Portugues

20
2015/2016 EHF MÓDULO 4: TEXTOS NARRATIVOS E DESCRITIVOS I “Desaparição de um escriturário” - Hélia Correia Curso de RRB15/TUR15 Ana Margarida nº3320;Maria Teresa nº3327;Mariana Santo nº3330;Rute Diogo nº3348 Disciplina: Português/Professora: Elisabete Lopes

description

O trabalho e sobre “Desaparição de um escriturário”. Neste vamos falar um pouco sobre a autora, conto tradicional popular (definição, estrutura, características) distinção entre o conto tradicional popular e conto literário, abordagem das categorias da narrativa (ação, personagens, espaço, tempo, narrador, narratário, modos de expressão, modos de representação), ainda vamos fazer a análise do conto que nos calhou incluindo uma ficha de trabalho sobre o mesmo e por fim a conclusão.

Transcript of Portugues

Page 1: Portugues

2015/2016 EHF

MÓDULO 4: TEXTOS

NARRATIVOS E

DESCRITIVOS I “Desaparição de um escriturário” - Hélia Correia

Curso de RRB15/TUR15

Ana Margarida

nº3320;Maria Teresa

nº3327;Mariana Santo

nº3330;Rute Diogo nº3348 Disciplina: Português/Professora:

Elisabete Lopes

Page 2: Portugues

1

Disciplina de Português

Modulo n°4

Textos Narrativos e Descritivos I

Prof: Elisabete Lopes

Page 3: Portugues

2

Para nossa professora de Português Elisabete Lopes, pelo seu empenho e

dedicação, que tem por nós.

Page 4: Portugues

3

Índice

Introdução .............................................................................................................................. 4

1-Biobibliografia do autor do conto ....................................................................................... 5

Biografia ................................................................................................................ 5

1.1- Bibliografia ................................................................................................ 5

2-Conto tradicional popular ................................................................................................... 7

2.1-Definição: ....................................................................................................... 7

2.2 – Estrutura ........................................................................................................ 7

2.3 – Características ............................................................................................ 7

3- Distinção entre o conto tradicional popular e conto literário ........................................... 8

3.1 - Estrutura da ação: ....................................................................................... 8

4.Abordagem das categorias da narrativa ............................................................................. 9

4.1- Ação ............................................................................................................... 9

4.2- Personagens ................................................................................................ 12

4.3- Espaço ......................................................................................................... 13

4.4- Tempo .......................................................................................................... 13

4.5-Narrador ........................................................................................................ 14

4.6- Narratário ..................................................................................................... 14

4.7 – Modos de expressão ................................................................................ 15

4.8 – Modos representação ............................................................................. 15

5 – Análise do Conto ............................................................................................................ 16

5.1 – Ficha de trabalho ..................................................................................... 16

Conclusão ............................................................................................................................. 19

Figura 1 - Hélia Correia ........................................................................................... 6

Page 5: Portugues

4

Introdução

No âmbito da disciplina de Português e para a finalização do Modulo 4 foi nos proposto uma

trabalho de grupo sobre os textos narrativos e descritos I ao qual nos calhou o conto

“Desaparição de um escriturário”. Neste vamos falar um pouco sobre a autora, conto tradicional

popular (definição, estrutura, características) distinção entre o conto tradicional popular e conto

literário, abordagem das categorias da narrativa (ação, personagens, espaço, tempo, narrador,

narratário, modos de expressão, modos de representação), ainda vamos fazer a análise do conto

que nos calhou incluindo uma ficha de trabalho sobre o mesmo e por fim a conclusão.

Page 6: Portugues

5

1-Biobibliografia do autor do conto

Biografia

Escritora portuguesa, nascida em fevereiro de 1949, licenciada em Filologia Romântica e

professora de Português do ensino secundário. Apesar do seu gosto pela poesia, é como

ficcionista que e reconhecida como uma das revelações das novelas portuguesas da geração de

1980, embora os seus contos, novelas ou romances estejam sempre cheios do discurso poético.

