POSMEC2014-0031_16655

download POSMEC2014-0031_16655

of 4

description

h

Transcript of POSMEC2014-0031_16655

  • POSMEC 2014 Simpsio do Programa de Ps - Graduao em Engenharia Mecnica Faculdade de Engenharia Mecnica Universidade Federal de Uberlndia

    26 a 28 de Novembro de 2014, Uberlndia - MG

    INTEGRAO DO CLP E SIMILITUDE EM UM SISTEMA HIDRULICO

    Marco Vincius Muniz Ferreira, MAPL, [email protected]

    Wesley Pereira Marcos, MAPL, [email protected]

    Jos Jean-Paul Zanlucchi de Souza Tavares, [email protected]

    Resumo. Este trabalho apresenta a aplicabilidade da teoria de Similitude em um sistema industrial para prever o tempo

    de ciclo em uma bancada hidrulica. O teorema de Buckingham uma ferramenta poderosa para reduzir o nmero de

    variveis em um problema por meio de anlise adimensional. Para isso necessrio a realizao de alguns

    experimentos, que apesar de acumular um erro no sistema, levam a uma equao preditiva. Para determinar a equao

    preditiva neste trabalho foram realizados trs experimentos.

    Palavras chave: bancada hidrulica, Teorema de Buckingham, Integrao do CLP, tempo de ciclo, equao preditiva.

    1. INTRODUO

    De acordo com Holman [1], no existe tal coisa como uma experincia fcil, nem h qualquer substituto para a

    experimentao cuidadosa em muitas reas de pesquisa bsica e desenvolvimento de produto aplicado. Uma vez que o

    engenheiro precisa experimentao em todas as fases de engenharia, os mtodos de tcnicas de medio e de anlise deve

    ser familiar.

    Anlise dimensional um mtodo para reduzir problemas fsicos complexos para suas formas mais simples (mais

    econmicos) antes da anlise quantitativa ou investigao experimental [2]. O teorema fundamental para a anlise

    dimensional o teorema de Buckingham (teorema dos -termos). Este artigo apresenta uma equao preditiva para o tempo de ciclo em uma bancada hidrulica. A ideia usar o teorema

    dos -termos para encontrar essa equao. Para realizar o experimento e o controle da bancada um CLP (Controlador Lgico Programvel) deve ser programado.

    H uma breve explicao sobre o teorema de Buckingham. Por fim, os procedimentos experimentais so apresentados.

    Existem os termos adimensionais, os dados a partir da bancada, a relao entre os termos, e a equao de predio. Uma

    anlise analtica e experimental mostrada com a fonte principal erro.

    2. CONCEITO BSICO

    O teorema de Buckingham [3] afirma que, se uma quantidade 0 (varivel dependente) completamente determinada pelos valores de um conjunto de n quantidades independentes, dos quais um nmero k formam completamente, um subconjunto dimensionalmente independente, ento, 0 determinada por n k parmetros adimensionais. Em outras palavras [4], o nmero de variveis independentes (o problema so os graus de liberdade) pode ser deduzido o nmero

    k. O valor de k e as formas de os parmetros de similaridade emergem da anlise dimensional. Uma maneira metdica para encontrar a equao preditiva usando o teorema de Buckingham pelos seis passos

    seguintes:

    Passo 1: estudo da natureza do problema e encontrar as variveis envolvidas. Se uma varivel parece ser importante,

    deve ser considerada. Quando uma varivel considerada e no importante para o problema as seguintes etapas iro

    descarta-las.

    Passo 2: Criar uma tabela onde as colunas so todas as variveis em ordem, e as linhas so todas as dimenses.

    comum usar a primeira coluna para a varivel que quer encontrar. A Tab. (1) um exemplo desta tabela. Neste caso, a

    varivel a a funo das variveis b at g e as dimenses utilizadas so dimenses primrias.

    Tabela 1. Exemplo da tabela do passo 2.

    a b c d e f g

    T (tempo)

    M (massa)

    L (comprimento)

  • Marco Vincius Muniz Ferreira, Wesley Pereira Marcos e Jos Jean-Paul Zanlucchi de Souza Tavares Integrao do CLP e Similitude em Bancada Hidrulica

    Passo 3: Preencher a tabela no passo 2 com os nmeros de cada dimenso para cada varivel. Existem duas matrizes

    nesta tabela, A e B. A matriz A uma matriz quadrada com a dimenso igual ao nmero de linhas da Tab. (1). Esta matriz

    est localizada na ltima coluna da tabela. A matriz B so as restantes colunas.

    Passo 4: Calcular o determinante da matriz A. Se for zero, alterar as colunas da tabela no passo 2 modificando as

    matrizes A e B. Calcular o determinante novamente. Se no for zero, este mtodo pode ser continuado.

