Ponto Turismo 21

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GRANDE ENTREVISTA JOÃO COTRIM DE FIGUEIREDO PRESIDENTE DO TURISMO DE PORTUGAL OPINIÃO António Perez Metelo introduz-nos à HELPO, saiba o que pode fazer ANÁLISE As mulheres no Turismo. Quais os desafios que enfrentam no setor ANÁLISE Saiba o que vai mudar na legislação europeia sobre viagens TECNOLOGIA Cuidado com as apps que descarrega no seu aparelho móvel CADA PORTUGUÊS É UM AGENTE TURÍSTICO #21 OUT/NOV 2015 €5

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Ponto Turismo

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GRANDE ENTREVISTAJOÃO COTRIM DE FIGUEIREDO PRESIDENTE DOTURISMO DE PORTUGAL

OPINIÃOAntónio Perez Metelo introduz-nos à HELPO, saiba o que pode fazer

ANÁLISEAs mulheres no Turismo. Quais os desafios que enfrentam no setor

ANÁLISESaiba o que vai mudar na legislação europeia sobre viagens

TECNOLOGIACuidado com as apps que descarrega no seu aparelho móvel

CADA PORTUGUÊS É UM AGENTE TURÍSTICO

#21OUT/NOV2015 €5

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3 Editorial

De Política e Negócios

A política é uma arte suma-mente difícil. Converter os desejos das pessoas que se representam em algo

sólido e tangível, pode transfor-mar-se num empenho inútil

e perigosamente criticado. Tanto pelos que elegeram como pelos que não ele-geram essa força política para os representarem.No dia 4 de outubro, este País decidiu dar o poder

de governar à coligação de centro-direita. Foi o que

o povo expressou nas urnas e, deixando de parte as reflexões

sobre o porquê ou o como, assun-tos que este humilde diretor-geral não se

atreveria a analisar, este é o quadro que vamos visualizar nos próximos quatro anos. Haverá quem fique satisfeito e haverá quem fique desagradado, mas é o que é. E há uma leitura positiva. Sabem qual é? Que na po-lítica, a estabilidade é premiada. E a Europa está muito atenta. Quando se enfrenta uma mudança de governo, substituem-se valores e por isso projetos estratégicos para o país. Substituem-se pessoas e por isso ações con-

cretas. O que se faça, para o bem ou para o mal, como dizia antes, depende da perspectiva

que se tenha. Mas não esqueçamos algo muito

importante. Acima de todas as mudanças deve permanecer algo inamovível. Todos os go-vernantes deveriam fazer o melhor para o seu País e para o povo que o habita. A eti-mologia da palavra “político” é clara. Do latim “politicus” e

do grego “πολιτικός”(politikós), a palabra significa “dos cidadãos”

o “do Estado”. Isto é, aquela pessoa que pertence aos cidadãos ou ao Es-

tado e consagra a sua atividade a fazer o melhor para aquele e para este. Pois bem, vi aqui uma condição que não vi em muitos outros países, presumivelmente mais maduros. O centro-direita estende a mão à esquerda mo-derada e esta, não só a aceita, como celebra o seu com-promisso de trabalhar e construir algo sólido em conjunto. Feitas estas dissertações pergunto: Existe um Plano Es-tratégico para o Turismo em Portugal? Sim. Está feito e aprovado? Sim. Muito bem. Devemos ser conscientes de que neste plano jazem as possibilidades de crescimen-to que todos os que temos algo a dizer na indústria do Turismo gostaríamos de ter. Muitas oportunidades foram criadas e serão criadas com uma boa gestão desse plano. Em Portugal, o turismo tem sido a pedra angular da eco-nomia e está a ser o motor da recuperação. Parece lógico pensar que temos de o cuidar. De acordo com a agência Standard & Poor’s (S&P), Por-tugal irá aumentar o seu crescimento de 0,9% em 2014, para 1,7% em 2015, para depois subir ligeiramente até 1,8% em 2016 e a 1,9% em 2017 e 2018.Para tudo isto contribuirá o turismo em larga escala. Se lho permitirmos. Aproveitemos a estabilidade. Por outras palavras, deixemos trabalhar e trabalhemos para que este grémio em que nos calhou trabalhar, seja o autên-tico motor desse crescimento. Façamos uma boa gestão das oportunidades, poucas ou muitas, boas ou más, para fazer crescer esta indústria e este País

Miguel Ángel PuertasActing General Manager

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Todos os governantes deveriam

fazer o melhor para o seu País e para o povo que o

habita

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55 Índice Ficha Técnica

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Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A.

Sucursal em Portugal

SedeRua de São José, 35 - 4º andar

1150-321 Lisboa, PortugalTel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75E-mail: [email protected]

Diretor GeralMiguel Ángel Puertas

Diretora da Ponto Turismo Helena Torres

Bimestral · Ano - 2015 - Edição 21

Coordenação [email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e EdiçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.Tel.: 214 037 656 · [email protected]

[email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração CapaPedro Taquelim

FotografiaMediapearl

ProduçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.

Rua de Xabregas, 2, Piso 2, Sala 2.061900-440 Lisboa

[email protected]

Impressão e AcabamentoRBM - Artes Gráficas

Tiragem1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

TecnologiaA sua rede móvel é segura?

Análise- Mulheres no Turismo: O Turismo

dança-se sempre acompanhado de saltos altos

- Viagens organizadas e serviços de viagens conexos: a próxima legislação europeia

10 InsightsA validade do Sucesso

Lifestyle “Back to basics” Tendência para o regresso à vida simples

Viagem de: Mariana Monteiro“Gostava de explorar a Ásia”

OpiniãoUm Mundo mais humano

Grande EntrevistaJoão Cotrim de Figueiredo“Cada português é um agente turístico”

Entrevista CadernoMafalda Patuleia“O turismo não é uma ciência e não deve ser tratado como tal” Soluções“Amadeus Mini Rules”

NotíciasOTA Logitravel é Pioneira na integração da Amadeus Fare Families

“Cada português é um agente turístico”

O Presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim

de Figueiredo, diz que a capacidade de bem-receber é um dos maiores atrativos de

Portugal e que cada português tem potencial para ser um agente

turístico.

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António Perez Metelo

Presidente da HELPO

Um Mundomais humano

O mundo dos seres humanos, agrupado em 193 países pertencentes à Organização das Nações Unidas (ONU), tem vindo a estreitar o relacionamento político, económico, social e cultural, entre todos, num processo cada vez mais acelerado.

6 Opinião Um Mundo mais humano

A globalização espalha-se por todos os cantos desta Terra: tudo se mede e se compara. Com o conhecimento aprofundado uns dos outros, vai-se enraizando a consciência da pertença a uma co-mum Humanidade, que reclama para todos uma vida digna e feliz.

Objetivos InadiáveisNo início do século XXI estabeleceram-se para 2015 os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), cujo cumprimento se encontra ago-ra em avaliação. Mesmo assinalando notáveis progressos nos campos da luta contra a fome e a miséria, pela educação e saúde para todos, os ODM não foram integralmente alcançados: o Mundo regista ainda a cifra infame de 800 milhões de famintos. 193 Estados da ONU compro-meteram-se a atingir 17 novas metas, mais ambiciosas, até 2030: a Humanidade mobiliza os seus recursos para erradicar a fome, a pobreza que mata, as doenças evitáveis e curáveis, a falta de escolarização ge-neralizada, para travar a ação do Homem que destrói o ambiente, pondo em risco a sua própria sobrevivência.Numa economia global, que produz em cada dia bens e serviços no valor de 26 euros por ser humano, tornou-se intolerável, para a Humanida-de como um todo, a persistência de mil milhões de homens, mulheres e crianças (entre 7400 milhões), que continuam a ter de sobreviver com menos de um euro por dia.

O nosso Mundo é HumanoGuiado por este lema, um grupo de jovens, liderados pela Joana Lopes Clemente, criou em 2007 a ONGD Helpo (palavra que significa “Ajuda”,

em esperanto), replicando em Portugal o mecanismo de ajuda ao de-senvolvimento apoiada no apadrinhamento de crianças à distância. Com uma contribuição mensal de 14 ou de 21 euros, cria-se um laço pessoal de carinho e de apoio a uma criança lá longe, que recebe a ajuda de que necessita para poder progredir na escola e criar as bases para uma vida mais produtiva e feliz.A partir de 2008, nas Províncias de Nampula e de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique (MOZ); um ano depois, em São Tomé e Príncipe (STP), lançou-se a semente à terra, com quadros da Helpo a atuar em perma-nência no terreno, dando corpo a múltiplos programas e investimentos.Chegados aos idos de 2015, o que temos para apresentar? A Helpo está presente em 22 comunidades e 2 instituições no Norte de Moçambique, com 29 pontos de intervenção, e em 7 comunidades, com 10 pontos de intervenção, em São Tomé e Príncipe. Já nos foi possível construir 33 salas de aula em alvenaria, totalmente equipadas com mobiliário escolar; 9 bibliotecas (bem como aumentar o acervo de livros numas outras três dezenas); 8 estruturas de acesso a água limpa em re-cintos escolares; 5 hortas escolares e reabilitámos 8 estruturas de saúde (postos de saúde). Mas a ação da Helpo não se esgota nas obras de in-vestimento: todos os anos seguem contentores cheios até mais não, com

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7Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 7Um Mundo mais humano Opinião

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materiais escolares: cadernos, lápis, canetas, afias, borrachas, réguas... além de livros, man-tas, roupa e sapatilhas, que são distribuídas pelas 16 mil crianças, que apoiamos. Junta-se a isto o fornecimento diário de papinhas nos in-fantários e um lanche escolar por semana em 3 escolas primárias de Cabo Delgado; animamos no Distrito da Ilha de Moçambique o Carro das Histórias, que traz alegria e histórias de encan-tar a centenas de crianças. Cada escola, com seu animador local ligado à Helpo, recebe um kit de primeiros socorros e realizam-se sessões de sensibilização junto das comunidades so-bre segurança alimentar e conservação de ali-mentos; no campo da nutrição até aos 5 anos, participamos no combate à subnutrição aguda grave de 100 crianças, em STP, bem como ao rastreio de situações de subnutrição crónica de mais de 2.000 outras; em parceria com a UNI-CEF, introduzimos micronutrientes na alimenta-ção de todas as crianças até aos 5 anos da Ilha do Príncipe, e está em curso a extensão de outro tanto na Ilha de São Tomé.

Em Portugal, apoiamos crianças carenciadas com

estudo acompanhado durante o ano letivo e ocupação de tempos livres nas interrup-ções escolares.

Um multiplicador de afetosQual o segredo para conseguir tudo isto?É bem simples: quem se torna padrinho ou ma-drinha de uma criança na Helpo, conhece por foto o seu afilhado, sabe onde e em que cir-cunstâncias ele vive, recebe notícias semestrais pelo animador do seu progresso escolar, recebe um desenho ou mesmo uma cartinha da pró-pria criança, é encorajado a visitá-la.Mas os meios financeiros, de que a Helpo dis-põe, são aplicados nas escolas, onde estamos, sem discriminações. Assim, os 3 400 padri-nhos e madrinhas atuais da Helpo (bem como os doadores pontuais), ajudam não só outros tantos afilhados, como um conjunto de 16 000 crianças, com as quais estes convivem. A con-tribuição diária atinge 0,40 ou 0,70 euros – o equivalente a uma bica... Mas para quem vive com menos de 1 euro por dia, esta transferên-cia de recursos faz toda a diferença!Portugal comprometeu-se há já muitos anos, tal como os países mais desenvolvidos, a apli-car 0,70 % do seu PIB anual em Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Em 2014, ficou-se pelos 0,19% - um quarto do devido! Os cidadãos deste país não podem ficar indiferentes a isto: é urgente multiplicar o número daqueles que querem legar aos seus filhos e netos um Mundo mais humano. l

Portugal comprometeu-

-se há já muitos anos, tal como os países mais desenvolvidos, a aplicar 0,70 % do seu PIB anual

em Ajuda Pública ao Desenvolvimento

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8 Grande Entrevista João Cotrim de Figueiredo

João Cotrim de Figueiredo

Presidente do Turismo de Portugal

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Mais do que as praias, as paisagens ou os monumentos, são os portugueses e a forma como recebemos os turistas que estão na base do sucesso do turismo, chamando-lhe “um grande ativo neste ganho de competitividade”, sendo fundamental reconhecer o papel do turismo na economia do País.

