Poemas e Coisinhas 2 edição - Léo Ottesen

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Poemas e Coisinhas2ª edição

Ottesen, Léo Barenhoprimavera de 2010

Ao meu pai, Minhas professoras, que sempre me apoiaram:

Eunice, Janete, Mercedes e PatríciaA todos que um dia disseram

Tu tens talento!

A ideia

Desde 2005 venho aventurando-me no mundo poético. A princípio, era apenas mais um passatempo. Eu gostava de ler poemas, mas faltava alguma coisa. Descobri mais tarde que criar era o que faltava.

Como todo iniciante, não guardava nada do que escrevia. Ficava tudo pelas folhas de caderno ou em alguma gaveta. Não lembro como foi, só que um dia alguém leu uma das minhas poesias e gostou, pedindo pra ler outras. Aquilo realmente foi uma surpresa. Nunca escrevi pros outros, eu escrevia só pra satisfazer a mim mesmo.

Conforme o número de trabalhos foi aumentando, senti a necessidade de guardá-los em algum lugar. Aí, então, surgiu a ideia do livro. Apenas um apanhado de Poemas e Coisinhas que eu achei no meu baú de monstros.

Achei que o título deveria ser esse, porque eu queria mostrar todos os meus artifícios num lugar só. Aqui eu coloquei minha alma e meu coração em forma de poemas, monólogos, textos, músicas e algo mais.

Espero que gostem,

O Autor.

Eu te amo

Eu te amo porque te amo.E não devo quaisquer explicações.O meu amor eu não domino,Mas tenho o de outros corações.

Não quero gastar minha lábiaTentando provar-te que é realTampouco anseio reverênciaA este sentimento surreal

Podes até não me dar ouvidosOu até desconversarPois eu aposto contigoQue um dia irei te ganhar

E se acaso eu estiver errado - Irei lutar até o fim!E se não me veres como amado - Mantenha-te longe de mim...

Arrisque-se!

Sabes a folha avermelhada pendente, ainda, sob a brisa de primavera?Pois que esta sou eu. Temente a meu futuro.A queda sobre outras folhas a esvaírem-se na imensidão do Tempo.E mesmo o encontro do meu destino evidente não obsta para que me lance ao inegável fim.

E sabes, pois, a árvore que treme, que teme ao vento de inverno sua provável sina? De perder seus bens, seus ramos, suas ramas. Todas?Ah, entretanto, a verde inda assim mostrar-se-á decidida a jazer no mesmo local a mesma vida.Esta, também hei de ser.

E a pequena ave estada solitária ao alto de um penhasco. Aquele ser tão frágil e deveras banal.Receando por entregar-se completa e subitamente ao véu de esplendor e beleza infinita:o próprio firmamento.

Visto que este bicho conhece suas escolhas e teme. Sabe de seu possível fim ou, quiçá, sua belíssima libertação. E ainda assim, espera. Conhece-o? Pois bem, este, veja, não sou eu. És tu. Entrega-te. Liberta-te!

Segredos

Como consegues ser tão linda?São palavras que me vêm à mente.És a mais bela moça que aindaNão pude em seus lábios me fazer presente.

Mas não tenho a coragem ou loucuraDe dizer-te algumas verdadesQue em segredo se mantêm, na amarguraDo medo de tuas respostas indiferentes.

Às vezes acho que te odeioPor não me quereres em tua vida.Por ser eu demais calado, ou feioBem mais ainda.

Pois que agora não te quero,Eu acho...Nem desejo que me queirasTanto.

Só espero que conheças este fatoDe enfeitares minhas fantasias.E, para tanto, por ficar bobo ao teu lado,Escrevo-te esta carta-poesia.

O que sinto

Como pode?Pergunto-meComo posso sentir raiva eMáxima euforiaAo ver este alguém.

Uma vontade que,Resumindo,Seria como euCorrendo em sua direçãoBeijando-a loucamenteE com a mesma fúriaE frenesiAssassinando-a.

O amor é complicadoDigo, muito mesmo.Vejo-a e me contenhoContenho os sorrisos-Não posso!-Não devo.

Amar-te nunca maisNossa história chegou ao fimPode não ter sido incrívelMas já que foi pra ser assim...

Perguntas sem respostas

Saudades de um tempo simplesDúvidas incertezasO que serei? O que farei?Quem irá me amar?O que vou almoçar?

A certeza é uma dúvidaMas afinal quem serãoMeus amigosConfidentesMinhas paixõesMais ardentes

A dúvida é certaPensar ou não no futuro?Quem irá me guiarSe acaso precisarQuem irá me deterSe a loucura me afligir

Hoje houve uma manhãUm solAté chuvaE amanhãComo será?E como serei?

O quê

O nome.O nome é um título de mérito por coragem que recebemos ao adentrar neste mundo animal, irracional e patético.

A idade.A idade é a duração desta carne fraca e mortal.

Comer.Comer é uma necessidade.

Beber.Beber é mais que uma necessidade. É um prazer.

Sexo.O sexo é uma necessidade, um prazer, uma “consequência”; porque o que importa mesmo é o amor.

O amor.O amor é um erro. Que pode virar uma necessidade, um prazer ou uma consequência do sexo.

