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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA POTIFÓLIO RENATA DIAS ARAUJO 051171880 Cabo Frio – RJ 2008

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É um grande previlégio falar dos grandes pensadores da Educação, e suas contribuições, para a formação do ser crítico e partucipativo.

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

POTIFÓLIO

RENATA DIAS ARAUJO051171880

Cabo Frio – RJ2008

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INTRODUÇÃO

Reunir em só trabalho um conjunto de pedagogos que até hoje fazem parte da história

da educação, onde suas teorias contribuem para o avanço da educação, formação de

professores e principalmente na formação do aluno é de tamanha importância valorizar suas

idéias e pensamentos.

A contribuição de cada um deles fortalece o pensamento de que formar um cidadão

não é apenas ensinar ler e escrever, permitir condições adequadas para que a aprendizagem

ocorra, dando meios e atributos em que o aluno de desenvolva tanto pela contribuição do

professor mediador ou pela sua própria experiência, deixa claro que suas teorias fortalecem a

criação de todos os meios em que a aprendizagem deve ser alicerçada.

Deste de Sócrates até Emília Ferreiro é possível observar o quanto suas idéias como:

“A virtude vem do conhecimento; Aqueles que têm conhecimento têm virtude; Homens que

saibam conciliar sabedoria e conhecimento em suas ações; Ele antes tinha apenas sensações,

agora ele julga, nesta de frase de Rousseu, observa-se que formar um cidadão que aprenda por

mesma a julgar e criticar suas ações e na adolescência seria a fase em que este deveria ter

condições para isso; A compreensão entre aluno e professor; A educação sendo um processo

em que o homem desenvolve sua auto-consciência para a natureza e a sociedade; Educação

pela ação; Preparar acriança para a vida real; A escola tem que dar ouvidos a todos e a todos

servir; A criança é livre para escolher suas atividades assim desenvolver a concentração; as

crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento; O aluno não é tão somente o

sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro; A tarefa do professor é

facilitar o aprendizado que o aluno conduz a seu modo; A aprendizagem é processo em que

cada criança atravessa conforme sua própria potencialidade”.

Sendo assim, deste da antiguidade sempre houve a preocupação de formar cidadãos

capazes de pensar, formar, e construir seu próprio aprendizado, e contribuir na formação

professores capazes de atender as inúmeras necessidades dentro da educação sempre disposto

a rever seus conhecimentos e valores para assim melhor contribuir para a tal desejada

educação.

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ROUSSEAU 1712

SÓCRATES 470

COMENIUS 1592

PERSTALOZZI 1746

HERBART 1776

FROEBEL 1782

DEWEY 1859

LOURENÇO FILHO 1897 ANÍSIO TEIXEIRA

1900

MONTESSORI 1870

DECROLY 1871

WALLON 1879

FREINT 1896

PIAGET 1896 ROGERS 1902

EMÍLIA FERREIRO 1937

VYGOSTSKY 1896

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SÓCRATES

A virtude pode ser ensinada, se as idéias são inatas?

ócrates nasceu em Atenas, em 470 a.c e morreu em 399 a.c, passou toda a sua

vida em Atenas e com 70 anos, foi julgado e condenado por corromper jovens e

por não acreditar nos deuses da cidade. Seu método de transmissão de

conhecimentos e sabedoria era o diálogo. Através da palavra, o filósofo tentava levar o

conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano. Sócrates acreditava na

superioridade da fala sobre as palavras escritas. Desta feita, nunca escreveu seus

ensinamentos. Ele criticava a palavra escrita chamando-a de artificial, em vez de viva,

dizendo que não se podem fazer perguntas a uma palavra escrita. Os ensinamentos de

Sócrates que encontramos atualmente foram escritos por seus discípulos. De seus discípulos

lemos mais os diálogos escritos por Platão ou por Xenophon.

S

Sócrates foi inovador no método e nos tópicos em que ele abordou. Sua contribuição à

filosofia ocidental foi essencialmente de caráter ético. Seus ensinamentos visavam chegar ao

entendimento de conceitos com justiça, amor e virtude, procurando definições gerais para tais

idéias. Ele acreditava que o vício era o resultado da ignorância e que as pessoas não são más

por escolha. A virtude vem do conhecimento; aqueles que têm conhecimento têm virtude e,

portanto, agem corretamente e as pessoas que não agem eticamente, o fazem por falta de

conhecimento.