    Passo 5: Calcular a matriz C usando a Eq. (1). A matriz D uma matriz de identidade com a mesma dimenso que a

    matriz B.

    C = [A1B]t (1)

    Passo 6: Inserir o nmero de -termos como novas linhas na Tab. (1). As linhas sero os -termos em ordem. Preencha esta nova parte da tabela com a matriz D e C, nesta ordem.

    O resultado destes passos - os termos que podem ser ligados pela funo na Eq. (2).

    1 = (2 , 3, ) (2)

    Todos os -termos so adimensionais e uma conexo entre estes termos pode ser encontrada. Experimentos

    envolvendo 1, variando um termo e mantendo os demais constantes d essa relao. Por exemplo, uma experincia

    envolvendo 1 e 2 definida como (2 , 3 , 4 , ), onde a barra de cima 3 e 4 indicam que estes termos so constantes no experimento. Este experimento apresenta uma curva de ajuste entre os dois termos.

    Existem dois tipos de funes que podem validar a equao preditiva: funes do tipo produto e do tipo soma. Para

    trs -termos a Eq. (3) valida a funo do produto.

    (2 , 3 )

    (2 , 3 )=

    (2, 3 )

    (2 , 3 ) (3)

    Se a validao confirmada, ento a Eq. (4) calcula a equao preditiva.

    1 = (2 , 3 )(3 , 2 )

    (2 , 3 ) (4)

    Uma vez que a funo produto no pode validar a equao a validao pela funo do tipo soma deve ser testada. A

    Eq. (5) apresenta esta validao.

    (2 , 3 ) (2 , 3 ) = (2, 3 ) (2 , 3 ) (5)

    Equao (6) calcula a equao preditiva caso a validao pela funo soma seja aceita.

    1 = (2 , 3 ) + (3 , 2 ) (2 , 3 ) (6)

    Para ambos os tipos de validao, no h apenas uma equao preditiva. Uma equao pode ser escolhida ou mdia

    aritmtica das equaes pode ser usada como a equao de previso, dependendo da escolha dos autores.

    Por fim, os -termos so substitudos pelas variveis na equao preditiva e a varivel a isolada.

    3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    Um exemplo comum na indstria usando pistes hidrulicos nos processos para conformar chapa de metal, em que

    um pisto agarra a chapa e outro pisto a conforma. Este trabalho tenta representar esse cenrio. Inicialmente, o cilindro

    B move agarrando a folha de metal, depois o cilindro A se move com baixa velocidade. O cilindro A retorna permitindo

    o retorno do cilindro B. A sequncia B + A + A - B - considerada como um ciclo. A Fig. 1 uma fotografia da bancada

    utilizada no laboratrio de ensino e mostra os cilindros B (abaixo) e A (no meio) e as vlvulas correspondentes Na parte

    superior da foto h um painel de rel e na esquerda - para baixo lado h o CLP EZAP900. A bomba hidrulica est abaixo

    da bancada.

    As variveis escolhidas para este problema so: tempo de ciclo: tempo para realizar um ciclo na bancada hidrulica

    curso A: medida do cilindro A; curso B: medida do cilindro B; velocidade de A: a velocidade que o cilindro A se move;

    presso de carga: presso da bomba quando um cilindro est em movimento e presso de descarga: presso da bomba

    sobre os cilindros parados.

  • POSMEC 2014 Simpsio do Programa de Ps - Graduao em Engenharia Mecnica 26 a 28 de Novembro de 2014, Uberlndia - MG

    Figura 1. Bancada hidrulica.

    O problema dimensional tem seis variveis e trs grandezas: tempo, fora e comprimento. Pelo teorema de

    Buckingham sabe-se que h trs -termos. Ao executar as etapas apresentadas na seo 2 encontra-se a Tab. (2) que apresenta o passo 6.

    Observando para a tabela pode observar todos os -termos. A Eq. (7), Eq. (8) e Eq. (9) representam esses termos em ordem.

    Tabela 2. Matriz completa representando o passo 6.

    T 1 0 0 0 -1 0

    F 0 0 1 0 0 1

    L 0 1 -2 1 1 -2

    1 0 0 -1 1 0 0 1 0 -1 0 0 0 0 1 0 0 1

    1 =

    (7)

    2 =

    (8)

    3 =

    (9)

    Foram realizados trs experimentos. No primeiro o variou , mantendo todas as outras variveis constantes. Assim temos 1 em funo de 2. No segundo experimento variou , com outras variveis constantes. Ento temos 1 em funo de 3. No terceiro e ltimo experimento variou , mantendo um novo valor para e . Neste caso temos 1 em funo de 2 para outro 3 constante.

