pontuação pdf

28
25 POR LINGUA PORTUGUESA PROCEDIMENTOS DE LEITURA IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE SENTIDO LÍNGUA PORTUGUESA LOCALIZAR INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS EM UM TEXTO. INFERIR UMA INFORMAÇÃO IMPLÍCITA EM UM TEXTO. IDENTIFICAR O TEMA DE UM TEXTO. IDENTIFICAR A FINALIDADE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS. IDENTIFICAR O EFEITO DE SENTIDO DECORRENTE DO USO DA PONTUAÇÃO E DE OUTRAS NOTAÇÕES.

Transcript of pontuação pdf

Page 1: pontuação pdf

25POR

LINGUAPORTUGUESA

PRO

CED

IMEN

TOS

DE

LEIT

URA

IMPL

ICAÇ

ÕES

DO

SU

PORT

E, D

O G

ÊNER

O E

/OU

EN

UN

CIA

DO

R N

A C

OM

PREE

NSÃ

O D

O T

EXTO

RELA

ÇÕES

EN

TRE

RECU

RSO

S EX

PRES

SIVO

S E

EFEI

TOS

DE

SEN

TID

O

LÍN

GU

A P

ORT

UG

UES

A

LocaLizar informações expLícitas em um texto.

inferir uma informação impLícita em um texto.

identificar o tema de um texto.

identificar a finaLidade de textos de diferentes gêneros.

identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

Page 2: pontuação pdf

POR

25

LÍNGUA PORTUGUESA

AUTORESAlexsandra Cibelly FinklerBeatriz KoppeClaudio Marcelo RomanichenHelen Simone FrançaJuliana SansonLuciane Danylczuk PrendinRosalina SoaresRossana G. CardosoSandra BozzaSílvia CorrerSilvia Eliana DumontSolange GomesTaís Ribeiro Drabik de AlmeidaVanessa Moraes

ILUSTRAÇÃO E DESIGNAlexandre Gonçalves ChristinoCarlos Gustavo EhaltCristiano CampelloDouglas Pereira CamargoFabio BelemFernanda B. C. Carvalho KoppeFranklin Maciel AgostinhoGilson de Sousa NunesIberá E. Gomes JúniorIgor Pinto ArantesIsabella TosinLucas Santos MeneghiniMarcio TuriniRene Gonçalves de Paula Júnior

PRODUÇÃOPositivo InformáticaDivisão de Tecnologia Educacional

IMPRESSÃO E ACABAMENTOOficina do Impresso Gráfica e Editora Ltda.

[email protected]

Todos os direitos reservados à Positivo InformáticaDivisão de Tecnologia EducacionalV.01

Page 3: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

1

25POR LINGUA PORTUGUESA

PRO

CED

IMEN

TOS

DE

LEIT

URA

IMPL

ICAÇ

ÕES

DO

SU

PORT

E, D

O G

ÊNER

O E

/OU

EN

UN

CIA

DO

R N

A C

OM

PREE

NSÃ

O D

O T

EXTO

RELA

ÇÕES

EN

TRE

RECU

RSO

S EX

PRES

SIVO

S E

EFEI

TOS

DE

SEN

TID

O

CONTEÚDOSPontuação em textos com função informativa.Pontuação estilística em conto e poema.

OBJETIVOSRelacionar o uso de cada sinal de pontuação à sua função.Reconhecer o uso dos sinais de pontuação estilística para produção de diferentes efeitos de sentido.Mostrar ao aluno as possibilidades de uso dos sinais de pontuação em suas produções escritas, seja de base prescritiva ou de forma criativa para obter efeitos estilísticos.

RESUMOConsiderado um dos recursos na construção de sentido de um texto, é essencial que a pontuação seja ensinada aos alunos dentro de um contexto, para que, assim, eles possam apreender todas as suas variantes: estilística, normativa, expressiva, etc.

Nessa perspectiva, as atividades deste roteiro procuram levar os alunos a perceberem a relação entre o uso dos sinais de pontuação e expressividade oral e a construção de significados em diferentes gêneros.

As atividades digitais trabalham a pontuação expressiva em textos e pretendem ajudá-los a associar as emoções presentes na oralidade à função de cada sinal gráfico. O quadro explicativo (intitulado Entenda a diferença presente nessa ferramenta) tem o objetivo de instigar, nos alunos, a curiosidade para conhecer a pontuação em sua dimensão textual e enunciativa.

