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Portugal global Pense global pense Portugal Maio 2012 // www.portugalglobal.pt Entrevista João Belo Rodeia Novos desafios para a arquitectura portuguesa 6 Destaque Arquitectura global 12 Mercados Polónia, potencial para crescer 34 Empresas IVO Cutelarias, Ferpinta 30

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Portuguese Architecture

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Entrevista João Belo RodeiaNovos desafios para a arquitectura portuguesa 6

DestaqueArquitectura global 12 Mercados Polónia, potencial para crescer 34

EmpresasIVO Cutelarias, Ferpinta 30

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sumário

Maio 2012 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6A arquitectura portuguesa afirma-se no plano internacional, conquistando prémios e reconhecimento. João Belo Rodeia, presidente da Ordem dos Arquitectos, traça um retrato actualizado da arquitectura e dos arquitectos portugueses.

Destaque // 12Os arquitectos e a arquitectura portugueses estão-se a globalizar, enfrentam novos desafios e são actualmente, pelo seu talento, prestígio e excelência, um dos nossos melhores produtos de exportação.

Projectos internacionais // 26O mercado das multilaterais financeiras constitui uma alternativa viável para o apoio à internacionalização das empresas.

Empresas // 30IVO CUTELARIAS: qualidade e design reconhecidos internacionalmente.FERPINTA: um líder nos tubos de aço.

Mercado // 34A Polónia tem vindo a aumentar a sua importância no relacionamento económico com Portugal, onde se destaca a sua posição enquanto receptor de investimento directo português no exterior. O potencial de crescimento do relacionamento com Portugal está longe de estar esgotado, sobretudo tendo em conta o crescimento do PIB polaco e consequente aumento do poder de compra da população polaca.

Opinião // 44A análise de António Ramos Pires, presidente da Associação Portuguesa para a Qualidade, sobre as boas práticas de gestão, a qualidade e o desenvolvimento empresarial.

Análise de risco por país – COSEC // 46Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 49Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 52

Bookmarks // 54

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EDITORIAL

// Maio 2012 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 LisboaTel.: +351 217 909 500Fax: +351 217 909 578

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Comissão ExecutivaPedro Reis (Presidente),

António Almeida Lima,

José Vital Morgado,

Manuel Mendes Brandão,

Pedro Pereira Gonçalves (Vogais)

DirectoraAna de Carvalho

[email protected]

RedacçãoCristina Cardoso

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Colaboram neste númeroAntónio Ramos Pires, Daniel Lobo,

Direcção Grandes Empresas da AICEP,

Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC,

Direcção PME da AICEP, Grupo de Trabalho das

Multilaterais Financeiras (AICEP e GPEARI),

João Belo Rodeia, José Soalheiro, Michel Toussaint,

Nuno Lima Leite.

Fotografia e ilustração ©Fotolia, Rodrigo Marques

Publicidade Cristina Valente Almeida

[email protected]

SecretariadoCristina Santos

[email protected]

AssinaturasREGISTE-SE AQUI

Projecto gráficoaicep Portugal Global

Paginação e programaçãoRodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

Uma das valências estratégicas da AICEP consiste em apoiar e dinamizar o potencial exportador das empresas portuguesas, bem como das suas acti-vidades produtivas – seja em bens ou serviços destinados à exportação – de-tectando e mantendo para isso actuali-zadas as oportunidades de negócios no mercado global.

É neste quadro de internacionalização e de exportação que esta edição da Por-tugalglobal está focada, realçando três temas importantes e actuais. O primei-ro tema aborda a internacionalização da arquitectura portuguesa nas suas principais vertentes; o segundo, centra-se no mercado da Polónia; e o terceiro, enquadra os mecanismos de funciona-mento das multilaterais financeiras.

A progressiva internacionalização da arquitectura portuguesa assume cada vez mais relevância como factor expor-tador de serviços. Nos anos mais recen-tes, embora se tenha verificado uma forte retracção do mercado interno em matéria de projectos e de engenharia, o sector adaptou-se e, só nos últimos três anos, as exportações do sector cresceram 150 por cento.

Esta é uma realidade dinâmica cuja ponta do iceberg são os inúmeros pré-mios que profissionais de arquitectura e projectos nacionais têm ganho por esse mundo fora. Na base deste suces-so internacional, encontra-se o talento dos nossos arquitectos, sobejamente reconhecido nos mais diversos merca-dos graças à sua obra edificada nos quatro cantos do globo.

Casos de sucesso, visão estratégica dos

mercados, prospecção de tendências e

a experiência internacional dos jovens

arquitectos, são alguns dos temas trata-

dos neste destaque sobre a arquitectu-

ra portuguesa. Em entrevista, João Belo

Rodeia, arquitecto e presidente da Or-

dem dos Arquitectos, traça uma pano-

râmica deste universo empreendedor,

criativo e inovador, preparado para en-

frentar os desafios do terceiro milénio.

O relacionamento económico entre

Portugal e a Polónia, bem como as po-

tencialidades do mercado polaco, não

poderiam deixar de ser realçados num

momento em que Portugal se direccio-

na para novos mercados, consolidan-

do a sua relação com os tradicionais.

Na realidade, este mercado tem vindo

a assumir relevância para a economia

portuguesa, verificando-se não só um

aumento do peso da Polónia como

cliente de Portugal, como também a

relevância deste país como destino

para o investimento português nos

mercados externos.

Quanto ao mercado das multilaterais

financeiras, este é aqui abordado por

constituir uma alternativa substantiva

para o apoio à internacionalização das

empresas portuguesas. Descubra nes-

ta edição de que forma é que a banca

multilateral pode representar uma fon-

te alternativa de financiamento para os

projectos de internacionalização.

PEDRO REISPresidente do Conselho de Administração da AICEP

Exportações na mira

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APOIO ÀS EXPORTAÇÕES

www.cgd.pt/empresas 707 24 24 77

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Parabéns às empresas exportadoras.

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As exportações nacionais aumentaram mais de 13% em 2011.

36% da Linha PME Investe VI para empresas exportadoras foi financiada pela Caixa em 2011.Fonte: SGM

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ENTREVISTA

// Maio 12 // Portugalglobal6

Mesmo em tempos de crise, o panorama da arquitectura portuguesa, embora não sendo isento de oscilação conjunturais, continua bastante animador, mostrando que os arquitectos portugueses têm mérito consolidado, boa imagem interna e externa e uma forte capacidade de responder aos novos desafios que a actividade atravessa. Sinais disso são o protagonismo internacional de alguns dos nossos melhores arquitectos e os numerosos prémios com que são cada vez mais distinguidos.“Enquanto conseguir reinventar-se a partir de si mesma e de cada situação, a arquitectura portuguesa manter-se-á reconhecível e saberá responder a quaisquer desafios num mundo global feito de tantos e tão diversos mundos”, defende João Belo Rodeia, Presidente da Ordem dos Arquitectos, aqui entrevistado.

João Belo RodeiaPresidente da Ordem dos Arquitectos

ARQUITECTURA PORTUGUESA SABE REINVENTAR-SE E ENFRENTAR NOVOS DESAFIOS NO MUNDO GLOBAL

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Maio 12 // 7

“O amplo reconhecimento nacional e internacional da arquitectura portuguesa não decorre da sua mediatização ou da sua espectacularidade, mas antes das características peculiares do seu fazer, do mérito dos seus melhores autores e da qualidade intrínseca das suas obras.”

Como vê a arquitectura em Portugal e quais foram os seus períodos de mudança mais inovadores, relevantes e decisivos nas últimas décadas?A arquitectura portuguesa conseguiu, por mérito próprio, duas conquistas fundamentais nas últimas décadas. Por um lado, revelou a sua importância enquanto suporte ao ha-bitar das pessoas e das comunidades, assim como o seu potencial para a melhoria da qualidade do ambiente cons-truído. Por outro, a par da língua portuguesa, confirmou-se como o mais importante recurso socio-cultural de Portugal para a sua afirmação além fronteiras.

O maior número de arquitectos, actuando em diversos ac-tos profissionais por todo o país, permitiu que a arquitectu-ra se tornasse mais acessível a maior número de cidadãos, com crescente reconhecimento público. O protagonismo in-ternacional de alguns dos nossos melhores arquitectos con-tribuiu decisivamente para o reconhecimento mundial da

De uma forma geral, o amplo reconhecimento nacional e in-ternacional da arquitectura portuguesa não decorre da sua mediatização ou da sua espectacularidade, mas antes das ca-racterísticas peculiares do seu fazer, do mérito dos seus me-lhores autores e da qualidade intrínseca das suas obras. Para além, claro está, do serviço que presta à sociedade.

Quando falamos de arquitectura portuguesa, em termos do seu desenvolvimento e futuro, imagem e prestígio internos e externos, quais são os seus maiores constrangimentos, por exemplo, em áreas como sejam, mercado, crise, mentalidade, cultura, burocracia, comunicação, ou outros?Na verdade, a curto e a médio prazo, a grande questão que se coloca aos arquitectos é como sobreviver à actual crise. Porém, esta deve também ser entendida como oportunida-de para reflectir sobre o futuro da profissão e, assim sendo, da própria arquitectura.

Ora, o futuro da profissão passará sempre por apostar de forma firme e prospectiva na diversificação profissional no âmbito do projecto e para além deste. Falo de uma nova realidade assente na diversidade dos actos profissionais, na diversidade do seu exercício, em crescentes e distintas ca-pacitação e habilitação, na reorientação do projecto para a reabilitação, manutenção e sustentabilidade do edificado, nas sinergias com a sociedade civil e com os diversos actores do mundo da construção, na descentralização da presta-ção de serviços de arquitectura para além das grandes áreas metropolitanas, e na internacionalização da prestação dos serviços de arquitectura a partir de Portugal ou fora deste.

Em particular e em face de crescentes exigência e responsa-bilidade, há situações anómalas a que importa dar resposta urgente. Destaco a necessidade de um Código Técnico de Edificação que permita ultrapassar o actual quadro jurídico que é disperso, pouco claro e mesmo contraditório entre si, agravando o risco profissional e inibindo todos os interve-nientes, desde o investidor às entidades licenciadoras. Tal como destaco a necessidade de reconsiderar o actual qua-dro da mais completa inconsistência no que diz respeito a honorários pela prestação de serviços de arquitectura, em que o próprio Estado não dá – como devia – o exemplo, com evidente prejuízo para a qualidade da arquitectura e para o seu relevante interesse público.

A arquitectura portuguesa parece estar na moda e os arquitectos portugueses ganham prémios. A que se deve esta visibilidade e prestígios internacionais?Deve falar-se mais de mérito do que de moda. As modas são sempre efémeras e passageiras. O mérito não. Os arquitectos portugueses ganham prémios – incluindo os mais importantes do mundo – pelo mérito reconhecido no seu fazer e pela qua-lidade e coerência singulares das suas obras. A visibilidade e prestígio internacionais decorrem disto mesmo, ou seja, estão a montante e não a jusante dos prémios. Na minha opinião, quanto mais os arquitectos portugueses souberem afirmar e sedimentar tal fazer, quanto mais souberem preservar e reno-var a sua distinta singularidade, melhor conseguirão assegurar

nossa arquitectura. As recentes distinções de Eduardo Sou-to de Moura com o Prémio Pritzker e de Paulo David com a Medalha Alvar Aalto são, entre outras, testemunhos disto mesmo e motivo de grande orgulho para os portugueses.

Para que estas conquistas possam ser potenciadas, para que o direito à qualidade da arquitectura e a melhor ambiente construído possa ser cada vez mais partilhado por todos os cidadãos, Portugal deveria implementar uma Política Públi-ca de Arquitectura, à semelhança da maioria dos seus con-géneres na União Europeia.

Cada vez há mais criatividade e inovação na arquitectura, nomeadamente portuguesa: estaremos a caminho de uma arquitectura-espectáculo, que transforma os edifícios cada vez mais em fenómenos mediáticos?Quem transforma a arquitectura em fenómenos mediáticos são os próprios media e as redes de informação digital. Quan-do a arquitectura portuguesa se render a estes fenómenos, ou seja, quando for apenas pensada e construída para ser me-diatizada e não para melhorar o ambiente construído e para servir as pessoas, deixará de fazer sentido. Enquanto fim em si mesmo, o “espectáculo” diminui a arquitectura. O que não significa que não possa ser equacionado na resposta a um de-terminado problema e a um contexto preciso. Tal como a me-diatização pode ter um papel importante na divulgação e na aproximação da arquitectura à sociedade e vice-versa.

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ENTREVISTA

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a sua afirmação internacional. Neste sentido, dir-se-ia mesmo que o mais importante é estar no inverso da moda. Pensa que os arquitectos portugueses explicam fa-cilmente a sua arquitectura, e comunicam bem com os seus clientes e interlocutores internos e externos, nos mercados?É difícil generalizar. Porém, se o reconhecimento nacional e internacional da arquitectura portuguesa servir como medi-da, tudo leva a crer que sim. Importa dizer que há já hoje um número suficiente de arquitectos, espalhados por todo o país, que garante, no quadro da encomenda privada, a livre escolha pelos potenciais clientes. O cliente deve poder e saber escolher de acordo com o conhecimento que tem do arquitecto e da sua obra. E, já agora, no quadro da encomenda pública, o Estado deve usar o concurso de concepção para poder escolher o me-lhor projecto entre os melhores e assim garantir a qualidade da arquitectura e do ambiente construído. Neste caso, o concurso de concepção deve constituir a regra, não a excepção.

Como caracteriza o relacionamento, na actualidade, em termos criativos e de trabalho, dos arquitectos portugueses de diferentes gerações?Diria que assistimos a saudáveis clivagens geracionais e, ao mesmo tempo, à continuidade em muito do que caracte-riza o fazer e a singularidade da arquitectura portuguesa. Entre os mais jovens, para além de forte competitividade, pressinto clara predisposição para ampliar a investigação de projecto com a globalidade de experiências do mundo e para maior interacção em redes de colaboração nacionais e internacionais. Porém, em geral, tal não significa ruptura forçada com os mais velhos, como se depreende, por exem-plo, das multidões de jovens arquitectos e estudantes de arquitectura que continuam a acorrer às conferências dos principais protagonistas da arquitectura portuguesa. Muitos destes, por sua vez, creio que são estimulados pela chegada dos mais novos, pelo contributo inovador que transportam consigo, muitas vezes já com provas dadas. Aliás, alguns dos mestres, como é o caso particular de Álvaro Siza, con-tinuam a surpreender pela sua inquietação e inventividade.

De que maneira o clima de crise e recessão está a afectar, na realidade, as empresas de arquitectura e o trabalho dos arquitectos portugueses?A situação actual é terrível, com a possibilidade de fecho de, pelo menos, 60 por cento dos escritórios de arquitectura e com os números do desemprego a poderem ultrapassar os 40 por cento.

Se não houver retoma do sector privado e, sobretudo, se não houver iniciativas de emergência por parte do Governo, ge-rando expectativas, preparando o futuro do país com novos projectos e pondo em marcha efectiva a Reabilitação Urbana, desde logo nos seus próprios bens imóveis, corremos o risco de anulação da profissão de arquitecto e da própria arquitectura em Portugal, com consequências nefastas e imprevisíveis. A solução não pode ser a fuga para fora do país e a alienação de quadros que serão fundamentais para o futuro. O Estado tem que ter iniciativa, pois é em tempos de crise que os cidadãos mais esperam da sua liderança e do seu exemplo.

A actual tendência exportadora da arquitectura portuguesa é uma tendência de conjuntura ou tende a ser uma tendência estratégica sustentada e com futuro?Dado que a exportação de serviços de arquitectura, em parti-cular por parte dos seus melhores autores, tem sido crescente nas últimas décadas, dificilmente se poderá falar em tendência de conjuntura. Porém, para ser uma tendência estratégica sus-tentada e com futuro, tem que haver uma aposta do Gover-no na exportação de serviços (e não apenas na exportação de bens), identificando oportunidades, angariando encomenda nos mercados mais importantes e ajudando a solucionar en-traves à circulação de profissionais, designadamente através das suas redes diplomáticas e de comércio externo.

Por mérito próprio dos nossos arquitectos, há hoje obras de arquitectura portuguesa nos quatro cantos do mundo, da Coreia ao Brasil. Falta agora potenciar este recurso es-tratégico de afirmação do país como recurso económico, seja em si mesmo, seja potenciando outros recursos afins como são, por exemplo, os da engenharia portuguesa, das empresas de construção civil ou das indústrias de materiais e componentes da construção. A Dinamarca serve como exemplo disto mesmo, com uma Política Pública de Arqui-tectura direccionada, também, para a exportação.

