Portfólio Editorial - Setembro 2015

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DESIGNER GRÁFICO PORTFÓLIO EDITORIAL 2014 - 2015

description

Coleção de trabalhos editoriais entre 2014 e 2015

Transcript of Portfólio Editorial - Setembro 2015

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designer gráfico

Portfólio Editorial2014 - 2015

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formação2014 designer pela Universidade federal

de santa catarina (Ufsc)

idiomasInglês avançado (fluência)Francês básico

Extraagosto/2012 – Julho/2013 Monitoria de Prod. editorialAuxilio em aulas e à realização de trabalhos

relacionados à matéria.

agosto/2012 – Julho/2013 pré-Comissão organizadora do n

designAtuação como gestora na diretoria da

pré-comissão organizadora do N design (pré-CONDe).

abril/2011 – abril/2012 Centro aCadêmiCo de designParticipação na diretoria do Centro

Acadêmico (CADe) como secretária

ExPEriência ProfissionalFreelanCer

março/2014 – Hojeeditora BookessElaboração de projetos gráficos e

diagramação de livros, bem como criação de capas e material de divulgação. Fechamento de arquivos para impressão, gestão de projetos e supervisão de atividades relacionadas ao marketing.

outubro/2012 – Junho/2013 laB. de identidade VisualCriação na área editorial e

acompanhamento dos trabalhos em sinalização, vinculados ao projeto de reestruturação da identidade visual da UFSC. Florianópolis/SC.

Janeiro/2012 – fevereiro/2012 Quadrimatzi ComuniCaçãoAssistente de criação em projetos de

publicidade, fechamento de arquivos. Estágio voluntário durante as férias letivas. Sorocaba/SP.

ana Paula agostini

Designer gráfico24 anos – florianópolis / sc

48 [email protected]

behance.net/anapm-agostini

currículo

conHEcimEntos técnicos

suite adoBe Cs6indesign ● ● ● ● ● Illustrator ● ● ● ● ○Photoshop ● ● ○ ○ ○

WindoWs ● ● ● ● ●maC os ● ● ● ● ●Html e Css ● ● ○ ○ ○

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LIVROSNARRATIVAS

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sE é PEcado amar você

dr. afrânio luiz Bastos

Capa — diagramação

Abigail apenas queria salvar seu tio da depressão e remorso em que se encontrava e, sem nenhuma intensão, acabou se apaixonando perdidamente e teve que lutar contra o medo do preconceito familiar e social e pediu que a deixassem amar sem limite e, se pecado fosse, que a deixassem se afundar nesta lama pecaminosa de amor proibido...

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Dr Afrânio Bastos

dois anos quase não trabalhava. Todas as manhãs vi-nha a este cemitério, Jardim da Saudade, e fi cava horas sentado no túmulo de sua esposa tentando descobrir, talvez, uma fórmula de corrigir o passado. Inacre-ditável o que se via ali! Aquele gigante da medicina, amado por muitos que dele ouviram falar e por todos que o conheceram, ali massacrado pelo passado e pela memória que não quer deixar morrer. Não se acos-tumava com a morte dela. Há exatamente dois anos ela foi enterrada ali.

Abigail se aproximou e se emocionou com o cho-ro silencioso de seu tio. Ela carregava na mão uma rosa vermelha.

— Tio! — Oi, fi lhotinha! Que bom ver você! Alguém da

minha família aqui me alegra muito… Todos me criti-cam por eu vir rezar para a minha esposa todos os dias nestes dois últimos anos… A vida me traz aqui assim que eu acordo pela manhã, a consciência me proíbe de sair daqui. Veio trazer uma rosa para sua tia, que bom. Hoje está fazendo dois anos que ela faleceu…

— Não tio. Esta rosa não é para ela… Ela não mais entende as fl ores desta terra. Ela está morta e

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Se é pecado amar você

só entende agora de rosas do céu. Ela só conhece agora rosas que não mais morrem, que se misturam com os anjos e com eles se confundem. Ela não conta mais com sua defesa e proteção, ao contrário, talvez Deus a permita defender e proteger você. Tio, meu tio querido, não permita que um coração embriagado de remorso seja o piloto de suas condutas. Balance este cérebro inerte e dê a ele as rédeas de sua vida… Deixe a morte descansar a morte, deixe a vida respirar a vida. Esta rosa é para o senhor. Eu vim salvar o senhor… Pegue minha mão, mas pegue com fi rmeza para sentir nela o calor que ela traz para aquecer a frieza deste tú-mulo que o senhor está se tornando. A vida está viva lá fora e pode cansar de esperar e querer fugir. A tia está no céu, está bem e, tenho certeza, que quer que você viva muito, pois ela morrerá de verdade somente quando você morrer. Enquanto o senhor estiver vivo, ela também estará viva em sua mente. Deixe-me secar suas lágrimas, empreste-me seu lenço. Veja bem, você já não se cuida. Está barbudo, seu terno não está mui-to limpo. Lembre-se que muita gente necessita de seu trabalho e você quase não vai ao consultório.

— Abigail, Abigail, minha sobrinha querida. Nin-guém pode tirar de meu coração o remorso que carre-

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Dr Afrânio Bastos

na expectativa que fosse sair novamente enrolada na toalha, mas não. Apareceu com a mesma alegria serelepe. Todos foram para a cozinha e ele se isolou na sala, tentando fi car o mais longe possível de sua sobrinha. Não adiantou, pois ela veio até ele. Cada vez que a via parecia ser a primeira. Ficou corado e desajeitado. Abigail vestia um curto short cor de rosa, quase da mesma cor da pele mostrando gor-dinhas nádegas sensuais, uma curtíssima baby look branca que se esforçava para esconder suas bem desenhadas mamas, cabelos molhados do banho es-corriam discretamente pelo ombro desnudo… e um delicioso perfume completava a tortura. Ela falou primeiro:

— “Bênção”, tio. Está vermelho por quê? Parece que vai ter um ataque cardíaco. Quer um drinque?

— Não sei o que é melhor, fi car sem um drinque e ter um ataque cardíaco, ou tomá-lo e perder o con-trole e agarrar você naquele beijo louco que você me deu na garagem…

— Nossa, tio, é melhor se acostumar. Minha rou-pa o está deixando desconfortável? Vou lhe preparar um drinque. Olhe minhas unhas!

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Se é pecado amar você

— Vista-se melhor ou corro o risco depois de um drinque perder a cabeça e agarrar você… Suas unhas estão lindas, artisticamente pintadas com o cupido!

— Obrigada pelo elogio. Agora perca a cabeça e me agarre, e você verá qual será a carne do estro-gonofe.

Abigail voltou com o drinque. Bevilákua aspirou para absorver bem aquele perfume delicioso. Pergun-tou a ela porque ela não buscara o dinheiro para pagar as primeiras despesas que ele havia prometido e ela respondeu que iria vender o buggy, e completou:

— Já tenho comprador para o buggy.— Acho que não deve vender o buggy. Eu lhe

dou o dinheiro para as primeiras despesas e depois de formada você me paga.

— Não, não, tio. Não mude as regras do jogo. Vou vender o buggy e, antes que você morda a língua de tanta “tara”, eu vou trocar de roupa.

