Plano de Ensino_Hermenêutica (Versão a)

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PLANO DE ENSINO 1. IDENTIFICAÇÃO: CURSO: Filosofia CÓD. CURSO: DISCIPLINA: Hermenêutica PERÍODO MINISTRADO: CÓD. CURRÍCULO: SEMESTRE/ANO: 2/2015 PROFESSOR: Rainri Back 2. EMENTA: Definição, âmbito e significado de Hermenêutica. Hermenêutica e com- preensão. Hermenêutica e Linguagem. Hermenêutica e significação. Herme- nêutica filosófica: leitura tradicionalista e leitura crítica. Evolução histórica do pensamento hermenêutico. Dialética e Hermenêutica. 3. CONTRIBUIÇÃO PARA OS OBJETIVOS DO CURSO: As análises lógico-semânticas, por mais fecundas que sejam, não conse- guem dar conta de todas as dimensões da realidade, sobretudo do fenômeno humano. Ele, o ser humano, não pode ser reduzido a conceitos únicos e defini- tivos, pois, por ser um ente inacabado, precisa sempre lidar com novas possibi- lidades. Conhecer a hermenêutica, então, é fundamental, porque assim o estu- dante encontra uma maneira de pensar que faz jus ao caráter inexoravalmente temporal, histórico, do ser humano. 4. OBJETIVO GERAL: Definir o que é hermenêutica e estudar o seu desenvolvimento, desde a origem, até as perspectivas mais recentes, abertas pelos filósofos que sucede- ram Heidegger e Gadamer. 6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Conhecer as origens históricas da hermenêutica; - Saber a diferença entre hermenêutica clássica e hermenêutica filosófica; - Aprofundar o entendimento da hermenêutica; - Conhecer as críticas à hermenêutica filosófica; - Estudar alguns desdobramentos da hermenêutica. 7. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: I. Origens da hermenêutica: - História da hermenêutica; - Schleiermacher; - Dilthey. II. Hermenêutica filosófica: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA UCB PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO - PRG UNIDADE DE ASSESSORIA DIDÁTICO EDUCACIONAL - UADE

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PLANO DE ENSINO

1. IDENTIFICAÇÃO:

CURSO: Filosofia CÓD. CURSO: DISCIPLINA: Hermenêutica PERÍODO MINISTRADO: CÓD. CURRÍCULO: SEMESTRE/ANO: 2/2015 PROFESSOR: Rainri Back

2. EMENTA:

Definição, âmbito e significado de Hermenêutica. Hermenêutica e com-preensão. Hermenêutica e Linguagem. Hermenêutica e significação. Herme-nêutica filosófica: leitura tradicionalista e leitura crítica. Evolução histórica do pensamento hermenêutico. Dialética e Hermenêutica.

3. CONTRIBUIÇÃO PARA OS OBJETIVOS DO CURSO:

As análises lógico-semânticas, por mais fecundas que sejam, não conse-guem dar conta de todas as dimensões da realidade, sobretudo do fenômeno humano. Ele, o ser humano, não pode ser reduzido a conceitos únicos e defini-tivos, pois, por ser um ente inacabado, precisa sempre lidar com novas possibi-lidades. Conhecer a hermenêutica, então, é fundamental, porque assim o estu-dante encontra uma maneira de pensar que faz jus ao caráter inexoravalmente temporal, histórico, do ser humano. 4. OBJETIVO GERAL:

Definir o que é hermenêutica e estudar o seu desenvolvimento, desde a origem, até as perspectivas mais recentes, abertas pelos filósofos que sucede-ram Heidegger e Gadamer. 6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Conhecer as origens históricas da hermenêutica; - Saber a diferença entre hermenêutica clássica e hermenêutica filosófica; - Aprofundar o entendimento da hermenêutica; - Conhecer as críticas à hermenêutica filosófica; - Estudar alguns desdobramentos da hermenêutica.

7. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

I. Origens da hermenêutica:

- História da hermenêutica; - Schleiermacher; - Dilthey.

