PÂMELLA GONÇALVES DA SILVA
Transcript of PÂMELLA GONÇALVES DA SILVA
UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
PÂMELLA GONÇALVES DA SILVA
CAPUCHINHA: RESGATE DE CONHECIMENTO DO CULTIVO DE UMA
ESPÉCIE COMESTÍVEL NÃO CONVENCIONAL UTILIZADA NA
AGRICULTURA FAMILIAR
CAMPO GRANDE – MS
2017
Pâmella Gonçalves da Silva
Capuchinha: resgate de conhecimento do cultivo de uma espécie
comestível não convencional utilizada na agricultura familiar
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional da
Universidade Anhanguera-Uniderp, como
parte dos requisitos para a obtenção do
título de Mestre em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional.
Orientação ou Comitê de Orientação:
Profa. Dra. Rosemary Matias
Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de
Oliveira
CAMPO GRANDE – MS
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera-Uniderp
Silva, Pâmella Gonçalves da.
Capuchinha: resgate de conhecimento do cultivo de uma espécie
comestível não convencional utilizada na agricultura familiar / Pâmella
Gonçalves da Silva. -- Campo Grande, 2017.
65f. : il.
Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera-Uniderp,
2017.
“Orientação: Profa. Dra. Rosemary Matias. ”
1. Hortaliças não-convencionais. 2. Adubação orgânica. 3.
Tropaeolum majus var. namum. L. 4. Vigor de sementes. I. Título.
CDD 21.ed. 635.3
631.86
S582c
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, meu Mestre e protetor, á Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro e à Virgem de Guadalupe, as guiadoras dos meus passos,
que deram força e amparo à minha alma durante toda está jornada, nunca
deixando fraquejar, protegendo e livrando–me dos maus pensamentos,
agraciando com a oportunidade de concluir mais esta etapa de minha vida.
Estendo os mesmos aos meus pais Dércio e Sueli e à minha irmã Paolla,
pela paciência, por ajudarem nos momentos difíceis, ouvindo meus lamentos,
dando conselhos e colo sempre que precisei, mantendo-me firme em meu
caminho, mesmo diante de diversos obstáculos, nunca deixaram de segurar
minha mão e acolherem em seus braços.
Agradeço ao meu marido Ricardo, pelas palavras de incentivo e ternura,
pelo amor incondicional e por sempre apoiar minhas decisões, nunca
questionando e sempre contribuindo para meu crescimento pessoal e
consequentemente ao nosso crescimento como casal.
Um agradecimento mais que especial à minha orientadora Prof.ª Dra.
Rosemary Matias, que como uma mãe, acolheu-me em sua equipe, com muito
respeito, tirando minhas dúvidas, mostrando-me o caminho a seguir,
transmitindo seu vasto e admirável conhecimento, sendo uma exime-a
orientadora, nunca medindo esforços para projetar e executar todas as partes do
nosso trabalho, fazendo destes 24 meses de mestrado, meses incríveis de
aprendizado, amizade e muita dedicação, agradeço do fundo do coração a
senhora, minha grande amiga.
Agradeço a meu co-orientador Prof. Dr. Ademir Kleber, por quem tenho
uma enorme admiração, sua personalidade ímpar, ideias criativas, inteligência e
astucia para a resolução de qualquer problema que surgiu ao longo desses anos,
foi de suma importância para a conclusão deste maravilhoso projeto, agradeço
por todas as correções, sugestões e ensinamentos, muito obrigada.
Agradeço a amiga Kelly Cristina, por toda sua parceria, amizade e
atenção, toda a sua ajuda foi essencial em minha caminhada, jamais esquecerei.
Minha querida Sueli Marques por dividir o laboratório comigo, sempre me
auxiliando nas analises, com bom humor e prontidão.
A todos os que de alguma forma participaram deste trabalho, deixo os
meus sinceros agradecimentos, muito obrigada.
SUMÁRIO
1. Resumo Geral................................................................................................7
2. General Summary..........................................................................................9
3. Introdução Geral..........................................................................................11
4. Revisão de Literatura..................................................................................20
5. Referências Bibliográficas.........................................................................27
6. Artigos
Artigo I..............................................................................................................28
Germinação e crescimento inicial de sementes de capuchinha em câmara
de germinação e em casa de vegetação.......................................................28
Resumo............................................................................................................28
Abstract............................................................................................................29
Introdução........................................................................................................31
Material e Métodos..........................................................................................33
Resultados e Discussão.................................................................................43
Conclusão........................................................................................................43
Referências Bibliográficas.............................................................................47
Artigo II.............................................................................................................48
Análise de crescimento de capuchinha cultivada em diferentes adubações
e sombreamentos...........................................................................................48
Resumo............................................................................................................48
Abstract............................................................................................................49
Introdução........................................................................................................51
Material e Métodos..........................................................................................53
Resultados e Discussão.................................................................................59
Conclusão........................................................................................................60
Referências Bibliográficas.............................................................................64
7. Conclusão Geral..........................................................................................65
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1. Resumo Geral
As espécies de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’s) são plantas
rústicas de fácil plantio e propagação, com elevada adaptação às condições de
cada região em que foram inseridas. Dentre as espécies precursoras na
retomada do consumo e cultivo das PANC’s está a capuchinha (Tropaeolum
majus L.), família Tropaeolaceae, utilizada como planta medicinal e alimentícia,
porém para o uso desta espécie em maior escala pela agricultura familiar, é
necessário determinar a melhor forma de cultivo, empregando diferentes adubos
orgânicos disponíveis, quanto ao crescimento. Levando-se em consideração a
importância medicinal e alimentar dessa espécie, objetivou-se avaliar sua
germinação e crescimento inicial em câmara de germinação, o desenvolvimento
em casa de vegetação, em diferentes condições e avaliar o efeito da adubação
orgânica e do sombreamento no crescimento, área foliar e massa fresca da
capuchinha, devido contemplar a linha de pesquisa Sociedade, Ambiente e
Desenvolvimento Regional Sustentável. O cultivo de T. majus var. nanum foi
realizado na Unidade Agrárias da Universidade Anhanguera-Uniderp, com
experimento instalado na estufa da horta experimental. Foram utilizados oito
tipos de adubação incorporadas ao solo: Testemunha Arenosa (T1);
Testemunha Química (T2); Torta de Filtro 20% (T3); Torta de Filtro 40% (T4);
Cama de Frango 20% (T5); Esterco Bovino 20% (T6); Esterco Ovino 20% (T7);
Esterco Ovino 40% (T8); Esterco de Coelho 20% (T9); e Esterco de Coelho 40%
(T10), todos cultivados em duas intensidades luminosas (70% e 50%). As
variáveis analisadas foram: (Análise de crescimento), massa fresca da parte
aérea e área foliar, frente aos aspectos de adubação e luminosidade. Para a
germinação, os resultados indicaram germinação entre 2 e 5 dias e, para as
variáveis germinação e vigor, a melhor condição para as sementes foi
encontrada na interação da temperatura de 25 °C e substrato vermiculita. O
crescimento inicial em câmara de germinação apresentou maior crescimento da
raiz e parte aérea quando cultivada no substrato areia, temperaturas de 20 e 25
°C. Em casa de vegetação, o desenvolvimento inicial apresentou pouca
diferença estatística entre as diferentes luminosidades e adubações, provável
resultado do pouco tempo de crescimento da espécie nos diferentes ambientes
e adubações. Os resultados demonstraram que ambas as intensidades
luminosas apresentaram bons resultados para o cultivo da capuchinha; as
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diferentes adubações orgânicas influenciaram tanto no crescimento quanto na
área foliar e peso fresco da espécie. O tratamento T10 (esterco de coelho)
apresentou as melhores médias de crescimento, área foliar e massa fresca.
Conclui-se que a adubação orgânica no cultivo de capuchinha se mostra eficaz,
podendo auxiliar na maximização dos lucros de pequenos e grandes produtores
e em uma alimentação com grande valor nutricional para famílias de baixo poder
aquisitivo, além de promover o resgate de uma espécie de grande valor cultural,
econômico e social.
Palavras-chave: Hortaliças Não-Convencionais, Tropaeolum majus var. nanum
L., Adubação Orgânica, Vigor de sementes, Área foliar, Esterco de coelho.
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2. General Summary
Species of Unconventional Food Plants (UFP's) are rustic plants, easy to plant
and propagate, with high adaptation to the conditions of each region in which they
were inserted. Among the precursor species in the resumption of consumption
and cultivation of UFP's is the nasturtium (Tropaeolum majus L.), Tropaeolaceae
family, used as a medicinal and food plant. However, for the use of this species
on a larger scale by family farming, it is necessary to determine its best form of
cultivation, using different organic fertilizers available and evaluating its growth.
Considering its medicinal and food importance, the aim was to evaluate its
germination and initial growth in germination chamber, its development in a
greenhouse under different conditions and to evaluate the effect of organic
fertilization and shading on growth, leaf area and fresh mass of nasturtium. These
aims contemplate the research line Society, Environment and Sustainable
Regional Development. The cultivation of T. majus var. nanum was carried out at
the Agrarian Campus of the Anhanguera-Uniderp University, with experiment
installed in the greenhouse of the experimental vegetable garden. Eight types of
fertilization were incorporated in soil: being Sandy Control (T1); Chemistry
Control (T2); Filter cake 20% (T3); Filter Cake 40% (T4); Poultry Litter 20% (T5);
Bovine manure 20% (T6); Sheep manure 20% (T7); Sheep manure 40% (T8);
Rabbit manure 20% (T9); And rabbit manure 40% (T10), all kept in two light
intensities (50 and 70%). The analysed variables were: (Growth analysis), fresh
mass of the aerial part and leaf area, in front of the aspects of fertilization and
luminosity. For the germination, the results indicated germination between 2 and
5 days and, for the variables germination and vigour, the best condition for the
seeds was found in the interaction of the temperature of 25 °C and vermiculite
substrate. The initial germination chamber growth showed higher root and shoot
growth when grown on the sand substrate at temperatures of 20 and 25 °C. In
the greenhouse, the initial development presented little statistical difference
between the different luminosities and fertilizations, probably result of the little
time of growth of the species in the different environments and fertilization. The
results showed that both light intensities presented good results for nasturtium
cultivation; The different organic fertilizations influenced both growth and leaf
area and fresh weight of the species. The treatment T10 (Rabbit manure)
presented the best results, with better growth, leaf area and fresh mass averages.
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It is concluded that organic fertilization in nasturtium cultivation is effective, which
can help maximize the profits of small and large producers and a diet with great
nutritional value for families with low purchasing power, as well as promote the
rescue of a species of great cultural, economic and social value.
Keywords: Unconventional Leafy Vegetables, Tropaeolum majus var. nanum L.,
Organic fertilization, Seed vigour, Leaf area, Rabbit manure.
