Portifólio gilson

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REVISTA Novembro/Dezembro de 2010. Por: Gilson Matos VIVENCIANDO A ARTE DE ENSINAR

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REVISTA

REVISTA

Novembro/Dezembro de 2010. Por: Gilson Matos

VIVENCIANDO A ARTE DE ENSINAR

UNIVERSIDADE DO ESTDO DA BAHIA- UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA- DCET

CAMPUS II- ALAGOINHAS-BA

ESTÁGIO DE REGÊNCIA II

POR

GILSON SANTOS MATOS

MOTIVADORA/ORIENTADORA

CLÁUDIA REGINA TEXEIRA DE SOUZA

ALAGOINHAS

DEZEMBRO/2010

OOO

A identidade do professor é

construída ao longo de sua

trajetória como profissional do

magistério. No entanto, é no

processo de sua formação que

são consolidadas as opções e

intenções da profissão que o

curso se propõe a legitimar

(Pimenta, 2008).

Segundo Buriolla (1999, p.

10), o estágio é o lócus onde a

identidade profissional é gerada,

construída e referida; volta-se

para o desenvolvimento de uma

ação vivenciada, reflexiva e

crítica, por isso, deve ser

planejada gradativa e

sistematicamente com essa

finalidade.

O estágio é uma forma de

introduzir o licenciado na escola,

para que o mesmo possa

vivenciar o cotidiano da sala de

aula, onde experimentará as

dificuldades e realizações da

profissão que contribuirá para a

formação da sua identidade

profissional.

O período de estágio

permitiu-me viver novas

descobertas, e a valorizar o

planejamento das aulas, pois esse

é um instrumento norteador da

O Estágio

prática do professor, embora ao

vivenciarmos à aplicação dos

planos durante as aulas,

percebemos que a nossa prática

deve ser avaliada e revista a todo

momento. Sou professor há dez

anos, mesmo com essa

experiência, o estágio foi um

momento ímpar, para reflexões,

mudanças de atitudes e rever

conceitos, que precisavam ser

modificados.

O estágio foi também, um

momento para vivermos ao lado

de outros docentes, observarmos

a forma como a educação é vista

por eles, e a forma como

conduzem a profissão, pois é

assim que a identidade

profissional do educador vai

sendo formada, nas trocas de

experiências vivenciadas no

contexto escolar.

O estágio mostrou-me que

o professor realmente não pode

comporta-se como aquele que é o

detentor do conhecimento, pois

os alunos trazem consigo uma

bagagem de conhecimentos

prévios adquiridos das suas

relações familiares, culturais, e

sociais que devem ser

considerados pelo professor. O

chamado currículo oculto se fez

presente durante de forma

marcante no decorrer do estágio.

n

O estágio foi realizado

Colégio Estadual Antônio de

Deus Seixas, no período de 14/10

á 16/12/10. O colégio está

localizado a rua Rodolfo Góes,

no bairro do Pioneiro na cidade

de Catu-Ba, oferece ensino

gratuito do Fundamental ao Nível

médio, divididos nos turnos

matutino, vespertino e noturno.

O colégio na sua estrutura

física possui onze salas de aula

amplas, uma sala para

professores, biblioteca,

laboratórios de Informática,

Química e Biologia.

O colégio atende a uma

clientela de 500 alunos, oriundos

da Zona urbana e Rural. Esses

Os alunos estão divididos

nos turnos, ficando em média 40

alunos por turma.

Quanto ao espaço físico,

interfere, de forma marcante no

desempenho das atividades

pedagógicas tanto para alunos

como para professores. Em

consonância com esse

pensamento Lima (1989), diz que

o espaço escolar deve compor

um todo coerente, pois é nele e a

partir dele que se desenvolve a

prática pedagógica, sendo assim,

ele pode constituir um espaço de

possibilidades, ou de limites,

tanto o ato de ensinar como o de

aprender exige condições

propícias ao bem estar docente e

discente.

O Colégio

A professora regente possui

formação superior, licenciada em

Ciências Biológicas. A mesma

atua na docência, ensinando

alunos do ensino fundamental ao

Médio. Na sua prática apresenta

domínio diante do alunado,

conseguindo impor limites,

mantendo um clima de respeito,

afeto, cordialidade, contribuindo

para um bom desempenho das

aulas.