ATIVIDADES1. Quem põe um ponto muda o conto — 2 aulas2. Uso de pontuação expressiva — 2 aulas

MATERIAL INFORMATIZADOMistério na bibliotecaUm dia no lago

Por25

Page 4: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

2

ATIVIDADE 1

Quem põe um ponto muda o conto

Atividade realizadaem sala de aula

INTRODUÇÃO

A abordagem do ensino de Língua Portuguesa foi, durante muito tempo, realizada de forma descontextualizada, com tópicos gramaticais tratados separadamente. No entanto, esse ensino que privilegia a análise de frases isoladas mostrou-se ineficiente, uma vez que não habilitava o aluno a perceber a relação de seu discurso oral, a intencionalidade de sua fala com os exemplos trabalhados nos livros e em sala de aula, a pensar criticamente e, em consequência, a fazer bom uso da língua escrita e em situações concretas de comunicação. Atualmente, é consensual entre os estudiosos da língua e da educação que o ensino da língua só adquire sentido por meio da análise discursiva. Dentro dessa perspectiva, a análise dos aspectos gramaticais deve ser feita apenas com o intuito de estabelecer relações de sentido em um enunciado de acordo com as intenções do falante situado em determinado contexto social.

No caso da pontuação, seu ensino contextualizado é ainda mais importante, uma vez que esse recurso é indispensável à produção e recepção da maioria dos gêneros textuais. Ao analisar seus diversos usos nos mais variados contextos, o aluno se apropria desse conhecimento, usando-o de forma consciente em suas produções.

A pontuação e seu ensino

Para ressaltar a importância do uso da pontuação na construção de significados, Maria Luci de Mesquita Prestes cita Smith e Costa:

Dessa forma, ainda segundo essa autora, “a pontuação constitui-se em uma marca que colabora com o leitor na discriminação das relações e das hierarquias estabelecidas pelo escritor entre os elementos das orações e entre elas”.

[...] os sinais de pontuação têm a tarefa de orientar o leitor, e “essa função de indicador de leituras é compatível com um princípio de cooperação, pelo qual escritor e leitor compartilham ativamente a tarefa de construir significados” (Smith, 1993, p. 81). Reforça Costa (1994, p. 8) que “a pontuação é um dos elementos que contribui para a coesão das ideias, para a garantia de uma intencionalidade do autor e para a orientação do leitor”.

MESQUITA PRESTES, Maria Luci de. O ensino de pontuação numa perspectiva textual. Disponível em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno03-08.html.

Acesso em: 1 mar. 2009.

Page 5: pontuação pdf

3LÍNGUA PORTUGUESA

Quanto a seu uso, para explicá-lo, essa autora cita, dentre outros autores, Beltrão e Beltrão (1989, p. 9), segundo os quais a orientação da pontuação se dá:

a) por razões sintáticas tradicionais, fundamentais;

b) por impulsos subjetivos, sendo difícil estabelecer regras para esses motivos [...];

c) por recomendação ou exigência da redação técnica, até certo ponto apenas sofisticação da redação profissional, mas responsável pelo maior número de inovações ou alterações.

Em seu nível sintático, é importante que o aluno compreenda sua relação intrínseca com a semântica uma vez que, conforme adverte Passos (1967, p. 19, ainda citado por Mesquita Prestes), “muitas vezes o sentido de uma frase pode ser alterado por uma pontuação diferente e que constantemente a ausência de pontuação traz obscuridades e equívocos”. Para bem compreender esse aspecto, basta observarmos o seguinte texto:

A herança

Um homem rico, estando muito mal de saúde, pediu que lhe trouxessem papel e tinta.

Escreveu o seguinte:

Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.

Deu o último suspiro antes de ter feito a pontuação.

A quem, afinal, deixava sua fortuna?

No dia seguinte, ao receberem o papel, cada um dos citados deu ao texto a pontuação e a interpretação que lhe favorecia.

1. O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2. A irmã chegou em seguida e pontuou assim:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3. O padeiro pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

Page 6: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

4

O objetivo desta etapa é fazer com que o aluno perceba a relação da expressividade oral com o uso da pontuação na escrita.

Diga-lhes que você vai lhes contar a seguinte situação que você viveu com sua família:

Todos estavam no parque e você disse a seus filhos: Vamos embora. Escreva a frase na lousa sem nenhuma pontuação. Seu filho menor, ao ver que você estava se levantando perguntou: Vamos embora? (escreva novamente a frase sem nenhuma pontuação). Seu filho do meio, que estava brincando com seus amigos, ao ver a cena, disse chateado: Vamos embora... (repita na lousa a frase sem pontuação). Sua filha mais velha que já estava ansiosa para voltar para casa disse: Vamos embora! (escreva de novo a frase sem pontuação). Em seguida, peça que apontem qual seria a pontuação adequada a cada situação: fala da mãe, do filho menor, do filho do meio e da filha mais velha.