Bem querer

Quis-te ontemPara lembrar-me hoje.Quero-te hojeAproveitar tua companhia.Quero-te amanhãE para toda eternidade.

Quero-te mulherPara beijar-te a libido.Quis-te meninaPara desvendar tua simplicidade.Quis-te garotaPra esquecer a ingenuidade.

Quero-te mais que possoE mesmo assimContinuo querendo.Sempre te desejeiE sempre desejareiMas isso nunca me verás dizendo.

Só agora

AgoraQue a vida não tem sentidoMeu coração está partido

AgoraQue as manhãs são chuvosasE todas as tardes nebulosas

AgoraQue as lágrimas estão caídasA solidão é a minha sina

AgoraQue te ter de volta é uma fantasiaSem chances de ser vivida

AgoraE só agoraMinha visão está claraE minha voz de novo cala

E só uma coisa vem à tonaPreciso te ter de volta!

Mentiras

Fui perguntado na mais pura inocência:Meu amigo, quando se pode mentir?

Foi quando parei, pensei.-Faltar com a verdade. Nisso refleti, e me perdi.

Meu amigo, respondi.Sempre podes mentir.

Mesmo escondendo a verdadeEscondes mais é de ti.

Pois o Tempo joga conoscoMais cedo ou mais tarde

Ele conta.E a Verdade se mostra.

Deves ser fiel a ti.Não à Verdade.

Pois a verdade não se enganaE tu não enganas ninguém.

Saudades

Sinto saudades da bocaQue não beijeiDos lábios rosadosQue nunca toqueiCom minha boca sedenta excitada

Saudades das cançõesQue nunca canteiQue nunca ouviNem nunca toquei

Saudades dos poemas não escritosNem lidosOu citados

Saudades de uma rua nunca vistaNunca pisadaNunca admirada

De pele tão sedosaQue nunca pude acariciarNem nunca pude beijar

Saudades de uma pessoa tão calma, carinhosa.Tão bela e fogosaSaudades dela que ainda conhecerei

Sinto saudades de quimerasNunca sonhadasOu imaginadas, fantasiadas.

Morro de saudades por uma vidaQue poderiaTer sido minha.

Escritos

Queria escrever sobre o mar,Mas seu tamanho me impediu.

Queria escrever sobre estrelas,Mas seu brilho me ofuscou.

Queria escrever sobre a noite,Mas o dia se enciumou.

Queria escrever sobre o dia,Mas a noite chegou.

Vim escrever sobre amor,Mas minha alma se calou.

E lá se vai a menininhaE lá vai ela Se vai ah! Embora.Triste e sozinha

Não

Pude dormir, pensando em ti.Não pude beber, temendo te esquecer.Em revistas e jornais, álbuns e postais.Teu rosto está em tudo.

Já me banhei no mar, na piscina, no chuveiro.E ainda guardo teu cheiro.Minha respiração tarda ao te verMeu coração enluta em não te quererMas é inevitável

Meu amor, eu te quero tanto.Tentes voltar pra mimEstou muito angustiadoAcho que vai ser meu fim.

Metamorfose

Nada a fazer. Resolvo observar as coisas simples mas de importância emocional de minha vivenda.Encontro um antigo álbum musical perdido entre vestes antes minhas, e que agora aquecem outrem.A vitrola não mais está lá. Em seu lugar impera um objeto complexo que visivelmente padece, confuso quanto à sua razão de existir.Tentei muitas vezes, isto é fato, ouvir meus discos neste com que agora busco afinidades.Porém nunca antes tivera auferidas recompensas tão proveitosas.Com seu ar nobre e lento, isto que agora encanta-me tanto entreabre seu compartimento. Até então, normal.O Disco Compacto que antes causava-me aversão, com aquele barulho infernal, agora trás tranquilidade.E devo confessar que desconheço a capacidade de os sons transmutarem tão radicalmente suas formas.Estou louco! Só pode.Não. Acredito não estar alienado – ainda...Simplesmente minha esquizofrenia tomou-me por completo.Agora ouço aos mesmos ruídos com ares de um jovem fanático.Meus sentidos estão mais aguçados e posso, agora, deliciar-me com tão resplandecente música.Ou, talvez, esteja equivocado quanto a isto.E meus sentidos estão embotados perante ruídos que agora parecem-me claros e sensíveis.Realmente estou certo de mais nada.

Pois é certa minha inconstância. E o que antes trazia-me tão atroz repugnância, agora faz-me sentir desejos incoercíveis nunca antes tais.Como o de balançar minha cabeça em movimentos inconcebíveis e estranhos de repetição.Oh,E que venham a mim sentimentos tão maravilhosamente oníricos como este, que me atônita por completo.Dificilmente irei contentar-me a somente ouvir algumas músicas, para mim, antes tão esdrúxulas.Irei, enfim, passar tardes íntegras recostado sobre minha afável poltrona. Ouvindo roque, e fim.Este sou eu, hoje.E amanhã, quem serei?