João Cotrim de Figueiredo“Cada português é um

agente turístico”

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Ponto Turismo › Ponto Turismo - Os dados divulgados recentemente dão boas perspetivas. Vamos ter um ano melhor do que o ano passado?João Cotrim de Figueiredo › Vamos. Já es-tamos bem dentro da segunda metade do ano e com os dados oficiais até junho e com indicações oficiosas que va-mos recebendo, é possível dizer que este ano vai ser melhor do que o ano passado em todas as variáveis rele-vantes, com uma ou duas leituras mais de pormenor que interessa sublinhar. A primeira é que o turismo em Portugal está com um crescimento em valor su-perior ao crescimento em vo-lume – isto corresponde a uma qualificação da oferta, a uma maior diversidade da quantidade de oferta que faz com que quem nos visita deixe cá mais dinheiro. Um segundo aspeto é que mercados importantes, quer do ponto de vista do seu volume atual quer do seu potencial, estão a portar-se muito bem. Destacaria a Alemanha em que estamos a crescer sensivelmente o dobro

do ritmo do mercado alemão como um todo. O mercado ale-mão deve estar a crescer cerca

de 6,5% em volume e Portu-gal está a crescer no merca-do emissor alemão 13%. Este ganho de quota, que era um dos objetivos que tínhamos, está a materia-lizar-se e dá-nos muita es-

perança que o mercado ale-mão possa ter para Portugal a

dimensão que se justifica. E se me permite um pouco de orgulho,

até junho os nossos dados comparati-vos com o que se está a passar a nível do

turismo em Espanha, indicam que a nível das dor-midas, Portugal está a crescer 5 vezes mais do que Espanha. Espanha está a crescer cerca de 1,6% e nós estamos cerca dos 7,5%. É um sinal de competitividade porque sabemos que

João Cotrim de Figueiredo Grande Entrevista

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Dentro do que está a ocorrer de muito bom em

Portugal, haverá empresas onde a evolução tem sido excecional, e outras que

estão abaixo dessa média

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10 Grande Entrevista João Cotrim de Figueiredo

é muito frequente os turistas estrangeiros terem Portugal e Espanha – e eventualmente outros mercados – como últimas escolhas para faze-rem a decisão final. Isso significa que estamos a ganhar nessa última fase.

Ponto T. › Então porque é que as empresas se queixam? Dizem que têm baixa rentabilidade, os preços continuam muito baixos… J.C.F. › Eu acho que o nível de queixas é hoje muito in-ferior ao que já foi. Ou confiamos nos dados que temos e algo está mal nas queixas, que são realmente pouco representativas, ou temos de questionar os dados e toda uma outra discussão teria de ser iniciada Uma coisa é certa: as médias são isso mesmo. Dentro do que está a ocorrer de muito bom em Portugal, haverá empresas onde a evolução tem sido excecio-nal, e outras que estão abaixo dessa média e ainda não terão recuperado dos anos difíceis da crise. Agora quer do ponto de vista empírico quer dos dados que nos vão chegando, não tenho dúvidas que Portugal está a um nível de rentabilidade na generalidade das atividades turísticas, quer do alojamento, restauração, animação, superior ao que tínhamos antes da crise. Não chega, há vários fatores que têm que continuar a ser trabalhados, nomeadamente na sustentação desta evolução dos RevPar e dos preços médios no aloja-mento e nas outras atividades e no prolongamento no tempo deste ciclo. Não bastam um ou dois anos. Neste caso uma ou duas andorinhas não farão a primavera do turismo. Precisamos de mais anos para que a consolidação financeira que se iniciou se possa solidificar. A partir desse momento é de es-perar que as empresas que têm no turismo a sua atividade principal possam

voltar a ter níveis de autofinanciamento que lhes permitam reinvestir e que possam, a partir desse

momento, alimentar o ciclo de crescimento.

Ponto T. › Esse é precisamente um dos grandes pro-blemas que se colocam…o do autofinanciamento…

J.C.F. › Exatamente. Não só pela abertura do novo quadro comunitário, mas pela melhoria da situação de liquidez do sistema financeiro, hoje já não há uma queixa generalizada da falta de acesso ao crédito, mas os capitais alheios, e mesmo os capitais comunitários, não são, para muitos casos e para muitos projetos, a melhor solução de financiamento. Há que continuar a trabalhar para criar condições para que as empresas possam ter nas suas margens operacionais, rentabilidade suficiente para poderem ter uma compo-nente de autofinanciamento grande. Ponto T. › Embora a expressão do Observatório do Turismo não seja vossa, quando é que vamos ter um?J.C.F. - Sim, a expressão não é nossa. O que dizemos é que esta atividade é demasiado importante e grande para poder ser gerida com vagas impres-sões ou com números insuficientes ou pouco atempados, daí que estejamos a iniciar, e aí sim, um projeto nosso, de gestão do conhecimento, de Busi-ness Intelligence, para conseguir por à disposição do setor todo, de todos os

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Portugal está a um nível de rentabilidade

na atividade turística [...], superior ao que tínhamos antes da

crise

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11João Cotrim de Figueiredo Grande Entrevista

stakeholders, informação fidedigna, atem-pada e sobretudo virada para a deci-são. Que permita a tomada de boas decisões ou que evite a tomada de más decisões. Nós temos muita informação interna no Instituto, mas temos outra, que é importante, mas que não está dentro do instituto, existe fora, e que temos a obrigação de ir buscá-la, para por esse manancial de informa-ção que melhora a qualidade das decisões ao serviço do setor. Isso é importante. A esse propósito e fazendo a ligação com a pergunta anterior, por exemplo já vi leituras da central de balanços do Banco de Portugal, a propósito da autonomia financeira das empresas de turismo, com carac-terísticas que são insuficientes para a tomada de decisão. Um operador que esteja na fileira do alojamento, numa de-terminada tipologia e que vá à central de balanços do BdP ver com qual é que se deve comparar, não consegue tirar uma conclusão. Para além do facto, e isto talvez justifique a pergunta que fez sobre as empresas que se queixam, que os dados nos quais estão baseados a central de balanços que saiu em abril são de 2013 e desde então houve melhorias em muitas empresas, algumas das quais estarão até em níveis superiores a antes da crise. Ponto T. › Disse recentemente que o turismo cria mais emprego e mais qualificado. Está a alterar-se o perfil dos empregos do setor?J.C.F. › Está e pelo melhor dos motivos, porque está a acompanhar a mudança do perfil do turista. À medida que as pessoas viajam à procura de outras coisas que não são aquelas que procuravam no passado, quem está neste terri-tório de mostrar os destinos e quiser manter-se competitivo tem de acompanhar esse movimento. Desde as ferramentas tecnológicas que acompanham o turista e que hoje são in-contornáveis até ao conteúdo que estão nessas e noutras plataformas, exigem hoje muito mais conhecimento e qua-lificação. Apraz-nos registar que quando viajamos pelo País a acarinhar novas iniciativas, vemos star-ups dinamizadas por historiadores, por biólogos, por cartógrafos, pessoas das mais variadas especialidades que viram no turismo e no au-mento grande do fluxo de turistas uma hipótese de negócio baseada no seu conhecimento.

Ponto T. › O setor da restauração está um pouco em re-volução. Por um lado houve uma parte que sofreu muita destruição de emprego, por diversos fatores em que o aumento do IVA é o mais citado. Por outro lado, há um nascer de novas tendências e conceitos na gastronomia muito virado para o turismo… Que revolução é esta?J.C.F. › A primeira coisa que diria e sem querer arrumar o as-sunto que realmente tem muitos matizes e complexidade, é que o que quer que esteja a acontecer na restauração, e diria o mesmo noutras fileiras, está a acontecer em total liberda-

de o que quer dizer que quem está a entrar ou a sair no setor é porque viu ou dei-

xou de ver oportunidade no negócio. Isto é importante porque também

aqui é o acompanhar das ten-dências do perfil de quem nos visita que está a introduzir essas alterações, mas, e res-pondendo à parte de vocação de mais para portugueses ou mais para os estrangeiros, eu

diria que é inegável, daquilo do que tem sido apurado pelos in-

quéritos aos turistas, que um dos fatores de atratividade de Portugal é a

capacidade de conviver com portugueses. Portanto, crescentemente, os estrangeiros que vi-

sitavam o país e que gostavam de ficar em hotéis que fala-vam a sua própria língua e de comer a sua própria comida e andava em grupo com os seus próprios conterrâneos está a diminuir de importância. As pessoas querem de facto uma imersão na cultura local e no caso concreto de Portugal, em que o contacto com o português, que é um povo extraor-dinariamente acolhedor e que tem sido talvez um grande ativo neste ganho de competitividade, faz com que o turista moderno não se sinta bem num ambiente que seja clara-mente para turistas. Os conceitos que têm estado a aparecer e eu estou de acordo, que são crescentemente sofisticados, no sentido de serem novos, de serem trabalhados, são-no com muita recetividade por parte dos turistas mas também por parte dos portugueses.Uma nota. Quero utilizar a plataforma da Ponto Turismo, poara dizer os portugueses são o grande ponto de distinção da nossa competitividade turística e é por isso que somos bons, porque somos particularmente bons anfitriões, genui-namente, que devíamos estar e sentir-nos todos convocados para esta atividade muito transversal, muito diversa, devía-mos ser todos convocados para sermos todos agentes de turismo. Cada português devia ser um agente do turismo. Se tivermos esta postura acho que podemos continuar este ciclo de crescimento durante muitos anos.

Ponto T. › Essa questão de dizer que os portugueses são muito acolhedores, leva-me a outra que é o excesso de turistas poder destruir isso...J.C.F. › Sim isso tem sido um tema que tem estado na agenda mediática e eu serei a última pessoa a desvalorizar esse tema… Eu acho que os problemas devem ser aborda-dos com as autarquias, com as entidades de fiscalização, com as entidades de segurança pública, devem ser tratados com seriedade, mas esses problemas não podem ser pre-texto para limitar, regular, proibir ou evitar. Têm que ser vistos como obstáculos que têm que ser ultrapassados, porque o que é fundamental reconhecer é que o papel do turismo na economia do País como um todo e das cidades em particu-lar, tem sido absolutamente insubstituível. Sem turismo nem a balança de pagamentos de Portugal estava equilibrada, nem os centros da cidade se tinham regenerado, nem mui-tas pessoas que viviam ou passaram a viver nesses centros

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“os portugueses são o grande ponto

de distinção da nossa competitividade

turística”.

