Planejamento Orçamentário - 3a edição revista e atualizada

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Planejamento Orçamentário 3ª edição revista e atualizada Clóvis Luís Padoveze {

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O objetivo da obra é apresentar de forma detalhada o processo de gestão orçamentária a partir do planejamento estratégico e do objetivo financeiro de criação de valor como elementos básicos para a estruturação do plano orçamentário. Esta edição contempla todas as alterações das novas práticas contábeis decorrentes da adoção das normas internacionais do IFRS, instituídas pelas leis 11.637/07 e 11.941/09.

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O objetivo desta obra é apresentar de forma detalhada o processo de gestão orçamentária

a partir do planejamento estratégico e do objetivo financeiro de criação de valor como

elementos básicos para a estruturação do plano orçamentário. Esta edição contempla

todas as alterações das novas práticas contábeis decorrentes da adoção das normas

internacionais do IFRS, instituídas pelas leis n 11.637/07 e 11.941/09.

A Parte I é destinada aos fundamentos que compreendem a empresa e o processo de

gestão, o processo de criação de valor, os conceitos, objetivos e o processo de estruturação

do plano orçamentário, as vantagens do orçamento e os modelos de condução do processo

orçamentário. Contempla também a introdução aos conceitos de orçamento matricial,

orçamento por atividades e orçamento base zero.

A Parte II apresenta estudo detalhado para elaboração de cada peça orçamentária que

compõe o plano orçamentário completo. Traz todos os aspectos principais que devem ser

observados em cada orçamento, bem como exemplos numéricos com a complexidade

necessária para possibilitar que o leitor os adapte para a execução do plano orçamentário de

sua entidade. Reservamos um capítulo para explorar, de forma resumida, as possibilidades

de aplicação do orçamento em qualquer atividade não industrial e sem fins lucrativos.

A Parte III tem por objetivo a finalização do plano orçamentário, com os conceitos de

projeção das demonstrações contábeis básicas e de sua análise, bem como os conceitos de

controle e acompanhamento orçamentário.

O texto apresenta, ainda, exemplos de orçamento disponíveis na página do livro, no site da

Cengage: versão sintética, versão simplificada e versão que contempla, de forma integrada, todos os

exemplos numéricos desenvolvidos nas Partes II e III, dentro de uma abordagem de simulação.

AplicaçõesLivro-texto para as disciplinas de orçamento, planejamento financeiro e orçamentário, e

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Economia e para disciplinas de planejamento financeiro e orçamentário em cursos de

especialização e MBA. Leitura complementar para as disciplinas de controladoria, análise de

balanço, contabilidade gerencial e gestão financeira de negócios. Material para utilização e

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Geral, Orçamento e Análise de Investimentos.

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Clóvis Luís Padoveze

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ento Orçamentário

Planejamento orçamentário3ª edição revista e atualizada

ISBN-13: 978-85-221-2394-0ISBN-10: 85-221-2394-2

9 7 8 8 5 2 2 1 2 3 9 4 0

PlanejamentoOrçamentário

3ª edição revista e atualizada

Clóvis Luís Padoveze

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Sumário

Prefácio à 3a edição ......................................................................... ix

PARTE I – OBJETIVOS E O PROCESSO DE GESTÃO ... 1Capítulo 1 – O processo empresarial de criação de valor ...................... 3

1.1 Criação de valor – A atividade produtiva e o valor agregado ............. 31.2 Criação de valor para o acionista e valor econômico adicionado

(EVA® – Economic Value Added ) ............................................................. 41.3 Lucro econômico versus lucro contábil ................................................ 51.4 Modelo da gestão econômica para criação de valor ................................. 71.5 Valor da empresa ............................................................................ 81.6 Principais critérios para apurar o valor da empresa ............................ 9Questões e exercícios ............................................................................... 17

Capítulo 2 – O sistema empresa e o processo de gestão ....................... 192.1 Eficiência e eficácia ......................................................................... 202.2 Os subsistemas do sistema empresa .................................................. 202.3 Modelo de gestão ........................................................................... 212.4 O processo de gestão ...................................................................... 222.5 Planejamento estratégico .................................................................. 24Questões e exercícios .............................................................................. 28

Capítulo 3 – Plano orçamentário ........................................................ 313.1 Definição e objetivos ....................................................................... 313.2 Terminologias .................................................................................. 413.3 Conceitos de orçamento ................................................................... 433.4 Tipos de orçamento ......................................................................... 453.5 Orçamento, inflação e moedas ......................................................... 523.6 Empresa e processo de elaboração ................................................... 543.7 Construção de cenários e elaboração de premissas ............................ 613.8 Estrutura do plano orçamentário ....................................................... 643.9 Sistema de informação de orçamento ................................................ 673.10 Orçamento, sistemas de indicadores de desempenho e gestão de riscos 72Questões e exercícios .............................................................................. 73