If

You want to brake up, just do itDon’t keep thinking that some dayWe’ll be come together againSay it today,Say it now,Say it on my face.Do not hide the truthDo not say that wish just friendship,Yes or no, without any middle-wayPlease. I beg you.If it’s to be like thisFine.It’s over, our loveIs gone, and will never get backBut, at leastbe woman enoughSay what do you feel,Say what do you wantSay what we must“Goodbye”

Carta anônima

Escrevo-te estas mal traçadas linhas pra dizerO que um dia eu percebi e me ajudou a viver

Os conselhos perdem seus sentidosSe ao ouvi-los estamos distraídos

Por isso, eu lhe digo, meu amigo:Leia, e a minha alma falará contigo.

Todo dia ao acordarEsqueça dos problemas e vá caminhar

Lembre-se que o poente é maravilhosoMas vê-lo sozinho pode ser desgostoso

Não se arrependaEntão, antes de dizer, reflita.

Viva o agora e aproveiteO ontem já passou e amanhã não existe ainda

Arrisque-seO sofrimento faz parte do aprendizado

Só tenha medo de morrerMas saiba que irá acontecer

Caminhe com os pés na areiaE repita sempre que lhe der na telha

Não esconda seus defeitosSão eles que nos diferenciam

Seja exigente consigo mesmoE paciente com os amigos

Não se critique demais, e Faça valer à pena!

Desculpe-me

Desculpe, se eu não te respeiteiSe eu não soube lidar com teus sentimentos

Desculpe, se eu não te dei espaçoOu se eu te julguei por algum tempo

Desculpe, por aqueles momentos indecisosQuando eu não sabia o que fazer

Mas você devia entenderQue eu não sou nada sem você

Desculpe, por algumas palavras trocadasPor aqueles minutos de silêncio

Desculpe-mePor não ser de outro jeito...

Quem me dera

Eu queria te ensinar tantas coisas que eu aprendi com a vidaCaminhando nessa estrada tão bonitaSolitário, poeta feito corvo na amplidão inenarrávelNo teu sorriso fiz-me sonhador incansável

Eu queria te mostrar as coisas boas que podem nos surpreenderTentaria mostrar-te o Amor, como uma flor sem espinhosEu brinco com issoPois sou ciente de que não é possível

Poderia falar-te sobre os mistériosQue rondam espaços infinitos de um olharTentando a alma perturbada com a palavraLentamente, acalmar

Quem me dera receber de ti uma chanceTalvez até duas, posso sem querer, desperdiçarFalar-te ao ouvido, e ouvir teu suspirarAguardo hoje o momento e pra sempre te amar

Quem me dera ter uma chance de te mostrar...

O Menino

Cadê? Onde foi parar?O meu sonho. O meu mundo. Minha vida?!Onde será que pode estar.A natureza se tresloucou. Modificou, e agora?Que destino me aguarda...Eu?Eu tenho essa cara de palhaço e a imagem de um sábioguardada no meu quarto.Só isso, nada mais.Ah, sim. Tenho sim. Eu guardo lembranças.Minha maior riqueza, na memória. A infância.Hoje história.Mataram inocentes, destruíram as esperanças.E agora?Cadê?Onde foi parar aquele menino que sonhava em ser músico.Encantar plateias e passar mensagens.Ele desapareceu?Ou estará guardado em algum lugar do espaço.No infinito das lembranças, talvezEu acho até que aquele menino espera o dia em que renascerá.Será?Aquele menino queria ter filhos, ensinar, brincar, viver,crescer.Hoje, eu, homem vivido, não quero.Não. Mais um ser na amplidão, na escuridão...Na solidão, sem ter pra comer um pão.

Então?E agora?Quando vou deixar de esperar que alguma coisa mudeE fazê-la mudar? Fazer acontecer... Lutar!?Não vou estar aqui pra sempre, mas será que eu consigoTransformar tudo isso enquanto ainda sou vivo?Sei não.Acho que o tempo é mestre.E o homem é um mero aluno.As pobres criaturas inocentesAqui hoje delinquentesSerão testemunhas de um atoRevolucionário, atitudes de escravo.Intitulados, amados pelos seusDerrubados como pigmeusPor rosas e frases de amor.Aí sim, o menino se reerguerá das cinzasFeito Fênix arrependidaDe ter perdido a fé no povo.E brilharão os olhos de novoPlenos de paixão pelo céu de anilE gritarão as cores do pendão- Justiça! Pela raça do Brasil.

Pense bem!

Pense bem antes de tentar me entenderPense bem, ou você pode se arrepender

Pense em tudo que eu passeiPense novamente antes de entrar na minha mentePense bem... pense bem...

Reflita sobre o que você está sentindoPense bemVeja o rumo que a vida está tomando

Pense bem, tente saber o que eu já seiPense bem... pense bem...

Pense antes de falar alguma coisaPense antes de calar a bocaPense no que pode acarretarAquela frase sem saberPode vir a magoar

Pense bem... pense bem...

Eu não sou qualquer pessoaEu não sou um moleque, Não sou à toa

Pense bem antes de pensar em me ajudarPense bem...

Ou essa ajuda vai apenas piorarEu sou a exceção da sua regraEu sou a diferença que háEntre um amigo e um colega

Por isso eu peço de coraçãoPense bem, antes de me julgarPense bem, pois a razãoNão pode mais me segurar

Pense bem... pense bem...Antes de falar...Pense bem... Antes de pensarPense bem...