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3. Introdução Geral
O Cerrado, considerado o segundo maior bioma do Brasil, representa
cerca de 23% do território nacional, com aproximadamente 2 milhões de km²,
tem como área de núcleo principal o Centro–Oeste (SOUZA, 2007) e possui uma
biodiversidade significativamente elevada, porém, recorrentemente
menosprezada.
Neste cenário existe um grande número de espécies botânicas que são
consideradas daninhas, por se desenvolverem entre as plantas cultivadas.
Entretanto, são recursos genéticos de grande importância ecológica e
econômica e uma parte destas plantas são empregadas na culinária e na
medicina de comunidades tradicionais, mesmo estando atualmente em desuso
e/ou desconhecidas pela população brasileira (KINUPP e BARROS, 2007).
São normalmente espécies encontradas no ambiente, de fácil plantio,
altamente adaptadas as diversas condições de solo e clima apresentadas nas
diferentes regiões brasileiras. A maioria possui sementes, o que facilita sua
propagação; porém outras são cultivadas através de processos reprodutivos
vegetativos, tais como estacas (KINUPP, 2009).
Uma parte possui alto valor nutritivo, tornando-se uma alternativa para a
melhoria na qualidade alimentar de pessoas de baixo poder aquisitivo,
substituindo alguns nutrientes encontrados apenas em alimentos de alto custo e
menor disponibilidade no mercado (BRASIL, 2002). Por estas características,
atualmente, o termo mais utilizado são Plantas Alimentícias Não Convencionais
(PANC’s).
As PANC’s, por serem espécies rústicas, tem sido utilizadas em diferentes
experimentos de cultivo, principalmente nos sistemas agroecológicos, ou seja,
sem a utilização de defensivos ou adubações sintéticas (KINUPP, 2009).
Dentre estas espécies, destaca-se a capuchinha (Tropaeolum majus L.),
família Tropaeolaceae, uma planta rústica de fácil cultivo, nativa do Peru. No
século XVII foi introduzida na Europa como medicinal e logo depois, trazida ao
Brasil com o mesmo fim (LORENZI, 2016; CESSA et al., 2009) e posteriormente,
como hortaliça para a utilização de folhas, flores e hastes.
A espécie possui altos teores de vitamina C, sais minerais (N, S, I, F, K e
PO4-3), micronutrientes (Mn, Au, Cu, Zn, Mo), ácido graxo insaturado (ômega 9),
compostos fenólicos e derivados, pigmentos como o caroteno, óleos essenciais
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e carboidratos (ZURLO e BRANDÃO, 1989; CARLSON e KLEIMAN, 1993;
GARZÓN e WROLSTAD, 2009; MLCEK e ROP, 2011; ROP et al., 2012). Pode
ser consumida na forma in natura ou ainda em molhos e conservas (ZURLO e
BRANDÃO, 1989).
Por estas caraterísticas, experimentos foram conduzidos com a plantas
em vários sistemas de cultivo para produção de biomassa da capuchinha,
utilizando resíduos orgânicos e nitrogênio (SANGALLI et al., 2004); também foi
avaliada a viabilidade econômica da produção de flores sob sistema hidropônico
(SOARES et al., 2015) e recentemente, feita a análise de crescimento inicial,
empregando diferentes doses de cama de aviário (SANTOS et al., 2015).
Com base nestes estudos, constata-se que a relação entre o cultivo e a
composição química são restritos nesta espécie; assim, com o intuito de valorizar
nutricionalmente e medicinalmente está hortaliça não convencional, o objetivo
deste estudo foi avaliar sua germinação e crescimento inicial em câmara de
germinação, seu desenvolvimento em casa de vegetação, em diferentes
condições e avaliar o efeito da adubação orgânica e do sombreamento no
crescimento, área foliar e massa fresca da capuchinha.
4. Revisão de Literatura
4.1. Hortaliças Não Convencionais
A procura por uma alimentação diferenciada tem instigado os
pesquisadores a buscarem alternativas alimentares com alta qualidade e baixas
calorias, com destaque para espécies de flores e suas delicadas pétalas por
serem utilizadas em saladas e outros pratos, tanto para enfeitá-los, como para
ter seu sabor admirado (MELO et al., 2003).
O hábito de comer flores, evidenciado na Idade Média, é prática muito
comum na Europa, destacando-se na culinária francesa e suíça, além da
Indonésia e Ásia, em grandes metrópoles como São Paulo, inúmeros
supermercados, empórios e lojas especializadas em produtos culinários vêm
comercializando as inovadoras flores comestíveis utilizadas em saladas,
canapés e geleias, tanto em pratos doces quanto salgados (MELO et al., 2003).
Outras plantas denominadas daninhas, invasoras, pragas ou ruderais, são
espécies de grande importância econômica e ecológica e várias apresentam
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grande potencial alimentício, sendo suas raízes, caules, folhas, flores, frutos ou
sementes utilizadas para este fim (KINUPP e BARROS, 2004).
Este grupo de plantas com potencial alimentício passaram a ser
chamadas de PANC’s, termo este instituído por KINUPP (2004), onde os autores
descrevem mais de 361 espécies, ainda desconhecidas, mas muitas delas já
utilizadas como medicinais.
4.1.1 Tropaeolum majus L.
A capuchinha (Tropaeolum majus var. nanum L.), pertencente à família
Tropaeolaceae, é uma planta rústica de fácil cultivo, nativa do Peru. No século
XVII foi introduzida na Europa como medicinal e logo depois, trazida ao Brasil
com o mesmo fim (CESSA et al., 2009). Tem como centros de origem e
distribuição primária o Peru e o México, centros dos quais os primeiros
descobridores a levaram inicialmente aos países da Europa e Índia,
posteriormente para os demais continentes. Por tratar-se de uma espécie rústica
e de fácil adaptação, espalhou-se facilmente pelo planeta, sendo encontrada em
diversas regiões do globo (FONT QUER, 1993; PANIZZA, 1997).
Foi muito utilizada pelos índios peruanos na medicina, bem como parte de
sua dieta, além de ser utilizada também por outras etnias como fonte de alimento
e corantes naturais (PANIZZA, 1997).
T. majus (Figura 1) vem sendo utilizada pela população por apresentar
diversos compostos de importante relevância terapêutica. Inúmeros compostos
já foram isolados nas plantas de capuchinha, tais como óleos essenciais,
mirozina (enzima), açúcares como a glicose e a frutose, vitamina C, sais minerais
e substâncias antibióticas (CORRÊA, 1978; GOODWIN e MERCER, 1983).
Outro composto de extrema importância que se destaca em sua
composição química é o ácido erúcico (ômega 9), conhecido por apresentar ação
antimicrobiana. Popularizou-se durante os anos 1980 como Óleo de Lorenzo,
por possuir ação que combate a síntese de ácidos graxos frente à
adrenoleucodistrofia, uma desordem genética que implica na degeneração
progressiva do sistema nervoso (PINTÃO e PAIS, 1994).
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Figura 1. Exemplares das diversas colorações das flores de T. majus var.
nanum, cultivada na horta de plantas medicinais, Universidade Anhanguera–
Uniderp, Campo Grande, MS, 2016.
No último século, a capuchinha vem passando por uma série de
cruzamentos com outras espécies do mesmo gênero, o que deu origem a
cultivares de maior florescimento, com flores de colorações variadas e mais
resistentes. Isto a tornou uma importante espécie ornamental, sendo incorporada
a diversos jardins em todo o mundo (CORRÊA, 1978).
Desta forma originou-se a espécie T. majus var. nanum, com as mesmas
características da T. majus var. nanum foi criada para que se pudesse cultivar a
capuchinha em espaços mais restritos, como pequenos canteiros ou até mesmo
casas. Mesmo híbrida, conserva todas as propriedades medicinais, fitoquímicas
e morfoanatômicas da T. majus.
A análise morfoanatômica realizada por ZANETTI et al. (2004), apontou
características relevantes para sua identificação botânica, tais como: a forma e
nervação de suas folhas, os estômatos xerofíticos, o esclerênquima junto aos
feixes vasculares, a medula com células parenquimáticas e pontuação primária,
a presença de óleos e tioglicosídeos nas formações parenquimáticas,
características presentes em plantas com elevado potencial medicinal.
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4.1.2 Cultivo
O cultivo de capuchinha se dá pela propagação por sementes, sendo
normalmente feita a produção de mudas, com transplante aos 25 dias após a
semeadura. Adaptada ao clima tropical, com ciclo anual, floração e colheita após
os 60 dias, as recomendações de adubação são importantes para a manutenção
da fertilidade do solo e para a produtividade das plantas e podem ser realizados
por adubos químicos e/ou orgânicos.
4.2 Adubos Orgânicos
Segundo KIEHL (1985), a matéria orgânica surte um efeito direto na
produtividade das culturas pelo alto fornecimento de nutrientes, alterações
físicas do solo, o que acarreta na melhoria do ambiente radicular e estimula o
desenvolvimento das plantas que recebem esta adubação.
Visando a maximização de lucros, as técnicas de adubação comuns na
agricultura atual, com resíduos orgânicos de origem animal, vegetal, produto das
atividades agropecuárias, em sua grande maioria, são fontes de nutrientes
importantes neste contexto (ORRICO et al., 2007).
Isto ocorre devido a capacidade de poderem ser incorporadas no solo e
reintegradas a cadeia produtiva, o que agrega valor econômico, e acima de tudo
ambiental à produção, por decorrência do menor gasto com insumos de origem
industrial (LOSS et al., 2009). Isto favorece a fertilidade do solo, a partir da
liberação de nutrientes durante o ciclo de crescimento das culturas (SEDIYAMA
et al., 2009).
FILGUEIRA (2013) afirma que uma das características dos adubos
orgânicos é elevar a CTC (capacidade de troca de cátions) do solo, o que
proporciona uma maior retenção de umidade e nutrientes, como por exemplo, o
nitrogênio, um importante elemento responsável pelo crescimento,
especialmente da parte aérea das hortaliças, entre outras cultivares.
A crescente preocupação com o ambiente e a saúde de qualidade,
alcançada através de uma alimentação saudável e a real necessidade de dar um
destino apropriado aos insumos produzidos em inúmeros países (HOLANDA,
1990; BLAISE et al., 2005; SALAZAR et al., 2005), vem resgatando a importância
da incorporação da adubação orgânica na agricultura. Isto foi esquecido por
15
decorrência da chegada dos adubos minerais que ganharam força deixando a
prática milenar da adubação orgânica de lado.
Estercos de origem bovina, suína, ovina, avícola e da cunicultura
(coelhos), são comprovadamente fontes de matéria orgânica, que ocasionam
uma melhoria nos aspectos químicos, físicos e biológicos do solo, podendo ser
uma importante fonte de nutrientes (MORAL et al., 2005).
Podem ser usados de forma individual (NICOLAU SOBRINHO et al.,
2009) quanto em uma composição com adubos de origem industrial (SILVA et
al., 1999; SILVA et al., 2010; SILVA et al., 2011) e até mesmo com outras fontes
de origem vegetal (SANTI et al., 2010; SERRANO et al., 2011), como a torta de
filtro por exemplo.