Nos seus primeiros romances, predomina como tem aa ascensão social em meio rural,

protagonizada por personagens contraditórias nos seus atos, movidas por instintos e crenças, e

cujo percurso acaba por pôr em causa uma realidade que se revela frustrante relativamente às

suas expetativas. Sobressai ainda no estilo de Hélia Correia atenção ao poder que as palavras

têm, numa escrita que parece contaminada quer pela palavra poética, quer pela tradição do

conto popular.

Estreou-se na poesia, em 1981, com “O Separar das águas” e “ O Numero dos Vivos” em 1982.

A novela 3Montedemo”, encenada pelo grupo “O Bando”, deu à autora uma certa notoriedade.

Aliás, Hélia Correia revelou, desde cedo, o gosto pelo teatro e pela Grécia clássica, o que levou

a apresentar em “Édipo Rei” e a escrever “Perdição”, levadas à cena, em 1993, pela Comuna.

Destaca-se ainda na sua produção os romances “ Casa Eterna” e “Soma”, e, na poesia “ A

pequena morte”/ “Esse eterno conto”.

Recebeu em 2002 o premio PEN 2001, atribuído a obras de ficção, pela sua obra Lillias Fraser, e

em 2006 o Premio Máximo de Literatura, pela obra Bastardia.

1.1- Bibliografia

Ficção

1981- O Separar das Águas

1982- O Numero dos Vivos

1983- Montedemo

1985- Villa Celeste

1987- Soma

1988- A Fenda Erótica

1991- A casa eterna

Page 7: Portugues

6

1996- Insânia

2001- Lillias Fraser 5premio de Ficção do Pen Club)

2002- Apodera-te de mim

2008 Contos

Poesia

1986- A Pequena Morte/ Esse Eterno Canto

2012- A Terceira Miséria

Teatro

1991- Perdição, Exercício sobre Antígona

1991- Florbela

2000- O Rancor, Exercícios sobre Helena

2005- O Segredo de Chantel

2008- A Ilha Encantada (versão para jovens de William Shakespeare)

Para a Infância

1988- A Luz de Newton. (7 Historias de Cores)

Figura 1 - Hélia Correia

Page 8: Portugues

7

2-Conto tradicional popular

2.1-Definição:

O conto popular tende a estar associado às narrativas tradicionais que são transmitidas de

geração em geração, oralmente (de “boca em boca”). Podem existir várias versões de um

mesmo relato, tendo em conta que há contos que conservam uma estrutura semelhante

embora com diferentes detalhes.

2.2 – Estrutura

A estrutura é constituída pelos seguintes elementos:

-Unidade dramática; Unidade de tempo; Unidade de espaço; Número reduzido de

personagens; Diálogo dominante; Descrição e narração (tendem a anular-se); Dissertação

(praticamente ausente).

É essencialmente objetivo, horizontal e narrado em 3ª pessoa. Foge do introspetivíssimo

para a realidade viva, presente, concreta. Divagações são escusadas. Breve história. Todas as

palavras deve ser suficientes e necessárias e devem convergir para o mesmo alvo. O dado

imaginativo se sobrepõe ao dado observado. A imaginação, necessariamente presente, é que

vai conferir à obra o caráter estético. Jamais se perde no vago. Prende se à realidade concreta.

Daí nasce o realismo, a semelhança com a vida.

2.2.1 - Ordem existente

Situação inicial. Nesta parte apresenta-se o futuro herói simplesmente pela referência o seu

nome, o pela descrição do seu estado, que pode também enumerar-se os membros da sua

família.

2.2.2 – Ordem perturbadora

A situação de equilíbrio inicial e destruída, o que dá origem a uma serie de peripécias que só se

interrompem com o aparecimento de força retificadora.

2.2.3 – Ordem restabelecida

Desenlace, conjunto de acontecimentos que dão o final a história.

Ex: uma more, um casamento, uma conquista, uma vitória…

2.3 – Características

Na ação temos as seguintes características, as sequências encadeiam se de forma linear e

de ação breve;

Page 9: Portugues

8

- A narrativa e curta e o seu autor e anonimo, o narrador geralmente não participante e tem

um número reduzido de personagens;

- O espaço e indefinido e o seu tempo indeterminado;

- Tem como conteúdo simbólico, universal e intemporal, portanto é património de todos

nós;

- Registo de língua popular e familiar, com marcas de oralidade, a função da moralidade e

lúdica.