PARTE II – ORÇAMENTO ............................................. 75Capítulo 4 – Orçamento de vendas, produção e capacidade ................ 77

4.1 Aspectos gerais do orçamento de vendas .......................................... 77

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4.2 Previsão de vendas .......................................................................... 804.3 Orçamento de vendas ...................................................................... 824.4 Orçamento de produção .................................................................. 894.5 Orçamento de capacidade e logística ............................................... 92Apêndice: Exemplo de aplicação de métodos quantitativos .......................... 99Questões e exercícios .............................................................................. 119

Capítulo 5 – Orçamento de materiais e estoques .................................. 1215.1 Aspectos gerais do orçamento de materiais ........................................ 1215.2 Orçamento de estoques de produtos em processo e produtos acabados 1345.3 Orçamento de impostos a recolher sobre mercadorias ........................ 141Questões e exercícios .............................................................................. 141

Capítulo 6 – Orçamento de despesas departamentais ........................... 1456.1 Aspectos gerais do orçamento de despesas ....................................... 1456.2 Características comportamentais dos gastos ....................................... 1496.3 Despesas a serem orçadas ............................................................... 1536.4 Premissas e dados-base ................................................................... 1586.5 Salários e encargos a pagar ............................................................ 1676.6 Exemplo analítico de orçamento de mão de obra ............................... 167Apêndice: Apuração da tendência ou inclinação da reta dos custos

semifixos e semivariáveis .................................................................. 171Questões e exercícios .............................................................................. 172

Capítulo 7 – Orçamento de investimentos e financiamentos ................... 1777.1 Os segmentos do plano orçamentário nos demonstrativos

contábeis básicos ............................................................................ 1777.2 Orçamento de investimentos ............................................................. 1817.3 Orçamento de financiamentos .......................................................... 184Apêndice 1: Critérios de avaliação dos investimentos .................................. 191Apêndice 2: Projetos de investimento e fluxo de caixa descontado ................ 197Questões e exercícios .............................................................................. 203

Capítulo 8 – Orçamento em entidades não industriais .......................... 2058.1 Orçamento de receitas ..................................................................... 2058.2 Empresas comerciais ....................................................................... 2068.3 Empresas de serviços ....................................................................... 2078.4 Atividade hospitalar ........................................................................ 2088.5 Atividade hoteleira .......................................................................... 2098.6 Instituições de ensino ....................................................................... 2098.7 Entidades sem fins lucrativos ............................................................. 210Questões e exercícios .............................................................................. 216

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Sumário vii

PARTE III – AVALIAÇÃO E CONTROLE ........................ 217Capítulo 9 – Projeção das demonstrações financeiras ........................... 219

9.1 Demonstrativos contábeis a serem projetados ..................................... 2199.2 Metodologia das projeções .............................................................. 2239.3 Receitas financeiras projetadas ......................................................... 2259.4 Demonstrativos financeiros projetados ............................................... 2289.5 Exemplo sintético para apuração do saldo final de caixa e elaboração do

fluxo de caixa ................................................................................. 235Questões e exercícios .............................................................................. 242

Capítulo 10 – Controle orçamentário .................................................. 24510.1 Objetivos, conceitos e funções ......................................................... 24510.2 Controle matricial ........................................................................... 24610.3 Características de controle e modelo de processo orçamentário .......... 24910.4 Relatórios de controle orçamentário .................................................. 25210.5 Análise das variações ..................................................................... 256Questões e exercícios .............................................................................. 260

Capítulo 11 – Análise das demonstrações financeiras ........................... 26111.1 Análise financeira ou de balanço ..................................................... 26111.2 Análise da rentabilidade ................................................................. 27411.3 EVA® – Economic Value Added (Valor Econômico Agregado ou

Adicionado) .................................................................................. 281Questões e exercícios .............................................................................. 283

Capítulo 12 – Introdução à simulação no planejamento orçamentário .... 28712.1 Exemplo 1 – Modelo sintético .......................................................... 28812.2 Exemplo 2 – Modelo simplificado .................................................... 290Questões e exercícios .............................................................................. 299

Referências ...................................................................................... 301

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Prefácio à 3a edição

Renovamos nossa satisfação em termos a oportunidade de introduzir melhorias em nosso trabalho e agradecemos aos leitores docentes, discentes e profissionais que nos estimulam a manter o livro atualizado.