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12 Grande Entrevista João Cotrim de Figueiredo

teriam emprego ou rendimento, e esse enorme fluxo de rendimento e de opor-tunidade para as pessoas tem de ser preservado. Portanto se há questões a resolver, e admito perfeitamente que haja, é nesta ótica que têm de ser tratados. Vamos resolver os problemas para poder continuar a beneficiar do enorme apport que o turismo tem. Nesse sentido o trabalho em conjunto e a objetividade de olhar para os problemas é crucial. Não podemos dizer que por causa desta ou daquela questão vamos revolucionar ou mudar o modelo do turismo em Portugal porque isso não faz sentido.

Ponto T. › Mas apesar do sucesso, a sazonalidade agrava-se porque o crescimento do turismo na época alta é maior do que na baixa….

J.C.F. › É isso mesmo. O problema da sazonalidade no turismo é cada vez mais visível quanto mais sucesso tem. E os produtos turísticos, que têm li-gados ao clima o seu ponto de venda, a sua unique selling proposition mais forte, vão sempre sofrer disso. O mais paradigmático em Portugal é o Algarve, a nossa maior zona turística, aquela região em relação à qual se pode di-zer que “quando o Algarve apanha frio todo o País se constipa” e há muitas coisas que têm vindo a ser feitas e que com certeza irão produzir os seus frutos no futuro relativamente ao combate da sazonalidade e aqui estou a falar sobretudo das acessibilidades aéreas que não podem deixar de existir abruptamente durante a época baixa, e na criação de produto que não de-penda do clima e da existência do calor embora o sol ajude sempre, para

poderem ser desfrutados. Portanto o trabalho que está a ser feito com as Entidades Regionais de Turismo, as autarquias e com alguns empresários tem sido importante. Mas não vou esconder que para além do facto da sazonalidade ser maior quanto mais sucesso tem, que é quase um paradoxo, só será resolvido quando o turismo não for visto como uma atividade isolada e uma indústria que vive per si. O turismo precisa de um enquadramento, de um território, de uma vivência, de uma população, que exista para além do turismo. O crescimento da atividade económica, e aqui podemos falar do Algarve como de outras regiões como um todo, tem que estar muito mais pujante para que o turismo possa ter um enquadramento, um clima onde possa funcionar melhor na época baixa que por definição, a época baixa nunca será como a época alta, mas podemos estreitar muito este gap se tivermos esta vi-são holística integrada do desenvolvimento económico. Não é possível qualquer região viver só de uma atividade e no caso do turismo, ainda é mais verdade porque não havendo outra atividade que suporte as populações locais acabamos por ter uma certa desertificação, é verdade que é sazonal também essa desertificação, mas acabamos por ter uma desertificação que não é atraente para qualquer destino. Ponto T. › Portugal vai receber 25 mil milhões de euros dos cinco Fundos Europeus Estruturais e de Investimento no âmbito da estratégia Europa 2020 e já foi apresenta-do o plano Turismo 2020. Qual é a estratégia para chegar ao 10º destino mais competitivo, com 13,5 mil milhões de euros de receitas e 50 milhões de dormidas? Onde é que vamos “buscar” esses turistas?J.C.F. › Eles estão aí… não são metas que sejam irrealistas, são ambiciosas e acho que o ritmo de crescimento que esta-mos a ter aponta para que de facto possamos ter essas me-tas, dentro deste equilíbrio que estamos a tentar fazer entre quantidade e valor.

Ponto T. › Mas há uma estratégia…J.C.F. › Há e a estratégia passa basicamente por afirmar cada vez mais Portugal como um país que: 1º melhor recebe – mais uma vez digo isto não porque seja uma opinião pessoal ou Auto congratulatória nossa, mas é o que resulta dos nossos interrogatórios que fazemos a quem nos visita, em que o calor humano e a forma como foram recebidos aparece de forma sistemática com um dos grandes fatores de agrado, especial-mente agora com destinos que nos são concorrentes. Portanto é um fator em relação ao qual, muito mais do que em rela-ção à qualidade das praias, ao equilíbrio do clima ou à beleza dos monumentos ou das paisagens, que em qualquer sítio é

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João Cotrim de Figueiredo Grande Entrevista

argumentável que outros destinos têm tão bom ou melhor do que Portugal. A

nossa capacidade de acolhimento não tem par e por isso insis-

timos muito. Se colocarmos isto como posicionamento de marketing na cabeça dos consumidores de uma forma geral, ninguém nos consegue tirar daí durante muitas décadas. Em segun-

do lugar, e porque não basta posicionarmo-nos em termos

de marketing, temos de ter um trabalho muito mais sistemático

e profundo com operadores turísticos, com agentes de viagens. Trabalhar muito

de perto a distribuição, conseguir transformar todo esse interesse que temos conseguido gerar em Portugal, nomea-damente nos meios online, em efetivas reservas, tem sido um trabalho que tem produzido bons frutos e que vamos continuar porque ainda há muito para ganhar nessa frente. Depois temos toda a componente de acessibilidade que já disse. Não interessa se temos o melhor destino do mundo e uma facilidade tremenda em reservar se depois não for possível deslocar-se até Portugal. O trabalho com as com-panhias aéreas é constante. De relembrar que Portugal é um país com grande potencial turístico, portanto que lhes inte-ressa ter rotas abertas para Portugal porque vão ser rotas rentáveis e esse trabalho também tem que ser diário e in-tensificado. Já foi responsável por boa parte do crescimento

até agora e cremos que é possível continuar a fazer mais. Por isso quando me falam no Turismo 2020 é preciso ver como é que olhamos para esta expressão Turismo 2020. Tem um conjunto de elementos importantes, falou de um que é o documento orientador com 5 princípios para uma ambição, que substituiu o PENT. Já anteriormente tínha-mos tido o Turismo 2020 – Plano de ação, também já te-mos o Turismo 2020 – promoção externa, que tem a ver com protocolo que celebrámos com a CTP e que vai pela primeira vez permitir incorporar entre as ações da promo-ção externa aquilo que são os inputs da iniciativa privada nesse domínio. Estes vários elementos corporizam a visão do que será o turismo em Portugal no ano 2020, um turis-mo muito virado para a capacidade de adaptação. Os seus princípios que listámos vão estar todos plasmados espero eu. Em primeiro lugar a enorme preocupação e em primeira linha com o turismo. Se o turista muda e às vezes muda de forma drástica, nós temos de ter agilidade, temos de ser ágeis e dinâmicos. Dinâmicos porque queremos crescer, so-bretudo em receitas, e ágeis para podermos mudar porque vamos ter de nos adaptar rapidamente. As empresas por-tuguesas deram um excelente exemplo perante as dificul-dades que tiveram nestes anos mais recentes de conseguir fazer essa adaptação. Depois não basta termos os turistas como primeira preocupação, temos que respeitar a liberdade que eles têm de escolher, assim como temos de respeitar a liberdade dos agentes económicos quererem oferecer a sua oferta da forma que entenderem. Ou seja, resistir à tenta-ção de um Estado central, ou uma organização coletiva tem mais ciência, conhecimento ou sabedoria sobre o que pode ou não ser uma boa oferta turística do que outra. É deixar

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“temos de ter um trabalho

muito mais sistemático e profundo com

operadores turísticos, com agentes de

viagens”

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CADERNO

14 Grande Entrevista João Cotrim de Figueiredo

a criatividade e a imaginação das pessoas a funcionar. Sublinho isto. Aquilo que os portugueses têm feito com a maior facilidade e a maior simplificação que surgiu no setor é de facto notável. Pegaram nas suas capacidades e nos recursos que tinham à sua disposição, e fizeram coisas magníficas, conceitos novos, tudo com um extraordinário respeito numa forma geral, pela identida-de portuguesa, com uma grande preocupação em ir ao encontro daquilo que o turista precisa. O português, quando lhe são dadas condições, é tão ou mais empreendedor do que qualquer outro e tão ou mais criativo do que qualquer outro e isso dá-me imenso gozo verificar. Acho que pode ser uma alteração do paradigma para a economia portuguesa. Os outros princípios que lá estavam, espero eu, também vão estar plasmados em 2020, não só o primado do

turista e respeito pela liberdade, mas também a agilidade às mudanças que falámos há pouco, o conhecimento – o tal Business Intelligence - e um quinto princípio que espero que tenha ficado adquirido e plasmado para sempre na cabeça de quem está no Turismo, que é a colaboração. Já não há turistas que venham para monoproduto, mono-atividade, os turistas viajam para várias regiões dentro mesmo país, muitas vezes na mesma via-gem. Haver fronteiras artificiais, ou distinções mais ou menos sintéticas entre o que existia no passado e o que vai passar a haver, entre tipo de regiões, é não respeitar como o que o turista vê e planeia a sua viagem e tirar competitividade. Temos de continuar a colaborar, entre todos, incluindo entre países.

Ponto T. › Nesse ponto e em termos de articulação, podemos falar da capacidade aeroportuária. Já há solução para Lisboa?J.C.F. › Esse tema é complexo e está sob a tutela dos transportes do governo. Já foi assumido publicamente que se pensa ser possível, e há projetos con-cretos nesse sentido, de ativar a base aérea do Montijo para servir de comple-

mento à Portela que é onde o problema de limitação se coloca a mais curto prazo. A ser verdade o que se está a dizer, resolve o problema da capacidade em Lisboa durante muitos anos.

Ponto T. › Falava há pouco da articulação entre regiões… e o transporte entre regiões. O turista pode não querer ir de automóvel, pode querer ir de comboio, de avião…J.C.F. › É curioso que coloque a questão dessa forma, quan-do se discute estes assuntos nos fóruns europeus, passamos muito tempo a falar da acessibilidade aérea, mas a intermo-dalidade é que é muitas vezes o fulcro, mais do que preparar os países para terem a suficiente capacidade aérea para o que venha a ser a procura, é dispersá-la por vários meios de transporte possível. Neste caso o avião ou o comboio, ou outros meios coletivos de transporte.

Ponto T. › As candidaturas aos apoios já estão abertas? J.C.F. › Já. Para ser rigoroso a primeira abriu no final de 2014. Um concurso bastante específico para três ou quatro matérias. Temos já, creio, 12 avisos abertos nos mais variados domínios, com uma afluência muito grande para empresas portugue-sas que se via que estavam à espera que abrisse esta porta para submeter os seus projetos. Aquilo que normalmente tem maior visibilidade são os projetos de competitividade e inter-nacionalização. Recebemos no primeiro aviso 86 candidatu-ras. É uma afluência bastante grande para o que era norma.

Ponto T. › São para projetos especificamente de quê?J.C.F. › Aparece um pouco de tudo. Devo dizer que ainda apa-recem demasiados projetos para o meu gosto que são mera expansão de oferta. Seria pouco inteligente da nossa parte es-tar a favorecer ou a financiar aumentos de oferta quando ain-da temos taxas de ocupação médias anuais baixas e temos a intenção de permitir o crescimento médio dos preços médio.

Ponto T. › São grupos hoteleiros que querem expan-dir-se…

J.C.F. › Às vezes não são grupos. Às vezes são pessoas que querem entrar nesse negócio do alojamento. O próprio regulamento dos fundos prevê que esta não preferência pelo aumento de capacidade tenha exceções, nomeada-mente no caso em que se trate de projetos com uma componente de inova-ção grande. Distinto mesmo do que existe naquela região, naquela tipologia de alojamento. Quando recuperam edifícios que de outra forma ficariam ob-soletos e vazios, ou quando seja numa área onde haja uma manifesta capa-cidade de absorção dessa oferta. Portanto caso a caso vamos analisando se algumas das propostas se inclui numa destas exceções. l

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CADERNO

NotíciasLogitravel é a primeira OTA a implementar a solução Amadeus Fare Families

SoluçõesAmadeus Mini Rules exibe as informações essenciais das regras da tarifa, poupa tempo, aumenta a eficiencia, personaliza o conteúdo e melhora o processo de decisão.

