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QUARTAFEIRA, 25 DE FE Login Assine a Folha Atendimento Versão Impressa Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F Últimas notícias Mural: Morador doa 1 tonelada de al PUBLICIDADE Não existe mais latifúndio no Brasil, diz nova ministra da Agricultura MÔNICA BERGAMO COLUNISTA DA FOLHA 05/01/2015 02h30 O Brasil precisa de uma reforma agrária pontual, já que o latifúndio deixou de existir no país. Os conflitos fundiários com indígenas ocorrem porque eles "saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção". Recémempossada ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu (PMDBTO) não abandonou o discurso ligado ao agronegócio que a tem colocado em rota de colisão com movimentos sociais e com setores do PT. Nesta entrevista à Folha, ela disse que recebeu da presidente Dilma Rousseff a missão de "revolucionar" a pasta e que não teme a contenção de gastos para este ano. Alan Marques/Folhapress A senadora Kátia Abreu (PMDBTO), recémempossada ministra da Agricultura, com a presidente Dilma Assine 0800 703 3000 SAC Batepapo Email BOL Notícias poder Compartilhar 38 mil Tweetar 877 68 Mais opções

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Não existe mais latifúndio no Brasil,diz nova ministra da AgriculturaMÔNICA BERGAMOCOLUNISTA DA FOLHA

05/01/2015 02h30

O Brasil precisa de uma reforma agrária pontual, jáque o latifúndio deixou de existir no país. Osconflitos fundiários com indígenas ocorrem porqueeles "saíram da floresta e passaram a descer nasáreas de produção".

Recémempossada ministra da Agricultura, asenadora Kátia Abreu (PMDBTO) não abandonou odiscurso ligado ao agronegócio que a tem colocadoem rota de colisão com movimentos sociais e com setores do PT.

Nesta entrevista à Folha, ela disse que recebeu da presidente Dilma Rousseffa missão de "revolucionar" a pasta e que não teme a contenção de gastos paraeste ano.

Alan Marques/Folhapress

A senadora Kátia Abreu (PMDBTO), recémempossada ministra da Agricultura, com a presidente Dilma

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Folha A senhora assume o ministério no momento em quegrandes importadores de alimentos, como a China, crescem menosou até enfrentam crise, como a Rússia. Como será o ano para oagronegócio?

Kátia Abreu Há dificuldades, mas não temos muitos temores em relação àscommodities de alimentos. A China, que importa 23% dos nossos produtos,pode parar de investir em uma porção de coisas. Mas 1,3 bilhão de pessoas láseguem precisando almoçar, jantar e lanchar. Está havendo uma queda depreços [dos alimentos exportados], mas não creio em alteração de volume.Mesmo com o embargo [de potências internacionais], os russos continuam sealimentando de frango. As pessoas têm de comer. E a gente não exportaprodutos muito agregados, consumidos por pessoas ricas. Exportamos écarne, que a massa come, um produto processado por lá.

A sua primeira viagem internacional será a esses países. Qual seráa pauta?

Vamos assinar acordos firmes e claros para a habilitação, por exemplo, denovas fábricas frigoríficas no Brasil, para que elas possam exportar para essespaíses. Os chineses e os russos verbalizam: "Não queremos ficar na mão deJBS, Marfrig, Minerva [os maiores frigoríficos do país]". Eles querem ter maisopções de compra. Vamos ampliar as possibilidades.

Não haverá reação dos frigoríficos que já têm esse mercado?

Ninguém gosta de dividir nada, né? As pessoas, quanto mais ganham, maisfelizes ficam. Mas cabe ao Estado brasileiro abrir oportunidades e fazer o jogoda nação. E não de corporações. Eu não posso focar o privilégio de alguns emdetrimento dos demais.

Ainda sobre a crise: o ano será de contenção de gastos. Comoficará o orçamento do Ministério da Agricultura?

Todo mundo me fala: "Você vai brigar com o [ministro da Fazenda] JoaquimLevy". Gente, tenho uma tranquilidade tão grande! O setor [do agronegócio] étão consolidado e dá respostas tão rápidas que é perigoso até ele me dar maisdo que peço. É verdade! Ele não quer que o país se recupere? Vai recuperarcom que, gente? Fabricando o que, a não ser comida? Então não tenho medodos cortes do Levy. Ele vai investir em carne boa. Não vai investir em carnepodre. O agronegócio não é carne podre.

Movimentos sociais que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseffafirmam que a nomeação da senhora foi um tapa na cara deles.

Se eles me apoiassem, aí era difícil, né?

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) diz quea senhora criminaliza os movimentos e até já pediu CPI contraeles.

Quero dialogar com eles. Diálogo sempre. E condenar invasão, sempre. TemMST que invade, isso é ilícito, sim, e vai continuar sendo. Está naConstituição.

A senhora trabalha com a possibilidade de haver invasão em terrasde sua família?

O que? O Ministério do Trabalho já pediu [documentos de propriedades] de1987 para trás, quando o meu marido ainda era vivo. Eles vão à minha casa 24horas por dia. Não acham nada. Meu filho não aguenta mais. Já invadiramtambém. Eu te falo com franqueza: não tenho nada contra assentamentos.

No Tocantins, sentei com o MST, eles me pediram ajuda. Tive audiência como [então ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel] Rossetto paraarrumar dinheiro para eles comprarem a fazenda de um cidadão. Se eu queroterra, por que eles não podem querer? Agora, não invade, pelo amor de Deus,porque não dá.