Além das revisões normais de algumas semânticas e alguns ajustes necessários, as principais alterações desta edição são as seguintes:

a) Reforçamos o conceito de forecast, pois entendemos ser de grande valia esse procedimento complementar ao orçamento original;

b) Reforçamos o conceito do plano orçamentário como instrumento de delegação de autoridade e cobrança de responsabilidade como um dos fundamentos do orçamento;

c) Exploramos um pouco mais o conceito de gerenciamento matricial como uma alternativa interessante para condução do modelo orçamentário;

d) Deixamos mais claro o conceito de orçamento por atividades para as empresas que optam pelo Custeamento ABC;

e) Introduzimos o conceito de challenge como um conceito complementar para a condução do orçamento com vistas à otimização do resultado empresarial;

f) Inserimos novas tabelas para exemplificar os conceitos de forecast e rolling bud-geting;

g) Reforçamos a proposta de adoção do Comitê Orçamentário para início e fim dos trabalhos do orçamento;

h) Introduzimos um item para deixar claro que não há conflito entre o orçamento e sistemas de indicadores de desempenho, como o Balanced Scorecard;

i) Introduzimos a sugestão de criação de uma tabela de produtos e serviços para estruturação do orçamento de vendas;

j) No orçamento de despesas gerais, desenvolvemos um exemplo bastante com-pleto para cálculo dos gastos com folha de pagamento de salários e encargos sociais;

k) No orçamento de investimentos, introduzimos um novo item para deixar clara a necessidade do subsistema de informação orçamentário para captação e aná-lise dos investimentos necessários;

l) Para deixar mais claras as interligações entre as peças orçamentárias, a demons-tração de resultados e o balanço patrimonial orçados, inserimos duas tabelas para exemplificação;

m) Na Parte III de finalização do plano orçamentário, introduzimos um modelo sintético de orçamento do balanço patrimonial, demonstração dos resultados e

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dos fluxos de caixa, propondo uma metodologia simples e eficaz para obtenção do saldo final de caixa e da demonstração dos fluxos de caixa orçados;

n) No capítulo de controle orçamentário, inserimos uma chamada adicional so-bre as variações orçamentárias denominada folga orçamentária. Nesse mesmo item, introduzimos um novo exemplo de análise de variações quando o evento envolve taxas cambiais de moeda estrangeira.

Esperamos novamente contar com a aprovação de nossos leitores.

À disposição,

ClÓvis Luís [email protected]

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PARTE I – OBJETIVOS E O PROCESSO DE GESTÃO

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Capítulo 1

O processo empresarial decriação de valor

O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está cen-trado no conceito de criação de valor, associando no mesmo escopo o processo de informação gerado pela contabilidade para que tal missão possa ser cumprida adequadamente.

Mais especificamente na administração financeira, Van Horne (1998, p. 3) inicia seu último trabalho também com o mesmo enfoque quando diz: “O objetivo de uma companhia deve ser a criação de valor para seus acionistas. O valor é representado pelo preço de mercado da ação ordinária da companhia, o qual, por outro lado, é uma função das decisões de investimento, financiamento e dividendos da empresa (…) Por todo este livro, o tema unificante é a criação de valor”.

A Contabilidade Gerencial é vista como uma parte integral do processo de gestão, com informações disponibilizadas em tempo real diretamente para a administra-ção, e com a distinção entre administração de apoio e de linha sendo progressiva-mente embaçada. O foco do uso dos recursos (incluindo a informação) para criar valor é uma parte integral do processo gerencial nas organizações – na criação de valor para os acionistas, clientes e outros credores (Ifac, 1998, p. 4, parágrafos 19 e 29). Apresen-tamos a seguir os principais conceitos que devem ser revistos à luz dessa função--objetivo da contabilidade gerencial, que é a adição e criação de valor.

1.1 Criação de valor – A atividade produtiva e o valor agregado

A Ciência Econômica é responsável pelo conceito-base de adição ou agregação de valor. Conforme Rossetti (1994, p. 81), “a produção deve ser vista como um proces-so contínuo de entradas (inputs) e saídas (outputs). O produto deve ser entendido como a diferença entre o valor das saídas e o valor das entradas, o que equivale a dizer que o conceito de produto corresponde ao valor agregado pelas empresas no decurso do processamento da produção”.

Portanto, a base sobre a qual se fundamenta o processo de criação de valor empresarial é a produção e a venda dos produtos e serviços da empresa. Cada unidade de produto ou serviço traz dentro de si seu valor agregado (VA), que é a diferença entre o preço de venda obtido no mercado e o preço de compra dos insumos e serviços adquiridos de terceiros também no mercado.

Para produzir e entregar os produtos e serviços, a empresa necessita desen-volver uma série de atividades internas que, por sua vez, também têm um preço

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de venda e, portanto, um valor agregado. Dessa maneira, a máxima eficiência e eficácia obtida no desenvolvimento de todas as atividades do sistema empresa é que permite, à empresa, a possibilidade de criação de valor, que se traduz no lu-cro operacional. Denominamos esse processo apropriação de valor agregado, e ele pode ser visto resumidamente na Figura 1.1 a seguir:

Custos

Fornecedores

Preço de Mercado

Venda

Clientes

Preço de Mercado

Valor Agregado do

Produto/Serviço

6040 100

Desenvolvimento de

atividades internas

Ativ. 1 Ativ. 2 Ativ. 3

Custo + VA Custo + VA Custo + VA

Apropriação de VA

Criação de Valor

Figura 1.1 – Processo de apropriação de valor.

