por “um testemunho de vida que contagia e atrai” para ... · Numa aula de culinária fizeram os...

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...por “um testemunho de vida que contagia e atrai”... para renovar a nossa presença e resposta carismática ao mundo de hoje. A Igreja necessita de uma nova maneira de dar testemunho da sua vocação radical no seguimiento de Cristo, um testemunho que seja uma voz profética forte para a própria Igreja e para o mundo. (cf. CHAMADAS A TECER UMA NOVA ESPIRITUALIDADE... - P. Thomas Hughes, SVD) N.º 63 Fevereiro 2008 R. do Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. das Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA

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...por “um

testemunho de vida

que contagia e atrai”...

para renovar a nossa

presença e resposta carismática

ao mundo de hoje.

A Igreja necessita de uma nova maneira

de dar testemunho da sua vocação radical

no seguimiento de Cristo,

um testemunho que seja uma voz profética forte

para a própria Igreja e para o mundo. (cf. CHAMADAS A TECER UMA NOVA ESPIRITUALIDADE... - P. Thomas Hughes, SVD)

N.º 63

Fevereiro

2008

R. do Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. das Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA

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1809 03 Março 2009

200 anos Nascimento e Baptismo VIDA

1984 11 Março 2009

25 anos Canonização SANTIDADE

1834 12 Agosto 2009

175 anos Fundação da Congregação CARISMA E a nossa Coordenadora Geral, Irmã Jaci, lança-nos a pergunta:

Que programa queremos traçar com estas três palavras - Vida, Santidade, Carisma? Sem dúvida

nos vem uma forte interpelação a sermos:

- geradoras de Vida, de Vida Nova, de Vida que se Renova; - testemunhas do Senhor e do seu Reino de Amor, de Perdão, de Justiça, de Paz; - encarnação de um Carisma na Igreja, continuando no tempo o dom de Paula.

Equipa Internacional: Irmãs Cláudia Dias (Argentina - Brasil Sul), Francesca Balocco (Itália),

Maria Emília Nabuco (Portugal Sul), Marie Louise Mifsud (Malta) - acompanhadas pela Irmã Célia Cerveira, Assistente Geral.

Equipa de Portugal: Irmãs Maria Antónia Marques Guerreiro, Margarida Ribeirinha, Maria Emília

Nabuco e Emília Maria Epifânio. Como vamos concretizar?

Dia 1 de Março/2008, nas 15 Dioceses onde estamos presentes: abertura do Ano Jubilar, com Eucaristia

Peregrinação ‘virtual’ da Família Doroteia aos lugares de Paula, a partir de Março/2008 - uma

‘visita’ cada mês... uma paragem... uma contemplação... um diálogo-reflexão para aprender de Santa Paula

Jornada, com Leigos, a 5 de Abril/2008, em Fátima, com o tema EDUCAR

Peregrinação aos ‘lugares de Paula’ de um grupo de Irmãs, em Maio de 2008

Celebração-Festa de toda a FAMÍLIA DOROTEIA, no dia 14 de Março/2009, em Fátima, com a participação de todas as nossas realidades

Peregrinação com a Senhora Branquinha, no Linhó, no dia 2 de Maio de 2009

Encontro de jovens no ‘Monte Moro’ (Génova – Itália), no verão de 2009

Gesto na linha da Justiça do Reino com a participação das duas Províncias.

1 Março 2008 – 12 Agosto

2009

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Mais um passo conjunto: Encontros por Faixas etárias sobre a Pobreza 3ª Faixa etária

Irmã Casimira Marques

Dos mais vários lugares... em Fátima nos reunimos… e éramos cerca de sessenta as da faixa dos sessenta e tal! Só o facto de nos encontrarmos em tão grande número, de ver as amigas, de trocar ideias,

de visitar Nossa Senhora e conhecer a Igreja nova, já valia a pena. Mas foi mais do que isso: uma importante reflexão sobre a POBREZA como sinal escatológico - porque

anuncia o novo céu e a nova terra - e como sinal profético, porque o desprendimento dos bens terrenos quer dizer que há outros bens.

Parece que “não nos falta nada”, como se insistiu; mas a verdade é que às vezes sentimos a falta de coisas importantes e precisamos de estar atentas para “renovar o nosso Voto de Pobreza” em cada ocasião, repetir a nossa opção por Jesus e pelo seu Evangelho, sentindo-

nos solidárias com tantos irmãos nossos a quem falta muito mais… O horário, a distribuição das actividades, foi excelente! Um esquema que pode assim

continuar. Também somos “pobres de tempo”; é preciso saber aproveitá-lo. E, já que Santa Paula nos faz considerar a Pobreza como MÃE, confiamos que ela será

sempre uma boa mãe para cada uma de nós e para a nossa Congregação.

