesas diretas

dos projetos, fundamentados em dados históricos das empresas construtoras ou em

curvas teóricas (ICHIARA, 1998).

Segundo Lima (2014), graças a seu formato curvo, a curva “S” é de fácil

reconhecimento, sendo uma importante ferramenta de acompanhamento de da

evolução de uma variável seja ela de custo, produção, faturamento, etc. no decorrer

do tempo – Gráfico 3.3.

Gráfico 3.3 – Curva S de acompanhamento físico, ao longo do tempo em semanas.

Fonte: Lima (2014), adaptado.

3.5 CURVA “ABC”

Curva ABC de insumos é a apresentação dos insumos em ordem decrescente

de custos, contando com os principais itens em termos de custo colocados no topo, e

assim sucessivamente até os insumos menos significativos (MATTOS, 2006).

As informações fornecidas pela curva ABC capacitam a empresa a estabelecer

Page 33: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

32

uma política adequada de compras. Em conformidade com Solano (2003) as

principais utilidades da curva ABC, são:

a) no Planejamento de Empreendimentos, onde a estratégia da empresa e a

padronização de projetos destacam a importância da curva ABC, na tomada

de decisão inicial, quando ainda se quer definir “O QUE?” e o “COMO?” fazer

o futuro empreendimento, com base em empreendimentos já concluídos;

b) na Programação de Empreendimentos, para orçamentos expedidos em

estudos de viabilidade preliminares;

c) no Planejamento de Obras, quando já é possível comparar a curva ABC real

do projeto a ser executado com as curvas da cultura da empresa, a fim de

corrigir rumos, reestudar os principais centros de custos e estabelecer os

objetivos gerais e específicos da política de suprimentos e mão-de-obra;

d) na Programação de Obra, checando através de um número reduzido de itens

as variações de custos individuais e suas repercussões no Custo Global da

Construção, para as devidas providências;

e) no Gerenciamento de Obras, onde destaca o pouco uso das curvas ABC

pelos gerentes de obras e as utilidades para os setores de suprimentos e

produção.

Os pontos de divisão entre as classes A, B e C são definidos com base apenas

no bom senso do gestor. Nela ele separa o essencial do trivial fazendo com que o foco

da obra seja direcionado para o que realmente importa.

A ordenação pode ser feita segundo os diferentes parâmetros associados a

cada item (custos, volumes, consumo de insumos, duração, etapas, entre outros.). Na

Construção Civil, o critério utilizado tem sido o de priorização por custos, através da

geração de curvas ABC de serviços do orçamento, de insumos de mão de obra, de

insumos de material, entre outros. Costuma-se colocar: Na Classe A uma pequena

porcentagem de itens, na maioria dos casos menos que 20‘% dos itens. Na Classe C,

costuma-se colocar em torno de 50 % dos itens. Na Classe B, a diferença dos 100%

(ASSUMPÇÃO, 1990).

Na tabela a seguir são apresentados os insumos de forma decrescente,

baseados no custo de cada insumo e em seguida sua representação gráfica – Quadro

Page 34: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

33

3.1. e Gráfico 3.4.

Quadro 3.1 – Ordenação financeira de insumos nas Classes A, B e C

Fonte: Mattos (2006), adaptado.

Gráfico 3.4 – Curva ABC de insumos

Fonte: Mattos (2006), adaptado.

Page 35: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

34

3.6 LINHAS DE BALANÇO

Quanto a representação gráfica, Mattos (2010) ilustra o gráfico das Linhas de

Balanço com a grandeza de tempo na abscissa e a quantidade de unidades

produzidas na ordenada, quanto mais íngreme a reta, maior será sua produtividade.

Silva (2012) cita que a Linha de Balanço é uma técnica onde quem define o

ritmo de serviços é a mão-de-obra (ou equipamentos). A técnica de linha de balanço

tem a vantagem, em relação as redes de precedência de atividades, por apresentar

explicitamente o fluxo de trabalho das diferentes equipes na obra. Isto facilita a

definição de ritmos que garantam a continuidade do trabalho das principais equipes

de produção, que é um dos requisitos ao aumento da eficiência das mesmas

(FORMOSO et al., 2001).

Diversos trabalhos utilizam a Linha de Balanço na construção civil como

principal ferramenta, entre eles destacam-se Mendes Jr e Heineck (SILVA, 2012).

O ritmo de produção para um processo pode ser determinado por meio de sua

inclinação e expresso em termo de unidades por unidade de tempo (casas por mês),

ou inversamente em unidades de tempo por unidades de produção (semanas por

pavimento) (MENDES JR., 1999).

O Gráfico 3.5 mostra a evolução de um planejamento feito através das Linhas

de Balanço.

Page 36: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

35

Gráfico 3.5 – Linhas de balanços

Fonte: Assumpção e Lima Jr. (1996).

No Capítulo seguinte são evidenciadas algumas das técnicas para a

programação de tempo e recursos, sendo tais conhecimentos de extrema importância

para a elaboração de um modelo de gestão de projetos de engenharia para

edificações uniresidenciais.

Page 37: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

36

4 TÉCNICAS PARA PROGRAMAÇÃO DE TEMPO E RECURSOS

Este capítulo discute algumas das principais técnicas de planejamento. Essas

técnicas foram selecionadas, devido a sua aplicabilidade na engenharia civil no setor

de edificações.

Muitas ferramentas de planejamento foram criadas e/ou adaptadas para a

indústria da construção civil. Entretanto, os bons resultados dos projetos dependem

diretamente da escolha da ferramenta a ser utilizada na hora de planejar. Cada

ferramenta tem suas particularidades, o que as torna mais eficazes para determinados

tipos de obras e menos eficazes para outros. Devendo assim ser escolhida a melhor

que irá se adequar ao empreendimento.

A técnica de programação mais adequada é aquela que proporciona respostas

para perguntas singulares relativas as atividades e os processos de um projeto, como

por exemplo: Qual a duração prevista das atividades? Quais são as inter-relações

entre as atividades? Qual sua taxa de produção? Quantos serão os recursos

necessários? Qual o custo para realiza-lo? Quais são os conflitos de tempos

existentes e quais as restrições da tarefa principal? (RENÉ e HARMELINK 2001, apud

SILVA 2012).

Conforme tais autores, os atributos ideais de uma ferramenta de programação

para a etapa de planejamento são:

● Clara representação das atividades e suas relações;

● Capacidade para representar e calcular a produtividade, os gastos e a

utilização dos recursos;

● Determinação do caminho crítico ou atividades que controlam a duração do

projeto.

4.1 TÉCNICAS DE REDES

A técnica PERT (Program Evaluation And Review Technique – Técnica de

Avaliação e Revisão de Programas) foi desenvolvida em 1957, na construção de um

míssil lançado de um submarino, e que por razões políticas teve seu prazo encurtado

de 5 anos para 3 anos (LIMMER, 2010). Ainda segundo o mesmo autor devido à falta

Page 38: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

37

de experiência dos responsáveis relacionadas aos prazos de fabricação de cada

componente, perguntou-se aos fabricantes quais seriam os prazos máximos, normal

e mínimos, para a produção de cada peça. Através de tratamento estatístico

determinaram o tempo esperado, e em função deste tratamento estatístico, a técnica

PERT, é chamada de probabilística.

A Técnica de CPM (Critical Path Method – Método do Caminho Crítico),

desenvolvida em 1957, para planejar obras de uma empresa de produtos químicos,

tinhas suas durações obtidas com base na duração de projetos semelhantes, por ela

executados anteriormente, desta forma cada atividade possuía uma única

determinação de prazo de duração, devido a isto o CPM, é chamado de determinístico.