1.2 Criação de valor para o acionista e valor econômico adicionado (EVA®1 – Economic Value Added )

A função-objetivo da contabilidade gerencial de criação de valor para os acionistas nos parece clara, e é um conceito objetivo, pois pode ser mensurado economica-mente. A criação do valor para o acionista centra-se na geração do lucro empre-sarial, o qual, por sua vez, é transferido para os proprietários da entidade, que genericamente estamos denominando acionistas.

Dentro da área de finanças, mais ligado à análise de investimentos, surgiu o conceito de EVA/MVA – Valor Econômico Adicionado/Valor Adicionado de Mercado. Conforme Atkinson et al. (2000, p. 478-9), “recentemente, um núme-ro de analistas e consultores tem proposto o uso do valor econômico adiciona-do como uma ferramenta para avaliação do desempenho da organização... o analista ajusta o lucro contábil, corrigindo-o com o que os proponentes do va-lor econômico adicionado consideram para sua visão conservadora. Por exem-

1 Marca registrada da Stern Stewart & Co.

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plo, os ajustes incluem a capitalização e amortização de custos de pesquisa e desenvolvimento e custos significativos de lançamento de produtos. A seguir o analista computa a importância do investimento na organização e deriva o valor econômico adicionado como segue:

Valor Econômico Adicionado = Lucro Contábil Ajustado (–)Custo de Capital ´ Nível de Investimento”

Na realidade, podemos dizer que o conceito de EVA nada mais é do que uma aplicação do conceito de custo de oportunidade do capital e do conceito de manu-tenção do capital financeiro da empresa.

Custo de oportunidade

Todas as atividades devem ser avaliadas pelo preço de mercado, que representa o custo de oportunidade de manter determinada atividade. Fundamentalmente, isso é explicitado em dois conceitos de custo de oportunidade:

1. Preço de mercado e preço de transferência baseados no preço de mercado, para avaliação dos estoques e produtos finais e dos produtos e serviços produzidos pelas atividades internas.

2. Custo financeiro de oportunidade, para mensurar e avaliar o aspecto financeiro das atividades e do custo de oportunidade dos acionistas, fornecedores de ca-pital à empresa e às atividades.

A adoção do custo de oportunidade para os acionistas implica criar uma área específica de resultados para mensurar sua rentabilidade. O custo de oportunida-de dos acionistas é o lucro mínimo que eles deveriam receber para justificar seu in-vestimento (o seu custo de oportunidade, a preço de mercado). O conceito de custo de oportunidade dos acionistas permite uma visão correta de lucro distribuível, ou seja, só distribuir o excedente à manutenção do capital financeiro, e com isso dá as condições econômicas para o processo de sobrevivência do sistema empresa e, portanto, sua continuidade. O conceito de custo de oportunidade, acoplado a con-ceitos de mensuração relacionados com o fluxo futuro de benefícios, configura o conceito de lucro econômico, em oposição ao conceito tradicional de lucro contábil.

1.3 Lucro econômico versus lucro contábil

O resultado apurado de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos é denominado lucro contábil. Chamamos de lucro econômico o resultado apurado segundo os conceitos de mensuração não atrelados ao custo original como base de valor, mas, sim, como valores de realização ou de fluxo futuro de benefícios,

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decorrente da abordagem das atividades para mensuração do lucro (Hendriksen, 1977, p. 143-144).

Estamos adotando como premissa que o lucro é obtido pela diferença do valor do patrimônio líquido final menos o inicial. Nesse sentido, adotamos o conceito de lucro econômico como mensuração do resultado empresarial, em acordo com as colocações de Guerreiro (1991, p. 5):

em termos econômicos, o lucro é visto como a quantia máxima que a firma pode distribuir como dividendos e ainda continuar tão bem ao final do período como estava no começo. Continuar tão bem, economicamente falando, é interpretado como manter o capital intacto em termos do valor descontado do fluxo de re-cebimentos líquidos futuros. O lucro econômico é gerado, portanto, assim que exista um aumento no patrimônio líquido. Por outro lado, para mensurar o lu-cro como incremento do patrimônio líquido é necessária a avaliação de todos os ativos da empresa, com base nos recebimentos líquidos futuros esperados. O lucro é mensurado por meio do crescimento do patrimônio líquido, originado pela manipulação dos ativos. Sob esse prisma, os ativos de qualquer natureza são ‘recebíveis’, esperados para fluir para a empresa período a período.