Colégio da Imaculada Conceição, não temas…

Não temas... porque é sob o olhar de Maria e

contemplando-A nas suas atitudes que vamos fazendo a

nossa caminhada. E a Festa da Imaculada, nossa

Padroeira, a marcar o 1º Trimestre, estimulou mais uma

vez, com uma vivência comunitária especial, a nossa

missão educativa.

O Professor Pedro Miguel sente assim o ‘seu’

Colégio...

Tendo bem presente o lema deste Ano Lectivo - “Apostar na

Diferença pela Qualidade da Formação Integral” -, cada um de nós pode

‘responder’ como Maria, ‘gritando’ abertamente «A minha alma glorifica o

Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (cf. Lc. 1, 46-

47). Nesta linha, mostramos de forma bela e viva que somos não apenas (mais) uma mera Escola

mas uma verdadeira Casa de Aprender.

Em cada um dos momentos vividos – Festa da Imaculada e Natal - pudemos sentir o júbilo

de cada um, num verdadeiro acto de comunicação cheio de algo para dar aos outros, formando um

único corpo, tal como a Igreja de Cristo… Não nos podemos esquecer que essa mesma Igreja é uma

comunidade de filhos e de irmãos, “não pela força do sangue, da carne ou da vontade humana”,

mas fruto do amor e dom de Deus”, que já não se afirma hoje como sociedade perfeita, como o fez

durante séculos, mas sim como Corpo de Cristo, vivo e actuante, no seio da comunidade humana,

onde é chamado a ser fermento novo.

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Esse fermento, assente no Amor – pois Deus é Amor – tem de crescer para que cada um de

nós sinta, como ser social que é, que as relações que possuímos com os outros são algo

imprescindíveis no nosso dia-a-dia. Não é uma obrigação mas uma necessidade olhar para as

diferenças desses outros e, fazer delas nossas conterrâneas, pois ao juntarmos todas elas,

conseguiremos formar um único corpo, formando-nos integralmente e com qualidade. Já diz a velha

expressão: ‘todos diferentes, todos iguais’…

Colégio da Imaculada Conceição, sonho-te, meu Colégio

como uma comunidade que ama o mundo do nosso tempo com as

suas belezas e potencialidades, com as suas crises e misérias; uma

comunidade que com a luz da fé, o dinamismo da esperança e o

calor da caridade oferece ao mundo aquele “suplemento de alma”

que se torna fonte de uma nova cultura social, de promoção da

dignidade da pessoa humana, de diálogo, de reconciliação e de paz.

Pedro Miguel

Prof. de História e EMRC do Colégio da Imaculada Conceição de Viseu

[email protected]

Irmã Teresa Carneiro

O tema do ano - "O Planeta Terra é a tua casa. Cuida-o!" – entusiasmou

todas as crianças. No ADVENTO propusemo-nos descobrir novas energias que há em nós.

Na portaria, numa grande caravela com quatro velas de cores, aparecia a

palavra-chave de cada semana: Partilha – Paz – Alegria - Amor. Na 1ª semana - "Partilha" - a nível de toda a Instituição, aderimos à

campanha da Comunidade Vida e Paz "Junta as tuas meias às minhas... e

torna os dias e as noites dos sem abrigo de Lisboa

mais quentes"; os familiares partilharam com

generosidade, e juntaram-se mais de 500 pares de

meias.

Outros acontecimentos nos alegraram: - Um grupo de crianças de 5 anos participou na Campanha do Banco

Alimentar contra a fome. - No dia 8 de Dezembro realizámos uma reunião

com antigos alunos. - Aderimos a um concurso de presépios

promovido pelo Clube do Professor da Covilhã, e a nossa Instituição ficou em

segundo lugar.

As Festas de Natal correram bem, com muita mensagem sobre o tema. Os

familiares gostam sempre de apreciar e ver os seus filhos fazerem coisas lindas.

No dia 3 de Janeiro, ainda em época natalícia, realizámos o convívio, já

habitual, com os colaboradores da Instituição e suas famílias. Houve

celebração da eucaristia e confraternização.

Tivemos a alegria de ter connosco a Irmã Lúcia Soares, que nos visitou nessa altura e coincidiu

com a celebração dos 80 anos da vinda das Irmãs para esta casa.

A Irmã Lúcia Soares orientou reuniões com todos os colaboradores da Obra Social e também

uma reunião de pais. Foi muito bom!

No dia 7 de Janeiro visitou-nos bem cedo o nosso Bispo, D. Manuel Felício. Foi uma visita

especificamente para a Comunidade, integrada nas visitas pastorais que o Senhor Bispo está a

realizar na diocese da Guarda.

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Irmã Maria Adelaide Santos Costa

SOMOS GENTE FELIZ

É um tema que vamos tratando com as

nossos crianças, para que se

consciencializem, desde já, de que a

FELICIDADE se constrói a partir de cada

um de nós, pelo modo como nos

relacionamos, como acolhemos e vivemos

os acontecimentos, como pomos ao serviço

dos outros os nossos dons - tendo

inclusivamente com eles “gestos

solidários” -, pelo modo como estamos

atentos ao querer de DEUS, e, através da

Palavra, realizarmos o seu Projecto de

Amor.