No turismo e na hotelaria, é “saber fazer”

Mafalda Patuleia DIRETORA INSTITUTO NOVAS PROFISSÕES

Mafalda Patuleia Entrevista Caderno 15

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Caderno Amadeus

Mafalda Patuleia

DIRETORA INSTITUTO NOVAS PROFISSÕES

Entrevista Caderno Mafalda Patuleia

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Page 17: Ponto Turismo 21

Mafalda Patuleia“O turismo não é uma ciência e não deve ser tratado como tal”

17Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 17

Caderno Amadeus

Mafalda Patuleia

DIRETORA INSTITUTO NOVAS PROFISSÕES

Mafalda Patuleia Entrevista Caderno

técnico-profissional correspondem? Corres-pondem para o saber fazer, mas para um

bocadinho mais alargado e para aquilo que o empregador quer neste momento, que é al-

guém que saiba refletir, raciocinar, inovar…

Ponto T. › Então existe uma lacuna?M.P. › Existe porque nós temos uma orien-tação estratégica de ensino superior que não se compadece. Na minha opinião o mal não está nas universidades e nos po-

litécnicos. O problema está nas orientações do Ministério. De uma vez por todas, temos

de perceber que o turismo não é uma ciência e não tem que ser tratado como uma área como

o direito ou a medicina que já têm a sua maturação. Nós tivemos a primeira licenciatura em turismo na década

de 90. É recente. Como é que podemos fazer as mesmas exigências ao ensino do turismo e da hotelaria e fazer as mesmas exigências à área da Medicina e do Direito, apesar das dinâmicas serem iguais porque a socieda-de assim o impõe?

Ponto T. › Então o que é que é preciso que o Ministério faça? M.P. - Conhecer, não as universidades, mas o que compõe os cursos em cada universidade. Ou seja, se calhar tem de refletir e pensar que as exi-gências não podem ser todas iguais para todas as áreas. O Ministério não pode pôr as mesmas diretrizes para um curso de gestão comercial e vendas que temos no INP como põe para um curso de Sociologia. As competências adquiridas pelos vários professores não são iguais. Em Portugal não che-gam a 50 os doutorados em Turismo. Quantos existem em Sociologia, ou

Ponto Turismo › Tomou recentemente posse como dire-tora do INP. Qual vai ser o plano de trabalhos do Instituto Novas Profissões para o futuro?Mafalfa Patuleia › Quando falamos no INP falamos em áreas no ensino politécnico, e em áreas que se iden-tificam como sendo de novas profissões. Sem-pre foi apanágio do INP criar novas pro-fissões ao longo destes anos. Há uma área que agora toma uma relevân-cia maior que é a do Turismo. No INP o que se pretende é criar, do ponto de vista da Universidade Lusófona, um Instituto Politéc-nico que abrange várias áreas que podem ser áreas-chave de competências no nosso País. Como por exemplo a área comer-cial, das relações públicas e comu-nicação, do turismo, da saúde, etc.. Sou apologista que o nosso País tem

espaço para estes dois tipos de ensino. Ou seja a Universidade onde existe a valência das competências, da gestão, da reflexão e o espaço do

politécnico que é o ensinar a saber fazer. E se quisermos ser ver-dadeiros, no turismo e na hotelaria, é “saber fazer”. Quando chego ao pé

de um hoteleiro que me pergunta quais os laboratórios que temos, eu só posso ter laboratórios porque estou no ensino politécnico. Isto leva a ou-

tra conversa que tem a ver com o enquadramento do ensino em Portugal.

Ponto T. › Que é uma das perguntas que tinha em mente…M.P. › Digo desde já que o ensino em Portugal não se enquadra com as exigências das profissões em Portugal. Sejam elas quais forem. Eu falo na área do turismo e da hotelaria e dos eventos porque é uma área que do-mino e que percebo claramente que as exigências de qualquer profissional não se compadecem com aquilo que estamos a ensinar nas instituições de ensino superior. Se me disser assim: “Então as instituições de ensino

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as exigências de qualquer profissional não

se compadecem com aquilo que estamos a ensinar nas

instituições de ensino superior

Mafalda Patuleia é a nova diretora do INP e nos seus objetivos está a criação de um “hotel de aplicação”, um local onde os alunos praticam o que aprendem no Instituto indo ao encontro da necessidade do turismo e hotelaria que é ensinar a “saber fazer”.

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18 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo18

Caderno Amadeus

Entrevista Caderno Mafalda Patuleia

em Ciências da Comunicação? Quanta investigação já se fez? Em Turismo não, nem em hotelaria. No fundo há que haver um equilíbrio no que diz respeito a estas exigências, sobre o que se quer do turismo. E o turismo e a hotelaria e todas as áreas transversais não são iguais a outra ciência e como tal não podemos ser tratados da mesma forma. Não pretendo ser especial, mas acho que o Ministério devia olhar um bocadinho para esta área e não catalogar desta forma tão homogénea.

Ponto T. › Em que medida pode a formação con-tribuir para que Portugal se consolide como desti-no de excelência? M.P. › Como sabe houve a desregulamentação das vá-rias profissões. Esse é um tema claramente polémico que vem desde o governo socialista e é uma diretiva comunitária. Temos que a aceitar, não há nada a fazer. Então se ela existe, vamos achar mecanismos que ul-trapassem estas diretivas. Ou seja, aquilo que a ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal) fez foi arranjar, e muito bem, uma certificação. Juntou uma série de escolas e arranjaram critérios que pudessem validar os alunos que têm competências para serem diretores de hotel. É simples! Arranjámos uma solução onde o aluno encontra segurança, onde o empregador pode dizer “aquela escola corresponde exatamente às expectativas que eu acho que um pro-fissional deve ter.

Ponto T. › Quais são os principais desafios que se colocam aos profissionais que escolhem uma carreira no turismo?M.P. › Ser inovador e empreendedor. Costumo dizer aos meus alunos: criatividade, inovação e empreendedo-rismo são as três realidades que têm neste mo-mento porque tudo o resto têm. O coeficiente de inteligência está trabalhado, mas depois se olhar para a inovação e mesmo a criatividade, é o coeficiente emocional que está a funcio-nar e que nós, sem querer, não deixamos os nossos alunos trabalhar. Eu penso que é o maior desafio que temos hoje em dia é ser criativos, é arranjar soluções para os proble-mas ou desafios que são colocados no futuro. É fulcral para as novas profissões que o turismo está a criar. Nós vemos o que está a acontecer com os agentes de viagens que passaram a ser consultores.

Ponto T. › E em termos de oferta de emprego. Está a procura adequada à oferta? M.P. › A procura está adaptada à oferta. A questão na atividade turística é que nunca se valorizou o profissional de turismo e na minha opinião pode-se valorizar mais. E como é que se valoriza? Através de uma remuneração um bocadinho mais adaptada à realidade. E o profissional de turismo é estóico. Eu admiro muito um profissional de turismo porque tem de se adaptar a todas as realidades, a todas as valências. Ele tem de saber a parte de legisla-ção, do marketing, a sociologia e depois tem de desempenhar estas funções em conformidade... Depois, se calhar a remuneração não é a mais aliciante.

Ponto T. › De que modo é que o INP pode trabalhar com o empresa-riado não só para melhorar como para integrar os alunos?

M.P. › Quando falo com os meus alunos percebo que quando escolhem um plano curricular numa determinada universidade, não estão preocupados se tem mais ou menos matemática, mais ou menos sociologia, eles querem saber qual é a taxa de empregabilidade e quais são as empresas com que

a universidade trabalha. Por isso, o INP e a Universidade Lusófona e a minha prioridade na área do turismo é trazer o mercado de

trabalho para dentro da academia, através de protoco-los que celebramos que depois têm outputs bastan-

te concretos, trabalhos em conjunto, por exemplo parcerias em congressos, trabalhos em consul-

toria, etc.. Depois temos a questão da parte de trazer o profissional para dentro da academia ou seja, através de seminários, congressos, o que for, para ele transmitir exatamente essa parte da matéria que nós académicos deixamos um bocadinho de fora. O que dize-

mos é venham e transmitam vocês. Ou seja queremos que o aluno saia daqui a saber exa-

tamente aquilo que está a fazer no mercado de trabalho. Não é por acaso que aqui temos um quarto

de aplicação, uma receção de aplicação, uma cozinha e gostávamos de ter um restaurante de aplicação. O aluno sai

a saber exatamente como se deve gerir esse espaço.

Ponto T. › Está previsto esse restaurante?M.P. - Muito em breve. O objetivo, aliás desde 2000 que ando a impor a mi-nha vontade que é ter um hotel de aplicação. Já tivemos o processo em cima da mesa mas a crise inviabilizou. Temos protocolos com várias associações, mas o objetivo é ter mesmo um espaço de aplicação, não só na hotelaria, mas também noutras áreas..

Ponto T. › Como vê a parceria com a Amadeus?M.P. › Não posso dizer nada além de excelente! Aliás aqui ensinamos o sis-tema Amadeus. l

#21 OUT/NOV 2015

o maior desafio que

temos hoje em dia é ser criativos, é

arranjar soluções para os problemas ou desafios

que são colocados no futuro

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19Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 19

Caderno Amadeus

Amadeus Companion Soluções

Amadeus Mini Rules providencia um resumo pequeno e claro das Notas da Tarifa mais importantes aplicáveis a uma tarifação, de modo a que as mesmas sejam de fácil e rápida compreensão.

Os dados apresentados baseiam-se nas restrições da nota da tarifa que são processadas e validadas para um determinado contexto de tarifação.

Tal permite que os clientes Amadeus possam produzir um texto coerente para que o cliente final compreenda facilmente as restrições relacionadas à tarifa selecionada.

A solução Amadeus Mini Rules destaca as condições da tarifa mais im-portantes para uma determinada tarifação, relativamente às seguintes categorias da tarifa: • Reserva Antecipada e Emissão (Advance Reservation and Ticketing)• Alterações Voluntárias (Voluntary Changes)• Estadia Mínima e Máxima (Minimum and Maximum Stay)

Quaisquer penalidades aplicáveis são exibidas de forma clara e concisa.

Mini Rules permite:- Poupar tempo ao Agente de Viagens, devolvendo-lhe instantanea-

mente as regras e condições mais importantes da tarifa.- Aumentar a eficácia dos Call Centers, através da redução do número

de chamadas de clientes, tendo em conta que a informação lhes é disponibilizada online, de forma clara e concisa.

- Melhorar o processo de decisão para os Corporate Travel. Com infor-mação clara das restrições da tarifa poderão tomar decisões acertadas no momento de reservar através de ferramentas como Amadeus e--Travel Management.

“Amadeus Mini Rules”Regras e condições da tarifa simplificadas para si e para os seus clientes

Amadeus Mini Rules exibe as informações essenciais das regras da tarifa, permitindo poupar tempo, aumentar a eficiencia, personalizar o conteúdo e melhorar o processo de decisão.

- Personalizar o conteúdo. Proporciona aos utilizadores de Web Servi-ces informação estruturada para personalizar os conteúdos dos websi-te e traduzi-los em qualquer idioma.

Solicitar Mini Rules ao tarifarAs Mini Rules estão disponíveis assim que o PNR é tarifado. Se o sistema devolver varias recomendações de tarifação, deve selecionar uma (atra-vés do comando FXT ou FXV) antes de aplicar a solicitação de Mini Rules.