Lucro econômico, goodwill e custo de oportunidade

Para manter o capital intacto, é necessária a adoção do conceito de custo de oportu-nidade do capital, conceito que implica uma rentabilidade mínima de mercado, de tal forma que os investidores sejam remunerados além dessa rentabilidade míni-ma, sob pena de abandonarem os investimentos na empresa. Assim, dois conceitos de mensuração são fundamentais, para a Contabilidade Gerencial, para obter o justo valor da empresa e o resultado econômico correto: custo de oportunidade e fluxo líquido de benefícios futuros.

Nesse sentido, a figura do goodwill* emerge naturalmente como o valor resul-tante da mais-valia do valor da empresa sobre a avaliação individual de seus ati-vos, conforme diz Martins (1972, p. 78): “O goodwill tem sido genericamente acei-to como o fruto da existência de diversos fatores que a Contabilidade não aceita formalmente como elementos do Ativo, quer sejam eles a organização interna da empresa, o bom relacionamento com os empregados, a condição monopolística, a localização da firma, ou outros quaisquer”.

Como vemos, o conceito de lucro econômico é muito mais abrangente, pois permite incorporar as questões fundamentais da mensuração do resultado, eficá-cia, sobrevivência e valor da empresa, além de fazê-lo de forma integrada e dentro da visão sistêmica.

* Goodwill: valor da diferença obtida entre o valor total da empresa, avaliada por determinados critérios, e o valor resultante da soma aritmética do valor dos ativos e passivos avaliados isoladamente; valor intangível adicional da empresa.

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EVA e destruição de valor

O conceito de destruição de valor emerge como conceito inverso ao de adição de valor, considerando o custo de oportunidade de capital. Todas as atividades com um resultado inferior ao custo de oportunidade do investimento apresentam des-truição de valor, pois os acionistas estarão sendo remunerados com rentabilidade inferior ao custo médio de oportunidade do mercado.

A distribuição de resultados nessa condição implicaria um processo de destrui-ção do capital da empresa, pois estar-se-ia, na realidade, distribuindo capital dos acionistas e, consequentemente, reduzindo o valor da empresa.

1.4 Modelo da gestão econômica para criação de valor

Os conceitos apresentados podem ser incorporados e resumidos dentro do balan-ço patrimonial. O conceito de valor agregado pela empresa, decorrente da venda dos produtos e serviços a seus clientes, é um conceito de valor agregado ligado ao ativo. Em outras palavras, o ativo são os recursos necessários para gerar o valor agregado pela empresa, por meio da compra, produção e venda de seus produtos e serviços.

O conceito de valor adicionado para os acionistas é ligado às fontes supridoras de capital – no caso, os proprietários da empresa. Dessa maneira, os dois concei-tos de criação de valor podem ser associados ao balanço patrimonial. A criação de valor pela empresa, mediante seus produtos, é operacionalizada pelo ativo. A criação de valor para os acionistas é parametrizada pelo custo de oportunidade de capital desses acionistas e fica evidenciada na figura do passivo, como mostra o quadro a seguir.

Quadro 1.1 – Criação de valor e o modelo contábil

Ativo Passivo

Criação de valor pela empresa pelo valor agregado dado pelos produtos e serviços

Criação de valor para o acionista pela adoção do custo de oportunidade de capital

Pontos limítrofes ou referenciais no processo de criação de valor

Conclui-se, então, que existem dois pontos referenciais na análise do processo de criação de valor:

1. Conceito de valor agregado, decorrente da teoria econômica, que é expresso pelo valor de mercado do produto final entregue aos clientes, menos o valor dos insumos adquiridos de terceiros, também a preços de mercado – ou seja, o conceito de valor adicionado adotado pela Ciência Contábil.

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2. Custo de oportunidade de capital dos acionistas, que entende como criação de valor o lucro empresarial que excede ao custo de oportunidade do capi-tal sobre o valor dos investimentos no negócio.

Com base nesses pontos referenciais, a Controladoria, no exercício da fun-ção contábil gerencial, pode monitorar adequadamente o processo de geração de valor dentro da empresa, mediante:

• a adoção dos conceitos adequados de mensuração do lucro empresarial, que, em nosso entendimento, são derivados do conceito de lucro econômico;

• o apoio às atividades operacionais no processo de geração de valor, por meio do sistema de informação contábil gerencial.

Os fundamentos do lucro econômico são:

1. O resultado da empresa é obtido pela diferença entre patrimônios líquidos, final menos inicial, excluídos os aumentos e reduções de capital durante o período;

2. Ativos avaliados pelo valor presente do fluxo futuro de benefícios e, conse-quentemente, incorporação do conceito de goodwill;

3. Adoção do custo de oportunidade de capital para mensuração do resultado dos produtos, atividades, divisões e da empresa;

4. Adoção do custo de oportunidade para o processo de distribuição de dividen-dos e manutenção do capital da empresa.

Nesse sentido, todas as estruturas organizacionais da empresa trabalharão de forma congruente junto aos acionistas, objetivo maior da entidade e da continui-dade do empreendimento. A Controladoria, pelo sistema contábil gerencial, que incorpora os conceitos de lucro econômico, dá as condições de avaliação de todo o processo de geração ou criação de valor da empresa e para os acionistas.