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O método socrático consiste numa prática muito famosa de Sócrates, o filósofo, em

que, utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica e pela ironia, levava o seu

interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o

seu conhecimento é limitado.

É atribuído a Sócrates, o grande filósofo grego do século IV AEC/A.C., devido ao seu uso

constante, registrado nos livros de Platão.

O Método Socrático é uma abordagem para geração e validação de idéias e conceitos

baseada em perguntas, respostas e mais perguntas.

Também conhecido como Maiêutica: "É o método que consiste em parir idéias complexas a

partir de perguntas simples e articuladas dentro dum contexto."

Mesmo se dedicando à educação dos cidadãos em Atenas, era indiferente em relação a seus próprios filhos.

Principais Interesses: Ética; Epistemologia: Virtude Idéias Notáveis: Ironia; Método Socrático Influência: Anaxogomas; Parmenides; Pródico Influenciados: Plantão; Aristóteles; Aristipo de Cirene. Antístenes; Filosofia Ocidental.

A vida que não passamos em revista não vale a pena viver

O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância

Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir

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JOÃO AMÓS COMÊNIUS

"Não se consegue de uma só semente produzir a mesma árvore? De um só método farei alunos capazes!"

omênius (1592 - 1670) educador tcheco, nasceu em Morávia. Estudou teologia e

ocupou a reitoria de um colégio, antes de ser ordenado padre. Foi o fundador da

didática e, em grande parte, da pedagogia moderna. A obra pedagógica essencial de

Comenius é Didática Magna (1667), que permaneceu ignorada até o séc. XIX. Nessa obra,

Comenius elaborou uma proposta de reforma da escola e do ensino e lançou as bases de uma

nova pedagogia que prioriza a arte de ensinar por ele denominada didática: empreendeu um

programa intenso de transformação fundamental dos programas e métodos de ensino; propôs-

se a elaborar um método universal para ensinar de tudo a todos, aproximou-se da criança de

modo incomparavelmente mais marcante do que qualquer um de seus predecessores ou

contemporâneos. Entre suas obras pode-se destacar Pródromus da Pansofia, de 1630. Portas

Abertas das Línguas em 1631 apresentou um novo método de ensino do latim por meio de

ilustrações e lições objetivas, que foi traduzido em dezesseis línguas. A grade didática, em

1633 em que faz uma tentativa de criar a ciência da educação utilizando os mesmos métodos

das ciências físicas.

C

O objetivo central da educação para Comenius era tornar os homens bons cristãos -

sábios no pensamento, dotados de verdadeira fé, capazes de praticar ações virtuosas

estendendo-se a todos: ricos, pobres, mulheres, portadores de deficiências. Para ele, a didática

é, ao mesmo tempo, processo e tratado: é tanto o ato de ensinar quanto a arte de ensinar.

Salientava a importância da educação formal de crianças pequenas e preconizou a

criação de escolas maternais, pois assim as crianças teriam, desde muito cedo, a oportunidade

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de adquirir as noções elementares do que deveriam aprender mais tarde, com profundidade.

Defendia a tese de que a educação deve começar pelos sentidos, pois as experiências

sensoriais obtidas através dos objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela

razão. Compreensão, retenção e práticas consistiam a base de seu método didático e, por meio

desses elementos, chegar-se-ia às três qualidades: erudição, virtude e religião, correspondendo

às três faculdades que é preciso ter: intelecto, vontade e memória.

O alvo da escola é a formação de homens críticos e ativos na sociedade, homens que

saibam conciliar sabedoria e conhecimento em suas ações. Compreendemos que só podemos

atingir este ideal a partir de Deus, pois dEle provém toda boa dádiva, toda a perfeita

sabedoria. Compreendendo que somente em Seu Filho encontramos todos os mistérios e toda

a ciência, pois foi Ele quem tudo sabiamente criou.

O método deve seguir os seguintes momentos:

• Tudo o que se deve saber deve ser ensinado;

• Qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinada em sua aplicação prática, no seu

uso definido;

• Deve ensinar-se de maneira direta e clara;

• Ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas;

• Explicar primeiro os princípios gerais;

• Ensinar as coisas em seu devido tempo;

• Não abandonar nenhum assunto até sua perfeita compreensão;

• Dar a devida importância às diferenças que existem entre as coisas.

