Planejamento Pedagógico

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PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO Profª. Telma Regina Bueno

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PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO

Profª. Telma Regina Bueno

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Trabalho focando o tópico:

Planejamento Pedagógico

- Estratégias e Abordagens Metodológicas

- Escolha e Definição de Conteúdos

- Possibilidades de Interdisciplinaridade

- Elencamento de Bibliografia

- Plano de Aula

- Projeto Pedagógico

- Planejamento do Período Letivo

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1. Breve Reflexão da L.D.B. e seus aspectos

Tendo em vista a proposta de estudo e reflexão acerca do tema “Os Fundamentos da Educação Superior”, abordando os aspectos do item Planejamento Pedagógico.

Sabemos que a Educação do nosso país sofre pelo atraso e indiferença por parte da gestão política e da própria cultura social que não possui a conscientização de que o ensino, a educação da escola é um futuro que não está distante, pois estamos atravessando um novo período histórico, a era do “informacionismo”, a frase dos grandes avanços tecnológicos que fazem o futuro ser o “próprio hoje”.

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A reflexão sobre a leitura da legislação educacional que atualmente vigora a questão do contexto educacional nos coloca em choque frente aos avanços e mudanças, em termos de globalização, de mundo e um atraso considerável quando lei que dispõe e regulamenta o Ensino no Brasil.

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O Ensino Superior no Brasil é “prêmio” para alguns, o acesso é de poucos, uma minoria, e sabemos que as causas estão relacionadas desde a sua origem, ou seja, o ensino básico.

Qual o incentivo, as melhorias que temos visto para o ensino básico no pais?

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Algumas mudanças singelas na gestão de conceitos ou notas, avaliação de aprendizagem, mas a relação de ensino e aprendizagem continua e dobra seu caráter de responsabilidade exclusiva dos docentes.

Sim, a L.D.B. mostra que o “Estado” transfere esta responsabilidade para nós, professores. As novas metodologias de ensino devem ser construídas através do nosso esforço. É imposição, indireta, através de uma lei que ainda está no passado, mas nos cobra a ousadia de criarmos bases fortes, sólidas para o ensino do futuro a partir do nada, pois os velhos paradigmas nos servem somente de ‘lanterna” para verificar o que precisa ser melhorado ou construído.

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No ponto de vista de Pedro Demo (A Nova L.D.B. –

Ranços e Avanços), nos demonstra que mesmo deixando a lei “a desejar”, é preciso um olhar positivo para aspectos importantes que abrem caminhos para mudanças significativas na Educação. A valorização destes aspectos, a crítica é importante pois através dela se constrói algo melhor, tornamos os sonhos, as idéias em possíveis realidades.

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É importante nos conscientizarmos dos avanços que a lei propõe sobretudo o caráter de flexibilidade para a conscientização de novas metodologias e o estabelecimento da relação ensino-aprendizagem de qualidade.

Concordamos que nosso maior atraso realmente não está na Economia, mas sim na Educação, por isso é necessário lançarmos como prioridade e meta dos professores da Educação Básica para construirmos um alicerce mais eficaz.

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O que será a Educação do Futuro?

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Bom seria se a nossa L.D.B pudesse

contemplar os Sete Saberes para a Educação do Futuro, de Edgar Morin, porém o desafio está lançado. Cabe a nós aproveitarmos a analogia sobre contexto educacional existente e plantarmos as sementes para esta nova Educação que nos é cobrada.

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Na reflexão emitida pela Deputada Esther Grossi

verificamos que, no entendimento dela, “O novo começa na Educação”. Os objetivos, as metas autenticamente democráticas para a escola têm que ser muito mais ousadas e exigentes, visando a efetiva aprendizagem para os lados, como demonstram que é possível.

