Português p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas · 11/1/2010 · diversos tipos de...

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Português p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror

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    Interpretao

    do

    Aula 7: Compreenso e interpretao de textos de gneros variados. Reconhecimento de tipos e gneros textuais.

    SUMRIO PGINA

    1. Interpretao de dados explcitos 1

    2. Interpretao de dados implcitos 6

    3. Tipologia Textual 16

    4. O que devo tomar nota como mais importante? 50

    5. Lista de questes para reviso 50

    6. Gabarito 71

    Ol, pessoal! Chegamos nossa aula 7!

    Vamos trabalhar tudo o que importante na abordagem do texto, conforme cobrado pela banca CESPE. Tudo o que veremos nesta aula ser confirmado nas aulas-extras com provas comentadas na ntegra.

    importante notarmos que, dentro de um texto, h informaes implcitas e explcitas. Toda informao implcita do texto carregada de vestgios. Como em uma investigao, o criminoso no est explcito, mas ele existe. Um bom investigador um excelente leitor de vestgios. Os vestgios podem ser: uma palavra irnica, as caractersticas do ambiente e do personagem, a poca em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulrio do autor, o rodap do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo isso pode indicar a inteno do autor ao escrever o texto, da se tira o vestgio que nos leva boa interpretao.

    Outro ponto que devemos entender que, quando se interpreta um texto para realizar um concurso, temos, na realidade, duas interpretaes a serem feitas. A primeira a compreenso do texto em si, entender as expresses ali colocadas, tirar concluses, compreender as entrelinhas, o contexto; a outra a compreenso do pedido da questo.

    s vezes at compreendemos bem o texto, mas no entendemos o pedido da questo.

    Contedo do

    texto

    Contedo da

    questo

    Interpretao

    Interpretao do

    texto

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    Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questo. Aps isso, devemos confront-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou no. Isso a interpretao.

    a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explcitos, isto , aquilo que o pedido da questo informou encontrado literalmente no texto. Didaticamente, representamos os dados explcitos com o sinal xxx:

    Este o tipo de questo mais simples e o que a banca CESPE tem

    cobrado muitas vezes em prova. Veja:

    MPU 2015 Tcnico (banca CESPE) Segundo a doutrina nacional, os crimes cibernticos (tambm chamados de eletrnicos ou virtuais) dividem-se em puros (ou prprios) ou impuros (ou imprprios). Os primeiros so os praticados por meio de computadores e se realizam ou se consumam tambm em meio eletrnico. Os impuros ou imprprios so aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaa ou lesa outros bens, diferentes daqueles da informtica. importante destacar que o art. 154-A do Cdigo Penal (Lei n. 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurdico o crime novo de invaso de dispositivo informtico, que consiste na conduta de invadir dispositivo informtico alheio, conectado ou no rede de computadores, mediante violao indevida de mecanismo de segurana e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informaes sem autorizao expressa ou tcita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilcita. Quanto culpabilidade, a conduta criminosa do delito ciberntico caracteriza-se somente pelo dolo, no havendo a previso legal da conduta na forma culposa. Questo 1: Depreende-se das informaes do texto que, nos crimes cibernticos chamados impuros ou imprprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais alheios informtica. Comentrio: Apesar de a questo pedir a depreenso das informaes, o que sugere uma interpretao implcita, na realidade, a interpretao literal. Basta confirmarmos o que est previsto no primeiro pargrafo. L informado que o crime ciberntico prprio ou puro o praticado por meio de computadores e se realiza ou se consuma tambm em meio eletrnico. A diferena desse crime para o impuro ou imprprio justamente a extrapolao do universo virtual, produzindo dano a diferentes bens, alheios informtica. Compare o pedido da questo e o trecho do texto, por meio da numerao para facilitar sua interpretao:

    Texto:

    xxx Questo:

    xxx

    dados explcitos

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    Depreende-se das informaes do texto que, nos crimes cibernticos chamados impuros ou imprprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais alheios informtica.

    Os impuros ou imprprios so aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaa ou lesa outros bens, diferentes daqueles da informtica.

    Gabarito: C Questo 2: Infere-se dos fatos apresentados no texto que a considerao de crime para os delitos cibernticos foi determinada h vrias dcadas, desde o surgimento da Internet. Comentrio: A questo aponta como inferncia, isto , interpretao implcita, mas ela literal. Fica claro no segundo pargrafo que a considerao de crime para os delitos cibernticos algo novo (datado de 2012): importante destacar que o art. 154-A do Cdigo Penal (Lei n. 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurdico o crime novo de invaso de dispositivo informtico. Assim, no uma considerao de vrias dcadas, mesmo porque a internet no tem muitas dcadas de vida. Gabarito: E Questo 3: Anatel 2014 Analista (banca CESPE)

    A mensagem veiculada nesse texto centra-se no descompasso existente entre a alta tecnologia empregada nos aparelhos celulares e a baixa qualidade dos servios oferecidos pelas operadoras de telefonia celular. Comentrio: A interpretao literal, concorda?! No primeiro quadrinho, fala-se da quantidade de aplicativos, das vrias opes do aparelho, observa-se a imagem feliz do usurio. No segundo, v-se uma imagem de um homem das cavernas indicando um servio ultrapassado, antigo, sem recursos. O conectivo de contraste J marca ainda mais a ideia contrastante ao avano da tecnologia marcado no quadrinho anterior. Assim, realmente a afirmativa est correta.

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    Gabarito: C

    Anatel 2014 Analista (banca CESPE)

    ANATEL. Internet: .

    Em 2013, a ANATEL divulgou resultados comparativos de pesquisas de satisfao realizadas em 2002 e em 2012 e cujo objetivo era avaliar o ndice de satisfao do consumidor brasileiro em relao aos servios de telefonia, de Internet e de TV por assinatura. No grfico acima, so apresentados os ndices de satisfao do consumidor brasileiro em relao TV por assinatura. Esses ndices, em porcentagem, variam de 0 (consumidor insatisfeito com o servio) a 100 (consumidor muito satisfeito com o servio).

    Com base nas informaes do texto e do grfico acima, julgue os itens subsecutivos.

    Questo 4: Os resultados comparativos entre os anos de 2002 e 2012 demonstram que o ndice de satisfao do consumidor brasileiro em relao TV por assinatura via satlite (DTH) registrou aumento. Comentrio: Basta analisar a terceira expresso, a qual literalmente nos mostra que o ndice de satisfao do ano de 2002 era de 71,6. Em 2013, esse ndice subiu para 72,1. Veja:

    Assim, realmente a afirmativa est correta. Gabarito: C

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    Questo 5: Em 2012, o consumidor brasileiro mostrou-se menos satisfeito com os servios de TV a cabo e com a TV por assinatura via micro-ondas (MMDS). Comentrio: Observando-se literalmente as duas primeiras expresses do quadro, percebemos que o ndice de satisfao em relao TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse ndice caiu para 51,6. Em relao TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), percebemos que o ndice de satisfao, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse ndice caiu para 57,9. Veja:

    Assim, realmente a afirmativa est correta. Gabarito: C Questo 6: A maior queda observada no que se refere ao ndice de satisfao comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito satisfao do consumidor brasileiro com o servio de TV a cabo. Comentrio: O ndice de satisfao em relao TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse ndice caiu para 51,6. Assim, houve uma queda de 16,6. Em relao TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), o ndice de satisfao, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse ndice caiu para 57,9. Assim, houve uma queda de 14,1. Veja:

    Com isso, realmente, a maior queda observada no que se refere ao ndice de satisfao comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito satisfao do consumidor brasileiro com o servio de TV a cabo. Gabarito: C

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    b) Outro tipo de interpretao a dos dados implcitos:

    xxx

    Neste tipo de interpretao, a questo no possui literalmente o mesmo

    trecho do texto. Nela h um entendimento, uma concluso (xxx), a qual podemos chamar de inferncia, com base nos vestgios (...), que so os vocbulos no texto. Para saber se a questo est correta, basta confrontar esses dois textos e observar se h semelhana de sentido.

    Muitas vezes, nesse tipo de questo, vemos expresses categricas que eliminam a possibilidade de semelhana no sentido. Por exemplo:

    Podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o brasileiro est melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de compra. Mas isso no quer dizer que todo brasileiro aumentou seu padro de compra, concorda? Por isso, chamamos de palavra categrica aquela que especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. Perceba que a palavra todo ampliou muito (todo brasileiro aumentou seu poder de compra) um referente tomado de maneira geral (o brasileiro aumentou seu poder de compra).