Crônica da meia-noite

Meia-noite. Zero hora e zero sono. Já estourei meu limite de xícaras de café e agora a insônia mostra a cara. Aproveitando o momento de ócio comecei a reparar no amor - depois de perder a oportunidade de me apaixonar. E penso também na vida - e em como ela é curta. Enfim...

Juntando essas duas coisas eu percebi o que sempre disse quando perguntado: Amar é curtir cada momento e cada mínima coisa, as simples coisas da vida. Já que são essas pequenas coisas às vezes despercebidas que dão beleza ao viver.

Aproveitar cada instante, cada minuto. Se amar um alguém – Curta cada palavra pronunciada ao mesmo tempo, as frases completadas. Ria até chorar. Sinta a respiração e os batimentos da pessoa amada sempre que puder. Se amar a liberdade – Agradeça por ser livre. Por viver livre e dizer o que pensa, e pensar o que quiser. E peça a Deus que continues livre e demonstre o seu amor vivendo sem medo de voar.

Se amar a vida – Viva intensamente e não perca tempo. Corra atrás dos seus sonhos, mas não viva deles... e sim para eles.

Se lambuze de chocolate, coma frango com as mãos, deseje bom dia a desconhecidos, beba água da pia com as mãos em forma de concha, caminhe descalço na praia, assista ao pôr-do-sol, e cante muito e bem alto!

Não se envergonhe de ser feliz, nem de tentar ser. Diga verdades brincando, isso ameniza a dor. Essas são as pequenas coisas que tornam o mundo melhor. Mas não

perca oportunidades, pois cada uma delas é única e não volta. E lembre-se sempre: Se amar a vida, você deve odiar o tempo!

Se eu...(à Caroline Larroque)

Se eu soubesse rimar, faria uma rima bem bonitaIa mostrar a uma amiga, pra ver se ela ia gostar

Se eu soubesse cantar,cantava uma bela cançãoMexia com o coração de quem não posso tocar

Se eu soubesse escrever,queria fazer um contoDedicado ao anjo torto, que longe de mim foi viver

Se eu soubesse como amar, amaria sem medidaChoraria pela amiga e a distância a torturar

Velhas Gavetas

Sempre haverá coisas interessantes escondidas em velhas gavetas. Coisas que nem lembrávamos mais, de tempos atrás.

Às vezes são cartas de antigos amigos, ou grandes amores, que a vida levou, e que os rumos diferentes foram, lentamente, fazendo-nos esquecê-los.

Fotos que ficaram perdidas e, sem terem álbum para guardá-las, caíram no esquecimento. Fotos de família – Ah, como eram legais aqueles domingos! E ficamos sentados na cama, lembrando e sorrindo. Num fim de tarde qualquer em que a casa e a rua descansam, e nada temos a fazer, encontramos meio que sem querer um rabisco colorido no fundo da segunda gaveta de um armário. – PAI EU TE AMO! Naquela letra desajeitada de quem vive no próprio mundo de fantasias, enxergamos a nós mesmos, anos atrás. E as imagens vão aparecendo pouco a pouco...

– Como eu pude mudar tanto a ponto de não mais demonstrar o amor que sinto? O sentimento é o mesmo, eu é que estou diferente.

Continuamos nossa viagem. E parece que somos crianças novamente. Apegamo-nos firmemente às pequenas coisas. Papéis dobrados, amarelados. Algum CD que compramos algum dia, mas por acaso não nos agradou. Guardemos este para ouvir outra hora, e descobrir que nossos gostos também mudaram.

E quanto nós podemos aprender com aqueles recortes de jornal, que por algum motivo não memorável teríamos

guardado naquela gavetinha!E a busca segue. A esta altura nem lembramos o que

procurávamos no início, pois que encontramos tanto e aquilo (seja o que for) nem nos importa mais.

Uma lágrima escorre ao nos depararmos com um singelo poema escrito sem pressa alguma, talvez em uma aula chata ou em uma dessas tardes tediosas.

A nostalgia é incomparável, ímpar. Em uma única tarde visitamos vinte anos de história, e lembramo-nos de inúmeras histórias.

Podemos perceber, quiçá, o algo pelo qual começamos a busca nas gavetas amontoadas. Lá num cantinho, bem tímido, encabulado, está um menininho (ou será uma menina?). Recolho a criança, que mais parece um ser fantástico, daquela velha gaveta e ponho-a sob o lençol. Está triste e sem jeito. Levanto seu rostinho miúdo, seus olhos brilham parecendo dois grandes oceanos, e pergunto-lhe o nome. Surpreendo-me ao descobrir que aquela criança, na verdade, sou eu próprio, ou o que era há certo tempo.

Agradeceu-me por tê-lo tirado do armário e contou-me muitas coisas que aprendera com aquelas fotos, e cartões, cartas... e todos o resto que anteriormente eu tinha encontrado.

Disse-me também que, enquanto eu vivia a correria da maturidade, sempre com muitos problemas a serem resolvidos; ele apenas esperava o dia de nos reencontrarmos. Emocionei-me demais naquela tarde chuvosa. Beijei a cabeça daquele ser e coloquei-o sob a cabeceira da minha cama, longe de qualquer prisão.

Hoje sou outra pessoa. Todos os dias eu brinco com aquela criança. Corro, grito, dou risada e caímos no sono, abraçados, pelo chão da sala. Juntos outra vez.