A obra de Comenius constitui-se num paradigma do saber sobre a educação da

infância e da juventude, através de uma "nova tecnologia social": a escola. A Didática Magna

apresenta as características fundamentais da instituição escolar moderna. Entre elas podemos

apontar: a construção da infância moderna já como forma da uma pedagogização dessa

infância por meio da escolaridade formal; uma aliança entre a família e a escola por meio da

qual a criança vai se soltando a influência da órbita familiar para a órbita escolar; uma forma

de organização da transmissão dos saberes baseada no método de instrução simultânea,

agrupando-se os alunos e, não menos importante, a construção de um lugar de educador, de

mestre, reservado para o adulto portador de um saber legítimo. Tal plano se desenvolve tendo

em vista a evolução do homem da infância à juventude já antecipando ROUSSEAU.

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ROUSSEAU

"Que a criança corra, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá mais cedo a se levantar"

ean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, Suíça, em 1712. Sua mãe morreu no parto.

Viveu primeiro com o pai, depois com parentes da mãe e aos 16 anos partiu para uma

vida de aventureiro. Foi acolhido por uma baronesa benfeitora na província francesa de

Savoy, de quem se tornou amante. Converteu-se à religião dela, o catolicismo (era calvinista).

Até os 30 anos, alternou atividades que foram de pequenos furtos à tutoria de crianças ricas.

Ao chegar a Paris, ficou amigo dos filósofos iluministas e iniciou uma breve, mas bem-

sucedida carreira de compositor. Em 1745 conheceu a lavadeira Thérèse Levasseur, com

quem teria cinco filhos, todos entregues a adoção os remorsos decorrentes marcariam grande

parte de sua obra. Em 1756, já famoso por seus ensaios, Rousseau recolheu-se ao campo, até

1762. Foram os anos em que produziu as obras mais célebres (Do Contrato Social, Emílio e o

romance A Nova Heloísa), que despertaram a ira de monarquistas e religiosos. Viveu, a partir

daí, fugindo de perseguições até que, nos últimos anos de vida, recobrou a paz. Morreu em

1778 no interior da França. Durante a Revolução Francesa, 11 anos depois, foi homenageado

com o translado de seus ossos para o Panteão de Paris.

J

Portanto, nesse sentido, propunha tanto uma "pedagogia da política" quanto uma

"política da pedagogia". Um dos instrumentos essenciais de sua pedagogia é o da educação

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natural: voltar a unir natureza e humanidade. A família, vista como um reflexo do Estado é

outro dos elementos centrais de sua pedagogia. Para ele a ação do educador, neste momento,

deve ser uma ação natural, que leve em consideração as peculiaridades da infância, a

“ingenuidade e a inconsciência” que marcam a falta da ‘razão adulta’.

Para Rousseau, a criança devia ser educada, sobretudo em liberdade e viver cada fase

da infância na plenitude de seus sentidos mesmo porque, segundo seu entendimento, até os 12

anos, o ser humano é praticamente só sentidos, emoções e corpo físico, enquanto a razão

ainda se forma. Liberdade não significa a realização de seus impulsos e desejos, mas uma

dependência das coisas (em oposição à dependência da vontade dos adultos). "Vosso filho

nada deve obter porque pede, mas porque precisa, nem fazer nada por obediência, mas por

necessidade", escreveu o filósofo em Emílio.

Um dos objetivos do livro era criticar a educação elitista de seu tempo, que tinha nos

padres jesuítas os expoentes. Rousseau condenava em bloco os métodos de ensino utilizados

até ali, por se escorarem basicamente na repetição e memorização de conteúdos, e pregava sua

substituição pela experiência direta por parte dos alunos, a quem caberia conduzir pelo

próprio interesse o aprendizado. Mais do que instruir, no entanto, a educação deveria, para

Rousseau, se preocupar com a formação moral e política.