Caso tenham dificuldade, repita a frase com cada entonação exagerando um pouco mais na pronúncia.

Para concluir esta etapa, pergunte-lhes qual a emoção transmitida em cada frase e qual o sinal que lhe corresponde na escrita.

Para que os alunos percebam a importância da pontuação na compreensão do enunciado, leia o seguinte texto em voz alta sem respeitar as pontuações:

ETAPA 1

ETAPA 2

4. Aí chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Disponível em: http://oquedernagana.blogspot.com/2007/03/diferena-da-pontuao.html. Acesso em: 1 mar. 2009.

Page 7: pontuação pdf

5LÍNGUA PORTUGUESA

Como é feita a salsicha?

A salsicha mais comum usada em cachorros-quentes e outras receitas populares é feita em linhas de produção automatizadas praticamente sem contato humano e com etapas rígidas de higienização Isso desmente o mito de que as fábricas de salsichas ainda são ambientes repugnantes com sangue e gordura escorrendo por todos os lados Essa ideia se disseminou principalmente pela célebre frase do chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898) que dizia que as pessoas nunca deveriam saber como são feitas as salsichas e as leis Na verdade a única parte do processo que pode afetar os estômagos mais sensíveis é a hora da escolha dos ingredientes já que essa iguaria é feita com carne picada ou moída de qualquer pedaço de boi porco ou frango Geralmente o que entra nessa mistura são as sobras dos cortes tradicionais e partes pouco apreciadas como as bochechas e as vísceras de bovinos e suínos diz a engenheira de alimentos Eunice Yamada do Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas (SP) Entretanto a receita costuma mudar um pouco de acordo com o tipo de produto Quando a salsicha é de frango ou de peru a carne aproveitada na fabricação é aquela que fica grudada nos ossos após a retirada das peças principais como o peito a coxa e a sobrecoxa afirma outra engenheira de alimentos Carmen Castillo, da Universidade de São Paulo (USP) [...]

André Santoro. Mundo Estranho. Editora Abril.

Como é feita a salsicha?

A salsicha mais comum, usada em cachorros-quentes e outras receitas populares, é feita em linhas de produção automatizadas, praticamente sem contato humano e com etapas rígidas de higienização. Isso desmente o mito de que as fábricas de salsichas ainda são ambientes repugnantes, com sangue e gordura escorrendo por todos os lados. Essa ideia se disseminou principalmente pela célebre frase do chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898), que dizia que as pessoas nunca deveriam saber como são feitas as salsichas e as leis.

Na verdade, a única parte do processo que pode afetar os estômagos mais sensíveis é a hora da escolha dos ingredientes, já que essa

Texto com sua pontuação original:

Page 8: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

6

Pergunte a eles o que entenderam da leitura. Naturalmente a compreensão terá sido prejudicada.

Em seguida, distribua o texto a eles e peça-lhes que façam a necessária pontuação e a correta distribuição dos parágrafos. Depois, oriente-os a ler em voz alta para comparar e sentir a diferença entre as duas formas de enunciação. Feito isso, se considerar pertinente, mostre como estava a pontuação no texto original.

Pergunte-lhes qual foi a conclusão que tiraram por meio dessa atividade.

Em seguida, proponha a leitura deste conto de Eduardo Galeano, que encontra-se no Material de apoio:ETAPA 3

iguaria é feita com carne picada ou moída de qualquer pedaço de boi, porco ou frango. “Geralmente, o que entra nessa mistura são as sobras dos cortes tradicionais e partes pouco apreciadas, como as bochechas e as vísceras de bovinos e suínos”, diz a engenheira de alimentos Eunice Yamada, do Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas (SP).

Entretanto, a receita costuma mudar um pouco de acordo com o tipo de produto. “Quando a salsicha é de frango ou de peru, a carne aproveitada na fabricação é aquela que fica grudada nos ossos após a retirada das peças principais, como o peito, a coxa e a sobrecoxa”, afirma outra engenheira de alimentos, Carmen Castillo, da Universidade de São Paulo (USP). [...]

André Santoro. Mundo Estranho. Editora Abril.

A fundação da arte/1

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

Page 9: pontuação pdf

7LÍNGUA PORTUGUESA

• Como será ficar mudo de beleza?

• Que motivos tinha Diego para “tremer” e “gaguejar”?

• Depois de bem depreendido o sentido do texto, provoque uma discussão entre os alunos sobre a pontuação usada pelo autor. Pergunte-lhes que elementos do texto mostram que se trata de uma narrativa.

• Peça-lhes que expliquem o uso da vírgula depois da palavra “pai” e depois do nome. Neste caso, se as vírgulas não tivessem sido usadas o sentido da frase seria prejudicado? Como é possível saber que Santiago é nome do pai?