As técnicas PERT e CPM são extremamente parecidas, tendo como diferença

a forma como são encaradas as avaliações das durações das atividades. Assim no

método CPM as avaliações são feiras com base em determinações baseadas em

experiências anteriores, consideradas como certas, por isso é chamado métodos

determinístico. Já a forma como o PERT enfrenta essa questão é tratando a duração

de cada atividade como uma variável aleatória com alguma distribuição de

probabilidade associada (CARDOSO, 2011).

Segundo Limmer (2010), os cronogramas em redes, são garfos degenerados,

que resultaram da teoria dos garfos e tiveram origem na busca da solução para

transitar em uma rede viária interligando quatro pontos da cidade de Königsberg.

O diagrama de rede é a representação gráfica das atividades levando em conta

as dependências entre elas. Nesta etapa são transformadas as informações de

duração e sequenciamento em um diagrama, que pode ser uma malha de flechas ou

blocos (MATTOS, 2010).

Mattos (2010) complementa dizendo que os diagramas PERT/CPM

possibilitam a indicação das lógicas de precedência entre as várias atividades de um

projeto e que seja definido o caminho crítico, que é o sequenciamento de atividades

que ao sofrerem qualquer atraso em alguma de suas componentes, vai transmiti-lo

até o término da obra. As datas mais cedo e mais tarde de início e término das

atividades são obtidas através de cálculos numéricos, assim como a suas respectivas

folgas. Mattos (2010), afirma ainda que a simplicidade e facilidade de entendimento da

leitura e manuseio de um diagrama de rede é o que possibilita apresentação da lógica

Page 39: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

38

do projeto, tornando isto uma grande vantagem desta ferramenta.

4.1.1 Conceitos Diversos (Atividades, Datas de início e término, Folgas, entre outros.)

Para criação e leitura da rede, existem alguns conceitos que precisam ser

conhecidos. Mattos (2010), Limmer (2010) e Maldonado e Nakagawa (2002), trazem

estes conceitos da seguinte maneira.

● Atividade – tarefa a ser executada

● Evento – ponto no tempo, que caracteriza instantes de projeto. Por não ser

uma operação física, o evento não consome nem tempo nem recursos.

● Evento inicial – apresenta a data de início da rede. Alerta-se que toda rede

deve iniciar de um evento único.

● Evento final – apresenta a data final do programa;

● Primeira Data de Início (PDI) – data na qual uma atividade poderá ser

iniciada, cumpridas todas as atividades que lhe sejam antecessoras;

● Primeira Data de Término (PDT) – consiste da data de término de uma

atividade iniciada no PDI, e cuja a duração prevista tenha sido atendida;

● Última Data de Início (UDI) – consiste da data limite na qual uma atividade

tem que ser iniciada para poder terminar na sua UDT;

● Última Data de Término (UDT) – consiste da data limite na qual uma

atividade tem que ser concluída a fim de não atrasar o início das atividades que

a sucedem;

● Tempo Disponível (TD) – diferença entre PDI e UDT de uma determinada

atividade;

● Folga Total (FT) – soma da folga livre de uma atividade com a menor entre

as folgas livres das atividades que lhe sejam imediatamente sucessoras;

● Folga Livre (FL) – tempo permitido para atraso de uma atividade do

cronograma sem atrasar o início mais cedo de qualquer uma das atividades

Sucessoras;

● Dependência – relação entre as atividades contíguas, de modo que uma

atividade;

● Atividades em Série – quando as atividades são postas de forma que o início

Page 40: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

39

de uma dependa da conclusão de outra, diz-se que elas são realizadas em

série.

● Atividades em Paralelo – quando mais de uma atividade podem ocorrer

simultaneamente, diz-se que estão em paralelo.

● Atividade Fantasma – também conhecida como fictícia, muda ou virtual,

estas atividades surgem para resolver problemas de numeração ou de lógica.

Não se trata de algo que precise ser realizado no projeto, a ela não é atribuído

nem tempo nem recurso.

4.1.2 A Rede para as Datas Mais Cedo e Mais Tarde.

Segundo Limmer (2010), tempo mais cedo, é a primeira data em que a

conclusão do projeto pode ser iniciada e concluída. A soma da duração das atividades

que chegam a um evento com o tempo mais cedo, é chamada de tempo mais cedo

de um evento (MATTOS, 2010).

O tempo mais cedo dos eventos é calculado no sentido cronológico da rede,

que é a ordem de execução prevista para o projeto. Em casos simples, de poucas

atividades, as atividades que comandam o prazo total da obra (Caminho crítico),

podem ser obtidos apenas com o cálculo do caminho mais cedo.

Do inglês As Soon As Possible (ASAP), uma expressão que em português pode

ser lido como “tão cedo quanto possível” ou Curvas mais cedo, é aquela que acarreta

uma alocação mais intensa de recursos nos primeiros dias e, por conseguinte, um

investimento inicial maior. Pode-se afirmar que manter intactas as folgas como

medidas de segurança é uma conquista adquirida a um custo inicial grande (MATTOS,

2010).

O tempo mais tarde, é calculado de trás para frente, começando do evento final

da rede e procedendo de forma inversa. Consistindo basicamente de começar as

contas do último evento e ir subtraindo as durações das atividades até chegar no

evento inicial da rede. Assim, curva mais tarde, permite um investimento inicial

reduzido, porém com considerável aumento nas épocas finais do projeto. A baixa

proporção inicial de custos tem como contrapartida a eliminação de todas as folgas e

o consequente risco de atraso da rede como um todo, uma vez que todas as atividades

Page 41: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

40

se transformaram em críticas em virtude do consumo total de suas folgas (MATTOS,

2010).

4.1.3 Caminho Crítico

Segundo Weber et al., (2008), o Caminho Crítico (CC) é um caminho percorrido

através dos eventos (nós) cujo a soma dos tempos condiciona a duração do trabalho.

A análise do caminho crítico permite a obtenção da duração total do trabalho e a folga

das tarefas que não controlam o término do projeto.

Caminho crítico é, portanto, a sequência de atividades que comanda o projeto

sob o ponto de vista de tempo. Sendo assim, um atraso no caminho crítico

iminentemente significa um atraso no prazo de conclusão do projeto (MATTOS, 2010).

Weber et al., (2008) complementam que a importância de se identificar o

caminho crítico fundamenta-se nos seguintes parâmetros:

● Permitir saber, de imediato, se será possível ou não cumprir o prazo

anteriormente estabelecido para a conclusão do plano;

● Permite a identificação das atividades críticas que não podem sofrer atrasos,

permitindo um controle mais eficaz das tarefas prioritárias;

● Permite priorizar as atividades cuja redução terá menor impacto na

antecipação da data final de término dos trabalhos, no caso de ser necessária

uma redução desta data final;

● Permitir o estabelecimento da primeira data do término da atividade;

● Permitir o estabelecimento da última data do término da atividade.

Um evento se encontrará no caminho crítico se seus tempos mais cedo e mais

tarde forem iguais, pois, desta forma ele terá folga nula e, portanto, qualquer demora

na sua conclusão ultrapassará o tempo de finalização mais tarde permitido e o projeto

será consequentemente atrasado (MATTOS, 2010).

4.1.4 Nivelamento de Recursos

Segundo Mattos (2010), recursos são os insumos necessários à realização de

Page 42: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

41

uma atividade, eles podem ser caracterizados nas seguintes categorias: Mão-de-obra;

Materiais; Equipamentos; Dinheiro. Eles podem aparecer em uma ou mais tarefas.

O planejamento dos recursos está estreitamente relacionado com o

planejamento dos prazos de execução dos serviços, pois a duração da

disponibilização de recursos e sua quantidade necessária podem ser reduzidas com

base no cronograma (GEHBAUER et al., 2002).

Um gerente de obras, frequentemente se deparam com situações em que

recursos, sejam eles materiais, humanos ou equipamento, representem alguma

restrição ao planejamento (MATTOS, 2010).