3- Distinção entre o conto tradicional popular e conto

literário

No conto literário a linguagem é mais cuidada, apesar de poder aparecer a linguagem popular,

e literária, preocupação do embelezamento do discurso (recursos expressivos e estilísticos). Em

relação ao autor do texto, é identificado, de tradição escrita. Com o objetivo de lazer.

No conto tradicional decorre num tempo limitado, embora possa ser num tempo prolongado,

mas indefinido.

Pode ocorrer num só espaço ou em vários, geralmente também indefinidos.

Presença frequente do maravilhoso (elementos fantásticos ou mágicos); marcas de oralidade na

linguagem, provenientes da tradição popular destes relatos; superstições populares, como por

exemplo, a presença frequente dos números três e sete, muito importantes na cultura popular.

O autor é desconhecido, de origem coletiva, transmitido por tradição oral.

O objetivo deste conto é de lazer e moralidade.

Semelhanças de ambos:

- Na ação ambos são narrativas curtas, embora o conto tradicional seja ainda mais curto. Os

dois apresentam um acontecimento central e uma ação é homogénea, coesa.

-Em ambos a ação progride por encadeamento (por ordem cronológica dos

acontecimentos), tendo um final rápido e inesperado.- Em ambos há raras descrições, que são

pouco extensas.

Ambos têm poucas personagens.

3.1 - Estrutura da ação:

Situação inicial: apresentação das personagens e localização da ação no espaço e no tempo.

Desenvolvimento: conjunto de peripécias que alteram a situação inicial.

Page 10: Portugues

9

Conclusão: momento em que a situação fica, ou não, resolvida.

A ação é o desenrolar de acontecimentos que se relacionam entre si e se encaminham ou

não para um desenlace.

A ordenação ou estrutura de uma narrativa caracteriza-se por uma situação inicial

(introdução), um desenvolvimento (acontecimentos) e um desenlace (desfecho ou conclusão),

que não existe em certas narrativas modernas.

Quando existe desenlace, isto é, a resolução de todas as dúvidas, expectativas, conflitos ou

anseios acumulados, diz-se que se trata de uma ação fechada. Quando não existe desenlace, ou

seja, se a narrativa deixar ao leitor a possibilidade de imaginar a continuação da história, diz-se

se trata de uma ação aberta.

Relevância dos acontecimentos:

Acontecimentos principais (ação central) e acontecimentos secundários (ação secundária).

Momentos determinantes no desenrolar da ação, situação inicial (introdução)

4.Abordagem das categorias da narrativa

4.1- Ação

A ação é um elemento primordial em qualquer narrativa. Mas o que é, exatamente, a ação? E

em que medida é que "ação" refere realidades diferentes de "intriga", "enredo" e "diegese",

que tantas vezes surgem como sinónimos? Comparemos estas quatro palavras:

Ação - a sucessão e o encadeamento de acontecimentos;

Intriga - os vários incidentes que constituem a ação;

Enredo - a conjunção das partes do discurso e dos incidentes (ou intriga);

Diegese - a sequência linear dos vários acontecimentos; sinónimo de história ou narrativa.

Portanto, podemos dizer que um texto narrativo apresenta vários incidentes, que são a

intriga, que se sucedem e se entreligam numa trança que é a ação. Mas a intriga e a ação não

surgem sozinhas: elas relacionam-se com as partes do discurso, formando o enredo. E o

resultado final é a história tal como a lemos ou ouvimos, a diegese. Apresentado desta maneira,

parece muito simples, mas é necessário não esquecer que a ação pode ser constituída por uma

ou mais intrigas, tal como o enredo pode ser constituído por uma ou mais ações.