O cenário atual da agricultura vem mostrando que o modelo de produção
criado a partir da Revolução Verde outrora eficaz, demonstra sinais de
esgotamento. Em consequência disso, os índices de exclusão social, bem como
o aumento da degradação ambiental, agregam custos indesejáveis a produção,
fazendo com que a margem de lucro de pequenos e grandes produtores diminua
ou sequer seja alcançada (ASSIS, 2003).
Desta forma, sistemas alternativos de produção, com conceitos voltados
a princípios agroecológicos, são cada vez mais aceitos, além de receber o apoio
da comunidade cientifica, como um meio de assegurar a produção de alimentos
aliados a conservação do ambiente. A agricultura familiar vem se tornando o
espaço ideal para que estas práticas ocorram, adaptando as tecnologias
desenvolvidas para as reais necessidades desses agricultores (ASSIS, 2003).
São inúmeros os adubos orgânicos disponíveis no mercado; contudo, os
estudos sobre a qualidade e eficiência dos mesmos são escassos e desta forma,
avaliar e conhecer a função de cada adubo é de suma importância. Entre os
adubos orgânicos podem ser citados a Torta de filtro, Cama de frango, Esterco
bovino, Esterco ovino e o Esterco de coelho.
4.2.1 Torta de filtro
Composta por resíduos de caráter solúvel e insolúvel, a torta de filtro
equivale ao precipitado (lodo) que é formado na fase de clarificação do caldo de
cana. Este lodo formado trata-se de compostos orgânicos e inorgânicos
insolubilizados; após o processo de clarificação, o lodo passa por um processo
16
de filtração à vácuo e recebe a denominação de torta de filtro (Figura 2),
propriamente dita.
Figura 2. Processamento da torta de filtro antes de ser incorporada ao substrato
como fonte de matéria orgânica.
Fonte: www.agrovale.com/?sessao=bagaco_de_cana.
Rejeito das usinas sucroalcooleiras, a torta de filtro é um composto
basicamente orgânico que possui uma variável composição química. Apresenta
elevado teor de matéria orgânica, fósforo, nitrogênio e cálcio, além de
consideráveis teores de potássio, magnésio (NUNES JÚNIOR, 2008), ferro,
magnésio, zinco e cobre (CERRI et al., 1988).
Com a expansão das usinas, a quantidade de seus rejeitos cresce
proporcionalmente; desta forma, estudos sobre a eficácia da adubação com torta
de filtro fazem-se necessários, pois, por ser um adubo de origem orgânica, reduz
a contaminação do ambiente e os elevados custos que a adubação química
exige.
4.2.2 Cama de frango
Com o aumento da produção avícola, os resíduos gerados a partir desta
atividade vêm provocando graves impactos ambientais, pois, sua taxa de
degradação é muito menor que sua taxa de geração. Desta forma, a necessidade
de reaproveitar os resíduos gerados na criação destas aves é imediata, tendo
como principal objetivo recuperar matéria e energia (STRAUS e MENEZES,
1993), além de proporcionar um destino adequado a esse material.
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A cama de frango é composta por uma combinação entre as excretas,
penas, ração, água e descamações epiteliais das aves criadas em cativeiro
(Figura 3). Atualmente seu uso como adubo está sendo difundido como forma
de reutilização deste resíduo, aliando o cuidado com o ambiente com a
capacidade de aumentar a fertilidade do solo e consequentemente, aumentar a
produção de várias culturas.
BENEDITTI et al. (2009) afirmaram que a substituição do adubo químico
na forma de compostos como a ureia pelo uso da cama de frango pode vir a ser
utilizada em pastagem de forma eficaz, sem nada perder a adubação química.
4.2.3 Esterco bovino
A utilização do esterco bovino (Figura 4) trata-se de uma prática milenar,
tendo perdido espaço a partir da chegada da adubação mineral, por volta do
século XIX. Porém, sua importância vem retornando nas últimas décadas, com
a crescente preocupação com o ambiente e uma alimentação saudável livre de
agrotóxicos (HOLANDA, 1990; BLAISE et al., 2005; SALAZAR et al., 2005).
Figura 3. Foto da cama de frango na forma in natura sem tratamento ou adição de
substratos. Fonte: www.dinamicaagro.com.br.
18
Figura 4. Foto do esterco bovino na forma in natura sem tratamento ou
adição de substratos. Fonte: rj.olx.com.br.
Dentre todos os adubos de origem orgânica, o esterco bovino é o mais
comumente utilizado, e sempre atingiu bons resultados no crescimento vegetal,
na produção de mudas, entre outros aspectos de caráter socioeconômico
(CASTRO et al., 1996; TEDESCO et al., 1999; CARVALHO FILHO et al., 2004).
Desta maneira, o esterco bovino destaca-se pelo baixo custo, fácil
disponibilidade e manejo, bem como resultados rápidos e eficazes no cultivo,
principalmente de hortaliças.
4.2.4 Esterco Ovino
Estudos realizados com o esterco ovino (Figura 5), incorporados a
substratos, tem sido uma tendência no meio das pesquisas por alternativas a um
destino verde aos resíduos (LIMA et al., 2006). Frente a isso, desenvolver uma
tecnologia que permita o uso deste esterco como fonte de nutrientes, no cultivo
de plantas, pode ser de grande utilidade para pequenos produtores até os
grandes.
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Figura 5. Foto do esterco ovino na forma in natura sem qualquer tipo de
tratamento ou adição de substratos. Fonte: www.clubeamigosdocampo.com.br.
É um resíduo de grande abundância, por decorrência das grandes
criações de ovinos, em determinadas regiões, além do seu baixo custo
(ALENCAR et al., 2008). Inúmeros produtores rurais, além, de seus cultivos
tradicionais, também criam ovinos em suas propriedades, fazendo com que a
compra deste esterco seja optativa e muitas vezes desnecessária, maximizando
seus lucros e economizando milhares de reais gastos em adubação sintética.
4.2.5 Esterco de Coelho
O esterco de coelho (Figura 6) assemelha-se ao esterco bovino na
composição de N (2,08%; 2,27%), sendo um pouco inferior ao esterco suíno
(2,74%; 3,18%), de galinha (4,03%; 3,11%) (RAIJ et al., 1997; CHACÓN, 2005)
e apresentando na sua composição média de 1,5 a 2,5% de nitrogênio, 1,4 a
1,8% de fósforo e 0,5 a 0,8% de potássio (MACHADO e FERREIRA, 2011). Isto
não interfere na qualidade deste rejeito como fonte de nutrientes para uma
adubação orgânica eficaz do solo.
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Figura 6. Foto do esterco de coelho proveniente da cunicultura. Fonte: www.sindpzoo.org / www.coelhos.com.br
Em estudos envolvendo caracterização, decomposição e
biodisponibilidade de materiais orgânicos presentes no esterco de coelho,
CHACÓN (2005) notou que em sua forma in natura, este adubo apresenta
pequena fração de fácil biodegradação (C/N = 21), comparado a outros tipos de
estercos, como o de suíno ou de aves (C/N = 18 e 9, respectivamente) e pequena
imobilização.
Isso faz com que os nutrientes presentes neste esterco permaneçam por
mais tempo no solo, o que proporciona a planta um melhor desenvolvimento e
disponibilidade de compostos necessários ao seu crescimento.
21
5. Referências Bibliográficas
ALENCAR, F. H. H.; SILVA, W. A.; PEREIRA JÚNIOR, E. B.; DAMASCENO, M.
M.; SOUTO, J. S. Crescimento inicial de plantas de sábia em Latossolo
degradado do Cariri Cearense sob efeito de estercos e fertilizantes químicos.
Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal, v.
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ZURLO, C.; BRANDÃO, M. As ervas comestíveis. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
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28
6. Artigos
Artigo I
Germinação e crescimento inicial de sementes de capuchinha em câmara
de germinação e em casa de vegetação
Pâmella Gonçalves da Silva
Resumo
As espécies de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’s) são plantas
rústicas de fácil plantio e propagação, com elevada adaptação às condições de
cada região em que foram inseridas. Dentre as espécies precursoras na
retomada do consumo e cultivo das PANC’s está a capuchinha (Tropaeolum
majus L.), família Tropaeolaceae, utilizada como planta medicinal e alimentícia.
Levando-se em consideração sua importância alimentar, com base no exposto,
o objetivou-se avaliar a germinação das sementes e formação de plântulas de
capuchinha em câmara de germinação, em diferentes temperaturas e substratos
e, seu crescimento, em casa de vegetação, quando cultivada em diferentes
luminosidades e substratos. O teste de germinação e crescimento inicial foi
conduzido em caixas plásticas transparentes (11 x 11 x 3,5 cm), utilizando-se
quatro substratos (entre papel e sobre papel, areia e vermiculita), com 10
sementes por caixa. Em casa de vegetação, as plantas foram submetidas a duas
intensidades luminosas, 50% e 70%, utilizando-se como base solo arenoso e
seis tipos de adubo orgânico (cama de frango, esterco bovino, ovino e de coelho,
torta de filtro e casca de arroz carbonizada. A partir dos resultados concluímos
indicaram que a germinação ocorreu entre 2 e 5 dias e, consideram-se as
variáveis germinação e vigor, a melhor condição para as sementes foi
encontrada na interação da temperatura de 25 °C e substrato vermiculita. O
crescimento inicial em câmara de germinação apresentou maior crescimento da
raiz e parte aérea quando cultivada no substrato areia, temperaturas de 20 e 25
°C. Em casa de vegetação, o desenvolvimento inicial apresentou pouca
diferença estatística entre as diferentes luminosidades e adubações, provável
resultado do pouco tempo de crescimento da espécie nos diferentes ambientes
e adubações.
Palavras-chave: Hortaliças não-convencionais, Tropaeolum majus, vigor de
sementes, adubação orgânica.
29
Abstract
Species of Unconventional Food Plants (UFP's) are rustic plants, easy to plant
and propagate, with high adaptation to the conditions of each region in which they
were inserted. Among the precursor species in the resumption of consumption
and cultivation of UFP's is the nasturtium (Tropaeolum majus L.), Tropaeolaceae
family, used as a medicinal and food plant. Considering its food importance, the
aim was to evaluate its germination and initial growth in a germination chamber,
in addition to its development in a greenhouse under different conditions. The
germination and initial growth test was conducted in transparent plastic boxes (11
x 11 x 3.5 cm), using four substrates (between paper, on paper, sand and
vermiculite), with 10 seeds per box, 40 per treatment. In the greenhouse, the
plants were submitted to two luminous intensities, 50% and 70%, using as a base
sandy soil and six types of organic fertilizer (poultry litter, cattle, sheep and rabbit
manure, filter cake and rice charred bark. The results indicated germination
occurring between 2 and 5 days and, considering the germination and vigour
variables, the best condition for the seeds was found in the interaction of the
temperature of 25 °C and vermiculite substrate. The initial germination chamber
growth showed higher root and shoot growth when grown on the sand substrate
at temperatures of 20 and 25 °C. In greenhouse, the initial development
presented little statistical difference between the different luminosities and
fertilizations, probably result of the little time of growth of the species in the
different environments and fertilizations.