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A Educação deve ser a condição necessária ao princípio da vida social. O cenário educacional se torna exigente para os professores:

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É necessário termos como principais responsabilidades a questão da orientação e mediação do ensino para aprendizagem dos alunos, responsabilizar-se pelo sucesso da aprendizagem dos alunos, assumir e saber lidar com a diversidade entre os alunos, incentivar atividades de enriquecimento curricular, elaborar e executar projetos para o desenvolvimento de conteúdos curriculares, utilizar novas metodologias e estratégias e materiais de apoio e desenvolver hábitos de colaboração e trabalho em equipe.

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Importante notar as exigências do MEC com relação ao controle de qualidade dos cursos, ou seja, a gestão de qualidade do ensino envolve atividades que determinam o contexto institucional a fim de garantir a qualidade do ensino. O MEC nos coloca que deve existir um manual de qualidade abrangendo os requisitos dos padrões de qualidade de gestão e do sistema de ensino dos cursos que possa ser o orientador para a sociedade institucional.

As Instituições de Ensino devem ser o referencial ético para seus alunos.

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O Planejamento Pedagógico da Organização que

Aprende... Ao abordarmos alguns aspectos do tema Planejamento Pedagógico, importante notar a reflexão que surge em relação à proposta da obra “A quinta disciplina”, de Peter M. Senge, pois aos nossos olhos existe uma ponte que precisa ser construída para a melhor contribuição na relação ensino aprendizagem focando a Educação Superior, ou seja, acreditamos que todas as instituições de Ensino devam estar comprometidas com o ensino de qualidade e eficaz para atender sua função social. Para isto o objetivo é algo maior, é a consciência do aprender junto, a chamada visão sistêmica, um círculo vital, que um depende do outro para o alcance dos resultados. O crescimento e aprimoramento para o todo, não para o individual.

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A certeza de que as organizações, instituições só aprendem por meio de indivíduos que aprendem juntos. A aprendizagem do todo não se satisfaz com a individualidade. Por isto o planejamento não é do professor, é do corpo docente, ou melhor, da Instituição no seu todo.

Esqueçamos do velho paradigma do indivíduo único, solitário, auto-suficiente e capaz. Não há mais espaço para o isolamento, seja em organizações, instituições de ensino na questão do aprender. O aprender individual é o início, porém é preciso a consciência do homem-equipe ser o meio para alcançar os resultados do aprender, saber e ensinar.

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A organização que aprende é aquela que está

justificando essa proposta e consciência em todos os níveis. A aprendizagem é contínua, e objetiva o desenvolvimento destas pessoas, alunos, do corpo como um todo. Por este fato, é importante, nós docentes, refletirmos sobre a questão do aprender, do saber e ensinar focando no momento atual quais os caminhos para o sucesso do aprender conjunto.

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O Planejamento Pedagógico não deve ser tratado como imutável, ao contrário, através de planejar podemos abrir espaço para estas novas propostas de aprendizado organizacional, sistêmico. A etapa de planejamento é a nascente, nela está a possibilidade de melhorias, de correções do que não está bom, inovações, novas metodologias e estratégias para um ensino eficaz e válido de qualidade.

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Hoje as estratégias e abordagens metodológicas encontram-se abertas para mudanças, para inovações na relação de ensino-aprendizagem, onde há contribuição dos processos de avaliação, não só do ensino, mas da Instituição como um todo. A avaliação tem contribuído para a etapa de planejamento, pois ela clareia o que precisa ser alterado de forma positiva.

O Planejamento Pedagógico deve possuir de forma clara as metas a serem atingidas. A discussão, reflexão sobre novas estratégias e abordagens metodológicas devem ser pauta dos encontros dos docentes. Nós, professores, somos a ferramenta para oferecermos o melhor do ensino para os alunos. A relação ensino-aprendizagem se encontra nas metodologias adotadas pelos professores.

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Importante mostrar aos alunos do Curso Superior que o diploma não é tão mais importante do que o aprendizado do conhecimento universal; as experiências adquiridas e vivenciadas na Instituição, na relação professor-aluno, ofertam uma soma de bases que serão cobradas no mercado de trabalho ou na vida pessoal.