    Assim, palavras como s, somente, apenas, nunca, sempre, ningum, tudo, nada etc tm papel importante nas afirmativas das questes. Essas palavras categricas no admitem outra interpretao e normalmente esto nas questes para que o candidato a visualize como errada.

    Vale lembrar que essas palavras categricas so encontradas nos diversos tipos de interpretao (literal ou implcita). Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: preciso construir msseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de extremistas.

    Marque (C) para informao de possvel inferncia do texto e (E) como informao equivocada do texto. 1. O Ocidente necessita construir msseis. 2. H uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 3. Os msseis atuais no so suficientes para conter os ataques de extremistas. 4. Uma guerra de msseis vai destruir o mundo inteiro e no apenas os extremistas. 5. A ao dos diplomatas com os extremistas o nico meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. 6. Todo o Oriente est contra o Ocidente.

    Texto: . ... . . .... .. . . .

    .

    Questo: .... . . ..= xxx

    Vestgios

    A soma dos vestgios (. ... ..) gera o dado implcito (xxx).

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    7. O Ocidente est sempre sofrendo invases do Oriente. 8. Msseis nucleares so a melhor sada para qualquer situao blica. 9. Os extremistas no tm bom relacionamento com o Ocidente. 10. O Ocidente aguarda esttico um ataque do Oriente.

    Vamos s respostas com base nos vestgios!

    1. O Ocidente necessita construir msseis. (C) (Inferncia certa, pois o vestgio preciso)

    2. H uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) (Inferncia certa, pois o vestgio a orao subordinada adverbial de finalidade para defender o Ocidente de um ataque sovitico.)

    3. Os msseis atuais no so suficientes para conter os ataques de extremistas. (E) (Inferncia errada, pois no h evidncia no texto de que j havia msseis anteriormente)

    4. Uma guerra de msseis vai destruir o mundo inteiro e no apenas os extremistas. (E) (Inferncia errada, pois a expresso destruir o mundo inteiro uma suposio com base em expresso categrica. No h certeza de que os msseis destruiro por completo o mundo, mas certo que vo abalar o mundo inteiro.)

    5. A ao dos diplomatas com os extremistas o nico meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) (Inferncia errada, pois novamente h expresso categrica, pois pode haver outros meios, outras negociaes, no s pelos diplomatas.) 6. Todo o Oriente est contra o Ocidente. (E) (Inferncia errada, pois novamente h expresso categrica. No se sabe se todo o Oriente est contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 7. O Ocidente est sempre sofrendo invases do Oriente. (E) (Inferncia errada, pois novamente h expresso categrica: sempre. Alm disso, houve uma palavra que extrapolou o texto: invases. Nada foi afirmado sobre invaso no texto.) 8. Msseis nucleares so a melhor sada para qualquer situao blica. (E) (Considerao sem fundamento no texto. Veja as palavras categricas.) 9. Os extremistas no tm bom relacionamento com o Ocidente. (C) (Inferncia possvel, pois vista a preocupao de possvel ataque.) 10. O Ocidente aguarda esttico um ataque do Oriente. (E) (Considerao sem fundamento no texto.)

    Assim, quando voc for realizar as questes de interpretao, ver muitas dessas expresses categricas ou palavras que extrapolam o contedo do texto. Normalmente, j consideramos as questes erradas j na primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, sempre devemos voltar ao texto para confirmar. A vem o burilamento. Deve-se ter pacincia para encontrar os vestgios que comprovem sua resposta como a correta.

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    MPU 2015 Analista (banca CESPE) Na organizao do poder poltico no Estado moderno, luz da tradio iluminista, o direito tem por funo a preservao da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominao dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existncia de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana tambm reclama a distribuio do poder em ramos diversos, com a disposio de meios que assegurem o controle recproco entre eles para o advento de um cenrio de equilbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentrao do poder em um s rgo ou pessoa viria sempre em detrimento do exerccio da liberdade. que, como observou Montesquieu, todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai at onde encontra limites. Para que no se possa abusar do poder, preciso que, pela disposio das coisas, o poder limite o poder. At Montesquieu, no eram identificadas com clareza as esferas de abrangncia dos poderes polticos: s se concebia sua unio nas mos de um s ou, ento, sua separao; ningum se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequncias de conceitos diversos. Pensador francs do sculo XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconiana, no abandonando o rigor das certezas matemticas em suas certezas morais. Porm, refugindo s especulaes metafsicas que, no plano da idealidade, serviram aos filsofos do pacto social para a explicao dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.

    Fernanda Leo de Almeida. A garantia institucional do Ministrio Pblico em funo da proteo dos direitos humanos. Tese de doutorado. So Paulo: USP,

    2010, p. 18-9. Internet: (com adaptaes). Questo 7: Montesquieu busca a explicao dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma anloga dos metafsicos. Comentrio: Basta lermos o ltimo pargrafo, especificamente na expresso refugindo s especulaes metafsicas, alm da dualidade plano da idealidade X terreno dos fatos. O verbo refugindo significa distanciando, recuando, sentido contrrio ao adjetivo anloga do pedido da questo, cuja afirmao est errada. Assim, percebemos que Montesquieu procurou o terreno dos fatos, diferente das especulaes metafsicas, que serviram aos filsofos do pacto social no plano da idealidade. Gabarito: E Questo 8: No Estado moderno, cabe ao Ministrio Pblico a funo da preservao da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominao dos mais fortes. Comentrio: No primeiro perodo do texto, afirmado que Na organizao do poder poltico no Estado moderno, luz da tradio iluminista, o direito tem por funo a preservao da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominao dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existncia de um poder institucional. J a questo afirma que cabe ao Ministrio Pblico a funo da

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    preservao da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominao dos mais fortes. Assim, a questo quis induzir o candidato a pensar que esse poder institucional pudesse ser unicamente o Ministrio Pblico, mas sabemos que no s ele que age em funo da liberdade humana. Assim, a afirmao est errada. Gabarito: E Questo 9: A conquista da liberdade humana pressupe a distribuio do poder em ramos diversos. Comentrio: A questo trabalha a interpretao com base no sentido dos vocbulos reclama e pressupe. No texto foi afirmado que a conquista da liberdade humana tambm reclama a distribuio do poder em ramos diversos. O verbo reclama, neste contexto, significa necessita, precisa, depende. Assim, para haver conquista da liberdade humana, deve-se lutar, exigir a distribuio do poder em ramos diversos. Porm, com a troca do vocbulo reclama, que traduz um valor de exigncia, pelo vocbulo pressupe, o qual traduz uma ideia de simples suposio, subentendimento, h uma divergncia de sentido. como se no precisasse lutar por essa distribuio do poder em ramos diversos, como se isso fosse algo intrnseco e naturalmente parte da conquista da liberdade humana, pois se diz que simplesmente a conquista da liberdade humana pressupe a distribuio do poder em ramos diversos. Esta questo causou muita polmica, pois, numa leitura rpida, sem o devido aprofundamento, parece realmente que as duas ideias so anlogas, mas a original traduz uma exigncia e a segunda, uma simples suposio, algo como se j fizesse parte intrinsecamente, o que no verdade. Gabarito: E Questo 10: Segundo Montesquieu, aquele que no encontra limites para o exerccio do poder que detm tende a agir de forma abusiva. Comentrio: A questo aborda diretamente a observao de Montesquieu: todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai at onde encontra limites. Para que no se possa abusar do poder, preciso que, pela disposio das coisas, o poder limite o poder. Assim, na viso dele, se no h limites, natural o homem agir de forma abusiva. Portanto, a afirmao est correta. Gabarito: C

    MPU 2015 Analista (banca CESPE) A persecuo penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inqurito policial, e uma fase jurisdicional, de ao penal. Assim, nada mais o inqurito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessrios apurao da prtica de uma infrao penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inqurito policial um

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    procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatrio mnimo, ensejando justa causa para que o titular da ao penal possa formar seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ao penal cabvel. Nessa linha, percebe-se que o destinatrio imediato do inqurito policial o Ministrio Pblico, nos casos de ao penal pblica, e o ofendido, nos casos de ao penal privada. De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ao penal possa, enfim, ajuiz-la, necessrio que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da doutrina como uma condio da ao autnoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indcios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prtica de um fato de natureza penal. Dessa forma, imprescindvel que haja provas acerca da possvel existncia de um fato criminoso e indicaes razoveis do sujeito que tenha sido o autor desse fato. Evidencia-se, portanto, que justamente na fase do inqurito policial que sero coletadas as informaes e as provas que iro formar o convencimento do titular da ao penal, isto , a opinio delicti. com base nos elementos apurados no inqurito que o promotor de justia, convencido da existncia de justa causa para a ao penal, oferece a denncia, encerrando a fase administrativa da persecuo penal.

    Hlinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigao do Ministrio Pblico na fase pr-processual penal. Artigo cientfico. Rio

    de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet : . (com adaptaes) .

    Questo 11: A fase do inqurito policial em que so coletadas as informaes e as provas que iro formar o convencimento do titular da ao penal denominada opinio delecti. Comentrio: Pela prpria anlise sinttica, podemos perceber o erro na afirmao da questo, pois opinio delecti o aposto explicativo, o qual se refere ao convencimento do titular da ao penal. Isso confirmado no ltimo pargrafo, quando se afirma o seguinte:

    ...o convencimento do titular da ao penal, isto , a opinio delicti

    J a questo afirma que opinio delecti a denominao de uma fase do inqurito policial. Gabarito: E Questo 12: A fase jurisdicional da persecuo penal tem incio aps o oferecimento da denncia pelo promotor de justia. Comentrio: Realizando a questo com cunho puramente interpretativo, sem os conhecimentos prvios do direito, o que certamente j ajuda bastante nesta questo, devemos observar uma sequncia de informaes do texto: Primeiro, foi afirmado que a persecuo penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inqurito policial, e uma fase jurisdicional, de ao penal.. Em seguida, afirma-se que o destinatrio imediato do inqurito policial

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    o Ministrio Pblico, nos casos de ao penal pblica, e o ofendido, nos casos de ao penal privada.. Isso confirmado no ltimo perodo do texto: com base nos elementos apurados no inqurito que o promotor de justia, convencido da existncia de justa causa para a ao penal, oferece a denncia, encerrando a fase administrativa da persecuo penal.. Assim, ao trmino da primeira fase (fase administrativa da persecuo penal), aps o convencimento do promotor de justia, entra-se imediatamente na prxima (fase jurisdicional da persecuo penal). Por tudo isso, confirmamos que a afirmao est correta, pois realmente a fase jurisdicional da persecuo penal tem incio aps o oferecimento da denncia pelo promotor de justia. Gabarito: C Questo 13: A existncia de prova da materialidade delitiva suficiente para que se considere a existncia de indcios de autoria. Comentrio: Fica fcil observar que a afirmativa est errada, pois o segundo pargrafo nos informa que a justa causa...consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indcios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prtica de um fato de natureza penal.. Assim, esses dois elementos grifados acima so paralelos e substanciais para confirmar a justa causa. J a questo afirma que a prova acerca da materialidade delitiva indicaria a existncia de indcios de autoria, relao esta que no se encontra no texto. Gabarito: E

    Questo 14: Anatel 2014 Tcnico (banca CESPE) No comeo dos tempos, as pessoas precisavam aproveitar o perodo em que o Sol estava radiante para praticar suas atividades dirias. Com o passar dos anos, essa diferenciao entre dia para agir e noite para dormir foi ficando menos evidente. Isso porque o advento da iluminao e, mais precisamente, da iluminao pblica, permitiu que as pessoas desfrutassem mais da noite e deixou as cidades mais seguras e bonitas. Dos lampies a querosene aos leds, a evoluo da iluminao contribuiu para a transformao das cidades e dos hbitos das pessoas. Desde a Idade Mdia, os seres humanos vinham tentando resolver o problema da escurido com velas e outros artefatos. Nesse perodo, eram usadas tochas com fibras torcidas e impregnadas com material inflamvel. Foi, sobretudo, no sculo XV que a iluminao pblica se tornou uma preocupao nas cidades. A histria indica que, em 1415, na Inglaterra, a iluminao surgiu como uma soluo para amenizar a violncia e, principalmente, os roubos a comerciantes, que aconteciam com frequncia na regio. No toa que especialistas consideram a iluminao como uma grande aliada das cidades na luta contra a violncia urbana, j que uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agresses.

    Internet: (com adaptaes).

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    O texto estabelece uma relao paradoxal entre iluminao pblica e aumento de segurana urbana. Comentrio: Paradoxal se configura como duas caractersticas antagnicas, isto , opostas entre si. O texto no marcou oposio, contraste entre iluminao pblica e segurana urbana. Na realidade, a iluminao pblica ajudou na segurana urbana. A interpretao no literal, mas o trecho final do texto especialistas consideram a iluminao como uma grande aliada das cidades na luta contra a violncia urbana, j que uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agresses nos indica que no h relao paradoxal. Assim, a afirmativa da questo est errada. Gabarito: E

    Anatel 2014 Tcnico (banca CESPE) As cidades foram criadas para a segurana de seus habitantes. Foram elas que propiciaram, segundo autores clssicos e contemporneos, o desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econmica, de um sistema de leis vlidas para todos e de novas formas de associao entre indivduos, fora dos laos de parentesco e de servido. Desde o clssico de Weber (1958) at as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade foram saudadas porque dissolviam laos de domnio dos poderes familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder pblico voltado para o povo (Habermas, 1994). Mas, simultaneamente, por atrarem pessoas vindas de diferentes lugares, com diferentes culturas, religies, compromissos polticos e identificaes, que apenas se esbarrariam nos novos espaos, as cidades teriam, ento, comprometido o estabelecimento de relaes duradouras entre seus habitantes.

    Alba Zaluar. A abordagem ecolgica e os paradoxos da cidade. Revista de Antropologia, So Paulo: USP, 2010, v. 53, n. 2, p. 613 (com adaptaes).

    Questo 15: Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, alm do fortalecimento dos laos de parentesco entre os indivduos, desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econmica, de um sistema de leis vlidas para todos e de novas formas de associao pessoal. Comentrio: Note que a questo recortou literalmente expresses dos primeiros perodos do texto, porm o advrbio fora um vestgio que nos traz a informao de que as cidades no propiciaram fortalecimento dos laos de parentesco entre os indivduos. Houve a afirmao, no segundo perodo do texto, de que houve novas formas de associao entre indivduos, fora dos laos de parentesco e de servido. Isso confirmado nos perodos seguintes, em que se afirma que as novas liberdades promovidas pela conquista urbana dissolviam laos de domnio dos poderes familiares e feudais. Confirme isso com os elementos grifados no texto e na afirmativa:

    Texto:

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    As cidades foram criadas para a segurana de seus habitantes. Foram elas que propiciaram, segundo autores clssicos e contemporneos, o desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econmica, de um sistema de leis vlidas para todos e de novas formas de associao entre indivduos, fora dos laos de parentesco e de servido. Desde o clssico de Weber (1958) at as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade foram saudadas porque dissolviam laos de domnio dos poderes familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder pblico voltado para o povo (Habermas, 1994).

    Afirmativa da questo:

    Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, alm do fortalecimento dos laos de parentesco entre os indivduos, desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econmica, de um sistema de leis vlidas para todos e de novas formas de associao pessoal.

    Assim, a afirmativa est errada. Gabarito: E Questo 16: De acordo com o texto, as cidades, por congregarem pessoas de diferentes classes sociais, no contribuem para a manuteno de relaes duradouras entre os habitantes. Comentrio: O ltimo perodo do texto localiza a afirmao da questo. Este ltimo perodo realmente afirma que as cidades teriam comprometido o estabelecimento de relaes duradouras entre seus habitantes. Porm, a questo afirma que o motivo apenas a diferena de classes sociais, mas o texto no mostra essa simples diferena de classes sociais. A causa, segundo o texto, a atrao de pessoas vindas de diferentes lugares, com diferentes culturas, religies, compromissos polticos e identificaes, que apenas se esbarrariam nos novos espaos. Definitivamente, isso no tem relao com a diferena de classe social. Gabarito: E Questo 17: Anatel 2014 Tcnico (banca CESPE) A palavra comunicao significa normalmente o ato de tornar comum a muitos. A partir do sculo XVII (at o sculo XIX), ganhou projeo a expresso meio ou linhas de comunicao, designando as facilidades trazidas pelo desenvolvimento das ferrovias, canais e rodovias no deslocamento de pessoas e objetos. Do sculo XIX ao sculo XX, o sentido da palavra se aproximou cada vez mais daquilo que hoje pode ser chamado de mdia (meios pelos quais se passa informao e se mantm o contato mediado, indireto). Foi a partir desse momento que a indstria da comunicao (transporte de bens simblicos) separou-se semanticamente da indstria de transportes (transporte de bens fsicos e pessoas). importante ressaltar que o termo comunicao carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original (tornar comum a muitos,

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    partilhar, trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicao face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicao mediada, como rdio e TV, destaca-se consideravelmente a sua funo de tornar comum a muitos.