Neste momento, o pai de Abigail, seu concu-nhado, chegou mostrando uma reportagem no jor-nal “Folha de São Paulo” sobre a nova fórmula de

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Se é pecado amar você

Abigail desceu do ônibus decidida a mudar a vida de seu tio. Observava a sua volta com cuidado. Do outro lado rua, atrás de altos muros brancos, es-condia-se o cemitério. Ela não gostava muito deste lugar, mas estava decidida a salvar seu tio. Caminhou lentamente. Empurrou e assustou-se com o barulho do pesado portão de ferro. Caminhou algumas qua-dras, estremecendo com o silêncio frio, observando jazigo por jazigo tendo pena de quem ali estava. Final-mente avistou seu tio, Dr. Bevilákua. Médico, famoso clínico geral da cidade e, por isso mesmo, muito co-nhecido e venerado por seus pacientes.

Abigail fi cou, de longe, a observá-lo em silêncio. Dr. Bevilákua, sentado no túmulo, concentrado em sua oração, não viu a chegada de sua sobrinha. Há

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um almanaquE dE sErEs imaginários

Bini

Capa — diagramação

A fantasia, a imaginação delirante, os sonhos e os pesadelos criaram, através dos tempos, seres estranhos, diversos e improváveis. E onde tudo é estranho e improvável, a irreverência e a mistificação têm lugar garantido, assim como a verdade histórica, a inverdade política e o poder insensato...

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rou o mundo com as duas mãos, fazendo-o rolar de um lado para o outro como uma bola.

Todas as águas se moveram com uma força descomunal, que nunca mais vai existir outra igual, criando os canyons das terras Hopi. Nocuma não levou muito tempo para fazer isso. Nem sete dias, nem milhões de anos.

Antílopes e alces, as árvores dos bosques e as terras férteis, os homens e os espíritos, todos igualmente desapareceram sem deixar vestígios.

Mas Nocuma não fez isso porque desejava punir aqueles seres. Eles não eram bons nem maus. Eram aprendizes.

Ele quis criar a paisagem sagrada, revesti-la de significado e entregá-la aos Hopi não para criar lugares de veneração, mas lugares venerados. A amplidão do deserto a deixaria imprestável aos olhos dos indiferentes. As mesetas e os canyons formariam seus templos secretos.

Os rostos na paisagem, a multiplicidade de arcos, os labi-rintos de pedra, a ajuda dos corvos e os ecos intermináveis fazem os Hopi desconfiar de que Nocuma não agiu sozinho.

Para eles, também, a busca dessa verdade só contribuirá para aumentar ainda mais o já incerto mistério que, com certeza, irá permanecer eternamente inacessível.

17o vAmpiro do YucAtánContam os maias-quichés, que entre eles existia, em um tempo de inquietações e fatalidades cujas razões até hoje se ocultam, uma tribo indomável que estava sob o comando de um certo deus chamado Chamalkán. Este deus tinha a forma de morcego, com luzidias garras pontiagudas como de águia, orelhas arratonadas e dentes brancos, largos e afiados.

Os homens desta tribo tomavam e arrebatavam tudo de modo violento, sem deter-se ante a resistência ou a morte do inimigo. Viviam assim, isolados, porque ninguém deseja-va o contato com eles.

Para os maias-quichés, entretanto, eles possuíam também as suas virtudes: jejuavam como ninguém, seguindo um ri-tual desconhecido e prescrito pelo vampiro; sabiam entre-gar para o sacrifício, com prazer e submissão, os escravos que punham a engordar em jaulas de cana antes de tirar-lhes as entranhas, e eram capazes de contemplar a estrela

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Os arimaspos passam seus dias em luta permanente contra os grifos pelo ouro extraído de galerias subterrâneas. Os grifos são aqueles híbridos dos tempos antigos, quase uma esfin-ge viva, aliás uma mistura bastante comum no Oriente: uma águia violenta e inquieta em um corpo de leão esfomeado.

Não muito perto dali, num grande vale de nome Imavo, vi-vem uns selvagens com um pé enorme em sua única perna, e que todos apostam ser o legítimo ancestral dos sacis. São chamados de ciápodes. Possuem excepcional velocidade e vagam pela região como animais desorientados. Quando o calor é muito forte, deitam-se no chão e se protegem com a sombra do pé.

Compartilhando anomalia semelhante, neste mesmo gran-de vale também podem ser avistados os blemos, que não possuem cabeça e cujos olhos, nariz e boca encontram-se no tronco. Não conseguem articular uma linguagem com-preensível. O melhor que se ouve deles é um guincho seme-lhante aos produzidos por morcegos e hienas. São desprovi-dos de iniciativa, indiferentes a tudo, até mesmo quando um membro de sua espécie é devorado por uma fera.

Mas é sobretudo nas Índias que habitam as criaturas mais estranhas descritas por Plínio.

Ali existem filósofos que, da alvorada ao entardecer, pas-sam o dia fixando o disco solar, equilibrados ora sobre um pé, ora sobre o outro. Não cospem, nunca sofrem de dor de cabeça ou de dente, e sua filosofia é inútil, pois todos des-conhecem o que pensam.

Na região do altiplano central, encontram-se homens com ca-beça de cão, só emitem latidos e vivem de caça. Segundo um

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viajante de nome Ctésias, citado por Plínio, havia, naquela épo-ca, por volta de cento e vinte mil indivíduos desta espécie.

Já nas montanhas orientais habitam os sátiros, que têm aparência humana. São seres muito rápidos, e que, às vezes, correm de quatro. Só se consegue apanhá-los quando estão velhos e doentes.

Entre os sátiros vivem os coromandos, uma população sel-vagem, sem voz, que emite gritos pavorosos. Possuem olhos esverdeados, dentes de cão, e corpos esquálidos e peludos.

Muito além das montanhas mais distantes, trispitamos e pigmeus, que não superam meio metro de altura, fizeram seu lar. O território deles é infestado por grous, informação inclusive confirmada por Homero. Na primavera, pigmeus e trispitamos descem para as planícies montados em car-neiros, cabras e javalis, e atacam os ninhos e os filhotes de grous. Vivem em cabanas feitas de lama e excrementos de grou, penas de grou, e cascas de ovos de grou.

As planícies indianas também são continuamente atraves-sadas por tribos de nômades que têm apenas furos no lu-gar das narinas, rastejam como serpentes e são conhecidos como cirates.

Os cirates nutrem uma permanente antipatia pelos astôma-tos, indivíduos desprovidos de boca, e que sobrevivem so-mente do ar que respiram e dos cheiros que farejam.

Nas longas viagens que fazem, levam com eles vários perfumes de raízes e frutos selvagens para que não lhes falte alimento.

Um perfume mais forte pode matá-los facilmente.

11prefácioEm 1968, Jorge Luis Borges (1899/1986), publica, juntamente com Marguerita Guerrero, El Libro de los Seres Imaginarios, coletânea, segundo ele, “dos estranhos entes que engen-drou ao longo do tempo e do espaço a fantasia dos homens”.

A admiração que tenho por este mestre é o que justifica o meu manual.

Aproveitei apenas a ideia e um convite que Borges sugere na apresentação do livro (convidamos o eventual leitor da Co-lômbia ou do Paraguai a nos remeter os nomes, a descrição e os hábitos mais notáveis dos monstros locais). Considero que seria uma atitude ridícula e insultuosa pretender que este texto seja alguma forma de continuação do original borgea-no, projeta simplesmente uma simplória homenagem.

Onde tudo é improvável e tão diverso, a irreverência e a misti-ficação têm lugar garantido entre os seres imaginários como a verdade histórica, a inverdade política e o poder insensato.