Neste clima, aconteceu o acolhimento dos

alunos novos e crianças de ATL, a quem,

num ambiente de alegria, se entoaram canções com versos próprios para a ocasião, e foi oferecida

uma flor feita pelos que já tinham frequentado o Colégio em anos anteriores.

Foram depois convidados pela Associação de Estudantes do Instituto Superior de Tecnologia

de Abrantes a participar nas praxes feitas aos caloiros. A sua missão era dirigirem-se ao centro da

cidade, e aí fazerem pintura facial. Saíram verdadeiras “obras-primas”. Em seguida, desfilaram até

ao Colégio, pelo que se sentiram “gente feliz” no meio das capas e batinas dos universitários. Foram

convidados a entrar, a andar de baloiço, no escorrega e a jogar futebol. Um dia a não esquecer...

Para actualizar e ajudar a manter a tradição dos “santinhos”, na véspera da Festa de Todas os

Santos os Pais foram convidados a vir ao Colégio, ao fim da tarde.

Numa aula de culinária fizeram os “bolinhos” para lhes oferecerem, mas também trouxeram os

“saquinhos”. Os Pais, avisados secretamente, vieram prevenidos com frutos secos, bolos, guloseimas,

enchendo-lhes os sacos que eles estendiam, dizendo: «bolinhos, bolinhos, pelos seus santinhos».

Depois, tudo foi posto em comum num lanche-convívio, marcado pela alegria do dar e receber.

A caminhada do Advento fez-se com toda a Comunidade Paroquial. Os temas de reflexão, as

vivências, a simbologia, conduziam a JESUS, a Luz que vem de BELÉM” para iluminar o nosso

mundo e ajudar os homens a serem irmãos.

A Eucaristia celebrada no Salão da Esperança, seguida de lanche-convívio, em que os cânticos, a

gruta e o presépio, a dança dos pastores, a encenação da acção de graças, ajudaram as crianças e

as suas famílias a viver Natal.

No fim, os pais quiseram também apresentar um coro com canções tradicionais da época, todos

vestidos com calças azuis, camisolas vermelhas e barretes de pai natal. Fizeram um figurão, e foram

muito aplaudidos pela assistência.

O dia terminou com a marcha da Paz - “dez milhões de estrelas” - pelas ruas da cidade, na qual

participou o Senhor D. José Alves, então nosso Bispo e agora nomeado Arcebispo de Évora.

Foi mais um acontecimento para captarem e perceberem que tudo quanto tem a marca do amor,

nos torna felizes.

Festa de Carnaval – A Câmara Municipal convidou as nossas crianças e professoras a

participarem num desfile de Carnaval, integradas nas escolas do Município. Eram algumas centenas

de crianças, e, desta vez, as nossas abriam o cortejo...

À tarde houve no ginásio um momento cultural divertido, em que todos os Grupos de ATL e do

Colégio participaram. Foram muito aplaudidas “As lições do Menino Tonecas” e a “Dança das

Sevilhanas”, entre outras.

Aproveitando todos estes momentos, vamos tentando atingir os nossos objectivos, desejando que

as crianças se insiram na família, na sociedade e na Igreja, ajudando a construir um ambiente feliz

através de tudo quanto realizam.

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Maria Ausenda Brás de Oliveira Pereira

Angolana por nascimento

Uma apaixonada pela sua terra

e pela sua missão

Maria Ausenda Brás

Esta é uma história com principio e meio... e ainda sem fim.

Sou natural de Angola. A minha terra chama-se Caala, que significa «terra pequena».

Depois da Independência ficou a escrever-se Kaala. E a «terra pequena» foi feita cidade...

Na 4ª classe estudei História de Angola, paralelamente com História de Portugal. Um

dos episódios que me ficou mais gravado foi a história da Rainha Ginga, chefe dum

movimento contra o domínio português. Esta rainha apresentou-se às autoridades

portuguesas com o seu séquito, sentada sobre quatro escravas, e não desceu do seu

trono para falar com as ditas autoridades.

Entretanto deixou de se estudar História de Angola. Então eu pensei: quando for grande

hei-de voltar a estudar História de Angola. E assim fiz: durante 33 anos de vida

missionária doroteia estudei, de facto, a história deste povo escrita por angolanos,

principalmente na Revista «Mundo Negro» dos Combonianos.

O meu desejo de estar perto do povo levou-me a sentar-me nos bancos do Seminário

Menor da Diocese de Benguela para aprender umbundo.

Quando, em 1939, abriu o Colégio das Doroteias em Benguela, as Irmãs disseram que as

futuras alunas se apresentassem juntamente com os seus pais; mas eu fui sozinha... e

disse que os meus pais iriam depois...