Rousseau, no contexto de sua época, formulou princípios educacionais que

permanecem até nossos dias, principalmente enquanto afirmava: que a verdadeira finalidade

da educação era ensinar a criança a viver e a aprender a exercer a liberdade. Para ele, a

criança não é educada para Deus, nem para a vida em sociedade, mas sim, para si mesma: "

Viver é o que eu desejo ensinar-lhe. Quando sair das minhas mãos, ele não será magistrado,

soldado ou sacerdote, ele será, antes de tudo, um homem".

Podem afirmar que as idéias de Rousseau influenciam diferentes correntes

pedagógicas, principalmente as tendências não diretivas, no século XX.

Seu método de educação era o de retardar o crescimento intelectual: ele demandava a

criança demonstrar seus próprios interesse em um assunto e fazer suas próprias perguntas; no

estágio da puberdade, no entanto, a sensibilidade do jovem deveria ser educada. O

adolescente aceitaria com confiança um contrato livre e recíproco de amizade com seu mestre,

que poderia então ajudá-lo a descobrir as alegrias da religião e as dificuldades de lidar com a

sociedade.

O aluno somente entraria na sociedade quando a tendência para a socialização surgisse

como uma de suas necessidades naturais. Isto aconteceria na adolescência, após o

desenvolvimento da razão. Diz Rousseau "Ele antes tinha apenas sensações, agora ele julga."

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Então o aluno experimenta um desejo de companhia e lhe será permitido desenvolver

relacionamento pessoal. Então ele vai estudar história e religião.

Finalmente ele vai entrar "na sociedade educada de uma grande cidade". Ele agora

poderá entender o que significa ser um cidadão.

“Tudo é certo em saindo das mãos do Autor das coisas, tudo degenera nas mãos do

homem. Ele obriga uma terra a nutrir as produções de outra, uma árvore a dar frutos de outra;

mistura e confunde os climas, as estações, mutila seu cão, seu cavalo, seu escravo, transforma

tudo, desfigura tudo; amam a deformidade, os monstros; não quer nada como o fez a natureza,

nem mesmo o homem; tem de ensiná-lo para si, como um cavalo de picadeiro; tem que

moldá-lo a seu jeito como árvore de seu jardim.” Rousseau (apud GADOTTI, 2006).

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J. H. PESTALOZZI

“Uma educação perfeita é para mim simbolizada por uma árvore plantada perto de águas fertilizantes.”

estalozzi nasceu em Zurique, Suíça, em 1746 e faleceu em 1827. Exerceu grande

influência no pensamento educacional e foi um grande adepto da educação pública. P Democratizou a educação, proclamando ser o direito absoluto de toda criança ter

plenamente desenvolvidos os poderes dados por Deus. Seu entusiasmo obrigou governante a

se interessarem pela educação das crianças das classes desfavorecidas. Podemos dizer que ele

psicologizou a educação, pois quando ainda não havia a estruturação de uma ciência

psicológica e embora seus conhecimentos da natureza da mente humana fossem vagos, viu

claramente que uma teoria e prática corretas de educação deviam ser baseadas em tal tipo de

conhecimentos.

Em 1782, em seu primeiro livro: Leonardo e Gertrudes, expressa suas idéias

educacionais, mas, a obra não foi considerada como um tratado educativo pelas figuras

importantes da época.

Pestalozzi decide ser mestre-escola, e vai então, em sua escola, procurar aplicar suas

idéias educacionais. Para ele a escola deveria aproximar-se de uma casa bem organizada, pois

o lar era a melhor instituição de educação, base para a formação moral, política e religiosa.

Em sua escola, mestres e alunos (meninos e adolescentes) permaneciam juntos o dia todo,

dormindo em quartos comuns. A organização da escola segundo ele deveria ser: As turmas

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eram formadas com os menores de oito anos, com os alunos entre oito e onze anos e outra

turma com idades de onze a dezoito anos. As atividades escolares duravam das 08h00min as

17h00min horas e eram desenvolvidas de modo flexível; os alunos rezavam, tomavam banho,

faziam o desjejum, faziam as primeiras lições, havendo um curto intervalo entre elas. Duas

tardes por semana eram livres, e os alunos realizavam excursões. Os problemas disciplinares

eram discutidos à noite; ele condenava a coerção, as recompensas e punições.