Aquela miúda criança, que mais parece um duende,Mudou a minha vida de repente, e ainda muda todo o dia

Alimenta-se de alegria eTem por nome de Lembrança!

A história que não aconteceu (da minha mania de sonhador)

E essa mania que ainda tenho de achar que o mundo é perfeito. Que as coisas são belas e inacabáveis. Desse jeito moleque de querer viver. Querer aprender, querer crescer, querer...

Toda angústia que ainda me mata a cada palavra mal interpretada. A cada vez que a respiração é parada e de súbito, volta, Acelerada. Dessa mania de ter fé na vida.Pensar na menina que já se foi. Por essas e tantas, De tanto modos, diferentes maneiras, faces, olhares. Por essas e tantas, que mil romances não foram escritos.

Pelo meu jeito insistente de ver a vida. De sonhar com a realidade, a liberdade perdida. Por tudo isso, e mais um pouco, Vejo-me hoje nesse sufoco. E sem saída.

A história, essa é apenas mais uma. Das tantas que não aconteceram. Morreram diante de uma ilusão: Eu não a conhecia, ela também não.

Já conhecendo os trejeitos dessa vida Eu, sonhador, aluno ainda, Não busquei a caneta, nem para escrever, a tinta Esta história que poderia ter hoje vida.

Penso hoje se poderia ser de outro jeito. Eu, como pensador astuto, Talvez tivesse dito ao mundo E ao amor, um não, e meu traçado feito.

Ai, dessa mania de sonhar alto. Criança sábia, e tão destemida,Que de quando em quando vai a toda a brida E atira-se como num salto.

Desta vez temia a sorte,Receava sobre a mortePor esta mulher desalmada.Que se fez certa vez amada,

Mas se equivocou por quem.Seria eu um delinquenteQue observando tanta genteNesse mundo por andar

Vi-me em uma tão perene solidão.Sendo sonhador como sou, então, Quis mais uma vez me apaixonar?

Ai, Musa Inquieta, pois tu és a culpada.De todo esse mal que me habita.Por certo nem sabes o que peçoNas ilustres palavras que teço Enquanto devaneio só.

Eu apenas desejo que tiresEste olhar que me atormentaDesta mulher de carne e sangue Que toda noite me encarcera Por seus beijos a sonharMusa minha, apagues as lembranças De todas aquelas andanças Por esse mundo a vagar

Inútil, pierrô solitário, Que das escolhas se arrependeu. Atordoado e fatigado, Por uma história de amor... Que nunca aconteceu.

Na rua

Eu vi um palhaço na ruaE correndo uma criança nuaE uma moça bailava sorrindoNo céu eu vi um balãoUm bêbado pedia perdãoO sol já estava partindo

E quando já era bem tardeChegava minha mocidadeEu vi as mulatas dançandoGritando e bebendo felizesPasseavam pelas marquisesAo som das violas cantando

Quando um senhor já de idadeUm velho, a bem da verdadeNa janela surgiu repreendendoTodos deram risadaA festa estava acabadaE o carnaval padecendo

Sou

Desculpe por às vezes ter dito coisas sem pensar. Sou impulsivo. Desculpe por fazer coisas que não deveriam ser feitas. Sou inconsequente. Desculpe se te fiz passar vergonha ou ficar constrangida. Sou palhaço. Desculpe se tive pressa de estar contigo de novo. Sou jovem. Desculpe se te fiz sofrer e pareci não me importar. Sou homem. Desculpe se faltei com respeito ou com a razão. Sou humano. Desculpe se te proporcionei prazeres banais. Sou egoísta. Desculpe se alguma atitude minha te desapontou. Sou imaturo. Desculpe se te fiz sofrer e assim me fiz sofrer. Mas em algum momento eu tinha que aprender. Desculpe se ainda luto por um sonho acabado. Sou romântico e apaixonado.

Voa, passarinho (à Fran Tavares)

Voa, passarinho, voa Vai conhecer a ti mesmo Alça voo e sai a esmo Por mais que a falta doa

Descubra a tua verdade E venha ao ninho quando der E um dia, num tempo qualquer Relembre o voo com saudade

Não te esqueças de que tens Um amor que não tem fim Espalhe-o nesses vaivéns

Ensine-os todos por mim Mostra tua arte, e parabéns Por ser tu, simples assim

Algo além (à Rafaela Bento)

Sento ao teu lado em silêncio Sinto tuas mãos a tremer Te olho nos olhos e vejo Tudo que eu preciso saber

Não precisamos dizer nada Nem ao menos sussurrar Nosso olhar é quem fala O que o coração quer gritar

Não sei do que te chamo É mais que uma amizade Sabes que eu te amo Porque só digo a verdade

Também não namoramos É algo além disso tudo Coisa que os humanos Consideram absurdo

Só pode ser o destino Amor de vida passada Sei lá, se quando menino Te pedi à estrela errada

Ao invés de uma paixão Ganhei o amor duma vida Continuo na solidão Mas sei que tenho uma amiga

Nosso amor vai muito além Dessas coisas deste mundo Talvez tu nem entendas também Esse coração vagabundo

Mas um dia irás aprender Que amor não é só andar junto Nem beijar ou se comprometer É algo bem mais profundo

À flor da pele

Intenso, assim é o meu amor. Como o incenso Queimando flor.