Keywords: Unconventional leafy vegetables, Tropaeolum majus, seed vigor,
organic fertilization.
30
Introdução
Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’s) são espécies rústicas,
de fácil plantio e propagação, que apresentam elevada adaptação às diferentes
condições ambientais, sendo normalmente o solo e o clima são fatores não
limitantes; por esse motivo, podem ser cultivadas de forma agroecológica e/ou
orgânica (KINUPP e BARROS, 2007).
O cultivo e consumo das PANC’s vem diminuindo com o passar dos anos
em todo o mundo, resultado do crescente consumo de alimentos industrializados
e de cultivo intensivo. No Brasil, esta situação também ocorre, influenciando de
forma considerável o hábito alimentar dos brasileiros, gerando muitas vezes
perdas na identidade cultural, em relação ao consumo de alimentos locais e (ou)
regionais (BRASIL, 2009).
Uma das espécies precursoras na retomada do consumo e cultivo das
PANC’s é a Tropaeolum majus L. (Tropaeolaceae), conhecida como capuchinha,
no Brasil e em outros países, nastúrcio. As folhas, talos e flores são comestíveis
e utilizadas no preparo de diversos pratos na culinária, principalmente pelo sabor
fresco e picante das flores que lembra o agrião (Nasturtium officinale R. Br.),
conferindo um toque exótico e belo às saladas (MELO et al., 2003: RIBEIRO et
al., 2012).
As folhas e flores também possuem uso medicinal (GASPAROTTO et al.,
2009), por serem ricas em compostos fenólicos, flavonoides e vitamina C, o que
confere a planta atividade antioxidante, além de atuar como remineralizante, por
conter sais minerais (N, S, I, F, K e fosfatos) e micronutrientes (Mn, Au, Cu, Zn,
Mo) (GARZÓN e WROLSTAD, 2009; MLCEK e ROP, 2011; ROP et al., 2012).
Por suas diferentes caraterísticas, a capuchinha é uma excelente
alternativa de cultivo para pequenos produtores, complementando a alimentação
e podendo aumentar a renda familiar, através de sua venda. Contudo, de
maneira geral, esta hortaliça não possui uma produção que possa ser explorada
comercialmente nos vários segmentos da sociedade. Assim, para seu cultivo e
maior produção, principalmente para os grupos de agricultura familiar, onde a
presença de insumos pode ser um fator limitante, é necessário um maior
conhecimento, visando melhor produtividade.
Logo, estudos que analisem parâmetros, tais como a percentagem de
germinação e a formação de plântulas, para sementes comercializadas, tornam-
31
se indispensáveis, pois a qualidade de sementes é primordial para a
disseminação da cultura a ser estudada (RAMOS et al., 2004).
A germinação e formação das plântulas envolve um conjunto de eventos
fisiológicos que ocorrem no embrião, tendo início a partir da embebição e por fim
resultando na protrusão da raiz primária dos envoltórios da semente (CASTRO
e HILHORST, 2004). Esses processos ocorrem em adequadas condições de
temperatura, umidade, substrato e luminosidade, sendo importantes fatores
ambientais que controlam a germinação e o desenvolvimento das plantas
(FENNER, 2000; BASKIN e BASKIN, 2001; BRASIL, 2009).
Com base no exposto, objetivou-se avaliar a germinação das sementes e
formação de plântulas de capuchinha em câmara de germinação, em diferentes
temperaturas e substratos e seu crescimento inicial, em casa de vegetação,
quando cultivada em diferentes luminosidades e substratos.
Material e Métodos
As sementes de capuchinha (T. majus var. nanum), pertencentes ao
mesmo lote, data de fabricação e validade, foram obtidas em casa de produtos
agropecuários no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Os experimentos de germinação foram desenvolvidos no Laboratório de
Pesquisa em Sistemas Ambientais e Biodiversidade e o cultivo, realizado em
casa de vegetação, na Unidade Agrárias, Universidade Anhanguera-Uniderp,
Campo Grande, Mato Grosso do Sul (20º26’20.64’’S; 54º32’26.78’’O).
Germinação e crescimento em câmara de germinação
Os testes de germinação foram conduzidos em caixas plásticas
transparentes (Gerbox) (11 x 11 x 3,5 cm), 10 sementes por caixa, 4 repetições
por tratamento. Foram utilizados três substratos, sendo sobre papel, areia e
vermiculita. O papel foi previamente umedecido com 2,5 vezes o peso do
substrato, utilizando-se uma solução aquosa de fungicida de contato do grupo
químico das hidantoínas a 0,1% (m/v) (BRASIL, 2009) e os demais substratos
2,0 vezes a sua massa em água.
As sementes foram imersas em hipoclorito de sódio por cinco minutos e
lavadas em água corrente por um minuto; após, foram molhadas com uma
32
solução do fungicida iprodiona a 0,2% e colocadas nos respectivos substratos.
Os tratamentos, quando necessário, eram umedecidos com água destilada.
As temperaturas utilizadas foram constantes de 20, 25, 30 e 35 °C e,
alternadas de 20-30 e 25-35 °C, com fotoperíodo de 12 h de luz branca, em
câmaras de germinação, com avaliação diária, sendo iniciada no primeiro dia
após a instalação do teste. Considerou-se germinada a semente com emissão
de raiz primária de 2 mm (LABOURIAU, 1983).
Três variáveis foram analisadas, sendo: percentagem de germinação
(%G) e índice de velocidade de germinação (IVG), segundo MAGUIRE (1962) e,
tempo médio de germinação (TMG), medido em dias, segundo LABOURIAU
(1983).
O crescimento das plântulas foi avaliado através de paquímetro digital no
7º dia após a germinação das primeiras sementes, realizado através da medição
da raiz primária e parte aérea (do colo ao ápice, até primeira divisão da gema
apical) em (mm). Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%), utilizando-
se o software BioEstat 5.0.
Cultivo em casa de vegetação
A semeadura da capuchinha foi feita em bandejas de poliestireno
expandido, com 128 células, uma semente por célula, utilizando substrato
comercial como base. Após 15 dias de crescimento, foi realizado o transplante
das mudas para vasos com capacidade para 3 kg, tendo altura aproximada de
15 cm, largura superior de 20 cm, largura inferior de 14,5 cm, o cultivo foi
realizado no período de março a outubro de 2016, com experimento instalado
sob duas luminosidades (50 e 70% de luminosidade).
Os substratos tiveram como base solo arenoso (Neossolo Quartzarênico)
e cinco tipos de adubos orgânicos, previamente curtidos (Cama de Frango – CF;
Esterco Bovino – EB; Ovino – EO e de Coelho – EC; Torta de Filtro – TF),
incorporadas ao solo.
Os tratamentos foram: T1 - Testemunha (solo arenoso); T2 - Testemunha
Química (solo arenoso + NPK na concentração de 1,5 g de N, 5 g de P e 2 g de
K para cada vaso) conforme recomendações de RIBEIRO et al. (2009); T3 –
Torta de Filtro (80% solo arenoso + 20% TF); T4 – Torta de Filtro (60% solo
33
arenoso + 40% TF); T5 - Cama de Frango (80% solo arenoso + 20% CF); T6 -
Esterco Bovino (80% solo arenoso + 20% EB); T7 – Esterco Ovino (80% solo
arenoso + 20% EO); T8 – Esterco Ovino (60% solo arenoso + 40% EO); T9 -
Esterco de Coelho (80% solo arenoso + 20% EC); e, T10 – Esterco de Coelho
(60% solo arenoso + 40% EC), mantidos em duas intensidades luminosas (50 e
70%).
Foram montadas quatro repetições por tratamento, com delineamento
experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial de 2 x 10 x 1 (2
luminosidades + 10 tipos de substrato + 1 período).
Para a realização da análise de crescimento inicial, as plantas dos
diferentes tratamentos foram medidas da base do caule, até a última divisão da
gema apical, com o auxílio de régua graduada (cm), aos 15 dias após o
transplante (DAT).
Os resultados foram submetidos à análise de variância, visando obter
resultados isolados bem como a interação entre as variáveis, quando
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%), utilizando-
se o software estatístico BioEstat 5.0.
Resultados e Discussão
Análise de germinação em câmara de germinação
Em relação a avaliação dos substratos (Tabela 1), isoladamente, os
resultados de germinação e IVG indicaram que as melhores médias foram
obtidas pelo substrato areia, seguida da vermiculita e sobre papel. O TMG
apresentou resultados diferentes, sendo o substrato sobre papel detentor das
melhores médias, seguido da vermiculita. Considerando os três parâmetros, o
substrato areia seria o mais indicado, apesar da germinação obtida ter sido ser
inferior a 50%.
Em relação a temperatura, isoladamente, as melhores médias para
germinação e IVG foram observadas em 25 °C; a menor média, germinação e
IVG, 35 °C. Para o TMG, melhor média em 30 °C e a menor, também 35 °C.
34
Tabela 1. Germinação, IVG e TMG (dias), das sementes de Tropaeolum majus, submetidas a diferentes temperaturas e substratos.
Campo Grande, MS, 2016
Tratamentos G (%) IVG TMG (Dias) Substratos
Areia 47 a 3,7 a 4,0 b Sobre Papel 25 c 2,9 c 2,9 a Vermiculita 39 b 3,4 b 4,6 c
DMS 7.02 (p < .01) 0.07 (p < .01) 0,26 (p < .01) Temperatura
(°C)
20 °C 49 b 4,0 c 5,2 c 25 °C 72 a 6,2 a 4,7 bc 30 °C 17 c 1,3 e 3,9 a 35 °C 0 d 0 f 0 d
20-30 °C 54 b 4,8 b 4,6 b 25-35 °C 28 c 2,6 d 4,7 bc
DMS 12.2 (p < .01) 0.12 (p < .01) 0.46 (p < .01) Interação A S.P V A S.P V A S.P V
20 °C 47 bB 42 bB 57 bA 3,5 cB 3,3 bB 5,1 bA 5,4 bB 5,4 bB 4,6 aA 25 °C 80 aA 65 aA 72 aA 5,8 bB 5,6 aB 7,1 aA 5,4 bB 4,4 aA 4,3 aA 30 °C 45 bA 0 bC 7,5 bB 3,3 aA 0 cC 0,5 dB 4,3 aA 0 cC 7,3 bC 35 °C 0 0 0 0 0 0 0 0 0
20-30 °C 85 aA 20 cC 57 bB 7,3 aA 2,3 bC 4,7 bB 4,5 aA 3,6 aA 5,5 cB 25-35 °C 22 cB 22 cB 40 cA 2,3 cC 2,5 bB 3 cA 4,4 aA 4,2 aA 5,6 bB
DMS Linha 21.1 Coluna 17.2 Linha 0.17 Coluna 0.21 Linha 0.81 Coluna 0.66 (p < .01) (p < .01) (p < .01) (p < .01) (p < .01) (p < .01)
*Teste de Tukey (p > 0.05); letras minúsculas indicam relação entre as colunas e letras maiúsculas relações entre as linhas. Areia (A), Sobre Papel (S.P) e Vermiculita (V).