Mais tarde, através da JICF, tive contacto com as Irmãs Clementina Monteiro e Ana

Häusler.

Vim para Portugal para continuar a estudar. Desejava ser assistente social ou analista

química. Mas o gosto pelo ensino, tão forte na minha família, acabou por sobrepor-se...

Foi a Irmã Häusler que me reconheceu a vocação e me pôs em contacto com a Irmã

Moller, então Superiora no Externato do Parque. Recordo aquela sala castanha... um

breve diálogo, em pé, e a conclusão da Madre Moller: «Tem vocação. Pode dizer à Madre

Häusler»...

Em 1951 entrei no Noviciado, do Linhó, onde era Madre Mestra a Madre Araújo. Nos

dois anos e meio de Noviciado chegámos a ser 9 angolanas.

A minha primeira experiência como educadora Doroteia foi no Colégio da Póvoa, depois na

Covilhã e no Externato do Parque.

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Em 1961 voltei para Angola. Fui para a então Sá da Bandeira, para o Colégio Paula

Frassinetti. Além de Português, que dei sempre, tinha a parte de Ciências, as horas de

recreios e o dormitório. Durante 24 anos em Angola, além das aulas tinha o trabalho

paroquial, catequeses, assistência nos bairros suburbanos com os padres missionários de La

Salette; era o contacto com as populações mais pobres.

A nossa vida era muito familiar com as alunas e os leigos; havia muita abertura. Os

colégios eram florescentes, mas de população branca. A Ir. Isabel Malheiro foi

confrontada, mais tarde, com a visita de um Ministro da Educação que era mestiço e

que lhe fez notar a quase ausência de alunas negras.

Depois da Independência, tivemos o Colégio do Lobito fechado durante algum tempo, até

se criarem condições de estabilidade.

A pedido dos Padres de La Salette acompanhei as Irmãs Catarinas, fundadas por um

Padre daquela Congregação; era uma Pia União de Direito Diocesano, aprovada pelo 1º

Bispo de Benguela, D. Armando, que redigiu os primeiros Estatutos. Tinham feito a

experiência de mandar algumas jovens para serem formadas por outra Congregação

feminina, mas elas acabavam por ingressar nessas Congregações.

O Carisma da futura Congregação era a Evangelização das populações mais isoladas, e em

língua africana umbundo. Estive um mês com elas na missão de Hanha; era a única branca, e

falava-se umbundo. Fomos depois para a Catumbela, e as 7 primeiras Irmãs fizeram a 4ª

classe comigo; passava lá a semana, e vinha aos fins-de-semana a Benguela, à Casa Provincial.

Acompanhei-as durante 2 ou 3 anos, até elas seguirem sozinhas. Tinham já eleito a 1ª

Superiora Geral.

Entretanto adoeci, e tive de fazer uma paragem no Lubango. Depois fui para Kapelongo,

onde o trabalho pastoral, realizado com o Padre Mário Furtado, foi muito interessante.

Foram 9 anos muito ricos, esses de Kapelongo.

Nessa altura, com autorização do Sr. Arcebispo do Lubango, D. Alexandre, fui autorizada

a administrar o baptismo solene e presidir aos casamentos, em casos urgentes (Serviço

Militar dos jovens).

Recordo o «Monte das Bem-aventuranças», em que administrámos o Baptismo solene a

500 Catecúmenos, que faziam uma caminhada de preparação durante 4 anos. Recordo a

inculturação da Liturgia em 3 línguas nacionais, a inculturação das Festas Tradicionais –

circuncisão dos rapazes e festa das raparigas. E recordo a lufada de ar fresco na nossa

Comunidade de Kapelongo quando as duas Provinciais – primeiro a Irmã Júlia Maria Pires,

depois a Irmã Socorro Castro Lima – enviaram as Juniores para fazerem lá o estágio

apostólico.

Em Kapelongo, além do trabalho paroquial, abrimos um Posto de Saúde, onde trabalhavam

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a Ir. Carmelina, Ir. Berta Cabral e Ir. Lídia Manuel. A Ir. Ascensão orientava uma sala de

trabalhos femininos – rendas, bordados, corte e costura...

Ajudou-me muito um carro Toyota, oferecido pela Procuradoria das Missões dos Padres

do Espírito Santo de Holanda. Tinha a caixa longa e era polivalente: ambulância, carro

funerário, transporte de mercadorias, transporte da equipa apostólica que visitava os

diferentes Centros de Catequese. Esta equipa era formada por delegados dos vários

sectores apostólicos, incluindo as consultas de enfermagem; levávamos medicamentos

fornecidos pela Holanda.

Vim a Portugal em 1989, e regressei à Chibia, onde estive 4 anos, dando aulas à noite,

pois tinha entretanto tirado um Curso equivalente ao Magistério. Os meus alunos eram

já professores primários, mas sem o Curso, e preparavam-se para a Promoção.

Em 1994 voltei de vez para Portugal. A minha ligação com Angola manteve-se, dando o

apoio necessário aqui em Portugal.