• Levante a seguinte hipótese: se a palavra “pai” não tivesse sido usada e somente seu nome tivesse sido colocado, seria possível saber que Santiago era seu pai?

• Em seguida, peça que observem o uso da vírgula depois do pronome “ele” e depois da palavra “mar”. O uso dessas vírgulas tem a mesma função das que foram usadas na frase analisada anteriormente?

• Se não houvesse o pronome e somente a palavra “mar” tivesse sido empregada pelo autor, haveria necessidade do uso da segunda vírgula?

• Na sequência, peça que observem a vírgula usada antes da palavra “esperando”. A pausa indicada por essa vírgula é importante para o sentido que o autor quer dar? Para que sintam isso, peça que releiam a frase duas vezes: uma fazendo a pausa e outra de forma direta. De que outra forma a frase poderia ser reescrita, deslocando a palavra “esperando”? Peça que releiam como ficou a frase e observem se o sentido de “eternidade” na “espera” que o autor quis dar seria mantido ao reescrever a frase dessa forma.

• Continue essa análise com o uso das outras vírgulas.

• Em seguida pergunte a função do uso dos dois pontos nesse texto. É para introduzir uma explicação ou a fala de um personagem?

• Qual outro sinal de pontuação justifica a resposta dada anteriormente?

— Me ajuda a olhar!

Galeano, Eduardo. A fundação da arte/1. In: O livro dos abraços. Disponível em: http://www.vivaviver.com.br/boa_leitura/o_livro_dos_abracos_de_eduardo_galeano_

pequenos_textos_incendiarios_sobre_o_mundo/221/. Acesso em: 1 mar. 2009.

Page 10: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

8

• Para finalizar, peça que atentem para o uso do ponto de exclamação. Que emoção ele sugere nessa fala? Que trecho do texto pode confirmar isso?

• A dificuldade que o menino tem de olhar o mar é física? Como é possível saber isso?

• Se ao invés de exclamação o autor tivesse usado um ponto final, o sentimento que o autor queria expressar teria sido o mesmo?

• Peça que registrem as conclusões a respeito do uso desses sinais de pontuação.

Para ajudá-los a refletir sobre o uso de pontuação estilística, em que o autor transgride algumas normas ditadas pela gramática para provocar um efeito de sentido, analise um poema. É um bom momento também para dar uma explicação rápida de pontuação aberta e fechada, pois muitas vezes o autor propositadamente deixa de usar alguns sinais que, para a clareza de sentido, são substituídos por outros recursos, como disposição espacial dos elementos e das frases, o uso de linhas, cores e marcadores, os espaços em branco, etc., para dar mais leveza ao texto.

Se considerar pertinente, diga que, quando não há pontuação em determinados textos em que deveria ser usada, ela é chamada de pontuação aberta.

Depois de analisar o poema, explique e exemplifique seu uso em outros gêneros textuais: em títulos de jornais, de revistas; nas manchetes; na listagem de itens; em datas, endereçamento, assinatura, etc.; Para esta etapa, propomos a leitura do poema A borboleta, de Olavo Bilac, que encontra-se no Material de apoio:.

• Leia o poema em voz alta explorando bem a entonação sugerida pela pontuação.

ETAPA 4

A borboleta

Trazendo uma borboleta,

Volta Alfredo para casa.

Como é linda! é toda preta,

Com listas douradas na asa.

Page 11: pontuação pdf

9LÍNGUA PORTUGUESA

Tonta, nas mãos de criança,

Batendo as asas, num susto,

Quer fugir, porfia, cansa,

E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:

“É a primeira que apanho,

Mamãe! vê como é bonita!

Que cores e que tamanho!

Como voava no mato!

Vou sem demora pregá-la

Por baixo do meu retrato,

Numa parede da sala.”

Mas a mamãe, com carinho,

Lhe diz: “Que mal te fazia,

Meu filho, esse animalzinho,

Que livre e alegre vivia?

Solta essa pobre coitada!

Larga-lhe as asas, Alfredo!

Vê como treme assustada...

Vê como treme de medo...

Para sem pena espetá-la

Numa parede, menino,

É necessário matá-la:

Queres ser um assassino?”

Pensa Alfredo... E, de repente,

Solta a borboleta... E ela

Abre as asas livremente,

Page 12: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

10

E foge pela janela.

“Assim, meu filho! perdeste

A borboleta dourada,

Porém na estima cresceste

De tua mãe adorada...

Que cada um cumpra a sorte

Das mãos de Deus recebida:

Pois só pode dar a Morte

Aquele que dá a Vida.”

BILAC, Olavo. A borboleta. In: Poesias infantis. Disponível em: http://pt.poesia.wikia.com/wiki/A_Borboleta_%28Olavo_Bilac%29.