35
A interação de fatores indicou que o processo germinativo foi melhor na
temperatura de 25 °C, substrato vermiculita, além da temperatura alternada 20-
30 °C, substrato areia. Em relação ao melhor vigor (IVG e TMG), o melhor
desempenho foi obtido pela interação 25 °C x vermiculita e 30 °C x areia, que
apresentaram o melhor conjunto de dados.
Levando-se em consideração as variáveis germinação e vigor, a melhor
condição para as sementes foi encontrada para a interação da temperatura de
25 °C e substrato vermiculita e 20-30 °C, substrato areia.
Os resultados estão relacionados à utilização de substratos que possuem
características distintas. A areia e vermiculita são substratos que retém água,
possibilitando à semente uma melhor obtenção de umidade em suas diversas
funções biológicas. Além disso, a vermiculita é totalmente estéril e não possui
nenhum tipo de nutriente, tendo maior porosidade; já a areia possui uma menor
porosidade, com tamanho de partícula menor, possuindo uma maior capacidade
de compactação e consequentemente, uma maior retenção de água se
comparada a vermiculita.
Já o substrato sobre papel está relacionado a massa, não absorvendo a
água, mas deixando livre para que a semente o faça, o que não foi adequado
para as sementes da espécie testada neste estudo.
Em relação a temperatura, de acordo com SILVA e AGUIAR (1998), a
faixa de 20 e 30 °C são as mais adequadas para a germinação de sementes de
espécies tropicais e subtropicais, com os resultados encontrados sendo
compatíveis com esta afirmação. Porém algumas espécies tropicais só iniciam o
processo de germinação em faixas de temperatura alternadas (LIMA et al., 2011;
PEREIRA et al., 2013), como foi o caso da capuchinha. Os resultados obtidos
em faixas distintas de temperatura indicam uma plasticidade ambiental, o que
permitiria a esta espécie uma melhor capacidade de ocupação de diferentes
ambientes.
Já para temperaturas mais elevadas, como 30 e 35 °C, ocorreu uma
queda na taxa de germinação e vigor, em todos os substratos (Tabela 1),
demonstrando-se inadequadas para as sementes de capuchinha.
Segundo MARCOS FILHO (2005), altas temperaturas atuam sobre as
atividades enzimáticas, muitas vezes afetando negativamente os processos,
além de restringir o acesso do oxigênio pela semente, afetando seu vigor. Com
36
isso, tendem a diminuir a percentagem de germinação de sementes, justificando
os resultados obtidos.
Para TAIZ e ZEIGER (2013), a temperatura influencia a velocidade de
absorção de água e consequentemente, as reações bioquímicas responsáveis
por desdobrar, ressintetizar e transportar para o eixo embrionário, as substâncias
de reserva; contudo, a temperatura mais adequada é dependente da espécie e
de sua região de origem.
As altas temperaturas não influenciam a capuchinha apenas em testes de
laboratório. FRIEDMAN (2009) alega que as plantas de capuchinha perdem
parte de sua viabilidade no período entre o fim da primavera e início do verão.
Isto ocorre provavelmente por sua sensibilidade a altas temperaturas, além do
aumento da intensidade da luz, provocada pelos dias mais longos do verão.
Ainda na Tabela 1, para a espécie estudada, o TMG também indicou que
parte das sementes germinaram, em sua maioria entre 2 e 5 dias após a
implantação do experimento, conforme indicação no RAS (Regra para Análise
de Sementes) (BRASIL, 2009). Esta situação indica uma rápida ocupação de
área, quando em condições naturais, o que pode explicar sua rápida expansão
em determinadas regiões, o que pode a tornar, para alguns agricultores, uma
espécie daninha.
Nos achados de JENTSCHEL et al. (2007), as sementes de capuchinha
semeadas em papel de filtro estéril só apresentaram raízes e hipocótilos 10 dias
após a implantação do experimento. Estes resultados diferem dos apresentados
no presente trabalho, onde a germinação sobre o papel filtro apresentou a
emissão da raiz primária mais rápida, demonstrando uma diferença de
comportamento.
A bertalha (Basella alba L.), outra espécie de hortaliça não convencional,
em análise de germinação nas temperaturas de 24 a 34 °C, com diferentes tipos
de substrato orgânicos, tais como terriço, esterco de gado + capim, esterco de
galinha + capim, casca de mandioca + terriço e substrato comercial vivatto,
indicou uma germinação mais lenta, com média de 6 a 10 dias (ELIAS, 2016).
Porém sua percentagem de germinação foi mais elevada, com os substratos
utilizados, em sua maioria, possuindo adubação orgânica em sua composição.
Segundo NASCIMENTO (2011), sementes de alta qualidade são aquelas
que possuem rápida germinação, formando plântulas normais e sadias, sem
37
nenhum tipo de contaminações e contando com todas as estruturas essenciais
desenvolvidas (sistema radicular e parte aérea).
Nos resultados encontrados neste trabalho, os melhores tratamentos
promoveram uma rápida germinação das sementes de capuchinha, com
formação de plântulas normais e prontas para o cultivo.
Crescimento em câmara de germinação
Os resultados de crescimento em câmara de germinação, avaliando-se
os tipos de substratos, isoladamente, apresentam um maior crescimento da raiz
primaria de capuchinha quando cultivada no substrato areia; já as temperaturas
de 20 e 25 °C, isoladamente foram as melhores.
Na avaliação da interação dos fatores, temperatura e substrato, as
melhores médias foram encontradas no substrato areia, temperaturas de 20 e
25 °C e substrato sobre papel apresentou as menores médias (Tabela 2).
Em relação a parte aérea, isoladamente o substrato vermiculita permitiu
melhor crescimento; as temperaturas de 20 e 25 °C foram as melhores,
isoladamente. Na interação de fatores, as temperaturas de 20 e 25 °C, substratos
areia e vermiculita se destacam.
Novamente as temperaturas mais elevadas não foram adequadas para a
espécie em estudo, prejudicando a formação de suas estruturas vegetativas,
indiferente dos substratos utilizados. Como citado anteriormente, altas
temperaturas tendem a dificultar a germinação e consequentemente o
crescimento das plântulas, como foi o caso da capuchinha. Desta maneira, em
altas temperatura, menor foram as médias de crescimento tanto do caule quando
da raiz, até mesmo não ocorrendo a germinação, como apresentado pela
temperatura de 35 °C.
38
Tabela 2. Crescimento da raiz e parte aérea de Tropaeolum majus em câmara de germinação em diferentes temperaturas e
substratos, Campo Grande – MS, 2016
Tratamentos Comprimento Radicular
Substratos Tamanho Temperatura (°C) Tamanho Interação Areia Sobre Papel Vermiculita
Areia 35,8 a 20 °C 36,2 a 20 °C 70,0 aA 8,7 aC 29,9 aB Sobre Papel 4,3 c 25 °C 35,8 a 25 °C 71,8 aA 9,4 aC 26,3 aB Vermiculita 14,1 b 30 °C 4,1 d 30 °C 7,0 dA 0,8 cC 4,5 dB DMS 2.07 (p < .01) 35 °C 0 e 35 °C 0 0 0
20-30 °C 24,1 b 20-30 °C 50,4 bA 6,2 bC 15,6 bB 25-35 °C 8,3 c 25-35 °C 15,4 cA 1,0 cC 8,6 cB DMS 3.6 (p < .01) DMS Linha 5.08 Coluna 6.22
Tratamentos Comprimento Parte Aérea
Substratos Tamanho Temperatura (°C) Tamanho Interação Areia Sobre Papel Vermiculita
Areia 11,7 b 20 °C 14,2 ab 20 °C 19,3 aA 2,7 bB 20,5 aA Sobre Papel 2,2 c 25 °C 15,3 a 25 °C 18,9 aA 4,4 aB 22,5 aA Vermiculita 14,5 a 30 °C 5,3 d 30 °C 0 dC 0,7 cB 15,3 bA DMS 1.29 (p < .01) 35 °C 0 35 °C 0 0 0
20-30 °C 12,9 b 20-30 °C 17,3 bA 4,5 aB 16,8 bA 25-35 °C 9,2 c 25-35 °C 14,4 cB 0,8 cC 12,4 cA DMS 2.23 (p < .01) DMS Linha 3.87 Coluna 3.16
*Teste de Tukey p <0,5; letras minúsculas indicam relação entre as colunas e as letras maiúsculas relações entre as linhas. Areia (A), Sobre Papel (S.P) e Vermiculita (V).
39
Levando-se em consideração que o sistema radicular e parte área
apresentaram bons resultados para o substrato areia, 20 e 25 °C, estas seriam
as melhores condições para a formação de plântulas de qualidade da espécie
capuchinha.
Estudos de IOSSI et al. (2003), apresentaram resultados similares, tendo
como maiores médias de comprimento da raiz das plântulas as sementes de
tamareira-anã (Phoenix roebelenii O’Brien), germinadas nos substratos areia e
vermiculita. SILVA et al. (2008), trabalhando com almeirão (Chicorium intybus
L.), obteve melhores resultados frente ao substrato areia.
Por outro lado, HONÓRIO et al. (2011), trabalhando com a espécie
medicinal jambu (Spilanthes oleracea L.) relataram menor comprimento das
raízes quando as sementes da espécie foram expostas ao substrato areia. Os
resultados obtidos indicam que após a germinação, o ideal seria transplantar as
plântulas para substratos com a presença de areia, permitindo uma formação de
plântulas mais vigorosa.
É evidente a interferência causada pelo substrato utilizado na germinação
das sementes. FIGLIOLIA et al. (1993) afirmam que para a escolha do melhor
substrato para qualquer espécie vegetal, deve-se levar em conta alguns
aspectos, tais como, o tamanho da semente utilizada, sua exigência com relação
à umidade, se é sensível ou não à luz, e principalmente a facilidade que este
substrato oferece para o desenvolvimento e avaliação das plântulas resultantes
da germinação.
Crescimento inicial em casa de vegetação
Avaliando-se o crescimento das plantas, não ocorreu diferença estatística
entre as duas luminosidades. Já os substratos apresentaram crescimento
diferenciado, sendo T1, T2, T3, T4, T6 e T8, os melhores (Tabela 3).