Dentro dos princípios educacionais e Contribuições de Pestalozzi pode-se destacar: O

desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis definidas; a gradação

deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; a impressão sensorial é fundamental e

os sentidos devem estar em contato direto com os objetos; a mente é ativa; o professor é

comparado ao jardineiro que providência as condições propícias para o crescimento das

plantas. Fundamentação da educação no desenvolvimento orgânico mais que na transmissão

de idéias memorizáveis. A educação começa com a percepção de objetos concretos e

conseqüentemente com a realização de ações concretas e a experimentação de respostas

emocionais reais. O desenvolvimento é uma aquisição gradativa, cada forma de instrução

deve progredir de modo lento e gradativo. Conceituação de disciplina baseada na boa vontade

recíproca e na cooperação entre aluno e professor. Introdução de novos recursos

metodológicos. Deu impulso à formação de professores e ao estudo da educação como uma

ciência.

Educadores de todo o mundo adotaram o método de Pestalozzi e difundiram suas

idéias na Europa e na América. Froebel e Herbart estudaram-lhe a obra.

“Uma educação perfeita é para mim simbolizada por uma árvore plantada perto de

águas fertilizantes. Uma pequena semente que contém o germe da árvore, sua forma e suas

propriedades é colocada no solo. A árvore inteira é uma cadeia interrupta de partes orgânicas,

cujo plano existia na semente e na raiz [...]. Deste modo, a fé; o amor pelo próprio ato de

amar, não com argumento a respeito do amor; o pensamento, pelo nosso próprio ato de

pensar, não por mera apropriação dos pensamentos de outros homens, e o conhecimento, pela

nossa própria investigação, não por falação interminável sobre os resultados da arte e da

ciência”. Pestalozzi, (apud GADOTTI, 2006).

J. F. HERBART

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"A pedagogia mostra os fins da educação; a psicologia, o caminho, os meios e os obstáculos"

erbart nasceu em Oldenburg, na Alemanha, em 1776, e conheceu alguns dos mais

importantes intelectuais de seu tempo. Aos 18 anos, já era aluno do filósofo

Johann Fichte (1762-1814) na Universidade de Iena. Logo em seguida, trabalhou

durante quatro anos, como professor particular em Interlaken, na Suíça, período em que ficou

amigo do educador Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Tornou-se professor na

Universidade de Göttingen em 1802. Seis anos depois, assumiu a cátedra deixada vaga por

Immanuel Kant em Königsberg, onde lecionou até 1833, quando reassumiu o posto de

professor de filosofia em Göttingen. Em Königsberg, fundou um seminário pedagógico com

uma escola de aplicação e um internato. Os estudos mais importantes de Herbart foram ao

campo da filosofia da mente, à qual subordinou suas obras pedagógicas (entre elas, Pedagogia

Geral e Esboço de um Curso de Pedagogia). A influência de sua teoria se estendeu a uma

legião de pensadores, dando origem a várias interpretações, até entrar em declínio no início do

século 20.

H

Para Herbart, a filosofia representou a elaboração e a análise da experiência. A lógica

tinha por objeto a classificação dos conceitos, enquanto a metafísica e a estética referiam-se

ao conteúdo do pensamento. Análises lógicas revelavam as contradições dos conceitos que a

metodologia procura resolver.

Como teórico da educação, defendeu a idéia de que o objetivo da pedagogia é o

desenvolvimento do caráter moral. O ensino deve fundamentar-se na aplicação dos

conhecimentos da psicologia. Criou o sistema que denominou instrução educativa. Esse

sistema, segundo educador brasileiro Lourenço Filho, propõe um ensino que, através de

situações sucessivas e bem reguladas pelo mestre, fortalece a inteligência e, pelo cultivo dela,

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forma a vontade e o caráter. Herbart sugeriu que cada lição obedecesse a fases estabelecidas

ou a passos formais. Seriam eles: o de clareza da apresentação dos elementos sensíveis de

cada assunto; o de associação; o de sistematização; e, por fim, o de aplicação.

Segundo ele, a ação pedagógica se orienta por três procedimentos: o governo, a

instrução e a disciplina.

A principal função da educação em uma sociedade é a aquisição de idéias por parte

dos alunos. A idéia chave de sua pedagogia é que a instrução é a base da educação. Não lhe

interessava se a educação fortaleceria a democracia ou a cultura política. Seu interesse

concentrava-se em formar pessoas muito mais que cidadãos. Não são duas educações

distintas, uma educação intelectual e uma educação moral. A natureza da mente é una,

portanto só há uma educação: a educação através da instrução, da instrução educativa.

