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Plano Municipal de Saneamento Básico de Bragança Paulista - SP Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

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  • Plano Municipal de Saneamento Bsico de Bragana Paulista - SP

    Sistemas de Abastecimento de gua e Esgotamento Sanitrio

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    Plano Municipal de Saneamento Bsico

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    Plano Municipal de Saneamento Bsico de Bragana Paulista - SP

    Sistemas de Abastecimento de gua e Esgotamento Sanitrio

    Bragana Paulista, SP - Novembro/2010

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    Sumrio

    INTRODUO.......... ................................................................................................. 10

    Abrangncia do PMS................................................................................................... 12

    Equipe e Agenda de Trabalho ..................................................................................... 13

    Mecanismos de Participao da Sociedade Civil ........................................................ 13

    1.Caracterizao do Municpio .................................................................................... 15

    1.1 Origens de Bragana Paulista ............................................................................... 15

    1.2 Localizao e acessos .......................................................................................... 16

    1.3 Hidrografia ............................................................................................................. 18

    1.4 Topografia e Geologia ........................................................................................... 21

    1.5 Clima ..................................................................................................................... 23

    1.6 Vegetao ............................................................................................................. 24

    1.6.1 reas Protegidas por Lei .................................................................................... 25

    1.6.1.1 reas de Proteo Ambiental APA ............................................................... 26

    1.6.1.2. Estao Ecolgica Municipal do Caet .......................................................... 28

    1.6.1.3 Parque Municipal Natural Petronilla Markovicz ............................................... 29

    1.6.1.4 Parque Frei Constncio Nogara ...................................................................... 30

    1.6.1.5. RPPN Fazenda da Serrinha e Parque dos Pssaros ..................................... 31

    1.7 Caracterizao Socioeconmica da comunidade .................................................. 32

    1.7.1 Condies de vida .............................................................................................. 33

    1.7.2 Habitao e infra-estrutura urbana ..................................................................... 35

    1.7.2.1 Conjuntos Habitacionais Populares ................................................................. 36

    1.7.2.2 Bairros e Vilas de Bragana Paulista .............................................................. 37

    1.7.2.3 Ncleos Isolados na Zona Rural...................................................................... 39

    1.7.2.4 Bairros da zona rural ....................................................................................... 39

    1.8 Indicadores de Sade............................................................................................ 39

    1.9 Populao ............................................................................................................. 41

    1.10 Uso e Ocupao do Solo ..................................................................................... 43

    1.10.1 Macrozoneamento territorial de Bragana Paulista .......................................... 44

    2. Diagnstico Operacional - Sistema de Abastecimento de gua ............................. 49

    2.1 Evoluo do Sistema de abastecimento de gua .................................................. 49

    2.1.1 Composio atual do sistema de abastecimento de gua ................................. 50

    2.1.2 Caracterizao do sistema produtor ................................................................... 50

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    2.1.3 Problemas do sistema produtor .......................................................................... 51

    2.1.4 Qualidade das guas dos mananciais ................................................................ 54

    2.1.5 Sistemas Isolados .............................................................................................. 56

    2.1.6 Sistema de distribuio de gua ........................................................................ 58

    2.1.7 Perdas dgua no municpio ............................................................................... 59

    2.1.8 Qualidade da gua distribuda ............................................................................ 60

    2.1.8.1 Informaes na conta mensal do consumidor ................................................. 61

    2.2 Solues alternativas de abastecimento ............................................................... 61

    2.3 Problemas relacionados ao sistema de abastecimento de gua ........................... 64

    3. Sistema de Esgotamento Sanitrio ......................................................................... 66

    3.1 Caracterizao geral do Sistema de Esgotos Sanitrios Existente ....................... 66

    3.1.1 Concepo proposta para o sistema de esgotos sanitrios do municpio .......... 69

    3.1.2 Relao Regulamentao e Saneamento individual .......................................... 73

    3.1.3 Solues alternativas de esgotamento sanitrio ................................................ 73

    3.1.4 Abrangncia do Sistema de Abastecimento de gua e Esgotamento Sanitrio 75

    3.1.5 Locais no servidos por rede pblica de esgoto ................................................ 75

    3.1.6 Panorama geral dos empreendimentos imobilirios que esto se implantando no

    municpio: .................................................................................................................... 90

    3.1.7 Principais problemas relacionados ao sistema de esgotamento sanitrio. ......... 90

    4. Ao Civil Pblica n 1270/04.................................................................................. 92

    5.Diagnstico Institucional ........................................................................................... 93

    5.1 Organograma SABESP ......................................................................................... 95

    5.1.1 Organograma Unidade de Negcio Norte - MN ................................................. 96

    5.1.2 Estrutura organizacional direta que atende o municpio ..................................... 96

    5.2 Diagnstico Econmico-Financeiro ..................................................................... 100

    5.3 Sistema tarifrio .................................................................................................. 106

    5.4 Projeo populacional ......................................................................................... 107

    5.5 Estudo de Demanda ............................................................................................ 108

    6. Universalizao dos servios ................................................................................ 109

    6.1 Aspectos legais e conceituais da universalizao dos servios .......................... 109

    6.2 Padres de Atendimento Universalizao ........................................................ 110

    6.2.1 Indicadores de cobertura do abastecimento de gua ....................................... 111

    6.2.2 Indicadores de cobertura de coleta de esgotos ................................................ 112

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    6.2.3 Indicadores de tratamento de esgotos ............................................................. 112

    7. Metas de universalizao ...................................................................................... 112

    7.1 Qualidade da gua .............................................................................................. 113

    7.2 Tratamento de esgotos ........................................................................................ 114

    7.3 Atendimento ao cliente ........................................................................................ 115

    8. Formulao de Objetivos e Metas do PMS ........................................................... 116

    8.1 Definio de Programas, Projetos e Aes ......................................................... 116

    9. Definio das Aes para Emergncias e Contingncias ..................................... 119

    10. Equacionamento Econmico-Financeiro e Institucional ...................................... 123

    11. Programa de Investimentos ................................................................................. 123

    12. Fontes de Financiamento .................................................................................... 124

    13. Indicadores de Monitoramento ............................................................................ 125

    13.1 Abastecimento de gua .................................................................................... 125

    13.1.1 - ndice de Imveis com Abastecimento Adequado de gua Zona Urbana

    (IAZU) ........................................................................................................................ 125

    13.1.2- ndice de Imveis com Abastecimento Adequado de gua Ncleos Isolados

    (IANI) ......................................................................................................................... 126

    13.1.3 - ndice de Imveis com Abastecimento Adequado de gua Zona Rural

    (IAZR) ........................................................................................................................ 126

    13.2 Esgotamento Sanitrio ...................................................................................... 127

    13.2.1 - ndice de Imveis com Sistema de Esgotamento Sanitrio Adequado na Zona

    Urbana (IEZU) ........................................................................................................... 127

    13.2.2 - ndice de Imveis com Sistema de Esgotamento Sanitrio Adequado em

    Ncleos Isolados (IENI) ............................................................................................. 128

    13.2.3 - ndice de Imveis com Sistema de Esgotamento Sanitrio Adequado na Zona

    Rural (IEZR) .............................................................................................................. 128

    13.3 ndice de Perdas................................................................................................ 129

    13.4 Qualidade da gua Distribuda .......................................................................... 129

    14. Controle Social .................................................................................................... 130

    15. Reviso Peridica do PMS .................................................................................. 131

    16. Mecanismos e procedimentos para avaliao sistemtica da eficincia das aes

    programadas ............................................................................................................. 131

    17. Glossrio ............................................................................................................. 133

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    18. Bibliografia ........................................................................................................... 142

    Figuras

    Figura 1: Localizao regional do municpio e as suas principais vias de acesso....... 17

    Figura 2: Principais vias de acesso ao municpio......................................................... 18

    Figura 3: UGRHI-5 Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia........................... 19

    Figura 4: Mapa da UGRHI-5 - Piracicaba, Capivari e Jundia...................................... 21

    Figura 5: Mapa de Zoneamento da Reserva da Biosfera do Cinturo Verde Cidade

    So Paulo..................................................................................................................... 24

    Figura 6: Cobertura Vegetal no Municpio de Bragana Paulista (Fonte SOS Mata

    Atlntica)....................................................................................................................... 25

    Figura 7: APA Piracicaba Juqueri Mirim - rea II e APA Sistema Cantareira (Fonte:

    www.ambiente.sp.gov.br)............................................................................................. 28

    Figura 8: Vista Area Estao Ecolgica Municipal do Caet................................... 29

    Figura 9: Vista area do Parque Municipal Natural Petronilla Markowicz.................... 30

    Figura 10: Mapa geral de localizao do Parque Municipal Frei Constncio Nogara

    (Fonte: SABESP).......................................................................................................... 31

    Figura 12: Captao Rio Jaquari - Margem esquerda, e Vista da ETA Santa Lcia.... 51

    Figura 13: Esquema do sistema de abastecimento de gua do municpio.................. 52

    Figura 14: Sistema de Abastecimento do Municpio Anexo...................................... 53

    Figura 15: Delimitao da rea de abrangncia atualmente atendida com rede pblica

    de gua......................................................................................................................... 54

    Figura 16: Esquema unifilar geral- Bacia Piracicaba/Capivari/Jundia (Fonte:

    CETESB)...................................................................................................................... 55

    Figura 17: Reservatrio e Bairro gua Comprida......................................................... 56

    Figura 18: Reservatrio e Bairro Chcara Ferno Dias................................................57

    Figura 20: Ribeiro Lavaps - Margens invadidas e sem proteo..............................66