Quando avaliada a interação de fatores, apenas os tratamentos T7
(esterco ovino 20% - 70% luz), T9 (esterco de coelho 20% – 50% luz) e T10
(esterco de coelho 40% – 70% luz) foram inferiores aos demais (Tabela 3). Estes
resultados indicam que o tempo de crescimento, nas condições testadas, pode
não ter sido suficiente para que as plantas desenvolvessem todo seu potencial,
pois inclusive as testemunhas não apresentaram crescimento adequado.
40
Em relação a utilização do esterco de coelho, onde as plântulas
apresentaram menor crescimento, talvez isto esteja relacionado a uma liberação
mais demorada dos nutrientes contidos nesse esterco, uma característica dos
adubos orgânicos, em geral, que liberam os nutrientes mais lentamente, por
conta da decomposição, quando comparados aos adubos químicos (MACHADO
et aI., 1983).
Por ser uma espécie rústica de fácil cultivo e propagação (CARBONARI
et al., 2006), a capuchinha desenvolveu-se em todos as adubações as quais foi
submetida, evidenciando o conceito de uma espécie de grande adaptação o que
justifica a sua presença em diversos países das Américas até os da Europa.
41
Tabela 3. Crescimento inicial (cm) da parte aérea de Tropaeolum majus após 15 dias em casa de vegetação (50 e 70% de
luminosidade), Campo Grande – MS, 2016 Tratamentos Crescimento Parte Aérea
Luminosidades Substratos Interação 50% 70%
50% 10, 55 a T1 Test 12,85 a T1 Test 12,25 aA 13,45 aA 70% 10,29 a T2 Test Química 10,62 abc T2 Test Química 10,92 abA 10,32 abcA DMS 0.67 ns (p >=.05) T3 – TF 20% 11,11 ab T3 – TF 20% 11,85 aA 10,37 abcA T4 – TF 40% 10,88 abc T4 – TF 40% 10,25 abA 11,52 abA
T5 – CF 20% 9,62 bc T5 – CF 20% 10,12 abA 9,12 bcA T6 – EB 20% 10,68 abc T6 – EB 20% 10,45 abA 10,92 abcA T7 – EO 20% 10,11 bc T7 – EO 20% 11,87 aA 8,35 bcB T8 – EO 40% 10,83 abc T8 – EO 40% 10,87 abA 10,80 abcA T9 – EC 20% 8,50 c T9 – EC 20% 9,12 abA 7,87 cA T10 – EC 40% 9 bc T10 – EC 40% 7,82 bB 10,17 abcA DMS 2.46 (.01 =< p < .05) DMS Linha 2.12 Coluna 3.49 (.01 =< p < .05)
*Teste de Tukey p <0,5; letras minúsculas indicam relação entre as colunas e as letras maiúsculas relações entre as linhas.
42
As modificações decorrentes da adubação orgânica nas propriedades
químicas do solo podem influenciar de forma considerável a produção de
diversas plantas medicinais, como por exemplo, o cultivo de Mentha arvensis L.
(LIMA et al., 2003). O que foi observado com a capuchinha, que mesmo não
diferindo estatisticamente as médias em relação a seu crescimento, apresentou-
se melhor visualmente quando cultivada frente a adubos orgânicos (Figura 1).
.
Figuras 1 (a, b). Capuchinhas cultivadas com adubo orgânico (Esterco de
Coelho, Figura a) e apenas solo arenoso (Figura b), Campo Grande - MS, 2016.
Inúmeras características corroboram para uma diferença na qualidade
das mudas de qualquer espécie. SETUBAL e AFONSO NETO (2000) citam que
dentre estes fatores a fertilidade do substrato é incontestável, pois envolve
componentes físicos (água, aeração, reação do solo, textura e temperatura) e
a
b
43
químicos (nutrientes) que favorecem o desenvolvimento das plantas. Estes
fatores, quando adequados, proporcionam a fertilidade desejável.
A adubação orgânica vem tomando espaço perante as adubações
comerciais convencionais e estudos como o presente justificam o uso destes
adubos como fonte rica de nutrientes aliados ao baixo custo. Porém é necessário
um maior período para que os fatores ambientais possam causar mudanças no
crescimento das plantas.
Conclusão
Os resultados indicaram germinação ocorrendo entre 2 e 5 dias e,
levando-se em consideração as variáveis germinação e vigor, a melhor condição
para as sementes foi encontrada na interação da temperatura de 25 °C e
substrato vermiculita. O crescimento inicial em câmara de germinação
apresentou maior crescimento da raiz e parte aérea quando cultivada no
substrato areia, temperaturas de 20 e 25 °C. Em casa de vegetação, o
desenvolvimento inicial apresentou pouca diferença estatística entre as
diferentes luminosidades e adubações, provável resultado do pouco tempo de
crescimento da espécie nos diferentes ambientes e adubações.
Agradecimentos
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado. Ao CNPq, CPP, INAU e FUNDECT
pelo apoio financeiro e também a Universidade Anhanguera - Uniderp pelo
financiamento do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa (Projeto GIP).
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48
Artigo II
Análise de crescimento de capuchinha cultivada em diferentes adubações
e sombreamentos
Pâmella Gonçalves da Silva
Resumo
A espécie Tropaeolum majus var. nanum, conhecida como capuchinha, está
entre as atuais precursoras no resgate das hortaliças não convencionais. É
utilizada no preparo de diversos pratos e possui inúmeras indicações medicinais.
Porém para o uso desta espécie em maior escala pela agricultura familiar, é
necessário determinar sua melhor forma de cultivo, empregando diferentes
adubos orgânicos disponíveis e avaliando seu crescimento. O objetivo deste
estudo foi avaliar o efeito da adubação orgânica e do sombreamento no
crescimento, área foliar e massa fresca da capuchinha. Foram utilizados oito
tratamentos, com diferentes níveis de adubação incorporados ao solo, sendo
Testemunha Arenosa (T1); Testemunha Química (T2); Torta de Filtro 20% (T3);
Torta de Filtro 40% (T4); Cama de Frango 20% (T5); Esterco Bovino 20% (T6);
Esterco Ovino 20% (T7); Esterco Ovino 40% (T8); Esterco de Coelho 20% (T9);
e Esterco de Coelho 40% (T10), mantidos em duas intensidades luminosas (50
e 70%). Foram realizadas, 60 dias após o transplante para vasos, medidas de
área foliar e massa fresca. Os resultados demonstram que as diferentes
intensidades luminosas não influenciaram no crescimento; porém as adubações
interferiram em todos os parâmetros analisados. Os tratamentos T8, T9 e T10
apresentaram os melhores crescimentos nas duas luminosidades testadas. As
melhores médias de massa fresca foram obtidas nos tratamentos T9 e T10. A
área foliar apresentou melhor crescimento com 50% de luminosidade (T3); em
70% os melhores tratamentos foram T5, T6, T8 e T9. Conclui-se que para
produção da capuchinha ambas as luminosidades apresentaram bons
resultados, sendo que a adubação com esterco de coelho apresentou as
melhores médias de crescimento e massa fresca, além de bom desenvolvimento
de área foliar.
Palavras-chave: Hortaliças não-convencionais, Tropaeolum majus var. nanum,
Adubação orgânica, Área foliar, Esterco de coelho.
49
Abstract
The species Tropaeolum majus var. nanum, known as nasturtium, is among the
current precursors in the rescue of unconventional leafy vegetables. It is used in
the preparation of several dishes and has many medicinal indications. However,
for the use of this species on a larger scale by family farming, it is necessary to
determine its best form of cultivation, using different organic fertilizers available
and evaluating its growth. This study aimed to evaluate the effect of organic
fertilization and shading on growth, leaf area and fresh and dry mass of the
species. Eight treatments were used, with different levels of fertilization
incorporated into the soil, being Sandy Control (T1); Chemistry Control (T2); Filter
cake 20% (T3); Filter Cake 40% (T4); Poultry Litter 20% (T5); Bovine manure
20% (T6); Sheep manure 20% (T7); Sheep manure 40% (T8); Rabbit manure
20% (T9); And rabbit manure 40% (T10), kept in two light intensities (50 and
70%). Sixty days after transplanting, measurements of leaf area and fresh mass
were carried out. The results demonstrate that the different luminous intensities
did not influence growth; however, the fertilizations interfered in all parameters
analysed. The treatments T8, T9 and T10 presented the best growths in the two
luminosities tested. The best fresh mass averages were obtained in the T9 and
T10 treatments. The leaf area presented better growth with 50% of luminosity
(T3); In 70% the best treatments were T5, T6, T8 and T9. It was concluded that
to grow the species both the luminosities presented good results, being the
fertilization with rabbit manure which presented the best averages of growth and
fresh mass, besides good development of leaf area.
Keywords: Unconventional leafy vegetables, Tropaeolum majus var. nanum,
organic fertilizer, rabbit manure.
50
Introdução
No Brasil, o resgate das hortaliças não convencionais começou nos anos
2000, com um marco expressivo para esta ação sendo a criação do Manual e da
cartilha de Hortaliças Não-Convencionais: (Tradicionais), ambas desenvolvidas
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2010, com o
objetivo de demonstrar para as comunidades tradicionais e a sociedade em geral
o valor e significância destas hortaliças (MAPA, 2010).
Estas hortaliças são plantas que se distinguem das convencionais por
serem utilizadas por comunidades tradicionais, de determinadas regiões
brasileiras. Por essa razão, a cadeia produtiva destas espécies está
normalmente ligada à agricultura familiar, que consequentemente, pode manter
a agrobiodiversidade dos sistemas agrícolas das regiões as quais está inserida
(FERNANDES et al., 2014).
A rusticidade, uma característica apresentada por algumas destas
hortaliças, é responsável pelo baixo custo de produção; as mesmas não
requerem grandes gastos com insumos e necessitam de menor manejo, o que
viabiliza a utilização destas plantas na agricultura familiar, contribuindo com uma
fonte de renda para pequenos produtores. Isto também gera uma diversificação
agrícola e alimento de qualidade para comunidades tradicionais e populações de
baixa renda (ROCHA et al., 2008).
Dentre as espécies alvo de investigação que compõem o Manual de
Hortaliças Não-Convencionais está Tropaeolum majus var. nanum,
Tropaeolaceae, conhecida popularmente por nastúrcio nas Américas, Europa e
países asiáticos e no Brasil, por capuchinha. Suas flores, folhas e caules são
comestíveis e utilizadas no preparo de diversos pratos pelo colorido das flores e
pelo sabor fresco e picante de folhas e flores; isto se deve aos compostos
glicosulfurosos existentes. Seu sabor picante assemelha-se ao agrião
(Nasturtium officinale R. Br.), o que confere um gosto exótico a qualquer tipo de
prato (MELO et al., 2003; RIBEIRO et al., 2012).
Além de ser apreciada na culinária, possui indicações medicinais, com
citação para uso como antibiótica, antifúngica e antitumoral (KINUPP e
LORENZI, 2014).