O ensino envolve três elementos fundamentais: aquele que ensina (o professor), aquele que aprende (o aluno) e aquele que o primeiro ensina ao segundo (o conteúdo). A metodologia escolhida se efetivará através da escolha pelos docentes, constando no planejamento a sua definição, quais as técnicas e estratégias que implicam num modo de realizar a interação desse três elementos, contribui para a dinâmica que se define na medida em que estabelece uma relação adequada e equilibrada com eles.

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Planejar é uma ação constante que não existe sem a tomada de decisões, de escolhas, mas que ao mesmo tempo se confunde com ela. Neste sentido, o planejamento é caracterizado como um processo que tem começo, meio e fim e que ocorre de modo ininterrupto, em 3 fases:

-1ª fase: preparação do plano – discussão e decisões para a ação.

-2ª fase: é a ação em curso, permitindo a verificação das escolhas.

-3ª fase: é análise crítica dos resultados.

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2. PLANEJAMENTO – SOB A ÓTICA DA TRANSDICIPLINARIDADE

De resto, abomino tudo aquilo que me instrui sem aumentar e estimular imediatamente a minha atividade. GOETHE

Conscientemente ou não, a postura e a prática epistemológica determinam o tipo e a eficiência de qualquer pedagogia. Por isso, é necessário explicitar os princípios pedagógicos coerentemente formulados e praticados em consonância com os fundamentos epistemológicos. Ou, preferindo, os fundamentos epistemológicos só terão consistência se traduzidos na prática pedagógica.

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Tanto os fundamentos epistemológicos quanto os princípios pedagógicos implicam novos papéis para o professor. O caráter democratizador, mediador, transformador e globalizador da escola passa para o professor. Com efeito, a validade da fundamentação epistemológica e a aplicabilidade dos princípios pedagógicos dependem da postura do professor constituído em mediador na interação dos alunos entre si, o meio social e os objetos de conhecimento.

Para exercer o papel de mediador é necessário ter conhecimento do aluno e do objeto de ensino.

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Planejar este processo é uma enorme responsabilidade. Pretender desenvolver atividades pedagógicas sem levar em consideração o nível conceitual do aluno e seu estado de espírito é temerário. Da mesma forma, insistir em ensinar para o aluno aquilo que ele já sabe, é tedioso. Aqui está a sabedoria do trabalho docente e curricular.

Essa visão não está relegando o professor a segundo plano. Ao contrário, seu papel se fortalece, pois ele é o planejador, o condutor do processo de aprendizagem, o grande incentivador e administrador da curiosidade do jovem.

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Pelo intermédio do professor, o aluno encontrará na escola as ferramentas e os

métodos de sistematização do conhecimento, aumentando a

responsabilidade e a importância do professor. Sem professor não há recursos

materiais ou tecnologia que funcione.

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A ação do aluno como paradigma do processo pedagógico só acontecerá na medida da criatividade, da competência e do envolvimento emocional do professor. O melhor professor é aquele que ensina a aprender, tendo como maior aliado à realidade que envolve seus alunos, e a ele, em desafios cada vez mais complexos. Cabe aqui o professor como facilitador ou mediador, consciente de que o tipo de relacionamento com seus alunos afeta profundamente os resultados, facilitando, dificultando ou até bloqueando a aprendizagem.

Planejamento de ensino é o que se desenvolve basicamente a partir da ação do professor. Visa ao direcionamento metódico e sistemático das atividades a serem desenvolvidas pelo professor junto a seus alunos para alcançar os objetivos pretendidos.

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O professor de ensino superior, ao assumir uma disciplina, precisa tomar uma série de decisões. Precisa, por exemplo, decidir acerca dos objetivos, das estratégias e dos recursos que vai adotar para facilitar a aprendizagem, dos critérios de avaliação.