A regente no decorrer do estágio

depositou em minha pessoa

confiança, dando-me apoio

quando requisitada, tanto no

desenrolar das aulas, como

também, nas informações sobre a

dinâmica do colégio, o que foi de

suma importância no

desempenho do estágio.

A Regente

O seu principal objetivo é

oferecer informações que

subsidiarão o estudo do aluno

durante a sua formação no ensino

médio. O livro adotado pelo

colégio foi o Biologia vol.único

de Sônia Lopes, rico em

gravuras, que ilustram as

explicações, a cada capítulo é

finalizado com questões para

estudo, textos para discussões e

questões voltadas para o

vestibular e ENEM, além de está

atualizado com as mudanças nas

informações e termos biológicos.

O livro foi utilizado durante

o estágio, como também, outro a

exemplo de Biologia Novo

Ensino Médio de Paulino.

O Livro didático

A turma escolhida para o

estágio foi a do 1º ano do nível

médio, composta de 25 alunos

freqüentes. Os alunos se

encontram em uma faixa etária

que varia de 15 anos a 18 anos de

idade, a maioria, oriundos da

Zona urbana. São alunos calmos

e participativos em sua maioria,

com destaque para aqueles que

confessavam gostar de Biologia.

A turma era dividida em

grupos com seus respectivos

líderes.

A Turma

O período de observação

foi de seis aulas que aconteceram

nos dias 9/9 á 23/9/10.

Durante esse período,

aproveitei para fazer um

levantamento junto aos alunos. A

maioria confessou não gostar da

disciplina, pois achava difícil e

reclamavam da forma em que as

aulas eram conduzidas. Aulas

formais, tradicionais segundo

eles. Embora a regente pareça se

apoiar na concepção pedagógica

empirista , a mesma demonstrava

conhecimento profundo dos

assuntos abordados, respeita os

alunos tendo boa relação e se

dispõe ao novo.

Esse contato inicial foi de

suma importância para a forma

de condução das minhas aulas na

regência, pois conheci um pouco

do perfil da turma. E a forma

como eles gostariam que fossem

as aulas: motivadoras e

interativas.

Período de observação

O período de regência é

conceituado como aquele em que

o estagiário tem a

responsabilidade da condução

das aulas. Esse período

proporcionou-me momentos

novos em sala de aula, embora já

tendo experiência como

professor, elementos surpresa

sempre surge no decorrer das

aulas, mas esses servirão para

nortear e avaliar a nossa prática

docente.

Durante a regência procurei

trabalhar com a concepção

pedagógica relacional

(construtivista) valorizando e

explorando os conhecimentos

prévios dos alunos, procurando

ser um professor mediador

na construção do conhecimento.

Procurei dinamizar as aulas,

levando os alunos a se sentirem

construtores da sua

aprendizagem e não apenas

assimiladores de conceitos, para

tanto busquei sempre uma

interação aluno-professor na

construção do conhecimento.

O período da regência é

o momento da afirmação do

estagiário, como futuro docente,

Pimenta e Anastasiou

(2002), afirmam que a identidade

docente se constrói no confronto

entre a teoria e prática, e na

análise sistemática das práticas a

luz das teorias, na construção das

teorias.

Período de regência

A primeira semana

correspondente a duas aulas,

iniciou-se com a passagem da

responsabilidade da sala de aula

da professora regente para a

minha pessoa como estagiário. A

regente conversou com a turma

deixando-os cientes que a partir

daquele momento o estagiário

assumiria a sala de aula .Como

já era conhecido da turma dede o

período da observação, iniciei a

conversa apresentando o

planejamento da unidade,

discutimos as formas de

avaliação e iniciamos o primeiro

assunto que foi: Introdução a

Histologia animal. A aula

expositiva dialógica iniciou-se

com a discussão sobre os níveis

de organização dos seres

vivos, partindo da célula como

unidade morfisiológica até a

Biosfera. Em seguida discutimos

o significado etimológico da

palavra Histologia, juntos (alunos

e estagiário) conceituamos

tecidos, e enumeramos os quatro

tipos principais, ou seja, a

classificação dos tecidos. Após a

aula como conteúdo

procedimental os alunos foram

convidados a realizarem uma

pesquisa com o tema: Tipos de

tecidos e sua localização no

corpo humano.