Pode dizer-se que o trabalho dos arquitectos portugueses nos mercados internacionais acaba por influenciar pela positiva a arquitectura portuguesa, ou não? Seja num caso ou noutro, em que medida?Creio que sim, desde logo porque lhe entrega visibilidade internacional mas, sobretudo, porque o confronto com reali-dades diversas enriquece o conhecimento e o saber próprios ao fazer dos nossos arquitectos. É desejável que não se trate tanto de contaminação epidérmica, mas antes da possibili-dade de lidar com novos problemas e com novos contextos, transpondo, em cada projecto, a tradição localizada da arqui-tectura portuguesa para uma nova globalidade e, em simul-tâneo, fazendo da aprendizagem global uma mais-valia em cada actuação localizada do projecto de arquitectura.

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Maio 12 // 9

A viagem, para os arquitectos portugueses, sempre foi en-tendida como aprendizagem, como fértil descoberta do “outro” e do desconhecido. Espero que assim continue.

Porque é que muitos arquitectos, nomeadamente entre os mais jovens, deixam Portugal na busca de novos mercados de trabalho? Esta tendência para a emigração tende a acentuar-se ou pode ser revertida?O quadro óbvio do nosso mercado de trabalho é hoje o da União Europeia, em que Portugal se integra. A livre circulação de arquitectos entre os vários países da União, alguns dos quais continuam a manter taxas apreciáveis de crescimento económico, deve ser encarada com a mesma tranquilidade com que outrora era vista a migração dentro do nosso próprio país. Entre os mais jovens, muitos deles já com a experiência Erasmus, estas migrações temporárias ou definitivas são vistas com naturalidade e surgem como evidente oportunidade.

Porém, para muitos, dada a situação terrível que existe ac-tualmente em Portugal, a migração dentro da União ou a emigração para fora dela não resultam tanto da livre esco-lha mas da necessidade de sobrevivência. A emigração não pode ser uma fatalidade, sob pena de desperdiçarmos ta-lentos, know-how e quadros especializados que tanta falta

Na sua opinião, as pressões ambientais e sustentáveis, que são cada vez maiores, estão a mudar a arquitectura e o modo dos arquitectos trabalharem?Os desafios que se colocam à arquitectura implicam equa-cionar, na sua qualidade, a própria sustentabilidade, desig-nadamente quanto a energia, água, emissões de CO2 e resíduos. Nas últimas décadas, o processo de projecto tem vindo a incorporar inúmeros novos inputs e contributos. A sustentabilidade deve ser vista como um novo input neste contexto preciso, num novo paradigma que enquadra o ciclo de vida total das obras de arquitectura e que implica ampliar a dimensão ética do arquitecto e da arquitectura. A pergun-ta que angustia o arquitecto mantém-se: será que com este novo projecto, será que com esta nova obra de arquitectura, consigo ajudar a fazer um mundo melhor para todos?

Arquitectura bioclimática, sistemas domóticos, sustentabilidade... será que se avizinha uma revolução profunda na arquitectura?A Arquitectura não necessita ser adjectivada. Ao longo da história, a arquitectura sempre demonstrou ser conserva-dora, na exacta medida em que, por exemplo, responde a programas que muitas vezes são pouco mutáveis (uma casa romana, na sua essência, não é assim tão distinta de uma casa actual). Mas também, em simultâneo, sempre soube adequar-se e reinventar-se em face de novos progra-mas, materialidades e exigências socio-culturais e técnicas. Creio que a arquitectura saberá garantir-se como disciplina e como suporte espacial ao habitar individual e colectivo, entre o conhecimento acumulado ao longo do tempo e a transformação indispensável a cada tempo.

Em Portugal perde-se e desperdiça-se cerca de 60 por cento da energia gasta na climatização dos edifícios. Qual o papel das energias alternativas e das novas tecnologias na nova arquitectura e de que maneira elas se reflectem na necessidade de mais eficiência energética? Obviamente que as energias alternativas e limpas são fun-damentais para assegurar, no presente e no futuro, um quadro menos predador de recursos, mantendo níveis sa-

“A solução (para a actividade dos arquitectos e da arquitectura portugueses) não pode ser a fuga para fora do país e a alienação de quadros que serão fundamentais para o futuro. O Estado tem que ter iniciativa, pois é em tempos de crise que os cidadãos mais esperam da sua liderança e do seu exemplo.”

fazem ao nosso país. Esta situação só poderá ser revertida gerando oportunidades em Portugal, incluindo nestas a ex-portação de serviços, para as quais são imperiosas a actua-ção e o exemplo activos do próprio Estado.

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ENTREVISTA

// Maio 12 // Portugalglobal10

tisfatórios de conforto ao habitar individual e colectivo. Mas importa mudar o paradigma, ou seja, o objectivo terá que ser aproveitar melhor a energia disponível e eliminar o des-perdício até ao limite possível.

De igual modo, como já afirmei, a sustentabilidade dos edifícios deve ser equacionada num quadro total e, em particular, no processo de projecto. Para atingi-la podem ser tão importantes as novas tecnologias quanto as an-tigas, desde que permitam alcançar idênticos objectivos com menos custos (incluindo os ambientais). Há extraor-dinários exemplos de sustentabilidade nas arquitecturas ditas tradicionais – desde o aproveitamento racional da

João Belo Rodeia nasceu em Leiria, em 1961. Licenciou-se em Arquitectura pela FAUTL/Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1984 e diplomou-se em Estudos Avan-çados de Projecto de Arquitectura pela UPC/Universitat Politècnica de Cata-lunya (Barcelona/ Espanha) em 2001. Preside à OA/Ordem dos Arquitectos e ao respectivo Conselho Directivo Na-cional desde Março de 2008, tendo sido eleito nos mandatos 2008/2010 e 2011/2013. É presidente do Conse-lho Consultivo da Associação Trienal de Arquitectura de Lisboa desde 2011, bem como da Fundação DOCOMOMO

Ibérico desde 2011, e ainda do CIALP/Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa desde 2011. É membro da Secção das Artes do Con-selho Consultivo de Cultura (Ministério da Cultura) desde 2010.Mantém actividade como conferencista e como crítico regular desde 1991, com inúmeros textos publicados em livros, ca-tálogos e revistas especializadas, incluin-do os números 20 (“Arquitectura Portu-guesa”) e 28 (“Aires Mateus”) da revista 2G, da prestigiada editora espanhola Gustavo Gili. É docente universitário e professor convidado em universidades nacionais e estrangeiras desde 1984.

BIOGRAFIA BREVE

Tendem a ser uma realidade cada vez mais generalizada. Mas há ainda um longo caminho a percorrer, designada-mente para podermos atingir os objectivos determinados pelos estados-membros da União, designadamente quan-to a auto-sustentabilidade energética e emissões de CO2. Uma vez mais, o Estado tem que ser mais actuante e deve dar o exemplo, desde logo nos seus próprios edifícios.

A arquitectura portuguesa está bem preparada para enfrentar os desafios do terceiro milénio? Quanto a si, que desafios serão esses para os arquitectos?Mantenho o que já afirmei noutras ocasiões. A melhor ar-quitectura portuguesa sempre soube revelar-se a partir de quaisquer condições e circunstâncias. Tal revelação decorre de um modus operandi que é, em primeiro lugar, um fazer de paisagem, ou seja, que implica equacionar o projecto a partir da paisagem, inseparável tanto do saber geográfico e topoló-gico, quanto das características dos territórios em que opera.

Em segundo lugar, é um fazer de projecto que é proces-sual, ou seja, que vai gerando um caminho de reflexão e de investigação que permite clarificar-se progressivamente, agregando em coisa una todos os inputs e contributos.

Em terceiro lugar, é um fazer habituado à escassez enquan-to fazer do possível, em que o novo não é frivolidade ou obsessão e em que a forma é menos pretexto e mais resul-tado. Na minha opinião, esta trilogia entrega à arquitectura portuguesa forte capacidade de resposta a qualquer proble-ma, a quaisquer condições culturais e socio-económicas, e em qualquer parte da terra.

Enquanto conseguir reinventar-se a partir de si mesma e de cada situação, a arquitectura portuguesa manter-se-á reconhecível e saberá responder a quaisquer desafios num mundo global feito de tantos e tão diversos mundos.

“Enquanto conseguir reinventar-se a partir de si mesma e de cada situação, a arquitectura portuguesa manter-se-á reconhecível e saberá responder a quaisquer desafios num mundo global feito de tantos e tão diversos mundos.”

água até à climatização por indução natural – e devemos aproveitar essas experiências. Ou seja, a mecanização da arquitectura não deve ser vista como um fim em si mes-mo. E isto é tanto mais importante quanto vivemos num país com recursos relativamente escassos. Por isso, aliás, importa reequacionar o actual regime jurídico que induz a crescente mecanização, com custos insuportáveis no investimento em equipamentos mecânicos e na factura energética. O caminho tem que ser outro.

Todos os projectos sustentáveis que vemos nos sites e re-vistas da especialidade são uma realidade ou apenas uma parte mínima dos trabalhos desenvolvidos no dia-a-dia?

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DESTAQUE

// Maio 12 // Portugalglobal12

INTERNACIONALIZAÇÃO DA ARQUITECTURA PORTUGUESA

Torres La Pallaresa, Barcelona, Espanha - foto de Pedro Pegenaute;

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DESTAQUE

Portugalglobal // Maio 12 // 13

A arquitectura portuguesa é um dos nossos melhores produtos de expor-tação, sendo também um recurso na-cional que exporta a marca Portugal, associada às melhores competências e à excelência. Avaliado o sector, torna-se evidente que temos uma influência na arquitectura mundial muito superior à escala do país. Esta é uma realida-de que se tem vindo a afirmar com o andar dos anos, e que agora enfrenta com sucesso os ventos e as marés da realidade global. Exemplo do crescen-te reconhecimento internacional é a entrega do prémio Pritzker 2011 ao ar-quitecto portuense Eduardo Souto de Moura, bem como outros importantes prémios que foram atribuídos a arqui-tectos portugueses, sendo também o interesse pela produção arquitectónica portuguesa cada vez mais visível nas publicações de referência.

Um dos jornais on-line, mais presti-giados na arquitectura internacional, o “ArchDaily”, lançou recentemente uma edição em português, dando des-taque a projectos brasileiros e latino-americanos, mas também portugueses. Portugal é, sem dúvida, juntamente com espanhóis, japoneses, chilenos, dos países mais publicados internacio-nalmente, tendo presença regular em blogues e revistas de grande projecção, dedicados à arquitectura e áreas afins.

Como tendência geral da actividade, dada a forte retracção do mercado in-terno, tudo aponta para que os arqui-tectos mais qualificados apostem cada vez mais, até que o mercado interno de arquitectura recupere, nos mercados externos e que os jovens arquitectos di-versifiquem a actividade, a partir da sua formação de base, para além do pro-jecto e da obra, para novas áreas de ex-pressão da arquitectura e do seu saber, como a produção cultural: produção de pensamento, publicações, exposições e mesmo actividades de consultoria, entre outras. Nesta medida, o merca-do brasileiro começou, entre outros, a atrair arquitectos portugueses, nome-adamente para trabalharem nas obras e nos projectos do Campeonato do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpi-cos em 2016.

Por mérito próprio dos nossos arqui-tectos, diz João Belo Rodeia, presi-dente da Ordem dos Arquitectos (ler entrevista), há hoje obras de arqui-tectura portuguesa nos quatro cantos do mundo, da Coreia ao Brasil. Falta agora potenciar este recurso estratégi-co de afirmação do país como recurso económico, seja em si mesmo, seja po-tenciando outros recursos afins como

A arquitectura portuguesa, mesmo aquela que é assinada pelos seus melhores profissionais, tem-se democratizado, tornando-se cada vez mais parte da vida dos cidadãos, seja em termos de espaços comunitários, habitacionais ou públicos. É assim que, por todo o país e cada vez mais lá fora, a arquitectura portuguesa conquista o reconhecimento mundial, enfrentando com surpreendente vitalidade e sucesso os desafios da crise global. Na realidade, nos últimos quatro anos, embora o mercado interno tenha sofrido uma forte retracção, o sector adaptou-se e, segundo dados recentes da Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores (APPC), aumentou as exportações de projectos e engenharia em 150 por cento.

“Exemplo do crescente reconhecimento internacional da nossa arquitectura é a entrega do prémio Pritzker 2011 ao arquitecto portuense Eduardo Souto de Moura, bem como outros importantes prémios que foram atribuídos a arquitectos portugueses, sendo também o interesse pela produção arquitectónica portuguesa cada vez mais visível nas publicações de referência.“

são, por exemplo, os da engenharia portuguesa, das empresas de constru-ção civil ou das indústrias de materiais e componentes da construção.

Nesta medida, também o estabeleci-mento de parcerias potenciam opor-tunidades de negócio e a expansão dos serviços prestados, reforçando a presença sustentada e bem sucedida da arquitectura portuguesa no mer-cado global.

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DESTAQUE

// Maio 12 // Portugalglobal14

Siza Vieira é o mais conceituado e pre-miado arquitecto contemporâneo por-tuguês. Nasceu a 25 de Junho de 1933, em Matosinhos, e estudou arquitectu-ra na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde veio mais tarde a ser pro-fessor, tendo também dado aulas em universidades de todo o mundo.

Em Portugal, Siza Vieira criou grandes marcos na arquitectura, sendo também um exemplo da internacionalização da arquitectura portuguesa, em mercados com o Brasil, Espanha, Alemanha, Paí-ses Baixos, Bélgica, EUA, Coreia do Sul e muitos outros.

O seu reconhecimento internacional sairia reforçado com a conquista do

SIZA VIEIRA E SOUTO MOURAPESOS-PESADOS DA NOVA ARQUITECTURA PORTUGUESA

Dois arquitectos portugueses contemporâneos conquistaram visibilidade e fama internacionais graças à originalidade e funcionalidade dos seus projectos. Álvaro Siza Vieira tornou-se famoso com a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, e o Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, no Porto. Eduardo Souto Moura é mais conhecido pelos seus projectos residenciais, embora recentemente tenha assinado o projecto da nova Casa das Histórias de Paula Rego, um museu dedicado à consagrada pintora portuguesa. Tanto um como outro foram galardoados com o Prémio Pritzker de Arquitectura, da Hyatt Foundation, em 1992 e 2011 respectivamente, pelos seus trabalhos notáveis no domínio da arquitectura.

primeiro lugar no concurso para o pro-jecto de um hotel na zona histórica de Salzburgo, na Áustria, em 1987, em-bora a sua notoriedade internacional já estivesse assegurada através de obras maiores como a recuperação do bairro judeu de Veneza ou a intervenção no bairro Schildersveijk, em Haia.

Foi discípulo de Fernando Távora, mestre incontornável daquela a que se chamou “Escola do Porto”, tendo sobressaído desde o início da sua obra pela sua origi-nalidade e arrojo, com destaque para a icónica casa de chá da Boa Nova – ainda com Távora – já lá vai meio século. De-pois vieram os anos do reconhecimento internacional, durante os quais Álvaro Siza foi consolidando, como poucos na

história da arquitectura, um percurso que se afirma e segue a par de gran-des criadores como Le Corbusier, Adolf Loos, Aldo Rossi, Ludwig Mies van der Rohe, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Walter Gropius ou Oscar Niemeyer.

Criou a sua própria linguagem, satura-da não só com referências modernistas internacionais mas também com o cul-tivo de um estilo em que se combinam, com raro talento, ambiente natural e cultural, racionalismo e organicismo, tendo desde Abril de 74, focado o seu interesse na problemática urbana, especialmente na construção de ha-bitação social. Uma característica: uti-liza revestimentos de pedra, rebocos brancos e assimetrias inesperadas. Foi

Álvaro Siza VieiraUm arquitecto do mundo

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nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lausanne (Suíça).

Após o incêndio de 1988 na baixa lisboeta, participou no projecto de reconstrução do centro histórico de Lisboa. A sua obra, em afirmação cres-cente, mereceu prémios nacionais e internacionais. Ganha quase todos os prémios que havia para ganhar. Nos anos 80, recebe o primeiro prémio europeu de arquitectura Mies van der Rohe (1988) e o Prémio de Arquitectu-ra do Ano (1982), que lhe foi atribuído pela secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte. Se-guidamente, além do Pritzker (1992), ganha o Prémio Nacional de Arquitec-tura atribuído pela Associação de Ar-

quitectos Portugueses (1993), o Prémio da Fundação Aalto (1998), o Wolf Prize in Arts (2001) e, mais recentemente, a medalha de Ouro atribuída pelo Royal Institute of British Architects, consa-grando-se deste modo como uma das mais marcantes figuras da arquitectura dos séculos XX e XXI.