Todas essas decisões fazem parte do processo de planejamento de ensino, que cada vez mais se configura como condição essencial para o êxito do trabalho docente. De fato, à maneira que as ações docentes são planejadas, evita-se a improvisação, garante-se maior probabilidade de alcance dos objetivos, obtém-se maior segurança na direção do ensino e também maior economia de tempo e energia.

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Para o planejamento de ensino o professor inicialmente

deve proceder ao diagnóstico da realidade em que se insere sua disciplina. Essa realidade envolve as necessidades e as expectativas dos alunos, a importância e o status da disciplina no contexto do curso, os recursos disponíveis para o seu desenvolvimento. Com base nesse diagnóstico, o professor precisa definir objetos, determinar o conteúdo que a disciplina vai desenvolver, selecionar estratégias e recursos de ensino e também de avaliação.

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À medida que o professor vai desenvolvendo o seu curso, passará a ter condições de receber feedback de seus alunos. O planejamento, de modo geral, precisa apresentar alguma flexibilidade, para que o professor possa, a partir desse feedback, proceder alterações em seu curso. Assim, os alunos vão tornando-se, de certa forma, co-participantes desse processo.

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Também ao longo do desenvolvimento do curso, o professor deve fazer novas leituras, dialogar com outros professores, tomando contato com novas experiências educacionais e procedendo à avaliação dos alunos, da programação e de sua própria atuação. A partir da obtenção desses dados, o professor deve, se necessário for, fazer um replanejamento de seu curso. E, muitas vezes, alterações significativas podem ser feitas no decorrer do próprio ano ou semestre letivo. Fica claro, portanto, que o planejamento efetivo constitui atividade contínua e flexível.

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A Educação deve ser um processo contínuo e permanente, durante o transcurso da existência do ser humano, o qual se transmite a herança cultural de gerações, num processo de desenvolvimento contínuo, capaz de gerar respostas adequadas a problemas atuais que enfrentam diante dos novos saberes contemporâneos.

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A herança cultural é entendida como a soma dos valores admitidos pela sociedade, entre os quais tem particular importância aqueles relacionados com o problema do ser e a destinação do homem no mundo em que vive.

O homem existe para a realidade de uma vida feliz, dentro de um mundo onde deverá se concretizar, pela atuação do próprio homem, o ideal de justiça social com base para o bem comum. Para tanto, devemos considerar os aspectos relativos à ação que o sujeito deve realizar sobre ou com o objeto, tanto no que se refere a operações cognitivas ou instrumentais. Identificar uma informação num texto é mais simples do que comparar informações de dois textos diferentes.

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Acrescentam-se aos postulados acima enunciados, exigências que se fazem presentes hoje, mundialmente, e que requisitam dos sistemas educacionais a observância rigorosa do que identificaríamos aqui como quatro pilares de sustentação do sistema educativo:

Aprender a conhecer – o que pressupões combinar uma cultura geral suficientemente extensa e a possibilidade de trabalhar em profundidade alguns assuntos.

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Aprender a fazer – que pretende que cada pessoa adquira competências que a tornem apta para enfrentar diferentes situações e a

trabalhar em equipe.

Aprender a viver com os outros – o que implica compreender o outro, perceber a

interdependência, realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos.

Aprender a ser – que pretende que cada pessoa possa desenvolver melhor sua personalidade,

suas capacidades e sua autonomia.

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Baseando-se nas considerações acima, oriundas da Reunião Internacional sobre Educação para o Século XXI, considera-se como paradigma curricular a forma de organização curricular fundamentada sobre Princípios Estéticos que fundamentam a articulação entre as áreas do conhecimento e aspectos da vida cidadã de acordo com o artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases nº. 9394/96.