    Figura 21: Delimitao da rea de abrangncia atualmente atendida com rede pblica

    de esgoto...................................................................................................................... 68

    Figura 22: Traado de sistema de esgotamento proposto para o municpio................ 70

    Figura 23: Delimitaes das reas do municpio atendidas pelo Sistema Pblico de

    Abastecimento de gua e Esgotamento Sanitrio (Fonte: Sabesp).............................75

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    Figura 24: Bairro Curitibanos........................................................................................ 76

    Figura 25: Bairro Menin................................................................................................ 76

    Figura 26: Bairro da Parada e Bairro Campo verde..................................................... 77

    Figura 27: Bairro do Guaripocaba.................................................................................77

    Figura 28: Bairro do Guaripocaba dos Souzas............................................................. 78

    Figura 29: Bairro Marina............................................................................................... 78

    Figura 30: Bairro Torozinho.......................................................................................... 79

    Figura 31: Rua Exp. Jos Franco Macedo................................................................... 79

    Figura 32: Rua Trs Marias e Paturi............................................................................. 80

    Figura 33: Bairros Monte Tabor, Bom Retiro e Quintas de Bragana.......................... 80

    Figura 34: Bairro Paiolzinho..........................................................................................81

    Figura 35: Jardim Lago do Moinho............................................................................... 81

    Figura 36: Sitio Parati................................................................................................... 82

    Figura 37: Portal das Estncias.................................................................................... 82

    Figura 38: Bom Retiro Del Ortiz.................................................................................... 83

    Figura 39: Bosque da Pedra......................................................................................... 83

    Figura 40: Sta Helena................................................................................................... 84

    Figura 41: Rosrio de Fatima e Jardim So Conrado.................................................. 84

    Figura 42: Ruas Rubens Borba de Moraes e Francisco D.C. Oliveira......................... 85

    Figura 43: Bairro do Joo Terron.................................................................................. 85

    Figura 44: Bairro da Estncia Santana......................................................................... 86

    Figura 45: Vila Mazzuquelli........................................................................................... 86

    Figura 46: Julieta Cristina............................................................................................. 87

    Figura 47: Green Park.................................................................................................. 87

    Figura 48: Chcara Alvorada........................................................................................ 88

    Figura 49: Bairro da gua Comprida............................................................................ 88

    Figura 50: Chcaras Ferno Dias................................................................................. 89

    Figura 51: Localizao dos empreendimentos que solicitaram diretrizes para

    implantao de sistema de gua e esgoto Concessionria. (Fonte: Sabesp)........... 90

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    Tabelas

    Tabela 1: Classificao do ndice Paulista de Vulnerabilidade Social Bragana

    Paulista......................................................................................................................... 33

    Tabela 2: Condies de Vida do municpio de Bragana Paulista............................... 34

    Tabela 3: Situao Infraestrutura municpio Bragana Paulista...................................35

    Tabela 4: Projeo de Populao do municpio de Bragana Paulista fonte

    SEADE......................................................................................................................... 42

    Quadros

    Quadro 1: Conjuntos habitacionais do municpio Bragana Paulista........................... 36

    Quadro 2: Principais Bairros e Vilas de Bragana Paulista..........................................37

    Quadro 3: Evoluo do ndice de mortalidade na infncia para o municpio de

    Bragana Paulista (Fonte SEADE)...............................................................................40

    Quadro 4: Evoluo dos indicadores de ateno bsica no perodo 2001-2006 do

    municpio de Bragana Paulista (Fonte DATASUS).................................................... 41

    Quadro 5: Evoluo do atendimento do sistema de abastecimento de gua no

    municpio de Bragana Paulista - Perodo 1979-2009................................................. 49

    Quadro 6: ndice de Perdas de Bragana Paulista...................................................... 60

    Quadro 7: Poos cadastrados no Programa Progua..................................................62

    Quadro 8: Proporo de Moradores por Tipo de Abastecimento de gua.................. 63

    Quadro 9: Principais desafios para o abastecimento de gua no municpio................64

    Quadro 10: Nmero de desobstrues esgoto municpio Bragana Paulista - Perodo

    2008-2009 (Fonte: Sabesp)..........................................................................................69

    Quadro 11: Caractersticas do interceptor Lavaps..................................................... 71

    Quadro 12: Pontos de lanamento de esgotos a serem eliminados............................ 72

    Quadro 13: Proporo de moradores por tipo de instalao sanitria......................... 74

    Quadro 14: Principais problemas de esgotamento no municpio................................. 91

    Quadro 15: Balano Patrimonial Ativo Consolidado (Reais Mil)................................ 100

    Quadro 16: Balano Patrimonial Ativo Consolidado (Reais Mil)................................ 101

    Quadro 17: Balano Patrimonial Passivo Consolidado (Reais Mil)............................ 102

    Quadro 18 Balano Patrimonial Passivo Consolidado (Reais Mil)............................. 103

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    Quadro 19: Balano Patrimonial Passivo Consolidado (Reais Mil)............................ 104

    Quadro 20: Demonstrao do Resultado Consolidado (Reais Mil)............................ 104

    Quadro 21: Demonstrao do Resultado Consolidado (Reais Mil)............................ 105

    Quadro 22: Resumo Consolidado (Reais Mil)............................................................ 105

    Quadro 23: Tarifas para os servios de Abastecimento de gua e/ou esgoto........... 106

    Quadro 24: Projeo Populacional............................................................................. 107

    Quadro 25: Estudos de Demanda.............................................................................. 108

    Quadro 26: Grfico relativo ao Estudos de Demanda................................................ 109

    Quadro 27: Exemplos de classificao de formas de abastecimento de gua (Fonte:

    Ministrio da Sade)................................................................................................... 114

    Quadro 28: Tratamento de Esgoto............................................................................. 115

    Quadro 29: Objetivos e metas do PMS...................................................................... 116

    Quadro 30: Definio de Programas, Projetos e Aes............................................. 117

    Quadro 31: Aes de Contingncia para Sistema de Abastecimento de gua..........121

    Quadro 32: Aes de Contingncia para Sistema de Esgotamento Sanitrio........... 122

    Quadro 33: Programas de Investimentos................................................................... 123

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    INTRODUO

    O Plano Municipal de Saneamento Bsico - PMSB um instrumento de

    planejamento que auxilia o municpio a identificar os problemas do setor, diagnosticar

    demandas de expanso e melhoria dos servios, estudar alternativas de soluo, bem

    como estabelecer e equacionar objetivos, metas e investimentos necessrios, com

    vistas a universalizar o acesso da populao aos servios de saneamento.

    Sua proposio baseia-se na necessidade do municpio de contar com um

    roteiro bem estruturado, elaborado com a participao da populao local e baseado

    em estudos tcnicos consistentes, que oriente a atuao do poder pblico seja

    como prestador direto dos servios ou na delegao a terceiros , de forma a

    propiciar maior eficincia e eficcia no atendimento populao.

    O presente Plano de Saneamento Municipal - gua e Esgoto - tem como

    objetivo determinar as aes de saneamento bsico, especialmente quanto aos

    servios pblicos de abastecimento de gua e de esgotamento sanitrio, necessrias

    ao municpio de Bragana Paulista, visando universalizao num perodo de 20

    anos.

    Os principais estudos e parmetros utilizados para a elaborao do Plano

    Municipal de Saneamento Bsico - PMSB para os sistemas de abastecimento de

    gua potvel e esgotamento sanitrio foram os diagnsticos operacionais, projetos

    tcnicos existentes, plano de metas de atendimento, ndices de qualidade de gua

    distribuda, sistema de perdas, alm de contribuies de diversas secretarias e

    audincias pblicas, que garantem a participao social.

    O PMSB ser utilizado pelo municpio para integrao no plano da bacia

    hidrogrfica, no subsdio s Leis, Decretos, Portarias e Normas relativas aos servios

    de abastecimento de gua, coleta, tratamento e disposio final de esgoto.

    O saneamento bsico deve ser pensado em conjunto com as demais polticas

    de desenvolvimento urbano e regional, voltadas melhoria da qualidade de vida, bem

    como busca permanente por uma gesto eficiente dos recursos hdricos. Para que

    isso seja possvel, o PMSB deve contemplar basicamente os seguintes tpicos,

    devendo ser revisado no mximo a cada quatro anos:

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    I - diagnstico da situao e de seus impactos nas condies de vida, utilizando

    sistema de indicadores sanitrios, epidemiolgicos, ambientais e socioeconmicos e

    apontando as causas das deficincias detectadas;

    II - objetivos e metas em curto, mdio e longo prazos para a universalizao,

    admitidas solues graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os

    demais planos setoriais;

    III - programas, projetos e aes necessrias para atingir os objetivos e as metas, de

    modo compatvel com os respectivos planos plurianuais e com outros planos

    governamentais correlatos, identificando possveis fontes de financiamento;

    IV - aes para emergncias e contingncias;

    V - mecanismos e procedimentos para a avaliao sistemtica da eficincia e eficcia

    das aes programadas.

    O PMSB, instrumento de gesto, que integra a poltica pblica de saneamento,

    nortear as decises poltico administrativas sobre a forma como o servio ser

    prestado e condicionar a ao das entidades reguladoras e fiscalizadoras voltadas

    ao cumprimento de suas diretrizes.