II. Hermenêutica filosófica:

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA – UCB PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO - PRG

UNIDADE DE ASSESSORIA DIDÁTICO EDUCACIONAL - UADE

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- A herança de Heidegger; - Gadamer: fundação da hermenêutica filosófica.

III. Desdobramentos da hermenêutica:

- Panorama geral sobre Apel e Habermas; - Habermas: contra pretensão de universalidade da hermenêutica; - Ricoeur: hermenêutica fenomenológica.

Ob.: o conteúdo proposto poderá sofrer alterações em função da dinâmica das aulas, do interesse e da necessidade dos estudantes e/ou do profes-sor.

8. METODOLOGIA DE ENSINO:

RECURSOS INSTRUCIONAIS: Durante o semestre serão utilizados os seguintes recursos instrucionais:

leitura individual de textos, leitura coletiva com comentários do professor e elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos, como estudos dirigidos, resenhas e artigos.

As aulas serão divididas em dois momentos: leitura comentada dos textos com discussão do tema em questão e atividade escrita sobre o texto discutido (estudo dirigido). É fundamental que os textos tenham sido lidos pelo o estu-dante antes de cada aula. Durante a aula é desejável o debate do assunto por parte de todos, fundamentado no estudo e na reflexão pessoal desenvolvidos previamente. Se necessário, o professor poderá propor seminários temáticos para estimular a participação dos estudantes.

Portanto, a dinâmica das aulas inicialmente proposta poderá sofrer altera-ções, inclusive, com a proposição de outras estratégias, em função da necessi-dade dos estudantes e/ou do professor, visando o bom desenvolvimento da aprendizagem e o favorecimento da reflexão crítica.

AVALIAÇÃO (critérios, ponderação e recuperação):

Avaliação e ponderação:

A avaliação considerará os estudos dirigidos realizados em sala de aula (somando 3,5 pontos, o que equivale a 35% da nota final), a participação de cada estudante baseada na leitura prévia do texto (valendo 2,0 pontos, o que equivale a 20% da nota final), a apresentação do projeto de artigo (valendo 0,5 ponto, o que equivale a 5% da nota final) e a produção e apresentação de um artigo ou resenha crítica (somando 4,0 pontos, o que equivale a 40% da nota final). O artigo ou resenha crítica versará sobre um dos temas discutidos e será escolhido pelo estudante para pesquisa e reflexão, com a aprovação prévia do professor. O artigo ou resenha crítica deverá ser entregue no final do semestre, no dia da apresentação oral do texto, valendo 2,0 pontos o texto escrito e 2,0 pontos a apresentação oral. A média para aprovação é 7,0 (sete).

Ob. I: caso seja necessário propor seminários, eles serão avaliados como

participação na aula, de acordo com a ponderação proposta. Ob. II: no projeto de artigo ou resenha crítica, o estudante deve

apresentar o tema sobre o qual pretende versar, esclarecendo-o por meio dos seguintes tópicos:

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1) Tema do artigo ou resenha crítica. Por exemplo, “Por que a herme-nêutica é um problema universal?”;

2) Objetivo geral: aqui, deve ser apresentada a finalidade geral do texto. Por exemplo, investigar se o filósofo x resolve certo problema.

3) Objetivos específicos: são os passos necessários para realizar o objetivo geral. Por exemplo, para resolver certo problema, o filósofo x (primeiro passo) parte de certa pressuposição. Depois (segundo passo), responde uma questão que o problema pressupõe. Por fim (terceiro passo), mostra como aquela pressuposição e a resposta à questão citada resolverão o problema visado no artigo ou resenha crítica;

4) Bibliografia.

Ob. III: qual a diferença entre um artigo e uma resenha crítica?

a) Um artigo é um texto bem mais ousado, onde o estudante busca responder uma questão que o inquietou durante o curso, apresentando argumentos próprios e combinando, se possível, as perspectivas de dois ou mais filósofos.

b) Uma resenha é um texto sem tanta ênfase na autoria e se restringe à apresentação das ideias fundamentais de textos discutidos no curso e do ponto de vista do estudante sobre ele.