Tem participado em seminários e con-ferências em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Holanda, Suíça, Áustria, Inglaterra, Colômbia, Ar-gentina, Brasil, Japão, Canadá e Estados Unidos. As suas obras foram expostas, entre outras cidades, em Copenhaga, Aarhus (Dinamarca), Barcelona, Veneza, Milão, Finlândia, Paris, Londres, Ames-terdão, Delft (Holanda), Berlim e Cam-

bridge, mas também na Universidade de

Columbia em Nova Iorque, em Madrid

na Galeria MOPU, em Sevilha, Antuér-

pia, Granada e Santiago de Compostela.

Em Portugal, a sua obra esteve exposta

na ESBAP (Escola Superior de Belas Artes

do Porto), na Galeria Almada Negreiros e

na Galeria Rui Alberto.

ÁLVARO SIZA 2ARQUITECTO, SA

Rua do Aleixo, nº 53, 2º 4150-043 Porto PortugalTel.: +351 226 167 270Fax: +351 22 616 72 79

[email protected]

www.sizavieira.pt

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// Maio 12 // Portugalglobal16

Souto Moura é uma referência incontornável entre os arquitectos que se formaram após o 25 de Abril de 1974, sendo o arquitecto português da sua ge-ração mais divulgado internacionalmente. Nasceu no Porto em 1952. Entre 1974 e 1979 colaborou com o arquitecto Álvaro Siza Vieira, tendo-se licenciado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1980.

Em 1981, um Souto Moura recém-formado surpreen-deu a comunidade dos arquitectos vencendo o con-curso para o projecto do Centro Cultural da Secretaria de Estado da Cultura no Porto, uma aposta profis-sional de peso que o viria a lançar, dentro e fora de Portugal, como um dos mais importantes arquitectos da nova geração. O seu reconhecimento internacional saiu igualmente reforçado, em 1987, com a conquista do primeiro lugar no concurso para o projecto de um hotel na zona histórica de Salzburgo, na Áustria.

Se é certo que trabalhou com Álvaro Siza Vieira, hoje uma boa relação de longa data, cedo criou no entanto o seu próprio estilo e espaço de trabalho influenciado pela horizontalidade das linhas condutoras de Mies van der Rohe, o que o fez ter nas casas o seu grande espólio de obras. É um dos expoentes máximos da chamada Escola do Porto.

Pela ousadia funcional e arrojo no traçado, recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, tendo sido distinguido com o Prémio Pessoa e o Prémio Secil de Arquitectura (1992 e 2004). Recebeu também o 1.º Prémio da I Bienal Ibero-Americana pela reconversão do Convento de Santa Maria do Bouro em pousada. Outros galardões que rece-beu são o Prémio Internacional da Pedra na Arquitectura (1995), a Medalha de Ouro Heinrich Tessenow (2001) e o Prémio Internacional de Arquitectura de Chicago (2006). E recebeu o Pritzker, em 2011, considerado como o mais importante galardão da arquitectura mundial, equivalen-te ao Prémio Nobel para a área da arquitectura.

A propósito do prémio atribuído a Souto Moura, dis-se o arquitecto Nuno Grande, na revista espanhola El Croquis: “É um dia grande para a arquitectura portu-guesa. Foi premiado um dos seus grandes arquitectos. A sua obra é de uma coerência inegável, Souto Moura tem-se pautado por não se inscrever nas linhas mais mediáticas da arquitectura. Não segue o ‘star system’, digamos. Tem um filão muito próprio, distinguindo-se do seu mestre Siza. Isto é um sinal de que a arqui-tectura portuguesa está viva e que se reinventa de

Eduardo Souto Moura Uma obra incontornável

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cesso em Óbidos, o Mercado da Cidade de Braga, a Marginal de Matosinhos-Sul, o Crematório de Kortrijk (Bélgica), o Pavilhão de Portugal na 11ª Bienal de Arquitectura de Veneza (Itália) e a Casa Llabia (Espanha).

SOUTO MOURAARQUITECTOS, LDA.

Rua Aleixo, 53, 1º - E, N4150-043 Porto Tel.: +351 226 169 065Fax: +351 226 108 092

[email protected]

geração para geração. Não fica presa a nomes. Espero que não seja o último Pritzker das próximas décadas. Eventu-almente vamos receber mais porque a arquitectura portuguesa tem este dom de se reinventar”.

Foi professor assistente do curso de Arquitectura na Faculdade de Arqui-tectura da Universidade do Porto e professor convidado na Faculdade de Arquitectura de Paris-Belleville, nas Escolas de Arquitectura da Universida-de de Harvard, nos Estados Unidos da América, e de Dublin, na Irlanda, bem

como na ETH (Instituto de Tecnologia da Universidade de Zurique) e ainda na Escola de Arquitectura de Lausanne. Em 2011, Souto Moura foi distinguido pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto com o doutoramento Honoris Causa.

Entre as suas obras mais conhecidas, destacam-se, além do Estádio Munici-pal de Braga (2000/03), a Casa das His-tórias em Cascais, a Casa das Artes no Porto, a Estação de Metro da Trindade (Porto), o Centro de Arte Contemporâ-nea de Bragança, o Hotel do Bom Su-

Pág. da esq.: Torres La Pallaresa, Barcelona, Espanha - foto de Pedro Pegenaute;Nesta pág.: (em cima) Casa em Llabià, Girona, Espanha - fotos de Luís Ferreira Alves;(em baixo à esq.) Crematório em Kortrijk, Bélgica - foto de Luís Ferreira Alves;(em baixo à dir.) Edifico de Novartis, Suíça - foto de Luís Ferreira Alves.

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OPERA DESIGN MATTERSPARCERIAS POTENCIAM OPORTUNIDADES E EXPANSÃO GLOBAL DA ARQUITECTURAA OPERA Design Matters possui escritórios em Lisboa, Luanda e Maputo e delegações em S. Paulo e Madrid. Está neste momento a estruturar a sua presença em Singapura e em Houston. Este é um entre muitos exemplos de ateliers que se internacionalizam. Mas tudo isto só é possível graças à excelência da arquitectura portuguesa, mundialmente reconhecida. Um texto do arquitecto José Soalheiro.

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ainda bem antes da actual crise, urgiu alargar o âmbito de intervenção territo-rial e reformular a organização do escri-tório que tinha entretanto crescido para responder a desafios marcantes como, entre muitos outros, a Escola de Ciên-cias da Saúde e o Hospital de Braga, a Faculdade de Engenharia de Guimarães ou o Complexo Residencial e de serviços de Campolide Parque em Lisboa.

Não é estranho a este processo a influ-ência das várias parcerias com grandes empresas europeias e americanas que al-guns desses projectos obrigaram, dada a sua especificidade, como a SOM, a HOK, a WHR ou a Mossessian and Partners.

Tornou-se, pois, imperioso transformar o “atelier” artesanal de conotações tardo-românticas, focado em uma ou duas pessoas, numa Organização. Mais con-temporânea. Mais eficiente. Mais abran-gente. Mais criativa. Mais democrática.

Para além dos sócios iniciais, foi aberta a participação a colaboradores nos vá-rios escritórios. Alguns elementos ade-rentes não portugueses provêm dessas empresas internacionais que se reviram neste projecto.

O primeiro passo foi a abertura de um escritório em Barcelona, dado o “boom” de construção que então se vivia em Es-panha. Seguiram-se Luanda, onde se mantém um corpo muito ágil de técni-cos residentes, e, mais recentemente, estabeleceu-se uma empresa em Mapu-to. O mercado brasileiro, pelos contactos já efectuados, já faz mais de dois anos, mostra-se bastante promissor.

As parcerias potenciam oportunidades e novas expansões: é o caso da relação com a Surbana, um gigante das empre-sas asiáticas, com quem a Opera está a desenvolver o Plano do Cazenga e Sambizanga em Luanda, que permea-biliza a entrada em Singapura.

Poderemos também citar o relaciona-mento com a Snohetta (biblioteca de Alexandria, Ground Zero em Nova Ior-que, Ópera de Oslo, entre outros). Os vários projectos em curso são desen-volvidos em paridade e beneficiam da complementaridade das experiências.

Nos dias que correm, 98 por cento da encomenda da Opera é externa. Estão-se a desenvolver projectos de bairros residenciais, institutos públicos, hotéis, universidades, torres de escritórios e planos territoriais. Estamos a ajudar a edificar novos países e a desenvolver regiões. A sublinhar uma vez mais que a diáspora portuguesa é bem maior, como sempre foi, que o país de ori-gem. Maior, mais dinâmica, mais com-petente e mais eficiente.

O essencial a reter, contudo, é que para além dos postos de trabalho abertos nestas novas localizações, para técni-cos portugueses e locais, a Opera man-tém todos os contratados em Portugal e está até a admitir mais pessoas, indi-víduos a quem o trabalho e esta nova realidade da globalização não assusta e se entrega de corpo e alma à ideia de construir uma marca e um nome, de cujo destino também fazem parte.

Uma parte significativa do trabalho de “produção” continua a ser feito em Portugal. Estamos a exportar conheci-mento, experiência, qualidade e capa-cidade tecnológica.

Falando em termos meramente mercanti-listas, a arquitectura portuguesa é um va-lor seguro, dos que mais reconhecimento obtém, não só dos seus pares, como dos investidores e promotores internacionais. Para além da sempre citada cortiça, do futebol e, mais recentemente, do calça-do, a arquitectura atinge este nível super-lativo de qualidade e visibilidade, a que o país no seu todo não corresponde.

É forçoso um olhar atento para esta reali-dade. Até porque, a reboque da arquitec-tura vem toda uma indústria portuguesa que beneficia deste patamar de proemi-nência. Estamos a falar de construtoras, cerâmicas, mobiliário, têxteis, metalome-cânicas, cimenteiras, produtos pétreos, processamento de madeira e tecnologias de informação. Também a aposta na investigação que o país realizou nestes últimos anos, pode ver frutos desta in-ternacionalização. Poderemos exemplifi-car com a colaboração da Opera com a Universidade do Minho e com o PIEP-Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (entidade que faz o interface entre a Uni-

A marca engloba várias empresas, com parte do corpo societário comum a to-das, e surge como a continuidade ló-gica da experiência e reconhecimento nacional, com mais de vinte anos em projectos de obras públicas – nome-adamente, universidades, hospitais, hotelaria, edifícios residenciais ou de escritórios, centros culturais e de ex-posições – do gabinete de arquitectura “José Soalheiro e Teresa Castro”.

Quando o mercado português, nomea-damente a nível de concursos públicos, mas também no sector imobiliário, co-meçou a mostrar sinais de contenção,

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Não há muito tempo, em 2009, duas ex-posições sobre arquitectura/arquitectos portugueses foram apresentadas no ex-terior. A primeira, Arquitectura: Portugal fora de Portugal, decorreu em Berlim em Março/Abril acompanhando a visita ofi-cial do Presidente da República, foi orga-nizada pela Ordem dos Arquitectos e co-missariada por Ricardo Carvalho. O seu catálogo abre com uma mensagem do Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva que se inicia com uma afirmação impensável há trinta anos atrás: “A arquitectura portuguesa goza de uma extraordinária reputação mundial”. De facto, em poucas dezenas de anos esta reputação tornou-se palpá-vel, apesar de se poder dizer que foi na década de 1950 que a arquitectura e os arquitectos em Portugal se começaram a afirmar, sobretudo através da Geração Moderna que entendeu a arquitectura como um direito para todos e, por isso, um bem público, e os arquitectos já não como “artistas” ao serviço de alguns, mas capazes de acompanhar essas no-vas responsabilidades.

É então significativo que, em 1954, o chamado “Bairro das Estacas”, projec-tado por Sebastião Formosinho San-ches e Ruy d’Athouguia, tenha recebi-do uma Menção Honrosa na II Bienal de S. Paulo pela mão de um júri inter-nacional presidido por Walter Gropius, a primeira premiação portuguesa num acontecimento deste tipo.

A segunda exposição, intitulada “OVER-LAPPINGS, six portuguese architecture studios”, realizou-se em Londres (Junho/Julho) por ocasião da entrega da presti-

ARQUITECTURA PORTUGUESA PARA FORA > POR MICHEL TOUSSAINT,

PROFESSOR DA FACULDADE DE ARQUITECTURA DA UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

versidade e a Indústria), para o desenvol-vimento de polímeros para a construção, um processo em curso nalguns projectos.

Esta visibilidade, produto do talento e esforço isolado dos arquitectos portu-gueses, carece de apoio institucional para ser explorada em toda a sua di-mensão. Há que fazer um esforço de marketing externo das mais prestigiadas universidades portuguesas (à semelhan-ça do que fazem as americanas) e colo-car delegações em todo o espaço lusó-fono. A matriz académica portuguesa, que ainda é o referencial das várias elites políticas e económicas, está a ser substi-tuída pela anglo-saxónica para as gera-ções seguintes. É um processo em que houve desatenção dos vários governos em Portugal e que urge inverter.

Das embaixadas, consulados, delegações comerciais e culturais também se exige

mais: não apenas na organização de ex-posições, colóquios e conferências que difundam a arquitectura portuguesa (ou feita por portugueses), mas também na acção directa junto dos agentes institu-cionais e empresariais dos vários países. Nas missões comerciais que diferentes governos têm organizado a distintos paí-ses ou zonas económicas, quantos arqui-tectos têm sido incluídos?

OPERADesign MattersUrbanização da Matinha, Rua Projectada à Rua 3, Edifício A, 3ºA1900-796 Lisboa, PortugalTel.: +351 218 621 110Fax. +351 218 621 119

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Assim, o comissário associa a qualida-de dos arquitectos com a qualidade das empresas de construção para sustentar o reconhecimento internacional da ar-quitectura portuguesa.

Eis um bom exemplo, num só ano, da projecção internacional da arquitectura portuguesa que é embaixadora do país pela mão do Presidente da República e merece uma premiação excepcional na figura de Álvaro Siza, que já tinha sido premiado com o famoso Prémio Pritzker, em 1992, não apenas por ele recebido, mas também por Eduardo Souto de Moura em 2011.

Mas vale a pena voltar à primeira ex-posição, pois assenta em projectos e obras de arquitectura realizados para fora das fronteiras portuguesas em muitas regiões do planeta, começando com duas propostas dos irmãos Aires

Mateus, uma para a reabilitação de um convento em Málaga e outra para ha-bitação social em Madrid, levantando temas e questões construtivas muito diversas, mas de que podemos encon-trar vasta experiência portuguesa. Por exemplo, a reabilitação do património arquitectónico é um caminho cada vez mais entendido como de futuro, havendo muitas possibilidades para arquitectos e empresas construtoras portuguesas, a começar pelos territó-rios de algum modo influenciados pela cultura portuguesa.

Podemos ter um panorama desse pa-trimónio através da recente publicação (2010/11) da Fundação Calouste Gul-benkian, Património de Origem Portu-guesa no Mundo. Outro exemplo deste tipo na exposição é o projecto de João Mendes Ribeiro para uma escada me-cânica no Castelo de Tivoli em Turim.

giada medalha de ouro do RIBA (princi-pal organização dos arquitectos no Reino Unido) a Álvaro Siza, comissariada por Jonathan Sergisson, apoiada pela AICEP e patrocinada por uma empresa portuguesa de painéis compósitos para a construção.

No texto de abertura do catálogo, o comissário considera que os arquitec-tos nascidos entre os anos 60 e 70 do século XX em Lisboa e Porto tendem a trabalhar e encontrar-se em sítios específicos das respectivas cidades, trocando assim ideias. Para Sergisson, os arquitectos representados na expo-sição “partilham uma ausência de re-tórica”, isto é, não procuram a media-tização nem a espectacularidade, e os seus “projectos são excepcionalmente bem construídos”, facto que atribui aos “invejáveis padrões da indústria da construção portuguesa, conhecida pelo seu profissionalismo e precisão”.

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EXPERIÊNCIA NA ARQUITECTURA GLOBAL> POR DANIEL LOBO, ARQUITECTO

A minha viagem pelo universo inter-nacional da arquitectura começou em 2004 com um período de estudo em Milão, no âmbito do programa Eras-mus, e veio a culminar em 2011 com um MSc em Estudos Urbanos na Uni-versity College London. No entanto, foi a minha curta estadia num atelier de arquitectura no estrangeiro que acabou por constituir o elemento de charneira nesta viagem. É precisamente essa ex-periência que eu pretendo aqui contar.

Tendo tido boas experiências em an-teriores estadias no estrangeiro e uma grande vontade de conhecer outras culturas, foi fácil encontrar boas ra-zões para procurar outros destinos. Em 2005, a Europa apresentava-se clara-mente como um mercado de trabalho que em muito excedia o mercado na-cional, com muitas e diversas oportuni-dades, e o acesso a um salário.