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    Abrangncia do PMS

    A Lei Federal 11.445/07 considera saneamento bsico o conjunto de servios, infra-

    estrutura e instalaes operacionais de abastecimento de gua potvel; esgotamento

    sanitrio; limpeza urbana e manejo de resduos slidos; drenagem e manejo de guas

    pluviais. Os gestores podem escolher entre elaborar um plano que englobe todos

    esses servios ou desenvolver planos especficos. O municpio de Bragana Paulista

    optou pela elaborao de planos especficos, sendo que, o plano em questo

    contempla as seguintes vertentes:

    a) Abastecimento de gua potvel: constitudo pelas atividades, infraestrutura

    necessrias ao abastecimento pblico de gua potvel, desde a

    disponibilizao de gua bruta, captao at as ligaes prediais e respectivos

    instrumentos de medio;

    b) Esgotamento sanitrio: constitudo pelas atividades, infraestrutura de coleta,

    transporte, tratamento e disposio adequados dos esgotos sanitrios, desde

    as ligaes prediais at o seu lanamento final no meio ambiente;

    O Plano Diretor de Macrodrenagem ir compor futuramente o Plano Municipal de

    Saneamento, e de fundamental importncia dada s caractersticas do relevo

    bragantino e principalmente por assegurar qualidade e preservao dos recursos

    hdricos. O projeto de elaborao do Plano de Macrodrenagem foi submetido

    apreciao do comit gestor dos recursos hdricos FEHIDRO e dever ser elaborado

    at 2012.

    Com a aprovao, em agosto de 2010, da Lei 12.305 que instituiu a Poltica Nacional

    de Resduos Slidos, o municpio de Bragana Paulista est promovendo a discusso

    das polticas municipais de gesto de resduos slidos urbanos, e at 2012 o Plano de

    Gesto Integrada de Resduos Slidos dever incorporar o presente plano.

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    Equipe e Agenda de Trabalho

    A elaborao do Plano Municipal de Saneamento foi dividida em algumas etapas:

    (i) Formao da equipe de Trabalho

    A Secretaria Municipal do Meio Ambiente organizou um grupo de trabalho, que em

    conjunto com a concessionria Sabesp, elaborou a minuta do Plano Municipal de

    Saneamento Bsico - Sistemas de Abastecimento de gua e Esgotamento Sanitrio.

    A presente minuta dever ser submetida apreciao de tcnicos das secretarias de

    Planejamento, Obras, Servios, Agronegcios, Sade e demais secretarias

    interessadas. Aps possveis ajustes, o Sr. Prefeito convocar uma reunio com todas

    as secretarias para apresentao do plano.

    (ii) Elaborao do cronograma de trabalho:

    - Coleta de informaes

    - Elaborao da minuta do plano

    - Apreciao da minuta e contribuies das Secretarias

    - Aprovao pelo prefeito e secretrios

    - Realizao de consulta pblica

    - Reviso do texto final

    -Envio do plano a Cmara Municipal para aprovao

    Mecanismos de Participao da Sociedade Civil

    Ao formular um Plano de Saneamento para uma localidade, alm de propor solues

    tcnicas, considerar variveis econmicas, sociais e institucionais, respeitar as

    condies ambientais, entre outras, preciso conhecer as demandas e as

    expectativas da populao a beneficiar.

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    A fim de garantir a participao da sociedade civil, conduzindo a uma deciso com

    legitimidade e transparncia, e ao mesmo tempo, garantindo o exerccio de cidadania,

    a minuta do Plano estar disponvel para consulta pblica no site da Prefeitura, e ser

    realizada uma audincia pblica.

    Estratgias para divulgao e participao da sociedade civil na construo do Plano

    Municipal de Saneamento Bsico:

    Visando uma abordagem multidisciplinar e intersetorial para elaborao do

    plano, todas as secretarias municipais sero consultadas;

    Divulgar matrias nos jornais locais, rdio e TV sobre a construo do plano

    municipal de saneamento possibilitando a participao popular;

    Disponibilizar a minuta do plano no site da Prefeitura garantindo consulta

    pblica minuta do plano;

    Oficiar os conselhos municipais e as instituies que representam a sociedade

    civil organizada para apreciao da minuta do plano;

    Realizao de Audincia Pblica.

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    1. Caracterizao do Municpio

    1.1 Origens de Bragana Paulista

    Histrico do Municpio

    O territrio de Bragana Paulista est situado na regio nordeste do Estado de So

    Paulo, na Serra da Mantiqueira. Diz a histria, que a Expedio de D. Francisco de

    Souza, depois de atravessar o sul de Minas Gerais, descobriu o Pico do Lopo, nas

    imediaes da atual cidade de Vargem, e ali acampou.

    Esta a primeira notcia que se tem de algum ter pisado em terras bragantinas. Mais

    tarde, Bartolomeu Bueno da Silva, o segundo Anhangera, obteve o privilgio de

    navegao no rio Atibaia, que banha a regio. A conhecida estrada colonial aberta por

    Bartolomeu Bueno, em busca das famosas minas dos Martrios, atravessava o

    territrio do atual municpio de Bragana Paulista, em direo ao norte da Capitania,

    passando por diversas zonas at chegar ao "Porto de Anhangera", nas barrancas do

    rio Grande. E assim, depois de 21 de outubro de 1725, data da chegada de

    Bartolomeu Bueno a So Paulo, com a notcia de haver descoberto ouro nos sertes

    de Gois, o territrio bragantino passou a ser percorrido pelos aventureiros, na sua

    carreira vertiginosa para o Eldorado.

    Fundao

    Antnio Pires Pimentel e sua esposa Igncia da Silva Pimentel, moradores no ento

    Distrito de Paz de Atibaia, em cumprimento de uma promessa, constroem uma capela

    em louvor a Nossa Senhora da Conceio, numa colina, Margem direita do Ribeiro

    Canivete (atual ribeiro Lavaps, pequeno afluente do Rio Jaguari). Diz a histria que

    Antnio Pires Pimentel estava doente e desenganado pelos mdicos. Ento sua

    esposa Igncia da Silva Pimentel fez uma promessa a Nossa Senhora da Conceio

    e alcanou a graa. Em agradecimento, o casal construiu a capela para venerar a

    Santa, a partir de ento, aquele local, comeou a servir de descanso para

    os tropeiros que por ali passavam e comearam a surgir, ao redor da capela, ranchos

    e barracas. Assim surgiu o pequeno povoado

    que recebeu o nome de Conceio do Jaguari e que tem como data de fundao o

    dia 15 de dezembro de 1763.

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    16

    Emancipao

    Em 13 de fevereiro de 1765, o povoado reconhecido e recebe o nome de Distrito de

    Paz e Freguesia da Conceio do Jaguary. Quatro dias depois, Conceio do Jaguary

    recebe seu primeiro Vigrio e elevada a Parquia. Em 17 de outubro de 1797,

    desliga-se de Atibaia e recebe o nome de Vila Nova Bragana, nome esse ligado

    tradio portuguesa, cuja dinastia durante sculos governou Portugal e o Brasil. Em

    20 de Abril de 1856, passa a denominar-se Bragana. Trs anos depois, so

    anexados a ela mais quatro municpios: Pedra Bela, Pinhalzinho, Vargem e Tuiuti. Em

    30 de novembro de 1944, para diferenciar-se da cidade do Par que tinha o mesmo

    nome, passou a chamar-se Bragana Paulista. Em 24 de fevereiro de 1964, perde

    parte de seu territrio com o desmembramento dos distritos de Vargem, Pinhalzinho e

    Pedra Bela. Em 17 de Abril de 1970, Vargem reintegrada ao territrio bragantino, e

    em 30 de dezembro de 1991, Vargem e Tuiuti separam-se de Bragana. Em virtude

    de seu excelente clima, em 28 de outubro de 1964, foi elevada categoria de

    Estncia Climtica.

    1.2 Localizao e acessos

    Pertencente a Regio Administrativa de Campinas, Bragana Paulista constitui um

    dos principais municpios da regio, sendo reconhecida em 29 de novembro de 1984,

    como sede de Regio do Governo do Estado de So Paulo, a qual composta pelas

    seguintes cidades que formam hoje a Regio Bragantina:

    guas de Lindia, Amparo, Atibaia, Bom Jesus dos Perdes, Bragana Paulista,

    Joanpolis, Lindia, Monte Alegre do Sul, Nazar Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho,

    Piracaia, Serra Negra, Socorro, Tuiuti e Vargem.

    Localizada na regio nordeste do Estado de So Paulo, nas coordenadas geogrficas

    225707 de Latitude Sul e 463231 de Longitude Oeste, Bragana Paulista faz

    divisa com os seguintes municpios (Figura 1):

    - Ao norte: Tuiuti, Pinhalzinho e Pedra Bela;

    - leste: Vargem;

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    17

    - Ao sul: Jarinu, Atibaia e Piracaia;

    - oeste: Itatiba e Morungaba.

    Figura 1: Localizao regional do municpio e as suas principais vias de acesso.

    Distante cerca de 85 km da capital do estado e cerca de 64 km de Campinas,

    Bragana Paulista tem como principais vias de acesso as seguintes rodovias (Figura

    2):

    - Rodovia Ferno Dias (BR-381), que interliga o municpio capital do Estado;

    - Rodovia Padre Aldo Bollini (SP-63), que interliga os municpios de Bragana e

    Piracaia;

    - Rodovia Pedro Astenori Marigliani (Cap. Barduno) (SP-008), que interliga os

    municpios de Bragana e Socorro;

    - Rodovia Alkindar Monteiro Junqueira (SP-63), que interliga os municpios de

    Bragana e Itatiba.

    - Rodovia Benevenutto Moretto (SP-95): acesso Tuiuti e Amparo.

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    - Rodovia Joo Hermenegildo Oliveira (SP 009/010): acesso Rodovia Ferno

    Dias (Guaripocaba).

    Figura 2: Principais vias de acesso ao municpio

    1.3 Hidrografia

    A sede do municpio de Bragana Paulista localiza-se na bacia do rio Jaguari e est

    inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hdricos 5 (UGRHI-5) que

    compreende as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundia UGRHI -PCJ,

    conforme apresentado na (Figura 3).