A resenha deve comportar todos os textos lidos no curso do filósofo escolhido. Por exemplo, se lemos três textos de Gadamer, então a resenha deve contemplar todos eles. Porém, se o estudante escolher um filósofo do qual lemos apenas um texto, então ele deve enriquecer a sua resenha com, pelo menos, mais dois textos do/sobre o filósofo.

O ponto de vista do estudante deve consistir em: 1) mostrar por que escolheu tal texto e 2) concordar ou discordar de algum aspecto particular do texto, justificando a sua posição.

Ob. IV: tanto o artigo quanto a resenha devem ter, no mínimo, 07 (sete)

páginas, sem contar os elementos pré-textuais, capa, sumário etc. e os elementos pós-textuais, bibliografia, anexos etc. As especificações técnicas do texto são: Estilo da fonte: Arial ou Times New Roman; Tamanho da fonte: 12; Espaço entrelinhas: 1,5.

Critérios de avaliação:

Os textos (estudos dirigidos e artigo ou resenha crítica) serão avaliados por sua linguagem clara e objetiva, pela coerência da argumentação desenvolvida, pelo espírito de pesquisa e pelo domínio do assunto. É importante que o estudante se esforce para se posicionar de forma crítica e reflexiva, apresentando a sua interpretação pessoal de forma fundamentada.

A apresentação oral do artigo ou resenha crítica será avaliada pela capacidade do estudante para expor claramente o fio condutor do trabalho bem como pela profundidade da exposição oral dos conceitos e pelo envolvimento pessoal com o assunto em questão.

Observação:

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Trabalhos copiados (parcial ou integralmente) e sem as devidas referências às fontes consultadas serão desconsiderados, pois a prática do plágio constitui-se em atitude passível de penalizações previstas na Lei 9.610/1998 e no Regimento Geral da UCB (CONSUN 01/99), artigo 105, III, p. 38/39.

Recuperação:

O(s) estudantes(s) que ao final do semestre não alcançar(em) a média para aprovação poderão recuperar a nota por meio de prova oral. Só terá direi-to à recuperação o(s) estudante(s) que alcançar(em), no mínimo, 6,0 (seis) na média final. Portanto, notas inferiores a 6,0 implicam reprovação imediata. O conteúdo da prova de recuperação compreende tudo o que foi estudado no semestre. A avalição consistirá em perguntas sobre os pontos básicos do pensamento de cada filósofo estudado. A nota máxima alcançada na recuperação será 7,0 (sete).

9. BIBLIOGRAFIA (básica e complementar):

Bibliografia fundamental

DE ALMEIDA, Custódio L. S. Hermenêutica e dialética: dos estudos platônicos ao encontro com Hegel. Porto alegre: EDIPUCRS, 2002.

BLEICHER, Joseph. Hermenêutica contemporânea. Lisboa: Edições 70, 2002.

CORETH, Emerich. Questões fundamentais da hermenêutica. São Paulo: E.P.U: 1973.

GADAMER, Hans-Georg. A razão na época da ciência. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983. ______. Herança e futuro da europa. Lisboa: Edições 70, 1998. ______. Verdade e método. v. I. Rio de Janeiro: Petrópolis, 2002.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Parte I. Petrópolis: Vozes, 2002.

ROHDEN, Luiz. Hermenêutica filosófica. Rio Grande do Sul: Unisinos, 2005. Bibliografia complementar

GRONDIN, Jean. Introdução à hermenêutica filosófica. São Leopoldo: UNISI-NOS, 1999.

RICOEUR, Paul. Hermenêutica e Ideologias. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.

ALMEIDA, Custódio Luís Silva; FLICKINGER, Hans-Georg; ROHDEN, Luiz. Hermenêutica Filosófica: Nas trilhas de Hans-Georg Gadamer. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.

CESAR, Constança Marcondes (org.). A Hermenêutica francesa: Paul Ricoeur. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

HABERMAS, Jurgen. Dialética e hermenêutica: para a crítica da hermenêutica de Gadamer. Porto Alegre: L&PM, 1987.