Gehbauer et al., (2002) exemplificam o nivelamento de recursos, na situação

em que com base no planejamento da mão-de- obra, o departamento pessoal da

empresa desenvolve e apresenta o quadro de planejamento de pessoal. A partir daí

faz-se o dimensionamento definitivo da mão-de-obra, optando-se também pela

necessidade de deslocamento de operários para as atividades dos diversos canteiros,

e qual será este deslocamento. No Gráfico 4.1, pode-se observar o exemplo de um

histograma nivelado

Gráfico 4.1 – Exemplo de um histograma de recursos humanos de uma obra.

Fonte: Gehbauer et al., (2002).

Page 43: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

42

O aparecimento de oscilações na quantidade de recursos é frequente nos

histogramas, desencadeando a presença de grandes picos e vales, os quais podem

ser suavizados pelo nivelamento de recursos, que é uma solução interessante pela

qual algumas atividades são deslocadas dentro do limite de suas folgas, reduzindo o

pico de recursos necessários sem alterar o prazo do projeto (MATTOS, 2010).

A técnica de nivelamento de recursos para ser aplicada em um

empreendimento sem alterar sua data final, precisa ter o conhecimento das

sequencias de atividades e suas folgas, para que o nivelamento ocorra dentro das

folgas e não interfira no prazo total do projeto. Estas folgas são obtidas através das

representações mostradas no capítulo seguinte.

4.2 MÉTODOS PARA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Para Mattos (2010), existem dois métodos para a elaboração de um

cronograma de rede, o Arrow Diagramming Method (ADM), traduzido para o português

como Método do Diagrama das flechas e o Precedence Diagramminh Method (PDM),

em português Método do Diagrama de Precedências, também conhecido como,

Método dos blocos. Estes métodos mesmo com diferentes representações, produzem

o mesmo resultado.

4.2.1 Método do Diagrama de Flechas

No Método do Diagrama das Flechas (ADM), as atividades são representadas

por flechas ou linhas orientadas, que conectam eventos ou instantes do projeto, como

pode ser visto na Figura 4.1.

Page 44: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

43

Figura 4.1 – Representação de uma rede feita pelo método ADM

A C

DB

2 2

41

0

0

2

2

2

2

6

6

UDI UDT

PDI PDT

ATIVIDADE

DURAÇÃO

ATIVIDADE

CAMINHO

CRÍTICO

ATIVIDADE

FANTASMAI F

Fonte: O Autor, (2016).

Mattos (2010), afirma que um diagrama de flechas, deve satisfazer as seguintes

condições:

● O evento inicial do diagrama é único;

● Cada nó (evento) representa uma relação entre todas as atividades que

entram e que saem;

● O início de uma atividade só pode ocorrer quando todas as atividades que

chegam a seu evento inicial tiverem sido concluídas;

● Todas as atividades que saem de um mesmo nó tem predecessoras

idênticas;

● Todas as atividades que chegam a um mesmo nó tem sucessoras idênticas;

● Cada atividade tem um par único de eventos início-fim;

● Para cada atividade, o número do evento final é maior que o do evento inicial;

● O evento final do diagrama é único.

Uma característica do método das flechas é a presença de atividade fantasma,

também conhecidas por fictícia, muda ou virtual (MATTOS, 2010). Ainda segundo o

mesmo autor, este tipo de atividade surge para resolver problemas de numeração ou

de lógica, não se tratando de uma tarefa física, apenas um recurso necessário de

diagramação, com valor lógico, mas sem tradução no mundo real.

Page 45: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

44

Figura 4.2 – diagrama construído com o uso de uma atividade fantasma.

Fonte: Mattos (2010)

4.2.2 Método do Diagrama de Precedência

No método dos blocos (PDM), as atividades são representadas em um bloco

ou caixa. Neste método as setas representam a ligação entre as atividades e não há

o conceito de evento, diferentemente do método das flechas (MATTOS, 2010) –

Figura 4.6

Figura 4.3 – Representação de uma rede feita pelo método PDM e sua tabela de atividades

Page 46: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

45

Fonte: Mattos (2010)

Uma vantagem do PDM em relação ao ADM, é possibilidade de ilustração de

todos os tipos de ligações de dependência.

Assim como no método das flechas, o método dos blocos possui regras para

ser desenhada de forma correta,

Segundo Mattos (2010), os passos para desenhar o diagrama pelo método dos

blocos é o seguinte:

a) A rede começa com um bloco de início, desenhada a esquerda;

b) Da barra inicial, partem as atividades iniciais, ou seja, aquelas sem

precedentes.

c) As demais atividades são desenhadas partindo de suas predecessoras;

d) A rede é finalizada em um bloco de fim, desenhada na extremidade esquerda

do diagrama.

Deve-se sempre que finalizar o traçado de um digrama de blocos, buscar meios

de melhorar a disposição dos blocos, de forma a obter maior simetria no diagrama,

além disso o planejador deve checar se todas as atividades estão ligadas. As

atividades sem predecessoras conectadas a barra de início, e as sem sucessoras

conectadas a barra de fim. Mattos (2010), completa dizendo que não se deve traçar

setas direcionadas para a esquerda, pois, estas transmitem a sensação de que o

projeto anda para trás.

A lógica que coordena as atividades no método dos blocos é estabelecida pelo

sequenciamento das atividades. Este sequenciamento do projeto recebe o nome de

precedência (MATTOS, 2010). As precedências são representadas na rede por quatro

tipos de ligações, Início Início, Término Início, Término Término, Início Término.

● Início - Início (II) – Este tipo de ligação é utilizado quando uma atividade não

depende que sua predecessora esteja 100% terminada.

● Término-Início (TI) – Este é o mais utilizado tipo de ligação, e é utilizado

quando tratamos de uma atividade que só pode iniciar quando sua (s)

predecessora (s) estiverem concluída (s).

Page 47: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

46

● Término-Término (TT) – Neste caso, o término de uma atividade está ligado

ao término se sua predecessora.

● Início-Término (IT) – Acontece quando uma atividade apenas é concluída

com o início de sua sucessora.

4.3 O USO DA INFORMÁTICA NO PLANEJAMENTO DE OBRAS

A utilização de softwares especializados, é bastante vantajoso para a obtenção

dos cronogramas e gráficos utilizados no planejamento. Um dos mais populares é o

MS Project. Porém apenas as técnicas de planejamento e o Softwares não asseguram

a probabilidade de sucesso. O uso destas ferramentas apenas facilita a aplicação dos

métodos, o que de fato contribui para o sucesso do empreendimento é o perfil

gerencial do profissional ou da empresa.

4.3.1 O Software Microsoft Project (MS Project)

Segundo Santos (2014, p. 08), o MS Project “é uma ferramenta automatizada

de apoio à gerenciamento de projetos” nela é possível planejar e acompanhar as

atividades, recursos entre outras variáveis que podem surgir em um projeto.

O programa é abastecido com informações de projetos em sua base de dados.

Com isso, ele tem capacidade de calcular e controlar os custos, a programação e

outros elementos do projeto por meio de um planejamento (BARRA et al., 2013).

De acordo com Barra et al., (2013), o MS Project possibilita: organizar a

informação sobre a atribuição de tempos às tarefas, a associação de custos, tanto de

mão de obra quanto de materiais, de forma a propiciar o gerenciamento dos prazos,

sem exceder o orçamento, com o objetivo de alcançar as metas do projeto.

Page 48: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

47

Santos (2014), relata que o MS Project possui 3 formatos básicos para exibir

suas informações, são eles:

1. Os gráficos –Representam as informações de maneira gráfica. Sendo gráfico

os modos de exibição Gráfico de Gantt; Diagrama de Rede, Gráfico de

Recursos e Calendário.