E agora?

– Como disse de início, «esta é uma história com princípio e meio... e ainda sem fim».

Compete a Deus dar-lhe o fim...

Peregrinação de Irmãs aos lugares de

Santa Paula (Roma e Génova) de um

grupo de Irmãs das Províncias Norte e

Sul, de novo orientada pela Irmã

Diana Barbosa.

Depois desta peregrinação, a Irmã

Diana Barbosa ficará em Roma mais

uns meses para colaborar com o

Governo Geral em trabalhos ligados ao

documento sobre a “Memória do

Coração” e ao Arquivo.

Irmãs doentes: A Irmã Ludovina

Ribeiro (Montes Velhos) foi operada

no passado dia 23 de Janeiro, no

IPO. A operação correu bem; ela veio

no dia seguinte para casa, e começou

logo a fazer a vida normal; até canta

o Salmo na Missa! A Irmã Maria

Teresa Paiva Nazareth fez uma

intervenção para colocar um Pacemak-

er. A Irmã Rosário Caetano (Viseu)

foi operada a uma vista.

A Irmã Maria de Jesus Lopes vai

melhorando sensivelmente. O médico

considera que as melhoras são muito

significativas, ainda que se tenha que

dar tempo ao tempo para a

consolidação. Está já na sua

Comunidade (Parque - 1º andar), e

foi «apresentar-se» à Paróquia, que a

recebeu com grande alegria. A Irmã

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Maria Otília Melo Fernandes,

Coordenadora da Comunidade,

agradeceu às pessoas todo o apoio que

sempre deram e a forma como

manifestaram a sua amizade – oração,

telefonemas e visitas - por esta Irmã

que tão dedicadamente serve, desde

há anos, a Paróquia de Campolide. A

Irmã Maria de Jesus e a Comunidade

agradecem a todas as Irmãs e

Comunidades a oração, visitas,

telefonemas... com que a foram

acompanhando ao longo destes meses.

A Irmã Maria da Conceição Ferreira

Pinto foi a Inglaterra com um grupo

de 23 alunos do 3º e 4º anos. Tudo

começou pela vinda de uma jovem

inglesa, Natacha, fazer um estágio de

3 meses no nosso Colégio do Sardão,

ao abrigo de um Projecto ligado ao

«Programa de Aprendizagem ao Longo

da Vida» e integrado no Programa

Comenius, um Programa de parceria

entre Escolas. A Natacha gostou

muito de estar no Colégio e da forma

como funciona o atelier de teatro em

inglês, uma actividade extracurricular.

Manteve-se em ligação com o

Professor de inglês Paulo Silva e a

Professora Joana Guimarães, e

desenvolveram-se várias actividades de

intercâmbio. A Natacha e a escola

onde ela lecciona actualmente

convidaram os alunos inscritos nessa

actividade a deslocarem-se a Inglaterra

e a apresentarem o «Romeu e

Julieta», adaptado para crianças, aos

alunos do 3º, 4º, 5º e 6º anos da

Escola de Inglaterra.

Várias Irmãs de Vilar e da Paz foram

ver os musicais «Música no coração» e

«Principezinho», com grande

‘aproveitamento espiritual’... no dizer

de uma participante de mais de 90

anos...

Em Vilar continua a haver uma

participação animada, de algumas

Irmãs, na terapia do Tai-Shi.

O Pai Irmã Isabel Guimarães

melhorou, e já está em casa.

Agradecem todas as orações.

Estiveram na Casa de Exercícios do

Sardão, no Carnaval, uma Irmã

italiana (Mariela) e um casal de

médicos com os seus 4 filhos;

quiseram conhecer

o Norte de Portugal, e foram

também a Fátima. É uma família que

tem dado uma grande colaboração,

como médicos, no serviço de

voluntariado na Albânia e no Tibete.

Propõem-se dar também o seu

contributo em S. Tomé.

Na última Circular dos Governos

Provinciais Norte/Sul é confiada à

nossa oração a Yara Moniquy

Guadalupe, Júnior Santomense, que

manifestou desejo de fazer uma

experiência num mosteiro

contemplativo, e a Rita Maria Pereira

que, após um tempo de descanso que

lhe foi proporcionado, decidiu deixar a

Congregação.

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Conforme comunica a Rositta, no dia

4 do corrente chegou às Filipinas a

Irmã Doreen, de Malta. Vem ajudar a

Celia a dar o retiro sobre o "mundo

ferido", o que só agora foi possível.

Vamos sempre mantendo o contacto

com a Rositta, sobretudo através de

e-mail.

Faleceu o irmão da Irmã Adelaide Silva (Lisboa – Casa Paula); um irmão da Irmã Rosa Coelho (Linhó), uma tia da Irmã Lourdes Xavier (Loulé) e o pai da Irmã Janete Sobral, brasileira, que foi Conselheira Geral e agora é Provincial do Brasil Nordeste.