Acesso em 26 mar. 2009

• Em seguida, provoque uma discussão sobre o poema e o uso da pontuação pelo autor.

• Pergunte-lhes se o narrador participa da história que conta nos versos ou se é um observador dos fatos narrados. Que elementos indicam isso?

• Na primeira estrofe, peça que releiam atentamente os dois primeiros versos. Eles compõem uma única frase? O que a vírgula no final do primeiro verso sugere? Para que eles percebam a inversão na frase, pergunte-lhes quem é que está trazendo a borboleta. Mostre que, caso o autor optasse por não colocar a vírgula, por estar em versos, não haveria problema de compreensão, mas, se estivesse escrito em prosa, a ausência de vírgulas dificultaria o entendimento da frase. Para tornar isso mais claro, escreva a frase no quadro de giz. Aproveite para enfatizar que, por isso, há maior liberdade de se colocar ou não pontuação em poemas.

• Em seguida, peça que observem o terceiro verso. Qual foi o sinal de pontuação usado? O que ele sugere? De quem é esse comentário? Do narrador-observador ou do Alfredo? Quais pontuações sugeririam a fala de um personagem?

• A segunda estrofe faz uma descrição do estado da borboleta. Releia a estrofe fazendo as pausas indicadas pela vírgula. Chame-lhes a atenção

Page 13: pontuação pdf

11LÍNGUA PORTUGUESA

para o terceiro e quarto verso, em que o autor usa o recurso da gradação com as ações de luta da borboleta. Questione-os por que, neste caso, o uso de vírgula é necessário. Além de separar cada ação (verbo), elas contribuem para criar a imagem do sofrimento e da luta da borboleta nas mãos do menino?

• Na terceira estrofe, chame atenção para as pontuações indicativas de diálogos: os dois pontos e o uso de aspas, que marcam a fala do personagem. Pergunte-lhes que outra pontuação poderia ser usada em lugar das aspas. Questione-os também sobre o uso de exclamação na fala do menino: o que ela sugere?

• Na quinta estrofe, peça que atentem novamente para as marcas que indicam o diálogo. Elas introduzem a fala de quem? Com quem ela está falando? Com o filho ou ela fala do filho para alguém? Que sinal de pontuação nos fornece essa resposta? A vírgula usada depois da palavra “animalzinho” tem a mesma função das anteriores, ou seja, separa um vocativo ou separa uma explicação de como esse animal vivia?

• Ainda nessa estrofe, pergunte-lhes o que indica o ponto de interrogação: a mãe realmente espera uma informação do menino ou é apenas uma pergunta retórica, ou seja, usada apenas para induzir uma reflexão em Alfredo?

• Na sexta estrofe, oriente-os a analisar novamente a exclamação: ela foi usada para representar o mesmo sentimento de Alfredo expresso na terceira e quarta estrofes?

• Para o segundo verso dessa estrofe, peça que troquem a palavra “Alfredo” por “meu filho”. Questione-os sobre a que conclusão eles chegam com essa substituição em relação ao uso da vírgula. É o mesmo caso estudado na estrofe anterior?

• Ainda nessa mesma estrofe, peça que analisem o uso das reticências: o que elas sugerem sobre o estado da borboleta que a mãe quer transmitir ao filho?

• Na sétima estrofe, repita a análise do uso da vírgula no segundo verso, pedindo que substituam a palavra “menino” por “Alfredo” ou por “meu filho”. No terceiro verso, que pontuação o autor usa? Peça que releiam a estrofe e que digam qual(is) outro(s) sinal(is) de pontuação poderia(m) ter sido utilizado(s). Espera-se que os alunos respondam que ele poderia ter escolhido o ponto final, ponto-e-vírgula, vírgula, etc. No caso do uso de outra pontuação, o efeito de ênfase na pergunta ao menino seria o mesmo?

Page 14: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

12

• No primeiro verso da estrofe seguinte, o que sugere o uso das reticências? E no segundo verso? Espera-se que o aluno perceba a pausa entre uma ação e outra. Ainda nessa estrofe, chame a atenção do aluno para o uso da vírgula no terceiro verso. A pausa requerida pela vírgula sugere que imagem? Se ela não tivesse sido usada, o efeito seria o mesmo?

• Faça o mesmo nas duas outras estrofes.

