Plug-Ins Sonar 7 Pt 1

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TECNOLOGIA | SONAROlá Pessoal, a partir deste mês veremos os novos plug-ins do Sonar 7. Além dos instrumentos virtuais, são 3 novos plug-ins voltados para masterização, mas que também podem ser usados durante o processo da mixagem. Estou falando do LP64 Equalizer, LP-64 Multiband e do Boost 11, que já foram apresentados, por alto, na edição de outubro de 2007. Este mês, focaremos o novo conceito do equalizador e seus recursosdo Sonar 7 PParte 1rimeiro vamos entender de onde vem este tal de

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Daniel Farjoun é produtor musical, tecladista,

arranjador, compositor e mixador. Trabalha

com mixagens via internet pelo site:

www.opoderdamixagem.com.br

Olá Pessoal,a partir deste mêsveremos os novosplug-ins do Sonar 7.Além dosinstrumentos virtuais,são 3 novos plug-insvoltados paramasterização, masque também podemser usados durante oprocesso da mixagem.Estou falando do LP-64 Equalizer, LP-64Multiband e do Boost11, que já foramapresentados, poralto, na edição deoutubro de 2007. Estemês, focaremos onovo conceito doequalizador e seusrecursos

rimeiro vamos entender de ondevem este tal de LP presente nonome do equalizador e do com-

pressor multibanda. LP vem de LinearPhase que significa “fase linear”. Vamosentender melhor o que está por trás destenome que parece tão complicado.

Sobre o processamento

de fase linear

A maioria dos equalizadores coloremo som de forma diferente daquela quefoi alterada, por exemplo, no gráfico. Al-guns, até mesmo pelo simples fato de es-tarem ligados, mesmo fazendo nada, já“colorem” o som por dividirem e recombi-narem as bandas de frequência. Isto sedá através do uso do filtro IIR (InfiniteImpulse Response), que é escolhido pelosengenheiros por ser mais “rápido e bara-to”, mas usa filtros passa-banda (band-pass) piores e oferece menor estabilidade,o que gera a chamada alteração de fase.

As alterações de fase dos equalizadorescomuns indicam que o áudio é alterado noque diz respeito ao tempo, de forma dife-rente para cada banda de freqüência doespectro sonoro. Em outras palavras: écomo se as freqüências baixas atrasassemmenos que as altas, por exemplo. Por contadessas variações de tempo, são introduzidasao som as “colorações” não controladas,cancelando, atenuando ou reforçando asfreqüências, modificando definitivamentea clareza do sinal original.

Para que você possa entender umpouco mais sobre fase e cancelamento de

fase, leia o texto a seguir, retirado do livro“MIX – O poder da mixagem”, deste quevos escreve:

“Para quem está começando, é real-mente difícil identificar de primeira seum sinal está fora de fase ou não, a me-nos que seja comparado com um sinalem fase. Nestas condições, é fácil perce-ber que o sinal em fase é mais forte, maisnítido e tem mais corpo”.

Para entendermos melhor esta situa-ção, vamos aos gráficos:

Quando o sinal está na parte de cima,sua polaridade é positiva. Quando estána parte de baixo, sua polaridade é nega-tiva. Na imagem acima, temos 4 marca-ções verticais referentes às fases. A barra

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Parte 1

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mais forte à esquerda, é considerada oinício de um novo período desta onda,que termina em 360º ou automatica-mente se reinicia em 0º. Em 180º ocupa-mos duas marcações. A distância destasduas marcações é a mesma quando aonda está com a crista em +A até a cris-ta em -A, como mostra a imagem.

Isto significa que uma diferença de180º entre duas ondas iguais, por exemplo,é quando uma está exatamente no mo-mento inverso da outra. Assim, podemosconcluir que esta diferença de 180º é o re-sultado da soma de um sinal positivo a ou-tro negativo. Se forem de mesma amplitu-de, ou seja, se forem de mesma intensidade(volume), haverá o cancelamento totalentre eles, quer dizer, o som ficará mudo.

Podemos perceber melhor esta situa-ção de 180º no próximo gráfico:

O gráfico acima representa a soma dedois sinais, na qual a diferença de polari-dade é de 180º e eles estão perfeitamen-te sobrepostos, ou seja, onde um possuiuma amplitude de +5 dB, por exemplo,o outro terá uma amplitude equivalentea exatos -5 dB. Se somarmos os sinais nes-tas condições, a conta é muito simples:(+5) + (-5) = 0. Com isso, temos ocancelamento total das fases e o resulta-do é a linha reta do gráfico.

Quando o sinal está fora de fase (re-sultado desta alteração de fase), este“fora de fase” pode ser qualquer graudesde 1º até 359º. Você já sabe que,quando a diferença de fase entre duasondas é de 180º, o resultado é nulo, ouseja, não há som algum. E quando a dife-rença de fase for qualquer outra diferen-te de 180º?

Quando há qualquer outra diferençade fase, o sinal é percebido com um somnão tão forte e definido como quando elesestão em fase, como vimos no início. Dize-mos que diferenças de fase entre duasondas geram interferências construtivasou detrutivas. Quando a interferência éconstrutiva, a onda resultante tem ampli-tude maior que a das ondas individuais.Quando a interferência é destrutiva, aamplitude da onda resultante é menorque a das ondas individuais.

Isso quer dizer que, quando ondas so-noras interagem no mesmo ambiente,elas estão se reforçando (interferênciaconstrutiva) ou se cancelando (interfe-rência destrutiva).