    Pierre Bordieu. Questes de sociologia e comunicao. FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3 (com adaptaes).

    Infere-se do texto que o termo comunicao adquire, no mundo moderno, interpretaes distintas. Comentrio: Nota-se que o ltimo pargrafo refere-se ao mundo moderno. A questo trabalha a inferncia por meio da estrutura comparativa e contrastante quando se fala em comunicao face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicao mediada, como rdio e TV, destaca-se consideravelmente a sua funo de tornar comum a muitos.

    Dessa forma, realmente, o termo comunicao adquire, no mundo moderno, interpretaes distintas. Gabarito: C

    Anatel 2014 Tcnico (banca CESPE) As tradues so muito mais complexas do que se imagina. No me refiro a locues, expresses idiomticas, grias, flexes verbais, declinaes e coisas assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas vezes, custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me impossibilidade de encontrar equivalncias entre palavras aparentemente sinnimas, unvocas e univalentes. Por exemplo, um alemo que saiba portugus responder sem hesitao que a palavra da lngua portuguesa amanh quer dizer morgen. Mas coitado do alemo que v para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz amanh, est realmente querendo dizer morgen. Raramente est. Amanh uma palavra riqussima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condio. Amanh significa, entre outras coisas, nunca, talvez, vou pensar, vou desaparecer, procure outro, no quero, no prximo ano, assim que eu precisar, um dia destes, vamos mudar de assunto etc. e, em casos excepcionalssimos, amanh mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que so necessrios vrios anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade, que far tal ou qual coisa amanh. O caso dos alemes , seguramente, o mais grave. No disponho de estatsticas confiveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemes que procuram ajuda mdica no Brasil o fazem por causa de amanhs casuais que os levam, no mnimo, a um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros.

    Joo Ubaldo Ribeiro. A vida um eterno amanh. In: Um brasileiro em Berlim. 1993 (com adaptaes).

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    Questo 18: Infere-se da leitura do texto que os brasileiros, na maioria das vezes, usam a palavra amanh em sentido metafrico, e os alemes, em sentido literal. Comentrio: O sentido metafrico o da linguagem abstrata, uma comparao ideolgica, o sentido estendido, ampliado. J o sentido literal o sentido real da palavra, sentido original. A segunda parte do primeiro pargrafo abarca essa interpretao, pois o autor comea falando que o alemo entende literalmente amanh como morgen, isto , dia posterior ao de hoje. J os brasileiros estendem este sentido a tantos outros, figurativos, com vrias aplicaes diferentes. Confirme isso:

    Por exemplo, um alemo que saiba portugus responder sem hesitao que a palavra da lngua portuguesa amanh quer dizer morgen. Mas coitado do alemo que v para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz amanh, est realmente querendo dizer morgen. Raramente est. Amanh uma palavra riqussima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condio. Gabarito: C Questo 19: Depreende-se da leitura do texto que, apesar de no se basear em estatsticas, o autor constri sua argumentao com dados advindos do sistema de sade brasileiro. Comentrio: O autor faz uma brincadeira a respeito do uso da palavra amanh. Ele no quis usar dados do sistema de sade brasileiro. Apenas situou em sua brincadeira uma estatstica inventada, numa suposta consulta a um mdico brasileiro. Confirme:

    No disponho de estatsticas confiveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemes que procuram ajuda mdica no Brasil o fazem por causa de amanhs casuais que os levam, no mnimo, a um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros. Gabarito: E

    Questo 20: Antaq 2014 Tcnico (banca CESPE) Hidrovia uma rota predeterminada para o trfego aqutico. H muito tempo, o homem utiliza a gua como estrada, e a Amaznia o maior exemplo disso. O transporte por hidrovias apresenta grande capacidade de movimentao de cargas a grandes distncias com baixo consumo de combustvel, alm de propiciar uma oferta de produtos a preos competitivos. A ampliao do uso da hidrovia uma tendncia mundial por uma questo ambiental. A viabilizao de uma navegao segura no rio Madeira, por exemplo, permite o escoamento da produo de gros de Rondnia e Mato Grosso para o Amazonas e da para o Atlntico. Isso cria um corredor de desenvolvimento integrado, com transporte de alta capacidade e baixo custo para grandes

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    distncias, elimina um grave problema estrutural do setor primrio, com a reduo significativa da dependncia do modal rodovirio at os portos do Sudeste, e representa mais uma opo de integrao nacional, com a reduo de trnsito pesado nas rodovias da regio Centro-Sul.

    Idem (com adaptaes). Infere-se das informaes do texto que o transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente, dado o baixo consumo de combustvel, e reduz a dependncia do transporte rodovirio. Comentrio: O texto confirma cada expresso utilizada na afirmativa, pois realmente se pode entender do texto que o transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente (conforme se v no trecho por uma questo ambiental), dado o baixo consumo de combustvel (conforme se v no trecho movimentao de cargas a grandes distncias com baixo consumo de combustvel, e reduz a dependncia do transporte rodovirio (como se v no trecho reduo significativa da dependncia do modal rodovirio at os portos do Sudeste... com a reduo de trnsito pesado nas rodovias da regio Centro-Sul). Gabarito: C Questo 21: Antaq 2014 Tcnico (banca CESPE) As obras de dragagem objetivam remover os sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'gua para permitir a passagem das embarcaes, garantindo o acesso ao porto. Na maioria das vezes, a dragagem necessria quando da implantao do porto, para o aumento da profundidade natural no canal de navegao, no cais de atracao e na bacia de evoluo. Tambm necessria sua realizao peridica para o alcance das profundidades que atendam o calado das embarcaes.

    Internet: (com adaptaes). Depreende-se das informaes do texto que a dragagem realizada na implantao do porto para garantir o acesso das embarcaes definitiva, no havendo necessidade de ser refeita. Comentrio: A afirmativa est errada, pois a dragagem realizada na implantao do porto para garantir o acesso das embarcaes no definitiva, e h necessidade de ser refeita, conforme se observa no ltimo perodo do texto: Tambm necessria sua realizao peridica para o alcance das profundidades que atendam o calado das embarcaes. Gabarito: E

    Todo texto veiculado com base em trs tipos bsicos: descritivo, narrativo e dissertativo. A banca CESPE cobra a diferena entre os tipos de texto.

    Tipologia textual.

    Veremos apenas o essencial da tipologia, noes que so cobradas nas provas da banca CESPE.

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    Descritivo

    O texto descritivo enfatiza o esttico, um retrato, um recorte de uma paisagem, uma ao, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a imaginar o espao, o tempo, o costume, isto , tudo que ambienta a histria, a informao.

    Luzes de tons plidos incidem sobre o cinza dos prdios. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trnsito caminha lento e nervoso. Eis So Paulo s sete da noite.

    (em Plato e Fiorin)

    Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumerao de substantivos e verbos. No h interpretao de movimento neste texto. Tudo recorte de instantes, por isso poderamos pintar um quadro com base na imagem que ele nos sugere.

    Assim, descrever enumerar caractersticas, aes e elementos que produzem uma imagem congelada do instante ou da rotina.

    Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo:

    Este texto uma capa da prova de concurso. Nele se observa uma ordenao lgica, uma interlocuo direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a caracterstica fundamental do texto instrucional levar o receptor a modificar comportamento, a agir de acordo com os preceitos emanados do texto, seguir a sequncia. Este tipo de texto tambm chamado de injuntivo ou prescritivo. Apresenta em sua estrutura procedimentos a serem seguidos.

    O texto descritivo pode se manifestar por meio de vrios gneros textuais, como manual de instruo, bula, capa de uma prova de concurso, os fragmentos enumerativos de um edital, receita etc.

    INSTRUES Verifique se este caderno: - corresponde a sua opo de cargo. - contm 70 questes, numeradas de 1 a 70. - contm a proposta e o espao para o rascunho da Prova Discursiva. Caso contrrio, reclame ao fiscal da sala outro caderno. No sero aceitas reclamaes posteriores. - Para cada questo existe apenas UMA resposta certa. - Leia cuidadosamente cada uma das questes e escolha a resposta certa. - Essa resposta deve ser marcada na FOLHADE RESPOSTAS que voc recebeu.