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lEmBrançasvanildo BarBosa

Capa

Essa é a historia de Jacob dos Santos, um adolescente filho de descendentes de escravos que foi criado em pequenas propriedades em que seus pais tomavam conta e cultivavam de tudo um pouco, e vendiam no município da Vila Iguaçu para seu patrão até seus quinze anos. Na época da ditadura militar, teve um grande amor na sua adolescência; algo extremamente proibido o relacionamento de um adolescente negro com uma menina branca, que se passou na localidade da cidade em que morava. E, nos dias atuais, na sua maturidade, tenta entender o que não conseguiu na inocência da sua adolescência no passado. Hoje, um fazendeiro de sucesso criador de cavalos de raça e muitas terras, tem família formada e conseguiu realizar muitos desejos materiais e é feliz no relacionamento, mas não consegue esquecer sua namorada da infância. Jacob relata as dificuldades de viver um grande amor por alguém que ele namorou na sua adolescência e ela nem se quer sabe como ele a ama, e que tenta entender os mistérios do amor e seus efeitos, vivendo com uma mulher que ama. Jacob tenta buscar um esclarecimento para seu convívio familiar relatando, ainda, como é grande o sofrimento causado pelo amor e o racismo acompanhado com a pobreza.

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EstrEla PErdida

Jaciara roquE

Capa

Nanci possuía um estranho dom, porquanto a premonição sempre esteve presente em sua vivência onírica. Seu destino parecia estar preso a Lúcius, pois ambos estavam intimamente vinculados por sentimentos de afeto, carinho e amor eterno. Entretanto, sonhos recorrentes perturbavam sua harmonia interior. Algo lhe despertava reminiscências de um tempo que não era o presente. Seu destino estava traçado, no caminho das estrelas.

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LIVROS—TÉCNICOS

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a Escola como camPo dE formação dE ProfEssorEs

Capa — diagramação

Este livro nos apresenta desafios e esforços de formadores e instituições em promover uma formação profissional docente diferenciada em qualidade, a partir de experiências vividas na escola pública. A obra traz uma coletânea de textos que relatam experiências com a formação de professores para as diferentes áreas existentes na escola básica brasileira; está organizada em quinze capítulos que se iniciam com as experiências da formação de profissionais para a gestão escolar, seguidas da formação de professores para os anos iniciais da educação básica. Na sequência de capítulos, a obra apresenta as experiências na formação de professores para inglês, matemática, literatura, geografia, química, sociologia, física, filosofia, educação física, educação inclusiva e educação de jovens e adultos.

PIBID Pedagogia Ensino Médio | 17

Olenir Maria Mendes é doutora em Educação pela Uni-versidade Estadual de São Paulo/USP. Atualmente é pro-fessora associada da Faculdade de Educação da Universi-dade Federal de Uberlândia, onde trabalha com formação de professores em cursos de licenciatura, ministrando a disciplina Didática. Atua também no Programa de Pós Graduação em Educação, orientando pesquisas de mes-

trado e doutorado. É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educa-cional — GEPAE. Atua e desenvolve pesquisas na área de Avaliação Educacional, Educação Popular e Gênero. É professora coordenadora do subprojeto Pedagogia do PIBID/UFU desde 2009. | [email protected]

Thaís Ferreira Rocha é graduada em Pedagogia pela Uni-versidade Federal de Uberlândia (2014). Foi integrante do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) subprojeto Pedagogia-Ensino Médio, no pe-ríodo de abril de 2012 a março de 2014. Participou de Iniciação Científica, no projeto de pesquisa intitulado

“Pensando e fazendo Matemática nas salas de aula dos primeiros anos do Ensino Fundamental”, desenvolvido no período de março de 2013 a fevereiro de 2014. Exerceu a função de monitora da disciplina “Metodo-logia do Ensino de Matemática” do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Uberlândia em 2011. | [email protected]

PIBID Pedagogia Ensino Médio: A Importância da Realidade Escolar para a Formação de Profissionais da Educação

Olenir Maria Mendes Thaís Ferreira Rocha

Sumário

17 PIBID Pedagogia Ensino Médio: A Importância da Realida-de Escolar para a Formação de Profissionais da Educação

Olenir Maria Mendes, Thaís Ferreira Rocha

41 A Experiência Formativa do PIBID Educação Infantil: Ar-ticulação Teórica e Prática na Licenciatura em Pedagogia

Waléria Furtado Pereira

61 Competências e Formação do Professor de Inglês sob a Luz da Experiência com o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência — PIBID

Daisy Rodrigues do Vale, Maria Clara Carelli Magalhães

85 Rompendo Paradigmas na Formação Docente com a Uti-lização de Jogos no Processo de Ensino e Aprendizagem da Matemática

Vlademir Marim, Heinrich da Solidade Santos

109 Licenciatura × PIBID e as Competências Profissionais: Uma Perspectiva da Autoavaliação dos Integrantes do Subprojeto Matemática Pontual

Odaléa Aparecida Viana

143 O Letramento Literário como Alternativa para o Ensino de Literatura no Ensino Fundamental: Descrição e Reflexões sobre o Subprojeto de Literatura — PIBID/UFU

João Carlos Biella

167 Licenciatura em Geografia: Desafios na Formação Inicial de Professores e as Contribuições do PIBID

Vicente de Paulo da Silva

193 Reflexões sobre as Atividades Desenvolvidas no Subprojeto PIBID Química/Pontal no Biênio 2012−2013

José Gonçalves Teixeira Júnior

219 A Relevância do PIBID/Sociologia para a Formação dos Licenciandos em Ciências Sociais da UFU (2009−2013)

Marcel Mano, Marili Peres Junqueira

243 Formação Docente no Âmbito do PIBID e suas Contribui-ções para o Ensino de Física

Milton Antonio Auth

269 Reflexões sobre Filosofia, Ensino de Filosofia e o PIBID Dra. Ana Maria Said, Carlos Eduardo Nicodemos

289 PIBID/UFU/Educação Física/Ensino Médio: Relato das Ações, Contribuições e Dificuldades na Execução

Sônia Bertoni, Solange Rodovalho Lima

311 Formação Inicial de Professores para a Diversidade Cul-tural: O Processo de Escrita / Pesquisa como Perspectiva para a Reflexão no PIBID/UFU

Cristiane Coppe de Oliveira

339 PIBID de Educação Popular na UFU: Os Desafios da For-mação Docente em um Projeto Interdisciplinar

Jorgetânia da Silva Ferreira, Ana Cláudia Gomes, Luiz Augusto Gonçalves Rodrigues

18 | Olenir Maria Mendes, Thaís Ferreira Rocha

Resumo: Este artigo discute a experiência de bolsistas e ex-bolsistas do PIBID Pedagogia da Universidade Federal de Uberlândia, do Cam-pus Santa Mônica, com atuação no ensino médio em escolas públicas de Uberlândia, Minas Gerais. As ações desse subprojeto foram organi-zadas em dois momentos: em 2010, foram realizados estudos e análises da realidade escolar com base em estudos teóricos (VASCONCELLOS, 2000), os quais possibilitaram momentos de reflexão crítica acerca dos problemas, das necessidades e das possibilidades do cotidiano escolar. Nos anos seguintes, elaboramos e executamos diferentes projetos de in-tervenção com base na análise da realidade construída em 2010. Os de-poimentos aqui apresentados revelam a importância da articulação entre teoria e prática como subsídio para superar os desafios identificados no cotidiano da atuação profissional das(os) licenciandas(os). Revelam, ainda, um amadurecimento acerca das discussões teórico-práticas e na forma de correlacionar os estudos realizados com as experiências vivenciadas nas escolas. Foi possível perceber o desenvolvimento do olhar crítico e de habilidades e capacidades acerca de estudos de diagnósticos sobre a realidade da escola.

Palavras-chave: Formação Inicial de Professores(as); Realidade Escolar; PIBID Pedagogia.