Se um segmento for eliminado após a tarifação, o PNR deve ser tarifado novamente antes de solicitar a visualização das Mini Rules.

1.JONES/A MRS 2 6X7000 A 15DEC 6*NCECDG DK1 1300 1500 15DEC 3 6X2000 A 15DEC 6*CDGLHR DK1 1600 1700 15DEC 4 6X1000 A 20DEC 4*LHRCDG DK1 1200 1500 20DEC 5 6X7001 A 20DEC 4*CDGNCE DK1 1600 1700 20DEC

>FXX01 P1 LAST TKT DTE 15DEC12 ------------------------------------------------------ AL FLGT BK T DATE TIME FARE BASIS NVB NVA BG NCEXPAR 6X 7000 A A 15DEC 1300 ART 2P LON 6X 2000 A A 15DEC 1600 ART 2PXPAR 6X 1000 A A 20DEC 1200 ART 2P NCE 6X 7001 A A 20DEC 1600 ART 2P

>FWR

Solicitar Mini Rules a partir da TSTAs Mini Rules também podem ser solicitadas a partir da TST.

--- TST --- 1.SMITH/P MR 2 6X7000 A 15DEC 6*NCECDG DK1 1300 1500 15DEC 3 6X2000 A 15DEC 6*CDGLHR DK1 1600 1700 15DEC 4 AP [email protected] 5 TK OK19JUN/NCE1A0000//ETAF >FWR/T

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20 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo20

Caderno Amadeus

Soluções Amadeus Companion

Solicitar Mini Rules As Mini Rules podem ainda ser visualizadas através do bilhete eletrónico, de duas formas: • Visualização através do número de bilhete eletrónico após a entrada

FWR. Esta entrada pode ser utilizada de forma independente. Não é necessário recuperar o PNR.

FWR/TKT123-4567890123

• As Mini Rules também podem ser visualizadas a partir do PNR, através da linha de FA/FHE associada ao bilhete eletrónico.

FWR/L2

Esta solução disponibiliza as condições de reemissão para alteração ou cancelamento de voo/bilhete eletrónico nas seguintes situações: • Antes da Partida• Falha de Comparência Antes da Partida (Caso o passageiro não compareça ao primeiro voo)• Após a Partida• Falha de Comparência Após a Partida (Caso o passageiro não compareça aos voos seguintes)

Para cada uma das seguintes situações, o Amadeus Mini Rules devolve a seguinte informação:• Permissão de Revalidação, Reemissão e Reembolso para cada um dos

componentes da tarifa• Taxa de Penalização Mínima e Máxima por componente de tarifa para

revalidação/reemissão• Taxa de Penalização Máxima por bilhete para revalidação/reemissão• Validade do bilhete

Como aceder às Mini Rules AmadeusPara aceder ao resumo das notas da tarifa, o contexto de tarifação deve ser criado primeiro.

Transações de Tarifação para processamento de Mini RulesOs diferentes tipos de entradas de tarifação que permitem a criação das Mini Rules incluem a tarifação do itinerário.A seguinte lista indica todas as transações de tarifação aplicáveis: • Tarifa: FXX, FXP (seguido de FXT ou FXV, caso necessário)• Melhor Tarifa: FXR, FXB, FXL, FXA (seguido por FXZ, FXU, caso necessá-

rio)• Nota Tarifação com ATC: FXF, FXE, FXQ, FXOAssim que as Mini Rules tiverem sido criadas durante a tarifação, podem ser imediatamente recuperadas até 3 minutos após a tarifação a par-tir do contexto. Após este tempo, as mesmas podem ser recuperadas a partir da TST, através do bilhete eletrónico ou do registo de uma Oferta.

Solicitar Mini Rules a partir do Amadeus OffersNa solução Amadeus Offers, pode solicitar a visualização das Mini Rules assim que o PNR tiver Ofertas e tiver sido gravado. As Mini Rules podem ser solicitadas diretamente a partir da visualização do PNR.

--- OFR ---1.DOE/J MR

>RTOF1 OFFER 2000.00 EUR6X0001 C 31OCT 3 NCEIST UN1 1 1330 1720 E6X0002 C 31OCT 3 ISTBKK UN1 I 1945 0945+1 E>FWR/O1

Entradas Crípticas e OpçõesA entrada FWR é utilizada (com opções) para disponibilizar automatica-mente as Mini Rules. O texto, por defeito, é disponibilizado em inglês para todos os passageiros.

Para disponibilizar ou incluir Mini Rules no itinerário, a entrada /MNR deve ser adicionada às entradas de visualização, impressão e e-mail.

Funcionalidade Entrada Críptica

Visualizar Mini Rules, após a tarifação, para todos os passa-geiros FWR

Visualizar Mini Rules para determinados passageiros FWR/P1, 3-5

Visualizar Mini Rules para todos os adultos no PNR (não INF) FWR/PAX

Visualizar Mini Rules do INF associado ao passageiro 2 FWR/INF/P2

Visualizar Mini Rules para todas as Ofertas FWR/Q

Visualizar Mini Rules para determiandas Ofertas FWR/02-5

Visualizar Mini Rules para Oferta 2, PQR1 FWR/O2/Q1

Visualizar Mini Rules para todas as TST FWR/T

Visualizar Mini Rules a partir de terminadas TST FWR/T2-5,7

Visualizar Mini Rules a partir do bilhete eletrónico:

- a partir do bilhete electrónico FWR/TKT123-4567890123

- a partir da linha FA/FHE no face do PNR FWR/L2

Funcionalidade Entrada Críptica

Visualizar itinerário com Mini Rules IED/MNR

Imprimir itinerário com Mini Rules IEP/MNR

Enviar itinerário com Mini Rules para e-mail presente no cam-po APE

IEP-EMLA/MNR

#21 OUT/NOV 2015

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21Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 21

Caderno Amadeus

Amadeus expande oferta de catering e vendas na hotelaria Notícias

Em novembro a Logitravel será a primeira agência de viagens online da Europa a implementar a solução Amadeus Fare Families (AFF). Um produto que permite às companhias aé-

reas diferenciar as suas ofertas ao comercia-lizar tarifas que agrupam diferentes serviços adicionais, entre os quais o embarque priori-tário, faturação de mala extra, assentos nas primeiras filas, etc., e pode ser feito através de todos os seus canais de venda.Este acordo contribui ainda para as inte-grações realizadas pela Logitravel no âm-bito da Airline Merchandising. Desde abril de 2015, a agência de viagens online tem vindo a implementar as soluções de reserva de assentos de avião no mapa e reserva das malas extras como parte da oferta das companhias aéreas, graças à tecnologia Amadeus.A Logitravel, que espera aumentar as suas vendas entre 5% a 15% com a nova solução, estará operacional na solução Amadeus Fare Families no início de novembro, dando mais um passo na sua inovação como OTA e junta-se a outros grandes grupos que já começaram a integrar AFF usan-do a tecnologia Amadeus fora da Europa, como por exemplo Expedia. A nova solução irá ainda permitir à agência de viagens online oferecer um serviço mais completo para o viajante, diz Tomeu Bennasar, CEO da Logitravel.com.

No ano passado a Logitravel registou uma faturação de 514 milhões de euros e mais de 2 milhões e meios de viajantes contra-taram as suas viagens nesta agência de

viagens.Até à data, são 17 as companhias aéreas que

integraram Amadeus Fare Families e quase 80 companhias aéreas já implementaram Amadeus

Airline Ancillary Services. Estes números irão aumentar de forma progressiva nos próximos meses.

“A tecnologia é um fator chave para conseguir uma personalização que os viajantes cada vez mais exigem. A Amadeus está a realizar grandes investimentos na aérea do Merchandising (Ancillary Services e Fare Fami-lies) para que as companhias aéreas e agências de viagens possam an-tecipar as necessidades dos viajantes e satisfaze-las”, afirma Pedro Es-pín, Diretor de Merchandising & Personalização da Amadeus IT Group. l

OTA Logitravel é Pioneira na integração

da Amadeus Fare Families

#21 OUT/NOV 2015

Até à data, são 17 as companhias aéreas que

integraram Amadeus Fare Families

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22 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo22

Caderno Amadeus

Notícias Breves

Shijie99 e Amadeus fazem acordo global A Amadeus fez um acordo global com a Shijie99, a plataforma de vendas online de viagens líder na China, para criar uma parceria que potenciará o seu crescimento internacional.Este contrato de vários anos incluirá o fornecimento de uma ampla variedade de serviços aéreos através do Master Price, a tecnologia de pesquisa da Ama-deus para os pontos de venda situados fora da China Continental. Os alugue-

Copa Airlines elege a Amadeus para oferecer ConnectMiles A Copa Airlines lançou o programa de fidelização de clientes ConnectMiles, que tem por base diversas soluções informáticas do Amadeus Loyalty Suite.A solução vai ajudar a transportadora latino-americana a melhorar as comu-nicações e a lançar promoções, com o objetivo de criar relações sólidas entre a companhia aérea e os membros do seu programa de fidelização. A solução pretende ainda melhorar as capacidades de personalização utilizando os da-

Aeroporto de Perth adota a tecnologia ACUS da Amadeus O Aeroporto de Perth assinou uma parceria de longo prazo com a Ama-deus para usar ACUS (Airport Common Use Service), uma nova tecnologia da nuvem que oferece benefícios para as companhias aéreas que operam no aeroporto e aos seus passageiros. Este acordo marca a expansão do negócio tecnológico para aeroportos da Amadeus na Ásia-Pacífico, sendo o Aeroporto de Perth o seu primeiro cliente na Austrália.A solução ACUS na nuvem de próxima geração é baseada na virtualização de aplicações, permite o acesso a sistemas de processamento de passa-geiros das companhias aéreas e usar em qualquer lugar, em função das necessidades.

Plataforma chinesa de venda online de viagens

Transportadora lança programa de fidelização

Perth adota a tecnologia da nuvem

Companhias aéreas adotam“Amadeus Fare Families”

Etihad, Lufthansa e AustrianA Amadeus anunciou que a companhia aérea nacional dos Emirados Ára-bes Unidos, Etihad Airways, vai implementar a ferramenta Amadeus Fare Families no canal indirecto, para reforçar a sua estratégia de promoção comercial, tornando-se na primeira transportadora aérea do Médio Orien-te a optar por esta ferramenta. Esta decisão vai ajudar a companhia aérea a acelerar o crescimento inter-nacional, através da diferenciação e das oportunidades de venda de produ-tos de famílias de tarifas superiores através da sua rede de vendas.Com a implementação do Amadeus Fare Families, a Etihad Airways irá atribuir uma marca aos seus produtos e serviços, que os diferenciará da concorrência, ao mostrar o valor total de cada pacote de tarifas em todas as suas interfaces, para todos os segmentos de clientes e pontos de ven-da de todo o mundo, dando uma maior transparência em todo o processo de compra. Deste modo, os agentes de viagens terão melhores ferramen-tas para informar os clientes e adotar uma estratégia proactiva que lhes

permita vender produtos e serviços para famílias de tarifas superiores em função das necessidades e preferências de cada viajante.A Etihad classifica as suas famílias de tarifas como solução ATPCo Bran-ded Fares e a Amadeus é o primeiro fornecedor tecnológico a suportar este novo padrão da indústria. Além da classificação central, as compa-nhias aéreas podem também classificar as suas famílias de tarifas dire-tamente no sistema Amadeus se preferirem.Também a Lufthansa e a Austrian concluíram a implementação do Ama-deus Fare Families nas companhias aéreas do Grupo LH para lançar as novas tarifas de marca do Grupo de modo uniforme em todos os canais di-retos e indiretos, permitindo aos agentes de viagens Amadeus fazer reser-vas com as novas tarifas Light, Classic e Flex da Lufthansa e da Austrian. Para aumentar as oportunidades de comercialização multicanal e au-mentar a exposição aos viajantes, esta solução oferece as tarifas da marca da LHG através de todas as interfaces retalhistas de Amadeus, em todos os pontos de venda mundial e para todos os segmentos de clientes.

res de carros e de quartos de hotel, com pagamento tanto prévio como depois, assim como as viagens ferroviárias, estarão disponíveis para os clientes de todos os mercados e também na China. Centrado tanto no turismo recetor como no emissor, este acordo permitirá a Shijie99 expandir e diversificar o seu portfólio de produtos ao adotar a mesma tecnologia usada pelos principais agentes de viagens online de todo o mundo.

dos que possui, para oferecer uma melhor experiência e à medida do viajante, ao mesmo tempo que reforça as receitas da companhia aérea. A funcionalida-de de gestão de nível e milhas permite ainda que os membros do programa beneficiem da flexibilidade e da facilidade para atualizar, mudar e comprar milhas. A Copa Airlines também vai usar Amadeus Partner Management Ser-vice, que facilita a troca de dados entre o próprio programa de fidelização e os parceiros da Copa Airlines, inclusive aqueles que fazem parte da Star Allience.