O ponto culminante de sua doutrina pedagógica é conseguir a "liberdade interior",

cujo significado é que a criança se liberte de todas as influências do exterior e se converta em

um ser autônomo, capaz de buscar e retirar de seu interior as regras de conduta e os preceitos

morais.

A educação se constrói sobre o "espírito" e não sobre os sentimentos transitórios.

Sua proposta foi concebida para ser aplicada no âmbito da educação particular e não da

educação pública.

Criticava duramente a educação uniforme ministrada a crianças muito desiguais

(moral e intelectualmente) das escolas públicas.

Os fatores determinantes de sua influência no pensamento pedagógico foram: o

caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos a serem

seguidos para a instrução e a sistematização que imprimiu ao seu método.

Para ele, o conhecimento é dado pelo mestre ao aluno, de modo que só mais tarde o

aplica a experiências vividas, é uma educação pela instrução, neste caso, com um caráter

intelectualista.

FROEBEL

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“O homem é uma força auto-geradora e não uma esponja que absorve conhecimento do exterior.”

roebel nasceu em 1782 em Oberweibach, faleceu em 1852. Seu pai era um pastor

protestante. Seus princípios filosóficos- teológicos apontam um Froebel

(protestante) com um espírito profundamente religioso que desejava manifestar ao

exterior o que lhe acontecia interiormente: sua união com Deus. Esses princípios e sua crença

determinaram alguns de seus postulados tais como: o educando tem que ser tratado de acordo

com sua dignidade de filho de Deus, dentro de um clima de compreensão e liberdade. O

educador é obrigado a respeitar o discípulo em toda sua integridade; deve manifestar-se como

um guia experimentado e amigo fiel que com mão flexível, mas firme, exija e oriente. Não é

somente um guia, mas também sujeito ativo da educação: dá e recebe, orienta, mas deixa em

liberdade, é firme, mas concede. O educador deve conhecer os diversos graus de

desenvolvimento do homem para realizar sua tarefa com êxito, sendo três as fases de

desenvolvimento: vão desde que o homem nasce até a adolescência.

F

A essência de sua pedagogia são as idéias de atividade e liberdade. Trabalhou com

Pestalozzi, e embora influenciado por ele, foi totalmente independente e crítico, formulando

seus próprios princípios educacionais. Seus ideais educacionais foram considerados

politicamente radicais e, durante alguns anos, foram banidos da Prússia.

Em 1837 Froebel abriu o primeiro jardim de infância, onde as crianças eram

consideradas como plantinhas de um jardim, do qual o professor seria o jardineiro. A criança

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se expressaria através das atividades de percepção sensorial, da linguagem e do brinquedo. A

linguagem oral se associaria à natureza e à vida.

Frobel foi um defensor do desenvolvimento genético. Para ele o desenvolvimento

ocorre segundo as seguintes etapas: a infância, a meninice, a puberdade, a mocidade e a

maturidade, todas elas igualmente importantes. Observava, portanto a gradação e a

continuidade do desenvolvimento, bem como a unidade das fases de crescimento. Enfim, a

educação da infância se realiza através de três tipos de operações: a ação, o jogo e o trabalho.

Ele foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica, a apreender o

significado da família nas relações humanas.

Idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem: blocos de

construção que eram utilizados pelas crianças em suas atividades criadoras, papel, papelão,

argila e serragem. O desenho e as atividades que envolvem o movimento e os ritmos eram

muito importantes. Para a criança se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para

os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo.

Valorizava também a utilização de histórias, mitos, lendas, contos de fadas e fábulas, assim

como as excursões e o contato com a natureza.

Froebel afirma em sua obra A educação do homem (1826) que "a educação é o

processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana autoconsciente, com todos os

seus poderes funcionando completa e harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade.

Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo,

originariamente se elevara acima do plano animal e continuara a se desenvolver até a sua

condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal".