Na altura, o que se fazia nos ateliers de arquitectura na Holanda era de algum modo aliciante, uma vez que apelava a um pragmatismo e a uma democratici-dade de pensar e criar espaço, que em-bora influenciada pelo que se tem cha-

Extensão do Teatro de Breda, Holanda, 2005

Este arquitecto tem sido muito citado precisamente pelos seus trabalhos na área da reabilitação.

Num país do Extremo Oriente, região onde os portugueses foram os primei-ros europeus a chegar, a Coreia do Sul, Álvaro Siza tem projectado intervenções de pequena escala como museus e cen-tros culturais, como é o caso do pavi-lhão em Anyang, que fazem jus ao que Sergisson escreveu. Mas a continuidade do seu labor neste país já tem dado fru-tos de maior escala como obras recentes numa universidade local. Tal contras-

Este é um tema muito sensível na arqui-tectura portuguesa a partir dos finais da década de 1950 e que se prolonga até hoje, como se pode ver no comple-xo para teatro e música em Poitiers de João Luís Carrilho da Graça, num país que tem uma importante população de origem lusa, a França.

Este complexo constitui uma “acrópole” com os seus dois corpos revestidos a vi-dro e iluminados interiormente no alto de uma colina. E muitos outros exemplos foram apresentados nesta exposição, va-lendo a pena ainda citar o edifício sede

ta com os projectos desenvolvidos por multinacionais com origem nos EUA ou nos grandes países europeus que bem se podem ver nos gigantescos empre-endimentos nas economias do petróleo do Golfo Pérsico (onde também haverá lugar para outro tipo de obras) e apon-ta para a especificidade portuguesa. Também a mesma exposição integra o muito celebrado edifício da Fundação Iberé Camargo, em Porto Alegre (Brasil), onde a articulação entre a sua erudição e uma homenagem a um país com tão fortes ligações a Portugal (em arquitec-tura basta lembrar a presença de Delfim Amorim no Recife) resultaram num ex-traordinário edifício que reconhece per-feitamente o sítio.

do governo da província do Brabante Flamengo em Lovaina (Bélgica), projec-tado por Gonçalo Byrne, pois trata-se de um edifício público de prestígio no centro da Europa, revelando também quanto a arquitectura portuguesa pode responder a regiões com particulares exi-gências regulamentares e técnicas. Ain-da neste campo, muito recentemente, Guilherme Santos ganhou o segundo lu-gar no concurso mundial Urban Collec-tive Modular Building Design Challenge 2012, entre 250 trabalhos e 55 países, para habitação metálica empilhável. Deste modo a arquitectura portuguesa vai-se prestigiando.

[email protected]

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Portugalglobal // Maio 12 // 23

mado de “economia da experiência”, muito faltava nas práticas de arquitectura portuguesa. Foi na Holanda que inicial-mente me propus trabalhar. O conceito “Economia da Experiência” defende que há uma economia baseada na memória que determinada empresa ou instituição criou no seu cliente/público-alvo decor-rente de uma orquestração de eventos memoráveis – a experiência – a qual po-derá produzir um valor acrescentado a um produto ou serviço e ser por isso co-brado na medida da transformação que a experiência proporciona.

Fui aceite no atelier Herman Hertzberge r(HH), em Amesterdão, onde realizei o estágio académico. Pude dedicar-me por inteiro ao desenvolvimento de ideias de projecto e ao seu processo de decisão juntamente com arquitectos notáveis e experientes, o que foi um privilégio. Em-bora a língua tenha sido o maior desafio, uma vez que eu era o único estrangeiro no atelier e nenhum de nós comunica-va na língua materna, era com abertura que interagíamos e que contrastávamos culturalmente. Isto resultou numa apren-dizagem mútua e num redefinir de identi-dades extremamente enriquecedor.

Tive também o privilégio de trabalhar directamente com o arquitecto Herman Hertzberger, o qual tinha sido desde cedo uma das minhas principais referên-cias durante a licenciatura. Tendo sido influente na teoria da arquitectura e o principal defensor do estruturalismo na Holanda, a arquitectura de Hertzberge sempre expressou uma forte ideologia sócio-espacial, com base em realizações bem sucedidas do passado de auto-res como Bramante, Palladio, Aldo van Eycke, Jaap Bakema, e numa visão que se projecta num futuro distante mas que serve as necessidades do presente. Viver o dia-a-dia do seu atelier, sempre varia-do e imprevisível, e conseguir ler e ex-perimentar o génio da sua arte, resultou numa fonte de energia inspiradora, com momentos fantásticos de prazer intelec-tual que me deram nesta intensa experi-ência a força de que precisava.

Terminado o estágio académico e com vontade de continuar a explorar outras cidades e outras práticas de arquitectu-ra, fui convidado a trabalhar no atelier Foster and Partners (F&P), em Londres, onde viria a realizar o estágio profissional que me permitiria inscrever como mem-

bro efectivo da Ordem dos Arquitectos e assim a possibilidade de poder exercer a profissão de arquitecto em Portugal.

A experiência no atelier Foster and Part-ners foi bastante diferente da que havia tido no atelier Herman Hertzberger. Em vez dos 35 elementos com quem tinha trabalhado, passei a pertencer a um grupo de cerca de 900 pessoas. Equipa esta extremamente heterogénea, a nível etário, de origem (mais de 50 naciona-lidades), de formação académica (em que só metade eram arquitectos e os restantes urbanistas, designers, enge-nheiros do ambiente, fotógrafos, artis-tas gráficos, maquetistas, etc.) e cuja transitoriedade era grande, uma vez que o tempo médio de permanência no atelier era de um ano e meio, ao contrá-rio dos sete anos do atelier HH.

Enquanto no atelier HH grande parte dos projectos era na Holanda, no ate-lier F&P os projectos eram mais inter-nacionais. A diferença senti-a também no ambiente de trabalho, uma vez que do ambiente calmo e reflexivo das salas do edifício do atelier HH (uma antiga escola primária), comunicantes entre si e com pés-direitos altos onde se distri-buíam cinco ou seis postos de trabalho e onde não era costume trabalhar fora de horas, passei a partilhar uma sala com cerca de 100 postos de trabalho ocupados por equipas altamente com-petitivas, num escritório aberto 24 ho-ras, sete dias por semana.

A pressão e o acelerado ritmo de traba-lho que se sentia no atelier F&P muito se parecia dever à pressão imposta pelos seus poderosos clientes, intimamente ligados ao mercado financeiro global, como os grupos AIG, HSBC, Hermitage, Stanhope ou a Masdar-Abu Dhabi Futu-re Energy Company, os quais, determi-nados nos seus avultados investimentos imobiliários na ordem das dezenas ou centenas de milhões de libras, e talvez

EXPERIÊNCIA NA ARQUITECTURA GLOBAL> POR DANIEL LOBO, ARQUITECTO

Extensão do Teatro de Breda, Holanda, 2005

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// Maio 12 // Portugalglobal24

Casa Summit, TowerHamlets, Londres, 2007

RuskinSquare, Croydon, Reino Unido., 2007

pressentindo o abrandamento do mer-cado de capital que culminaria na crise económico-financeira de 2007, viam na concretização rápida e eficiente dos seus projectos a conclusão de uma fase que perecia e era urgente concluir.

O atelier tinha à sua disposição as con-sultorias mais reconhecidas no mercado internacional, orçamentos que permi-tiam uma quase total liberdade de esco-lha de materiais e sistemas construtivos (por vezes criados propositadamente para determinado projecto), mão-de-obra altamente qualificada ao dispor do arquitecto para que se pudesse concen-trar exclusivamente no projecto. No en-tanto, era no desenvolvimento de bases sólidas para o projecto de arquitectura, no qual eu tive a oportunidade de estar por várias vezes envolvido, que o prin-cipal desafio se colocava. Uma vez en-volto na onda de interesses puramente economicistas, tornava-se clara a minha necessidade de encontrar fortes bases ideológicas que pudessem equilibrar o potencial impacto sócio-espacial dos projectos e considerar a sua preponde-rância como importante factor pedagó-gico e de celebração da criação humana.

Foi assim que, impulsionado pelos im-pedimentos que tais desafios coloca-vam às práticas em que estive envolvido e numa tentativa de me envolver num corpo de conhecimento mais abran-gente, aprendendo a trabalhar com um leque maior de ferramentas teóricas e metodologias de pesquisa que pudes-sem fazer frente a problemas de fundo das populações, realizei o mestrado de ciências sociais em estudos urbanos.

É com base nesta experiência que tenho estado ultimamente interessado e a tra-balhar em processos que melhor aprovei-tem o poder da acção colectiva, da mo-bilização de recursos, da criatividade e da inovação para resolver os mais prementes desafios sócio-espaciais, nomeadamente o isolamento social e o declínio da vida pública, a transição da dependência de petróleo para uma sociedade resiliente e ambientalmente justa, e o direito a uma habitação decente para todos.

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PROJECTOS INTERNACIONAIS

// Maio 12 // Portugalglobal26

A adesão de Portugal às Instituições Fi-nanceiras Internacionais (IFI) prossegue objectivos de natureza política e eco-nómica, dos quais se destacam a de-fesa dos interesses estratégicos da po-lítica externa, de internacionalização e de cooperação portuguesa, o aumento da visibilidade e influência nacional nas IFI e a promoção de vantagens mútuas de cooperação económica. A partici-

MERCADO DAS MULTILATERAIS FINANCEIRASOPORTUNIDADES DE FINANCIAMENTO PARA AS EMPRESAS

O mercado das multilaterais financeiras apresenta um forte atractivo para as empresas portuguesas, constituindo uma alternativa viável para o apoio à internacionalização. O acesso a este mercado, que representa mais 100 mil milhões de dólares por ano à escala mundial, exige, porém, uma abordagem precisa e direccionada, quer ao nível do perfil das empresas a envolver, quer ao nível dos próprios sectores visados.

pação de Portugal nestas instituições visa ainda a facilitação do acesso das empresas e consultores nacionais ao denominado mercado das multilaterais financeiras, cuja oferta à escala global ultrapassou os 115 mil milhões de dó-lares em 2009.

Este mercado apresenta um enorme potencial no que diz respeito a opor-

tunidades de negócio, investimento e parcerias internacionais, seja através de operações com o sector público (janela soberana) para financiamen-tos a governos e empresas/entidades governamentais, das quais surgem as oportunidades de procurement para empresas e consultores, seja através de operações com o sector privado (janela não soberana), para financiamento de

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PROJECTOS INTERNACIONAIS

Portugalglobal // Maio 12 // 27

“O mercado das multilaterais financeiras apresenta um enorme potencial no que diz respeito a oportunidades de negócio, investimento e parcerias internacionais, seja através de operações com o sector público para financiamentos a governos e empresas/entidades governamentais, das quais surgem as oportunidades de procurement para empresas e consultores, seja através de operações com o sector privado para financiamento de projectos de investimento privados nos países beneficiários.”

projectos de investimento privados nos países beneficiários.

Outros instrumentos relevantes que Portugal mantém junto de algumas IFI são os Trust Funds ou Fundos de Co-operação Técnica, cujos recursos se destinam a financiar serviços de con-sultoria e assistência técnica nos países beneficiários e que são geridos directa-mente pelos bancos.

Portugal como AccionistaO Governo português é accionista dos principais Bancos de Desenvolvimento, destacando-se neste âmbito:

Grupo Banco Mundial

Constituído por um conjunto alarga-do de instituições financeiras – Banco Internacional de Reconstrução e De-senvolvimento (BIRD), Associação In-ternacional de Desenvolvimento (AID), Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), Centro Inter-nacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (ICSID) e Socieda-de Financeira Internacional (SFI) – tem como principal objectivo fomentar o crescimento económico e a coopera-ção à escala global, contribuindo para a promoção do desenvolvimento eco-nómico dos países em desenvolvimen-to membros dessas instituições.

Grupo Banco Africano de Desenvolvimento

Integra o Banco Africano de Desen-volvimento (BAfD), o Fundo Africano de Desenvolvimento (FAfD) e o Fundo Especial da Nigéria (NTF). Tem como objectivo promover o desenvolvimen-to económico e social sustentável e a redução de pobreza nos 53 países membros regionais (PMR) do conti-nente africano.

Grupo Banco Asiático de Desenvolvimento

O grupo é integrado pelo Banco Asiá-tico de Desenvolvimento (BAsD), pelo Fundo Asiático de Desenvolvimento e pelo Fundo Especial do Japão. Tem por missão o desenvolvimento económico, o combate à pobreza e a melhoria das condições de vida das populações, es-

tendendo as suas operações às regiões da Ásia, Pacífico e países do Cáucaso.

Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento

Tem por missão apoiar o progresso e reconstrução económica dos países da Europa central e oriental e da Comu-nidade de Estados Independentes. O BERD apoia os países beneficiários na implementação de reformas estruturais e económicas, bem como a promoção

tema de bancos regionais de desenvol-vimento, com o mandato de promover o desenvolvimento económico e social dos países da América Latina e Caraí-bas. Tem como objectivos primordiais a redução da pobreza e a promoção de equidade social, através de um cresci-mento económico sustentável.

Corporação Andina de Fomento (CAF)A CAF tem por missão promover o de-senvolvimento sustentável e a integra-ção económica na região da América Latina e Caraíbas, por via de uma mobi-lização eficiente de recursos para a pres-tação de serviços financeiros (operações de crédito, subsídios e apoio na estru-turação técnica e financeira de projec-tos dos sectores público e privado). São accionistas da Corporação Andina de Fomento os governos de 16 países da região da América Latina e Caraíbas. Portugal e Espanha são os dois únicos países accionistas não regionais.

Apoio à internacionalizaçãoApesar da participação portuguesa ainda ser pouco expressiva nestes mercados, nos últimos 5 anos foram atribuídos cer-ca de 220 milhões de euros em contratos de consultoria e bens e obras a consórcios liderados por empresas portuguesas.

É de salientar que esta informação re-fere-se exclusivamente aos dados que são tornados públicos pelas IFI. Entre os benefícios adicionais que não é possível monitorizar destacam-se as parcerias em que as empresas portuguesas não são os líderes de consórcio, contratos ganhos por filiais de empresas portu-guesas que não estejam registadas em território nacional, e, especialmente importante, as operações do sector pri-vado (vertente investimento), que nos últimos 5 anos superaram largamente os mil milhões de euros.

Face ao volume de recursos alocados pelas diversas IFI a projectos públicos e privados nos países em desenvolvi-mento, e tendo presentes as actuais circunstâncias económicas e financei-ras com que se confrontam as empre-sas portuguesas, o mercado das mul-tilaterais financeiras apresenta-se cada vez mais atractivo para as empresas,

da concorrência e da iniciativa privada, tendo em conta as necessidades parti-culares dos países de operações. Atra-vés dos seus investimentos, o BERD promove a actividade do sector priva-do, o fortalecimento das instituições financeiras e dos sistemas legais, bem como o desenvolvimento das infra-estruturas necessárias ao suporte do sector privado.

Grupo Banco Inter-americano de DesenvolvimentoIntegra o Banco Inter-americano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Inter-americana de Investimentos (CII), o Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN) e o Fundo para Operações Especiais (FOE). Foi o precursor do sis-

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PROJECTOS INTERNACIONAIS

// Maio 12 // Portugalglobal28

constituindo uma alternativa viável para o apoio à internacionalização.

O esforço de mobilização das empresas portuguesas e de dinamização do seu acesso a este mercado exige por isso

nado entre a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e o GPEARI – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças.

uma abordagem cada vez mais precisa e direccionada, quer ao nível do perfil das empresas a envolver, quer ao ní-vel dos próprios sectores visados. Em particular, tratando-se de um mercado com especiais exigências ao nível das capacidades técnica, financeira e de compliance que têm de ser demons-tradas pelas empresas participantes, torna-se necessário um acompanha-mento de proximidade junto de todos os players envolvidos.

Mecanismo de AcompanhamentoFoi neste contexto que, em Outubro de 2009, foi criado o Mecanismo de Acompanhamento do Mercado das Multilaterais Financeiras (MAMMF), através do Acordo de Parceiros assi-

Subjacentes à criação do Mecanismo, en-contram-se dois objectivos estratégicos:• garantir que a participação do Estado

nas IFI resulte num retorno significati-vo para a economia nacional;

nacionais e para a internacionalização das empresas portuguesas.