2. A planilhas – Estas representam as informações em linhas e colunas.

Contendo, cada linha, informações sobre tarefas ou recurso individual.

3. Os formulários – Mostram informações em formato similar a um formulário

em papel, com informações sobre uma tarefa ou recurso por vez.

Page 49: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

48

5 ESTUDO DE CASO

Neste capítulo, serão apresentadas técnicas de planejamento de obra para um

empreendimento de uma residência unifamiliar situada na cidade de Barra dos

Coqueiros. Inicialmente serão apresentadas as características da obra e dos projetos

que fornecidos para sua execução.

Com base nos projetos, foi montada uma Estrutura Analítica de Projeto, uma

Planilha Orçamentária e a respectiva Curva ABC das etapas da obra. Desta EAP, foi

retirada da etapa Infraestrutura, a sub-etapa Sapatas e suas respectivas atividades.

Nela será apresentada a planilha orçamentária e então, correrá a aplicação das

técnicas de Planejamento e Controle.

Para esta sub-etapa do empreendimento, com base na EAP e na Planilha

Orçamentária foi desenvolvida uma Rede PERT-CPM e a partir desta elaborados os

Cronogramas Físico-Financeiro das datas mais cedo e mais tarde, suas Curvas “S” e

por fim o Histograma de Serventes tanto para as datas mais cedo como para data

mais. Por fim foi apresentado o histograma nivelado de serventes.

A escolha de obra se deu devido a fase em que se encontrava o projeto, Pré-

execução, e com base nos projetos foi criada a Estrutura Analítica do Projeto, e dela

foi gerado o orçamento.

As técnicas de planejamento foram aplicadas a sub-etapa Sapatas, pois os

serviços anteriores não apresentariam uma aplicabilidade clara das ferramentas, além

de não proporcionarem resultados significativos.

5.1 CARACATERISTICAS DA OBRA

A obra será realizada no condomínio Alphaville Sergipe, Quadra AI, lote 19,

situada no bairro Atalaia Nova, cidade de Barra dos Coqueiros, no estado de Sergipe.

Este empreendimento será construído em um terreno de 459,00m² tendo um total de

316,44m² de área construída em dois pavimentos, e taxa de ocupação de 43,50%. As

Figuras 5.1 , 5.2 e 5.3 apresentam informações do projeto arquitetônico.

Page 50: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

49

Figura 5.1 – Planta de Localização do terreno.

Fonte: Autor (2017)

Page 51: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

50

Figura 5.2 – Fachada Noroeste

Fonte: Empresa A, adaptado (2016)

Figura 5.3 - Fachada Sudoeste

Fonte: Empresa A, adaptado (2016)

5.2 CARACTERISTICAS DOS PROJETOS

5.2.1 Empresas Projetistas

Os projetos foram fornecidos por 3 empresas distintas, neste trabalho

denominadas de Empresa A (responsável pelo projeto arquitetônico); Empresa B

Page 52: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

51

(responsável pelo projeto estrutural) e empresa C (responsável pelos projetos elétrico

e Hidrossanitários).

5.2.2 Projeto Arquitetônico

Constituído por 6 pranchas contendo os projetos de: Localização; Situação;

Plantas Baixas Pavimento Térreo e Superior; Cobertura; Cortes; e Fachadas. Trata-

se de uma residência de alto padrão, contendo, três suítes, um quarto, lavabo,

cozinha, sala de estar, sala intima, wc de serviço, garagem, duas varandas, deck e

área de serviço. A fachada terá 628,15m² de área pintada, 32,01m² de revestimento

em porcelanato e um “brise soleil” de 6,48m². Os revestimentos internos não foram

determinados no projeto arquitetônico, assim como os acabamentos de louças e

metais, para realização do orçamento foi determinado pelo proprietário que os itens a

serem colocados serão de alto padrão.

5.2.3 Projeto Estrutural

Constituído de 8 pranchas, sendo elas, Locação e Forma Pavimento Superior;

Forma Cobertura e Reservatório; Armação de Sapatas; Armação de Vigas Baldrames;

Armação de Vigas do Pavimento Superior; Armação de Vigas do Pavimento de

Cobertura; Armação de Vigas do Reservatório e Armação dos Pilares. A fundação

prevista no projeto foi fundação direta, do tipo sapatas, travadas por vigas baldrames

impermeabilizadas, com laje niveladora de 8 cm de espessura executada sobre solo

compactado. O projeto possui 17 sapatas e pilares de tamanhos variados, 15 vigas

pavimento superior, 19 vigas no pavimento térreo e 17 vigas baldrames. As lajes terão

trechos de lajes nervuradas e trechos de lajes maciças, a estrutura da edificação foi

projetada para suportar as cargas independente das alvenarias, que neste projeto

funcionarão apenas como vedação, porém foi autorizado pelo projetista a execução

da estrutura segundo os procedimentos de alvenaria estrutural, desde que fossem

respeitadas as dimensões solicitadas em projeto. Portanto a estrutura será executada

simultaneamente com a alvenaria, sendo os pilares concretados em duas etapas, uma

Page 53: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

52

a 1,5 metros do piso do pavimento, e outra a 3,30 metros do piso do mesmo

pavimento.

5.2.4 Projeto Elétrico

O projeto elétrico prevê uma demanda de 28,41 Kw e uma carga instalada de

53,375W, tendo o padrão de entrada de energia subterrâneo, e três quadros de

distribuição, sendo dois deles instalados no térreo e um terceiro no primeiro pavimento

e um total de 32 circuitos. Todas as informações deste projeto foram colocadas em

uma única prancha, denominada Projeto Elétrico Planta Baixa e Detalhes.

5.2.5 Projetos Hidrossanitários

Os Projetos Hidrossanitários, foram organizados em duas pranchas, sendo

uma delas Projeto Hidráulico: Planta Baixa, Detalhes e Isométricos, e a outra, Projeto

de Esgoto: Planta Baixa e Detalhes.

O projeto de distribuição hidráulica contará com instalações de água quente e

água fria, sendo o aquecimento da água quente, realizado através de boilers.

O projeto de esgoto e drenagem pluvial são compostos das instalações

individuais de cada um dos banheiros, do lavabo e da cozinha, tendo um total de 3

caixas de inspeção, 1 caixa de gordura, 1 caixa redentora e 6 caixas de areia.

5.3 APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO

Das ferramentas que foram apresentadas na revisão bibliográfica serão

aplicadas neste capítulo a Estrutura Analítica de Projeto (EAP), Curva ABC, Rede

PERT-CPM, Cronograma Físico Financeiro, Curvas “S”, Histogramas e Nivelamento

de Recursos, além destes, será apresentada a Planilha Orçamentária.

A análise dos projetos recebidos forneceu informações relacionadas as

atividades que deveriam ser executadas e das técnicas construtivas à serem

aplicadas neste empreendimento. Pôde-se então criar uma estrutura em 4 níveis de

detalhamento, sendo o primeiro nível o projeto em sua plenitude, e o níveis seguintes

Page 54: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

53

divisões do todo em etapas, sub-etapas e atividades, obtendo-se a Estrutura Analítica

do Projeto (Quadro 5.1). A partir dessa EAP foram elaborados o orçamento estimativo

para sua execução com seus respectivos percentuais de custos de cada etapa

(Tabela 5.1) e a respectiva Curva ABC (Gráfico 5.1) das etapas da obra.