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    Figura 3: UGRHI-5 Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia

    A bacia conjunta dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia estende-se por uma rea de

    aproximadamente 14.000 km, no Estado de So Paulo, distribuda da seguinte forma:

    - Bacia do Rio Piracicaba: 11.300 km;

    - Bacia do Rio Capivari: 1.600 km;

    - Bacia do Rio Jundia: 1.100 km.

    Alm dos rios supracitados, a UGRHI-5 composta pelos seguintes cursos dgua:

    Rio Jaguari, Rio Atibaia, Rio Camanducaia, Rio Corumbata, Rio Passa Cinco,

    Ribeiro Anhumas, Ribeiro Pinheiros, Ribeiro Quilombo, Rio Capivari-Mirim,

    Crrego So Vicente e Rio Jundia-Mirim.

    As nascentes do rio Jaguari esto localizadas no Estado de Minas Gerais, nos

    Municpios de Sapuca Mirim, Camanducaia e Itapeva. Ao juntar-se com o rio Atibaia,

    no Municpio de Americana, o Jaguari forma o rio Piracicaba, seguindo at o

    municpio de Barra Bonita, onde ocorre sua foz junto ao Tiet.

    Ao entrar em territrio paulista, o rio Jaguari represado, formando o reservatrio do

    Jaguari, um dos reservatrios integrantes do sistema produtor de gua Sistema

    Cantareira, construdo para permitir a reverso de gua da bacia do Piracicaba para a

    bacia do Alto rio Tiet, visando o abastecimento pblico da Regio Metropolitana de

    So Paulo.

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    20

    A rea urbana de Bragana Paulista drenada pelo Ribeiro Lavaps, um dos muitos

    afluentes da margem esquerda do Rio Jaguari, o qual constitui um dos principais

    mananciais destinados ao abastecimento pblico de gua de municpios da regio.

    Alm de Bragana Paulista, a UGRHI-5 (Figura 4) engloba os seguintes municpios:

    - guas de So Pedro;

    - Americana;

    - Amparo (parcial);

    - Analndia (parcial);

    - Anhembi (parcial);

    - Artur Nogueira;

    - Atibaia;

    - Bom Jesus dos

    Perdes;

    - Bragana Paulista;

    - Cabreva (parcial);

    - Campinas;

    - Campo Limpo

    Paulista;

    - Capivari;

    - Charqueada;

    - Cordeirpolis;

    - Corumbata (Parcial);

    - Cosmpolis;

    - Dois Crregos;

    - Elias Fausto

    (parcial);

    - Engenheiro Coelho;

    - Holambra;

    - Hortolndia;

    - Indaiatuba (parcial);

    - Ipena;

    - Iracempolis;

    - Itatiba;

    - Itirapina;

    - Itu;

    - Itupeva;

    - Jaguarina;

    - Jarinu;

    - Joanpolis;

    - Jundia;

    - Limeira (Parcial);

    - Louveira;

    - Mairipor (parcial);

    - Mineiros do Tiet;

    - Mogi Mirim

    - Mombuca;

    - Monte Alegre do Sul;

    - Monte Mor;

    - Morungaba;

    - Nazar Paulista

    (parcial);

    - Nova Odessa;

    - Paulnia;

    - Pedra Bela;

    - Pedreira;

    - Pinhalzinho

    - Piracaia

    - Piracicaba (parcial -

    parte inserido

    UGRHI- 10);

    - Rafard (parcial);

    - Rio Claro (parcial);

    - Rio das Pedras;

    - Saltinho (parcial);

    - Salto (parcial);

    - Santa Brbara

    dOeste;

    - Santa Gertrudes;

    - Santa Maria da

    Serra;

    - Santo Antnio da

    Posse;

    - So Pedro;

    - Serra Negra;

    - Socorro;

    - Sumar;

    - Tiet;

    - Torrinha;

    - Tuiuti;

    - Valinhos;

    - Vrzea Paulista;

    - Vinhedo.

    - Vargem.

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    Figura 4: Mapa da UGRHI-5 - Piracicaba, Capivari e Jundia.

    Conforme se pode constatar na figura 4 o municpio de Bragana Paulista est

    localizado na parte inicial (montante) da UGRHI-5. Sendo o Rio Jaguari o corpo

    receptor de todos os efluentes do municpio, e considerando que este curso dgua

    aproveitado como manancial para os sistemas de abastecimento de gua de muitas

    cidades situadas a jusante, conclui-se que o equacionamento dos sistemas de

    esgotamento da cidade de vital importncia no contexto de sade pblica do Estado

    de So Paulo, especialmente no que tange a influncia da UGRHI-5.

    1.4 Topografia e Geologia

    Bragana Paulista localiza-se na Depresso Perifrica, onde predominam colinas

    baixas, cujas cotas altimtricas oscilam entre 760 m (no vale do Jaguari) e 980 m. No

    relevo predominam colinas de formas suavizadas, separadas por vales e sem

    plancies aluviais importantes.

    O municpio, assim como toda UGRHI-5 onde se encontra, est localizado na borda

    centro leste da Bacia Sedimentar do Paran, formada por grande variedade de

    litologias que podem ser classificadas em quatro grandes domnios geolgicos:

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    22

    rochas metamrficas e granticas; rochas sedimentares mesozicas e paleozicas;

    rochas efusivas e corpos intrusivos bsicos; coberturas sedimentares Cenozicas.

    O grupo de rochas metamrficas e granticas caracterizado, em geral, por

    comportamento resistente e pela presena de estruturas orientadas (xistosas,

    migmatticas e gnassicas).

    O grupo das rochas sedimentares constitui-se de rochas brandas, com baixa

    resistncia mecnica. Entretanto, quando cimentadas, apresentam maior resistncia.

    O grupo de rochas efusivas e os corpos intrusivos possuem bom comportamento

    geomecnico, sendo homogneas, macias e isotrpicas e apresentando alta

    resistncia mecnica e coeso.

    As coberturas sedimentares Cenozicas so constitudas por rochas brandas e

    sedimentos no consolidados. Incluem-se tambm neste grupo, as rochas

    cataclsticas antigas e mais jovens, formadas pelos esforos de cisalhamento em

    zonas de falhamentos.

    O domnio do embasamento cristalino engloba os metamorfitos do Grupo So Roque,

    Complexo Paraba do Sul e Complexo Amparo.

    No domnio das Rochas Sedimentares Mesozica e Paleozica destacam-se o Grupo

    Tubaro (Formao Itarar e Tatu), Grupo Passa Dois (Formao Irati e

    Corumbata), Grupo So Bento (Pirambia e Botucatu) e sedimentos da Formao

    Itaqueri.

    Bragana Paulista se encontra no contexto geomorfolgico do Planalto de Jundia,

    cercada por colinas e morros suavizados com altitudes mdias entre 700 e 800 m,

    mas que tambm apresentam relevos mais elevados, como a Serra da Bocaina,

    acima de 1.100 m, e a Serra do Guaripocaba, a 1.258 m, respectivamente a sudoeste

    e a nordeste da rea de expanso urbana do municpio. Suas formas e distribuies

    permitem interpret-las como relevos residuais de antiga superfcie de aplanamento.

    De acordo com o Mapa Pedolgico do Estado de So Paulo, o municpio apresenta

    uma cobertura pedolgica dominada por argissolos e latossolos vermelho-

    amarelados. Todavia, de acordo com Bistrichi(1), possvel encontrar solos pouco

    desenvolvidos como cambissolos e litossolos, geralmente associados a relevos de

    alta declividade. Tambm possvel encontrar solos hidromrficos, que so

    essencialmente relacionados a relevos mal drenados de baixa declividade.

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    23

    1.5 Clima

    De acordo com a classificao climtica do Estado de So Paulo pelo sistema

    Keppen, a regio onde se situa o municpio est na faixa de transio entre os

    climas Cwa, Cfa e Cfb. A classificao como tipo C atribuda aos climas

    temperados chuvosos e quentes; w indica que as chuvas so concentradas no vero

    e o inverno seco, enquanto f indica clima mido o ano todo, sem estao seca.

    As ltimas letras so relativas temperatura: a simboliza vero quente com

    temperatura mdia do ms mais quente superior a 22 C e b significa vero

    moderadamente quente com temperatura mdia menor do que 22 C no ms mais

    quente.

    No mbito do Estado de So Paulo, o municpio de Bragana Paulista est localizado

    na faixa correspondente ao clima Cwa, caracterizado pelo clima tropical de altitude,

    com chuvas no vero e seca no inverno, com a temperatura mdia do ms mais

    quente superior a 22C. Nas reas mais elevadas, as temperaturas no vero so mais

    amenas, enquadrando o clima local no tipo Cwb (a temperatura mdia do ms mais

    quente inferior a 22C e durante pelo menos quatro meses superior a 10 C.

    Essa variao climtica possivelmente est ligada topografia acidentada

    caracterstica da regio, situada na transio entre o Planalto Atlntico e a Depresso

    Perifrica, assim como s influncias das massas de ar vindas do oceano uma vez

    que o municpio dista apenas 120 km do litoral.

    O regime trmico possui caractersticas tropicais e subtropicais, com temperatura

    mdia anual variando entre 18C e 20C. As temperaturas mnimas no inverno variam

    entre 10-15C, mas geadas e temperaturas at abaixo de 0C j foram registradas em

    alguns anos, associadas forte atuao da massa de ar Polar. Devido a sua altitude

    (em mdia 825m), as temperaturas mximas do vero raramente se mantm acima

    dos 30C. O regime pluviomtrico tambm comandado pela penetrao das Frentes

    Polares e a confrontao das Frentes Tropicais com outras frentes continentais,

    resultando precipitaes intensas na regio, sobretudo a partir da primavera.