PIBID Pedagogia Ensino Médio | 19

Pedagogy Project in High School in the Institutional Program for Initiation to Teaching Scholarship — PIBID? Relevance of School Daily Life in Education Professionals Development

Abstract: This paper discusses the experience of undergraduate ped-agogy students, who are or had been involved within the campus Santa Mônica pedagogy subproject in the Institutional Program for Initiation to Teaching Scholarship – PIBID, in the Federal University of Uberlândia, working at local public high schools at the city of Uberlândia, in the state of Minas Gerais. The work in the subproject was organized in two distinct moments: in 2010 studies were done as well as an analysis of the school itself taking into account theoretical studies (VASCONCELLOS, 2000), which subsided moments of critical reflection about problems, needs, and possibilities for the school daily life. In the following years, we created and implemented some intervention projects based on the analysis done in 2010. The statements presented here reveal how important it is to link theory and practice as a way to overcome challenges identified from these undergraduates professional practice. They also reveal a growth in the-oretical and practical matters and in the way of correlating the studies done to the lived experiences in the schools. It was possible to notice the raise of a critical look and abilities and competencies related to the diag-nostic studies about the school everyday life.

Keywords: Teacher education, School daily life, The Institutional Program for Initiation to Teaching Scholarship (Pibid), Pedagogy

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código quEruBim

américo longo filHo

Capa — diagramação — tradução

A linguagem que se perdeu através dos tempos. Um entendimento que existiu no princípio da escrita humana e que explicava os mistérios da alma e do espírito.Este trabalho inicia a recuperação desta linguagem por meio do Código Querubiano, nos conduzindo ao entendimento dos mistérios da dinâmica da criação que outrora havia sido inspirada para nossos ancestrais.

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Destino:

o mundo das vaidades

Eu estava radiante naquela enorme fila de homens e mulheres . Era ‘um dos primeiros e conver-sava com algumas moças que estavam ao meu redor, ali na frente, entre os primeiros daquela enorme fila que se perdia de vista . Ninguém demonstrava estar in-quieto ou descontente com o fato de estarem numa fila que parecia interminável . Era dia claro, porém, não fazia nem calor nem frio, e embora estivesse com apa-rência de bom tempo, o Sol não se mostrava, dando a impressão de que não havia um Sol, mas isto parecia não ter a menor importância para nenhum daqueles que aguardavam sua vez para serem atendidos .

Uma jovem aparentando vinte e poucos anos, olhando para mim, sorrindo, perguntou:

— O que você faz? Respondi dando ênfase na entonação:— Estou para me formar na área médica!

Sumário

O Início . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9Espírito em Luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Hieróglifo: O pai da mensagem oculta . . . . . . . . . . . . . .21Explicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31

Código Querubim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35Quem és, alma minha? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37A Tearquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Seção I – Reciclando Almas . . . . . . . . . . . . . . . . 49De espírito para alma e de alma para espírito . . . . . . . .51Nãbi-aleph: O Início do em-carne . . . . . . . . . . . . . . . . .53Crucificação de Nabi-aleph . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57As trevas dentro das sepulturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61Um ser de fogo branco: a cristificação . . . . . . . . . . . . . .65O Labirinto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69Texto sem véu: Ungindo pedras nas camas . . . . . . . . . . . .73Nãbi-aleph ensina mais da linguagem dos Anjos . . . . . .77A queda das almas e seu “anjo senhor” . . . . . . . . . . . . .81Carta de Jeremias aos exilados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85O Pedido de Yãlad . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87A Linguagem de Luz dos Serafins . . . . . . . . . . . . . . . . .91Retirando o véu: A alma que ressuscita como filho do

homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95O Nefando x O Inefável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .101

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todavia, permitirão um mais fácil entendimento so-bre aquele trecho em questão onde as Escrituras estão sendo examinadas como objeto de “estudo” e não com intuito de conversão religiosa ou coisa assim .

Procure cortar este vínculo religioso para poder alcançar a compreensão maior que está por detrás da letra .

Leia pacientemente; afirmo com toda a certeza ao leitor que vai valer o esforço, pois haverá uma com-pensação de valor inestimável que irá tocar sua alma de uma forma ímpar .

Seja bem-vindo ao momento que estava destinado à sua alma nesta passagem e possivelmente por ele tanto aguardado .

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Espírito em Luz

Disse um Espírito de iluminação plena: Se a alma foi feita por causa do espírito, eis o que é maravilhoso, mas se o espírito foi retirado das

trevas e foi criado com luz, gerado por obras da alma, eis o que é a maravilha das maravilhas.

Quanto a mim, espírito em luz, fico maravilhado pelo seguinte:

Como esse Ser, que É agora Espírito ressuscitado da cova,

pode habitar em corpos de almas que serão evaporadas,

visto que são apenas tendas temporárias armadas no pó dos desertos do mundo?

Tradução para a Letra Viva de um pensamento de um Ser de fora deste mundo, mas que passou por aqui, e deixou isto gravado em algum lugar

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Somente agora compreendi, que a criação exem-plificada para este mundo citado, não é um mundo fí-sico, ou o planeta Terra, mas sim, o das almas de cada espírito, cada ser que está sendo formado; cada um deles em seu momento tão aguardado pela permanên-cia da fila, até que chegasse sua hora de vir buscar seu direito de receber a sua luz, de entrar no Tanque das Águas da Cura através das transmigrações realizadas em busca de seu aperfeiçoamento, de brilhar, lembran-do um texto que menciona sobre aquelas almas que possuem fulgor e que descem ao mundo para auxiliar os que necessitam receber entendimento .

“Eu sou a luz do mundo.” Jo 8 .12

Entendi que quando o espírito da sabedoria e da razão se manifesta no interior da alma que está no mundo, ilumina com sua luz imaterial todo o ser por completo, retirando-o deste lugar de expiação de vai-dades e imperfeições, e foi a partir deste instante que apanhei em minha biblioteca o volume das Escritu-ras; e, abrindo no livro de Eclesiastes, entendi que o mesmo trata do princípio ao fim sobre a jornada da-quelas almas que estão “debaixo do sol”, aprisionadas temporariamente em um corpo humano, e a leitura atenta de capítulo a capítulo foi abrindo meu enten-dimento de uma maneira tamanha, que é impossível detalhar, e como disse no início, foi como se um véu estivesse sendo retirado da frente de meus olhos, dan-

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do-me condições de entender algo que até então eu não conseguia .

Após ler e reler algumas vezes o livro de Eclesias-tes, livre de fanatismos, bebendo da sabedoria pura que parecia escorrer sobre todo meu ser, fui buscar a parte que trata sobre o simbolismo do Tanque de Cura, e não poderia deixar de colocar uma parte que tocou profundamente minha alma, por entender que as doenças mencionadas não são as da carne, do corpo físico, mas, sim, as do corpo espiritual; e que através da sua transformação em alma na sua vinda para o pla-no físico, quando o encarne se manifesta simbolizado como “águas purificadoras”, estas curas se realizam. Compare então através da razão de seu entendimento:

“Um anjo descia em certo tempo, e agitava a água. O primeiro que entrasse no tanque, depois do

movimento da água, sarava de qualquer doença que tivesse.”

João 5 .4

Agora é possível entender claramente a razão da-quela fila com milhares e milhares de pessoas aguardan-do sua vez, onde ninguém mostrava impaciência, muito pelo contrário: todos estavam felizes por estar aguar-dando “sua vez” chegar para poder entrar no Tanque!