Page 55: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

54

Quadro 5.1 – Resumo da EAP da obra

Fonte: Autor (2017)

NIÍVEL 01 NÍVEL 02

ITEM ETAPA ITEM SUB-ETAPA

1.1 LIMPEZA DO TERRENO / INSTALAÇÕES DO CANTEIRO

1.2 LOCAÇÃO DE EDIFICAÇÃO

2.1 SAPATAS

2.2 ARRANQUE DE PILAR

2.3 VIGAS BALDRAMES

2.4 IMPERMEABILIZAÇÃO

2.5 LAJE REGULARIZADORA

3.1 PILAR

3.2 VIGAS

3.3 LAJE TRELIÇADA

3.4 LAJE MACIÇA

4.1 PILAR

4.2 VIGAS

4.3 LAJE TRELIÇADA

4.4 ESCADA

5.1 PILAR

5.2 VIGAS

5.3 LAJE

6.1 PAVIMENTO TÉRREO

6.2 PAVIMENTO SUPERIOR

7.1 INSTALAÇÃO ELÉTRICA

7.2 ACABAMENTO ELÉTRICA

7.3 INSTALAÇÃO TELEFONE

8.1 ÁGUA FRIA

8.2 ÁGUA QUENTE

8.3 INSTALAÇÃO DE ESGOTO E ÁGUAS PLUVIAIS

8.4 INSTALAÇÃO DE GÁS

9.1 MADEIRA

9.2 PERGOLADO

9.3 CALHAS E RUFOS

10 IMPERMEABILIZAÇÕES 10.1 IMPERMEABILIZAÇÕES

11.1 PORTA

11.2 PORTA DE ALUMÍNIO

11.3 JANELA DE ALUMÍNIO

11.4 JANELA DE PVC

11.5 PORTA DE VIDRO

11.6 BOX DE VIDRO

11.7 GUARDA CORPO DE VIDRO

12.1 REVESTIMENTO DE PISO TÉRREO

12.2 SOLEIRAS, RODAPÉS E PEITORIS TÉRREO

12.3 REVESTIMENTO DE PAREDE TÉRREO

12.4 REVESTIMENTO DE TETO TÉRREO

12.5 REVESTIMENTO DE PISO - PAVIMENTO SUPERIOR

12.6 SOLEIRAS, RODAPÉS E PEITORIS

12.7 REVESTIMENTO DE PAREDE

12.8 REVESTIMENTO DE TETO

13.1 REVESTIMENTO DE PISO EXTERNO

13.2 REVESTIMENTO DE FACHADA

14.1 PINTURA PAVIMENTO TÉRREO

14.2 PINTURA PAVIMENTO SUPERIOR

14.3 PINTURAS EXTERNAS

14.4 PINTURA DE ESQUADRIAS

15.1 APARELHOS DE METAIS PAVIMENTO TÉRREO

15.2 APARELHOS DE METAIS PAVIMENTO SUPERIOR

14 PINTURA

15 APARELHOS E METAIS

11ESQUADRIAS/FERRAGENS E

VIDROS

12 REVESTIMENTO INTERNO

13 REVESTIMENTO EXTERNO

7INSTALAÇÃO ELÉTRICA /

TELEFONE

8INSTALAÇÃO

HIDROSSANITÁRIA E GÁS

9 COBERTURA

4SUPERESTRUTURA -

PAVIMENTO SUPERIOR

5 TORRE CAIXA D'ÁGUA

6 ELEVAÇÕES

1SERVIÇOS PRELIMINARES E

INSTALAÇÃO DE OBRA

2 INFRAESTRUTURA

3SUPERESTRUTURA -

PAVIMENTO TÉRREO

Page 56: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

55

Tabela 5.1 – Planilha Orçamentária ETAPA / SUB-ETAPA

Fonte: Autor (2017)

Page 57: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

56

A classificação da Curva ABC (Tabela 5.2) foi feita considerando os 9 primeiros

itens da tabela colocados na classe A que correspondem a 41,23% do custo da obra,

a classe B é composta dos próximos 15 itens que quando somados representam

35,29% do custo total da obra, por fim, na região C foram colocados os 31 itens

restantes do projeto representando 20,48% do custo total do projeto.

Esta analise pode ser realizada para insumos específicos ou etapas e

atividades, neste trabalho foi feita apenas das etapas para apresentar que grande

parte do custo da obra se concentrava em um número pequeno de etapas.

A Curva ABC, apresenta as etapas de acordo com sua importância no custo

total do projeto. Esta informação é muito valiosa, pois evita que o gerente de projeto

dedique sua atenção a atividades menos importantes da EAP.

Page 58: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

57

Tabela 5.2 – Ordenação financeira das sub-etapas nas Classes A, B e C

Fonte: Autor (2017)