    As chuvas no vero em geral so copiosas e acompanhadas por ventos fortes e

    bruscos, que promovem o deslocamento vertical das massas de ar e uma disperso

    atmosfrica alta.

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    24

    A maior probabilidade de ocorrncia de ventos fortes e precipitaes intensas esto

    associadas entrada de frentes polares que atravessam a serra do Mar ou de frentes

    de sistemas equatoriais que avanam pelo continente (SW, S, SE).

    Os totais mdios anuais de precipitao situam-se em torno dos 1700 mm, sendo o

    perodo de vero dezembro-maro o mais chuvoso.

    1.6 Vegetao

    A rea do territrio de Bragana Paulista encontra-se quase que totalmente inserida

    na rea da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica - Reserva da Biosfera do Cinturo

    Verde da cidade de So Paulo (Figura 5). Essa rea est contida em rea de Floresta

    Ombrfila Densa, em transio com a Floresta Estacional Semidecidual.

    Figura 5: Mapa de Zoneamento da Reserva da Biosfera do Cinturo Verde Cidade So

    Paulo

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    25

    A Floresta Ombrfila Densa se caracteriza por ser floresta de clima mido,

    praticamente sem perodo seco no decorrer do ano e temperaturas mdias em torno

    de 22C, ocorrendo nas encostas sul-sudeste da Serra da Mantiqueira.

    Muito da vegetao originria na regio j foi substituda por formas antrpicas de

    ocupao do solo, como a agricultura e a pecuria, alm do emprego de silvicultura,

    principalmente pinus e eucaliptos. A figura (Figura 6) apresenta situao atual da

    cobertura vegetal no Municpio de Bragana Paulista.

    Figura 6: Cobertura Vegetal no Municpio de Bragana Paulista (Fonte SOS Mata

    Atlntica)

    Bragana Paulista tambm tem sua rea inserida em duas grandes unidades de

    conservao APA Piracicaba Juqueri-Mirim e APA Sistema Cantareira.

    1.6.1 reas Protegidas por Lei

    As reas protegidas por lei, no Municpio de Bragana Paulista, esto representadas

    por duas reas de Proteo Ambiental (APA) Piracicaba Juqueri Mirim e a APA do

    Sistema Cantareira, ocorrendo uma sobreposio das duas APAs em algumas reas;

    uma Estao Ecolgica Municipal do Caet a ser regulamentada, o Parque Municipal

    Natural Petronilla Markowicz enquadrado como Unidade de Conservao de

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    26

    Proteo Integral, o Parque Frei Constncio Nogara e duas RPPN - Reserva

    Particular do Patrimnio Natural, descritas a seguir.

    1.6.1.1 reas de Proteo Ambiental APA

    a) APA de Piracicaba-Juqueri-Mirim

    A APA de Piracicaba-Juqueri-Mirim, rea II, tem aproximadamente 280.000 hectares

    e foi criada pelo Decreto Estadual n 26.882, de 11 de maro de 1987 e

    posteriormente promulgada pela Lei Estadual n 7.438 de 14 de julho de 1991. Sua

    localizao apresentada na Figura 7.

    A APA est inserida na Depresso Perifrica e tambm no Planalto Atlntico na serra

    da Mantiqueira compreende os municpios de Campinas, Amparo, Bragana Paulista,

    Holambra, Jaguarina, Monte Alegre do Sul, Morungaba, Pedreira, Pinhalzinho, Serra

    Negra, Socorro, Santo Antonio da Posse, Nazar Paulista, Piracaia, Joanpolis,

    Tuiuti, e Vargem. Seu permetro abrange a sub-bacia do rio Jaguari e do rio

    Camanducaia, (formadores dos reservatrios Jaguari-Jacare), Cachoeira e Atibainha.

    Abriga tambm as cabeceiras do rio Juqueri-Mirim, formador do reservatrio Paiva

    Castro. Todos esses reservatrios formam o Sistema Cantareira, responsvel pelo

    abastecimento de aproximadamente 60% da Regio Metropolitana de So Paulo.

    O objetivo de criao desta APA proteger os recursos hdricos ameaados pela

    ocupao ao redor dos reservatrios, especialmente pelo aumento do nmero de

    chcaras de recreio, reduzindo a vegetao ciliar, e pelas atividades agropecurias

    com manejo inadequado, provocando eroso e poluio dos corpos d'gua.

    A Fundao Florestal est coordenando a implantao do conselho gestor da APA

    Juqueri-Mirim, mediante cadastramento das entidades ligadas a sociedade civil para a

    composio do Conselho Gestor da APA Juqueri-Mirim rea II. Esse Conselho tem

    como objetivo geral a gesto participativa e integrada da APA, bem

    como a implementao das polticas de proteo do meio ambiente e do Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao, no que diz respeito sua rea de atuao,

    visando atender aos objetivos especficos, s metas e s diretrizes do Plano de

    Manejo.

    b) APA do Sistema Cantareira

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    27

    A APA do Sistema Cantareira foi instituda pela Lei Estadual n 10.111, de 4 de

    dezembro de 1998, abrange a totalidade dos Municpios de Mairipor, Atibaia, Nazar

    Paulista, Piracaia, Joanpolis, Vargem e Bragana Paulista.

    Os objetivos de criao desta unidade de conservao relacionam-se com a

    manuteno e melhoria da qualidade da gua, especialmente nos municpios do

    entorno dos reservatrios do Sistema Cantareira, que abastecem a Regio

    Metropolitana de So Paulo e regulam o fluxo de gua para a Regio Metropolitana

    de Campinas. O Sistema Cantareira composto pelo Reservatrio dos Rios

    Jaguari/Jacare localizado entre os municpios de Bragana Paulista, Vargem,

    Joanpolis e Piracaia; o do rio Cachoeira, localizado em Piracaia; o do rio Atibainha,

    localizado em Nazar Paulista e o do rio Juquery tambm denominado Paiva Castro,

    localizado em Mairipor.

    Esta APA ainda no foi regulamentada, o que vem estimulando conflitos e confrontos

    entre os diversos atores sociais presentes na regio, pelo direito do uso da gua e do

    solo.

    A APA do Sistema Cantareira, representada na figura 7, apresenta uma problemtica

    ambiental centrada no parcelamento do solo e na conservao de recursos hdricos.

    Nas ltimas dcadas, em funo do acesso facilitado a esta regio, atravs das

    rodovias D. Pedro I e Ferno Dias, esta APA vem se tornando alvo de

    empreendimentos imobilirios os mais diversos, consolidando um processo crescente

    de ocupao do solo e uso turstico desordenado (Hoeffel et al., 2005).

    O conflito pode ser claramente evidenciado nas atuais propostas de uso para o

    Sistema Cantareira, em especial no entorno dos reservatrios. Apesar das restries

    impostas pela legislao ambiental vigente e por se tratar de uma APA apresenta

    usos econmicos diversos sendo que muitas vezes so inadequados para a rea,

    gerando impactos socioambientais e culturais que requerem anlises adequadas. O

    reservatrio est localizado na Regio Bragantina, entre os municpios de Piracaia,

    Bragana Paulista, Joanpolis e Vargem. O rio Jaguari o maior contribuinte do

    Sistema Cantareira e as diferentes alteraes que este venha a sofrer, so refletidas

    no Sistema como um todo. Nos ltimos anos este reservatrio apresentou uma

    reduo no volume de gua armazenado, causada pela falta de polticas efetivas de

    conservao de recursos hdricos e por instabilidades climticas. A situao gerou

    srios problemas de abastecimento de gua para os Municpios da Regio Bragantina

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    28

    e das Regies Metropolitanas de So Paulo e Campinas, provocando intensos

    debates regionais e conflitos sobre o uso dos recursos hdricos e do solo.

    Entre os usos dos recursos hdricos os mais dinmicos, impactantes e

    transformadores da rea so os associados aos processos tursticos e de

    urbanizao, responsveis pela reconfigurao da paisagem e por afetar as

    condies ambientais do reservatrio. A expanso urbana ocorre de forma intensiva

    em todo o entorno do reservatrio e se caracteriza pela proliferao de loteamentos

    de alta densidade populacional, instalados sem a presena de uma infra-estrutura

    bsica. O crescimento turstico tambm transforma o reservatrio e o seu entorno em

    reas de lazer, o que pode ser evidenciado nas diversas baas transformadas em

    praias de fim-de-semana, nas reas de pesca, nos esportes nuticos, etc.

    Figura 7: APA Piracicaba Juqueri Mirim - rea II e APA Sistema Cantareira (Fonte:

    www.ambiente.sp.gov.br)

    1.6.1.2. Estao Ecolgica Municipal do Caet

    De acordo com o Plano Diretor do Municpio de Bragana Paulista Lei

    Complementar n 534/2007 de 16/04/07, no Art. 97 est prevista a criao da Estao

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    29

    Ecolgica Municipal do Caet, em rea com 555.656,50 m j pertencente ao

    patrimnio pblico municipal, localizada na antiga estrada Bragana - Socorro, ao sul

    do municpio no bairro do Uberaba, prxima divisa com o Municpio de Atibaia.

    Figura 8: Vista Area Estao Ecolgica Municipal do Caet

    Esta Unidade de Conservao destinada proteo do ambiente natural, ao

    desenvolvimento da educao conservacionista e realizao de pesquisas bsicas

    e aplicadas de ecologia.