Finalizando esta introdução, que penso ser ne-cessária, saliento que em várias partes deste livro será preciso utilizar exemplos ilustrativos que “não possuem caráter religioso ou doutrinário”, mas que,

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Glossário Querubiano

AbençoarSignifica o ato que principia a iluminação de uma alma em sua presente transmigração . Êx 32 .29 e hoje ele vos abençoou.Dt 30 .5 te trará à terra que teus pais possuíram…

Abismo – Abadom, Hades, InfernoÉ o mundo de baixo, a matéria humana, local que recebe a alma que abandonou seu antigo lar, o espírito . Esta alma, saída das entranhas do seu próprio espírito, está simbolizada no mito da costela de Adão . Hades é a casa das encarnações, é o corpo humano representado como o Inferno, o Abadom . Jó 28.14 O abismo diz: Não está em mim…Is 63.13 que os guiou pelos abismos…

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tEacHing PEoPlE EnglisH witH a crEativE viEw

maria dE fátima

Capa

Would you like to motivate your students to study English?

I have shared some thoughts and ideas with you in this book based on my journey as a teacher. I hope it may bring you some insights and make your classes more and more enjoyable!

Page 12: Portfólio Editorial - Setembro 2015

sEJa um lídEr na sua cHEfia

maria luiza Holtz

Capa

Baseado no sistema milenar criado e desenvolvido por “Benedetto da Norcia”, o livro “facilita” às pessoas que exercem a função de chefia, de autoridade, de gestão, gerência e direção… e precisam de aumentar a sua capacidade de Liderança efetiva, obter alta produtividade, um dos principais ingredientes para a uma organização viável, tanto pública como privada, com a habilidade e a improvisação adequadas ao tempo e ao lugar que a conduzem à longevidade. O livro mostra de forma simples como praticar os pontos-chave sobre Liderança na sua relação íntima com a Pedagogia Empresarial, ao se dedicar a estimular mudanças desejáveis no comportamento (aprendizagem) dos participantes de uma organização, com o objetivo de ampliar a produtividade inata pessoal, profissional e empresarial, para o bem comum.

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POESIASLIVROS—

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Palavras Em silêncio

ErEtuza gurgEl

Capa — diagramação

As poesias reunidas para a composição deste livro foram elaboradas entre os anos de 1997 e 2014. Com elas a autora celebra os 17 anos que faz parte do mundo das letras. O livro está composto por 59 poesias que contemplam os mais variados temas. Está dividido em duas partes: As Palavras, onde figuram as poesias que abordam temas mais concretos e O Silêncio, cujas poesias abordam temas mais abstratos.

ApresentaçãoApresentaçãoSempre fui admiradora das artes, de modo geral. Ao

longo de vários anos, escrevi algumas poesias, fruto do meu contato intenso com as letras, desde 1997. Com a publicação deste livro celebro os 17 anos que faço parte do mundo das letras. Um período no qual guardei muita coisa: amizades, aprendizados, recordações, alegrias, palavras, silêncios e as poesias plasmadas neste livro.

Algumas destas poesias não sobreviveram às intempéries da caminhada e se perderam pela estrada, muitas vezes bastante árdua. Outras insistiram em se materializar como palavras em meio ao silêncio.

Há algumas que conservam muito pouco da sua versão original, porque foram modificadas com o passar dos anos. Há outras, porém, que não mudaram, como seres teimosos que não aceitam ser moldados. Resta agora ao leitor atribuir algum sentido às palavras e ao silêncio que compõem o livro que tem em mãos.

Eretuza Gurgel | 61

Guardé silencio. Silencio fue mi paga,silencio, sí, silencio para siempresilencio opaco y solo la certeza de un soplo silencioso entre los dedos.

(Mercedes Marcos Sánchez)

O Silêncio

22 | Palavras em Silêncio

FuturoAstronave vazia,Difícil na direção,Pode destroçar,Qualquer coração.Astronave vazia,Impiedosa,Difícil de navegar.Sem nenhuma permissão,Muda nossa missão.E por ela somos convidadosÀ felicidade ou à saudade.

Eretuza Gurgel | 23

Amor em Tempos ModernosConheceram-se no ensino médio.Ele lhe adicionou ao seu grupo de amigos.Trocaram e-mails apaixonadosE juraram amor eterno.

Chegavam sempre juntos, Saíam de mãos dadas.E juraram que o seu amor Duraria para sempre.

Quando o ano acabou,Eles se separaram,Mas seguiram em contato.Através do computador,Estavam sempre conectados.Porém, a rede de amigos que aumentou,Mantinha-lhes cada vez mais afastados.

68 | Palavras em Silêncio

Lá(ou Caminho Contrário)

No amanhecer da vida habitei lá,Principalmente nasci lá.E assim sertaneja sou:Trinta por cento de sol no corpo,Cinquenta por cento de seca na alma,E vinte por cento de calcário nos pés.Nesse alheamento de que na vida Não se caminha para trás.

Eretuza Gurgel | 69

Lugar ComumO perdãoNão gosta da solidão,Em lugar algum,Em lugar comum.A união não alimenta separação,Em lugar algum, Em lugar comum. O amor sempre viveráEm algo, em algum lugar. Lugar algum, Lugar comum.

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crônicas, contos, PoEsias, E quE tais

alzira agostini

Capa — diagramação

Neste livro estão reunídas as memórias de uma vida encarada com leveza. A variedade de temas reflete a diversidade de experiências e o conhecimento acumulado da mente que não se aquieta enquanto não registra tudo.

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Felicidade

A felicidade é uma bênçãoque todos almejam encontrar.Não se encontra a vender,não se consegue comprar.

Está no riacho murmurante, que vai correndo ao mar,elevando suas ondas,encantando nosso olhar.

Está na manhã radiosa.No canto do passarinho,no sorriso da criança,na meiguice do avozinho.

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car-lhe a fralda e alimentá-lo. Um grupo de jovens barulhentos, jogando e fazendo algazarra, não se importando com ninguém.

Mas o que me chamou mais a atenção foi uma família numerosa, com uma bagagem imensa e um cesto de pic-nic de um tamanho fora do comum.

Para meu deleite, em determinado momento, esse cesto foi aberto, e dele saíram maravilhas de-liciosas, ofertadas às pessoas que se encontravam por perto. De tempos em tempos isso se repetia, e eu ficava imaginando o que viria da próxima vez. Para mim era uma verdadeira magia.

Enfim chegamos a São Paulo e nos dispersamos, cada qual seguindo seu rumo.

Encantei-me com tudo. Realizando alguns peque-nos sonhos, outros precisaram ser postos para dormir.

Hoje vejo essa viagem de trem dessa forma:O senhor que só dormia não viu a natureza tão bela,

criada por Deus. Não sentiu o friozinho gostoso ao avis-tar a cascata, e nem as pessoas ao longo da ferrovia a abanar seus chapéus, como a dizer: Boa viagem!

Isso se parece com as pessoas que se fecharam para a vida, passam por ela e não sabem a que vieram.

O grupo de jovens, infelizmente, é bem atual. São as pessoas que vêm para a escola, mas não estão nem aí.

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A mãe aflita é aquela mãe que se esquece do fi-lho, e ele faz mil estripulias para lhe dizer que só quer um pouco de atenção e amor.

A garota sou eu mesmo, longo tempo depois, rea-lizando hoje um pequeno sonho, pois os grandes dor-miram demais e agora não há mais tempo para eles.

Quanto à família numerosa, essa é a de maior importância.

É a família dos mestres professores, com sua bagagem enorme de conhecimentos, com um cesto repleto de alegrias a nos ofertar, bastando que, para isso, tenhamos que apenas estender as mãos para recebê-las.