O Mecanismo é constituído por um Grupo de Trabalho, que integra recur-sos da AICEP e do GPEARI especifica-mente alocados a funções operacionais, e que actua nas seguintes vertentes: ac-ções de dinamização de acesso à banca multilateral, através da organização de missões empresariais às sedes dos ban-cos e de seminários em Portugal com a presença de especialistas sectoriais e regionais; apoio directo às empresas não só através da disponibilização de informação, aconselhamento/acompa-nhamento local/regional no âmbito da diplomacia económica, bem como atra-vés da divulgação de oportunidades de negócio na página de Projectos Interna-cionais, alojada no site da AICEP.

Além do Grupo de Trabalho, existe uma Comissão de Acompanhamen-to, de carácter consultivo, que integra representantes de associações e enti-dades empresariais (AEP – Associação Empresarial de Portugal, AIP – Associa-ção Industrial Portuguesa, APB – Asso-ciação Portuguesa de Bancos, APPC – Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores, CPCI - Confederação Portuguesa da Construção e do Imobi-liário, ENERGYIN – Pólo de Competiti-vidade e Tecnologia da Energia e PPA – Parceria Portuguesa para a Água) e instituições públicas relevantes no con-texto do Mercado das Multilaterais Fi-nanceiras (DGAE – Direcção-Geral das Actividades Económicas do Ministério da Economia e Emprego, IPAD – Insti-tuto Português de Apoio ao Desenvol-vimento, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento).

Ainda de referir que o Grupo de Tra-balho irá lançar brevemente um Guia Prático de Acesso ao Mercado das Multilaterais Financeiras, que poderá ser consultado no site da AICEP (www.portugalglobal.pt).

Grupo de Trabalho das Multilaterais

[email protected]

Mais informações em:

Projectos Internacionais

“Nos últimos 5 anos foram atribuídos cerca de 220 milhões de euros em contratos de consultoria e bens e obras a consórcios liderados por empresas portuguesas.”

• afirmar-se como o centro dinamizador da rede do mercado das multilaterais financeiras, com vista ao pleno apro-veitamento das oportunidades de ne-gócio geradas, contribuindo desta for-ma para o aumento das exportações

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EMPRESAS

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O seu mais recente galardão foi o pré-mio internacional Design Plus 2012 que a IVO Cutelarias recebeu na feira Ambiente, em Frankfurt, pela série de facas Virtublack, um produto 100 por cento “made in Portugal” e uma dis-tinção que enche de orgulho todos os colaboradores da IVO que assim vêem reconhecida e premiada a sua aposta na qualidade, na inovação e no design.

A IVO Cutelarias é uma empresa fami-liar, que iniciou a actividade em 1954, em Santa Catarina (Caldas da Rainha), pelas mãos de João Ivo Peralta, numa oficina então com apenas três empre-

IVO CUTELARIASQUALIDADE E DESIGN RECONHECIDOS INTERNACIONALMENTEEmpresa familiar fundada há quase 60 anos, a IVO Cutelarias exporta 91 por cento da sua produção para 68 mercados externos. Inovação é a palavra de ordem de uma empresa que se orgulha da qualidade dos seus produtos, cujo ‘design’ já mereceu importantes distinções internacionais.

gados e dedicada à produção de cani-vetes e navalhas. Na década de 70, com a entrada de dois filhos na empresa, a visão de negócio ultrapassou o merca-do nacional, dando início à expansão internacional da empresa, tendo Mar-rocos sido o seu primeiro destino de exportação, em 1977. Hoje, a empresa conta com 140 colaboradores.

Especializada no fabrico de cutelarias para uso doméstico e profissional, a IVO Cutelarias combina formas arte-sanais de trabalhar com as mais re-centes tecnologias, “garantindo um produto de qualidade superior, des-

de a selecção rigorosa dos melhores aços, ao controlo de qualidade em cada etapa de fabrico”, afirma fonte da empresa, salientando o forte inves-timento que é feito em actividades de I&D e no design.

Com uma vocação fortemente expor-tadora, os seus produtos chegam hoje a 68 países em todo o mundo, onde é já uma referência. Sublinhe-se que a empresa vende ao exterior 91 por cen-to da sua produção.

De acordo com a mesma fonte, a pre-sença regular nos principais certames

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EMPRESAS

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Ivo Cutelarias, Lda.P.O. Box 1 2500-770 Santa Catarina CLD PORTUGAL Tel.: +351 262 925 340Fax: +351 262 925 341

[email protected]

www.ivocutelarias.com

internacionais, desde os anos 80, tem sido um vector estratégico ao desen-volvimento e promoção da marca IVO e da cutelaria portuguesa no mundo. A aposta em feiras profissionais do sec-tor e no segmento doméstico (fileira casa) em pólos estratégicos de comér-cio internacional como Frankfurt, Mi-lão, Paris, China, Chicago, Barcelona, Singapura e Dubai, permitiu, a prazo, gerar à empresa uma carteira de clien-tes diversificada, mediante uma gama de produto com uma latitude capaz de preencher as necessidades específicas de um cliente ou mercado. Trata-se, segundo a mesma fonte, de “antecipar tendências de mercado e de consumo, incorporando oportunidades externas no nosso módulo produtivo, que resul-tem numa solução de excelência para os nossos clientes”.

A consolidação da internacionalização da marca IVO Cutelarias pelos diversos mercados mundiais, mantendo o cami-nho da conquista de novos mercados através de uma oferta diferenciada e alicerçada em inovação e design, é o principal desafio da empresa.

Em 2011, a IVO Cutelarias registou um volume de negócios que ultrapassou os 5,17 milhões de euros. Segundo a fonte da empresa, as perspectivas para 2012 são positivas, sustentadas na tendência crescente do volume de encomendas em carteira até ao momento. Apesar das previsões de agravamento do estado dos

mercados para o final do 2º trimestre deste ano, a empresa pretende “remar contra a maré através de um itinerário definido pela fidelização pura dos actuais clientes e captação de novos mercados, especificamente nichos de consumidores que valorizem um produto de qualida-de”, adianta a mesma fonte.

Ao nível organizacional, a fonte salien-ta a “cultura criativa que emerge de todos os colaboradores da empresa, e que logra na concepção e desenvolvi-mento de produtos inovadores com design diferenciado”, sempre com um “conhecimento genuíno e acumulado na arte da cutelaria, com recurso às matérias-primas mais nobres e à com-binação entre tecnologia e saber que advém de uma arte secular”.

Além do já referido prémio recebido em Fevereiro em Frankfurt, a IVO foi também galardoada em 2001, na Sué-cia, com o prémio “Core Design” com a linha Virtu, e em 2005, em Cuba, com o prémio de “Diseño” igualmente com a mesma linha de produtos.

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EMPRESAS

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FERPINTA UM LÍDER NOS TUBOS DE AÇOLíder nacional na produção de tubos de aço e um dos principais players europeus do sector, a Ferpinta aposta no crescimento das exportações, a par de uma diversificação dos mercados de destino. A internacionalização da empresa começou em 1995, em Espanha, ainda hoje o seu principal mercado.

Fundada em 1962, a Ferpinta é hoje um grupo empresarial com actividades em sectores diversos. Além dos produ-tos siderúrgicos, de que se destacam os tubos de aço, o grupo integra também a Herculano (alfaias agrícolas) e tem investimentos nos sectores do turismo (imobiliário) e da agro-pecuária.

Referência nacional na produção de tu-bos de aço, chapas de aço em formato e acessórios para canalização, a Ferpin-ta ocupou o 2º lugar como melhor Em-presa de Portugal em 2011.

A Ferpinta apostou desde sempre numa orientação empreendedora, abordando as oportunidades numa

“A orientação estratégica da Ferpinta está focada no crescimento das exportações, mas sobretudo no aumento e diversificação de mercados, devido à actual conjuntura económica que se vive na Europa.”

com o objectivo de satisfazer necessi-dades emergentes.

Em 1976 a Ferpinta iniciou a produ-ção de tubos de aço, numa perspecti-va imediata, para auto-consumo, mas rapidamente passou à sua comerciali-zação como produto final, servindo a indústria metalúrgica. A forte recepti-vidade do mercado aos tubos de aço da Ferpinta levou a empresa a orientar a sua estratégia para o aumento da ca-pacidade deste produto.

O processo de internacionalização da Ferpinta teve início em 1995, no mer-cado espanhol, com a abertura de uma filial em Madrid e, um ano depois, de

perspectiva inovadora, o que levou,

segundo refere fonte da empresa, a

que na fase inicial tivesse desenvolvido

a sua actividade mudando os produtos

que fabricava com relativa frequência,

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EMPRESAS

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FERPINTAInd. Tubo Aço de F.P.T., S.A.

Carregosa, Ap. 263730- 956 Vale de CambraPORTUGALTel.: +351 256 411 400Fax: +351 256 412 049

[email protected]

www.ferpinta.pt

“Actualmente a Ferpinta é líder nacional na produção de tubos de aço e um dos maiores players europeus do sector.”

to das vendas totais e uma quota de mercado de cerca de 11 por cento. Os outros mercados onde está presente – duas dezenas de países – representam mais de 16 por cento das vendas to-tais. Considerando apenas as vendas de tubos de aço, as exportações deste produto representam 65 por cento do total, revela a mesma fonte.

Além de Espanha, a empresa está presen-te em vários mercados, designadamente em França, Holanda, Angola e Moçambi-que. Nestes dois últimos mercados, a em-presa tem unidades industriais com pro-dução local, que por sua vez exportam para países limítrofes, particularmente no caso de Moçambique. Na Europa central, a França e a Holanda têm sido mercados onde a Ferpinta tem aumentado o volu-me das suas exportações.

A orientação estratégica da Ferpinta está focada no crescimento das expor-tações, mas sobretudo no aumento e diversificação de mercados, devido à actual conjuntura económica que se vive na Europa. No âmbito deste pro-cesso de diversificação de mercados, a empresa tem vindo a exportar para paí-ses do Norte de África e da América do Sul, adianta a fonte da empresa.

A mesma fonte defende que, em ter-mos de gestão, o grupo Ferpinta pau-ta-se pela flexibilidade e capacidade de resposta imediata aos novos desafios, apostando em áreas de reconhecido valor acrescentado, num processo de ajustamento permanente a novos ce-nários económicos, tendencialmente mais alargados e agressivos.

Com perto de 300 colaboradores, a Fer-pinta registou, em 2011, um volume de negócios de cerca de 147 milhões de eu-ros, dos quais 81 milhões de euros foram provenientes das exportações.

uma delegação em Córdova, por for-ma a garantir o regular abastecimento dos produtos Ferpinta no mercado da Andaluzia. Num espaço temporal de três anos, a Ferpinta abrange todo o mercado espanhol, com o alargamen-to, em 1998, ao mercado da Galiza através de uma delegação em Santia-go de Compostela.

Actualmente a Ferpinta é líder nacional na produção de tubos de aço e um dos maiores players europeus do sector. Em

termos quantitativos, as vendas dos tubos da Ferpinta ainda têm no mer-

cado ibérico o seu principal mercado, representando a Espanha 40 por cen-

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MERCADOS

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Mercado com quase 40 milhões de habitantes, a Polónia tem vindo a aumentar a sua importância no relacionamento económico com Portugal, onde se destaca a sua posição – a 5ª maior – enquanto receptor de investimento directo português no exterior.No comércio de bens e serviços o potencial de crescimento está longe de estar esgotado, sobretudo se tivermos em conta o crescimento do PIB polaco e consequente aumento do poder de compra da

população polaca. A Polónia apresenta um vasto conjunto de oportunidades de negócio para as empresas portuguesas, como revela a análise de Nuno Lima Leite, director coordenador do Centro de Negócios da AICEP em Varsóvia.

POLÓNIAPOTENCIAL PARA CRESCER

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MERCADOS

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País bem no coração da Europa, incon-tornável pela sua dimensão e história, oitava maior economia da UE, mercado de grande dimensão (38,5 milhões de habitantes), com uma das populações mais jovens da Europa (cerca de 50 por cento da população tem menos de 35 anos e 30 por cento menos de 25 anos) e com uma posição geográfica estraté-gica: eis a Polónia!

A economia polaca registou o cresci-mento económico mais rápido da UE e o segundo crescimento mais rápido das 28 economias em transição entre 1990 e 2010. Registou uma conver-gência económica real do PIB per ca-pita em PPC (paridade do poder de compra) com a média da UE-15 (dos 38 por cento em 1989 para 63 por cento em 2011). O ganho de 25 pon-tos percentuais foi o maior registado nas economias em transição.

No período de 2006-2008, registou um crescimento do PIB a uma taxa média de 6 por cento ao ano (6,7 ve-zes superior à da UE) e, em 2009, re-gistou uma desaceleração brusca para 1,6 por cento. No entanto, foi o único país da UE a apresentar um crescimen-to positivo. Em 2010 e 2011, registou uma aceleração do crescimento, sen-do de 3,9 por cento em 2010 (a 3ª maior da UE) e de 4,3 por cento em 2011. Para 2012, prevê-se um cresci-mento de 2,5 por cento. A taxa média de crescimento do PIB polaco eleva-se, assim, para 3,6 por cento nos últimos três anos, enquanto a taxa média de crescimento do PIB da UE foi de me-nos 0,8 por cento. Os dados indicam que a economia polaca resistiu aos choques, internos quer externos, que têm afectado o crescimento económi-co global, registando não só um cres-cimento mais rápido do que as outras economias da UE, como um cresci-mento continuado e sustentável.

A excelente evolução económica da Polónia ficou a dever-se fundamental-mente à menor exposição da sua eco-nomia à recessão exterior, ao desen-volvimento do sector financeiro sem produtos tóxicos, aos enormes inves-timentos da União Europeia (67,3 mil

milhões de euros no actual quadro co-munitário, o valor mais elevado dos pa-íses do alargamento da UE), à elevada procura interna alimentada pelo gran-de consumo privado e à forte atracção de investimento estrangeiro, fruto de enormes incentivos financeiros e fis-cais, nomeadamente através das 14 Zonas Económicas Especiais existentes na Polónia, tendo assim, estes atribu-tos, contribuído para um desenvolvi-

Relacionamento entre Portugal e a Polónia e oportunidadesO mercado polaco apresenta-se já com alguma relevância para a economia portuguesa. Segundo dados do INE, as trocas comerciais bilaterais têm vindo a ganhar uma importância crescente nos últimos 10 anos, tendo o volume qua-se quadruplicado. A Polónia, em 2011, apresentou-se como o 13º cliente (406 milhões de euros) e o 21º fornecedor de Portugal (387 milhões de euros), regis-tando uma taxa de crescimento anual das nossas exportações de 28 por cento. No entanto, é de assinalar que, na última década, se registou um saldo da balança comercial sempre favorável à Polónia, à excepção do último ano que se registou um excedente na nossa balança comer-cial de cerca de 19 milhões de euros, in-vertendo a tendência anterior.

Em termos de investimento directo de Portugal, a Polónia testemunha um in-teresse crescente dos operadores eco-nómicos portugueses por este merca-do, ocupando o 5º lugar, em 2011, no ranking de receptores de Investimento Directo de Portugal no Estrangeiro (IDPE). Deste modo, tem-se apresen-tado como um dos mercados mais es-táveis, existindo uma vasta experiência de empresas portuguesas em sectores de interesse na Polónia, estando já al-gumas delas muito bem posicionadas, podendo assim facilitar a entrada de novas empresas portuguesas, usu-fruindo de um efeito umbrella, nome-adamente nos sectores da distribuição, energia, serviços financeiros, consulta-doria, indústria e construção civil.

Actualmente existem na Polónia cerca de 105 empresas activas com capitais portugueses, sendo de registar o caso do grupo Jerónimo Martins (1.870 lo-jas e cerca de 23.000 trabalhadores), cuja facturação passou a ser maiorita-riamente registada na Polónia. É ainda de destacar que a Biedronka, do grupo Jerónimo Martins, é o maior grupo re-talhista na Polónia; que o grupo Euro-cash (com participação portuguesa) é o maior grupo grossista com uma quota de mercado de 12 por cento; que o Banco Millennium é o 6º maior banco

“As perspectivas de curto e médio prazo são optimistas quer em termos de criação de novas empresas portuguesas na Polónia, quer em termos comerciais, dadas as necessidades de modernização do país, por exemplo, a nível de infra-estruturas, desenvolvimento tecnológico e no sector energético, bem como devido às alterações dos padrões de consumo dos polacos e consequente aumento da procura de produtos mais sofisticados e de luxo.”

mento tecnológico e uma melhoria da sua competitividade internacional.

No presente ano, a política económica polaca vai concentrar-se na prevenção da destabilização dos indicadores macroeco-nómicos, como consequência da crise da dívida da zona do euro que tem aumen-tado as preocupações dos investidores sobre a situação das finanças públicas e a desaceleração do crescimento. Porém, a fim de reforçar a confiança do mercado e demonstrar credibilidade externa, de-vido à necessidade de demonstração de prudência orçamental, o próximo ano é susceptível de ser preocupante. Isto será importante para a Polónia continuar a usufruir do plano de empréstimos con-traídos em 2009 e 2010, sem recorrer à linha de crédito flexível do FMI, no valor de 29,5 mil milhões de dólares, que expi-ra no final de 2012.