Bodas de Ouro – Celebram proximamente 50 anos de Vida Religiosa:

A 19 de Março a Ir. Maria Emília Ferreira (Linhó) e a Ir. Otília Alves (Parque).

‘Encerra-se’ assim o grupo que fez os Primeiros Votos a 24 de Setembro de 1960. É o

grupo a que pertencia a Irmã Paulo, que foi recordada no dia 28 de Janeiro, primeiro

«aniversário no Céu», como dizia a Irmã Lúcia na Eucaristia desse dia. Na acção de graças

foi lido o poema Fidelidade, que tanto marcou esse grupo. Que essa Fidelidade marque,

cada vez mais, toda a nossa vida!

DEUS traçou o rumo e disse:

«É por aqui.

É este o caminho da Aliança entre Mim e ti.

Seguindo assim, em cada passo teu,

gravarás mais dentro a minha semelhança.

Serás mais Eu.”

- E o Senhor ficou à espera

para depois lhe dar o Céu.

- Olhou em frente e seguiu.

A cada passo

o coração ajoelhava e rezava:

“Senhor, rochedo da minha salvação

- por TI –

eu escolhi o caminho da verdade,

e inclinei tudo o que em mim sente

a querer fidelidade.

Não temerei a vida nem a morte

e os meus pés não vacilarão

porque o teu nome é uma torre forte

para o que vive à sombra da tua protecção.

A tua Lei, Senhor,

é toda a minha alegria

porque eu desposei no amor

a tua Vontade.

Agora, aceita em cada dia

a oração da Fidelidade.

E recebe, também, ao cair da tarde

- quando o sol partiu, deixando um rasto –

a oblação quente da verdade

de um coração que será sempre em Ti

sóbrio e recto, justo e casto.

Sei que o horizonte da tua Lei é imenso.

Mas eu quero ir até ao fim,

porque selei o coração em Aliança

e, para mim,

só a Ti quero por Herança.”

E continuou sempre a seguir em frente

e a rezar assim.

E o SENHOR já não está à espera

e à terra desceu.

E à fidelidade em fidelidade se deu:

“Já é teu o Céu

porque o Céu sou EU”.

Irmã Paulo, Linhó – 1960

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Notícias de Angola – Através do «Informativo» de Dezembro, agora recebido, ficamos a saber:

No dia 3 de Fevereiro fizeram Votos Perpétuos 3 Irmãs: Paula Lombe, Cecília

Domingos e Delfina Maripa. No mesmo dia foi festejada a Irmã Maria Angélica Silva,

que estava em Moçambique no dia das suas Bodas de Ouro. A Maria Angélica fica na

Casa Provincial, Benguela.

A Irmã Maria Alice Monteiro, Ecónoma Provincial, regressa à Comunidade de Benguela.

Das Irmãs mais conhecidas: a Irmã Vitória Gueve vai para a Comunidade de Caponte, Lobito; a Ir.

Júlia Maria da Cruz para o Lubango.

As obras da nova Casa Provincial, que será em Luanda, estarão terminadas no primeiro semestre

de 2008.

CONCURSO ‘CRONOLÓGICO PAULINO’... Ano 2008

Sobre os traços escrever a data correspondente (ano) 1._______ Casamento dos pais de Paula, na Catedral de S. Lourenço, Génova

2._______ Nascimento de Paula

3._______ Morte de Ângela Viale, mãe de Paula, na solenidade da Epifania

4._______ Fundação do Instituto, em Quinto

5._______ Encontro com o P. Lucas Passi. Paula abraça a Pia Obra de Sª Doroteia

6._______ Abertura do 1º Noviciado em Montagnola dei Servi (Génova)

7._______ Paula chega a Roma com duas Noviças

8._______ Abertura de uma Casa, em Macerata

9._______ Compra uma Casa na Rua Panisperna (a Sª Maria Maior), e ali abre Noviciado, Colégio e Escola gratuita

10.______ O Papa Gregório XVI confia-lhe a Direcção do Conservatorio de Sª Maria do Refúgio (Sº. Onofre)

11.______ Os Garibaldinos e as tropas francesas combatem violentamente no Gianicolo (noite da ‘varanda’...)

12.______ Vai a Nápoles e visita o Papa Pio IX, em Gaeta

13.______ Desloca-se a Bolonha, para realizar a união com as‘ Doroteias de Bolonha’

14.______ O Instituto recebe a aprovação da Igreja, com o Decretum Laudis, de Pio IX

15.______ Com o Breve Adolescentium Animus, Pio IX aprova, para todo o Instituto, o Plano Resumido das Constituições

16.______ Paula envia as primeiras Doroteias para o Brasil

17.______ Paula envia as primeiras Doroteias para Portugal

18.______ Consagra o Instituto ao Sagrado Coração de Jesus

19.______ Visita as Casas de Portugal

20.______ É acometida por uma trombose, em visita a Bolonha

21.______ Realiza-se a 1ª Congregação Geral, em Roma

22.______ Entra na vida eterna

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23.______ Inicia-se o Processo Ordinário sobre a fama de santidade de Paula

24.______ É exumado o corpo de Paula, no Cemitério Verano, o qual se apresenta incorrupto, intacto e flexível

25.______ Paula é beatificada

26.______ Paula é canonizada

Enviar as respostas até 29 de Fevereiro.