• Procure explorar também outros recursos usados pelo poeta: como o uso de redondilhas maior (quadra de versos de sete sílabas, na qual se rima o primeiro verso com o quarto e o segundo com o terceiro, seguindo o esquema ABBA) para produzir o ritmo e a cadência, a imagem da cena criada pela descrição do autor, dentre outros. Pergunte aos alunos o que faz esse texto ser um poema. Espera-se que eles respondam que é o fato de ter sido escrito em versos. Essa observação é importante porque o texto, apesar de ter sido escrito em versos, é narrativo e, talvez por essa razão, o autor tenha optado em colocar todas as marcas da pontuação características desse tipo textual. Uma atividade possível é pedir que os alunos reescrevam o poema em prosa, recontando livremente a mesma cena com as próprias palavras e fazendo as pontuações necessárias.

Apresente aos alunos as seguintes atividades:ETAPA 5

Olímpio mora numa cidade chamada Pontual. Nessa cidade, as pessoas que desobedecem à lei são condenadas à forca. Olímpio, porém, não fez nada de errado, mas foi condenado à forca porque um vizinho malvado mentiu sobre ele. Então, ele escreveu ao rei contando o que havia acontecido e pedindo perdão. O monarca lhe respondeu com um bilhete:

“Perdoar impossível, mandar para a forca!”

• A rainha, que tinha bom coração, ficou com pena do moço e, para salvar-lhe a vida, antes de mandar o bilhete fez uma mudança na vírgula. Em que posição ela colocou a vírgula?

Esta é a história de uma cidadezinha muito bonita, mas cujos habitantes andavam revoltados com o governo. Preocupado, o administrador mandou um comunicado ao rei perguntando-lhe:

“Devo fazer fogo ou poupar a cidade?”

Page 15: pontuação pdf

13LÍNGUA PORTUGUESA

A resposta enviada foi:

“Fogo não poupe a cidade”.

• Imagine que você seja o funcionário do telégrafo. Onde você colocaria a vírgula (ou ponto de exclamação) de modo a poupar a cidade?

• Onde colocaria, caso a mensagem do rei fosse para disparar tiros contra a cidade?

SUGESTÃO

Em suas aulas sobre pontuação, explore ainda outros gêneros, como cartas, receitas, bilhetes, textos publicitários, notícias, reportagens, etc.

De acordo com o gênero, oriente uma análise e discussão sobre o uso da pontuação: se é um recurso estilístico, normativo, expressivo, etc.

O importante é que cada atividade tenha significado e seja trabalhada em um contexto, para que o conteúdo trabalhado faça sentido ao aluno e que ele possa apreender o maior número de variantes possível do uso de cada pontuação.

Posicione os alunos no computador de acordo com a capacidade do Laboratório de Informática de sua escola.

Oriente os alunos no uso das ferramentas do Aprimora. Permita que eles se familiarizem com elas.

Para uma boa orientação aos alunos no trabalho digital, sugerimos que você assista ao vídeo Como funciona para conhecer, na íntegra, esta atividade.

ATIVIDADE 2

Uso de pontuação expressiva

Atividade realizadano computador

LOUSA INTERATIVAcaso a escola disponha de lousa interativa ou um projetor multimídia, sugerimos que essa primeira etapa seja feita com o uso desses recursos. isso é ainda mais importante no caso de os alunos (ou grande parte deles) não terem habilidades suficientes para manusear essa ferramenta da forma sugerida.

Page 16: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

14

Inicie a aula explicando aos alunos que o objetivo dessa ferramenta é navegar pelos diversos caminhos que a história pode percorrer e que a cada escolha eles devem estar atentos à pontuação das frases que podem dar continuidade à narrativa.

Como o enfoque dessa atividade é a pontuação expressiva, é imprescindível que os alunos tenham acesso a caixas de som ou fones de ouvido para que possam ouvir, e não apenas ler, os efeitos que produzem os diferentes sinais de pontuação empregados nas frases que constituem as alternativas da atividade.

Explique-lhes que, independentemente do sinal de pontuação escolhido, a história terá um final.

Explique o funcionamento da ferramenta. Para iniciar a história, os alunos deverão clicar em Entrar na biblioteca. As janelas seguintes trarão alternativas para a continuidade da aventura de Ulisses.

Algumas opções levam rapidamente a um dos finais da história. Exemplo: se os alunos clicarem em Todos os livros em branco (frase terminada pelo ponto final), eles verão de imediato um dos finais imaginados para essa narrativa.

Porém, esse final não traz a solução do “mistério”. Nesse caso, peça aos alunos que visualizem essa versão da história clicando em Visualizar essa história e, em seguida, motive-os a recomeçá-la, percorrendo outros caminhos que levem, então, à solução do conflito.

ETAPA 1

ETAPA 2

Page 17: pontuação pdf

15LÍNGUA PORTUGUESA

As setas abaixo da caixa Entenda a diferença indicam, respectivamente, Voltar e Avançar. Em algumas situações, os alunos precisarão apenas clicar em Virar a página para lerem e ouvirem a parte seguinte da história.