1ª Semana

A aula teve como tema:

Divisão celular (Mitose e

Meiose). A aula foi introduzida

com a seguinte pergunta: Ao

morrer uma célula no corpo dos

seres vivos de que forma ela é

substituída? Após discussão foi

apresentado com o uso de slides,

como se dá o processo de divisão

celular e formação de novas

células. Em seguida foi proposto

aos alunos que fizessem

ilustrações (desenhos) retratando

as diversas fases da divisão

celular. No decorrer da aula os

alunos fizeram poucas

intervenções, talvez pela

complexidade do tema e por ser

bastante abstrato.

O desenho realizado pelos alunos

tem como objetivo, trabalhar a

memória fotográfica, como

também o lado artístico do

indivíduo. Segundo Santos

(2005), a utilização de recursos

artísticos para auxiliar o

desenvolvimento de conteúdos

escolares específicos vem se

expandindo cada vez mais, com o

foco do trabalho pedagógico na

atividade do aluno.

2ª Semana

Fundamentação teórica

A aula teve como tema:

tecido epitelial e conjuntivo. A

aula foi iniciada, promovendo a

seguinte pergunta: Onde

encontramos no nosso corpo os

tecidos epiteliais e conjuntivos?

Após discussão, foram

apresentados através de slides os

diversos tipos de tecidos

epiteliais e conjuntivo e suas

funções. Após a aula expositiva

dialógica os alunos

confeccionaram um mapa

conceitual referente ao assunto

abordado. Durante a aula houve

transtornos por parte dos alunos,

pois os mesmos por se tratar de

último horário, ficaram inquietos,

por terem o costume de serem

liberados por alguns profissionais

antes do horário.

Os mapas conceituais vêm

sendo utilizados nas mais

distintas áreas do conhecimento,

tendo diferentes finalidades,

como na aprendizagem, na

avaliação, na organização e na

representação de

conhecimento.Para promover a

aprendizagem significativa:

(Moreira, 1999).

3ª Semana

Fundamentação teórica

A aula teve como tema ,

Tecidos conjuntivos. A aula

iniciou-se com indagações sobre

o que seria um tecido conjuntivo

e quais as suas funções. Após

discussão foi apresentado slides

com o uso da TV pendrive, o

assunto abordado. Em seguida os

alunos assistiram a um vídeo

sobre tecidos conjuntivos.

Durante a aula surgiram

perguntas a cerca de doenças

ligadas ao tecido conjuntivo

sangüíneo, como: câncer de

medula, anemia falciforme, como

também o tempo de vida das

hemácias. As discussões

promoveram um ambiente de

troca e mediação entre professor

e alunos,

caracterizando a concepção

construtivista.

Construtivismo para Becker

(1992), é a idéia de que nada a

rigor está pronto, acabado, e de

que, especificamente o

conhecimento, não é dado, em

nenhuma instância, como algo

terminado.Ele se constitui pela

interação do indivíduo com o

meio físico, e social, com o

simbolismo humano, com o

mundo das relações sociais;e se

constitui por força de sua ação e

ao por qualquer dotação prévia,

na bagagem hereditária , ou no

meio.

4ª Semana

Fundamentação teórica

Nesta semana a aula teve

como tema: introdução aos

artrópodes. A aula foi iniciada

com uma discussão sobre a

importância dos artrópodes no

cotidiano. ( área criminal, área

médica, na agricultura etc.).

Após o tema foi apresentados

através da Tv pendrive, com o

uso de slides, discutindo-se os

diversos pontos com os alunos.

Em seguida os alunos resolveram

questões utilizando o livro

didático.

No decorrer da aula,

surgiram indagações por parte

dos alunos, gerando um clima de

discussão troca e interação entre

alunos e professor.

A educação deve

proporcionar aos estudantes a

oportunidade de desenvolver

capacidades que neles despertem

a inquietação diante do

desconhecido, buscando

explicações lógicas e razoáveis,

levando os alunos a

desenvolverem postura crítica,

realizar julgamentos e tomar

decisões fundamentadas em

critérios objetivos, baseados em

conhecimentos compartilhados

por uma comunidade

escolarizada (BIZZO, 1998).

5ª Semana

Fundamentação teórica

Aula: Tecidos musculares.

A aula iniciou-se com

indagações feitas pelo professor

aos alunos sobre a importância e

as funções dos tecidos

musculares. Buscando explorar

dos alunos os conhecimentos

prévios sobre o tema

abordado.Em seguida o tema foi

apresentado través de slides.

Durante a aula foram discutidas

as questões das atividades físicas

e o uso dos anabolizantes nas

academias, essa discussão

motivou a aula, gerando

participação dos alunos.