O pessoal de terra das companhias aéreas podem usar a plataforma a partir de um desktop, laptop ou dispositivo móvel, tanto para fazerem o check-in como para imprimir bilhetes de embarque para os passageiros em qualquer lugar, dentro ou fora do aeroporto. O pessoal do handling podem também fazer o processamento de passageiros de múltiplas com-panhias aáreas ao mesmo tempo, a partir de qualquer porta ou terminal e a partir de qualquer dispositivo.As companhias aéreas do Aeroporto de Perth poderão beneficiar de uma redução de 26% nos custos de processamento de passageiros.

#21 OUT/NOV 2015

Page 23: Ponto Turismo 21

Plataforma chinesa de venda online de viagens

Transportadora lança programa de fidelização

Page 24: Ponto Turismo 21

24 Tecnologia A sua rede móvel é segura?

De acordo com a Autoridade Nacional de Comunicações a pene-tração do serviço móvel ascendia a 158,3 por 100 habitantes no final do segundo trimestre de 2015. No final de 2014 a média da penetração do serviço telefónico móvel na UE28 era de 134,2

por 100 habitantes. Já o IDC indicava há poucas semanas que só este ano, estão previstos serem vendidos três milhões de smartphones em Portugal. Por fim, um estudo que acaba de sair da Samsung comprova que mais de metade dos portugueses tem pelo menos um tablet em casa.Se em muitas coisas na União Europeia estamos atrás, na utilização de tecnologia móvel somos claramente uma referência, mas estarão os nos-sos equipamentos seguros?Não são longínquas as crises Applegate, o caso em que diversas figuras públicas viram os seus vídeos e imagens íntimas guardadas na cloud da Apple serem expostas publicamente? Ou do indivíduo que perdeu o iPhone nas férias e alguém do outro lado do mundo começou a utilizá-lo apare-cendo fotos e outro conteúdo na sua conta da Apple? Ou do site para trai-ções Ashley Madison em que uma série de utilizadores viu as suas contas expostas, inclusive provocando suicídios?

De acordo com um relatório que acaba de sair da Alcatel-Lucent, no pri-meiro semestre de 2015 aumentaram os casos de esquemas ou vírus em publicidade (adware) nos equipamentos móveis assim como ameaças nas redes móveis sobretudo através de computadores de secretária e portáteis.Muito de nós poderão dizer que como trabalham com produtos Apple, não são tão afetados mas este mesmo estudo comprova que houve um au-mento significativo do número de apps ‘spyphone’, detetadas em equipa-mentos móveis com os sistemas iOS e Android. Logicamente que continua-mos a ter mais problemas com os sistemas Windows, cujo a Alcatel-Lucent identificou originar 80% das infeções, por oposição aos anos anteriores onde uma boa parte advinha do sistema Android.E aqui questiono quantas vezes muitos de nós usamos jogos e softwares gratuitos estando cá ou no estrangeiro em lazer ou trabalho nos nossos equipamentos móveis. É que 10 das 25 ameaças mais orientadas a smar-tphones encontram-se na categoria de spyware móvel, e são frequente-mente propagadas juntamente com jogos e software gratuitos, diz-nos o mesmo relatório. Estas sofisticadas apps de spyware permitem a moni-torização remota dos movimentos do detentor do telefone, das chama-

Começo por desafiá-lo(a) a indicar-me quantos equipamentos móveis tem em casa e quantos utiliza no seu dia-a-dia.

Atenção às Apps e ao que descarregaA sua rede móvel é segura?

#21 OUT/NOV 2015

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25A sua rede móvel é segura? Tecnologia

das telefónicas, mensagens de texto, emails e histórico de navegação

online. Apesar de existirem apli-cações de monitorização bas-

tante úteis, como aquelas as-sociadas ao controlo de vírus e controlo parental, existem utilizações muito perigosas por nós e por familiares nos-sos que são verdadeiramente

impercetíveis. Não vemos qualquer mal nas

publicidades que vão passando seja no smartphone, tablet ou portá-

til mas a realidade é que o adware au-mentou significativamente em 2015, com os

anúncios publicitários a revelarem-se cada vez mais pe-rigosos. Por exemplo o BetterSurf, representa uma amea-ça moderada de Windows Adware integrada em pacotes de software que oferecem aplicações ou jogos gratuitos. Quando instalado, adiciona um plugin aos browsers Inter-net Explorer, Firefox e Chrome que injeta anúncios pop-up perigosos em páginas web. Muitos não são mais do que tentativas de phishing para instalação de malware adicio-nal, e convites ao envolvimento em atividades fraudulen-tas. Listando as principais ameaças que existem hoje para o seu equipamento móvel encontra: • Apps de spyphone que monitorizam chamadas telefó-

nicas, mensagens de texto, localização, emails e nave-gação online;

• Apps de ‘scareware’ que tentam extorquir dinheiro ao indicarem que encriptaram todos os dados do telefone;

• Apps de roubo identificadas que arrecadam informa-ção pessoal armazenada no dispositivo;

• Os ‘Trojans’ bancários que tentam roubar as senhas de acesso e os números de cartões de crédito;

• Os Trojans de SMS que ganham a vida a enviar men-sagens de texto a números ‘premium’;

• Adware malicioso que usa informação pessoal, sem consentimento, para divulgar anúncios específicos e muito incomodativos.

• A app de proxy que permite aos hackers navegarem de forma anónima na web através de um telefone infeta-do – às custas do dono do equipamento.

Falo-lhe de uma última ameaça que apesar do nome ino-cente é altamente perigosa: Stagefright. Trata-se de uma série de vulnerabilidades existentes no software de repro-dução multimédia do Android que dão aos cibercriminosos controlo total de um telefone mediante o simples envio de uma mensagem MMS com um anexo específico. Quan-do a mensagem é recebida, o sistema operativo Android tenta automaticamente abrir o anexo, infetando o disposi-tivo, sem qualquer tipo de necessidade de interação com o utilizador. E o que podemos fazer para mitigar os perigos da nossa rede móvel?

Seja seletivo sobre o que descarrega para os seus equipa-mentos, isto é, veja se precisa mesmo da app ou programa que está a descarregar e se já ouviu alguma vez falar da empresa que a criou, procurando no limite mais informa-ção online sobre a mesma. Igualmente, leia os acordos de licenciamento. Muitas apps e programas escondem recolhas de informação que não deseja e apesar de serem um sem número de páginas na maioria das vezes, não passe em frente antes de descar-regar.Esteja atento a esquemas de phishing. Se não é o seu ban-co ou seguradora a contactá-lo diretamente e de preferên-cia por telefone não forneça quaisquer dados. No limite, contacte diretamente o seu banco.Evite carregar sobre anúncios publicitários no geral e des-carregar apps e programas pejados de anúncios publicitá-rios. Pode acontecer que alguém esteja à espera do outro lado para entrar no seu mundo e você não se aperceber.Evite também guardar ou partilhar conteúdo sensível pes-

soal por via móvel. Pode ser divertido mas pode-lhe trazer grandes dissabores. Conteúdo sensível só empresarial e em redes o mais segura possíveis.Em viagem para o estrangeiro, tenha muito cuidado aos pontos de Wi-Fi sobretudo aquelas que não lhe oferecem qualquer nível de segurança. Antes de arrancar faça um backup completo aos seus diversos equipamentos móveis. A sua rede móvel é segura. É, quanto mais atento você e os seus familiares e amigos forem, porque há sempre alguém à espera de uma porta para entrar. l João SantosDiretor de ComunicaçãoFonte: IDC, Samsung, Alcatel-Lucend, Norton

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Evite carregar sobre anúncios publicitários no geral e descarregar apps e programas pejados de

anúncios publicitários.

Page 26: Ponto Turismo 21

Mulheres no TurismoO Turismo dança-se sempre

acompanhado de saltos altos

A igualdade de oportunidades constitui um princípio básico na relação entre seres-humanos, não discriminando nacionalidades, culturas, credos, igualdade entre homens e mulheres entre outros. Trata-se de um princípio a aplicar em todos os domínios, nomeadamente na vida económica, social, cultural e familiar. Este é um valor muitas vezes utópico, mas que merece muito mais para além das reflexões, estudos e tratados. Cabe a nós, intervenientes diretos, agir. No meu caso – Mulher.

26 Análise Mulheres no Turismo: O Turismo dança-se sempre acompanhado de saltos altos

Proclamada em dezembro, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia contém um capítulo intitulado “Igualdade”, que reitera os princípios de não discriminação, entre outros a igualda-de entre homens e mulheres, destacando igualmente os direitos

da criança, dos idosos e das pessoas com deficiência.O Tratado de Amesterdão veio editar uma nova disposição, no intuito de reforçar o princípio de não discriminação, estreitamente relacionado com a igualdade de oportunidades, sendo que a União Europeia incentiva e complementa as ações empreendidas pelos Estados Membros para com-bater todas as formas de discriminação.Mais dirigido ao setor do Turismo, foi lançado na ITB Berlim, em março de 2011, o primeiro output concreto da UNWTO-UN sobre a colaboração das mulheres no setor do Turismo no mundo, com especial incidência nos países em desenvolvimento. O Relatório Global identifica onde o turismo pode proporcionar oportuni-dades de criação de riqueza e capacitação económica para as mulheres, bem como atuais obstáculos ao seu sucesso. O relatório está dividido em cinco vertentes temáticas - Emprego, Empreendedorismo, Educação, Liderança e Comunidade - e é predominantemente baseado em dados da OIT para o Caribe, América Latina, Ásia, África e Oceânia.

Os principais resultados incluem:1. As mulheres representam uma grande proporção da força de trabalho

formal no turismo;2. As mulheres estão bem representadas em cargos de nível de serviço,

mas pouco representadas nos níveis profissionais mais elevados;3. As mulheres no turismo ganham normalmente menos 10% a 15% me-

nos do que os seus homólogos masculinos;4. O setor do turismo tem quase o dobro de mulheres empregadas que os

outros setores;5. Somente um em cada cinco ministros do turismo em todo o mundo

são mulheres;6. As mulheres representam uma proporção muito maior de trabalhado-

res por conta própria no turismo do que em outros setores;7. Uma grande quantidade de trabalho não remunerado é realizada pelas

mulheres em empresas de turismo familiar.