Enquanto os alunos estiverem navegando livremente pelos diversos caminhos que essa história de Ulisses pode percorrer, incentive-os a usarem o link Entenda a diferença em todas as janelas em que ele aparecer.

Diga-lhes que, ao clicarem nesse link, aparecerão as explicações das frases que se diferenciam pelo uso de sinais de pontuação distintos. Peça que escutem a forma como são pronunciadas e leia a explicação sobre o efeito produzido.

Outra dica importante é pedir aos alunos que observem não só a entonação da frase pronunciada no momento em que acontece a história, como também a expressão facial e/ou corporal dos personagens.

Perto do final da aula, pergunte se alguém conseguiu descobrir o caminho para chegar a solução do “mistério” ocorrido na biblioteca.

Caso nenhum aluno tenha descoberto e não haja previsão para que vocês voltem a navegar nessa ferramenta, mostre-lhes um dos caminhos possíveis:

ETAPA 3

ETAPA 4

Page 18: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

16

• ENTRAR NA BIBLIOTECA

• TODOS OS LIVROS ESTÃO EM BRANCO?!

• UI! UM RATO!

• VOCÊ NÃO SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?

• VIRAR A PÁGINA

• SÓ ELE CONSEGUE VENCER ED MAU!

• VIRAR A PÁGINA

• DEVEMOS NOS ESCONDER!

• VIRAR A PÁGINA

• NÃO TOQUE NESSE DOCE, MENINO!

• ENTÃO, VOCÊS VÃO FICAR SÓ OLHANDO?

• NÃO, SAIAM DAQUI!!

• VIRAR A PÁGINA

• VAMOS ARROMBAR A PORTA??

• VIRAR A PÁGINA

• VISUALIZAR ESSA HISTÓRIA

Na atividade com o texto Um dia no lago, os alunos deverão escolher a alternativa que apresenta o sinal de pontual correto de acordo com a entonação da voz do personagem e com as suas expressões faciais.

Diga aos alunos que a atividade dessa aula se diferencia da anterior porque esta é “fechada”, ou seja, existe uma alternativa correta, visto que eles devem escutar a entonação dada pelo personagem e observar sua expressão facial e/ou corporal para encontrar a resposta certa.

Em seguida, solicite aos alunos que acessem a atividade e explique o funcionamento de cada um dos botões.

O enunciado da questão está acima das alternativas, do lado esquerdo da tela. Os botões de 1 a 8 (abaixo da imagem) indicam a numeração ordenada dos quadros que compõem a história. As setas ao lado dos botões de 1 a 8 indicam, respectivamente, Voltar e Avançar.

Após ouvirem o personagem, os alunos deverão clicar no sinal de pontuação que, de acordo com a entonação dada, encerra a frase em vermelho dentro do balão. Se eles acertarem, o(s) ponto(s) selecionado(s) aparecerá(ao) ao final da frase, que se tornará azul. Além disso, a “bolinha” contendo o

ETAPA 5

Page 19: pontuação pdf

17LÍNGUA PORTUGUESA

número da questão ficará verde e, automaticamente, aparecerá o quadro que dá continuidade à história.

Se errarem, eles receberão um retorno de erro com a opção de abrirem uma caixa contendo as explicações sobre os sinais de pontuação.

Ao clicarem nessa tela, aparecerão as explicações referentes ao trecho do diálogo que os alunos não conseguiram pontuar corretamente.

É importante dizer aos alunos que eles não precisam errar propositalmente para ter acesso a essas explicações. Antes de responderem à questão, eles poderão clicar no link Entenda a diferença e escutar as explicações pertinentes ao trecho da história. Fazendo isso, eles não perderão a chance de ter a sua bolinha (referente à numeração dos quadros) pintada de verde.

Fornecidas as devidas orientações, deixe que os alunos naveguem pela história e interfira somente quando sua presença for solicitada. Porém, incentive-os a acessarem os quadros explicativos mesmo que tenham a certeza da alternativa que desejam assinalar.

Depois que os alunos terminarem a atividade, peça-lhes que verifiquem a quantidade de acertos no Quadro de respostas, clicando no botão referente a ele.

ETAPA 6

ETAPA 7

VARIAÇÃO

Sugerimos que as atividades no computador sejam intercaladas entre uma etapa e outra da atividade trabalhada em sala. Você pode inserir uma entre a etapa 2 e a 3 e a segunda entre a etapa 3 e 4 ou ao final da atividade 1.

O QUE AVALIAR?