A Província do Brasil Norte tem agora uma nova modalidade de comunicar: Uma Folha

Informativa do Governo Provincial. A que recebemos – n.º 3 de 2007 - certamente

corresponde ao final do ano, já que no Brasil (e em geral no hemisfério sul) o ano

lectivo coincide com o ano civil. Assim, tratou-se de uma Reunião de 3 dias, em que se

fez uma avaliação do triénio com base nas avaliações vindas das Comunidades.

Apesar de as três Províncias serem autónomas, existe a «Conferência das Provinciais do

Brasil», que se reuniu com a equipa de formação comum (o Brasil tem um só

Noviciado).

No campo da formação inicial, foram aceites pedidos de início de Postulantado, Noviciado

e Votos, e foi apresentado o Plano de Formação das neo-professas para 2008-2010.

Está planeado um encontro interprovincial com as Irmãs das Comunidades inseridas das

três Províncias.

Foi definida a data do CPA 2008, de 27 a 30 de Dezembro, com o tema “Tecer uma

nova presença profecia geradora de esperança e vida no mundo de hoje”, a partir do

Documento de Aparecida. Poderão participar no CPA todas as Irmãs que tiverem

possibilidades, sendo o dia 31 destinado a uma reflexão com as Coordenadoras de

Comunidade.

A Província Brasil Norte tem novo Governo Provincial, que foi comunicado pelo Governo

Geral no Suplemento do último «Em Família»: Irmã Ildes, ajudada pelas Irmãs Maria do

Carmo Mesquita, Lúcia Câmara (ex-Provincial), Salete Machado e Ofise Silva. Desejamos

bom trabalho à nova equipa de Governo!

ADOLFO NICOLÁS, S.J., novo Prepósito Geral da Companhia de Jesus

(Extraído de notícias várias da Internet)

Adolfo Nicolás, SJ, nasceu em Palência, no ano de 1936. Entrou na Companhia de Jesus

em 1953. Em 1960 foi para o Japão para mergulhar na língua e cultura japonesas. A sua

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vida foi passada predominantemente nessa zona do mundo, tendo sido Provincial da

Província do Japão de 1993 a 1999.

Teólogo de primeira, fez o doutoramento em teologia na Gregoriana com o P. Alfaro,

famoso professor de Cristologia, assessor do Concilio Vaticano II e um dos teólogos que,

juntamente com Karl Rahner, Congar e Schillebeeckx, contribuiu decisivamente para a

renovação da teologia. É um homem que pensa, e pensa muito bem, reza e dialoga.

Muito equilibrado e muito aberto. O título e tema da tese reflectem bem o seu

pensamento: Teologia do Progresso.

O novo Geral é um comprometido com o diálogo inter-religioso num mundo como o

Extremo Oriente, caracterizado pelo pluralismo religioso e a diversidade cultural.

É o sétimo jesuíta espanhol que chega a Prepósito General (os outros foram Santo

Inácio, Laínez, Francisco de Borja, Tirso González, Luis Martín, Pedro Arrupe). Fala

catalão, inglês, francês, italiano, japonês e alemão.

O «Doroteias» leva o abraço de todas as Doroteias portuguesas aos nossos «irmãos» Jesuítas, e deseja bom fruto para a Congregação Geral!

Mensagens para esta Quaresma:

“A Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor

da nossa identidade de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus, a

fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. (...) Que

este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a

Cristo para sermos testemunhas do seu amor”. Bento XVI

A Comissão Nacional Justiça e Paz convida-nos a Escutar o clamor dos pobres e a abrir

caminhos de justiça para erradicar a pobreza no nosso País. «... erradicar a pobreza é

possível e urgente»... E, porque «a pobreza não é uma fatalidade», há que «combatê-la

em várias frentes». http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=55450

A Quaresma é, antes de mais, um dom a receber e não tanto coisas a fazer, mesmo se

estas também são necessárias. É o próprio Deus que convida a sua Igreja a fazer um

“retiro no deserto” com Cristo, durante quarenta dias. É Ele mesmo que cuida da sua

Igreja e a submete a uma cura de rejuvenescimento e embelezamento. Oferece-lhe uma

terapia espiritual de purificação, renovação e santificação. Nesta linha, a Quaresma é um

tempo forte, tempo propício para cada um se reencontrar consigo mesmo, interrogar-se

sobre a qualidade da sua vida cristã, pôr ordem na própria vida e pôr a vida em ordem,

sair da mediocridade e, assim, responder ao chamamento de Deus à santidade, quer

dizer, a uma vida espiritual de qualidade de filho de Deus. Para concretizar esta

pedagogia da santidade, ousei lançar a proposta de, na Quaresma deste ano, se realizar