    Capa de uma prova de concurso

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    Narrativo Diferentemente do texto descritivo, o narrativo aquele que trabalha o

    movimento, as aes se prolongam no tempo, sendo esta a caracterstica principal. Narrar contar uma histria, baseando-se na tica do narrador (aquele que conta), sobre uma ou mais aes de um personagem(ns), numa sequncia temporal, em determinado lugar. A histria pode ser imaginria (fico) ou real (fato). Pode ser contada por algum que o piv da histria (narrador-personagem), ou por algum que est testemunhando as aes (narrador-observador). Quando h o narrador-personagem, h verbos ou pronomes em primeira pessoa do singular. Quando h narrador-observador, h verbos e pronomes em terceira pessoa.

    Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena histria real) e a partir dela tece suas consideraes. Assim, pode-se dizer que a primeira parte do texto narrativa e a segunda dissertativa, a qual ser vista adiante. O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vrios gneros textuais, como piada, fbula, parbola, conto, novela, crnica, romance, entrevista etc.

    Eis um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova do CESPE (mdico perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se fazem presentes.

    A Revolta da Vacina

    O Rio de Janeiro, na passagem do sculo XIX para o sculo XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precrio e foco de doenas como febre amarela, varola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questo de anunciar que no parariam no porto carioca e os imigrantes recm-chegados da Europa morriam s dezenas de doenas infecciosas.

    Ao assumir a presidncia da Repblica, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanizao da capital da Repblica. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o mdico Oswaldo Cruz para o saneamento.

    O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanas, com a derrubada de casares e cortios e o consequente despejo de seus moradores. A populao apelidou o movimento de o bota-abaixo. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prdios de cinco ou seis andares.

    Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitrias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.

    Finalmente, restava o combate varola. Autoritariamente, foi instituda a lei de vacinao obrigatria. A populao, humilhada pelo poder pblico autoritrio e violento, no acreditava na eficcia da vacina. Os pais de famlia rejeitavam a exposio das partes do corpo a agentes sanitrios do governo.

    A vacinao obrigatria foi o estopim para que o povo, j profundamente insatisfeito com o bota-abaixo e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as foras da polcia e do exrcito at ser reprimido com

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    violncia. O episdio transformou, no perodo de 10 a 16 de novembro de 1904, a recm-reconstruda cidade do Rio de Janeiro em uma praa de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.

    Internet: (com adaptaes).

    Observe os traos temporais que marcam a evoluo dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que as aes vo sendo desenvolvidas num cenrio (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: na passagem do sculo XIX para o sculo XX; Ao assumir a presidncia da Repblica; Ao mesmo tempo; Em seguida; Finalmente; Durante uma semana; no perodo de 10 a 16 de novembro de 1904.

    Com isso, observa-se que h uma histria sendo contada por algum que no participou dela (narrador-observador). Ele no tem necessidade de se posicionar diante de alguma situao, o que se pretende com o texto narrar um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se fundamenta na informao, diz-se que h um ponto de vista objetivo.

    Com base no texto acima, resolva as questes a seguir: Questo 22: Mdico Perito INSS / 2009 / nvel superior (banca CESPE) O texto faz um histrico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. Comentrio: Realmente houve um histrico sobre a Revolta Vacina, pois foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro est em dizer que houve ponto de vista explcito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do fato, o narrador no faz consideraes, por isso no toma nenhum ponto de vista explicitamente. Gabarito: E

    Questo 23: Mdico Perito INSS / 2009 / nvel superior (banca CESPE) O texto apresenta marcadores que evidenciam a progresso da narrativa, tais como Ao mesmo tempo e Finalmente. Comentrio: Estas so algumas das expresses que marcam a evoluo do tempo, tpica estrutura de texto narrativo. Gabarito: C Questo 24: MPU 2015 Tcnico (banca CESPE) A partir de uma ao do Ministrio Pblico Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2 Regio (TRF2) determinou que a Google Brasil retirasse, em at 72 horas, 15 vdeos do YouTube que disseminam o preconceito, a intolerncia e a discriminao a religies de matriz africana, e fixou multa diria de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judicial. Na ao civil pblica, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidado (PRDC/RJ) alegou que a Constituio garante aos cidados no apenas a obrigao do Estado em respeitar as liberdades, mas tambm a obrigao de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relaes recprocas. Predomina no texto em apreo o tipo textual narrativo.

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    Comentrio: O texto realmente narrativo, pois conta um fato passado. Isso confirmado por meio de verbos no tempo pretrito perfeito do indicativo, como determinou, fixou, alegou. Alm disso, conseguimos perceber os personagens das aes, como Tribunal Regional Federal da 2 Regio (TRF2) e Procuradoria Regional dos Direitos do Cidado (PRDC/RJ). Assim, conseguimos entender uma evoluo temporal, aes, personagens e lugar (Brasil), elementos importantes para observarmos o predomnio do texto narrativo. Gabarito: C Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista subjetivo, pois o narrador se coloca na histria:

    "O pungente amor"

    A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me de maneira contraditria: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo.

    Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que fazia at ali nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor sonetos rigorosamente rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns "sonetos brancos" de Murilo Mendes publicados num jornal da cidade impressionaram-me, mas no me ganharam. Foi a leitura de Poesia at agora, de Drummond, que provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua diurtica". Fiquei perplexo: aquilo no podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Ho de chorar por ela os cinamomos...". Lua diurtica no tinha nada a ver...

    Mas no conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas que mais me perturbavam. E terminei tomando uma deciso: ler os crticos modernos para entender o que era de fato aquela poesia antipotica.

    E assim, na Biblioteca Pblica, descobri O empalhador de passarinhos, de Mrio de Andrade, As cinzas do purgatrio, de Otto Maria Carpeaux. No sei se entendi direito o que diziam, no me lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova poesia, distinta da que conhecia, cujo mrito era exatamente estar ligada ao cotidiano. Em breve rendia-me ao fascnio de poemas como "Onde h pouco falvamos" e "Viagem na famlia" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se desfazia em barro"). Uma outra dimenso da realidade se revelava a meus sentidos.

    verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me caam nas mos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mrio de Andrade. E poetas estrangeiros, como Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautramont, Mallarm e Artaud... O que bebi neles amontoou-se dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, fogo - um magma que me temperou e me fez nascer de novo.

    A verdade que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond daquela poca, me reconheo neles, percebo que sua fala est entranhada na minha, que aprendi com ele o "o pungente amor" da vida.

    Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie

    Dissertativo

    Dissertar um processo em que o emissor transmite conhecimento, relata, expe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado

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    assunto, fundamentado em argumentos e raciocnios baseados em sua vivncia, conhecimento, posturas.

    certo dizer que ele engloba um conjunto de juzos. prprio de temas abstratos e usado em textos crticos, teses, exposio, explanao e argumentao.

    Dependendo do ponto de vista, da organizao e do contedo, a dissertao pode simplesmente relatar saberes cientficos, dados estatsticos, etc ou pode tambm buscar defender um princpio, uma viso parcial ou no de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradies, comparaes, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura normalmente a seguinte:

    1) Introduo: o pargrafo que abre a discusso ou simplesmente expe a informao principal, da qual se partir nos prximos pargrafos exemplificao, explicao, etc. Neste pargrafo normalmente se encontra o tpico frasal, o qual tambm entendido como tese, cuja funo transmitir a opinio do autor, o centro da informao.

    2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais pargrafos, os quais servem para ampliar e analisar o contedo informado na introduo. Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a relao de causa e consequncia, exemplificaes, contrastes, citaes de autoridades no assunto. Enfim, o debate ou simplesmente o mergulho nas implicaes do tema.

    3) Concluso: o fechamento da informao, seja ela crtica ou no. Muitas vezes iniciadas por elementos como Portanto, Em suma, Enfim, etc. Nela h normalmente a ratificao, confirmao da tese, tomando por base os argumentos dos pargrafos de desenvolvimento.

    O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vrios gneros textuais, como editorial, artigo de opinio, carta de leitor, os diversos discursos polticos, de defesa, de acusao, resenhas, relatrios, textos publicitrios etc.

    Com base nisso, a dissertao se divide em dois tipos:

    a) Dissertativo-expositivo: quando o autor apenas transmite os saberes de uma comunidade (como em livros didticos, enciclopdias etc), no colocando sua opinio sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos.

    Veja alguns exemplos de texto dissertativo-expositivo:

    Ferramenta que devolve spam ao emissor j realidade Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente desenvolvida. O sistema capaz de devolver os e-mails inconvenientes s pessoas que os enviaram, e est estruturado em torno de uma grande base de dados que contm os nmeros de identificao dos computadores que enviam spam. Depois de identificar os endereos de onde procedem, o sistema reenvia o e-mail ao remetente.