Segundo Fernandes (1998),

os slides permitem uma projeção

de alta resolução, enfatizando

cores, beleza detalhes, visíveis

em qualquer ponto de uma sala

de aula. Argumenta também que

as imagens em si não asseguram

nenhum aprendizado e que

devem vir acompanhadas de uma

nova abordagem, de

sensibilização do aluno para o

mundo natural. Um enfoque

naturalista e aventureiro, mas que

não se limite a isso: que também

faça com que esse aluno aprenda,

pense, questione e queira saber

mais.

6ª semana

Fundamentação teórica

Avaliação escrita tecidos

epiteliais e conjuntivos e aula

com o tema: Tecido nervoso.

No primeiro momento da

realizou-se uma avaliação escrita

contendo dez questões objetivas.

Após dei inicio a aula sobre

tecido nervoso, partindo da

importância do mesmo e

suscitando discussão sobre as

células que compõem o tecido

nervoso. Foi proposta aos alunos

a realização de uma pesquisa

sobre á ação das drogas no

sistema nervoso, objetivando

fazer uma ligação do tema com o

cotidiano.

Segundo Souza (2000), a

avaliação é uma prática valiosa,

reconhecidamente educativa,

quando utilizada com o propósito

de compreender o processo de

aprendizagem que o aluno está

percorrendo em um dado curso,

no qual o desempenho do

professor e outros recursos

devem ser modificados para

favorecer o cumprimento dos

objetivos previstos e assumido

coletivamente na escola.

7ª semana

Fundamentação teórica

Tema da aula: Tecido epitelial,

conjuntivo e muscular.

Os temas propostos foram

revisados, partindo de dúvidas

apresentadas pelos alunos, com

enfoque na caracterização dos

tipos de tecidos e suas

respectivas funções. Durante aula

de revisão os alunos mostraram-

se cansados, desanimados, os

mesmos alegaram ser final de

ano, portanto justificaria tão

comportamento. Mesmo diante

do desânimo, tentei mostrá-los a

necessidade da revisão, pois

estávamos as portas da última

avaliação da unidade.

8ª Semana

Tema: Aplicação de prova sobre

Tecidos humanos.

Na penúltima semana, foi

realizada a última avaliação,

escrita com o objetivo de

continuidade da verificação do

aprendizado, já que à avaliação,

transcorreu de forma processual,

sendo a prova deste momento,

apenas mais uma etapa

avaliativa, desta feita a última da

unidade. A avaliação transcorreu

sem maiores problemas, pois os

alunos participaram ativamente

das aulas, e perceberam que s

questões propostas na prova

condiziam com a realidade vivida

em sala de aula.

Segundo Souza (2000), a

avaliação deve ser realizada com

o apoio de múltiplos

instrumentos de coleta de

informações, sempre de acordo

com as características do plano

de ensino, isto é, dos objetivos

que se está buscando junto aos

alunos.Assim, conforme o tipo

de objetivo, podem ser

empregados trabalhos em grupo

ou individuais, provas orais e

escritas, seminários, observação

de cadernos, realização de

exercícios em classe ou em casa

e observação dos alunos em

classe. O autor ainda afirma que

o professor não deve restringir a

avaliação para o final da unidade,

mas fazê-la processualmente.

9ª Semana

Fundamentação teórica

Essa última semana resumiu-se

em correção da prova e entrega

dos resultados finais da unidade,

como também resultados das

médias finais do ano letivo.

Durante IV unidade os resultados

foram setenta e dois por cento

dos alunos aprovados com média

final superior ao da unidade

passada.

10ª Semana

BIZZO, N. Ciências: fácil ou

difícil?.Ed. Ática, São Paulo, SP.

BECKER, Fernando. O que é

construtivismo? Revista de Educação

AEC, Brasília, v.21, n.83,p. 7-

15,abr./jun. 1992.

FERNANDES, H.L. Um naturalista

na sala de aula. Ciência & Ensino.

Campinas, vol.5, 1998.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA,

Maria S. Lucena. Estágio e Docência.

São Paulo: Cortez, 2008.

PIMENTA, Selma Garrido;

ANASTASIOU, Léa das Graças

Camargo. Docência no ensino

superior. São Paulo. Cortez, 2002

(Coleção Docência em Formação).

SOUZA, C.P. Avaliação escolar

limites e possibilidades, 2000.

Referências bibliográficas