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na Diocese um grande “retiro popular” sobre o tema: “acolher, saborear e testemunhar

a ternura de Deus”. D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

(...) converter-nos a Jesus Cristo, segui-l’O como discípulos, abrir-nos ao amor que Ele

nos comunica e que conduzirá toda a nossa vida. Esta é a função da “iniciação cristã”,

que alarga o horizonte da inteligência e do coração para aderirmos mais radicalmente a

Jesus Cristo, à vida que Ele nos oferece, aos caminhos de fidelidade que Ele nos sugere.

(...) Esta caminhada pessoal é feita em Igreja e através dos meios que esta nos oferece.

Mas pode e deve ter a verdade e a autenticidade da nossa vida pessoal. Quero indicar a

todos, como atitudes fundamentais a aprofundar, a conversão e o cultivo da fé, da

esperança e da caridade. D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa

Depois das Mensagens do Santo Padre e dos nossos

Bispos.... outro tipo de Mensagens...

As tentações do homem de hoje

Pensar que tudo está bem...

Julgar-se centro e rei do universo...

Agarrar-se à vida como se fosse o único e definitivo...

Pensar que o pecado é algo antiquado, e que, portanto, já não existe; que o importante é a

consciência de cada um...

Escolher a vida cómoda como única fonte de satisfação pessoal: viva eu... e os outros que se arranjem...

Se fôssemos... que seria a Quaresma?

Se fôssemos automóveis, a Quaresma seria um tempo de mudar o óleo e afinar o motor.

Se fôssemos jardins, a Quaresma seria tempo de fertilizar a terra e arrancar as ervas daninhas.

Se fôssemos tapetes, a Quaresma seria tempo de lhes dar uma boa limpeza com o aspirador.

Se fôssemos baterias (acumuladores), a Quaresma seria tempo de as recarregar.

Mas não somos nenhuma destas quatro coisas:

Somos pessoas que, muitas vezes, agem mal e necessitam de se arrepender. Daí a necessidade de fazer uma boa confissão.

Somos pessoas que, muitas vezes, se deixam levar pelo egoísmo, e que, portanto,

necessitam de pensar mais nos outros. Daí a necessidade da esmola e do serviço.

Somos pessoas que, muitas vezes, perdem de vista o fim para que foram criadas por Deus. Necessitam, portanto, de recobrar a vista... Daí a necessidade da oração.

http://www.mercaba.org/pagina_javier_leoz.htm

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CARTA DO MESTRE

Querido irmão:

Quantas vezes pensaste que devias mudar? Sei que há algumas coisas (ou

muitas?) de ti mesmo que não te agradam. Em certas ocasiões vi-te preocupado

com o teu aspecto físico, com alguns defeitos do teu carácter, e inclusivamente

com a tua fé.

Sabes que te amo sem condições, gratuitamente, tal como és? Mas no

evangelho encontraste palavras minhas que podes sentir como um peso

excessivo para a tua debilidade: "Converte-te"; “O que quiser seguir-me tome a

sua cruz", “Não podeis servir a dois senhores"...

Não pretendo ‘suavizar’ essas palavras. O Evangelho, quer dizer, a minha vida,

é radical, por isso também o é a proposta que faço aos que me seguem. Mas,

cuidado: essa radicalidade só pode entender-se em chave de amor. Quem

avança pelo caminho do amor acabará por dar-se inteiro, não pelo peso de uma

lei que oprime, mas pelo impulso de um amor que liberta e que, ao mesmo

tempo, é mais forte que a morte.

Se não duvidas do meu amor por ti, a primeira coisa de que necessitas é deixar-

te amar e, em consequência, gostares de ti mesmo, desfrutar da tua condição de

filho ou filha de Deus. A partir daí, não tenhas a obsessão de suprimir este ou

aquele defeito (que te acompanharão sempre), mas ’apenas’ mudar de

mentalidade, nascer de novo.

Este nascimento será, sobretudo, um fruto do Espírito. Não é questão de

esforços titânicos. Consiste em aprender a ver as coisas de outro modo, a cair

na conta de que o centro não és tu (nem mesmo as tuas preocupações mais

santas), mas o Pai; que a sua graça é mais decisiva que a tua fraqueza. Não me

digas que isto não supõe uma conversão! Sei que não estranharias se te pedisse

grandes sacrifícios (porque sempre acreditaste que seguir-me é um caminho

‘costa acima’). Pois bem, peço-te algo mais importante e talvez mais difícil

para ti: que aprendas a confiar, que abandones a tua mentalidade calculadora,

temerosa, e te abras de par em par ao amor de Deus, teu Pai.

http://ciudadredonda.org