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MERCADOS

// Maio 12 // Portugalglobal36

em termos de activos na Polónia; e que a EDP Renováveis detém, neste país, o maior parque eólico da Europa Central.

Só no período de 2006-2011, o inves-timento bruto português na Polónia ascendeu a cerca de 1.264 milhões de euros e o desinvestimento a cerca de 150,31 milhões de euros, resultando daí um investimento líquido de cerca de 1.113 milhões de euros, o que bem demonstra a aposta das empresas por-tuguesas neste mercado.

As perspectivas de curto e médio prazo são optimistas quer em termos de cria-ção de novas empresas portuguesas na Polónia, quer em termos comerciais. As necessidades de construção de novas infra-estruturas, o desenvolvimento tecnológico, a modernização do sec-tor energético (sobretudo o recurso a novas fontes de energia alternativa), a modernização do sector público, a necessidade de um upgrade no sector hospitalar e do ensino, a alteração dos padrões de consumo que se tem vindo a registar por parte dos consumidores polacos, a procura de produtos mais sofisticados e de luxo são oportunida-des e desafios para os quais Portugal tem, através de empresas dos respec-tivos sectores, capacidade de resposta, podendo haver um incremento das ex-portações e do IDPE na Polónia.

No relacionamento bilateral, convirá, porém, referir que poderão colocar-se

alguns constrangimentos ao seu de-senvolvimento, como sejam:

• Atrasos nos pagamentos;

• Debilidades ao nível da administração pública;

• Definição da política de preços;

• Desconhecimento das características do mercado;

• Dificuldades de comunicação relacio-nadas com a língua;

• Dificuldades competitivas face aos concorrentes estrangeiros instalados com grande presença na distribuição;

• Dificuldades na selecção e contrata-ção de mão-de-obra local devido a um grande absentismo e rotatividade;

• Distância geográfica face a Portugal condiciona o transporte de pessoas e mercadorias;

• Inexistência de imagem de Portugal, enquanto produtor de bens e serviços;

• Precariedade de algumas infra-es-truturas.

Como abordar o mercado polacoO mercado polaco não é apenas Varsó-via. Pelo contrário, as empresas deverão estar preparadas para visitar potenciais importadores/distribuidores fora de Var-sóvia, nomeadamente em outros centros populacionais e industriais, com mais de 300.000 habitantes, a saber: Cracóvia, Gdansk, Poznan, Lódz, Wroclaw, Lublin e Katowice. Apesar das infra-estruturas, tanto rodoviárias como ferroviárias, na

Polónia ainda serem pouco desenvol-vidas e as distâncias se tornarem, por isso, maiores (por exemplo, uma des-locação de Varsóvia a Gdansk, de 300 quilómetros, poderá demorar 6 horas), é de registar que a TAP realiza seis voos semanais entre Lisboa e Varsóvia e que através do code-share existente entre a LOT e a TAP, já é possível viajar directa-mente de Lisboa, via Varsóvia, para as principais cidades polacas.

A Polónia como membro da UE, desde 2004, não tem barreiras for mais à en-trada de produtos ou em presários por-tugueses no país. No entanto, o sucesso de uma relação negocial depen de do cumprimento e respeito por algumas das principais características culturais deste mercado. A pontualidade na par-ticipação em reuniões é fundamental, bem como a preparação das reuniões com os potenciais clientes, que deverá ser feita de uma forma minuciosa, de-vendo os empresários mostrar disponibi-lidade para formalizar em detalhe todo o processo negocial, demonstrando um acentuado formalismo em termos de negociações e de contratos.

A barreira linguística é uma realidade, apesar da população mais jovem fa-lar inglês. Porém, as empresas devem acautelar-se quanto ao idioma a utilizar, caso contrário, haverá necessidade de contratação de um intérprete. Igual-mente importante será visitar certames da especialidade e dar seguimento aos contactos estabelecidos, mantendo rela-ções regulares com os seus interlocutores e demonstrando interesse e persistência. Mesmo no caso de falta de resposta do potencial importador, dever-se-á insistir. Muitas vezes, a falta de resposta é resul-tante do desconhecimento da língua. A realização de eventos/acontecimentos sociais é, muitas vezes, o canal mais ade-quado para o lançamento de novos ne-gócios/produtos no mercado polaco.

CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP PARA A EUROPA CENTRAL (VARSÓVIA)

UL. Atenska 37 03-978 Warszawa POLSKA Tel.: +48-22 6176460 / 6174340

6175596 / 6173620Fax: +48-22 6174477

[email protected]

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MERCADOS

Portugalglobal // Maio 12 // 37

O PORTUGALSKI SWIAT é um novo pro-jecto destinado a promover produtos e serviços portugueses e a efectivação de vendas no mercado da Polónia. A pro-moção passa, designadamente, pela participação em feiras sectoriais, degus-tações e organização de visitas com im-portadores e distribuidores locais.

O projecto PORTUGALSKI SWIAT arran-cou em Março deste ano, com a partici-pação na EUROGASTRO, em Varsóvia, uma das três feiras da área da indústria alimentar e vinhos onde as empresas irão marcar presença em 2012.

EMPRESAS PORTUGUESAS NA POLÓNIASão já mais de 100 as empresas polacas com capitais portugueses na Polónia, sendo muitos os exemplos de sucesso alcançado pelas empresas portuguesas neste mercado. Três casos são aqui destacados: o PORTUGALSKI SWIAT, um novo projecto que visa promover os produtos portugueses no mercado polaco, a Martifer Renewables e o grupo Jerónimo Martins com a sua rede de lojas alimentares Biedronka.

Na EUROGASTRO participaram a Vi-niverde - Vinhos verdes e aguarden-te vínica velha, a Casal dos Prazeres e Encosta Longa - Vinhos do Douro; a LP-Portugal Wine Cellar - Vinhos do Alentejo, Dão, Beira Interior e Pe-nínsula de Setúbal; a Casa de Santa Eufémia - Vinhos do Porto; Vinícola Castelar - Licores e Aguardentes; a JC Coimbra – Azeites; a Belamar - Con-servas de peixe; a Cooperativa dos Produtores de Queijos da Beira Baixa - Queijos, a SIMPLY B/Aldeias da Beira - compotas e enchidos regionais; e a Bisc8 - Biscoito de azeite.

Segundo fonte da organização, a mos-tra recebeu “um número inesperado de visitantes”, tendo os vinhos sido a classe de produtos que maior atenção despertou. Esta acção foi seguida, no dia 24 de Março, de uma degustação de vinhos promovida em conjunto com um importador da cidade de Poznan com uma cadeia de sete lojas especiali-zadas, de que resultou na colocação da primeira encomenda.

O plano estratégico PORTUGALSKI SWIAT para o ano 2012 contempla ainda a presença em outras feiras – a

PORTUGALSKI SWIAT

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MERCADOS

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A Martifer Renewables, participada do grupo português com o mesmo nome, está presente na Polónia desde 2006, sendo hoje considerada um player de grande importância e credibilidade na-quele mercado.

A abordagem da Martifer Renewables ao mercado polaco visou, inicialmente, a aquisição de projectos no sector da energia eólica em fase de desenvolvi-mento preliminar, tendo posteriormen-te sido criada uma equipa com quadros locais para dar continuidade e desen-volver esses projectos, segundo explica António Castro, o responsável pela em-presa no mercado polaco.

A Polónia revelou ter um potencial de crescimento elevadíssimo para a ener-gia eólica, sobretudo quando compa-rado com os mercados vizinhos, sendo ainda, na opinião de António Castro, um “mercado previsível, bem regulado, estável e com uma tarifa que atrai o in-vestimento externo”.

Neste contexto, a Martifer Renewables desenvolveu e construiu com sucesso dois projectos de energia eólica com 10MW e com 18MW, Leki Dukielskie e Bukowsko, respectivamente, sendo de sublinhar que Leki Dukielskie, em operação desde 2009, foi o primeiro parque eólico construído por uma em-

presa portuguesa na Polónia. Já este ano iniciou-se a construção de um par-que de 26MW, Rymanow, que se prevê estar concluído no 1º quadrimestre de 2013. A mesma fonte adianta que os três projectos foram entretanto ven-didos ao grupo IKEA, ainda em 2011, num negócio que permitiu à empresa encaixar cerca de 90 milhões de euros.

Actualmente, a Martifer tem também um pipeline em desenvolvimento de cerca de 350MW, entre os quais, um projecto de 36MW, Gizalki, que está pronto para iniciar a respectiva constru-ção. Na Polónia, a empresa realiza tam-bém a O&M (operação e manutenção) dos parques construídos, área de negó-cio a que pretende dar continuidade.

A Martifer Renewables pretende ainda continuar a sua actividade de desenvol-vimento do sector através do “estabe-lecimento de parcerias locais que per-mitam conseguir para os projectos em desenvolvimento a fase de ‘ready-to-build’ vendê-los nessa fase ou mesmo construí-los, caso haja a possibilidade de encontrar parceiros financeiros que mostrem interesse em continuar com os parques após estarem em opera-ção”, conclui António Castro.

www.martifer.pt

POLAGRA-FOOD, em Poznan, em Se-tembro, e a ENEXPO/GASTROFOOD/HORECA, em Cracóvia, em Novembro – e a organização de apresentações de produtos nas instalações de importa-dores/distribuidores.

A fonte da PORTUGALSKI SWIAT explica que o novo projecto oferece aos clien-tes e parceiros, maioritariamente PME, a possibilidade de apresentarem os seus produtos ou serviços na Polónia através dos meios já referidos e também através do site (em português, polaco e inglês) que, num futuro próximo, funcionará igualmente como loja on-line, “com custos controlados e sem as contingên-cias das visitas de prospecção de merca-dos e presenças em feiras internacionais organizadas pelos grandes movimentos corporativo-associativo nacionais que, com alguma frequência, produzem re-tornos muito aquém do esperado para as empresas com menor peso institucio-nal e músculo financeiro”.

A empresa disponibiliza ainda profis-sionais especializados no terreno e com vários anos de contacto com o mercado polaco e colaboradores locais que fazem

o trabalho de prospecção, comunicação e follow-up que, afirma a mesma fonte, “os departamentos comerciais das em-presas nossas clientes não conseguem fazer, seja por falta de recursos huma-nos com conhecimentos adequados do país e da sua língua, seja pela dispersão por diferentes mercados sem que consi-gam manter um trabalho concertado e persistente até que se encontre o par-ceiro local adequado, seja ele o impor-tador, o distribuidor ou o investidor”.

www.portugalskiswiat.com

MARTIFER RENEWABLES

Page 39: Portugalglobal_n45

MERCADOS

Portugalglobal // Maio 12 // 39

A Biedronka, cadeia de lojas de bens alimentares do grupo Jerónimo Mar-tins, é líder destacada do mercado do retalho alimentar na Polónia, tendo encerrado o primeiro trimestre deste ano com 1.908 lojas em todo o país, mais 243 do que no mesmo período de 2011. Neste período, as vendas aumentaram 21 por cento, segundo anunciou o grupo, representando actu-almente a Biedronka cerca de 70 por cento dos resultados operacionais glo-bais do grupo Jerónimo Martins.

Presente na Polónia há cerca de 15 anos, o grupo português tem em cur-so um novo plano de expansão: no

primeiro trimestre do ano inaugurou 37 novas unidades e está a desenvol-ver o processo de mudança de layout das suas lojas, a um ritmo de 40 a 50 remodelações por semana, para uma imagem que dá maior enfoque aos produtos frescos e padaria. Em desenvolvimento estão também dois novos centros de distribuição, prepa-rando-se o grupo para a abertura da sua décima região de operações no mercado polaco.

No período em referência, a Biedronka recebeu 86 por cento do investimento realizado pelo grupo Jerónimo Martins. Nas palavras do CEO do grupo, Pedro

GRUPO JERÓNIMO MARTINS BIEDRONKA

Soares dos Santos, a “Biedronka, nossa principal prioridade, prossegue com a execução do seu plano de investimento que é fundamental para o êxito da es-tratégia de liderança da companhia no mercado polaco”.

Em comunicado, o CEO da Jeróni-mo Martins afirma que a Biedronka deverá continuar a registar um “for-te crescimento”, desempenho que “permite confirmar a perspectiva po-sitiva em termos de crescimento de vendas e resultados do grupo para o ano de 2012”.

www.jeronimomartins.pt

Page 40: Portugalglobal_n45

MERCADOS

// Maio 12 // Portugalglobal40

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2007 2008 2009 2010 2011 Var %a 07/11

2011 Jan/Fev

2012 Jan/Fev

Var %b 11/12

Exportações 272.050 310.766 269.891 317.321 405.051 11,6 57.139 64.423 12,7

Importações 288.101 357.946 322.770 353.417 386.660 8,3 57.079 63.467 11,2

Saldo -16.051 -47.179 -52.879 -36.096 18.391 -- 61 956 --

Coef. Cobertura (%) 94,4% 86,8% 83,6% 89,8% 104,8% -- 100,1% 101,5% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007-2011; (b) Taxa de variação homóloga 2011-20122007 a 2009: Resultados definitivos; 2010 a 2012: Resultados preliminares

O mercado polaco apresenta alguma relevância para a economia portugue-sa. Em 2011, a Polónia posicionou-se como o 13º cliente de Portugal, ab-sorvendo 0,96 por cento do total das exportações, e como 21º fornecedor, representando 0,67 por cento do total das importações portuguesas.

No período de 2007-2010, a balança comercial luso-polaca foi sempre des-favorável a Portugal, mas em 2011 essa tendência inverteu-se e o saldo desta balança foi positivo para o nosso país

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – POLÓNIA O relacionamento económico entre Portugal e a Polónia tem vindo a aumentar, com as balanças comerciais de bens e de serviços a registarem saldos favoráveis ao nosso país em 2011. A Polónia é também um destino importante em termos de investimento português no exterior, tendo, no ano passado, sido o 5º maior num ranking de 55 países.

em 18,39 milhões de euros. Nos pri-meiros dois meses deste ano, as expe-dições de Portugal para o mercado po-laco mantiveram-se superiores ao valor das chegadas, aumentando 12,7 por cento face ao mesmo período de 2011. As expedições portuguesas para a Po-lónia acusavam, em 2011, um grau de concentração relativamente elevado, uma vez que apenas um único grupo de produtos – máquinas e aparelhos – representou 35,5 por cento do valor global expedido para aquele mercado,

aumentando 24,3 por cento face ao ano anterior.

Dos restantes grupos de produtos, destacaram-se ainda, em 2011, os de veículos e outro material de transporte (8,7 por cento do total expedido), plás-ticos e borracha (8,2 por cento), metais comuns (8,1 por cento), produtos quí-micos (6 por cento) e produtos agríco-las (5,8 por cento).

Em termos de grau de intensidade tec-nológica, a estrutura das expedições

Page 41: Portugalglobal_n45

MERCADOS

Portugalglobal // Maio 12 // 41

era, em 2010 (último ano disponível), dominada pelos produtos de média-alta tecnologia, com 37,7 por cento do total expedido, seguida pelos produtos de baixa tecnologia (30,4 por cento), média-baixa tecnologia (17,2 por cento) e de alta tecnologia (14,8 por cento).

De acordo com o INE, o número de empresas que têm vindo a expedir pro-dutos para a Polónia subiu de 546 em 2006 para 674 em 2010, reflectindo o interesse crescente dos agentes econó-micos portugueses por aquele mercado.

O principal grupo de produtos que a Polónia vende a Portugal é também o das máquinas e aparelhos, que em 2011 representou 32,6 por cento do total das chegadas. Com algum relevo surge, na segunda posição, o grupo dos produtos químicos (14,9 por cen-to do total), seguindo-se o grupo dos veículos e outro material de transporte (8 por cento), o dos produtos agrícolas (6,2 por cento) e o dos produtos ali-mentares (4,8 por cento).

Em termos de grau de intensidade tecnológica, a estrutura das chegadas era, em 2010 (último ano disponível), dominada pelos produtos de alta tec-nologia, com 38 por cento do total das chegadas, seguida dos produtos de média-alta tecnologia (29,8 por cen-to), baixa tecnologia (26,1 por cento) e média-baixa tecnologia (6,1 por cento), caracterizando-se, portanto, as chega-das por um grau de intensidade tecno-lógica superior ao das expedições.