Portanto, amigos, cheguem cedo à estação — ou à escola —, e se o trem do conhecimento estiver par-tindo, corram atrás, peguem nem que seja o último carro, mesmo que ele não seja o de primeira clas-se. Ele também chegará ao destino. Ou seja, mesmo com uma nota menor, com esforço vocês consegui-rão chegar lá.

Peguem esse trem, meus amigos, pois ele é como a vida, que não espera por ninguém.

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Está no vento ousado,que invade o caminho,refrescando o corpo cansado,do sofrimento peregrino .

Está no fruto maduroalcançado com esforço,saboreado em seguida,por um travesso garoto .

Está no ceio ofertado,alimentando o filhinho .No doce olhar de sua mãe, que envolve o pequenininho .

Está perto ou distante, basta querermos olharem tudo que nos rodeia,que a iremos encontrar .

Está assim tão presenteque nos espanta perceber .Ela está dentro de nós,Faz parte do próprio ser .

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Rosa

Cuidado se faz preciso,para a ela se achegar .Como se faz à mulher,que se deseja conquistar .

É muito valente o trabalhoque se deve enfrentar,valendo a pena o esforçopara o troféu ostentar .

Rosa, flor encantada,que alegra os caminhos,fazendo com que esqueçamosestar rodeada de espinhos .

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Um pouco da história de vida de meu pai

Nascido na Comarca de Matão, região de Ara-raquara, estado de São Paulo aos 25 dias do mês de Dezembro de 1899. Dia de Natal. Por isso o chama-ram de Manoel do Nascimento Barreira. Foi regis-trado como nascido em primeiro de Janeiro de 1900, para simplificar as contas.

Filho de pais portugueses, em uma família com-posta de mais 6 irmãos.

Pertenciam à Comarca de Matão — hoje cidade de Matão —, mas moravam na roça, onde o traba-lho começa em tenra idade. Para meu pai foi aos 7 anos. Trabalhou bastante, jornada longa e pai exi-

CrôniCas e Contos

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tylEr Knott’s BooK collEction

tylEr Knott grEgson

Capa — diagramação

Projeto de Conclusão de Curso submetido ao curso de Design na Universidade federal de santa catarina.

O projeto propunha a criação do projeto gráfico-editorial para uma coletânea da obra do autor Tyler Knott.

foram desenvolvidos três livros, um para cada tipo de poema escrito pelo autor, buscando oferecer um suporte adequado à cada um dos tipos de poemas e prezando pela legibilidade.

https://www.behance.net/gallery/21311967/Book-Design-Tyler-Knott-Collection

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BlacKout PoEmstylEr Knott grEgson

Páginas compostas por duas colunas, podendo comportar a imagem (versão original do poema) e, na coluna de apoio, o poema transcrito, bem como sua numeração..

https://www.behance.net/gallery/21311967/Book-Design-Tyler-Knott-Collection

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daily HaiKustylEr Knott grEgson

Páginas compostas por 8 módulos, possibilitanto a variação na posição dos poemas para criar dinamismo, coerente com o ritmo de leitura rápido deste tipo de poema. Foram usados 6 composições diferentes de posicionamento dos poemas, que se repetem em sequência.

https://www.behance.net/gallery/21311967/Book-Design-Tyler-Knott-Collection

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tyPEwritEr sEriEstylEr Knott grEgson

Página com apenas uma coluna. Foi escolhido numerar os poemas, e não as páginas, por isso a contrariedade à numeração espelhada. Nas duas páginas a numeração fica ao lado esquerdo do poema. Todos os poemas foram transcritos de suas imagens originais.

https://www.behance.net/gallery/21311967/Book-Design-Tyler-Knott-Collection

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REVISTAS —

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Além da técnica narrativa com imagens em sequên-cia, que as crianças reconhecem e entendem antes de aprenderem a ler, os quadrinhos usam letra bas-tão, o que facilita a leitura dos que estão começando. No Portal do Professor, mantido pelo Ministério da Educação, muitos educadores trocam planos de aula usando nossos personagens. Eles sempre citam o fato de os alunos conhecerem e gostarem da Turminha, o que facilita o aprendizado.

Sempre lembro que a raiz da palavra “decorar”, muito além da decoreba, da qual nunca gostei, é “de coração”, considerado a sede da afetividade e também da inteli-gência e da memória. O que amamos não esquecemos. Também fiquei feliz em saber que uma pesquisa feita pela Multifocus mostrou que as crianças mais curio-sas e interessadas leem quadrinhos. Curiosidade é o primeiro passo para alfabetizar e formar leitores para a vida toda.

Como foi a criação de uma nova etapa para os persona-gens, com o surgimento da Turma da Mônica Jovem?

Percebemos que as crianças, cada vez mais cedo, co-meçavam a deixar de ler os gibis. Voltavam mais tarde, como voltam até hoje: 50% dos nossos leitores têm mais de 20 anos, mas havia uma fase intermediária em que o interesse decrescia. Por outro lado, havia um gran-de interesse pelos mangás, gibis japoneses com traço característico, com desenhos em preto e branco. Vi aí uma oportunidade de falar com esse público e ter mais liberdade para tratar de assuntos que interessam a eles, como namoro, conflitos da adolescência, entre outros.

Os personagens mantiveram suas características: a Mônica ainda é dentucinha; a Magali continua ligada em comida, mas procura se alimentar de maneira sau-dável; o Cascão toma banho, mas se manteve ligado aos esportes; o Cebolinha fez fono, mas, quando fica nervoso, ainda troca as letras. Em 2013, lançamos a revista Chico Bento Moço, contando a vida do per-sonagem aos 18 anos e ingressando na Faculdade de Agronomia. Este ano, a Tina ganhou uma nova versão, com desenhos em computação gráfica. Como pai, só posso ficar muito feliz de ver a Turma crescendo.

A Turma da Mônica já tem sua loja na internet e um aplicativo para tablets e smartphones. Como está sendo a adaptação às novas tecnologias?

A adaptação é natural e ocorre o tempo todo, desde que começamos. Somos produtores de conteúdo, nossa matéria-prima são as histórias, a plataforma é que varia. E sempre vai variar, é bom que seja assim. A Turma da Mônica surgiu em tirinhas de jornais em 1959, ganhou a TV, primeiro com os comerciais do Jotalhão, a partir de 1969, depois com desenhos animados. Das revistinhas passamos ao cinema, a partir dos anos 80, do VHS para o DVD e Blu-ray. Hoje estamos em canais de TV a cabo e também em novas plataformas, como Netflix e YouTube, além de aplicativos.

Quando os videogames se popularizaram, nos anos 90, lançamos jogos para eles, então, nada mais natural que lançarmos aplicativos para celulares e tablets. Parte de nossas histórias em quadrinhos está no nosso site e temos planos de disponibilizá-las em outras plata-formas digitais muito brevemente.

Antes de conseguir ser contratado como desenhis-ta, o senhor trabalhou por cinco anos em outra área, como repórter. Como vê o mercado para desenhistas hoje e qual conselho daria para quem quer seguir seus passos?

A reportagem me ensinou a escrever de maneira di-reta, enxuta, ideal para os quadrinhos. Gosto de fa-zer histórias mais ou menos jornalísticas. Isso situa o leitor e o personagem no dia de hoje. Para incluir novos assuntos, é preciso sentir se serão “notícia”, em termos de quadrinhos, de receptividade do leitor. De-pois, basta desenhar. Sobre o mercado, acredito que há oportunidades para quem é talentoso e persistente. Ao mesmo tempo, vejo muitos de nossos desenhistas

“A frase que mais ouço quando tenho contato com o público é: ‘Aprendi lendo suas histórias!’. E fico muito feliz com isso, claro!”