Esse conceito de parte-todo foi um dos mais bem desenvolvidos por Froebel. Cada

objeto é parte de algo mais geral e é também uma unidade, se for considerado em relação a si

mesmo. No campo das relações humanas, o indivíduo é, para ele, uma unidade, quando

considerado em si mesmo, mas mantém uma relação com o todo, isto é, incorpora-se a outros

homens para atingir certos objetivos.

A grande tarefa da educação consiste em ajudar o homem a conhecer a si próprio, a

viver em paz com a natureza e em união com Deus. É o que ele chamou de educação integral.

Sua concepção de ser humano era profundamente religiosa. Sua proposta pode ser

caracterizada como um "currículo por atividades", no qual o caráter lúdico é o fator

determinante da aprendizagem das crianças.

Entende a educação como suporte no processo de apropriação do mundo pelo homem,

é um modelo de educação esférica, onde os alunos aprendem em contato com o real, com as

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coisas em sua volta, com os objetos de aprendizagem. A Matemática só é entendida quando o

sujeito for capaz de estruturar a realidade.

JONH DEWEY

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“A moral está jungida às realidades da vida, não a ideais, fins e obrigações independentes das realidades concretas. Os fatos dos quais ela depende, que são seus alicerces, procedem das ligações ativas e recíprocas entre indivíduos, são conseqüências das suas atividades entrelaçadas com a vida dos desejos, crenças, dos julgamentos, das satisfações e dos descontentamentos. Neste sentido a conduta e, conseqüentemente, a moral são sociais (...)”

onh Dewey nasceu em 1859 e morreu em 1952, filosofo, psicológico e pedagogo liberal

norte americano, exerceu grande influência sobre toda a pedagogia contemporânea. Ele

foi o defensor da Escola Ativa, que propunha a aprendizagem através da atividade

pessoal do aluno.

JSua filosofia da educação foi determinante para que a Escola Nova se propagasse por

quase todo o mundo. Dewey praticou uma crítica contundente à obediência e submissão até

então cultivadas nas escolas. Ele as considerava verdadeiros obstáculos à educação. Através

dos princípios da iniciativa, originalidade e cooperação, pretendia liberar as potencialidades

do indivíduo ruma a uma ordem social que, em vez de ser mudada, deveria ser

progressivamente aperfeiçoada.

Vários aspectos da teoria de Dewey são assimilados a pedagogia do trabalho, seu

discurso apresentava ser bem genérico, ele não questionava as raízes da desigualdade sociais,

mas priorizava o aspecto psicológico da educação. Apesar de suas posições político-

pedagógicas, Dewey construiu idéias de caráter progressista, como o autogoverno dos

estudantes, a discussão sobre a legitimidade do poder político, além da defesa da escola

pública e ativa.

Principais obras são: Vida e educação, Democracia, Escola e sociedade e Experiência

e educação. Dewey não aceita a educação pela instrução proposta por Herbart, propondo a

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educação pela ação; critica severamente a educação tradicional, principalmente no que se

refere a ênfase dada ao intelectualismo e a memorização. Para Dewey, o conhecimento é uma

atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo, mas está dirigido para a experiência. As

idéias são hipóteses de ação e são verdadeiras quando funcionam como orientadoras dessa

ação. De acordo com os ideais da democracia, Dewey, vê na escola o instrumento ideal para

estender a todos os indivíduos os seus benefícios, tendo a educação uma função

democratizadora de igualar as oportunidades. Advém dessa concepção o "otimismo

pedagógico" da escola nova, tão criticado pelos teóricos das correntes crítico-reprodutivistas.

O processo de ensino- aprendizagem para Dewey estaria baseada em:

• Uma compreensão de que o saber é constituído por conhecimentos e vivências que se

entrelaçam de forma dinâmica, distante da previsibilidade das idéias anteriores;

• Alunos e professor detentores de experiências próprias, que são aproveitadas no

processo. O professor possui uma visão sintética dos conteúdos, os alunos uma visão

sincrética, o que torna a experiência um ponto central na formação do conhecimento,

mais do que os conteúdos formais;

• Uma aprendizagem essencialmente coletiva, assim como é coletiva a produção do

conhecimento.

O conceito central do pensamento de Dewey é a experiência, a qual consiste, por um

lado, em experimentar e, por outro, em provar. Com base nas experiências que prova, a

experiência educativa torna-se para a criança num ato de constante reconstrução.