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    A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta minimiza o risco de ataques de phishing, a prtica que se refere ao envio macio de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma entidade bancria, e que buscam roubar informao como dados relativos a cartes de crdito ou senhas.

    Internet: . Acesso em mar./2005 (com adaptaes). (Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE)

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo poltico. Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    (Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br)

    No se nota em nenhum dos dois textos a interveno do autor, sinalizando sua opinio. Houve apenas a exposio de fato (no primeiro) e de dado conceitual (no segundo). Note que nesses dois textos no houve a opinio do autor. A base deles foi a transmisso do saber, a informao. Por isso so textos dissertativo-expositivos. b) Dissertativo-argumentativo ou opinativo: quando o autor transmite sua opinio dentro do texto. Geralmente o que a banca CESPE cobra nos concursos, tanto em interpretao de textos quanto na elaborao de redaes.

    Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmoviso

    dos mdicos em geral (fundada em sua leitura dos fenmenos biolgicos) e as concepes de vida da vasta maioria da populao. Salta vista, na abordagem do assunto (a tica e a verdade do paciente), que se fica, mais uma vez, diante da pergunta feita por Pncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, como estava, um homem pleno de sua verdade, O que a verdade? E evidente que um e outro se cingiam a verdades dspares.

    Dalgimar Beserra de Menezes. A tica mdica e a verdade do paciente. In: Desafios ticos, p. 212-5 (com adaptaes).

    (Prova: ANS / 2005 / superior) Com pouco mais de meio sculo de atividade da indstria automobilstica

    no Brasil, de acordo com registros, foram vendidos 2,5 milhes de carros. Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expe as fragilidades de um modelo de desenvolvimento e urbanizao que privilegia o transporte motorizado

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    individual, prejudica a mobilidade e at a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, no o nico vilo. A soluo para o problema da mobilidade passa pela criao de alternativas ao uso do transporte individual. Como as opes alternativas ao transporte individual so pouco eficientes, pela falta de conforto, segurana ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automveis, motocicletas ou mesmo txis, ainda que permaneam presas no trnsito, afirma S. G., profissional da rea de desenvolvimento sustentvel. Contudo, restringir o uso do carro no resolve o problema. De acordo com consultores em transportes, a tecnologia uma das ferramentas para equacionar o problema do trnsito, desde que escolhida e implementada com competncia.

    Enfrentamento do problema da mobilidade determinar futuro das grandes metrpoles. In: Revista Ideia Socioambiental. So Paulo.

    Internet: . (com adaptaes). (Prova: DETRAN 2010 Mdio)

    Ponto de vista:

    Os diversos tipos de texto so expressos por um emissor, que orienta o leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista pode ser objetivo ou subjetivo.

    Texto subjetivo:

    subjetivo (intimista) o texto em que a impresso do autor extrapola a razo, a informao do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma a opinio do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma velada (mascarada) ou enftica. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulrio depreciativo ou demasiado valorativo. A inteno mostrar sua insatisfao, supervalorizao, baseado na emoo, no sentimento.

    Como a linguagem dinmica e por meio dela que o texto se veicula, no se pode ser categrico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu ponto de vista; pois tudo depende da inteno do autor. Um texto pode ser objetivo, mas com alguns traos de subjetividade, assim como um texto altamente subjetivo pode possuir traos de objetividade. Leia o texto a seguir, extrado do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocbulos que mostram a liberdade expressiva de sua opinio altamente pessoal. Isso caracteriza o texto dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo:

    O leitor de VEJA j sabe o que esperar de mim: em matria de prognsticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui reivindicando meu erro. Errei, errei, errei.

    bom errar. bom repetir que errei. S h um aspecto de meu trabalho de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos

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    quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros Valdemar Costa Neto. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros a Mulher Melancia. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros Chico Buarque. Eles sabem o que os brasileiros querem. Eu s sei o que os brasileiros repelem. Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitgoras e Empdocles.

    De todos os nossos escritores, o nico que conseguiu compreender a mente e o comportamento dos brasileiros foi Euclides da Cunha. Eu sempre recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele meu Valdemar Costa Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o carter de uma pessoa a partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um eleitor do PT, como Chico Buarque.

    http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/ Texto objetivo: O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, informaes, evitando transparecer a opinio pessoal do autor. O texto continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinio para ganhar credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosficos, mximas, etc. Tudo para fugir da impresso, do eu acho. Quanto mais dados para consubstanciar a opinio velada do autor, melhor para a sustentao dos argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente em terceira pessoa.

    Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de vista objetivo.

    O homem e a natureza A idia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas ingnua, se no fosse perigosamente pretensiosa. Essa crena lanou razes profundas no esprito humano, reforada por doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da evoluo, mas incidem no equvoco de fazer dele uma espcie de finalidade da criao. Pode-se dizer com segurana que nada na natureza foi feito para alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilbrio entre seres e coisas. A aquisio de caractersticas muito especficas como a linguagem, raciocnio lgico, memria pragmtica, noo de tempo e capacidade de acumular no fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem dotado para determinados fins. Isso no lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisrio no mundo.

    Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977.

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    Note que o texto iniciado por uma ideia geral (a natureza no existe para servir o homem) que ser desenvolvida em seguida. H vrias inseres do autor, que provam sua opinio, em terceira pessoa:

    Pode-se dizer com segurana... pode-se crer em permuta e equilbrio... Isso no lhe confere autoridade... ...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisrio no mundo...

    claro que um texto no ter apenas uma tipologia textual. Muitas vezes ter as trs num s texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a ideia central, o objetivo.

    Questo 25: Antaq 2014 Tcnico (banca CESPE) Um dos principais desafios para o Brasil conhecer a Amaznia. Sua vocao eminentemente hdrica impe, ao longo dos sculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes atravs dos rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amaznia, os nativos j utilizavam canoas. Ainda hoje, grande parte da populao amaznica vive da pesca. Alm disso, o deslocamento do ribeirinho se faz atravs da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. Mas para conhecer a Amaznia de verdade preciso entender sua posio estratgica para o pas. Os rios so a chave para esse conhecimento. So as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se desenvolveram inmeras povoaes. Portanto, impossvel pensar em Amaznia sem associar a importncia que os rios tm para o desenvolvimento econmico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do desenvolvimento sustentvel da regio.

    Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: (com adaptaes).

    Predomina no texto a narrao, j que nele se identificam um cenrio e uma ao. Comentrio: fcil perceber que o texto no narrativo. Ele dissertativo. Note que o autor lana uma tese Um dos principais desafios para o Brasil conhecer a Amaznia.. Em seguida, discorre sobre algumas consideraes a respeito da Amaznia. Para confirmar que o texto dissertativo, veja os tempos verbais: os verbos esto predominantemente no presente (, impe, vive, faz, so), o que confirma algumas consideraes do autor a respeito do tema. J a narrativa se baseia em contar uma histria. Assim, deve-se utilizar de verbos no passado, o que pouco ocorreu neste texto. Com isso, notamos que a afirmativa est errada. Gabarito: E

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    Questo 26: Antaq 2014 Tcnico (banca CESPE) Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no perodo do sculo III a.C. ao sculo IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspcuos sbios, poetas e matemticos. A Biblioteca de Alexandria estava muito prxima do que se entende hoje por Universidade. E faz-se apropriado o depoimento do insigne Carl B. Boyer, em A Histria da Matemtica: A Universidade de Alexandria evidentemente no diferia muito de instituies modernas de cultura superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de ensinar. Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Clepatra e seu irmo, o imperador Jlio Csar mandou incendiar a esquadra egpcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou at as dependncias da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, utilizando o seguinte o argumento: ou os livros contm o que est no Alcoro e so desnecessrios ou contm o oposto e no devemos l-los. A destruio da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a histria da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento porque nos alamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformao do nosso modus vivendi et operandi. um marco histrico, um dos maiores fenmenos de comunicao e uma das mais democrticas formas de acesso ao saber e pesquisa. Mas, como toda inovao, a Internet tem potencial cuja dimenso no deve ser superdimensionada. Seu contedo fragmentado, desordenado e, alm disso, cerca de metade de seus bites descartvel.