1.5 Valor da empresaSendo o foco da Controladoria a maximização do valor da empresa, pelo processo de criação de valor, é necessário um processo de avaliação permanente do valor da empresa.

O valor da empresa é aquele que será obtido pela venda da empresa a seus novos proprietários.

O pressuposto para a Controladoria ter sempre o valor da empresa é no sentido de nortear sua missão. A contabilidade deve mensurar adequadamente o valor da empresa para que os seus gestores, a qualquer momento, possam redirecionar seu planejamento no sentido de manter ou não o investimento. Em outras palavras, saber se continuam ou não com a empresa. Dever-se-á continuar com a empresa

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caso ela esteja mantendo ou criando valor; deverá haver a descontinuação com o in-vestimento na empresa se ela estiver diminuindo de valor, ou seja, destruindo valor.

Critérios de avaliação de empresase os princípios contábeis geralmente aceitos

Dentro da Contabilidade Financeira (a contabilidade tradicional regida pelos Prin-cípios Fundamentais de Contabilidade), os critérios de avaliação são centrados no custo como base de valor, tendo como referência o postulado da continuidade. Nesse sentido, a avaliação da empresa feita por outros critérios que não o custo (preços de mercado, fluxo futuro de benefícios etc.) pressupõe a descontinuidade da empresa, ou seja, sua paralisação definitiva ou momentânea.

Na nossa visão de Controladoria, em que aplicamos a Ciência Contábil como a ciência do controle econômico, esse conceito não é importante. Entendemos que é necessário obter o valor da empresa segundo critérios econômicos, que basica-mente centram-se nos fluxos futuros de benefícios, e que esses critérios não pres-supõem, de forma nenhuma, a descontinuidade empresarial.

Podemos afirmar até o contrário: a obtenção permanente do valor da empresa, segundo critérios econômicos, e sua incorporação no Sistema de Informação de Controladoria, é vital para a continuidade do empreendimento. Se não há uma avaliação do potencial de benefícios futuros do empreendimento, poderá, sim, ha-ver a descontinuidade. O valor da empresa, que indica se está havendo ou não criação de valor, é fundamental para a continuidade do investimento.

O valor da empresa é que determina a atratividade do investimento e, por con-seguinte, da empresa junto aos potenciais investidores – portanto, é fator determi-nante para sua sobrevivência, que é a condição final da eficácia empresarial.

1.6 Principais critérios para apurar o valor da empresa

O ponto fundamental para a decisão de comprar ou não uma empresa ou parti-cipação acionária, ou avaliar a continuidade do investimento, está no valor-base para negociação, determinado por alguns critérios de avaliação. No caso de nego-ciação, provavelmente o valor final se situará entre os principais critérios aplicados à mensuração econômica do empreendimento. Contudo, seguramente haverá a proeminência dos critérios centrados no fluxo futuro de benefícios. De qualquer forma, é importante que a Controladoria ofereça todos os critérios possíveis.

Quanto ao critério de avaliação pelo fluxo futuro de benefícios, alguns o consi-deram discutível, pois conta com forte dose de subjetividade. Em nosso entendi-mento, o profissional de Controladoria tem todas as condições de fazer o melhor, pois tem a Ciência Contábil e outros ramos do conhecimento humano (economia, matemática, sociologia, administração, marketing etc.) ao seu dispor. Nessa linha de raciocínio, o valor da empresa será decorrente da competência técnica dos ava-

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liadores. Seguramente, não haverá ninguém com melhores condições do que as pessoas dentro da própria empresa para avaliá-la.

Os principais critérios de avaliação de empresas são:

1. Valor contábil.2. Valor de mercado.3. Cotação da ação ou cota.4. Potencial de rentabilidade futura.

Valor contábil

O valor contábil é o valor constante da Contabilidade Financeira, segundo os prin-cípios contábeis geralmente aceitos. Tem como fundamento o princípio do custo como base de valor e o regime de competência de exercícios. Como o valor da empresa na contabilidade é evidenciado pelo valor total do patrimônio líquido, automaticamente o valor de uma empresa, segundo a contabilidade, é o total do patrimônio líquido. O valor do patrimônio líquido de uma empresa é obtido sob o postulado contábil da continuidade. Assim, os ativos estão avaliados pelos custos de aquisição ou produção e os direitos e obrigações estão avaliados com os encar-gos e direitos até a data do balanço patrimonial. É importante verificar a possibi-lidade da existência de passivos contingenciais não declarados, como avais, pro-cessos judiciais sem depósito, leasings etc., bem como de ativos intangíveis ou não declarados, como impostos a recuperar, franchisings etc., que deverão ser excluídos do valor contábil ou a ele adicionados para obtenção do valor final.