À flor da pele, arde e finda. O fogo fere a alma querida.

Intensidade de um momento vale a eternidade do sentimento.

À flor da pele eu vou provar do lento e perene desgosto de amar

Intenso e violento Rápido ou disperso O sabor do pranto se traduz no verso

À flor da pele.

Sou jovem!

Eu sou jovem. Tenho ideias e ideais. Sonho, corro, canto e grito quando for preciso. Não preciso da aprovação de ninguém pra ser quem eu sou.Eu sou jovem. Falo coisas que ninguém entende e todo mundo acha que eu sou louco, mas loucos são eles.Eu sou jovem e não me importo com julgamentos. Faço o que posso pra melhorar.Carrego o mundo nas minhas costas, porque eu me importo com ele!Minha personalidade é forte e eu sei do que sou feito.Eu sou jovem. A minha liberdade é a minha lei.Faço a vida valer a pena e sempre farei.Não é pela minha idade, mas pela minha maturidade.Jovem, eu sou e é isso aí!Juventude não é uma época da vida, é um estado de espírito.Se eu gosto, eu elogio. Se não gosto, meto a boca.Sou um artista da vida, um gênio do amor.Eu sou jovem. Estou aprendendo a ser adulto, mas sem deixar de ser criança.Tenho a idade exata que a minha mente diz.Falo besteiras com meus amigos e coisas sérias com meus pais.Canto músicas de protesto e canções de acampamento.Eu sou jovem. Estou aprendendo a amar e a sofrer.Às vezes digo coisas que me arrependo, mas fazer o quê.Prefiro acordar arrependido do que ir dormir na vontade.Tenho responsabilidades e sei muito bem disso.Honro minha família e amo meu país.

Gosto de sair e me divertir sempre!Sou culto também, gosto de ler.Eu ouço música clássica vez em quando.E daí! A minha idade não impede que eu goste de coisas 'de velho'Gosto de jogar baralho, bilhar, dançar valsa.Fico em casa, também, vendo televisão.Eu sou jovem. Mas também sou gente.Eu sou jovem. E não quero crescer.

Andressa

Eu nunca te vi, mas te conheço tão bemParece que está aqui, quando não há mais ninguémEu sei o teu jeito, mesmo sem poder te enxergarParece perfeito, mas viver é melhor que sonhar

Sei até o teu nome, estou sempre a imaginarE isso me consome, não aguento mais esperarVocê me inspira a escrever sempre mais e maisMusa querida, venha me trazer a paz!

Não sei se é loucura ou imaginaçãoSerá que você me procura no seu coração?Talvez eu esteja errado, mas não posso pararSe eu não estou do seu lado, ainda posso sonharÉ tão difícil ficar preso nessa ilusãoPrincesa encantada do meu conto de fadaMeu amor não conhece a razão

Que estilo te agrada, as roupas que curte vestirSe está magoada, eu sei que não vai sairO perfume que gosta, a cor dos cabelosSe está bem disposta não comete erros

A vida que leva, tudo isso eu seiMenina moleca, te conheço bemTalvez por eu ser assim tão sonhadorNão quero que chegue o fim desse amor

Não sei se é loucura ou imaginaçãoSerá que você me procura no seu coração?Talvez eu esteja errado, mas não posso pararSe eu não estou do seu lado, ainda posso sonharÉ tão difícil ficar preso nessa ilusãoPode ser que eu já tenha a soluçãoTalvez um dia eu te esqueçaAndressa

Devaneia o poeta acerca da dor

Não é por que minha dor é silenciosaque minha raiva não queira lhe gritarVer a minh'alma assim tão dolorosaeu sei, não te fará reconsiderar

Não é por que meu sofrimento dura poucoque seja menor do que o teuEu só não fico correndo como loucoatrás, senão, de quem Deus me prometeu

A minha dor é lancinanteImensa, pois, não me julguesPareço, mas não estou distante

Seria melhor se antes soubessesque sou poeta e inconstantePois deste mal também padeces

Eu gosto

Eu gosto do jeito que tu me olhasEu gosto do teu sorriso envergonhadoGosto da tua boca, e tuas carasMas não gosto de estar apaixonado

Eu gosto de pensar que vou te terEu gosto de notar tua inconstânciaGosto de sonhar, e de te verMas não gosto de toda essa distância

Eu gosto de ver tuas encaradasEu gosto do teu jeito de disfarçarGosto de ver-te ali paradaMas não gosto de ter que me afastar

Simples (à Nathalia Peres)

Amor não se explica, amor não se dizAmor se reconhece se estou feliz

Amor não se acha nas cartas de amorAmor não existe em cançõesAmor dura o tempo que forpara um olhar transmitir emoções

O amor é uma coisa que existe e sóFaz da alma sua casa, invade sem dó

Amor se fala quando estamos distantesNa proximidade posso ser indiferenteTodo o amor se resume nos instantesQue precedem o beijo finalmente

Sempre haverá

Certa vez fui perguntado no que se deve acreditarComo e o que fazer, e em quem devemos confiarFiquei perdido, não conseguia nem falarApenas a morte é certa, o resto o tempo diráMas acredite quando eu digo:Da vida nada se leva, e nela sempre haverá. . .