Segundo os dados do INE, o número de empresas importadoras dos produtos da Polónia subiu de 475 em 2006 para 604 em 2010, igualmente revelando o interesse crescente dos agentes econó-micos portugueses naquele mercado.

De referir ainda que nos dois primeiros meses deste ano o grupo das máquinas e aparelhos continuou a ocupar um lu-gar cimeiro nas trocas comerciais entre os dois países.

Serviços e investimentoA balança comercial de serviços en-

tre Portugal e a Polónia é claramente

favorável ao nosso país, atingindo as exportações portuguesas para aquele mercado 102,25 milhões de euros em 2011, contra 34,6 milhões de euros de importações. No período de 2007 a 2011, as exportações portuguesas aumentaram 11,1 por cento e as im-portações 3,9 por cento. De acordo com dados do Banco de Portugal, no ano passado, a Polónia posicionou-se como o 21º mercado cliente dos ser-viços portugueses, tendo absorvido 0,49 por cento das vendas totais ao exterior, e foi o 29º mercado forne-

mente, tendo o desinvestimento sido de apenas 12,152 milhões de euros.

Em 2011, os fluxos de IDPE para a Poló-nia tiveram principalmente como destino os seguintes sectores: indústrias transfor-madoras, com 58,7 por cento, activida-des financeiras e de seguros, com 29,1 por cento, actividades de consultoria, científicas e técnicas, com 6,4 por cento, e construção com 2,8 por cento.

No ano em análise, os fluxos de IDPE para a Polónia tiveram por suporte os seguin-tes tipos de operações: capital de empre-sas – 72,5 por cento; lucros reinvestidos – 14,7 por cento; e créditos, empréstimos e suprimentos – 12,8 por cento.

Existem, actualmente, na Polónia mais de 100 empresas polacas activas com capitais portugueses.

TurismoA Polónia assume já uma posição de al-guma relevância enquanto país emissor de turistas para Portugal, representan-do, em 2011, e segundo dados do INE e do Banco de Portugal, 1,54 por cento do número de hóspedes (13º lugar no ranking dos mercados externos), 1,67 por cento das dormidas (11º lugar) e 0,76 por cento do total das receitas de turistas estrangeiros (20º lugar).

No período de 2007-2011, o número de hóspedes e o número de dormidas cresceram, respectivamente, 12,5 por cento e 15,7 por cento, enquanto as receitas registaram um aumento de 18,3 por cento.

Trata-se de um crescimento quantitativo e qualitativo muito dinâmico, o que pro-vavelmente traduz uma evolução positi-va da oferta portuguesa o que se reflecte na captação de um número crescente de polacos com maior poder de compra.

É ainda de referir que, segundo o UNWTO Barometer, de Janeiro de 2012, as receitas geradas pelos turistas pola-cos em Portugal representavam apenas 0,82 por cento dos gastos dos turistas polacos no estrangeiro em 2010, o que aponta para um potencial de crescimen-to ainda longe de esgotado.

“A Polónia assume uma posição muito mais relevante enquanto receptor de IDPE (Investimento Directo Português no Exterior) do que como emissor de IDE (Investimento directo Estrangeiro). Segundo o Banco de Portugal, em 2011, a Polónia foi o 5º maior destino do investimento português no exterior, com uma quota de 1,2 por cento do total.”

cedor de serviços ao nosso país, com uma quota de 0,30 por cento das im-portações totais.

No que respeita ao investimento, a Po-lónia assume uma posição muito mais relevante enquanto receptor de IDPE (Investimento Directo Português no Exterior) do que como emissor de IDE (Investimento directo Estrangeiro). Se-gundo o Banco de Portugal, em 2011, a Polónia foi o 5º maior destino do in-vestimento português no exterior, com uma quota de 1,2 por cento do total, num conjunto de 55 mercados exter-nos. Como investidor ocupou a 18ª posição (quota de 0,05 por cento do total), subindo, porém, 12 lugares no ranking relativamente ao ano anterior.

De referir que entre 2007 e 2011, o ano de 2010 foi o que registou o valor e a quota mais elevados em termos de IDPE na Polónia neste período: 310,9 milhões de euros e 3,18 por cento, respectiva-

Page 42: Portugalglobal_n45

MERCADOS

// Maio 12 // Portugalglobal42

ENDEREÇOS ÚTEIS POLÓNIA EM FICHA

Polónia

Área: 311.889 Km2

População: 38,2 milhões de habitantes (estimativa 2011)

Densidade populacional: 122 hab/km2 (estimativa 2010)

Designação oficial: República da Polónia

Forma de Estado República Parlamentar

Chefe do Estado: Bronislaw Komorowski, eleito em Julho de 2010

Chefe do Governo: Donald Tusk

Data da actual Constituição: Aprovada pela Assembleia Nacional em 2 de Abril de 1997 e referendada em 25 de Maio do mesmo ano. Entrou em vigor em 17 de Outubro de 1997.

Principais Partidos Políticos: Plataforma Cívica (PO); Lei e Justiça (PiS); Partido Polaco dos Camponeses (PSL); Movimento de Palikot (um partido liberal anti-clerical); Aliança da Esquerda Democrática (SLD). As últimas eleições parlamentares foram em Outubro de 2011 e as próximas estão previstas para 2015. As próximas eleições presidenciais deverão ter lugar em meados de 2015.

Capital: Varsóvia (1.714 mil habitantes – Dezembro de 2009)

Outras cidades importantes: Cracóvia, Łódź, Wrocław, Poznan, Gdansk, Szczecin.

Religião: A maioria da população é cristã, com 97% aderentes à Igreja Católica Romana.

Língua: A língua oficial é o polaco.

Unidade monetária: Zloty (PLN)

1 EUR = 4,11 PLN (câmbio médio em 2011,

estimativa)

1 USD = 2,96 PLN (câmbio médio em 2011,

estimativa)

Risco País: Risco político - A

Risco de estrutura económica - BB

Risco país – BBB

(AAA = risco menor; D = risco maior)

Ranking em negócios: Índice 7,17

(10 = máximo)

Ranking geral: 30 (entre 82 países)

(EIU – Janeiro 2012)

Risco de crédito: 1

(1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC –

Outubro 2011)

Grau da abertura e dimensão relativa

do mercado:

Exp. + Imp. / PIB = 78,5% (2011)

Imp. / PIB = 40,9% (2011)

Imp. / Imp. Mundial = 1,13% (2010)

Fontes:

The Economist Intelligence Unit (EIU)

- Country Report, Janeiro 2012 EIU

Viewswire – Janeiro 2012; OMC; COSEC.

EMBAIXADA DA REPÚBLICA DA POLÓNIA EM LISBOAAvenida das Descobertas, 2

1400-092 Lisboa

Tel.: +351 213 012 350

Fax: +351 213 041 429

www.lizbona.polemb.net

DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DO COMÉRCIO E INVESTIMENTORua António Saldanha 48

1400-021 Lisboa

Tel.: +351 213 013 327

[email protected]

http://lisbon.trade.gov.pl/pt

EMBAIXADA DE PORTUGAL NA POLÓNIAUl. Atenska, 37

03-978 Warszawa - Poland

Tel.: +48 22 511 1010/11/12 | Fax: +48 22

511 1013

[email protected]

www.ambasadaportugalii.pl

POLISH INFORMATION AND FOREIGN INVESTMENT AGENCY (PAIIIZ)Ul. Bagatela, 12

00-585 Warszawa - Poland

Tel.: +48 22 334 9800

Fax: +48 22 334 9999

[email protected]

www.paiz.gov.pl

POLISH CHAMBER OF COMMERCE – KIGUl. Trębacka 4

00-074 Warszawa - Poland

Tel.: +48 22 630 9613

Fax: +48 22 630 9670

[email protected]

www.kig.pl

CÂMARA DE COMÉRCIO POLÓNIA - PORTUGAL (PPCC)Al. Niepodległości 69, 1º andar

02-626 Warszawa - Poland

Tel.: +48 22 322 7667

Fax: +48 22 322 7667

[email protected]

www.ppcc.pl

Varsóvia

Page 43: Portugalglobal_n45

VideoconferênciasAICEP Global Network

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.

Tudo isto, sem sair do seu escritório

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LisboaAv. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LisboaTel: + 351 217 909 500

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PortoRua António Bessa Leite, 1430 - 2º andar4150-074 PortoTel: + 351 226 055 300

Web: www.portugalglobal.pt

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OPINIÃO

// Maio 12 // Portugalglobal44

QUALIDADE E COMPETITIVIDADE> POR ANTÓNIO RAMOS PIRES, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA APQ – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA

PARA A QUALIDADE

Num quadro adensado de complexida-de e incerteza importa criar platafor-mas mais seguras para as mudanças eventualmente mais drásticas e mais frequentes da envolvente competitiva. Estas mudanças têm tendência para eliminarem precipitadamente as abor-dagens sistemáticas provadas e testa-das, em vez de ajudarem a amortecer os impactes negativos. Os sistemas de gestão (onde se incluem os da quali-dade), árdua e longamente montados, tendem a dar origem a situações atí-picas de gestão sempre que a sobrevi-vência esteja em causa.

Contudo, sabemos que as técnicas e metodologias de controlo e gestão da qualidade estão entre as que, no con-texto referido, podem constituir pontos de ancoragem robustos, embora saben-do que os sistemas de gestão foram, maioritariamente, concebidos para situ-ações de estabilidade, pelo que têm di-ficuldade em se adaptarem a situações de instabilidade e incerteza. Mas se os sistemas de gestão não se adaptarem, ou forem abandonados, as empresas tendem a encontrar sérias dificuldades de competitividade.

O sucesso de uma empresa começa na concepção dos seus produtos e serviços, que têm de deter as características e atributos necessários para satisfazer as necessidades e as expectativas do seg-mento de mercado onde vão concorrer. Esta condição, embora necessária, não é suficiente para garantir o sucesso.

Para além das características intrín-secas dos produtos, os serviços que lhe estão associados terão que os disponibilizar no tempo e nas condi-ções desejadas pelos clientes. Aqui se incluem a capacidade de resposta, a solidez financeira, as redes de distri-buição, e as capacidades comerciais em termos de preços e condições de

pagamento. Assim, os sistemas de gestão têm de transmitir a confiança suficiente aos clientes de que a quali-dade será assegurada de forma con-sistente e continuada.

A evolução técnico-científica, a par do incremento das necessidades objecti-vas dos consumidores, acarreta, con-tudo, um movimento cada vez mais frequente de concepção de novos e inovadores produtos e serviços. Esta necessidade tende a ser absoluta, por-que a sua ineficácia significa a própria sobrevivência da organização.

Para quem tem experiência de avaliar sistemas de gestão, é fácil afirmar que as metodologias provadas e testadas de auditoria permitem, em poucos dias, concluir se o cliente pode ou não con-fiar nas capacidades organizativas dos eventuais fornecedores.

A actuação em mercados externos acentua a relevância dos aspectos aci-ma referidos, quer porque os diálogos são mais curtos e difíceis, quer porque os riscos associados a falhas eventuais aumentam significativamente, quer ain-da porque o investimento em tempo, esforço e dinheiro são outros elementos dos riscos a avaliar e assumir.

A globalização da economia e do sa-ber, suportada pelas TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e outros desenvolvimentos tecnológi-cos, tem vindo a modificar o campo competitivo e a adensar nuvens de incerteza, colocando novos e muito exigentes padrões de resposta. O mo-vimento da qualidade volta a ter um grande desafio e uma excelente opor-tunidade para consolidar e desenvol-ver as abordagens existentes, mas também para conceber novos instru-

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OPINIÃO

Portugalglobal // Maio 12 // 45

“A actuação em mercados externos num quadro de globalização tem muitas e variadas implicações nas práticas de gestão, nomeadamente pelo aumento da complexidade e interligação das variáveis, mas também riscos acrescidos.”

mentos de intervenção (A Qualidade é aqui entendida como um conjunto vasto de técnicas e métodos enqua-drados por princípios de gestão e de desenvolvimento empresarial).

A actuação em mercados externos num quadro de globalização tem muitas e variadas implicações nas práticas de gestão, nomeadamente pelo aumento da complexidade e interligação das va-riáveis, mas também riscos acrescidos. Contudo, as oportunidades são alician-tes e prometedoras. As boas práticas de gestão têm hoje de lidar com aspectos complexos, por vezes contraditórios e mesmos paradoxais. Por exemplo, os profissionais têm de:

• Aumentar o conhecimento de técni-cas específicas, mas estabelecer mais ligações com outras áreas (Integração em T – combinar o conhecimento em profundidade numa área com o co-nhecimento suficiente de outras áre-as, permitindo o diálogo);

• Assegurar o estatuto de especialista técnico, aumentando a capacidade de influenciar as relações institucionais;

• Optimizar recursos, promovendo a inovação e desenvolvimento de novos produtos e processos;

• Implementar sistemas (ex. Qualidade, Ambiente, Segurança, Responsabili-

dade social), contribuindo, ao mesmo tempo, para a inovação e desenvolvi-mento de novos formatos organiza-cionais capazes de gerir a mudança.

Em relação às soluções organizacionais estas têm de assumir, simultaneamen-te, características como: centralização

organizações virtuais, redes, comuni-dade de prática, soluções suportadas na Internet). Este é um enquadramen-to que favorece produtos excelentes. Estas novas soluções organizacionais questionam as formas habituais de relacionamento entre pessoas e enti-dades, e acarretam a necessidade de novas respostas para a gestão da qua-lidade nestas outras dinâmicas.

As empresas portuguesas que adop-tem suficientemente estes posiciona-mentos não devem temer a concorrên-cia com as empresas internacionais. Contudo, em alguns sectores mais tra-dicionais, a formação e competência dos gestores, em primeiro lugar, apre-senta défices quando a comparação é efectuada com as empresas europeias, nomeadamente.

Em termos conclusivos podemos afir-mar que a gestão da qualidade dispõe de um conjunto alargado de técnicas e métodos testados e provados com grande potencial para produzir resul-tados significativos. Estas técnicas e métodos são públicos, estão disponí-veis e requerem poucos investimen-tos, quando comparados com outros investimentos ao nível, por exemplo, das tecnologias, dos meios de produ-ção e das infra-estruturas.

e descentralização; estabilidade e dina-mismo; uniformidade e diversidade.

O empreendedorismo (em particular o mais jovem) encontra campos mais férteis em áreas que requerem investi-mentos iniciais menores e usam inten-sivamente as TIC. As soluções organi-zacionais são mais simples e flexíveis, podendo assumir com mais naturali-dade novas e emergentes soluções or-ganizacionais (ex.: alianças, parcerias,

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// Maio 12 // Portugalglobal46

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Antilhas Holandesas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso. numa base muito

restritiva.M/L Caso a caso. numa base muito

restritiva. e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta. caso a caso. com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Bulgária C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso. numa base muito

restritiva.

Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura.

Chile C Aberta sem restrições.

M/L Clientes públicos: aberta sem condições restritivas. Clientes pri-vados: em princípio. aberta sem condições restritivas. Eventual exigência de garantia bancária numa base casuística.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Chipre C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso. numa base restritiva.

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

CroáciaC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percen-tagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EslováquiaC Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Não definida.

Eslovénia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Estónia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso. numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso. numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso. mediante análise das garantias oferecidas. desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso. numa base muito restri-tiva. condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Hungria C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Iémen C Caso a caso. numa base restritiva.

M/L Caso a caso. numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso. com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso. com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão C Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária.

M/L Garantia soberana.

Iraque T Fora de cobertura.

Israel C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Caso a caso. numa base restritiva.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso. numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Letónia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso. numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura. excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística. numa base muito restritiva.

Malta C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária. para clientes privados. será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso. numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável. garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos. terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Page 47: Portugalglobal_n45

Portugalglobal // Maio 12 // 47

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globaisNa apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

Montenegro C Caso a caso. numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso. com exigência de ga-rantia soberana ou bancária. para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso. numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso. numa base muito restritiva. condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso. numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta. caso a caso. com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Polónia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso. numa base restritiva.

República Checa C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

República Dominicana C Aberta caso a caso. com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).

M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.

M/L Sector público: aberta sem restri-ções. com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe T Fora de cobertura.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso. com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso. numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso. com exigência de garantia soberana ou bancária. para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso. numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso. numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exi-gência de garantia bancária.