O senhor sempre cita seus filhos como fonte de inspi-ração. Todos eles viraram personagens?

Nem todos. Foi uma coisa que veio acontecendo. Po-diam ser os filhos ou os filhos dos vizinhos. Felizmente, meus filhos se prestavam para ótimos personagens. A Mariângela inspirou a Maria Cebolinha; a Mônica dispensa apresentações; a Magali virou a comilona que faz 50 anos este ano; o Mauricio Spada e Sousa aparece como o dr. Spam; a Marina, que hoje vai assumindo o estúdio, ao lado da mãe, inspirou a personagem dese-nhista, com seu lápis mágico; o Mauro, com seu medo de chuva, inspirou o Nimbus; o Maurício Takeda foi a base para o Do Contra. O mais novo, o Marcelinho, inspirou um personagem preocupado com temas bem atuais, como sustentabilidade e consumo consciente, cujas histórias estrearão em breve.

Além de inspiração, alguns deles também trabalham com o senhor na Mauricio de Sousa Produções. Como funciona esse modelo de gestão familiar?

Eu diria que funciona muito bem. Hoje, seis de meus dez filhos trabalham comigo. Cada um foi assumindo seus postos de acordo com seus talentos e méritos. A Mônica, por exemplo, começou cuidando da antiga Lojinha da Mônica. Como demonstrou ter vocação e trazer resultados, com o tempo assumiu contratos de licenciamento e hoje é diretora comercial, responsável por toda a área. O Mauro Takeda é o chefe da área de produções, a MS ao Vivo, responsável pelos espetáculos.

Um de meus netos, o Marcos Saraiva, filho da Mônica, gere a área digital, uma divisão que está crescendo e deve crescer muito mais nos próximos anos. Mari-na, que sempre demonstrou talento para o desenho e já começa a dividir a aprovação dos roteiros comigo,

trabalha no estúdio, ao lado da mãe, minha mulher, Alice Takeda. Mauricio Spada, Vanda e Valéria cuidam de negócios que vão de criação de vídeos para a área de cinema até exportação e internacionalização da marca.

Como é a repercussão da Turma da Mônica nos outros países?

Hoje, entre quadrinhos e tiras de jornais, nossas criações chegam a mais de 30 países, sem qualquer adaptação, a não ser a tradução dos textos. Na China, por exemplo, as crianças adotaram a Mônica de imediato. Parece até uma personagem local. Nossos personagens integram o programa de pré-alfabetização chinês, estando em publicações didáticas distribuídas a milhões de crian-ças. Este ano lançamos um canal japonês no YouTube, com os episódios de Mônica Toy, nossa série no estilo toy art, sem diálogos, o que facilita a universalização, e também um canal em espanhol.

Este ano, fomos tema de uma exposição numa das principais galerias de Seul, na Coreia do Sul. Recen-temente, também me senti muito honrado com um artigo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na Folha de S. Paulo, que citou a relação de nossos personagens com os do criador do Astro Boy, Osamu Tezuka, como exemplo do intercâmbio entre os dois países. Outra vertente de nossa presença lá fora são os personagens baseados em nossos jogadores, como o Pelezinho, Neymar Jr e Ronaldinho Gaúcho. Acho que posso dizer que, assim como o futebol, a Turma da Mônica faz parte do “soft power” do Brasil.

De que maneira os gibis podem contribuir para a alfa-betização e a formação de jovens leitores?

Não sou educador, mas sei que a Turminha contribuiu e contribui, informalmente, no processo de alfabetiza-ção de milhões de brasileiros. A frase que mais ouço quando tenho contato com o público é: “Aprendi lendo suas histórias”. E fico muito feliz com isso, claro! Con-siderando-se que já imprimimos mais de um bilhão de gibis e que cada exemplar é lido por quatro pessoas, em média, dá pra ter uma ideia do alcance.

“Hoje, entre quadrinhos e tiras de jornais, nossas criações

chegam a mais de 30 países, sem qualquer adaptação, a não ser a

tradução dos textos.”

A evolução dos personagens:

desde a criação, nos

anos 1960, até hoje

1918

suportE antigo, nEgócios novos

Mesmo na venda dos livros tradicionais a internet tem sua influência. Desde o início dos anos 1990, quando foi aberta para uso comercial e possibilitou o surgimento das primeiras lojas virtuais, os livros passaram a ser vendidos online. O caso mais famoso é o de Jeff Bezos, fundador da Amazon, que iniciou vendendo livros na garagem de casa, nos Estados Unidos, pela internet e hoje possui mais de 200 milhões de clientes. No Brasil, o primeiro passo foi dado por empresas físicas, que passaram a operar tam-bém de forma eletrônica. Em 1995, foi fundada a Booknet, primeira livraria exclusivamente virtual do país, vendida quatro anos depois para a Submarino, atual líder no co-mércio eletrônico. Depois disso, esse tipo de negócio se popularizou e nem os tradicionais sebos ficaram de fora.

Para conectar esses pontos de compra e venda de obras usadas e leitores, o administrador André Garcia fundou em 2005 a Estante Virtual. A ideia surgiu enquanto estu-dava para uma bolsa de mestrado e teve dificuldade em encontrar alguns livros. Hoje, o site é considerado a maior livraria em língua portuguesa do mundo, reúne mais de um milhão de títulos e 1.300 livreiros de 339 cidades de todo o país. Para que tenham seus produtos expostos, os comerciantes repassam uma porcentagem do valor de cada venda. O site fica responsável pela intermediação e o livro é enviado diretamente pelo vendedor para o comprador.

Menos de uma década depois, a empresa comemora a marca dos 10 milhões de livros vendidos, 30% deles com preços de até R$ 10. “Mantemos uma economia média de 52% em relação aos preços praticados nas livrarias con-vencionais, e em alguns casos específicos, como de livros universitários, de 84%. Facilitamos o acesso à compra de livros para mais de dois milhões de leitores e acreditamos na importância da Estante Virtual na democratização da leitura.” Segundo André, facilidade de compra e praticidade na busca são os principais elementos priorizados pelos compradores online. Por isso, o mercado editorial precisou repensar não apenas seus canais de compra e venda, mas também a divulgação e relacionamento com os leitores.

Exemplo disso é o escritor best-seller Paulo Coelho, que em 2009 passou a colocar seus livros para download. “Se você gostou do que leu e tem condições para isso, sugiro que compre, assim podemos provar à indústria que o com-partilhamento de conteúdos não representa uma ameaça à venda de livros”, explicou em seu blog. O mesmo fez a família de Vinicius de Moraes, disponibilizando de forma gratuita a obra completa do artista. Alckmar dos Santos explica que eles estão apostando, com uma certa dose de razão, que expor na internet pode alavancar a venda do livro em papel, seja em livrarias virtuais ou físicas.

e séries de TV. Ele acredita que além do alto custo dos equipamentos para leitura, outras razões que dificultam a popularização dos e-books no Brasil são a falta de políticas de governo que incentivem sua adoção e o baixo interesse da população, acostumada com os livros de papel.

De todos os desafios, talvez o mais fácil de contornar seja a adaptação às novas plataformas, que podem enriquecer a leitura de várias maneiras. Alckmar dos Santos, pesqui-sador de literatura digital, exemplifica: “Lendo um livro de papel, com que frequência você para de ler, pega o dicionário, procura uma palavra que não conhece e retoma a leitura? No computador ou no leitor digital, é algo muito mais imediato, em dois segundos você tem o significado da palavra”. Se isso pode afetar nossa capacidade de con-centração, o especialista pondera. “Depende do leitor. Se alguém está com um livro de papel nas mãos e não quer ler, vai se distrair com o passarinho cantando na janela. É claro que você tem muito mais estímulos quando está conectado à internet, mas se você quiser ler, vai ler.”