ITEM SUB-ETAPA CUSTO (R$) % % ACUMULADO CLASSE

13.2 REVESTIMENTO DE FACHADA R$ 27.849,81 6,16% 6,16%

12.3 REVESTIMENTO DE PAREDE TÉRREO R$ 26.340,14 5,83% 12,00%

12.1 REVESTIMENTO DE PISO TÉRREO R$ 26.180,20 5,80% 17,79%

12.7 REVESTIMENTO DE PAREDE R$ 20.997,83 4,65% 22,44%

15.1 PAVIMENTO TÉRREO R$ 20.172,96 4,47% 26,90%

3.3 LAJE TRELIÇADA R$ 17.018,32 3,77% 30,67%

12.5 REVESTIMENTO DE PISO - PAVIMENTO SUPERIOR R$ 16.449,14 3,64% 34,31%

14.3 PINTURAS EXTERNAS R$ 15.858,50 3,51% 37,82%

15.2 PAVIMENTO SUPERIOR R$ 15.386,32 3,41% 41,23%

7.1 INSTALAÇÃO ELÉTRICA R$ 15.320,34 3,39% 44,62%

1.1 LIMPEZA DO TERRENO / INSTALAÇÕES DO CANTEIRO R$ 14.356,04 3,18% 47,80%

14.1 PINTURA PAVIMENTO TÉRREO R$ 14.025,08 3,10% 50,90%

3.2 VIGAS R$ 12.961,38 2,87% 53,77%

11.1 PORTA R$ 12.435,49 2,75% 56,52%

4.3 LAJE TRELIÇADA R$ 11.593,73 2,57% 59,09%

11.5 PORTA DE VIDRO R$ 10.003,50 2,21% 61,30%

2.1 SAPATAS R$ 9.980,19 2,21% 63,51%

4.2 VIGAS R$ 9.801,27 2,17% 65,68%

7.2 ACABAMENTO ELÉTRICA R$ 9.635,38 2,13% 67,82%

2.3 VIGAS BALDRAMES R$ 8.008,23 1,77% 69,59%

6.2 PAVIMENTO SUPERIOR R$ 7.886,89 1,75% 71,33%

8.1 ÁGUA FRIA R$ 7.882,46 1,74% 73,08%

6.1 PAVIMENTO TÉRREO R$ 7.827,23 1,73% 74,81%

11.4 JANELA DE PVC R$ 7.728,00 1,71% 76,52%

14.2 PINTURA PAVIMENTO SUPERIOR R$ 6.933,55 1,53% 78,06%

12.2 SOLEIRAS, RODAPÉS E PEITORIS TÉRREO R$ 6.356,92 1,41% 79,47%

8.3 INSTALAÇÃO DE ESGOTO E ÁGUAS PLUVIAIS R$ 6.038,08 1,34% 80,80%

11.3 JANELA DE ALUMÍNIO R$ 5.735,93 1,27% 82,07%

8.2 ÁGUA QUENTE R$ 5.542,36 1,23% 83,30%

2.5 LAJE REGULARIZADORA R$ 5.474,52 1,21% 84,51%

3.1 PILAR R$ 5.469,00 1,21% 85,72%

12.6 SOLEIRAS, RODAPÉS E PEITORIS SUPERIOR R$ 5.094,31 1,13% 86,85%

11.7 GUARDA CORPO DE VIDRO R$ 4.906,20 1,09% 87,93%

10.1 IMPERMEABILIZAÇÕES R$ 4.588,09 1,02% 88,95%

11.6 BOX DE VIDRO R$ 4.418,70 0,98% 89,93%

4.1 PILAR R$ 4.204,43 0,93% 90,86%

13.1 REVESTIMENTO DE PISO EXTERNO R$ 4.188,51 0,93% 91,79%

5.2 VIGAS R$ 4.138,22 0,92% 92,70%

12.4 REVESTIMENTO DE TETO TÉRREO R$ 3.989,26 0,88% 93,58%

9.3 CALHAS E RUFOS R$ 3.359,64 0,74% 94,33%

9.2 TELHAMENTO R$ 3.200,40 0,71% 95,04%

9.1 MADEIRA R$ 2.850,06 0,63% 95,67%

4.4 ESCADA R$ 2.629,90 0,58% 96,25%

12.8 REVESTIMENTO DE TETO R$ 2.588,74 0,57% 96,82%

5.1 PILAR R$ 2.147,07 0,48% 97,30%

1.2 LOCAÇÃO DE EDIFICAÇÃO R$ 1.839,11 0,41% 97,71%

5.3 LAJE R$ 1.680,56 0,37% 98,08%

2.4 IMPERMEABILIZAÇÃO R$ 1.618,77 0,36% 98,44%

11.2 PORTA DE ALUMÍNIO R$ 1.395,75 0,31% 98,74%

9.3 PERGOLADO R$ 1.288,63 0,29% 99,03%

3.4 LAJE MACIÇA R$ 1.228,03 0,27% 99,30%

14.4 PINTURA DE ESQUADRIAS R$ 1.053,72 0,23% 99,54%

2.2 ARRANQUE DE PILAR R$ 983,53 0,22% 99,75%

7.3 INSTALAÇÃO TELEFONE R$ 962,84 0,21% 99,97%

8.4 INSTALAÇÃO DE GÁS R$ 153,98 0,03% 100,00%

A

B

C

Page 59: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

58

Gráfico 5.1 – Curva ABC financeira das sub-etapas da obra

Fonte: Autor (2017)

Page 60: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

59

Com base na EAP da obra (Quadro 5.1), são apresentadas neste trabalho, as

seguintes técnicas de planejamento referentes ao item 2.1 (execução das Sapatas):

Estrutura Analítica de Projeto (EAP), Rede PERT-CPM, Cronograma Físico

Financeiro, Curvas “S” e Histogramas e a respectiva Planilha Orçamentária.

5.3.1 Estrutura Analítica de Projeto

O Quadro 5.3 apresenta a Estrutura Analítica do Projeto da sub-etapa Sapatas

com as suas respectivas atividades.

Quadro 5.2 – Estrutura Analítica da Sub-Etapa de Sapatas

NÍVEL 02 NÍVEL 03

ITEM SUB-ETAPA ITEM ATIVIDADE

2.1 SAPATAS

2.1.1 Escavação manual de vala ou cava em material de 1ª categoria, profundidade até 1,50m

2.1.2 Concreto simples fabricado na obra, fck 13,5 MPa, lançado e adensado(CONCRETO MAGRO)

2.1.3 Forma plana para sapatas, em madeira maciça, 03 usos, inclusive escoramento

2.1.4 Aço CA - 50 Ø 6,3 a 12,5mm, inclusive corte, dobragem, montagem e colocacao de ferragens nas formas, para superestruturas e fundações

2.1.5 Aço CA - 60 Ø 4,2 a 9,5mm, inclusive corte, dobragem, montagem e colocacao de ferragens nas formas, para superestruturas e fundações

2.1.6 Concreto simples fabricado na obra, fck=25 MPa, lançado e adensado

2.1.7 Reaterro manual de valas, com compactação utilizando sêpo, sem controle do grau de compactação

Fonte: Autor (2017)

5.3.2 Orçamento

Com base nos itens mostrados na Estrutura Analítica apresentada no quadro

5.1, foi feito o levantamento das quantidades de materiais necessários para

atendimento das solicitações de projeto.

Após a conclusão dos levantamentos quantitativos, foi elaborada uma planilha

orçamentária apresentada no Quadro 5.2, utilizando como base as composições de

custos unitários contidas no Software ORSE (Orçamento de Obras de Sergipe),

Page 61: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

60

desenvolvido pela Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas de Sergipe

(CEHOP) do Governo do Estado de Sergipe (SERGIPE, 2016). Desta planilha retirou-

se do Item 2.1 o Orçamento da sub-etapa Sapatas (Quadro 5.4).

Tabela 5.3 – Orçamento do item 2.1 (Sapatas)

ITEM ATIVIDADE UNI QUANT.

CUSTO

UNITÁRIO

(R$)

CUSTO

TOTAL

(R$)

2.1.1

Escavação manual de vala ou cava

em material de 1ª categoria,

profundidade até 1,50m

m³ 31,9 44,42 1417,00

2.1.2 Concreto simples fabricado na obra,

fck=13,5 MPa, lançado e adensado m³ 3,34 301,42 1006,74

2.1.3

Forma plana para sapatas, em

madeira maciça, 03 usos, inclusive

escoramento

m² 18,44 34,15 629,73

2.1.4

Aço CA - 50 Ø 6,3 a 12,5mm, inclusive

corte, dobragem, montagem e

colocação de ferragens nas formas,

para superestruturas e fundações

kg 455,8 5,52 2516,02

2.1.5 Concreto simples fabricado na obra,

fck=25,0 MPa, lançado e adensado m³ 10,99 334,94 3680,99

2.1.6

Reaterro manual de valas, com

compactação utilizando sêpo, sem

controle do grau de compactação

m³ 16,51 44,42 733,37

Fonte: O autor (2017)

5.3.3 Rede PERT-CPM

A técnica de rede PERT-CPM Foi aplicada pelo método dos blocos visto que,

em conformidade com Mattos (2010), este método possui a vantagem de ilustrar todos

os tipos de ligações, o que é extremadamente necessário no setor da construção civil.

A Rede PERT-CPM para este projeto é apresentada na figura 5.4 criada com

base na Tabela 5.1.

Page 62: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

61

Tabela 5.4 – Tabela para elaboração de diagrama de rede PERT-CPM

CÓDIGO ATIVIDADE DURAÇÃO

(DIAS) ATIVIDADE

PREDECESSORA TIPO DE LIGAÇÃO

ESPERA PDI PDT UDI UDT FT FL CC CUSTO TOTAL

(R$)

NUMERO DE

SERVENTES

2.1.1 Escavação manual de vala ou cava em material de 1ª categoria, profundidade até 1,50m

12 - - - 0 12 3 15 3 0 1417,04 1

2.1.2 Concreto simples fabricado na obra, fck 13,5 MPa, lançado e adensado

4 2.1.1 II 9 9 13 12 16 3 0 1006,76 1

2.1.3 Forma plana para sapatas, em madeira maciça, 03 usos, inclusive escoramento

2 2.1.2 TI 1 12 14 15 17 3 3 629,75 1

2.1.4

Aço CA - 50 Ø 6,3 a 12,5mm, inclusive corte, dobragem, montagem e colocação de ferragens nas formas, para superestruturas e fundações

28 - - - 0 28 0 28 0 0 X 2512,25 1

2.1.5 Concreto simples fabricado na obra, fck=25 MPa lançado e adensado

11 2.2.3; 2.1.4 II; II 1; 18 18 29 18 29 0 0 X 3680,99 1

2.1.6 Reaterro manual de valas, com compactação utilizando sêpo, sem controle do grau de compactação

6 2.1.5 TT 5 28 34 28 34 0 0 X 733,40 1

Fonte: Autor (2017)

PDI – Primeiro Dia de Início FL – Folga Livre

PDT– Primeiro Dia de Término FT – Folga Total

UDI – Último dia de Início

UDT – Último dia de Término

Page 63: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

62

Figura 5.4 – Diagrama de rede pelo método PDM

Fonte: O autor (2017)

2.1.1 Escavação manual de vala

2.1.2 Concreto Magro

2.1.3 Forma plana para sapatas

2.1.4 Armação

2.1.5 Concreto simples fabricado na obra, fck=25,0 MPa, lançado e

adensado

2.1.6 Reaterro manual de valas

Page 64: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

63

5.3.4 Cronogramas Físico-Financeiro

A análise da rede PERT-CPM possibilitou a criação dos diagramas para as

datas mais cedo (Gráfico 5.2) e mais tarde (Gráfico 5.3) do projeto. Para essa

representação foi utilizado o gráfico de barras horizontais conhecido como o gráfico

de Gantt.