Valor Contábil = Valor do Patrimônio Líquido Contábil

Valor de mercado

O valor de mercado normalmente é diferente do valor contábil porque as avaliações contábeis, obtidas por critérios gerais de avaliação de ativos e passivos, fundamenta-das em documentação existente e valores históricos, por mais acuradas que sejam, di-ficilmente são iguais ao valor que o mercado pode pagar em determinado momento.

O valor de mercado, outrossim, deve levar em consideração o fato de a empresa estar encerrando-se ou não. Se a empresa está encerrando suas atividades, prova-velmente os valores de seus ativos têm um valor que o mercado paga como um bem usado. Caso, porém, a empresa esteja em continuidade, ou seja, em operação, a avaliação do valor de mercado pode vir a ser diferente.

De qualquer forma, é possível fazer uma avaliação a preços de mercado de to-dos os ativos e passivos da empresa, cujos valores podem ser maiores ou menores

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O processo empresarial de criação de valor 11

do que os valores constantes da contabilidade. Nesse critério de avaliação, cada ativo e cada passivo será individualizado para a feitura das avaliações, no pressu-posto de que podem ser vendidos separadamente.

Valor de Mercado = Patrimônio Líquido a Preços de Mercado (Valor de Mercado dos Bens e Direitos Avaliados Individualmente

(–) Valor de Mercado das Dívidas Avaliadas Individualmente)

Tabela 1.1 – Valor da empresa: valor contábil e valor de mercado

Balanço Patrimonial

Valor

Contábil $

Valor de

Mercado $ Critério Básico

ATIVO CIRCULANTE

Disponibilidades 495 495 Não há ajuste estando os juros contabilizados adequadamente

Clientes 3.380 3.200 Ajuste a valor presente – dedução dos juros adicionados nas vendas a prazo

Estoques

Materiais 1.864 3.000 Ajuste do custo médio ponderado para custo de reposição

Em Processo 799 1.600 Ajuste do custo médio de fabricação para custo de reposição

Produtos Acabados 1.384 3.500 Ajuste do custo médio de fabricação para preço de venda realizável líquido

Impostos a Recuperar 500 470 Desconto de juros pelo tempo provável de compensação ou restituição

Soma 8.422 12.265

ATIVO N‹O CIRCULANTE

Realizável a Longo Prazo

Instrumentos Financeiros 210 210 Não há ajuste, pois devem estar a valor justo (valor de mercado)

Investimentos

Empresas coligadas e controladas 830 950 Avaliação da empresa ("Valuation") pelo fluxo de caixa descontado

Imobilizado

Terrenos e Prédios 2.990 4.098 Valor justo (valor de mercado) superior ao valor contábil

Equipamentos, Móveis, Veículos 4.030 3.620 Valor justo (valor de mercado) superior ao valor contábil

(–) Depreciação Acumulada -1.280 0

Intangível

Marcas e patentes 350 500 Valor justo (valor de mercado) superior ao valor contábil

(–) Amortização Acumulada -280 0

Soma 6.850 9.378

ATIVO TOTAL 15.272 21.643

(continua)

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Balanço Patrimonial

Valor

Contábil $

Valor de

Mercado $ Critério Básico

PASSIVO CIRCULANTEFornecedores 838 810 Ajuste a valor presente - dedução dos juros adicionados

nas compras a prazoTributos a Recolher 499 499 Não há ajuste estando os juros e multas contabilizadas

adequadamenteSalários e Encargos a Pagar 400 400 Não há ajuste se as provisões de perdas prováveis estão

contabilizadasOutras Contas a Pagar 534 534 Não há ajuste estando os juros e multas contabilizadas

adequadamenteEmpréstimos e Financiamentos 1.604 2.500 Ajuste a valor justo de mercado, se existir Soma 3.875 4.743PASSIVO N‹O CIRCULANTEEmpréstimos e Financiamentos 4.000 3.900 Ajuste a valor justo de mercado, se existirTributos Parcelados 1.300 1.300 Não há ajuste estando os juros e multas contabilizadas

adequadamente Soma 5.300 5.200PATRIMłNIO L¸QUIDOCapital Social 4.000 4.000 Não há ajusteReservas 1.800 1.800 Não há ajusteLucros Acumulados 297 5.900 Valor de Mercado Residual obtido por diferença Soma 6.097 11.700 VALOR DA EMPRESAPASSIVO TOTAL 15.272 21.643

Nesse exemplo, pelo critério de avaliação pelo Valor Contábil, o valor da empre-sa é igual a $ 6.097, que é o valor total do Patrimônio Líquido pela contabilidade tradicional.