O país não necessita acelerar a reforma agrária?

Em massa, não. Ela tem de ser pontual, para os vocacionados. E se o governotiver dinheiro não só para dar terra, mas garantir a estrutura e a qualidadedos assentamentos. Latifúndio não existe mais. Mas isso não acaba com a

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reforma. Há projetos de colonização maravilhosos que podem serimplementados. Agora, usar discurso velho, antigo, irreal, para justificarreforma agrária? A bancada [ruralista] vai trabalhar sempre, discutir, debater.

A senhora vai chamar os movimentos para dialogar?

Conflitos em outras áreas não são da alçada do Mapa [Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento]. Meus colegas do DesenvolvimentoAgrário, do Incra, podem mediálos com competência. Agora, passou o pépara dentro da terra, tô dentro. Inclusive índio. Se quiser ajudar os índios aproduzirem, sou a parceira número um. Faço isso no meu Estado.

A proposta da PEC 215, em discussão no parlamento, de passar aresponsabilidade por demarcação de terras indígenas para oCongresso não traz o risco de que não se demarque mais nada nopaís?

Não. Porque não vai sair mais nada nunca do jeito que está. O STF já decidiuque terra demarcada não pode ser ampliada. Até então tinham saído várias,de forma equivocada, empurradas pela Funai [Fundação Nacional do Índio] atoque de caixa.

Enquanto os índios reivindicavam áreas na Amazônia, a gente nunca deu fédo decreto de demarcação [em vigor]. É um decreto inconstitucional,unilateral, ditatorial, louco, maluco. "E por que vocês só foram ver issodepois?" Porque os índios saíram da floresta e passaram a descer nas áreas deprodução.

Não temos problema com terra indígena, a nossa implicância é com alegalidade. Se a presidenta entender que os pataxós estão com a terrapequena, arruma dinheiro da União, compra um pedaço de terra para eles edá. Ótimo. Eu só não posso é tomar terra das pessoas para dar para outras.

As terras dos índios também foram tomadas.

Então vamos tomar o Rio de Janeiro, a Bahia. Por que [o raciocínio] só valeem Mato Grosso do Sul? O Brasil inteiro era deles. Quer dizer que nós nãoiríamos existir.

E os pequenos agricultores, haverá alguma política específica paraeles?

Nós precisamos criar uma grande classe média rural brasileira. Ela hoje nãoexiste. Dos cinco milhões de produtores do país, 300 mil são das classes A e Be só 796 mil da C. Nas classes D e E estão 70%, que contam comfinanciamento barato, mas não têm assistência técnica. Nós precisamos pegaressas pessoas, identificálas, fazer editais e leilões para dar a elas assistênciacontinuada. Eu tenho que fazer igual babá, decidir o que vai produzir. Nãoexiste terra ruim. Tendo água, até na Arábia Saudita as pessoas plantam.

Haverá um "Proer" para o setor sucroalcooleiro?

Este é um assunto gravíssimo, que deve envolver todo o governo. A crise étotal. Precisamos, em primeiro lugar, conhecer o endividamento do setor, queestá alavancado em dólar. Não tenho a solução mágica. Mas temos deencontrar um mecanismo de estabilidade desse biocombustível [o etanol] quenão seja só a ligação com o petróleo.

Uma das queixas do setor é a de que a Agricultura depende detantos outros ministérios que acaba limitada.

A presidente Dilma me disse, de pronto, a minha missão: "Kátia, é pararevolucionar". Nós não podemos mais ficar só anunciando Plano Safra todoano, cento e tantos bilhões para isso, cento e tantos bilhões para aquilo. Émuito pouco. Ela quer que o Ministério da Agricultura tenha umainterlocução forte com o Ministério dos Transportes para discutir logística,PAC 2, PAC 3.

Mas não haverá tantos recursos para os investimentos.

Temos de apostar tudo na privatização. A presidente inclusive enviaráproposta ao Congresso mudando a legislação de hidrovias. Temos vários"Mississippi" maravilhosos. O correto é o governo fazer as hidrovias e depoisconcessionar para a iniciativa privada tocar.

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E eu acredito em fadas e duendes verdes..... Aonde a Dilma acha essas figuras....

Latifúndios enquanto grandes propriedades improdutivas de uma minoria não existem mais noBrasil? Mas é claro que existem: os assentamentos do MST e as terras indígenas.

Realmente não existe mais latifúndio no Brasil, pois as grandes propriedades hoje produzalimento para o povo brasileiro e também para alimentar muita gente no mundo, com isso geradivisas para o país bancar os programas sociais do governo.

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A senhora é tida como ministra da cota pessoal de Dilma.Considerase amiga dela?

Falar que é amiga de presidente pega mal. Não sou amiga da presidente. Soufã da presidente. Ela é um ser humano bom. Ela tem espírito público. Ela vaipara a luta. Ela não quer saber. Ela vai, nestes quatro anos, escrever uma belabiografia. E eu quero colaborar para escrever uma biografia maravilhosa paraela na minha área.

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jonnhy.augusto (1) 05/01/2015 08h59 14 2 Denunciar

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Calb (905) 05/01/2015 03h51 17 8 Denunciar

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brankin (39) 05/01/2015 04h52 14 5 Denunciar

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