Salienta-se que a configuração da intervenção educativa deve concretizar-se através de ações:

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1. que nos permitam detectar os conhecimentos prévios dos alunos em relação aos novos conteúdos de aprendizagem;

2. que os conteúdos sejam colocados de tal modo que sejam significativos e funcionais para os alunos;

3. que os conteúdos sejam adequados para o nível de desenvolvimento dos alunos;

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4. que apareçam como um desafio acessível para o aluno, isto é, que levam em conta suas competências atuais e as façam avançar com a mediação necessária, que permitam criar zonas de desenvolvimento proximal e nelas intervir;

5. que provoquem um conflito cognoscitivo e promovam a atividade mental do aluno necessária ao estabelecimento de relações entre os novos conteúdos e os conhecimentos prévios;

6. que fomentem atitude favorável, isto é, que sejam motivadoras, em relação à aprendizagem de novos conteúdos;

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7. que estimulem a auto-estima e o auto conhecimento em relação às aprendizagens propostas, isto é, que com elas o aluno possa experimentar que aprendeu em algum grau, que o que aprendeu é útil, que seu esforço valeu a pena.

8. que propiciem ao aluno a aquisição gradual de habilidades e destrezas relacionadas com aprender a aprender e que lhe permitam ser cada vez mais autônomo em suas aprendizagens futuras.

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A interdisciplinaridade e a contextualização estão propostas como princípios pedagógicos estruturadores do currículo para atender o que a lei estabelece quanto

à constituição das competências cognitivas e das habilidades instrumentais que o sujeito utiliza para

estabelecer relações com e entre os objetos, situações, fenômenos e pessoas que deseja conhecer. As

habilidades instrumentais referem-se especificamente ao plano do “saber fazer” e decorrem diretamente do

nível estrutural das competências já adquiridas e que se transformam em habilidades.

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Ao planejar sua proposta pedagógica, os educadores devem estar convictos da necessidade imperiosa de se buscar um estado de equilíbrio em que a conservação dos saberes adquiridos não impeça a aquisição de novos saberes. Acredita-se que deve se chegar a ele, porque o progresso também se nutre do passado. Vive-se um momento claro de integração de saberes. É preciso retirar as disciplinas científicas de suas “torres de marfim” e deixá-las impregnar-se de vida cotidiana, sem que isto pressuponha, de forma alguma, renunciar as elaborações teóricas imprescindíveis. Afinal, se a cultura, e conseqüentemente o ensino, são produtos de idéias predominantes ao longo da História, e se estas idéias evoluem, é natural que esta evolução também se reflita no ensino.

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Como educadores pensamos que a concretização do processo educacional deva estar proposta através da “interação permanente entre o sistema escolar e seu entorno, integrando as influências externas ao próprio desenvolvimento do programa de ensino, aberto a um

contínuo processo de revisão e reorganização, pautado no critério fundamental da interdependência, voltado para a pesquisa permanente e aberto para todos os

possíveis...” (Cole, 1991, p. 120).

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Cumpre-nos ressaltar que a intenção educativa referente ao desenvolvimento de atitudes, valores e normas, que visam promover aspectos que nos completam como seres humanos, que dão razão e sentido para o conhecimento científico, é nuclear e imperiosa. Acreditamos fundamental, introduzir no ensino reflexões sobre as preocupações mais agudas da sociedade atual que se configuram no apelo mundial da paz, pela igualdade de direitos e oportunidades, pela preservação e melhoria do meio ambiente, por uma vida mais saudável, pelo desenvolvimento da afetividade e da sexualidade que permitam o estabelecimento de relações interpessoais mais felizes. Enfim devemos oferecer ao educando condições de desenvolver personalidade autônoma e crítica, capaz de respeitar a opinião dos demais e defender ao mesmo tempo seus direitos.

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Sendo o educando um ser pleno período evolutivo, ocasião em que as estruturas bio-psico-sociais vão gradativamente amadurecendo, é fundamental que se atende para as possibilidades de assimilação que o aluno apresenta nos seus diferentes estágios de desenvolvimento. Dessa forma, a evolução da personalidade do educando e o seu ajustamento social se concretizam através de um processo gradual e progressivo até alcançar a conduta desejável, voluntária e racional.