    1.6.1.3 Parque Municipal Natural Petronilla Markovicz

    O Parque Municipal Natural Petronilla Markowicz foi criado pelo decreto de lei N 91

    de agosto de 2006 e est subordinado gesto da Secretaria Municipal de Meio

    Ambiente. O Parque se viabilizou atravs da doao de quatro lotes feita pelo

    empreendedor do loteamento Stios de Recreio do Pinheiral de Santa Helena.

    Esta Unidade de Conservao se enquadra no Sistema Nacional de Unidades de

    Conservao da Natureza, conforme Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, como

    Parque Nacional, sendo uma Unidade de Conservao de Proteo Integral.

    O Parque possui rea total de 65.766,68m2 e se localiza na coordenada geogrfica

    (225910.09S, 463107.07O), na principal entrada do municpio de Bragana

    Paulista pela Rodovia Ferno Dias mais especificamente na Variante Farmacutico

    Francisco Toledo Leme. A rea classificada como Floresta mesfila semi-decdua e

    at o presente momento, no possui plano de manejo.

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    30

    Figura 9: Vista area do Parque Municipal Natural Petronilla Markowicz

    1.6.1.4 Parque Frei Constncio Nogara

    Com vistas a atender ao acordo de compensao ambiental, conforme Termo de

    Ajustamento de Conduta TAC firmado entre a Sabesp, a Prefeitura do Municpio de

    Bragana Paulista e a Promotoria de Justia de Bragana Paulista, Autos n 1270/04,

    est sendo implementado o projeto de recuperao do Parque Municipal da Hpica do

    Jaguari, futuro Parque Frei Constncio Nogara.

    A rea do projeto, que totaliza 37,5 ha. (trinta e sete e meio hectares), localiza-se

    entre os bairros Cedro e Hpica Jaguari, situados na margem esquerda do Crrego

    guas Claras, os bairros guas Claras e Enedina Cortez na margem direita, a

    sudeste, na cabeceira do guas Claras e a noroeste, na confluncia do guas Claras

    no Ribeiro Lavaps, inseridos no municpio de Bragana Paulista SP.

    A restaurao florestal ser realizada em 26,0 ha. (vinte e seis hectares), possvel de

    reflorestamento, utilizando-se espcies arbreas tpicas da mata atlntica e dos

    ecossistemas ocorrentes na regio, que definida como floresta ombrfila densa, em

    transio para floresta estacional semidecidual, com influncia de cerrado.

    Oportuno esclarecer que a diferena entre a rea total e a rea possvel de

    reflorestamento, se deve a existncia de lagoas, reas alagadas, remanescentes

    florestais e a faixa destinada ao coletor de esgoto, a ser construdo e operado,

    visando sua manuteno posterior.

    Alm de atender ao TAC, espera-se com a criao do Parque a instalao da mata

    ciliar, proteo do solo, melhoria da infiltrao do escoamento superficial, reduo do

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    31

    assoreamento da calha do Crrego guas Claras, interligao dos fragmentos

    florestais remanescentes, atualmente em degradao, e a melhoria das condies da

    paisagem e bem-estar dos moradores vizinhos rea.

    Figura 10: Mapa geral de localizao do Parque Municipal Frei Constncio Nogara (Fonte: SABESP)

    1.6.1.5. RPPN Fazenda da Serrinha e Parque dos Pssaros

    As RPPN (Reserva Particular do Patrimnio Natural) so unidades de conservao de

    domnio privado, criadas por iniciativa do proprietrio da rea, mediante ato de rgo

    governamental (IBAMA ou rgo estadual de meio ambiente, quando houver

    regulamentao no estado), desde que constatado o interesse pblico. Pelo SNUC

    (Sistema Nacional de Unidades de Conservao), as RPPN devem ter como objetivo

    principal a conservao da diversidade biolgica.

    Nas RPPN o dono da terra continua sendo o proprietrio, e pode contar com o apoio

    do IBAMA e dos rgos de meio ambiente, assim como das entidades ambientalistas,

    no planejamento do uso, manuteno e proteo dessas reservas.

    O municpio conta com duas RPPN - Fazenda da Serrinha, criada em 2001 com rea

    de 15 hectares e Parque dos Pssaros, de 2002, com 174,90 hectares.

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    32

    1.7 Caracterizao Socioeconmica da comunidade

    O Municpio de Bragana Paulista, que integra a Regio Administrativa de Campinas,

    possua, em 2000, 124.545 habitantes. Uma anlise das condies de vida de seus

    habitantes mostra que os responsveis pelos domiclios auferiam,

    em mdia, R$ 919, sendo que 48,6% ganhavam no mximo trs salrios mnimos.

    Esses responsveis tinham, em mdia, 6,4 anos de estudo, 38,6% deles completaram

    o ensino fundamental, e 8,9% eram analfabetos. Em relao aos indicadores

    demogrficos, a idade mdia dos chefes de domiclios era de 47 anos e aqueles com

    menos de 30 anos representavam 13,8% do total. As mulheres responsveis pelo

    domiclio correspondiam a 21,9% e a parcela de crianas com menos de cinco anos

    equivalia a 8,3% do total da populao.

    O IPVS: ndice Paulista de Vulnerabilidade Social um indicador voltado para a

    avaliao das situaes de fragilidade, desamparo e insegurana em que se

    encontram indivduos e grupos sociais no Estado de So Paulo. Resulta da

    combinao de duas dimenses: socioeconmica, composta da renda apropriada

    pelas famlias e do poder de gerao da mesma por seus membros; e demogrfica,

    relacionada ao ciclo de vida familiar. Os maiores riscos pobreza ou vulnerabilidade

    so constatados pelo desemprego ou insero irregular ou ocasional no mercado de

    trabalho, associados escolaridade como fator de insero econmica. A idade dos

    responsveis pela famlia, bem como a presena de crianas, atuam como fatores

    que potencializam os riscos; exemplo: uma famlia jovem, com filhos pequenos e com

    pouca instruo e baixa renda est mais vulnervel que outras em condies

    diferentes.

    O IPVS desenvolvido pela Fundao SEADE e possibilita a classificao de reas

    geogrficas a partir dos setores censitrios, com dados do Censo Demogrfico de

    2000. A tabela 1 apresenta a classificao do IPVS e a sua distribuio no Municpio

    de Bragana Paulista.

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    Tabela 1: Classificao do ndice Paulista de Vulnerabilidade Social Bragana

    Paulista.

    Grupo de

    Vulnerabilidade

    Dimenses IPVS

    % da

    Populao Socioeconmica Ciclo de vida (famlias)

    1 Muito alta Jovens, adultas, idosas Nenhuma 4,6

    2 Mdia ou alta Idosas Muito baixa 26,8

    3 Alta Jovens, adultas Baixa 19,1

    4 Mdia Adultas Mdia 11,4

    5 Baixa Adultas, idosas Alta 35,2

    6 Baixa Jovens Muito alta 2,9

    Fonte: SEADE

    O IDH: ndice de Desenvolvimento Humano varia em ordem crescente entre 0 e 1

    conforme o nvel de desenvolvimento humano; o valor 0,820 obtido pelo municpio em

    2000 enquadra-o no nvel de mdio desenvolvimento com tendncia de alta.

    1.7.1 Condies de vida

    A Fundao SEADE identificou e qualificou as caractersticas que condicionam o nvel

    de sade e o perfil de adoecimento da populao do municpio de Bragana Paulista.

    As condies de vida, situao econmica e as polticas pblicas conduzidas em

    Bragana Paulista so apresentadas nas tabelas:

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    Tabela 2: Condies de Vida do municpio de Bragana Paulista

    Condies de Vida Ano Municpio Reg.

    Gov.

    Estado

    ndice Paulista de

    Responsabilidade Social - IPRS -

    Dimenso Riqueza

    2004 49 46 52

    2006 51 48 55

    ndice Paulista de

    Responsabilidade Social - IPRS -

    Dimenso Longevidade

    2004 65 66 70

    2006 68 69 72

    ndice Paulista de

    Responsabilidade Social - IPRS -

    Dimenso Escolaridade

    2004 57 52 54

    2006 66 63 65

    ndice Paulista de

    Responsabilidade Social - IPRS

    2004 Grupo 2 - Municpios que, embora com

    nveis de riqueza elevados, no exibem

    bons indicadores sociais

    2006 Grupo 2 - Municpios que, embora com

    nveis de riqueza elevados, no exibem

    bons indicadores sociais

    ndice de Desenvolvimento

    Humano - IDH

    2000 0,820 ... 0,814

    Renda per Capita (Em salrios

    mnimos)

    2000 2,63 2,55 2,92

    Domiclios com Renda per Capita

    at 1/4 do Salrio Mnimo (Em %)

    2000 3,52 3,41 5,16

    Domiclios com Renda per Capita

    at 1/2 do Salrio Mnimo (Em %)

    2000 9,03 9,25 11,19

    Fonte: SEADE

    Os indicadores do ndice Paulista de Responsabilidade Social - IPRS (SEADE), que

    sintetizam a situao do municpio no que diz respeito riqueza, escolaridade e

    longevidade, mostram que Bragana Paulista, em 2004 e 2006, enquadrou-se no

    Grupo 2, que so os municpios que, embora com nveis de riqueza elevados, no

    exibem bons indicadores sociais. Embora abaixo do padro estadual, Bragana

    Paulista encontra-se bem situado na dimenso riqueza dentro de sua regio de

    javascript:AbreNota(%229%22)javascript:AbreNota(%229%22)javascript:AbreNota(%229%22)javascript:AbreNota(%2210%22)javascript:AbreNota(%2210%22)javascript:AbreNota(%2210%22)javascript:AbreNota(%227%22)javascript:AbreNota(%227%22)javascript:AbreNota(%2211%22)javascript:AbreNota(%2211%22)javascript:AbreNota(%221490%22)javascript:AbreNota(%221490%22)javascript:AbreNota(%221053%22)javascript:AbreNota(%221053%22)javascript:AbreNota(%221054%22)javascript:AbreNota(%221054%22)

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    35

    governo, uma das mais pobres do Estado, e possui IPRS maior que o da respectiva

    regio na dimenso escolaridade.