Concluídas todas as representações gráficas e diagramas, foi possível

determinar que esta etapa do projeto terá a duração de 34 dias, podendo ser reduzida

com o aumento da quantidade de profissionais envolvidos na produção, sem que o

custo de execução seja alterado.

Page 65: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

64

Gráfico 5.2 – Cronograma físico financeiro para as datas mais cedo

Fonte: O autor (2017)

Page 66: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

65

Gráfico 5.3 – Cronograma físico financeiro para as datas mais tarde

Fonte: O autor (2017)

Page 67: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

66

5.3.5 Curvas “S”

Dos cronogramas gerados a partir do diagrama de rede, foram extraídas as

curvas para os percentuais dos custos acumulados nos tempos mais cedo e mais

tarde, chamadas respectivamente de curva ASAP e ALAP. Essas curvas delimitam a

região de controle em que um gerente de projeto pode operar sem extrapolar o insumo

por elas representado.

Gráfico 5.4 – Curvas S para as datas mais cedo e mais tarde

Fonte: O autor (2017)

Esta curva apresenta os valores acumulados nas datas mais cedo (ASAP) e

nas datas mais tardes (ALAP), o espaço entre estas linhas é denominado zona de

controle, e ela apresenta a área em que o gerente de projetos pode trabalhar sem

que que corram fugas do valor orçado.

5.3.6 Histogramas de Mão de obra

Ao alocar recursos nas atividades, os Gráficos 5.5 e 5.6 (conhecidos como

histogramas de recursos) foram delineados. Esta análise pode ser realizada para

recursos humanos, materiais ou equipamentos, e mostra a necessidade de um

determinado recurso ao longo do tempo de projeto.

Page 68: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

67

Segundo o PMBOK (2013), a análise desses gráficos possibilita ao gerente de

projeto a capacidade de aplicar a técnica de nivelamento de recursos.

Neste projeto foram elaborados histogramas para analisar a quantidade de

serventes no decorrer da obra. A escolha deste insumo ocorreu devido a sua presença

em todas as atividades estudadas.

Gráfico 5.5 – Histograma de serventes para as datas mais cedo

Fonte: O autor (2017)

Gráfico 5.6 – Histograma de serventes para as datas mais tarde

Fonte: O autor (2017)

Os gráficos 5.5 e 5.6 demonstram que caberia a este projeto a realização de

um nivelamento de recursos, pois ao seguir as datas mais cedo ou mais tarde o

Page 69: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

68

gerente de projeto precisaria fazer demissões e admissões que seriam evitadas com

o nivelamento, ocasionando assim uma redução em encargos contratuais de mão de

obra.

A partir dos Gráficos 5.5 e 5.6, fazendo-se então o nivelamento de recurso de

serventes, obtêm-se o Gráfico 5.7.

Gráfico 5.7 – Histograma após o nivelamento

Fonte: O autor (2017)

Após a análise dos Histogramas para as datas mais cedo e mais tarde, foi

percebido que ambos apresentavam oscilações na quantidade de serventes, o que

significaria demissões e contratações durante a execução do serviço, o que geraria

custos indesejados.

No Histograma ALAP a deficiência ocorria apenas no dia 18, devido ao item

2.1.4, que possuía duração de 28 dias. Optou-se então por aumentar a produtividade

dos serventes para que se concluísse a atividade em 27 dias, sendo pago o valor

correspondente aos 28 dias de trabalho. Desta forma nivelou-se o Histograma,

evitando demissões, recontratações e redução do prazo total de execução da etapa

demonstrada pois a atividade alterada correspondia a um caminho crítico do projeto.

Com a diminuição do tempo de execução obtém-se economia devido ao decréscimo

dos custos de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI).

Page 70: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

69

6 CONCLUSÕES

Este trabalho, que apresentou as principais ferramentas de planejamento e

controle de obra, mediante a demonstração dessas e da análise das informações,

permitiu a elucidação dos pontos nos quais o projeto pode ser aperfeiçoado e sua

qualidade elevada com a otimização dos recursos e aumento da eficiência.

Com base na revisão bibliográfica e nas demonstrações realizadas neste

trabalho, fica evidente a necessidade de se planejar qualquer projeto de engenharia

independente do seu porte. As informações geradas pelas ferramentas de

planejamento são fundamentais para o aumento da eficiência das obras e

proporcionam ganhos significativos através da otimização de recursos e redução de

desperdícios.

O conhecimento dos instrumentos de apoio à programação fornece ao gestor

uma perspectiva melhor dos processos executivos, munindo-o de informações

essenciais sobre o seu desempenho e sobre o uso dos recursos disponíveis. O

entendimento destas ferramentas é crucial para todos os gerentes de projeto pois, a

depender do tipo de obra que se está gerenciando, deve-se aplicar as ferramentas

adequadas e assim obter informações mais precisas e coerentes com a realidade da

obra, facilitando o controle e viabilizando maior qualidade do empreendimento.

O estudo de caso mostrou que a aplicação das técnicas possibilita a melhoria

em vários níveis do planejamento. O que reforça a ideia de que o planejamento deve

ser sempre controlado, revisado e aperfeiçoado, de modo a fornecer informações

gerenciais mais precisas e proporcionar maior eficiência nos prazos e na utilização

dos recursos disponíveis para obra.

Page 71: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

70

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Os temas aqui abordados permitem uma enorme gama de assuntos a serem

estudados. A seguir estão listados alguns temas de significativa relevância para o

aprofundamento em trabalhos futuros:

● Demonstração de métodos e procedimentos de controle que venham a

garantir as determinações do planejamento.

● Demonstração de Instrumentos e técnicas de planejamento para outros

setores da engenharia civil (Reformas, infraestrutura urbana, etc.);

● A aplicação das técnicas apresentadas em um estudo de caso aprofundado

e avaliação dos resultados obtidos;

● A elaboração de um guia ou manual que norteie o gerente de projetos quanto

as ferramentas adequadas a cada tipo de projeto;

● Análise da eficiência de cada um dos métodos de planejamento para obras

uniresidenciais aplicados ao controle.

Page 72: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

71

REFERÊNCIAS ALMEIDA, Jorge. Técnicas de Planejamento e Controle. Rio Grande: Petrobras, 2009. AMORIM, Lucas. Construção civil vive crise sem precedentes no Brasil. Revista

Exame, São Paulo: 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/a-crise-e-a-crise-da-construcao/ > Acesso dia 03/01/2017.