Sempre haverá alguém pra se confiarSempre haverá pessoas de se duvidarSempre haverá erros a se cometerSempre haverá tempo pra se arrependerSempre haverá

Sempre haverá assunto para conversarSempre haverá conversas proibidasSempre haverá alguém que nos fará sofrerSempre haverá amores para se viverSempre haverá

Sempre haverá algo a se confessarSempre haverá perguntas sem respostasSempre haverá lugares a se conhecerSempre haverá lições para se aprenderSempre haverá

Sempre haverá quem diga que a vida é dura Sempre haverá batalhas a serem vencidas Sempre haverá quem diga que somos muito novos pra fazer Sempre haverá quem diga que somos velhos demais pra viver! Sempre haverá

Batidas à porta

Toc, toc. Batidas à porta. A campainha berra, eu estou na cozinha servindo um vinho. Tinto, sem gelo.Toc, toc. Batem de novo. Quem será à essa hora? Nove horas da madrugada. Um sol lancinante brilhando. Quem seria o louco a sair de casa para vir me visitar?Largo o copo sobre a mesa. Uma gota solitária pula para fora e mancha minha toalha branca. Droga. Quando eu for lavar, vai ficar rosa (a mancha). Odeio cor-de-rosa. Meu cigarro ainda está nos dedos. Vou ver quem será.Antes de chegar à porta da cozinha, um desespero toma conta de mim. Será hoje?Será que vai acontecer logo hoje? Logo hoje que eu não estou de roupa limpa, nem tomei banho. Hoje que o café desceu amargo e não sinto vontade de nada.Hoje a morte veio me conhecer?Logo hoje...Ou será que não. Talvez seja apenas o vizinho pedindo algo emprestado. Um copo de açúcar, um pouco de sal, talvez um litro de leite, ou um copo de vinho. - Ah, meu vinho!Volto à mesa e pego de volta o copo. Bebo. Espera, eu não tenho vizinhos!Pode ser alguém pedindo abrigo. Um mendigo que perdeu sua moradia depois que uma casa abandonada fora demolida. Perdido nesta noite de chuva e tempestade. Um vagabundo vagando solitário no frio dezembro. Mas está dia, faz calor, o sol brilha no alto indiferente ao meu humor cinza. E estamos em maio.

A campainha berra. Quem pode ser? Algum editor procurando um romancista para publicar o seu humilde trabalho? Não. Isso aconteceu semana passada. Eu o dispensei.Meu cigarro cai no copo de vinho e apaga. Tsshhh. Vou em direção à porta e a abro. Desesperado para saber qual visita poderia me fazer companhia naquela casa melancólica.Um gato preto. O meu gato preto. Entra sem me cumprimentar. Passa por entre as minhas pernas e pula na mesa.Dou um passo para fora. Não há ninguém mais por ali. Foi o bichano que bateu à porta. Será que ele conseguiu bater à minha porta. Mas como? E a campainha? Eu ouvi uma campainha, tenho certeza disso.Minha casa tem campainha?

Foi assim(à Rafaela Bento)

E foi assim que tudo começou.Conversas banais e sem sentidoEu tento mudar quem eu souE quero mais do que um amigo

Foi assim e não teve saídaAchei que não daria em nadaEncantei-me com sua visão de vidaE ria-me da tua risada

Foi assim, sem razãoE quem disse que ela existeOnde há a emoção

Foi e ainda é, pois persiste Mas não há esperança, senão Da amor cristalino que insiste

Escolar

As Relações humanas me interessam muito. Eu gosto de analisar a Filosofia de um namoro.Começamos a desvendar o outro. Usamos, mesmo que sem perceber, a Psicologia para ver se o Cálculo dará o resultado esperado. - Eu mais você, será que dá samba? Qual será o tema da nossa Música? -Na escola da vida o Tempo é o professor mais sábio. E tudo começa aqui...Vejo na Sociologia se alguém me atrai. Se atrair, tenho que ter a certeza de a Matemática ser perfeita e não quebrar a cara com uma ilusão. Afinal, 1 + 0 nunca formará par...Usando de bom Português, ou talvez uma Língua estrangeira, o papo vai se estendendo. Ela me conta sua História e eu só quero saber da Biologia. Tudo bem, da Anatomia, que seja.Com o tempo já estamos juntos. Unidos como em uma Religião: pertencemo-nos um ao outro. Eu gosto de Literatura, ela prefere Artes visuais. Completamo-nos.Mas como nada é perfeito, um dia aquela soma simples de um e um se transforma em uma Álgebra complicada: 1 + 1 + x. - Sempre tem um xis pra atrapalhar.Como de costume, eu isolo ele. E com isso ela vai junto. Calculei mal, fui reprovado.Tento mais uma vez. Mas agora só quero saber das Exatas.E se a Química não rolar, invisto na Física mesmo!

Eu queria um dia...

Poder abrir os olhos de manhã e ouvir os pássaros. Talvez até uma melodia suave de algum poeta que canta as belezas do mundo. Queria poder falar aos meus amigos os meus medos, tendo a certeza de que eles não irão usá-los contra mim. Queria sonhar. Queria brincar. Queria amar.