    O municpio tem nvel mdio de desenvolvimento humano, analisado pelo ndice de

    Desenvolvimento Humano Municipal IDHM a partir das dimenses de longevidade,

    educao e renda, ainda que sendo a renda per capita menor que a do Estado de

    So Paulo.

    1.7.2 Habitao e infra-estrutura urbana

    Tabela 3: Situao Infraestrutura municpio Bragana Paulista

    Habitao e Infraestrutura Urbana

    Ano

    Municpio

    Reg. Gov.

    Estado

    Domiclios com Espao Suficiente

    (Em %) 2000 84,72 85,93 83,16

    Domiclios com Infraestrutura Interna

    Urbana Adequada (Em %) 2000 89,87 78,32 89,29

    Fonte: SEADE

    Apesar de quase 90% dos domiclios contarem com infraestrutura interna urbana

    adequada, importante apontar que ainda h falta de moradias na cidade, em

    especial para abrigar a populao de algumas reas invadidas, que so: Green Park

    e os prdios e reas adjacentes pertencentes a duas indstrias desativadas, Gamboa

    e Austin. Para realocar a populao desta ltima, a prefeitura est construindo

    habitaes atravs de financiamentos de outros nveis de governo. Tanto o Green

    Park quanto a Austin esto dentro das reas adscritas de unidades do Programa de

    Sade da Famlia.

    Paralelamente, tambm h muitos loteamentos irregulares no municpio, e toda essa

    situao cria demandas no previstas para a gesto da infraestrutura urbana e

    condicionam riscos as populaes residentes nesses locais.

    javascript:AbreNota(%221491%22)javascript:AbreNota(%221491%22)javascript:AbreNota(%221492%22)javascript:AbreNota(%221492%22)

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    1.7.2.1 Conjuntos Habitacionais Populares

    Em Bragana existem aproximadamente 47 mil residncias, sendo 90% na zona

    urbana. Alm delas existem 34 conjuntos habitacionais populares que atendem 7.014

    famlias atravs deste sistema. So eles:

    Quadro 1: Conjuntos habitacionais do municpio Bragana Paulista

    Conjuntos Habitacionais Quantidade de unidades

    1 Altos da Fraternidade 17

    2 Anchieta 168

    3 Aracaty 71

    4 Berbari I 80

    5 Berbari II 112

    6 Bragana E (guas Claras) 224

    7 Bragana F e G (guas Claras) 688

    8 Bragana III 252 apartamentos

    9 Colibri 176

    10 Darcilndia 110

    11 Fraternidade 800

    12 Francisco Sabela 91

    13 Henedina Cortez 512

    14 Jardim Yp 64 apartamentos

    15 Jos de Oliveira 56

    16 Jos Muniz Bueno 50

    17 Jlio Mesquita 304

    18 Lria Ferreira Lima 14

    19 Maranata 86

    20 Mauro Bauna Del Roio 194 aptos e 42 casas

    21 Michel Berbari 65

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    22 Miguel Barrese 24

    23 Mutiro TG 14

    24 Nilo Torres Salema 102

    25 Nova Cidade 267

    26 Ouro Preto 21

    27 Padre Aldo Boline 388

    28 Parati 35

    29 Parque dos Estados 900

    30 Penha 25

    31 Prof. ngelo Magrini Lisa 70

    32 Saada Abi Chedid 832 apartamentos

    33 Vila Espanha 73

    34 Vila Esperana 87

    1.7.2.2 Bairros e Vilas de Bragana Paulista

    A seguir so apresentados os principais bairros e vilas do municpio de Bragana

    Paulista (Quadro 2).

    Quadro 2: Principais Bairros e Vilas de Bragana Paulista

    Bairros Vilas

    Centro Centro, Jd. Nova Bragana, Vila Malva e Vila Milany

    Lavaps Lavaps, Vila Mota, Vila Gato, Vila Virgnia, Jardim So Cristvo

    e Jardim Santa Amlia.

    Matadouro Santa Terezinha, Jardim Julio Mesquita, Jd Parati, Jd Anchieta, Jd

    Laranjeiras, Jd Maria Augusta, Jd Santa Cristina, Vila Beltrando,

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    Vila Municipal e Maranata.

    Taboo Taboo, Jardim So Jose, Jd do Sul, Jardim Santa Helena e

    Bosques da Pedra.

    Aparecida Vila Aparecida, Jd Com Cardoso, Jardim Santa Rita Cssia, Vila

    Florinda, Vila Santa Filomena e Altos de Bragana.

    Bianchi Vila Bianchi, Jd Bandeirantes, Jd Lago do Moinho, Jd Paturi,

    Jardim Recreio Bragantino, Vila Mildred e Vila Mimosa.

    Penha Penha, Distrito Industrial I, Tor, Jd Nova Amrica, Itapu,

    Darcilndia e Residencial das Ilhas.

    Pinheirais

    Portal Estncias, Parque Faculdades, Jardim do Sul, Jardim do

    Lago, Colinas da Mantiqueira, Jd Sevilha, Jd das Paineiras e Vila

    Primavera.

    Santa Luzia

    Santa Luzia, Euroville, Jardim Europa, Rosrio de Ftima, Jd

    Primavera, Chcara So Conrado, Jardim Amapola e Jardim

    Califrnia.

    Jardim Amrica Jardim Amrica I, Jardim Amrica II e Estncia Santana.

    Santa Cruz Santa Libnia, Vila Garcia, Vila Claudia, Vila Edna e Recanto

    Elizabete.

    So Loureno Jardim So Loureno, Jardim Ouro Preto e Distrito Industrial III.

    Uberaba Saada Abi Chedid e Conj.Muniz Bueno.

    Parque Brasil Pq. Brasil, Jd. Novo Mundo, Jd Aracati, Recanto Alegre, R.Berbari.

    Vila Maria

    (Cruzeiro)

    Vila Ruth, V Flora, V. Batista, V. Bernadete, V. Davi e Padre Aldo

    Boline.

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    Jaguari

    Fraternidade, Hpica Jaguary, Chcara Luzia Vicente, Jd. So

    Caetano, Pop, Jardim Santa Lcia, Jardim Morumbi, Jd Cedro e

    Jd guas Claras.

    Cidade Nova Parque dos Estados, Cidade Planejada I, Cidade Planejada II, Vila

    Esperana e Chcara Julieta Cristina.

    Jardins Jardim So Miguel, Jardim Iguatemy e Chcara Alvorada.

    1.7.2.3 Ncleos Isolados na Zona Rural

    Entende-se como ncleos isolados, os aglomerados populacionais situados fora da

    zona urbana, que possuem caractersticas em comum apesar de estarem dispersos

    por todo o territrio do municpio, so elas: densidade populacional

    consideravelmente acima da mdia na zona rural, fracionamento do solo em unidades

    inferiores ao modulo rural do municpio, presena de equipamentos de infraestrutura

    (energia eltrica, coleta de resduos slidos, etc.), presena de unidades comercias e

    de servios, alm de reas comunitrias como igrejas, escolas, etc.

    Dentre os ncleos isolados com maior densidade demogrfica e que devem ser

    contemplados prioritariamente com as aes previstas neste plano, esto: Jardim das

    Palmeiras, gua Comprida, Chcaras Ferno Dias, Quintas da Baroneza,

    Guaripocaba dos Souzas, So Felipe, So Marcelo, Campo Novo, Bairro Me dos

    Homens, Bairro da Marina, Parque do Imperador, etc.

    1.7.2.4 Bairros da zona rural

    Os principais bairros situados na zona rural do municpio so: gua Comprida,

    Atibaiano, Curitibanos, Menin, Mouro, Bacci, Marina, Campo Novo, Guaripocaba,

    Boa Vista, Sete Barras, Me dos Homens. Alguns deles so atendidos com

    abastecimento de gua pela Sabesp como gua Comprida, Guaripocaba e Chcaras

    Ferno Dias.

    1.8 Indicadores de Sade

    A taxa de mortalidade infantil (TMI) um dos indicadores mais utilizados para anlise

    da situao de sade de um pas. Na mortalidade infantil, importante parcela de

    responsabilidade atribuda aos servios de sade e de saneamento.

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    Existe uma relao inversamente proporcional entre a mortalidade em crianas

    menores de cinco anos de idade e a cobertura populacional por sistemas de

    esgotamento sanitrio. Quanto a esta associao, Teixeira(20) afirma que, para reas

    urbanas com precria infra-estrutura urbana, em relao falta de esgotamento

    sanitrio, h evidncias de que o maior risco para a sade infantil est associado, em

    primeiro lugar, disposio de esgotos no terreno, no entorno da moradia,

    principalmente para a diarria e as parasitoses associadas a geohelmintos (helmintos

    ou vermes que necessitam obrigatoriamente, para completar o seu ciclo evolutivo, de

    um estgio no solo); e, em segundo lugar, presena de esgotos escoando na rua,

    principalmente para as parasitoses de transmisso feco-oral. Este conjunto de

    doenas contribui, segundo o autor, para o aumento da morbi-mortalidade em

    crianas menores de cinco anos de idade.