Para Ana Munari, a possibilidade de sairmos do conteúdo inicial e buscarmos intertextos, ou nos comunicarmos com outras pessoas, sem sair da cadeira, é um convite à dispersão. “A prática constante desse ir e vir, sem esta-cionar, sem aprofundar verticalmente o texto, pode, sim, afetar nossos hábitos, já que esse tipo de leitura, que vê o mundo em sua multiplicidade de linguagens, é o natural. Nós somos seres hipermidiáticos por natureza – o letra-mento, sobretudo o escrito, é artificial, difícil, doloroso quase. Já a leitura multimodal e conectada é da nossa vida: cores, sons, movimento.” Ela também destaca que, além das mudanças causadas na forma como lemos, a internet e as novas mídias também interferem na produção dos textos, uma vez que a literatura tem sua fonte na realidade social, e em como respondemos a eles, compartilhando, recriando e interagindo.

Atento a essas transformações, o escritor e editor Ednei Procópio fundou em São Paulo, há cinco anos, a Livrus, uma empresa que atua em três frentes da literatura: pu-blicação, oferecendo serviços que vão desde revisão de textos a impressão ou conversão para e-book, comerciali-zação, com uma loja virtual, e divulgação, através de uma plataforma digital que possibilita que leitores, escritores e editores interajam entre si e comentem sobre os mais de 200 mil livros catalogados. Segundo o empresário, a ideia surgiu ao perceber uma oportunidade no mercado, que não costuma tratar os livros digitais e as mídias sociais de forma atrelada. “Os escritores começaram a compreender que é preciso diversificar os produtos editoriais e o modo como eles se comunicam com o público leitor.”

Foto: Jean-Etienne Minh-Duy Poirrier

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Foto: Lailson dos Santos | Divulgação MSP

“a infância poDe ter muDaDo na forma,

mas não no conteúDo”aos 78 anos, mauricio De sousa conta como suas histórias

fazem sucesso entre as crianças há mais De cinco DécaDas

No ano passado, a Mônica completou 50 anos. O que mantém a personagem popular entre as crianças depois de tanto tempo?

Estamos sempre atentos às crianças, ao que elas fazem, pensam, sentem, o que desperta sua curiosidade e o que as encanta. Procuramos estar sintonizados com nossos leitores, de todas as maneiras possíveis, interagimos com eles o tempo todo, inclusive por meio das redes sociais. Falamos a linguagem do dia e da hora.Também temos roteiristas espalhados por todo o país, próximos de suas famílias, obser-vando a realidade. E o mais importante: nunca subestimamos a inteligência das crianças. Como eu tive dez filhos ao longo de 50 anos, falei com dez tribos diferentes.A Mônica surgiu a partir da minha observação das situações vividas com minhas filhas. Ela é uma criança e se comporta como tal. Isso nunca mudou. Acredito que, por isso, as crianças sigam se identificando com ela. Além disso, nossas personagens estão sempre vivendo situações próximas das que vivem nosso público, falando como esse público e desejando as mesmas coisas.

Com mais de um bilhão de gibis impressos, a Turma da Mônica encanta jovens leitores em mais de 30 países que recebem seus quadrinhos sem nenhuma adaptação, a não ser a tradução dos textos. Na China, os personagens fazem parte do programa de pré-alfabetização. Na Coréia do Sul, viraram tema de exposição. Já o Japão e países de língua espanhola, ganharam canais no YouTube com vídeos em seus idiomas. Defensor dos quadrinhos como ferramenta de alfabetização, o empresário e car-tunista inclui nos próximos planos da Mauricio de Sousa Produções ações de incentivo à educação, relacionadas principalmente a crianças fora das escolas.

E não são só os mais novos que se divertem – 50% de seus leitores têm mais de 20 anos. Ele explica: “Todos somos aquelas mesmas crianças pelo resto da vida”. Para atingir todos os públicos, lançou em 2008 a Turma da Mônica Jovem, em estilo mangá, gibis japoneses com desenhos em preto e branco. Dessa forma, pôde tratar de outros assuntos, como namoro e conflitos da adolescência. De lá para cá, o Cebolinha procurou um fonoaudiólogo, mas ainda troca as letras quando fica nervoso, a Magali continua comilona, mas se preocupa em manter uma alimentação saudável, e o Chico Bento, começou a estudar Agronomia. “Como pai, só posso ficar muito feliz de ver a Turma crescendo.”

Edit

ori

al

sumário

Este é o tema da 23ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a grande festa da literatura que durante dez dias reúne o que há de melhor na produção editorial brasileira. O evento é um espaço para promoção da leitura, através de conversas com autores, debates, encontros de leitores e comercialização de livros. Além disso, conta com uma vasta programação cultural, que inclui música, teatro, gastronomia, cinema, dança e circo. Tudo isso tem como objetivo tornar sua experiência única.

Em suas mãos, está a primeira edição da Bienal em Revista, criada para enriquecer sua visita. Todo seu conteúdo está relacionado à programação literária do evento e permite conhecer mais a fundo seus participantes. Aqui, você vai encontrar o guia 24 horas de literatura em São Paulo, que ultrapassa os portões do Anhembi e apresenta os prin-cipais pontos literários da cidade. Futuro Incerto mostra o que está por trás das distopias, sucesso nas livrarias e nos cinemas.

Em nossa entrevista, uma homenagem ao ícone das his-tórias em quadrinhos, Mauricio de Sousa. Uma reflexão sobre o impacto das novas tecnologias em nossa relação com os livros é feita em A nova era da literatura. Na seção Resenha, o leitor fica por dentro do último lan-çamento de um dos mais importantes autores de mis-tério do mundo, Harlan Coben. E por fim, O caminho até o primeiro livro revela curiosidades das trajetórias de importantes escritores brasileiros e estimula os que sonham em juntar-se ao time.

Esperamos que você aproveite as próximas páginas e a singular aproximação com o universo da literatura pro-porcionado pela Bienal. Bom evento, boa leitura!

ExpEdiEntE:

A Bienal em Revista é um produto acadêmico para a con-clusão do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina realizado pela aluna Fernanda Costa no segundo semestre de 2014.

divErsão, cultura E intEratividadE: tudo junto E misturado

Bienal em Números

400atraçõEs

8espaços

186 autores NacioNais

750 selos editoriais

22autores iNterNacioNais

300expositores

1.500 horas de programação

Redação e edição: Fernanda CostaOrientação: Daisi Vogel

Projeto gráfico e diagramação: Ana Paula AgostiniFlorianópolis, SC – Dezembro de 2014

NaBieNal

10.Gênero distopia ganha destaque com best-sellers

17.Influência da internet na literatura

22.O início da carreira de Cristovão Tezza e outros autores

profissão:escritor

12.Mauricio de Sousa

fala sobre os projetos da Turma da Mônica

eNtrevista21.Harlan Coben lança Seis Anos Depois no Brasil

reseNha

4.Guia percorre

principais pontos da capital paulista

destiNo literário

Foto: Mateus Zimmermann Foto: Divulgação

Foto: Lailson dos Santos | Divulgação MSP

Foto: Johan Larsson

Foto: Divulgação

Foto:Ana Tezza

BiEnal Em rEvista

2014

Capa — diagramação

Projeto Gráfico da “Bienal em Revista”, revista desenvolvida por Fernanda Costa como Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina.

https://www.behance.net/gallery/21647011/Bienal-em-Revista