Suas folhas e flores possuem elevados teores de vitamina C (ácido
ascórbico), ômega 9, compostos fenólicos, flavonoides, antocianinas, pigmentos
51
como o ß-caroteno, além de óleo essencial e maltose (ZURLO e BRANDÃO,
1989; CARLSON e KLEIMAN, 1993).
Com o intuito de melhorar a qualidade nutricional e medicinal desta
espécie, vários trabalhos já foram realizados quanto o uso de resíduos orgânicos
e de nitrogênio na produção de biomassa, tais como o realizado por SANGALLI
(2004) e SANTOS et al. (2015). Já SOARES et al. (2015) avaliou a viabilidade
econômica da produção de flores de capuchinha sob sistema hidropônico.
De acordo com TRANI (2013), a adubação orgânica apresenta boa fonte
de diversos nutrientes minerais, em especial o nitrogênio, fósforo e potássio, os
quais são responsáveis por diversas atividades fisiológicas das plantas, além de
causarem um efeito condicionador no solo. Além disso, os adubos orgânicos são
subprodutos muitas vezes pouco aproveitados como insumos e estão
disponíveis na cadeia agropecuária (SOUZA, 2008).
Com o intuito de valorizar a espécie, são necessários conhecimentos
técnicos sobre seu cultivo para o uso em maior escala, na presença de diferentes
condições ambientais. Desta maneira, objetivou-se avaliar o efeito da adubação
orgânica e do sombreamento no crescimento, área foliar e massa fresca da
capuchinha.
Material e Métodos
O cultivo da T. majus var. nanum foi realizado em casa de vegetação,
Unidade Agrárias (20º26’20.64’’S; 54º32’26.78’’O), Universidade Anhanguera –
Uniderp, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de março a outubro
de 2016. As sementes utilizadas para a produção de mudas eram pertencentes
ao mesmo lote, data de fabricação e validade, obtidas em casa de produtos
agropecuários da cidade.
As plântulas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido,
com 128 células, sendo uma semente por célula, utilizando substrato comercial
como base. Aos 15 dias após a germinação e emissão da parte aérea, as mudas
foram transplantadas para vasos com capacidade para 3 kg, tendo altura
aproximada de 15 cm, largura superior de 20 cm, largura inferior de 14,5 cm,
com cultivo realizado no período de março a outubro de 2016, com experimento
instalado sob duas luminosidades (50 e 70% de luminosidade).
52
O substrato base para o desenvolvimento do experimento foi solo arenoso
(Neossolo Quartzarênico) e os tratamentos realizados de acordo com
recomendações de GOMES et al. (1999). Foram cinco tipos de adubo orgânico,
previamente curtidos (Esterco Bovino – EB, Ovino – EO, Coelho – EC, Cama de
Frango – CF, Torta de Filtro – TF), incorporadas ao solo. Foram montadas quatro
repetições por tratamento, com delineamento experimental inteiramente
casualizado, em esquema fatorial de 2 x 10 x 3 (2 luminosidades + 10 tipos de
substrato + 3 períodos (15, 45 e 60 dias)).
Os tratamentos foram: T1 - Testemunha (solo arenoso); T2 - Testemunha
Química (solo arenoso + NPK na concentração de 1,5 g de N, 5 g de P e 2 g de
K para cada vaso), conforme recomendações de RIBEIRO et al. (2009); T3 –
Torta de Filtro (80% solo arenoso + 20% TF); T4 – Torta de Filtro (60% solo
arenoso + 40% TF); T5 - Cama de Frango (80% solo arenoso + 20% CF); T6 -
Esterco Bovino (80% solo arenoso + 20% EB); T7 – Esterco Ovino (80% solo
arenoso + 20% EO); T8 – Esterco Ovino (60% solo arenoso + 40% EO); T9 -
Esterco de Coelho (80% solo arenoso + 20% EC); e, T10 – Esterco de Coelho
(60% solo arenoso + 40% EC), mantidos em duas intensidades luminosas (50 e
70%).
Análise de crescimento, área foliar e massa fresca
A análise de crescimento foi realizada na parte aérea das plantas, dos
diferentes tratamentos medidos com o auxílio de régua graduada (cm), da base
do caule até a última divisão da gema apical, nos períodos de 15, 45 e 60 dias
após o transplante (DAT).
Ao final do ciclo de cultivo, 60 DAT, por tratamento, foi coletada uma folha
por repetição, retirada das linhas centrais, totalizando quatro folhas cada
tratamento, para determinação da área foliar. As folhas foram digitalizadas e
posteriormente analisadas pelo software QUANT 1.0, que determinou sua área
foliar em cm2 (VALE et al., 2001).
O uso da planta fresca, principalmente na culinária brasileira, justifica a
determinação da massa fresca, aos 60 DAT. Para isto, foram coletadas todas as
plantas por repetição, sendo cortadas rente ao solo; separando parte aérea
(caule, folhas e flores) e raiz e lavadas em água corrente para a retirada dos
substratos. Após, foi eliminando o excesso de água das plantas colocando-se as
53
mesmas entre duas folhas de papel toalha. A análise da massa fresca total
ocorreu por pesagem em balança analítica (GEHAKA, Mod. AG200, ± 0,001g)
da parte aérea das plantas (folhas, flores e haste).
Os dados finais dos testes foram submetidos à análise de variância
(ANOVA), e, quando significativos, as médias foram comparadas pelo teste de
Tukey (5%), utilizando-se o software estatístico BioEstat 5.0.
Resultados e Discussão
Análise de crescimento
As variáveis luminosidades e períodos não apresentaram interação entre
si, demonstrando que não ocorreu diferença estatística quando comparados 50
e 70% de incidência de raios solares aos 15, 45 e 60 dias após o transplante.
Tabela 1. Comprimento (cm) da parte aérea de Tropaeolum majus em diferentes
períodos, incidência de 50% de luminosidade, Campo Grande – MS, 2016
Tratamentos 15 Dias 45 Dias 60 Dias
T1 - testemunha 12,50 aC 16,92 cdeB 22,65 bcdA
T2 – química 11,17 aC 18,37 bcdeB 25,92 abcA
T3 – TF 20% 11,87 aC 15,87 cdeB 21,87 cdA
T4 – TF 40% 10,87 aB 17,87 bcdeA 20,87 cdA
T5 – CF 20% 10,25 aC 16,20 cdeB 22,75 bcdA
T6 – EB 20% 11,85 aB 13,92 eB 20,72 cdA
T7 – EO 20% 10,12 aC 14,50 deB 19,60 dA
T8 – EO 40% 10,45 aC 23,50 abB 29,92 aA
T9 – EC 20% 9,12 aC 23,67 abB 29,82 aA
T10 – EC 40% 7,82 aC 20,57 abcdB 30,62 aA
*Teste de Tukey p <0,5; letras minúsculas indicam relação entre as colunas e as
letras maiúsculas relações entre as linhas. dms para colunas = 6.1595, dms para
linhas = 4.0520.
Na análise de crescimento, em 50 e 70% de luminosidade, não ocorreu
diferenças estatística aos 15 DAT entre os diferentes substratos, demonstrando
54
que para esta espécie é necessário um maior tempo de crescimento para que
ocorra diferenciação neste parâmetro.
Já aos 45 DAT, pode-se perceber que os substratos começam a interferir
no crescimento das plantas (Tabela 1) e aos 60 DAT, o crescimento em 50% de
luminosidade, apresentou melhor desenvolvimento nos tratamentos T8, T9 e T10
(Esterco Ovino 40%, Esterco de Coelho 20 e 40%), com destaque para o
tratamento T10 que cresceu 10 cm no intervalo de 15 dias e T7, com a menor
média aos 60 dias.
Tabela 2. Comprimento (cm) da parte aérea de Tropaeolum majus em diferentes
períodos, incidência de 70% de luminosidade, Campo Grande – MS, 2016
Tratamentos 15 Dias 45 Dias 60 Dias
T1 - testemunha 13,45 aB 16,75 cdeAB 18,55 dA
T2 – química 10,32 aB 14,87 deA 17,50 dA
T3 – TF 20% 8,35 aC 21,27 abcB 25,87 abcA
T4 – TF 40% 10,80 aC 15,87 cdeB 20,37 cdA
T5 – CF 20% 11,52 aB 26,40 aA 28,10 abA
T6 – EB 20% 10,37 aC 14,62 deB 20,05 cdA
T7 – EO 20% 9,12 aB 20,27 abcdA 23,37 bcdA
T8 – EO 40% 10,92 aC 23,87 abB 32 aA
T9 – EC 20% 7,87 aC 19,22 bcdeB 28,12 abA
T10 – EC 40% 10,17 aC 18,75 bcdeB 30,75 aA
*Teste de Tukey p <0,5; letras minúsculas indicam relação entre as colunas e as
letras maiúsculas relações entre as linhas. dms para colunas = 6.1595, dms para
linhas = 4.0520.
Ao período final de 60 DAT (70% luminosidade), as maiores médias de
crescimento ocorreram para os tratamentos T5, T8, T9 e T10, com destaque para
o tratamento T10, com crescimento de aproximadamente 12 cm no espaço de
15 dias. No período entre os 45 e 60 DAT, as menores médias foram
evidenciadas nos controles (T1 e T2), com crescimento médio de apenas 2 a 3
centímetros (Tabela 1 e 2), demonstrando que uma maior presença de matéria
orgânica propiciou melhor desenvolvimento.
55
Dos adubos empregados no cultivo da capuchinha em 50 e 70% de
luminosidade, se destaca o esterco ovino (40%) e esterco de coelho (20 e 40%).
Já a cama de frango destacou-se apenas em maior luminosidade.
Estes resultados possivelmente tem uma ligação direta com a composição
química destes adubos. BASSACO et al. (2015), analisando a composição do
esterco de coelho constatou que o mesmo possui uma composição média de
3,6% de Nitrogênio, 2,9% de Fósforo e 3,1% de Potássio, superiores as
encontradas em estercos de bovino (N 1,8%, P 0,38% e K 1,3%), por exemplo e
até mesmo superior a encontrada no esterco ovino (N 2,2%, P 0,60% e K 1,9%).
RAIJ et al. (1997) também citam que os teores de P podem ser menores
ou maiores que o presente em outras fontes de adubos orgânicos, sendo 1,78 a
1,95% para esterco de galinha, 0,75 a 1,8%, estercos de origem bovina e 0,9 a
1,45%, de origem suína. Estes resultados explicam sua maior eficácia frente aos
demais adubos orgânicos presentes neste estudo, considerando que esses
nutrientes estão diretamente ligados a fotossíntese (TAIZ e ZEIGER, 2013).
Porém vários aspectos podem justificar as diferenças nos teores de N, P
e K apresentados pelas adubações, como a variabilidade de teores de nutrientes
em função da alimentação dos animais, levando a respostas diferenciadas frente
à aplicação de estercos (AZEEZ et al., 2010), como observado neste estudo.