    Jacir J. Venturi. Internet: (com adaptaes). Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinio, identificam-se trechos narrativos e dissertativos. Comentrio: Esta questo abordou o gnero textual, conforme previa o edital deste concurso. O artigo de opinio se baseia, como o prprio nome sugere, na expresso da opinio livre de seu autor. Com base em alguns fundamentos (legais, de especialistas, ou dados tcnicos), o autor fica livre para dar sua opinio, s vezes, recomendando aes, chamando a ateno do leitor a determinada situao etc. Bom, importa observar que a questo tambm se baseou na tipologia textual, pois podemos verificar no texto um histrico, passagens como o terceiro e quarto pargrafos, em que os verbos aparecem no passado, marcando aes, movimentos. Alm disso, fica fcil perceber os elementos da narrativa, como tempo, cenrio, personagens, falas, isto , tudo que percebemos numa histria. Veja:

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    Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Clepatra e seu irmo, o imperador Jlio Csar mandou incendiar a esquadra egpcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou at as dependncias da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, utilizando o seguinte o argumento: ou os livros contm o que est no Alcoro e so desnecessrios ou contm o oposto e no devemos l-los. Resta claro perceber os trechos dissertativos, como os dois pargrafos seguintes narrativa acima. Veja:

    A destruio da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a histria da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento porque nos alamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformao do nosso modus vivendi et operandi. um marco histrico, um dos maiores fenmenos de comunicao e uma das mais democrticas formas de acesso ao saber e pesquisa.

    O quinto pargrafo j se inicia com uma considerao do autor, ao afirmar que a destruio de tal biblioteca representaria, segundo ele, o maior crime contra o saber em toda a histria da humanidade. Isso uma opinio. Pode haver gente que concorde, pode haver gente que discorde. Perceba os verbos no presente, o que refora o discurso argumentativo.

    Dessa forma, realmente, o texto possui passagens narrativas e dissertativas. Gabarito: C Questo 27: Tribunal de Justia - SE / 2006 / nvel superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O Instituto de Registro Imobilirio do Brasil (IRIB), seo de So Paulo, em parceria com o Colgio Notarial do Brasil, tambm seo de So Paulo, e com o apoio da Corregedoria-Geral da Justia de So Paulo, congrega esforos para promover e realizar seminrios de direito notarial e registral no estado, visando o aperfeioamento tcnico de notrios e registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na rea. Os objetivos perseguidos pelas entidades representativas de notrios e registradores bandeirantes so o aperfeioamento dos servios, a harmonizao de procedimentos, buscando uma regulao uniforme nas atividades notariais e registrais. O IRIB e o Colgio Notarial sentem-se orgulhosos de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades notariais e registrais do estado. Pela estrutura do texto, narrativo por excelncia, depreende-se que se trata da notcia de um evento que provavelmente ir ocorrer no estado de So Paulo. Comentrio: A frase est errada, porque o texto no narrativo por excelncia, isto , ele no narra; anuncia algo que ir ocorrer, sem ter como princpio contar uma histria ou fato que ocorrera, o que caracterizaria o texto

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    narrativo. Ele traduz uma mescla de descrio, princpios da narrativa e tambm h passagens dissertativas. Pode-se dizer que prepondera o objetivo de descrever para anunciar algo. Gabarito: E Questo 28: TRE - MA / 2006 / nvel superior (banca CESPE) Para que a democracia seja efetiva, necessrio que as pessoas se sintam ligadas aos seus concidados e que essa ligao se manifeste por meio de um conjunto de organizaes e instituies extramercado. Uma cultura poltica atuante precisa de grupos comunitrios, bibliotecas, escolas pblicas, associaes de moradores, cooperativas, locais para reunies pblicas, associaes voluntrias e sindicatos que propiciem formas de comunicao, encontro e interao entre os concidados. A democracia neoliberal, com sua idia de mercado ber alles, nunca leva em conta essa atuao. Em vez de cidados, ela produz consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes. Em suma, o neoliberalismo o inimigo primeiro e imediato da verdadeira democracia participativa, no apenas nos Estados Unidos, mas em todo o planeta, e assim continuar no futuro previsvel. Assinale a opo que est de acordo com as ideias do texto.

    A) O setor econmico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir uma cultura poltica verdadeiramente democrtica.

    B) A democracia neoliberal, ao desprezar as aes da sociedade civil organizada, reduz a condio poltica do cidado a um plano mnimo.

    C) previsvel que, em um futuro prximo, o neoliberalismo evolua para uma democracia extramercado.

    D) A poltica neoliberal produz um tipo de democracia voltada, exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor.

    E) Os sindicatos destacam-se das demais instituies associativas por promover a interao entre seus associados.

    Comentrio: Perceba os vestgios tanto no texto, quanto nas alternativas.

    Na alternativa (A), h elemento categrico. Ento cuidado! A expresso qualquer iniciativa invalida a afirmativa. Na alternativa (B), para melhor visualizar esta resposta como correta, sero reescritos o trecho do texto e a alternativa (B):

    Uma cultura poltica atuante precisa de grupos comunitrios, bibliotecas, escolas pblicas, associaes de moradores, cooperativas, locais para reunies pblicas, associaes voluntrias e sindicatos que propiciem formas de comunicao, encontro e interao entre os concidados. A democracia neoliberal, com sua ideia de mercado ber alles, nunca leva em conta essa atuao. Em vez de cidados, ela produz consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente

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    impotentes.

    A democracia neoliberal, ao desprezar as aes da sociedade civil organizada, reduz a condio poltica do cidado a um plano mnimo.

    Note que as aes da sociedade civil organizada so as que esto marcadas em negrito. A alternativa (B) mostra que a democracia neoliberal despreza as aes da sociedade civil organizada, o que encontra ratificao no texto nunca leva em conta essa atuao. A alternativa continua afirmando que essa democracia reduz a condio poltica do cidado a um plano mnimo, o que corroborado pelo texto na passagem O que sobra uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes. Na alternativa (C), a relao desta afirmativa est textualmente equivocada. O texto no mostra uma perspectiva, na viso do autor, otimista. No h tendncia no texto para uma sociedade extramercado. Note que o valor semntico de extramercado no contexto uma sociedade fora (extra) dos padres de consumo (mercado). Na alternativa (D), Exclusivamente outra palavra categrica, isso invalida a alternativa, haja vista que a poltica neoliberal no produz um tipo de democracia voltada somente para a defesa dos interesses do consumidor, muito pelo contrrio. Na alternativa (E), relao textualmente equivocada. No houve informao no texto de que os sindicatos se destacam das demais instituies. Gabarito: B Questo 29: Assinale a opo correta com referncia tipologia do texto.

    A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetria contempornea da democracia neoliberal em direo a um futuro previsvel.

    B) Trata-se de texto expositivo, de carter intimista, em que o autor apresenta suas impresses pessoais a respeito do neoliberalismo e da influncia norte-americana sobre o futuro da humanidade.

    C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas aes atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares.

    D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual o produtor enumera, objetivamente, as caractersticas da democracia participativa.

    E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, contrapondo dois tipos de sistema poltico, manifesta-se contra os efeitos nocivos de um sobre o outro.

    Comentrio: Esta questo quer explorar seus conhecimentos sobre a estrutura e tipologia textuais. Na alternativa (A), deve-se observar que o texto no narra uma trajetria. Narrativa uma histria; e esse no foi o objetivo do texto. Na alternativa (B), perceba que no se trata de um texto dissertativo-

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    expositivo, mas sim de um texto dissertativo-argumentativo, pois h claramente a opinio do autor. S essa primeira afirmao da alternativa est errada, o restante est de acordo com o texto. Nele a opinio do autor se pauta mais pela emoo que pela razo, retratando suas impresses pessoais a respeito do tipo de sociedade; por isso se pode entend-lo como ponto de vista subjetivo ou intimista, mesmo com verbos em terceira pessoa. Na alternativa (C), apesar de haver passagens descritivas (enumeraes) no texto, ele eminentemente dissertativo-argumentativo. A descrio serviu apenas como fundamento argumentativo para a dissertao. Na alternativa (D), no h passagens narrativas no texto. O autor tambm no relata o surgimento da democracia neoliberal, ele a condena. Na alternativa (E), perceba que correta a afirmao de o texto ser dissertativo-argumentativo, alm de trabalhar a oposio entre duas vises da sociedade: uma ideal (participativa) e outra real (neoliberal). O autor se mostra altamente inclinado primeira, inclusive com tons categricos. Gabarito: E

    Questo 30: TRE - MT / 2009 / Mdio (banca CESPE) Diariamente, milhes de pessoas em todo o mundo conectam-se Internet e mais de doze milhes de e-mails so enviados. Isso sem se mencionar o nmero de negcios fechados e o dinheiro movimentado. Com o advento do computador e, mais tarde, da Internet, as informaes e os grandes negcios acontecem com uma velocidade impressionante. Resultado de um mundo globalizado, em que a informao se transformou na moeda corrente. E, quando o assunto informao, ou seja, transmitir informaes, nada melhor do que utilizar a tecnologia. A cada dia, mais e mais servios so disponibilizados por empresas para que as pessoas interessadas tenham acesso informao de maneira rpida e eficaz.