MAGALHÃES, Rui (org.). Textos de hermenêutica. Porto: Rés, 1984.

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NUNES, Benedito. Hermenêutica e poesia: o pensamento hermenêutico. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

PALMER, Richard E. Hermenêutica. Lisboa: Edições 70, 1989.

RICOEUR, Paul. O conflito das Interpretações: ensaios de hermenêutica. Lis-boa: Rés, 1978. ______. O discurso da ação. Lisboa: Edições 70, 1989. ______. Teoria da Interpretação. Lisboa: edições 70, 1987.

SCHLEIERMACHER, Friedrich D. E. Hermenêutica: arte e técnica da interpre-tação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

SILVA, Maria L. P. F. da. A Hermenêutica do conflito em Paul Ricoeur. Coim-bra: Livraria Minerva, 1992.

VATTIMO, Gianni. O fim da modernidade: niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. Lisboa: Editorial Presença. 1987. ______. Para além da interpretação: o significado da hermenêutica para a filo-sofia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1999. 8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:

ENCONTROS DATA ATIVIDADES

01 20/07 Discussão do plano de ensino/aprendizagem.

02 27/07 Abordagem introdutória I. CORETH. Questões fundamentais da hermenêutica. E.P.U: 1973, cap. I, p. 05-31.

03 03/08 Abordagem introdutória II. BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, parte I, p. 21-43.

04 10/08 Filosofia hermenêutica: a herança de Heidegger. ALMEIDA. Hermenêutica e dialética. EDIPUCRS: 2002, cap. 5, p. 235-257.

05 17/08 Filosofia hermenêutica: compreensão e interpretação em Heidegger. HEIDEGGER. Ser e tempo. Vozes: 2002, §§ 31-32, 34.

06 24/08 Filosofia hermenêutica: Gadamer, conceitos básicos I. ALMEIDA. Hermenêutica e dialética. EDIPUCRS: 2002, cap. 5, p. 257-276.

07 31/08 Filosofia hermenêutica: Gadamer, conceitos básicos II. ALMEIDA. Hermenêutica e dialética. EDIPUCRS: 2002, cap. 5, p. 276-296.

--- 07/09 Feriado: proclamação da Independência do Brasil.

08 14/09 Filosofia hermenêutica: Gadamer, o conceito de jogo. ROHDEN. Hermenêutica filosófica. Unisinos: 2005, p. 111-126, 141-151.

09 21/09 Filosofia hermenêutica: Gadamer, a obra de arte. GADAMER. Herança e futuro da europa. Edições 70: 1998, p. 49-66.

10 28/09 Filosofia hermenêutica: Gadamer, a filosofia prática. GADAMER. A razão na época da ciência. Tempo Brasileiro: 1983, p. 41-56.

11 05/10 Crítica à filosofia hermenêutica: Apel e Habermas. 1) BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, p. 205-213. 2) BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, p. 215-231.

--- 12/10 Feriado: dia de Nossa Senhora da Aparecida.

12 19/10 Crítica à pretensão de universalidade da hermenêutica: Habermas. BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, p. 255-291.

13 26/10 Crítica à pretensão de universalidade da hermenêutica: Habermas. BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, p. 255-291.

--- 02/11 Feriado: dia de finados.

14 09/11 Entrega do projeto de artigo ou resenha crítica.

Hermenêutica fenomenológica: Ricoeur.

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BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, p. 301-322.

15 16/11 Hermenêutica fenomenológica: Ricoeur. BLEICHER. Hermenêutica contemporânea. Edições 70: 2002, p. 323-352.

16 23/11 Apresentação oral dos artigos e resenhas críticas.

--- 30/11 Feriado local: dia do evangélico.

17 07/11 Atividade de recuperação: prova oral.

--- 08/12 Encerramento do semestre.

Observação importante: o cronograma poderá sofrer alterações em função da dinâmica das aulas ou da necessidade dos estudantes e/ou do professor.