No critério de avaliação pelo Valor de Mercado, o valor da empresa é igual a $ 11.700, decorrente da avaliação individual dos ativos e passivos a preços de mer-cado, ficando a diferença como Valor de Mercado Residual ou Patrimônio Líquido a Preços de Mercado.

Cotação da ação

Nesse critério, a empresa vale a cotação da ação ou cota no mercado de bolsa de valores ou mercado de balcão. Esse critério é tanto mais válido quanto mais o mer-cado acionário representar a realidade econômica do país e do mercado, bem como o desempenho das empresas, como tende a acontecer nos países em que há grande número de empresas de capital aberto.

Sabe-se que, em linhas gerais, os princípios que direcionam o valor da cotação da ação das empresas em bolsas de valores são conceitos econômicos atrelados a

Tabela 1.1 – Valor da empresa: valor contábil e valor de mercado (continuação)

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fluxo futuro de dividendos ou lucros, sendo, portanto, um critério antecipatório do critério mais recomendado de avaliação de empresas.

Nesse conceito, para se obter o valor da empresa, basta multiplicar a quan-tidade de ações ou cotas representativas do capital social da empresa pelo valor da cotação ou cota no mercado, por ocasião da negociação ou no momento de mensuração do valor da empresa. Respeitam-se, obviamente, as diversas classes de ações representativas do capital e suas eventuais cotações diferenciadas. Se as ações preferenciais têm valor diferente das ações ordinárias, essas diferenças de-vem ser consideradas junto às respectivas quantidades.

Valor da Empresa pela Cotação da Ação = Quantidade de Ações ´ Cotação da Ação na Bolsa

Tabela 1.2 – Valor da empresa pelo critério de cotação da ação

COTAÇ‹O DA AÇ‹O

Ordinárias Preferenciais Total

Quantidade integralizada 3.200.000 4.500.000 7.700.000

Cotação unitária da ação no mercado – R$ 1,25 1,45

VALOR DA EMPRESA – R$ 4.000.000 6.525.000 10.525.000

Potencial de rentabilidade futura

Nesse conceito, o valor atual da empresa é decorrente de sua rentabilidade futura ou, em outras palavras, do fluxo futuro de benefícios. Em princípio, devemos projetar os lucros da empresa, considerando os produtos e mercados atuais, os produtos e mercados futuros, e avaliar sua rentabilidade, trazendo-os a valor atual por uma taxa de juros de desconto. Esse critério é considerado como o mais adequado para avaliação de uma empresa, pois fundamenta-se no cerne da questão empresarial: a capacidade de geração de lucros.

A capacidade de geração de lucros é que possibilitará o que se busca em um investimento de risco: a geração de caixa e, consequentemente, o retorno do inves-timento. Gerando lucros e caixa, a empresa terá condições de distribuir resultados e, com isso, possibilitará tanto os fluxos futuros de dividendos como a manutenção de sua atratividade junto aos atuais e potenciais acionistas e investidores.

A possibilidade real de dividendos futuros influenciará decisivamente na ava-liação da ação no mercado, trazendo sua cotação a preços que reflitam o patrimônio da empresa, sua rentabilidade futura e, portanto, seu desempenho empresarial.

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O objetivo desta obra é apresentar de forma detalhada o processo de gestão orçamentária

a partir do planejamento estratégico e do objetivo financeiro de criação de valor como

elementos básicos para a estruturação do plano orçamentário. Esta edição contempla

todas as alterações das novas práticas contábeis decorrentes da adoção das normas

internacionais do IFRS, instituídas pelas leis n 11.637/07 e 11.941/09.

A Parte I é destinada aos fundamentos que compreendem a empresa e o processo de

gestão, o processo de criação de valor, os conceitos, objetivos e o processo de estruturação

do plano orçamentário, as vantagens do orçamento e os modelos de condução do processo

orçamentário. Contempla também a introdução aos conceitos de orçamento matricial,

orçamento por atividades e orçamento base zero.

A Parte II apresenta estudo detalhado para elaboração de cada peça orçamentária que

compõe o plano orçamentário completo. Traz todos os aspectos principais que devem ser

observados em cada orçamento, bem como exemplos numéricos com a complexidade

necessária para possibilitar que o leitor os adapte para a execução do plano orçamentário de

sua entidade. Reservamos um capítulo para explorar, de forma resumida, as possibilidades

de aplicação do orçamento em qualquer atividade não industrial e sem fins lucrativos.

A Parte III tem por objetivo a finalização do plano orçamentário, com os conceitos de

projeção das demonstrações contábeis básicas e de sua análise, bem como os conceitos de

controle e acompanhamento orçamentário.

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