Quando se fala de ações numa narrativa, a primeira coise que é necessário é identificar qual

a relevância de cada uma. Normalmente, deparamo-nos com uma ação central e uma ou várias

secundárias. A distinção é fácil de fazer:

Page 11: Portugues

10

Ação Central - quando inclui os acontecimentos essenciais da história

Ação Secundária - quando auxilia o desenrolar da ação central, permitindo compreender a

situação social, cultural, ideológica, entre outras.

Todas as ações seguem, normalmente, uma estrutura comum:

Introdução

Ponto de partida da história

Apresentação das personagens e da situação inicial da história

Desenvolvimento

A intriga desenrola-se

Constituído por peripécias que conduzem ao ponto culminante, o clímax

Conclusão

Desenlace, quando o ponto culminante é resolvido

Apresentação da situação final da história

Por vezes, pode acontecer que as ações secundárias não apresentem todos estes

momentos, mas quanto mais importante é a ação, mais fiel a esta estrutura será. Acrescente-se

que a ação central terá a sua fase de desenvolvimento repleta de um grande número de

peripécias, algumas das quais poderão corresponder a ações secundárias; enquanto uma ação

secundária apresentará um número menor de peripécias.

Todas estas ações têm que aparecer organizadamente na história, de acordo com o efeito

que se pretende provocar no leitor. Existem três estilos básicos de organizar as ações:

Encadeamento

As ações surgem segundo uma ordem temporal

Exemplos:

O Hugo vai para casa da namorada, a Ana, que faz anos.

O Hugo sai de casa cedo e entra no carro.

A Ana está a pôr balões e fitas nas paredes e a pôr a mesa.

O carro do Hugo tem um furo e ele vai mudar o pneu.

A Ana está-se a arranjar e a pensar no Hugo.

O Hugo acabou de montar o pneu mas é assaltado.

A Ana está a receber os amigos que estão a chegar à festa.

Sem carro, o Hugo tenta ligar para a Ana.

A Ana não ouve o telemóvel por causa da música da festa.

O Hugo vai a pé pela estrada.

A Ana está preocupada com o atraso e tenta ligar para o Hugo.

Page 12: Portugues

11

O Hugo está a bater à porta quando

Encaixe

Quando uma ação é completamente inserida dentro de outra.

Exemplos:

O Hugo vai para casa da namorada, a Ana, que faz anos.

A Ana enfeita a casa e põe a mesa.

A Ana está-se a arranjar e a pensar no Hugo.

A Ana está a receber os amigos que estão a chegar à festa.

A Ana não ouve o telemóvel por causa da música da festa.

A Ana está preocupada com o atraso e tenta ligar para o Hugo.

O Hugo bate à porta e está com mau aspeto.

O Hugo conta o que aconteceu:

Saiu de casa cedo e entrou no carro.

O carro teve um furo e ele foi mudar o pneu.

Acabou de montar o pneu mas foi assaltado.

Sem carro, tentou ligar para a Ana mas ninguém respondeu.

Foi a pé pela estrada.

Estava a bater à porta quando tocou o telemóvel.

Podem-se inserir mais ações dentro umas das outras, ao estilo das “Mil e Uma Noites”, onde

em cada história se inicia uma nova história que tem de ser terminada antes da outra também

terminar.

Esquema de exemplo:

O narrador inicia a história de Sheherezade.

Sheherezade introduz a história de Sindbad.

Sindbad introduz a história do génio.

O génio introduz a história de um rei antigo.

O rei introduz a história de um pescador.

O rei termina a história do pescador.

O génio termina a história do rei.

Sindbad termina a história do génio.

Sheherezade termina a história de Sindbad.

O narrador termina a história de Sheherezade.

Alternância

Page 13: Portugues

12

As ações desenrolam-se separada e alternadamente, podendo fundir-se num ou mais

momentos da narrativa. Geralmente, as telenovelas apresentam esta estrutura.

Exemplos:

O Hugo vai para casa da namorada, a Ana, que faz anos.

Um grupo de ladrões está a festejar o roubo de um carro.

A Ana telefona a amigos a convidá-los para a sua festa.

O Hugo envia um msn à Ana a dizer que vai a sair de casa.

Os ladrões vão numa carrinha a preparar um novo roubo.