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Page 27: Ponto Turismo 21

27Mulheres no Turismo: O Turismo dança-se sempre acompanhado de saltos altos Análise

Após ultrapassada esta pequena “disputa”, fruto de uma dúvida metódica permanente, sentimo-nos muito satisfeitas pelo nosso per-curso, sobretudo quando temos a felicidade de sermos reconhecidas profissionalmente e nos sentirmos completas familiarmente. Eu sou das mulheres que aceitei o desafio e alcancei o reconhecimento através da minha carreira profissional, e nunca me considerei descriminada relativamente ao sexo masculino, mas essa foi a forma que encontrei de encerrar esse tema na minha cabeça e, sobretudo, não

deixar que ele me influenciasse ou me des-motivasse.

Mas lá no fundo há descri-minação. Temos de bata-

lhar mais, de trabalhar mais e provar mais, para conseguir atin-gir o que quere-mos e, em alguns casos, a remu-neração ainda é inferior.

Cada vez mais há mulheres em cargos

de chefia e liderança, sobretudo no turismo,

técnicas altamente qualifi-cadas, chefias intermédias, dire-

toras, etc.Mas quando falamos em CEO’s ou cargos de administração, públicos ou privados, o cenário muda e as exceções só confirmam a regra.Mesmo a nível associativo as mulheres estão em minoria e raramente na presidência das muitas associações empresariais ou profissio-nais.Acredito que o Futuro será diferente….A nossa capacidade de inovação e criatividade é decisiva para a qualidade e diferenciação da oferta turística, tema tão atual e decisivo para a economia hoje em dia.Se repararmos, todas as características diferen-ciadoras e que consideramos necessárias nesta indústria, estão muito mais ligadas às mulhe-res…Serviço de excelência, saber receber, calor humano, antecipar os desejos dos clientes..E eu acredito que é por medo…Os homens têm medo pois sabem que somos mais batalhado-ras, temos uma intuição invejável e sobretudo somos seres multitarefas.Com alguma ironia……Os homens do Turismo que se cuidem. l

Fátima Vila MaiorDiretora de Área de Feiras - FIL

Em termos de emprego, o relatório constata que as mulheres estão bem representadas, mas tendem a estar mais em cargos de serviço do que em outras categorias profissionais ou de tomada de decisão e liderança. Mas, por outro lado, as mulheres são quase duas vezes mais propensas a serem emprega-dores na indústria do turismo do que em outros setores, e muitas vezes empregam mais mu-lheres do que homens.Os resultados para Educação e Qualificação são menos promissores - há proporcionalmente menos mulheres licenciadas nos serviços do que em outros campos.O setor do Turismo oferece um enorme potencial para a liderança das mulheres, no entan-to, as mulheres ain-da representam apenas um quinto de todos os mi-nistros do turismo e cadeiras do con-selho de turismo.Embora o turismo muitas vezes contri-bua para o desenvol-vimento da Comunidade e forneça oportunidades de au-toemprego às mulheres, o relatório consta-ta que as mulheres contribuem com uma gran-de quantidade de trabalho não remunerado em empresas familiares de turismo, especialmente quando comparado com outros setores.Estas são algumas das conclusões deste estudo.

Se somos uma sociedade desenvolvida onde mulheres e homens têm iguais oportunidades para quê tudo isto? A este nível, estamos me-lhor que as nossas mães, bastante melhor que as nossas avós, mas afinal onde estamos?As mulheres que sempre se bateram por uma carreira profissional e que hoje se sentem sa-tisfeitas com o que conseguiram, já não são vistas pela sociedade como casos raros, mas dificilmente se libertam da acusação de terem deixado a família para segundo plano. É em cima desta delicada linha social, que nós, mulheres, iniciamos uma luta interna e não pa-ramos de refletir e nos questionarmos.Será que é este o caminho? Não será a família mais importante? E se os meus filhos tiverem maus resultados na escola? E se optarem por caminhos errados, droga, delinquência, etc? E as nossas incertezas persistem.

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A nossa capacidade de

inovação e criatividade é decisiva para a qualidade

e diferenciação da oferta turística

Page 28: Ponto Turismo 21

Viagens organizadas e serviços de viagens conexos:

A próxima legislação europeia

O bom funcionamento do mercado interno e um elevado nível de defesa do consumidor, alcançando-se a maior uniformidade possível nas legislações nacionais são objetivos que norteiam a futura directiva (art.º 1º). As grandes diferenças entre as regras de proteção dos consumidores nos diferentes países da União Europeia desencorajam, segundo o legislador, os turistas de um país a adquirir viagens organizadas e serviços de viagem conexos noutro país, desincentivando também os organizadores e retalhistas a venderem esses serviços noutro Estado-membro.

28 Análise A próxima legislação europeia

O objetivo de um quadro europeu uniforme é claramente expresso no elevado nível de harmonização requerido no art.º 4º: os Esta-dos não podem manter ou introduzir na legislação nacional nor-mas que divirjam da diretiva, exemplificando-se com uma maior

ou menor proteção do viajante. Só em raros casos, expressamente previstos, é que as legislações nacionais podem estabelecer um diferente tratamento.Teremos nesta matéria, nos próximos dois ou três anos, uma uniformidade semelhante à que resultaria de um regulamento, dada a pouca margem de manobra dos Estados, uma situação que certamente favorecerá a ju-risprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia. Não existirão, assim, no futuro diferenças tão significativas entre as legislações dos diferentes países como sucede atualmente em matéria de pacotes turísticos.Assiste-se também a um substancial alargamento das categorias de pessoas protegidas pela nova legislação europeia: enquanto a ainda vi-gente diretiva dos pacotes turísticos alude a consumidores a nova fala em viajantes, de molde a abranger um importante conjunto de pessoas. Com efeito, apesar de a maioria dos adquirentes de viagens organizadas ou serviços de viagem conexos serem, na sua maioria, consumidores à luz da legislação europeia, existe uma franja importante de consumidores

e representantes das pequenas empresas ou profissionais que reservam viagens relacionadas com a sua actividade profissional ou empresarial, utilizando os mesmos canais. Ora, segundo o pensamento do legislador europeu, essas pessoas neces-sitam frequentemente de um grau de proteção legislativa idêntico ao dos consumidores, pelo que a futura diretiva será aplicável aos viajantes de negócios, aos profissionais liberais, aos trabalhadores independentes e a outras pessoas singulares, na condição de não reservarem serviços de viagem com base num acordo geral celebrado para um número elevado de serviços de viagem por um período determinado, maximo através de uma agência de viagens.Estes últimos já não requerem o nível de proteção concebido para os con-sumidores, encontrando-se, assim, excluídos da futura diretiva os serviços adquiridos com base num acordo geral para a organização de viagens de negócios entre um operador e outra pessoa singular ou coletiva que atue para fins que se insiram no âmbito da sua atividade comercial, em-

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Page 29: Ponto Turismo 21

29A próxima legislação europeia Análise

A aquisição de um serviço de

viagem autónomo, de um serviço isolado está

excluído da futura diretiva.

obrigados a mencionar, de forma clara e bem vi-sível, se o serviço oferecido constitui uma viagem organizada ou um serviço de viagem conexo, evidenciando o respetivo nível de proteção legal.Apenas a combinação de diferentes tipos de serviços de viagem, designadamente o alo-jamento, o transporte (rodoviário, ferroviário,

fluvial, marítimo ou aéreo) e o aluguer de veículos deverão

ser tidos em conta para efeitos de identificação

de uma viagem or-ganizada ou de um serviço de viagem conexo.Deste modo, en-contram-se excluí-dos o alojamento para fins residen-

ciais, os serviços fi-nanceiros, seguros de

viagem, transferes entre o hotel e o aeroporto, as re-

feições, bebidas e a limpeza in-cluídas no alojamento.

A nova diretiva: 1) Altera o Regulamento (CE) n.º 2006/2004,

relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da le-gislação de defesa do consumidor.

2) Altera a Diretiva 2011/83/UE, relativa aos direitos dos consumidores, que altera a Di-retiva 93/13/CEE do Conselho e a Directiva 1999/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho e que revoga a Directiva 85/577/CEE do Conselho e a Diretiva 97/7/CE do Par-lamento Europeu e do Conselho

3) Revoga a Diretiva 90/314/CEE, relativa às viagens organizadas. l

Carlos TorresJurista

presarial, artesanal ou profissional [art.º 2º, nº 2 alínea c)]. Encontram-se também excluídos os serviços que tiverem uma duração inferior a 24 horas, atenta a menor a necessidade de proteção nas viagens de curta duração evitando, na ótica do legislador, encargos desnecessários para os operadores, exceto se incluírem uma dormida (critério do per-noitamento). A terceira exclusão respeita às viagens a título ocasional e sem fins lucrativos as quais sejam restritas a grupos limitados, exem-plificando-se com excursões organi-zadas por institui-ções de beneficência, clubes desportivos ou escolas, com carácter não regular – “algumas vezes por ano” - propostas restritamente aos seus membros e não ao público em geral. Os partici-pantes devem ter conhecimento de que não se encontram protegidos pela diretiva. Apesar de o grau de proteção das viagens orga-nizadas ser bem mais desenvolvido, os serviços de viagem conexos estão obrigados a demons-trar a existência de garantia suficiente para, em caso de insolvência, os viajantes serem reembol-sados das verbas despendidas ou serem repa-triados. A aquisição de um serviço de viagem autóno-mo, de um serviço isolado está excluído da fu-tura diretiva.Em matéria de informação, os operadores serão

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Page 30: Ponto Turismo 21

Insights A validade do Sucesso

3030 10 Insights A validade do Sucesso

10

Um líder não se conformaUm líder eficaz nunca permanece no mesmo sítio, não se conforma, nunca acredita que já atingiu tudo. O sucesso atingido é um caminho minado e sem crescimento progressivo e o risco de estagnar em tempos de triunfo aumenta. Diariamente não se trata apenas de atingir o sucesso, mas sim de sustentá-lo, renová-lo e superá-lo.

AperfeiçoamentoA aposta no aperfeiçoamento e gestão pessoal será uma alavanca para

a eficiência do grupo que coordena. Contudo este esforço só se reflete em pessoas com uma mentalidade aberta e ambiciosa, uma growth-mindset. São estas as personalidades que têm capacidade para se manter no topo.

Auto-liderança eficazO líder deve conseguir ser o seu próprio manager, agente, gestor de sucesso, de emoções, de técnicas. Utilizemos o conceito de agente como significado de força, de causador, de algo com energia mas também como de gestor. Uma eficaz liderança exige uma auto-liderança eficaz.

Força motivacionalUm líder eficaz é aquele que alerta para uma gestão fixada no crescimento contínuo, que sabe que atingiu o patamar através dos seus colaboradores. Reconhece que os objetivos foram e serão sempre atingidos em conjunto e que por isso, os orienta. Um líder é um agente, uma força motivacional um causador de resultados grupais e individuais e finalmente um gestor do seu próprio crescimento

Objetivos diários Os líderes devem estar prontos para traçar objetivos diários, a curto-médio e a longo prazo, para não estagnarem. Devem percorrer novos caminhos e estar disponíveis para novas experiências. Esta é a melhor forma de adicionar mais valor ao que atingiram, individual e grupalmente.