    Internet: (com adaptaes). O texto em questo , predominantemente, (A) narrativo. (B) descritivo. (C) dissertativo. (D) dialgico. (E) instrucional. Comentrio: Note que o texto desenvolve um tema: a agilidade da informao. Assim, a alternativa correta a (C). A estrutura do texto nos mostra uma introduo com um dado sobre a internet, em seguida esse tpico frasal ampliado para a relao comercial, negcios, tecnologia, globalizao. Tudo isso, para se ter a concluso da importncia da informao rpida e eficaz. Gabarito: C Questo 31: TJ - RR / 2006 / Superior (banca CESPE) Todo povo tem na sua evoluo, vista a distncia, um certo sentido. Esse se percebe no nos pormenores de sua histria, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem em um largo perodo de tempo. Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes secundrios que o acompanham sempre e o fazem, muitas vezes, confuso e

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    incompreensvel, no deixar de perceber que ele se forma de uma linha mestra e ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, e dirigida sempre em uma determinada orientao. isto que se deve, antes de mais nada, procurar quando se aborda a anlise da histria de um povo, seja, alis, qual for o momento ou o aspecto dela que interesse, porque todos os momentos e aspectos no so seno partes, por si s incompletas, de um todo que deve ser sempre o objetivo do historiador, por mais particularista que seja.

    Caio Prado Jnior. Op. cit., p. 1.130 (com adaptaes). Como se trata de tema relativo histria, o texto predominantemente narrativo. Comentrio: Note que o texto se inicia com uma tese (Todo povo tem na sua evoluo, vista a distncia, um certo sentido.), a qual ser desenvolvida em seguida. Assim, este texto dissertativo. Gabarito: E Questo 32: DPU / 2010 / Mdio (banca CESPE) No se consegue imaginar uma nao forte, ou que tenha aspiraes de ser um pas de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupao. Os nmeros do emprego, relativos ao primeiro trimestre de 2010, so uma animadora mostra do bom momento vivido pelo Brasil, que d mostras seguidas de ter superado em definitivo qualquer resqucio de consequncia da crise econmica global. Foi um total de 657,3 mil novos postos de trabalho formais, ou seja, com carteira assinada, entre os meses de janeiro e maro. Isso significa o melhor desempenho para esse perodo desde o incio da srie histrica. Significa ainda um crescimento de 19% em relao ao primeiro trimestre de 2008, que j havia sido um recorde.

    Jornal do Brasil, Editorial, 19/4/2010 (com adaptaes). Predomina no trecho o tipo textual narrativo. Comentrio: Perceba que o texto possui um perodo inicial que fomenta o seu desenvolvimento ao longo do texto. Ele entendido como tese ou tpico frasal: No se consegue imaginar uma nao forte, ou que tenha aspiraes de ser um pas de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupao. Como h o desenvolvimento de uma discusso a respeito do tema emprego, o texto dissertativo. Gabarito: E Questo 33: TRE - AP / 2007 / Mdio (banca CESPE) Para mostrar a importncia do voto aos 16 anos de idade, a Unio Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou a campanha Te liga 16 O Brasil s ganha se voc tiver esse ttulo. O objetivo da campanha foi conscientizar os jovens de 16 anos da responsabilidade do voto e da participao poltica. Votar aos 16 anos despertar uma conscincia cidad. Ficar em casa reclamando que poltica ruim no est com nada. Est na hora de no s pensar, mas de decidir, disse o professor Pedro. A presidenta da Comisso de Educao da Cmara de Vereadores de

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    Porto Alegre completou a introduo do professor, chamando a ateno dos estudantes para o poder de deciso que eles tm. Somos 33 milhes de brasileiros entre 16 e 24 anos. A juventude brasileira, se unida, suficiente para mudar qualquer coisa neste pas.

    Internet: (com adaptaes). Assinale a opo correta a respeito das idias apresentadas no texto e da tipologia textual.

    (A) O texto fragmento de uma notcia e se estrutura em duas partes: uma expositiva e outra argumentativa.

    (B) O texto uma descrio retirada de um texto publicitrio, destinado a convencer os adolescentes a votarem.

    (C) O texto narra episdios polticos que aconteceram antes das eleies para a chefia da UBES.

    (D) O texto tem estrutura dissertativa, sendo as passagens entre aspas transcries de discursos contrrios s eleies aos 16 anos.

    (E) No primeiro pargrafo, predomina a estrutura descritiva, mas, no segundo, sobressai a narrativa.

    Comentrio: Note que o texto dissertativo, pois relata fatos sobre um tema: a importncia do voto aos 16 anos. O texto veiculado na internet tem um padro de notcia, pois podemos notar que expe fatos: a UBES ter realizado uma campanha; a presidenta da Comisso chamar a ateno dos estudantes, etc. O texto se baseia em duas posturas dissertativas: numa, h o simples relato dos fatos, por isso classificado como notcia, assim h um texto dissertativo-expositivo; noutra, percebemos dentro dos parnteses a tentativa de convencimento do jovem a votar, por meio das palavras do professor Pedro e da presidenta da Comisso. A fala deles o texto dissertativo-argumentativo. Portanto, a alternativa correta a (A). A alternativa (B) est errada, porque no h s e simplesmente uma propaganda fazendo com que os jovens votem; h um relato do que ocorreu. A alternativa (C) est errada, porque o texto no narra episdios. A alternativa (D) est errada, por causa da expresso contrrios s. A alternativa (E) est errada, porque no primeiro pargrafo predomina a dissertao. Gabarito: A

    INCA / 2010 / Mdio (banca CESPE) Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criana monitora atualmente cerca de 2 milhes de crianas de at 6 anos de idade e 80 mil gestantes, com presena em mais de 3,5 mil municpios em todo o pas, graas colaborao de 155 mil voluntrios. A importncia da Pastoral palpvel: a mdia nacional de mortalidade infantil para crianas de at 1 ano, que de 22 indivduos por mil nascidos vivos, cai para 12 por mil nos lugares atendidos pela instituio. Na primeira experincia da Pastoral, em Florestpolis, no Paran, a mortalidade infantil despencou de 127 por mil nascimentos para 28 por mil em apenas um ano. Sua metodologia

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    simples por meio de conversas frequentes com a famlia, o voluntrio receita cuidados bsicos para evitar que a criana morra por falta de conhecimento, como os hbitos de higiene, a administrao do soro caseiro e a adoo da farinha de multimistura na alimentao, que se tornou uma soluo simples e emblemtica contra a desnutrio. Mas o seu segredo um s: a persistncia.

    Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptaes). Questo 34: Depreende-se das informaes do texto que os lugares no atendidos pela Pastoral da Criana apresentam mdia de mortalidade infantil para crianas de at 1 ano maior que a dos lugares em que a Pastoral atua. Comentrio: A interpretao literal. Veja o seguinte trecho do texto:

    A importncia da Pastoral palpvel: a mdia nacional de mortalidade infantil para crianas de at 1 ano, que de 22 indivduos por mil nascidos vivos, cai para 12 por mil nos lugares atendidos pela instituio. Gabarito: C Questo 35: Esse texto predominantemente narrativo. Comentrio: O texto aborda um tema: a importncia da Pastoral. Ele o desenvolve mostrando dados que confirmam essa importncia. Portanto, h um texto dissertativo. Gabarito: E

    INCA / 2010 / Mdio (banca CESPE) A disseminao do vrus H1N1, causador da gripe denominada Influenza A, ocorre, principalmente, por meio das gotculas expelidas na tosse e nos espirros, do contato com as mos e os objetos manipulados pelos doentes e do contato com material gastrointestinal. O perodo de incubao vai de dois a sete dias, mas a maioria dos pacientes pode espalhar o vrus desde o primeiro dia de contaminao, antes mesmo do surgimento dos sintomas, e at aproximadamente sete dias aps seu desaparecimento. Adverte-se, pois, que as precaues com secrees respiratrias so de importncia decisiva, motivo pelo qual so recomendados cuidados especiais com a higiene e o isolamento domiciliar ou hospitalar, segundo a gravidade de cada caso.

    Dirio do Nordeste (CE), Editorial, 11/1/2010. Questo 36: Depreende-se das informaes do texto que, assim que desaparecem os sintomas, no h mais possibilidade de que