O Hugo entra no carro e arranca.

A Ana está a pôr balões e fitas nas paredes e a pôr a mesa.

O carro do Hugo tem um furo e ele vai mudar o pneu.

Os ladrões veem o Hugo e param a carrinha.

A Ana está-se a arranjar e a pensar no Hugo.

O Hugo acabou de montar o pneu mas é assaltado.

A Ana está a receber os amigos que estão a chegar à festa.

Sem carro, o Hugo tenta ligar para a Ana.

A Ana não ouve o telemóvel por causa da música da festa.

O Hugo vai a pé pela estrada.

Os ladrões festejam mais um roubo com sucesso.

A Ana está preocupada com o atraso e tenta ligar para o Hugo.

O Hugo está a bater à porta quando toca o seu telemóvel.

Em casa da Ana, o Hugo conta o que lhe aconteceu.

O fim de uma ação também oferece alternativas:

Ação Fechada - a ação é resolvida até ao pormenor, pelo que o leitor fica a conhecer tudo

o que aconteceu às personagens.

Ação Aberta - a ação não apresenta soluções definitivas, pelo que o leitor fica sem saber o

que vai acontecer às personagens

Normalmente, algumas ações secundárias, de pouca importância, permanecem abertas,

enquanto a ação central e as ações secundárias com algum relevo são fechadas. No entanto, há

também muitos romances onde a ação central permanece aberta.

4.2- Personagens

Relevo:

Page 14: Portugues

13

Personagens principais (Protagonistas) - são aquelas que desempenham o papel central, sendo

fundamentais para o desenvolvimento da história.

Personagens secundárias- podem ser classificadas em coadjuvantes e figurantes.

Personagens coadjuvantes são aquelas que assumem um papel de menor importância,

mas não deixam de ser importantes para o desenrolar da trama, já que dão suporte á

historia tecendo pequenas ações em torno das personagens principais.

Personagens Figurantes- têm como único objetivo ilustrar um ambiente ou o espaço

social do qual são representantes durante o desenrolar de uma ação da trama.

4.3- Espaço

Espaço físico- trata-se do espaço onde as personagens se movimentam e onde ocorrem os

acontecimentos:

-geográfico;

-interior;

-exterior;

Espaço social-é um espaço construído através de ambientes vividos pelas personagens.

Liga-se às características da sociedade em que as personagens se inserem.

Espaço psicológico — este espaço é construído pelo conjunto de elementos que traduzem

a interioridade das personagens (como, por exemplo, o sonho, a memória, as emoções, as

reflexões...)

4.4- Tempo

Tempo da história - É o tempo em que decorre a ação;

Tempo histórico - refere-se à época em que os acontecimentos têm lugar.

Tempo do discurso - trata-se da forma como o narrador relata os acontecimentos — pode

voltar atrás no tempo (analepses), adiantar determinado episódio (prolepse), omitir que se

passou em determinado período temporal (elipse),contar sumariamente o que aconteceu num

certo período de tempo (resumo).

Tempo psicológico -é o tempo vivido pelas personagens deforma subjetiva, ou seja,

relaciona-se com o modo como as personagens sentem a passagem do tempo.

Page 15: Portugues

14

4.5-Narrador

O narrador é um ser ficcional, não devendo ser confundido com o autor real que o cria. O

narrador tem a função de enunciar e organizar discurso; é ele que nos transmite o mundo

inventado ou recriado numa narrativa. Distinguem-se diferentes tipos de narrador, tendo em

conta a sua presença ou ausência no universo da narrativa, a adoção de determinado ponto de

vista e o grau de conhecimento que demonstra ter da história que conta.

Relativamente ao ponto de vista: O narrador classifica-se como objetivo ou subjetivo. Se o

narrador revela imparcialidade, ou seja, se não assume posição face aos acontecimentos, é

objetivo. Se o narrador é parcial, ou seja, se afirma ou sugere os eu ponto de vista, é subjetivo.

Relativamente á focalização: O narrador caracteriza-se também em função do

conhecimento da história. Focalização omnisciente - o narrador detém um conhecimento total

dos acontecimentos. Focalização interna — surge quando é instaurado o ponto de vista de uma

das personagens que vive a história.