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Page 31: Ponto Turismo 21

Maria Ana Marques

Autora do livro: “Cheguei ao Topo.

E agora?”

Nunca se é velho demais para se definirem objeti-

vos ou para ter novos sonhos. C. S. Lewis (escritor,

1898/1963)

31A validade do Sucesso 10 Insights

Metas novas A maneira como se definem novas metas é o começo da jornada para

um sucesso contínuo. Depois da superação dos objetivos, diários ou não, o indivíduo tenderá a estar mais vinculado e motivado. Como gestor de

equipa, “capitão do barco” a forma como se delegam tarefas é primordial para que estas sejam cumpridas com vontade e com perfeição. Não

chega “mandar fazer”.

PaixãoO perigo que advém do exterior pode levar a um deslumbramento e por sua vez ao estagnamento. Um líder deve depositar paixão naquilo a que se propôs, dentro da equipa. Deve mostrar preocupação e confiança protegendo-se com esforço visível e trabalho diário. Sair da sua zona de conforto, irá mantê-lo afastado de críticas e por sua vez da estagnação.

Conhecimento O acesso à informação está a um passo de distância. A procura e o conhecimento daquilo que se passa no âmbito da nossa área de atuação só nos vai tornar mais fortes nas nossas tarefas diárias. É urgente e cada vez mais, conseguirmos ter uma visão daquilo que nos rodeia mas, mais importante ainda, é saber utilizá-la.

Melhorar aptidões Os top-performers são pessoas que estão em desafio constante, que analisam e sabem quais os seus pontos fortes e fracos. A aprendizagem de novas habilidades e competências, o melhorar aptidões adquiridas fazem parte do crescimento e da mudança e ambas envolvem riscos.

Vontade de fazerA vontade em fazer acontecer é determinante e nós somos movidos por uma paixão, desejo, sonho, visão que só através de trabalho gozará resultados. O que lhe falta fazer? É essencial lembrar-nos todos os dias que há um caminho a percorrer e esse faz-se a caminhar...

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Page 32: Ponto Turismo 21

32 Lifestyle “Back to basics” Tendência para o regresso à vida simples

“Back to basics”Tendência para o

regresso à vida simples

O descanso é fulcral para podermos fazer frente ao que o dia a dia nos reserva e, de vez em quando, sentimos a necessidade de ter um momento para nos sentirmos, de ter a tranquilidade, o silêncio, a paz, para nos ouvirmos, para estarmos connosco próprios. Encon-

trar isso não é fácil, mas é possível...e no nosso País.Depois de alguma pesquisa na procura de um sítio para introspeção. A es-colha recaiu no norte de Portugal, num local em que pudéssemos estar em simbiose com a Natureza e que satisfizesse as necessidades do corpo e men-te perto de Arcos de Valdevez. O local, diferente do alojamento tradicional, é pequenino, composto por três tendas yurt, com um conceito diferente do campismo habitual e rodeado de uma vegetação luxuriante que convidava à comunhão com a Natureza.A expectativa para algo diferente já existia, mas o impacto à chegada foi grande, num misto de surpresa e de apreensão, pois muitas das comodidades da vida moderna, que temos como imprescindíveis, simplesmente não exis-tiam da forma a que estamos habituados.Sabíamos que iriamos ficar alojados numa tenda yurt, mas a expectativa que tínhamos era que estas tendas ficariam num espaço confinado e apoiados por áreas comuns edificadas, mais convencionais. Estávamos enganados. As yurts ficavam num terreno sem cercas ou muros, em terreno em estado na-

tural, sem passadiços, com a cozinha, zona de refeições e casas de banho telhadas mas ao ar livre, sem eletricidade. Apenas a luz das lanternas carre-gadas com energia solar.O primeiro pensamento em pânico foi: “Como vamos sobreviver durante cinco dias, apenas com o básico?” Lembrando-nos um pouco do programa Survivor.A verdade é que tudo tem evoluído no sentido de sermos inundados pela tecnologia e pela facilitação para que não percamos tempo em tarefas mun-danas. Às vezes e cada vez mais, o “menos” é “mais”, principalmente numa época em que o planeta está ferido e se torna imperioso termos consciência de tudo o que fazemos tem um impacto no planeta sendo forçoso tratar dele para que os nossos descendentes tenham um para viverem. Readaptarmo-nos a um estilo de vida em que o “menos” é “mais” é um pro-cesso. Durante o tour dado por Ben, o anfitrião, proprietário da quinta, foi ex-plicada a filosofia do espaço, que mais do que autossustentável, é mesmo amigo do ambiente e tudo o que é feito naquele espaço é na ótica de mini-

A velocidade não é “warp” como diria Captain Kirk no Star Treck, mas a verdade é que a vida move-se a uma velocidade estonteante, entre trabalho e casa. Mesmo no lazer, nas viagens, somos tentados a perdermo-nos no frenesim de experimentar tudo, de visitar tudo, com medo de não termos oportunidade de regressar. E assim, as viagens tornam-se sinónimo de não-descanso para poder absorver toda a cultura e paisagem que podem aportar.

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Page 33: Ponto Turismo 21

33“Back to basics” Tendência para o regresso à vida simples Lifestyle

mizar os desperdícios e maximizar tudo o que pode ser renovado, reciclado.O mais interessante foram as casas de banho. A água quente provinha dos painéis solares e tinham sido construídas por Bem.Quando chegámos à parte das casas de banho, Ben explicou o seu funciona-mento, pouco habitual, ou mesmo inexistente, num apartamento tradicional. Havia uma zona específica para cada uma das necessidades fisiológicas. A pensar concretamente nas senhoras, Ben criou um compartimento, todo em madeira, apenas para urinar, sendo a terra e as plantas o respetivo recetáculo. Ali, o autoclismo foi substituído por um balde e um púcaro. Em frente esta-va o compartimento para as demais necessidades cujos resíduos vão para compostagem para serem utilizados futuramente como fertilizante na quinta.A cozinha também foi uma revelação. Além da reciclagem, que já é comum existir numa qualquer cozinha, a água utilizada no lava-loiça era filtrada numa banheira cheia de lã e seixos e depositada num lago criado para um ecossistema com rãs que combatem os insetos da horta adjacente.Os alimentos eram guardados dentro de um frigorífico desligado e em vasi-lhas de barro que lhes proporcionavam algum isolamento térmico. Os hóspedes eram convidados a fazerem compras de forma mais regular, uma vez que a horta ainda não tem capacidade para prover os clientes, que sendo vegetarianos na sua maioria, podiam-se banquetear com os frutos do pé-de-maracujá nascido na zona de refeições.A cada dia que passava, o despertar trazia apenas duas questões: que nova iguaria vegetariana iria comer ao pequeno-almoço providenciado por Ben, e quando é que todos iriam estar acordados para simplesmente conviver. A grande riqueza não estava nos ingredientes, nem no espaço, mas na simples certeza de que havia tempo, muito tempo, para preparar e saborear a primeira refeição do dia, acompanhada de um piquenique de agradáveis conversas.Passadas algumas semanas desde esta experiência, é com grande pesar que desperto como o coelho da Alice no País das Maravilhas atrás das horas que correm mais rápidas do que de eu e que me impedem de usufruir de uma primeira refeição diária na companhia dos que amo.Toda esta realidade e imersão no cuidado diário confrontando-nos com a real possibilidade de ser feliz com pouco, vai-nos dando que pensar e tem impacto em nós. Damos connosco a comparar a pegada ecológica dali com a que deixamos em nossas casas, comparando as nossas necessidades ali com o “luxo” da vida quotidiana. Afinal, a definição de luxo é o que está acima das necessidades básicas. Em termos de arquitetura e estruturas, dá que pensar que sob o desígnio da evolução para a vida moderna, numa casa se contemple, por exemplo, um espaço para uma máquina de secar roupa e não exista o básico estendal, mais ecológico e mais barato. Isto sem referir os materiais de construção que têm hoje um im-pacto muito maior no ambiente. Ganhar consciência de que as nossas ne-cessidades básicas são muito menores do que pensamos é muito libertador e o nos-so diálogo interno altera-se. As comuns frases diárias do “eu preciso”, mudam para “Eu não preciso. Gostava de ter…” Há uma alteração do paradigma.A experiência levou a uma maior cons-ciencialização, a um encontro com o nos-so eu, a um mais profundo respeito pelo planeta que nos acolhe e a algumas altera-ções no quotidiano. Começando por uma horta urbana, uma maior reutilização de materiais, sendo a reciclagem encarada como a última alternativa. l

Antónia BarrosoJornailista

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Ganhar a consciência

de que as nossas necessidades básicas são muito menores do que pensamos é

muito libertador

Page 34: Ponto Turismo 21

34 Viagem de: Mariana Monteiro

Ponto Turismo › Qual foi o seu destino favorito até agora?Mariana Monteiro › Foi uma viagem grande que fiz a New York, nos Es-tados Unidos, pela costa da Califórnia, porque era um país que eu idealizava muito conhecer e acabei por ver sítios completamente diferentes porque es-tive em Los Angeles, em Las Vegas e em São Francisco e no Grand Canyon que foi das coisas mais bonitas que eu vi, pela beleza natural e pelo silêncio único, muito característico do Grand Canyon e consegui ver um pouco mais da cultura americana mas também do como pode ser diferente uma viagem aos Estados Unidos, em ambientes completamente diferentes.

Ponto T. › O que é que leva sempre dentro da malaM.M. › Levo sempre tapa-olhos! Porque detesto luz e dentro do avião e nos hotéis preciso de tapa-olhos senão não vou dormir bem.

Ponto T. › Recorda algum episódio caricato de uma viagem?M.M. › Talvez na India, quando estive a gravar uma novela e porque fui em trabalho, e um dia em que tivemos uma folgazita porque acabámos de gravar um bocado mais cedo, fomos a um mercado que havia lá às quar-tas-feiras e apanhámos uma tempestade tropical que chegou de repente.

Ponto T. › Qual é o destino que mais quer conhecer?M.M. – Explorar a Ásia. Tudo me interessa: Tailândia, Cambodja, Nepal, Vietname, Laos… mas também gostava de ir ao Japão, à China.

Ponto T. › O que prefere fazer quando tem um tempo livre?M.M. – Adoro poder estar com tempo até para estar em casa, para ler, adoro ver filmes, adoro ir ao cinema. Fazer exercício físico…

Ponto T. › Qual é a personagem que gostaria de representar?M.M. › Gostaria de experimentar o registo cómico, gostava de fazer as pessoas rir. Mas como personagem gostava de representar a Cleópatra.

Ponto T. › Não tem paciência para o quê? M.M. › Não tenho paciência para…. muita coisa, não é? Mas não tenho paciência para a falta de respeito.

Ponto T. › Tem algum filme de eleição?M.M. › Eu adoro filmes, é muito difícil eleger um.

Ponto T. › E livro?M.M. › Posso dizer um recente que é “O Santo, o Surfista e a Executiva” de Robin Sharma.

Ponto T. › Não quer partir deste mundo sem fazer o quê?M.M. – Sem conhecer o que puder conhecer. Quero conhecer o maior número de países e de culturas que puder. Mas há uma mais importante que é ser mãe.

Ponto T. › Qual é a sua especialidade culinária?M.M. › Sobremesas!

Ponto T. › Há alguma comida que deteste?M.M. › Favas! É que não dá mesmo….

Ponto T. › Qual é sua maior fraqueza?M.M. › Não resisto a doces.

Mariana Monteiro“Gostava de

explorar a Ásia”

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“Quero conhecer o maior número de países e de

culturas que puder”

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