Para todas as operações. o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso. numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso. numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso. numa base muito

restritiva.M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

Page 48: Portugalglobal_n45

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Alemanha *Andorra *Austrália *Áustria *Bélgica *Canadá *Checa. Rep. *ChipreCoreia do Sul *Dinamarca *Eslováquia *Eslovénia *Espanha *EstóniaEUA *Finlândia *França *Grécia *Holanda *Hong-KongHungria *Irlanda *Islândia *Israel *Itália *Japão *Liechtenstein *Luxemburgo *Malta *Mónaco *Noruega *Nova Zelândia *Polónia *Portugal *Reino Unido *São Marino *Singapura *Suécia *Suiça *TaiwanVaticano *

Arábia SauditaBruneiChileChina •GibraltarKoweitMacauMalásiaOmanQatarTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBotswanaBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

EAUa

Ilhas MarshallÍndiaIndonésiaLituâniaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruRússiaTailândiaTunísia •Uruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorFidjiFilipinasLetóniaRoméniaTurquia

AzerbeijãoCabo VerdeCazaquistãoCroáciaDominicana. Rep.EgiptoGabãoGanaGuatemalaJordâniaLesotoMacedóniaMongóliaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietname

AlbâniaAngolaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCamarõesCambojaComores CongoDjiboutiDominicaGeórgiaHondurasJamaicaKiribatiMaliMoçambiqueMontenegroNauruQuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaTanzâniaTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatuZâmbia

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCampucheaCent. Af. Rep.ChadeCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • EquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrãoIraque •KosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivasMauritâniaMoldávia MyanmarNepal NicaráguaNíger

PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália Sudão Suriname TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos. à excepção do Chipre. Hong-Kong e Taiwan.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Maio 12 // Portugalglobal48

Page 49: Portugalglobal_n45

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2011 tvh

2011/102011

Jan./Mar.2012

Jan./Mar.tvh 12/11 Jan./Mar.

tvh 12/11 Mar./Mar.

tvc 12/12 Mar./Fev.

IDE bruto 39.626 0,0% 8.436 8.167 -3,2% -4,4% -6,5%

IDE desinvestimento 32.185 -14,5% 8.330 6.948 -16,6% -10,8% 14,8%

IDE líquido 7.441 272,5% 106 1.219 1054,6% 10657,5% -73,8%

IDE Intra UE 35.885 2,2% 7.314 7.355 0,6% -8,8% -13,4%

IDE Extra UE 3.741 -17,0% 1.122 812 -27,6% 34,4% 77,0%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 90,6% -- 86,7% 90,1% -- -- --

IDE Extra UE 9,4% -- 13,3% 9,9% -- -- --

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11 IDPE bruto - Sector 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11

Países Baixos 62,1% -59,2% Act. financeiras e de seguros 78,4% -51,4%

Brasil 13,2% 183,2% Ind. Transformadoras 13,2% 396,0%

Espanha 9,4% 56,2% Comércio 2,7% -34,2%

Angola 2,6% n.d. Construção 2,0% -39,2%

Luxemburgo 2,2% n.d. Act. consultoria e técnicas 0,8% -73,8%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

IDE bruto - Origem 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11 IDE bruto - Sector 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11

Espanha 21,9% 9,3% Comércio 41,3% -17,8%

França 16,5% -25,2% Ind. Transformadoras 22,9% -14,8%

Reino Unido 15,9% 18,6% Act. financeiras e de seguros 16,0% 52,5%

Países Baixos 9,9% -9,7% Act. informação e comunicação 7,1% 52,0%

Alemanha 9,4% -39,4% Electricidade. gás. água 2,4% 78,3%

2011 Dez tvh 11/10 Dez./Dez. 2011 Mar. 2012 Mar. tvh 12/11

Mar./Mar.tvc 12/11 Mar./Dez.

Stock IDE 84.268 0,8% 84.995 82.013 -3,5% -2,7%

Stock IDPE 52.594 5,3% 54.017 50.983 -5,6% -3,1%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR 2011 tvh

2011/102011

Jan./Mar.2012

Jan./Mar.tvh 12/11 Jan./Mar.

tvh 12/11 Mar./Mar.

tvc 12/12 Mar./Fev.

IDPE bruto 15.592 59,3% 5.068 2.869 -43,4% 238,4% 365,9%

IDPE desinvestimento 6.500 -57,9% 1.273 1.306 2,6% 273,7% 261,0%

IDPE líquido 9.092 -260,7% 3.795 1.563 -58,8% 218,6% 475,8%

IDPE Intra UE 13.792 140,3% 4.695 2.263 -51,8% 262,1% 514,6%

IDPE Extra UE 1.800 -55,6% 374 606 62,2% 146,7% 96.0%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 88,5% 236,7% 92,6% 78,9% -- -- --

IDPE Extra UE 11,5% -136,7% 7,4% 21,1% -- -- --

% Total IDPE bruto

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Maio 12 // 49

Page 50: Portugalglobal_n45

ESTATÍSTICAS

// Maio 12 // Portugalglobal50

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2011 tvh 2011/10

2011 Jan./Mar.

2012 Jan./Mar.

tvh 12/11 Jan./Mar.

tvh 12/11 Mar./Mar.

tvc 12/12 Mar./Fev.

Exportações bens 42.384 15,3% 10.213 11.401 11,6% 8,3% 8,8%

Exportações bens UE27 31.403 13,9% 7.842 8.263 5,4% 2,8% 9,8%

Exportações bens Extra UE27 10.982 19,5% 2.372 3.138 32,3% 26,4% 6,2%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE27 74,1% -- 76,8% 72,5% -- -- --

Exportações bens Extra UE27 25,9% -- 23,2% 27,5% -- -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11 Exp. Bens - Var. Valor (12/11) Meur Cont. p. p.

Espanha 22,5% -4,1% EUA 172 1,7

Alemanha 14,0% 10,7% Alemanha 154 1,5

França 12,5% 7,6% China 145 1,4

Angola 5,5% 29,8% Angola 143 1,4

Reino Unido 5,1% 11,4% França 100 1,0

EUA 4,5% 50,5% Bélgica 61 0,6

Países Baixos 3,7% 2,9% Espanha -110 -1,1

Exp. Bens - Produtos 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11 Exp. Bens - Var. Valor (12/11) Meur Cont. p. p.

Máquinas. Aparelhos 14,6% 13,1% Combustíveis Minerais 396 3,9

Veículos. Outro Material de Transporte 14,2% 14,5% Veículos. Out. Mat. Transporte 205 2,0

Metais Comuns 8,2% 5,7% Máquinas. Aparelhos 193 1,9

Combustíveis Minerais 8,2% 73,8% Plásticos. Borracha 62 0,6

Plásticos. Borracha 6,8% 8,6% Agrícolas 59 0,6

SERVIÇOS 2011 tvh 2011/10

2011 Jan./Mar.

2012 Jan./Mar.

tvh 12/11 Jan./Mar.

tvh 12/11 Mar./Mar.

tvc 12/12 Mar./Fev.

Exportações totais de serviços 19.157 9,0% 3.857 3.898 1,1% -2,9% 10,2%

Exportações serviços UE27 13.693 7,9% 2.715 2.587 -4,7% -6,4% 12,3%

Exportações serviços extra UE27 5.464 11,8% 1.142 1.311 14,8% 5,4% 6,0%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE27 71,5% -- 70,4% 66,4% -- -- --

Exportações serviços extra UE27 28,5% -- 29,6% 33,6% -- -- --

Unidade: % do total

Page 51: Portugalglobal_n45

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Maio 12 // 51

BENS (Importação) 2011 tvh 2011/10

2011 Jan./Mar.

2012 Jan./Mar.

tvh 12/11 Jan./Mar.

tvh 12/11 Mar./Mar.

tvc 12/12 Mar./Fev.

Importações bens 57.730 1,2% 14.565 14.082 -3,3% -9,9% 8,4%

Importações bens UE27 42.149 -2,4% 11.027 10.035 -9,0% -14,1% 6,9%

Importações bens Extra UE27 15.581 12,5% 3.538 4.047 14,4% 3,1% 12,3%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE27 73,0% -- 75,7% 71,3% -- -- --

Importações bens Extra UE27 27,0% -- 24,3% 28,7% -- -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11 Imp. Bens - Var. Valor (12/11) Meur Cont. p. p.

Espanha 31,8% -4,4% Angola 368 2,5

Alemanha 12,0% -11,4% Brasil 161 1,1

França 6,5% -13,9% Guiné-Equatorial 118 0,8

Itália 4,9% -13,1% França -148 -1,0

Países Baixos 4,6% -14,1% Espanha -206 -1,4

Angola 4,1% 177,1% Alemanha -218 -1,5

Reino Unido 3,1% -11,6% Nigéria -244 -1,7

Imp. Bens - Produtos 2012 (Jan./Mar.) % Total tvh 12/11 Imp. Bens - Var. Valor (12/11) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 22,1% 39,0% Combustíveis Minerais 872 6,0

Máquinas. Aparelhos 14,5% -7,6% Máquinas. Aparelhos -167 -1,1

Químicos 10,8% 0,7% Agrícolas -181 -1,2

Agrícolas 9,5% -11,9% Químicos -181 -1,2

Veículos. Outro Material de Transporte 9,1% -29,5% Veículos. O. Mat. Transp. -536 -3,7

SERVIÇOS 2011 tvh 2011/10

2011 Jan./Mar.

2012 Jan./Mar.

tvh 12/11 Jan./Mar.

tvh 12/11 Mar./Mar.

tvc 12/12 Mar./Fev.

Importações totais de serviços 11.413 5,0% 2.651 2.510 -5,3% -9,7% 14,2%

Importações serviços UE27 8.025 4,5% 1.904 1.844 -3,2% -10,1% 13,5%

Importações serviços extra UE27 3.389 6,3% 747 666 -10,9% -8,7% 16,1%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE27 70,3% -- 71,8% 73,5% -- -- --

Importações serviços extra UE27 29,7% -- 28,2% 26,5% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia n.d. – não disponível

PREVISÕES 2012 : 2013 (tvh real %) 2010 2011 FMI CE OCDE BdP Min. Finanças

INE INE Abr 12 Mai 12 Mai 12 Mar 12 Abril 12

PIB 1,4 -1,6 -3,3 : 0,3 -3,3 : 0,3 -3,2 : 0,9 -3,4 : 0,0 -3,0 : 0,6

Exportações Bens e Serviços 8,8 7,4 2,0 : 4,7 2,5 : 4,7 3,4 : 5,1 2,7 : 4,4 3,4 : 5,6

Page 52: Portugalglobal_n45

// Maio 12 // Portugalglobal52

REDE EXTERNA DA AICEP

Centro de Negócios

Escritórios

Representações

ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo

CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA / Pequim

CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA / Macau

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Bogotá

Nova Iorque

Copenhaga

Berlim

Haia

Bruxelas

Dublin

Londres

Paris

Milão

Vigo

Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Santiago do ChileBuenos Aires

Argel

52

Madrid

Mérida

BRASIL / São Paulo

BÉLGICA / Bruxelas COLÔMBIA / Bogotá

ÁUSTRIA / Viena

ARGENTINA / Buenos Aires

ARGÉLIA / Argel

ANGOLA / Luanda

ANGOLA / Benguela

ALEMANHA / Berlim CABO VERDE / Praia

CANADÁ / Toronto

CHILE / Santiago do Chile

CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA / Xangai

Caracas

Page 53: Portugalglobal_n45

Portugalglobal // Maio 12 // 53

DINAMARCA / Copenhaga

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS / Abu Dhabi

ESPANHA / Madrid

ESPANHA / Barcelona

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / Nova Iorque

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / S. Francisco

FINLÂNDIA / Helsínquia

FRANÇA / Paris

HOLANDA / Haia

HUNGRIA / Budapeste

ÍNDIA. REPÚBLICA DA / Nova Deli

INDONÉSIA / Jacarta

IRLANDA / Dublin

ITÁLIA / Milão

JAPÃO / Tóquio

MARROCOS / Rabat

MÉXICO / Cidade do México

MOÇAMBIQUE / Maputo

POLÓNIA / Varsóvia

REINO UNIDO / Londres

REPÚBLICA CHECA / Praga

ROMÉNIA / Bucareste

RÚSSIA / Moscovo

SINGAPURA / Singapura

SUÉCIA / Estocolmo

SUÍÇA / Zurique

TUNÍSIA / Tunes

TURQUIA / Ancara

Luanda

Benguela

Maputo

Joanesburgo

Tunes

Abu Dhabi

Helsínquia

Estocolmo

Zurique Moscovo

Varsóvia

Praga

Budapeste

Viena

Bucareste

AncaraPequim

Nova DeliXangai

Tóquio

Macau

Singapura

Jacarta

53

ESPANHA / Mérida

ESPANHA / Vigo

Atenas

GRÉCIA/ Atenas

VENEZUELA / Caracas

Tripoli

LÍBIA / Tripoli

Istambul

TURQUIA / Istambul

Kuala Lumpur

MALÁSIA/ Kuala Lumpur

Page 54: Portugalglobal_n45

Actualmente, os mercados globalizados exigem que os produtos e serviços reflic-tam o comprometimento das organiza-ções com o cumprimento de requisitos da qualidade, do respeito ambiental e da protecção da saúde e da integridade física dos seus colaboradores.Assim, a satisfação dos clientes, inter-nos e externos, a qualidade dos pro-dutos/serviços, a preservação do meio ambiente e a protecção da saúde e segurança dos colaboradores assumem uma importância estratégica nas orga-nizações, já que a não observância des-ses requisitos pode pôr em causa a sua viabilidade e sobrevivência.Algumas organizações começam a optar pela integração dos seus siste-mas de gestão, utilizando diferentes abordagens, com resultados distintos relativamente ao nível de integração e aos ganhos de eficiência obtidos. Os principais tópicos, relativamente à in-tegração dos sistemas, centram-se nas

BOOKMARKS

Henrique Neto, um dos mais inova-

dores empresários portugueses con-

temporâneos, ajudou a construir um

pequeno império assente numa visão

estratégica. E na sua breve passagem

pela política partidária acreditou que

seria possível implementar no governo

de Portugal uma estratégia coerente, à

semelhança do que tinha feito o Japão

no pós-guerra e no final dos anos 50.

Mas, durante o último quarto de sé-

culo, o mundo abraçou com fervor a

cultura financeira e os seus fabulosos

lucros. O nosso país comungou desse

facilitismo, e as nossas limitações na-

turais fizeram o resto: estamos num

beco aparentemente sem saída. Uma

Estratégia para Portugal pretende pro-

var o contrário. Neste livro, Henrique

Neto defende que há uma estratégia

GESTÃO INTEGRADA DE SISTEMASQUALIDADE, AMBIENTE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

viável para o país, assente num sector

produtivo moderno, virado para a ex-

portação, e que privilegie a inovação

e a mudança.

O autor defende aqui a sua tese e sus-

tenta-a com exemplos práticos. Apre-

senta um rumo que engloba desde

sectores chave (como a logística e as

obras públicas) às forças armadas. Sem

esquecer as condições politicas neces-

sárias à sua execução.

Autor: Abel Pinto

Editor: Edições Sílabo

Nº de páginas: 404

Ano: 2012

Preço: 22.90€

Autor: Henrique Neto

Editor: Lua de Papel

Nº de páginas: 200

Ano: 2011

Preço: 15,90€

UMA ESTRATÉGIA PARA PORTUGAL

motivações, vantagens e desvantagens na identificação dos modelos, meto-dologias e ferramentas a adoptar para realizar uma “boa” integração.Esta obra, centrada essencialmente na integração de sistemas de gestão da qualidade, ambiente e segurança – por serem estes os referenciais com maior adesão nas organizações – vem dar res-posta a algumas destas questões. Não se apresentando como uma solução, mas sim sugerindo caminhos possíveis para efectuar esta jornada, numa lin-guagem simples e acessível e poten-ciando uma utilização multidisciplinar.

// Maio 12 // Portugalglobal54

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FCR aicep Capital Global Internacionalização

Visamos a sustentabilidade do tecido empresarial apoiando a exportação

As Empresas alvo são todas aquelas:• Operacionalmente rentáveis• Com uma equipa de Promotores / Gestão competente• Que apresentem projetos com relevante componente de exportação

O que esperamos dos Promotores:• Que estejam disponíveis para uma parceria acionista

Capacidade de concretização do projeto• Capacidade de concretização do projeto• Sustentabilidade económica do projeto e equilíbrio financeiro da empresa

O que influencia a nossa Decisão:• Adequação às regras de enquadramento e prioridades de investimento;• Credibilidade dos parceiros, equipa de gestão e plano de negócios• Sustentabilidade económica e equilíbrio financeiro do projeto• Capacidade de retorno e rendibilização dos capitais investidos

Saiba mais em www.capitalglobal.pt

aicep Capital GlobalLisboa: Av. da Liberdade, 258 – 5º • 1250-149 LisboaPorto: Rua Júlio Dinis, 748 – 8º Dto. • 4050-012 Porto

Um parceiro das PME exportadoras