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É o professor quem faz o aluno progredir, na medida em que desencadeia a problematização, oferece os materiais e orienta quanto aos procedimentos da aprendizagem. Ele é o suporte intelectual e emocional do aluno na interação com o meio, comprovando a constatação histórica de que para além de toda e qualquer moderna teoria pedagógica, o professor continua sendo o modelo para seus alunos. Agora com mais razão, sua personalidade termina “marcando-os”, não tanto pelo seu discurso, mas, sobretudo, pelas suas atitudes comportamentais, éticas e científicas frente à realidade.

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Portanto, toda concepção de ensino revela uma visão de mundo. Toda proposta de ensino está pautada em uma concepção. Ao optarmos por uma concepção, estamos determinando a nossa postura frente ao processo ensino/aprendizagem. Mas, para que possamos optar, precisamos conhecer quais são as concepções que norteiam as propostas e, conseqüentemente, a nossa postura enquanto educadores. Nesse sentido, a postura individual é a vivência pessoal da ideologia de uma instituição, levando a união em torno de seus princípios básicos, que formam o todo.

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Para haver essa união é absolutamente necessário ocorrer um “casamento” entre duas entidades: a pessoa e a instituição. Em outras palavras, sempre que um ideário pessoal for coerente com o grupal, haverá integração, e o inverso também será verdadeiro.

Os valores de uma organização formam o consciente coletivo que identifica e une a todos, e é esse consciente coletivo que dá origem à sinergia (harmonia entre o indivíduo e a comunidade).

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É através dessas verdades comuns que podemos atingir a prática de ações grupais contínuas, convergentes e coincidentes e, daí, atingir objetivos e realizações individuais e grupais, de maneira adulta e responsável. Digamos que haja nesse consciente coletivo o valor “cooperação”; nesse caso, todos terão de trabalhar para que isso aconteça sempre.

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Finalmente, a avaliação do aproveitamento do educando deverá incidir sobre o desempenho dele, nos diferentes aspectos da aprendizagem, obedecendo critérios claros que orientem efetivamente a leitura dos aspectos a serem avaliados. Deve acontecer contínua e sistematicamente através da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno.

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Possibilita conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos, em função da intervenção pedagógica realizada. Portanto, a avaliação da aprendizagem só pode acontecer se for relacionada às oportunidades que foram oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar.

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3. Considerações Finais

Uma proposta pedagógica é um instrumento de trabalho do profissional professor. Enquanto tal deve ser um recurso, um referencial para a ação autônoma e consciente deste profissional, e nunca uma amarra ou empecilho ao seu pleno desenvolvimento.

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Conclusivamente, cumpre-nos enfatizar que as proposições enunciadas nesta proposta pedagógica não se pretendem acabadas e completas, mas em constante processo de construção, tal e qual a construção do saber: eterno e inesgotável. “E aí reside toda a beleza e proficiência deste processo, exatamente aí, onde alunos e professores têm um encontro marcado numa nova perspectiva de ensino que liga o espaço ao espaço vida, dinamizando e revitalizando a ambos”

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4. Bibliografia

GIL, Antônio Carlos. Metodologia do Ensino Superior. São Paulo, Atlas, 1997.

BORDENAVE, Juan Diaz e PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de Ensino-Aprendizagem. Vozes, 1998.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo, Palas Athena, 1997.

DEMO, Pedro. A Nova L.D.B. – Rançoes e Avanços.MORIN, Edgar. Terra Pátria. Lisboa, Instituto Piaget, 1993.NICOLESCU, Basarab. O Manifesto da Transdisciplinaridade. São

Paulo, Triom, 1999.SENGE, Peter M. A 5.ª Disciplina – Arte e Prática da Organização que

Aprende. Editora Best Seller, 2.ª Edição.