    Os resultados destes trs ensaios esto apresentados na Tab. (3) para o primeiro experimento, Tab. (4) para o segundo

    experimento e Tab. (5) para o ltimo.

    Tabela 3. Dados para = = 20 cm , = 4.5662 cm/s e = 10 kgf/cm.

    [kgf/cm] 10 14 20 30 40 50

    [s] 34 19.35 15.33 13.83 13.02 12.9

    Tabela 4. Dados para = 20 cm , = 1.896 cm/s, = 6 kgf/cm e = 10 kgf/cm.

    [cm] 5.2 7.1 10.3 15.7 16.5 18.9

    [s] 20.045 20.47 22.835 30.2 30.46 32.93

    Tabela 5. Dados para = 12.7 cm e = 20 cm , = 3.9937 cm/s e = 8 kgf/cm.

    [kgf/cm] 10 14 20 28 32 40

    [s] 22.71 14.55 11.28 10.4 9.75 8.78

    Depois de calculada a relao entre os termos, os ajustes de curva para cada experimento foram realizados por uma funo do tipo potncia como apresenta a Fig. (2). Sero apresentados os resultados apenas do segundo experimento

    devido a limitao do tamanho do artigo.

  • Marco Vincius Muniz Ferreira, Wesley Pereira Marcos e Jos Jean-Paul Zanlucchi de Souza Tavares Integrao do CLP e Similitude em Bancada Hidrulica

    Figura 2. Ajuste de curva do segundo experimento.

    A validao apresenta mais vivel para a funo do tipo produto, e Eq. (4) calcula a equao preditiva. Usando o

    primeiro e terceiro ensaios existe 13 apresentado na Eq. (10). Utilizando o segundo e terceiro experimento existe 23 apresentado na Eq. (11). Uma vez que a primeira experincia no teve uma boa confiabilidade o tempo calculado como

    uma mdia aritmtica entre as duas equaes.

    13 = 6.1176. (

    )0.5386

    (

    )0.5867

    (10)

    23 = 4.2878. (

    )0.6345

    (

    )0.5867

    (11)

    Para esta equao calculado um tempo de ciclo terico, que comparado com o tempo experimental. A Tab.

    (3) apresenta o erro entre os tempos terico e experimental para o segundo experimento.

    Tabela 3. Tabela de erros para o segundo experimento.

    () 22.71 14.545 11.28 10.4 9.75 8.78

    () 18.983 15.632 12.727 10.485 9.7102 8.5413 (%) 16.411 7.4737 12.826 0.8218 0.40779 2.7188

    A principal fonte de erro para este experimento a bomba. Por vezes a presso na bomba, enquanto em operao,

    variava drasticamente modificando a velocidade dos cilindros alterando, consequentemente, o tempo de ciclo. Um outro

    ponto a salientar que a presso medida manualmente e, se h uma interao humana, h um erro inserido nos dados.

    V-se que, para valores baixos de e a bomba funciona com uma oscilao menor do que para valores elevados. Devido a isto aconselhvel utilizar a equao de previso para esta faixa de operao.

    5. CONCLUSO

    As leituras manuais dos dados de presso apresentaram variao e baixa preciso. Outras variveis podem ser

    analisadas no presente sistema, tais como: a velocidade e a presso de carga do cilindro B ou viscosidade do leo. Com

    mais variveis, O teorema de Buckingham torna-se difcil de realizar, devido a quantidade e a complexidade das

    experincias. Outra soluo consiste em analisar o problema com a Teoria de Modelos. Para isso, uma simulao numrica

    deve ser implementada e esta parte ser realizada em trabalhos futuros.

    6. AGRADECIMENTOS

    Os autores so gratos UFU, FEMEC, CAPES, FAPEMIG, CNPQ, PROF. Dr Ricardo Fortes de Miranda e aos

    colegas do MAPL.

    7. REFERNCIAS

    [1] HOLMAN, J. P. Experimental Methods for Engineers. 7. ed. Boston: Mcgraw-hill, 2001. 698 p

    [2] BRIDGMAN, P. W. Dimensional Analysis. 2nd ed, Yale University Press, New Haven, 1931.

    [3] BUCKINGHAM, E. (1914) Phys. Rev. 4, 345376. [4] SONIN, A. A. A generalization of the -theorem and dimensional analysis, PNAS, vol. 101, no. 23, 8525-8526,

    2004.

    1 = 3.100830.5867

    R = 0.969

    0

    2

    4

    6

    8

    0 1 2 3 4 5

    1

    3

    1 versus 3 para 2 = 0.6