Ao final de cada atividade, avaliar se o aluno:

• Relaciona o uso de cada sinal de pontuação, à sua função;

• Reconhece o uso de pontuação estilística para produzir diferentes efeitos de sentido;

• Usa os sinais de pontuação, em suas produções escritas, apenas de maneira prescritiva ou também de forma criativa para obter efeitos estilísticos.

Page 20: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

18

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa — Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRAIT, Beth (Consult.). Língua e linguagem. São Paulo: Ática, 2005.

MESQUITA PRESTES, Maria Luci de. O ensino de pontuação numa perspectiva textual. #10Acesso em: 10 mar. 2009

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

l

ANOTAÇÕES E DICAS

Page 21: pontuação pdf

19LÍNGUA PORTUGUESA

Como é feita a salsicha?

A salsicha mais comum usada em cachorros-quentes e outras receitas populares é feita em linhas de produção automatizadas praticamente sem contato humano e com etapas rígidas de higienização Isso desmente o mito de que as fábricas de salsichas ainda são ambientes repugnantes com sangue e gordura escorrendo por todos os lados Essa ideia se disseminou principalmente pela célebre frase do chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898) que dizia que as pessoas nunca deveriam saber como são feitas as salsichas e as leis Na verdade a única parte do processo que pode afetar os estômagos mais sensíveis é a hora da escolha dos ingredientes já que essa iguaria é feita com carne picada ou moída de qualquer pedaço de boi porco ou frango Geralmente o que entra nessa mistura são as sobras dos cortes tradicionais e partes pouco apreciadas como as bochechas e as vísceras de bovinos e suínos diz a engenheira de alimentos Eunice Yamada do Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas (SP) Entretanto a receita costuma mudar um pouco de acordo com o tipo de produto Quando a salsicha é de frango ou de peru a carne aproveitada na fabricação é aquela que fica grudada nos ossos após a retirada das peças principais como o peito a coxa e a sobrecoxa afirma outra engenheira de alimentos Carmen Castillo, da Universidade de São Paulo (USP) [...]

André Santoro. Mundo Estranho. Editora Abril.

MATERIAL DE APOIO

Page 22: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

20

A fundação da arte/1

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

— Me ajuda a olhar!

Galeano, Eduardo. A fundação da arte/1. In: O livro dos abraços. Disponível em: http://www.vivaviver.com.br/boa_leitura/o_livro_dos_abracos_de_eduardo_galeano_

pequenos_textos_incendiarios_sobre_o_mundo/221/. Acesso em: 1 mar. 2009.

Page 23: pontuação pdf

21LÍNGUA PORTUGUESA

A borboleta

Trazendo uma borboleta,

Volta Alfredo para casa.

Como é linda! é toda preta,

Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos de criança,

Batendo as asas, num susto,

Quer fugir, porfia, cansa,

E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:

“É a primeira que apanho,

Mamãe! vê como é bonita!

Que cores e que tamanho!

Como voava no mato!

Vou sem demora pregá-la

Por baixo do meu retrato,

Numa parede da sala.”

Mas a mamãe, com carinho,

Lhe diz: “Que mal te fazia,

Meu filho, esse animalzinho,

Que livre e alegre vivia?

Solta essa pobre coitada!

Larga-lhe as asas, Alfredo!

Vê como treme assustada...

Vê como treme de medo...

Page 24: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

22

Para sem pena espetá-la

Numa parede, menino,

É necessário matá-la:

Queres ser um assassino?”

Pensa Alfredo... E, de repente,

Solta a borboleta... E ela

Abre as asas livremente,

E foge pela janela.

“Assim, meu filho! perdeste

A borboleta dourada,

Porém na estima cresceste

De tua mãe adorada...

Que cada um cumpra a sorte

Das mãos de Deus recebida:

Pois só pode dar a Morte

Aquele que dá a Vida.”

BILAC, Olavo. A borboleta. In: Poesias infantis. Disponível em: http://pt.poesia.wikia.com/wiki/A_Borboleta_%28Olavo_Bilac%29.

Acesso em 26 mar. 2009

Page 25: pontuação pdf

23LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES E DICAS

Page 26: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

POR

25

24

ANOTAÇÕES E DICAS

Page 27: pontuação pdf

LÍNGUA PORTUGUESA

Page 28: pontuação pdf

25POR

PRO

CED

IMEN

TOS

DE

LEIT

URA

IMPL

ICAÇ

ÕES

DO

SU

PORT

E, D

O G

ÊNER

O E

/OU

EN

UN

CIA

DO

R N

A C

OM

PREE

NSÃ

O D

O T

EXTO

RELA

ÇÕES

EN

TRE

RECU

RSO

S EX

PRES

SIVO

S E

EFEI

TOS

DE

SEN

TID

O

LÍN

GU

A P

ORT

UG

UES

A