Sabendo, porém, que nada é pra sempre. E não ligar para o fim da paixão, nem o início da amizade. Queria falar coisas que hoje eu escondo. Pode ser que, nesse dia, os amantes de mesmo sexo serão vistos com o mesmo olhar dos demais.

Eu queria a idéia pronta e sem esboço. As coisas acontecendo perfeitamente sem planejamento. Eu queria voar. Queria andar. Queria falar. Sem medo de julgamentos.

Eu queria que valesse a pena. Que todos fossem unidos e tentassem mais. Queria pode chorar na rua, se eu precisasse. Queria a verdade nua e crua. Queria gritar que ninguém deve ser igual a ninguém. Gosto de pensar que, nesse dia, a verdade e a honra seriam lei.

A vida me ensinou que quanto mais alto sonhamos, maior é a queda na realidade, e também mais doída.

Mas Deus me ensinou que sempre vale à pena sonhar!

Carta à Aline Hrasko

Inspiração humilde dos meus versos,que resguarda amores que já se foram.Flor tão bela, tens todos os traçosde todas as artistas que me encantam

Não és pimentinha, tal Elis ReginaOu guerreira, como Clara NunesMas encantas, tão simples meninaE imploro para que nunca mudes

Talvez eu ainda veja esta flor desabrocharUm dia, quem me dera, eu diga, alegre, quiçá"Eu estava lá! E vi ela começar..."

Que orgulho poder conversarCom uma pessoa tão especial, assimAi, dessa distância que te separa de mim

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Devaneio

Acordo em meio a um pesadelo. Não, eu não quero despertar. Por favor, não. Não quero voltar para o mundo moderno. O tempo passa... Reluto, mas acordo. É noite, meu corpo treme...

Ao olhar para os lados, não te ver ali comigoPenso em mil coisas a fazer, meu sonho reprimidoVejo, então, um portalNa minha visão paranormalParo e reflito, numa ideiaNum devaneio qualquer, me sinto malParando subitamente meu respiroSinto um gosto metálicoEm minha boca, rindoSorrindo, paroCanto, dançoDesesperado, valseioSozinhoUm pedaço de giz alimentaMeu raciocínioSucintoInvistoMinhas esperanças num rabiscoQuisto, este sonho de meninoUm portal riscado, lacrimejadoDespedaçado o gizTão belo, e coloridoFoi-se transformou-se transmutou-seNeste sonho

Na parede do quarto esquerdoTorto há um portal desfeitoPor mãos hábeis desenhadoSonhadoMente fértil, insanaCanta desafinaE findaa obra de imensurávelganaApanhaDas mal-trapilhas vestesQue vesteA mangaLimpa-se o homemDeveras indignadoCom a vidaIndaAquela que sonharaUm portalTão singelo símboloDe rancor, ódio, amarguraPuraDevaneios,Fugir pela parede, risca-se um portalSuja a veste de giz escarlateArde, A ferida, vividaFinda, a liberdadeArde... Devaneio...

Lembre

Só peço humildemente a você Que quando não quiser me ver Tente lembrar destas palavras Lembre que um dia eu amei você E que chorei ao te perder Pelos caminhos do destino Lembre que um dia eu amei você E que sofri quando te vi Nos braços de outra pessoa Lembre de quando era só nós dois Sem não pensar no depois Nem no tempo que passava Imagine, então, outra vez eu e você Para ainda poder viver Mais um momento ao meu lado Pense no que poderia ser Nosso romance: Eu & Você... Como nos filmes de cinema Passeando pela praia Conversando de madrugada Nos amando sem vergonha, nem pudor! E pense no que você escolheu E esse erro não foi meu Pois foi a única que amei

Despedida

Eu... preciso me aproximar Mas... o medo de me machucarSó faz com que eu me afaste!

Vou... tentar me reerguerSe... um dia eu desaparecerNão tente me encontrar!

Pois eu sempre estive aqui, lutando por nós doisE você não pensou que também iria sofrer depoisA lua no céu brilhava quando você me deixouQuem eu mais considerava foi quem mais me magoou

Já... é hora de eu aprenderQue... não posso mais dependerDe alguém como você!

Vai... de novo procurarUm... coração para maltratarQue esse não é mais seu!

Pois eu sempre estive aqui, lutando por nós doisE você não pensou que também iria sofrer depoisA lua no céu brilhava quando você me deixouQuem eu mais considerava foi quem mais me magoou

Bem... que eu podia perdoarSe... você tentasse mudarMas eu sei que não irá!

A... saudade vai doerMas... isso não quer dizerQue eu vou te procurar!

Pois eu sempre estive aqui, lutando por nós dois E você não pensou que também iria sofrer depoisA lua no céu brilhava quando você me deixouQuem eu mais considerava foi quem mais me magoou

Frases

"Ser pessimista nunca dará certo...""Se a vida fosse fácil, não teria graça" "Sempre seremos maduros demais para certas coisas e imaturos para outras.""O palhaço usa a risada alheia como escape da sua própria dor.""Não chores de saudade, sorria com a lembrança de um tempo bom!""Ame em silêncio, sem grandes atitudes. Quem ouvir teu silêncio estridente merece teu amor.”

Fim

Ao pores fim nas tuas sentenças...Não marques nada além de...Reticências!

Quando acabas o que pensasApenas começa o teu leitor...Não há ponto finalSe tu escreves por amor