Focalização externa — acontece quando o narrador revela as características exteriores das

personagens ou apresenta um espaço físico onde decorre a ação.

Modos de representação e de expressão: O texto narrativo pode apresentar várias

modalidades de discurso. O discurso do narrador, mais próximo da ficção narrada, apresenta-se

sob as formas de:

Narração - relato de acontecimentos e de conflitos, situados no tempo e encadeados de

forma dinâmica, originando a ação (verbos de movimento e formas verbais do pretérito perfeito,

imperfeito e mais-que-perfeito);

Descrição - informações sobre as personagens, os objetos, o tempo e os lugares, que

interrompem a dinâmica da ação e vão desenhando os cenários (verbos copulativos ou de

ligação e formas verbais do pretérito imperfeito).

O discurso das personagens, mais distante do narrador, apresenta-se sob as formas de:

Diálogo - interação verbal ou conversa entre duas ou mais personagens (discurso direto com

registos de língua variados);

Monólogo - conversa da personagem consigo mesma, discurso mental não pronunciado ou

pronunciado, mas sem ouvinte (discurso direto com frases simples e reduzidas, muitas vezes

com suspensões).

4.6- Narratário

O narratário surge no interior da narrativa como entidade fictícia, a quem o narrador se

dirige, explícita ou implicitamente. É, portanto, o destinatário da mensagem do narrador,

Page 16: Portugues

15

surgindo textualmente assinalado pelo uso da segunda pessoa. Não confundir com leitor

(recetor real e externo à história).

4.7 – Modos de expressão

4.7.1 - Dialogo

Interação verbal ou conversa entre duas ou mais pessoas (discurso direto com registos de língua

variada). Dentro diálogo devemos considerar três formas diferentes:

-discurso direto: a fala das personagens é representada diretamente, reproduzindo-se as suas

conversas;

-discurso indireto: é uma mistura entre a 1ª e a 3ª pessoa das narrativas, as palavras das

personagens são no discurso indireto.

4.7.2- Monólogo

Conversa da personagem consigo mesma; discurso mental não pronunciando ou pronunciado,

mas sem ouvinte (discurso direto com frases simples e reduzidas). O monólogo é apenas uma

variante do diálogo: é um diálogo interior onde o “eu” se desdobra em dois (o que fala e o que

ouve).

4.8 – Modos representação

4.8.1- Narração

É o relato de acontecimentos e conflitos, num determinado tempo e encadeados de uma forma

dinâmica, originando assim a ação.

Utiliza verbos de movimentos e formas verbais do pretérito perfeito, imperfeito e mais que

perfeito.

4.8.2 – Descrição

É as informações sobre as personagens, os objetos, o tempo e os lugares que interrompem a

dinâmica da ação e desenham cenários.

Utiliza essencialmente adjetivos, verbos copulativos ou de ligação e formas verbais do pretérito

imperfeito.

Page 17: Portugues

16

5 – Análise do Conto

5.1 – Ficha de trabalho

Conto “Desaparição de um escriturário” – Hélia Correia

1- Faça corresponder a cada elemento da coluna da esquerda o respetivo sinónimo da

coluna direita.

1.Indizível Inexplicável

2.Malogro Fracasso

3.Esboroar-se Desfazer-se

4.Forjar Falsificar

5.De soslaio De esguelha

6.Envilecido Desonrado

7.Brejeiro Malicioso

8.Lascívia Luxuria

9.Coibir-se Abster-se

10.Macambúzio Tristonho

11.Ensimesmado Pensativo

12.Crepúsculo Lusco-fusco

2- Elabore o retrato de Américo Pedrinha.

R: Américo Pedrinha era um homem folgazão de barriga inchada, era calvo e baixote, soltava

gargalhadas batendo a mão nas coxas mesmo nos lugares públicos. Arrotava a meio das

refeições, tinha frases maliciosas que contavam com um fio de luxuria a escorrer-lhe pelos

olhos. Não se coibia de esfregar as mãos as narinas no ar, era feliz mas também tristonho e era

extrovertido e um homenzinho bêbado.