ARAUJO, Fernanda Campos; SOUZA, Leandro Augusto Barradas. Simulação Computacional do Processo de Produção de Pasta Diamantada. Campos dos Goitacazes: IFF. 2010. 60 f. Monografia (Engenheiro de Controle e Automação industrial), Instituto Federal Fluminense. Campos dos Goitacazes, 2010. ASSUMPÇÃO, José Francisco Pontes; LIMA JR, João da Rocha. Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil: Modelo para Planejamento Estratégico da Produção de Edifícios. São Paulo, 1996 (Boletim Técnico). ASSUMPÇÃO, J. F. P. Planejamento de Obras - Conceito e Técnicas. Apostila do Curso de Especialização em Gerenciamento da Construção Civil, Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, 1990. BARRA, R. B. M. et al. Elaboração de rede PERT/COM na indústria da construção civil através da utilização do software MS Project: um estudo de caso. In: XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DA PRODUÇÃO, 2013, Salvador, Bahia. CARDOSO, Roberto Silva. Orçamento de Obras Em Foco: Um novo olhar sobre a engenharia de Custos. 2ª Edição. São Paulo. PINI, 2011. CARVALHO FILHO, Jeneci de Vasconcelos. Planejamento de Médio Prazo e Controle da Produção com Análise de Restrições: estudo de caso em edifício residencial de múltiplos pavimentos em Feira de Santana, 2009. 78 f. UEFS. Monografia (Conclusão do Curso de engenharia civil). Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana 2009. CHIAVENATO, Idalberto, Introdução à teroria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações / Idalberto Chiavenato - 7. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2003 - 6' reimpressão COSTA, Joyce Dias. Aplicação na Construção Civil de Técnicas e Ferramentas de Planejamento e Controle, Baseados no Conceito da Construção Enxuta. Rio de Janeiro: UFRJ, 2016, 68 f. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. DIAS, Paulo Roberto Vilela. Engenharia de Custos uma Metodologia e Orçamentação Para Obras Civis, Dias. Paulo Roberto: São Paulo, 2011.

Page 73: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

72

FORMOSO, C.T. et al. Planejamento e Controle da Produção em Empresas de Construção. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001 FREITAS FILHO, Paulo. Introdução à Modelagem e Simulação de Sistemas com Aplicações em Arena. 2ª Edição. Florianópolis: Visual Books, 2008 GEHBAUER, Fritz et al., Planejamento e Gestão de Obras: Um resultado prático de cooperação Técnica Brasil-Alemanha. Curitiba: Editora – CEFET – PR, 2002. GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf, Noções de Orçamento e Planejamento de Obras. São Leopoldo 2008 ICHIHARA, Jorge. Um Método de Solução Heurístico para a Programação de Edifícios Dotados de Múltiplos Pavimentos-Tipo, Florianópolis: UFSC, 1998, 188 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1998. KUROKAWA, Edson; BORNIA, Antonio Cezar. Utilizando o Histograma como uma Ferramenta Estatística de Análise da Produção de água Tratada de Goiânia. Goiânia, 2002. LIMMER, Carl V. Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e Obras. Rio de Janeiro, 2010. 244 p. LIMA, Thiago Tamm; COUTINHO, Ítalo Azeredo. Aplicaçao da Curva “S” no Controle de Documentos Para a Gestão de Projetos. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Minas Gerais, 2014. MALDONADO, José Carlos; NAKAGAWA, Elisa Yumi. Gerência e Planejamento De Projeto. São Paulo. 2002. 52 f. (Texto Digitado) MARTINS, Bianca C. F; MIRANDA, Vinícius A. M. CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FEPI, 6. 2015, Itajubá, Cronograma físico-financeiro em obras de edificação. Itajubá: Revista científica da FEPI, 2015. MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudos de caso, exemplo. São Paulo: Editora Pini, 2006. MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo: Editora Pini, 2010. MENDES JÙNIOR, Ricardo. Programação da Produção na Construção de Edifícios de Múltiplos Pavimentos. Florianópolis: UFSC, 1999, 233 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1999.

Page 74: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

73

MIRANDA, Andrea N. A; RIBEIRO, Hélio A. A importância do planejamento estratégico para micro e pequenas empresas, Revista Brasileira de Gestão e Engenharia, São Gotardo, n. 4, p. 49 – 62, julho/dez. 2011. OLIVEIRA, Acly Ney Santiago et al. Tecnologias Integradas aos Planos de Gestão em Projetos na Construção Civil – Um Estudo de Caso. Revista Científica Vozes dos Vales, Minas Gerais, n. 09, p 1 – 35, maio 2016. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Métodos e Práticas. 23ª Edição, 342 f. São Paulo, 2007. PAULA, Gilles B. de. Planejamento Estratégico, Tático e Operacional – O Guia completo para sua empresa garantir os melhores resultados!. Santa Catarina: 2015. Disponível em: <https://www.treasy.com.br/blog/planejamento-estrategico-tatico-e-operacional> Acesso em: 02/01/2017 PMBOK. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos. 5ª Edição, 595 f. Project Management Institute, 2013. REEB, James Edmund.; LEAVENGOOD. Scott A. Simulating a manufacturing system: an introduction. Performance Excellence in the Wood Products Industry. Oregon, 2003. ROZENFELD, H. et al. Gestão do Desenvolvimento de Produtos - Uma referência para a melhoria do processo. Ed. Saraiva, 2006. SANTANA, Bruno Alves. Cronograma Físico-Financeiro de Uma Obra Vertical: Elaboração, Acompanhamento da Execução e Análise Crítica. Caruaru: UFPE 2012. 57 f. Monografia (Bacharelado de Engenharia Civil). Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, 2012. SANTOS, Adriana L. P. et al. Viabilidade da Aplicação de Planejamento e Orçamento Operacional. Foz do Iguaçu: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construido. 2002. SANTOS, Aline. A Importância do Planejamento nas Empresas de Micro, Pequeno e Médio Portes, Rio de Janeiro: UCAM, 2010, 37 f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Empresarial) – Colegiado de Pós-Graduação em Gestão Empresarial, Universidade Cândido Mendes. 2010 SANTOS, Márcio Bambirra. MS PROJECT 2013, Um Breve Resumo de Aplicações. Minas Gerais: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais,2014.

Page 75: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: TÉCNICAS E …´nio Pereira...são realizadas com base na experiência de mestres de obra, sem a aplicação das técnicas adequadas de gerenciamento.

74

SANTOS, Myrian T. S.; MOCCELLIN, João V. O projeto da produção e a programação integrados a um sistema de administração da produção voltado para a construção civil. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19., 1999, Rio de Janeiro. Anais do XIX ENEGEP. Rio de Janeiro: ENEGEP, 1999. SERGIPE (Estado). Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas. ORSE: Orçamento de Obras de Sergipe, 2016. Disponível em < http://www.cehop.se.gov.br/orse/> Acesso em: 27/12/2016. SILVA, Mariana. Influência do Planejamento e Controle de Obras nos Horizontes de Médio e Curto Prazo em Entrega de Edifícios Residenciais em Goiânia. Brasília: Universidade de Brasília, 2012. 244 f. Tese (Mestrado em Estruturas e Construção Civil) – Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, Universidade de Brasília, Brasília, 2012. SOLANO, Renato. Curva ABC de Fornecedores: Uma contribuição ao Planejamento, Programação, Controle e Gerenciamento de Empreendimentos e Obras. Florianópolis, 2003. 167 f. Tese (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. STAMM, Harro. Simulação Industrial: Uma Avaliação de Sua Utilização no Sudeste e Sul do Brasil. Florianópolis: UFSC, 1998, 86 f. Tese (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1998. VALLE, André Bittencourt et al. Fundamentos de Gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. VARGAS, Carlos L. S.; COELHO, Renato Q.; HEINECK. Luiz Fernando M. Utilizando Programas de Computador de Gerenciamento de Projetos Para Estruturar a Programação de Atividades Repetitivas em Obras de Construção Civil com a Técnica da Linha de Balanço. XVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção e 2nd International Congress of Industrial Engineering, 1966. WEBER, Abílio José et al. Curso Técnico Mecânico: Manutenção Industrial. Contagem: SENAI-CFP “Alvimar Carneiro de Rezende”, 2008.