    As taxas de mortalidade na infncia, que consiste na relao entre os bitos de

    menores de cinco anos de residentes em uma unidade geogrfica, em determinado

    perodo de tempo (geralmente um ano), e os nascidos vivos da mesma unidade nesse

    perodo, para o municpio apresenta, entre os anos de 2000 a 2008 a seguinte

    evoluo (quadro 3):

    Quadro 3: Evoluo do ndice de mortalidade na infncia para o municpio de Bragana

    Paulista (Fonte SEADE)

    Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    Taxa (Por

    mil nascidos

    vivos)

    20,40

    24,13

    23,04

    23,28

    18,72

    17,89

    19,03

    18,97

    15,29

    Associados a esses dados, o Ministrio da Sade apresentou, para o perodo 2001 a

    2006 um quadro dos indicadores de Ateno Bsica, entre os quais, no item n 6

    (quadro 4), apresenta acentuada evoluo em queda do indicador DDA (Doenas

    Diarricas Agudas) em menores de cinco anos para o municpio, projetando tendncia

    de queda para todos os indicadores.

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    41

    Quadro 4: Evoluo dos indicadores de ateno bsica no perodo 2001-2006 do

    municpio de Bragana Paulista (Fonte DATASUS)

    Segundo dados da Vigilncia Sanitria Municipal, nos primeiros meses do ano de

    2010 no foram notificadas doenas relacionadas veiculao hdrica tais como

    clera, esquistossomose, febre amarela, febre tifide, malria, poliomielite. No h

    dados referentes DDA registrados pela Secretaria no mesmo perodo.

    1.9 Populao

    Bragana Paulista apresentava, em 1980, populao total de aproximadamente 84 mil

    habitantes. Em 2009, alcanou o total de 145 mil, aumentando sua populao em

    cerca de 60 mil habitantes em 29 anos. Este aumento populacional foi acompanhado

    pelo processo de urbanizao. Pelos dados do SEADE, em 1980 a taxa de

    urbanizao do municpio estava em 74,5% e em 2009, ampliou-se para 96,55%.

    Porm, este crescimento da taxa de urbanizao no perodo elencado, nunca

    ultrapassou as taxas do estado de So Paulo. Na dcada de 80, o Estado j estava

    com um percentual de urbanizao de 88,6% e nos anos 2000, estabilizou-se em

    93%.

    Ainda pelos dados do SEADE, a evoluo da taxa geomtrica de crescimento anual,

    Bragana Paulista vem apresentando taxas mais altas em relao ao estado de So

    Paulo. Enquanto o estado apresentou taxas na ordem de 2,12% no perodo entre

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    42

    1980-1991, o municpio tinha 2,36% no mesmo perodo. No intervalo entre os 2000-

    2007 o estado registrou 1,5% de crescimento e Bragana Paulista 2,19%, o que pode

    revelar um processo de migrao devido transferncia de empresas para o interior

    paulista, principalmente as prximas aos grandes eixos virios.

    Nos estudos para ampliao dos sistemas de sistemas de gua e esgoto, assim como

    para definio das metas de universalizao, foi utilizada a projeo populacional

    elaborada pelo SEADE para Sabesp at o ano de 2025(19) (Tabela 4).

    Esses estudos sero reavaliados todas as vezes em que ocorrerem atualizaes dos

    dados pertinentes a populao oriundas da realizao de novos censos.

    Tabela 4: Projeo de Populao do municpio de Bragana Paulista fonte SEADE

    AnoPopulao Urbana

    (hab)

    Populao Rural

    (hab)

    Populao Total

    (hab)

    2005 127.186 12.554 139.740

    2006 130.193 12.256 142.449

    2007 133.245 11.965 145.210

    2008 136.343 11.682 148.025

    2009 139.489 11.405 150.894

    2010 142.685 11.134 153.819

    2011 145.317 10.830 156.147

    2012 147.975 10.535 158.510

    2013 150.662 10.248 160.910

    2014 153.376 9.969 163.345

    2015 156.120 9.697 165.817

    2016 158.416 9.405 167.821

    2017 160.728 9.122 169.850

    2018 163.055 8.847 171.902

    2019 165.399 8.580 173.979

    2020 167.760 8.322 176.082

    2021 169.753 8.051 177.804

    2022 171.754 7.789 179.543

    2023 173.763 7.535 181.298

    2024 175.781 7.289 183.070

    2025 177.809 7.052 184.861

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    1.10 Uso e Ocupao do Solo

    Os municpios da regio bragantina tiveram seu desenvolvimento associado, at a

    dcada de 70, ao setor agropecurio. A partir daquela dcada a cidade apresentou

    grande expanso e avanou em reas rurais, pois alm dos loteamentos na zona

    norte, que formam os grandes centros perifricos, os bairros antigos prximos ao

    centro passaram por uma recuperao.

    O que se v em Bragana, a exemplo de muitas cidades brasileiras, que sua

    urbanizao no foi acompanhada de planejamento adequado, pois foram ignoradas

    as caractersticas fsicas do municpio e to pouco houve preocupao com a

    disposio espacial dos equipamentos urbanos. Na zona norte, os loteamentos

    iniciados no fim da dcada de 1970, receberam construes em regime de mutiro

    com caractersticas populares. Alm dessa zona, loteamentos tambm surgiram nas

    zonas sul, leste e oeste. A paisagem, ao norte, marcada por casas populares e ao

    sul, por casas ou condomnios de alto padro.

    Atualmente uma das caractersticas dessa ocupao so os vazios urbanos, criados

    entre os loteamentos, que encarecem as obras de infra-estrutura e dificultam a

    interligao e continuidade da cidade.

    Outro ponto de destaque na urbanizao de Bragana a sua industrializao. Alm

    de contar com o incentivo da prefeitura para a instalao de indstrias, o municpio

    privilegiado geograficamente pela sua localizao, ou seja, est a 70 quilmetros de

    So Paulo, a 60 quilmetros de Campinas, a 120 quilmetros do Vale do Paraba e a

    150 quilmetros do Porto de Santos. A industrializao cresceu com presena de

    indstrias como Santher (papel), a Arcor (alimentcia), indstrias que fabricam

    componentes eletrnicos, metalurgia.

    O municpio possui um Cdigo de Urbanismo que divide o municpio em 12

    macrozonas, metade delas destinada a expanso urbana do municpio. Uma das que

    chamam a ateno a destinada a indstria, que se localiza no eixo da Rodovia

    Ferno Dias, o que expandir, automaticamente o nmero de moradias prximas a

    rea do reservatrio dos rios Jacare-Jaguari, que pode comprometer a qualidade das

    guas, inclusive daquelas que abastecem a cidade de Bragana Paulista.

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    1.10.1 Macrozoneamento territorial de Bragana Paulista

    No que se refere caracterizao especifica do Municpio, h o Plano Diretor(2) que

    sistematiza o uso do territrio local. O territrio do municpio se encontra subdividido

    em 12 (doze) Macrozonas para potencializar os usos existentes e controlar outros

    (Figura 10):

    I Macrozona Urbana aquela destinada :

    a) priorizao das funes urbanas de habitar, trabalhar, circular e recrear;

    b) implantao prioritria dos equipamentos urbanos e comunitrios, excetuados os

    estabelecimentos penais, centros de ressocializao, centros de atendimento ao

    adolescente ou quaisquer outros similares que objetivem a manuteno de pessoas

    sujeitas a qualquer medida privativa da liberdade, que no podero ser construdos ou

    instalados dentro dos limites da Macrozona Urbana;

    c) ordenao e direcionamento da urbanizao;

    d) induo da ocupao de terrenos edificveis, em funo da disponibilidade de

    infra-estrutura e do cumprimento da funo social da propriedade; e

    e) adensamento das reas edificadas, onde a infra-estrutura disponvel no estiver

    saturada;

    II Macrozona de Expanso Urbana aquela destinada a:

    a) priorizar o crescimento das reas urbanas;

    b) amenizar os possveis processos de especulao imobiliria das reas urbanas;

    c) orientar os planos de expanso de infra-estrutura; e

    d) implantao de atividades comerciais e de apoio rea urbana;

    III Macrozona de Expanso Urbana Controlada aquela destinada a:

    a) priorizar o crescimento das reas urbanas;

    b) amenizar os possveis processos de especulao imobiliria das reas urbanas;

    c) orientar os planos de expanso de infra-estrutura; e

    d) uso residencial de baixa e mdia densidade, com implantao de atividades

    comerciais de apoio;

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    IV Macrozona de Conteno de Urbanizao aquela destinada a usos residenciais

    de baixa densidade, plos tursticos e ecolgicos, em que a ocupao deve ser

    especialmente controlada em decorrncia das seguintes condies:

    a) proteo das reservas naturais e de suas caractersticas paisagsticas;

    b) sua vulnerabilidade a intempries e outras condies adversas;

    c) necessidade de manter a tipologia e o nvel de ocupao da rea, especialmente

    quanto ocupao para atividades rurais, tursticas ou de lazer; recursos hdricos,

    encostas, fauna e flora; e

    e) valorizao dos potenciais turstico e ecolgico;

    V Macrozona de Expanso Econmica aquela destinada implantao de

    atividades de apoio logstico ao municpio, tais como centros comerciais, centros de

    distribuio, atividades de prestao de servios, pequenas indstrias, centros

    empresariais, plos hoteleiros, hospitais regionais, shopping centers e outras

    atividades similares, onde devero ser observadas as seguintes condies:

    a) a margem da Rodovia Ferno Dias fica exclusivamente destinada para implantao

    das atividades mencionadas neste inciso, criando proteo contra as influncias do

    trfego intenso e garantindo maior segurana expanso urbana residencial

    adjacente; e

    b) nas d