3- Os filhos do escriturário desaparecido “(…) sentiam por ele mais do que um

enervado e arisco amor”.

3.1- Comente a postura dos dois adolescentes em relação ao pai;

R: A postura dos adolescentes em relação ao pai é de tamanha indiferença, pois ambos sentiam

vergonha as atitudes do seu pai sendo que quando houve o desaparecimento do mesmo, eles

inventaram uma história à qual, Américo Pedrinha estava viajar, para de alguma forma

esconderem a vergonha que sentiam do pai.

Page 18: Portugues

17

4. Interprete a explicação que e dada pelos filhos e pela mulher D. Aida.

R: A explicação dos filhos para o desaparecimento do pai, foi que aproveitarem-se deste fato

para dizerem que o pai tinha ido viajar, arranjo assim uma desculpa para poderem disfarçar a

vergonha que tinham.

5- Embora o desperecimento de Américo nunca tenha sido esclarecido, a sua

“morte” foi já, até certo ponto, assumida pelos filhos e pela mulher, D. Aida.

5.1- Faça o levantamento dos excertos do texto que comprovam esta afirmação.

R: No texto o que comprova o seguinte excerto são os seguintes, “ Como a moda era o preto

naquele ano, a filha aproveitou para tingir os vestidos” e “ Aida Pedrinha habitou-se assim a uma

vida de divorciada: austera, enraivecida, ansiando proteções, livre porém das irremediáveis

disposições da morte. Os cunhados haviam movidos céus e terra para conseguirem uma pensão

decente”.

5.2- Comente as decisões da filha e da mãe quanto à “questão melindrosa de pôr ou

não pôr luto”.

R: As decisões tomas tanto pela filha como pela mãe, foram as seguintes: a filha como a moda,

naquele primeiro ano era o preto, aproveitou para tingir os vestidos, a mãe como adorava o azul

turquesa, segui o conselho da sua vizinha em não meter o luto, que dizia ia parecer a Deus e ás

línguas deste mundo que a senhora tinha pressa de se encontrar viúva.

- Na nossa opinião os comportamentos da filha foi de pouca ou nenhuma indiferença pelo pai,

viso só ter feito o luto porque estava na moda, é a mãe manifestou apenas preocupação do que

as pessoas iriam pensar da sua atitude.

6- Ao longo do conto há, por diversas vezes, recurso à analepse.

6.1- Sinalize duas delas.

R: Ao longo do conto encontramos, por diversas vezes, o recurso à analepse que são os

seguintes: “ São bens de pouca monta: uma quintinha, um chão pálido e seco a esboçar-se

debaixo de calhaus e mato (…) Nos seus tempos – era ele um homem folgazão de barriga inchada

-, Américo referia-se à sua “propriedade” como a um investimento que não necessitava de

despesa ou cuidados para manutenção.” e ainda “Aida Pedrinha habitou-se assim a uma vida de

divorciada: austera, enraivecida, ansiando proteções, livre porém das irremediáveis disposições

da morte. Os cunhados haviam movidos céus e terra para conseguirem uma pensão decente”.

6.2- Explicite a funcionalidade desse processo narrativo.

Page 19: Portugues

18

R: Analepse é um processo muito utilizado no texto narrativo para recordar episódios anteriores

que já aconteceram, neste texto são usadas algumas analepses para conhecer melhor a vida da

Aida antes do marido ter desparecido.

Page 20: Portugues

19

Conclusão

Com este trabalho podemos ter conhecimento sobre as diferenças de contos tradicionais

populares e contos literários, sobre as categorias da narrativa (ação, o espaço, o tempo, as

personagens, o narrador, o narratário, os modos de expressão e os modos de representação)

são características de um conto tradicional popular.

Quanto ao conto da autora texto “ Hélia Correia”, que não conhecíamos o seu conto

“Desaparição de um escriturário” e um conto que fala sobre o desperecimento de um escritor

no qual ele explica o desenvolvimento da versão de Arnaldino.