Conclusão:• Uma diferença de fase pode ser de

1º a 359º, onde dependendo do graudesta diferença, podem causar reforço(aumento de volume) ou cancelamento(diminuição de volume). Isto acontece

também quando há alteração de fase devi-

do ao uso dos equalizadores, por exemplo.

• Se a diferença de fase entre dois si-nais é de exatos 180º e estes sinais são idên-ticos (mesma freqüência e mesma ampli-tude – volume), o cancelamento será total,ou seja, o resultado é um som mudo.

Os gráficos acima mostram que as di-ferenças de fase podem ser quaisquerentre 1º e 359º. À esquerda, uma dife-rença de fase de 90º e à direita, um valor

qualquer representado por X. Repare nográfico da direita, por exemplo, que se pe-garmos qualquer ponto e criarmos uma li-nha vertical imaginária, o resultado serásempre a soma dos valores, sejam eles posi-tivos ou negativos, representados pelospontos pretos. Esta variação do gráfico dadireita é exatamente o que acontece como uso dos equalizadores normais.

O equalizador

de fase linear

Diferente da maioria dos equalizado-res, o equalizador de fase linear (linear-phase) da cakewalk (assim como de ou-tros fabricantes) tem por característicanão gerar estas alterações de fase. Sãonormalmente muito transparentes mesmoquando são necessários ganhos ou atenu-ações muito grandes. Com o LP-64 EQ,você tem total controle sobre as alteraçõesdas freqüências. Pode “dividir” o espectrosonoro em até 20 bandas e depois “juntá-las” novamente, mantendo a integridadede todo o áudio processado e em todas asfreqüências, sem colorações, cancela-mentos, “comb filtering” ou qualquer ou-tra degradação não controlada do sinal.

Como usar

Usar o LP-64 EQ é muito fácil e intui-tivo. Para inserir pontos no gráfico, bastadar um duplo clique com o botão esquer-do do mouse. Para alterar os parâmetrosde freqüência e ganho, basta clicar no“nó” desejado e arrastar para cima e parabaixo (ganho) e para a esquerda ou direi-ta (freqüência). Para alterar o valor de“Q”, basta habilitar a visualização clican-do no botão “Q´s” na parte de baixo dajanela do plug-in. Com ela ativa, arraste

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para cima ou para baixo o quadrado laran-ja presente nos três “nós” da direita. Naverdade, com o botão “Q´s” habilitado, oquadrado laranja aparece para todos os

nós. Na imagem foi usado um recurso dephotoshop para mostrar como seria avisualização com e sem o botão habilitado.Outra forma de alterar os parâmetros decada “nó” é digitando os valores manual-mente através do teclado. Logo acima dosbotões normal, grid, freq, gain e Q´s, exis-tem os campos Hz, dB e Q, para preenchi-mento dos valores de freqüência, ganho e“Q”, respectivamente.

No LP-64 EQ existem dois modos degráfico. O padrão é o modo NORMAL,que permite todas as alterações citadas

anteriormente, onde os pontos de con-trole (nós) podem ser sobrepostos. Nomodo CURVE, você pode editar a curvade uma forma mais intuitiva, grafica-mente falando. Os pontos de controlepodem ser inseridos também livremente,mas neste caso, “Q” não pode ser edita-do. Para que você possa desenhar gráfi-cos mais precisos, repare que, do lado es-querdo do gráfico, você encontra valoresque vão de +24 dB até – 24dB. Cliquenesta lateral com o botão esquerdo domouse e arraste-o para cima. Assim vocêpode dar um “zoom” vertical podendoalterar os “pontos de controle” (nós) emuma visualização de, no mínimo, +6 até-6dB. Você define a quantidade de“zoom” que irá trabalhar.

Já no canto inferior esquerdo, você en-contra o botão de “power” do equalizador.Com ele você dá um bypass, como se real-mente estivesse desligando o equalizador,com a vantagem de poder ligá-lo quandoquiser ter os parâmetros preservados. Já dolado direito, temos o VU e o knob de con-trole de volume de saída.

Clique no knob e arraste o mouse paracima ou para baixo, se quiser aumentarou diminuir o volume de saída do equa-lizador. Mover o mouse com a teclaSHIFT apertada faz com que suas alte-rações sejam muito mais sutis, com umganho de precisão muito maior.

Você pode também dar um duploclique no valor do campo “output” parainseri-lo manualmente através do tecla-do. Os dois quadrados azuis presentesacima do VU, mostram os valores máxi-mos que o sinal de cada canal (esquerdoe direito) atingiu. Para zerar os valores,clique duas vezes com o botão esquerdodo mouse em cada um deles.

Um 2008 repleto de saúde, realizaçõesa muita música para todos vocês!

Na imagem foiusado um recurso

de photoshoppara mostrarcomo seria a

visualização come sem o botão

habilitado

Características do LP-64 EQTotalmente automatizável

Opera em taxas de amostragem de

até 192 kHz.

Estéreo ou mono

Medidores de saída estéreos

DSP (Digital Signal Processor –

Processador de sinal digital) otimi-

zado com rápido FFT (Fast Fourier

Transformation) e convolução multi-

camadas.

Gráfico interativo que mostra todas

as informações sobre cada ponto de

controle inserido.

Inserção de parâmetros digitados ao

invés de apenas gráficos.

“Look-ahead” para detecção de pi-

cos para prevenir clipping.

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