O manejo eficiente de adubos orgânicos é responsável pelo maior ou
menor crescimento da espécie, variando entre adubações de origem animal e
vegetal. Desta forma, a composição química dos estercos é variável e
influenciada por vários fatores como a espécie animal, a raça, a idade, a
alimentação, o índice de aproveitamento de nutrientes da ração ou da pastagem,
o material utilizado para a cama (TEDESCO et al., 2008).
A comprovação que a adubação orgânica é mais adequada para
hortaliças folhosas foi descrita por OLIVEIRA et al. (2010), que escrevem que de
modo geral os adubos minerais promovem uma redução na atividade biológica,
do solo podendo afetar o desempenho produtivo das culturas, o que foi
observado nos tratamentos T5, T8, T9 e T10, superiores as testemunhas (T1 e
T2).
Autores como KIEHL (1985) e SANTOS et al. (2005), analisando o uso da
torta de filtro como fonte de matéria orgânica, comprovaram que no cultivo de
hortaliças, essa adubação proporciona um aumento no fornecimento de
56
nutrientes, além de beneficiar as propriedades químicas, físicas e biológicas do
solo, proporcionando maior produtividade a estas espécies. Em nossos estudos,
a eficiência da torta de filtro foi menor, em relação aos demais, indicando que
sua utilização deveria ser suplementada com outros tipos de adubação.
Já a adubação com cama de frango contribui de forma significativa no
cultivo de hortaliças e espécies em geral CARVALHO et al. (2005). Este fator é
correlacionado a um melhor rendimento dos cultivos, pois sua utilização melhora
os atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo, características estas
compartilhadas pela maioria dos adubos de origem orgânica. Para a capuchinha
o melhor rendimento foi observado apenas no ambiente com maior
luminosidade, indicando que nesta situação a luz interferiu nos resultados
obtidos.
A utilização de esterco ovino também é uma tendência na produção de
diversas culturas, como citado por LIMA et al. (2006). Este tipo de adubação
fornece diversos nutrientes para as plantas, além de propiciar condicionamento
físico ao solo, levando a um alto desempenho como adubo orgânico. Contudo,
neste estudo observou-se uma necessidade de uma maior concentração do
esterco para que o mesmo possa ser mais eficaz no crescimento da espécie
estudada.
MORAES et al. (2008), trabalhando com a produção de capuchinha, em
cultivo solteiro e consorciado com repolho verde e roxo, sem adubação,
verificaram que quanto aos tratamentos, não ocorreu diferença estatística, sendo
a melhor média de altura 21,05 cm, menor que a maior encontrada neste trabalho
(30,75 cm). Segundo os autores, a justificativa para este resultado foi o
prevalecimento do componente genético característico da espécie, ou ainda
alguma característica química do solo utilizado (Latossolo Vermelho
distroférrico), não identificada no estudo.
Já SANGALLI et al. (2004), estudando a influência na biomassa da
capuchinha por resíduos orgânicos e nitrogênio, indicaram que a espécie
apresentou melhores resultados no crescimento quando cultivada com a
presença de cama de frango e cama de frango mais nitrogênio, com o período
final de análise de 10 dias a mais do que o presente trabalho. As melhores
médias foram de 36,3 cm e 35,4 cm, maiores que a melhor obtida por T10 (30,75
cm), porém como o tempo de cultivo foi maior, isto seria esperado.
57
Área foliar
Os resultados demonstraram que a área foliar (Tabela 3) sofreu um
aumento em todos os tratamentos, em comparação com as testemunhas,
demonstrando a eficiência das adubações.
Tabela 3. Área Foliar (cm²) de Tropaeolum majus aos 60 dias, incidência de 50
e 70% de luminosidade, Campo Grande – MS, 2016
Tratamentos 50% Sol 70% Sol
T1 - testemunha 5,02 ijA 5,90 iA
T2 – química 15,59 ghijA 16,42 fghA
T3 – TF 20% 71,42 aA 19,17 efghB
T4 – TF 40% 27,04 defghiA 18,69 efghB
T5 – CF 20% 39,27 bcdefA 38,19 abcA
T6 – EB 20% 41,28 bcdeA 36,90 abcB
T7 – EO 20% 32,99 bcdefghA 27,48 deB
T8 – EO 40% 20,86 efghiB 40,99 abcA
T9 – EC 20% 28,42 cdefghB 39,06 abcA
T10 – EC 40% 37,44 bcdefgA 24,03 defgB
*Teste de Tukey p <0,5; letras minúsculas indicam relação entre as colunas e as
letras maiúsculas relações entre as linhas.
Para SCALON et al. (2003), um aspecto que pode ser considerado como
índice de produtividade é a área foliar, devido a importância dos órgãos
responsáveis pela fontossíntese no crescimento biológico da planta.
Em 50% de luminosidade destacou-se T3, enquanto em 70%, T5, T6, T8 e T9.
Levando-se em consideração que a produção de folhas com uma maior área é
esteticamente mais adequada para a compra e ao consumo da população, os
resultados são diversos (Tabela 3).
Normalmente quando ocorre o cultivo em menor luminosidade, é
esperada uma maior área foliar. GORDON (1989) afirma que espécies cultivadas
em níveis mais baixos de incidência solar tendem a aumentarem a superfície
fotossintetizante de suas folhas, além de reduzirem a espessura das mesmas,
para que desta forma otimizem o processo de absorção de energia evitando
58
qualquer possível dano que a escassez de luz pudesse causar na realização da
fotossíntese.
Por outro lado, as espécies cultivadas em ambientes com alta incidência
solar se comportam morfologicamente de forma oposta, desenvolvendo uma
menor área foliar, com folhas menores e mais espessas. Essas características
visam a proteção do aparelho fotossintético a danos de caráter foto-oxidativos,
ocasionados pelo excesso de incidência solar ao qual estão submetidas (HANBA
et al., 2002).
Inúmeros autores têm observado este comportamento, tais como
CAMPOS e UCHIDA (2002), ALVARENGA et al. (2003) e ALMEIDA et al. (2005),
em que espécies cultivadas em baixos níveis de incidência solar apresentam
maior área foliar e vice e versa.
Ainda na Tabela 3 não foi observada diferença estatística entre T1, T2 e
T5 nas diferentes luminosidades. Por outro lado, os tratamento T8 e T9
apresentaram maior área quando cultivados em maior luminosidade, enquanto
os demais, maior área em menor luminosidade. Esta situação poderia indicar
que solos com baixo teor de nutrientes e (ou) em estresse nutricional, a
luminosidade não é um fator determinante no tamanho da área foliar
desenvolvido pela espécie.
Também pode ocorrer que a espécie possua grande plasticidade
ambiental, adaptando-se de maneira distinta as condições ambientais, em que o
tipo de solo pode interferir na expressão gênica da planta, embora não existam
estudos a respeito deste fator.
Massa fresca
Os resultados demonstraram que as diferentes luminosidades e tipos de
substratos influênciaram nos valores. A exceção são os tratamentos T1 e T10,
que não apresentaram diferença estatística em suas médias. A melhor produção
ocorreu em T10 aos 50% de luz e T9 aos 70% de luz (Tabela 4).
Os melhores resultados nas duas luminosidades foram obtidos nos
tratamentos T9 e T10, Esterco de Coelho e as menores médias, T1 e T2. Estes
dados novamente indicam o potencial de utilização deste tipo de esterco.
PAIVA et al. (2011) relaciona uma maior retenção de umidade, além do
elevado fornecimento de nutrientes e consequentemente aumento da matéria
59
fresca das plantas, aos substratos ricos em matéria orgânica. Para esse estudo
esta situação poderia ser justificaria os elevados valores de MF presentes em
diversos tratamentos apresentados, bem como as baixas médias apresenta das
por outros (Tabela 4).
Tabela 4. Massa fresca (g) de Tropaeolum majus aos 60 dias, incidência de 50
e 70% de luminosidade, Campo Grande – MS, 2016
Tratamentos 50% Sol 70% Sol
T1 - testemunha 11,46 jA 11,49 ijB
T2 – química 23 ghiA 12,65 ijB
T3 – TF 20% 21,56 ghiB 34,66 ghA
T4 – TF 40% 28,27ghiB 34,19 ghA
T5 – CF 20% 90,77 bcA 70,15 deB
T6 – EB 20% 52,12 eB 82,62 cA
T7 – EO 20% 41,04 fB 63,19 defA
T8 – EO 40% 71,92 dA 54,44 efB
T9 – EC 20% 92 bcB 128,74 aA
T10 – EC 40% 109,70 aA 104,46 bA
*Teste de Tukey p <0,5; letras minúsculas indicam relação entre as colunas e as
letras maiúsculas relações entre as linhas.
Citando a Tabela 3, com relação a área foliar, considera-se que a maior
área foliar foi encontrada em T3, que não apresentou maior peso fresco, pode-
se supor que T3 propicia apenas um crescimento acelerado, mas sem um
potencial de acúmulo de nutrientes. Assim, talvez o maior tamanho de folha não
seja necessariamente a melhor escolha para o cultivo, e sim, um tamanho
intermediário, com maior peso, indicando seu maior valor nutritivo.
É possível cultivar a capuchinha em grande escala utilizando adubos
orgânicos de baixo custo e de menor impacto ambiental, resgatando e
valorizando está hortaliça não convencional de importância nutricional e
medicinal.
60
Conclusão
Os resultados indicam que para produção da capuchinha em ambas as
luminosidades apresentaram bons resultados, sendo que a adubação com
esterco de coelho apresentou as melhores médias de crescimento e massa
fresca, além de bom desenvolvimento de área foliar.
Agradecimentos
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado. Ao CNPq, CPP, INAU e FUNDECT
pelo apoio financeiro e também à Universidade Anhanguera - Uniderp pelo
financiamento do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa (Projeto GIP).
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7. Conclusão Geral
Os resultados indicaram germinação da capuchinha ocorrendo entre 2 e
5 dias e, levando-se em consideração as variáveis germinação, vigor, a melhor
condição para as sementes foi encontrada na interação da temperatura de 25 °C
e substrato vermiculita. O crescimento inicial em câmara de germinação
apresentou maior crescimento da raiz e parte aérea quando cultivada no
substrato areia, temperaturas de 20 e 25 °C. Em casa de vegetação, o
desenvolvimento inicial apresentou pouca diferença estatística entre as
diferentes luminosidades e adubações, provável resultado do pouco tempo de
crescimento da espécie nos diferentes ambientes e adubações.
Para produção da espécie, ambas as luminosidades apresentaram bons
resultados, desenvolvendo a parte aérea da planta, possibilitando sua
fotossíntese, além de florir e gerar sementes. Dentre os adubos utilizados a
adubação com esterco de coelho apresentou as melhores médias de
crescimento e massa fresca, além de desenvolver a área foliar, comprovando a
eficácia da adubação orgânica no cultivo de capuchinha.