LOURENÇO FILHO

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"A fim de que a escola, primária ou secundária, possa ter caráter educativo pleno, deverá oferecer condições e oportunidades para que os alunos organizem a sua conduta para a saúde, a família, o trabalho, a pátria, a recreação e a religião. Nestes termos se condensam, realmente, todas as modalidades de possível ação educativa".

anoel Bergstrom Lourenço Filho nasceu em 1897 em São Paulo e faleceu no

Rio de Janeiro 1970. Em 1922, comissionado diretor da Instrução Pública,

realizou uma reforma geral do ensino, por solicitação do Governo de Ceará,

considerada um dos movimentos pioneiros da Escola Nova no país.

MSua participação política também merece destaque: presente nas Conferências

Nacionais de Educação de 1927 e 1928, respectivamente em Curitiba e Belo Horizonte,

apresenta suas idéias quanto ao ensino primário e à liberdade dos programas de ensino. Se não

autor, é certamente um dos atores mais importantes do Manifesto dos Pioneiros da Educação

Nova, de 1932.

Lourenço acreditava que a era getulista fosse realmente de modernização. Ou seja, o

governo brasileiro daquele momento lhe pareceu oportuno para reformar a educação.

Também é criticado pelo caráter tecnicista de suas propostas educacionais. Talvez uma

investigação aprofundada sobre esse educador pudesse guindá-lo da posição secundária, em

que costumeiramente parece ser confinado, para um plano de maior destaque.

De fato, a obra de Lourenço Filho sobre a Escola Nova é emblemática. Em 1926, por

exemplo, em resposta ao inquérito acerca do ensino paulista promovido pelo jornal O Estado

de S. Paulo, apresenta com extraordinária clareza e precisão as características do movimento

renovador: "A escola tradicional não serve o povo, e não o serve porque está montada para

uma concepção social já vencida, senão morta de todo... A cultura, bem ou mal, vinha

servindo os indivíduos que se destinavam às carreiras liberais, mas nunca às profissões

normais de produção econômica". Para ele, o papel da escola, principalmente o da escola

primária, era o de adaptar os futuros cidadãos, material e moralmente, às necessidades

Page 21: potifólio

vindouras. Busca integrar a criança na sociedade e explica a necessidade da educação escolar

pública e obrigatória, pois a escola deve preparar para a vida real, pela própria vida.

Para ele, "ensinar" é a arte de transmitir conhecimentos e técnicas, ou seja, o ensino é

o processo de inculcação de noções e idéias e, esse papel historicamente coube à escola. Já em

relação à Educação, esta, deveria ser integral, oferecer mais que a instrução, pois cabe a ela

integrar os indivíduos. O caráter educativo pleno da escola estaria no oferecerimento de

condições e oportunidades para que os alunos organizassem a sua conduta para a saúde, a

família, o trabalho, a pátria, a recreação e a religião.

Algumas obras de sua vasta produção

• Educação comparada. São Paulo: Melhoramentos, 1961, 294 p. • Estatística e educação. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1940, 23 p. • Introdução ao estudo da Escola Nova. São Paulo: Melhoramentos, 1978, 271 p. • A criança na Literatura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1948. • Introdução ao estudo da Escola Nova. São Paulo: Melhoramentos, 1978, 271 p. • Organização e administração escolar: Um curso básico. São Paulo:

Melhoramentos, 1963, 288 p. • Psicologia educacional. São Paulo: Melhoramentos. • Psicologia de ontem e de hoje. São Paulo: Melhoramentos. • Tendências da educação brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1940, 164 p. • Testes ABC para verificação da maturidade necessária à aprendizagem da leitura e

escrita. São Paulo: Melhoramentos, 1969, 200 p. (inclui material para aplicação dos testes.

Trecho do livro Introdução ao estudo da Escola Nova. Lourenço Filho, (apud

GADOTTI, 2006, p. 242). “Ao invés do ensino passivo, decorrente da filosofia sensualista e

intelectualista de outros tempos, proclama a necessidade de ensino funcional ou ativo,

baseado na expansão dos interesses naturais da criança. Ao invés do nada está na inteligência

que não tive passado pelos sentidos, o nada está na inteligência que nada tenha sido ação

interessada. Ao invés do trabalho individual, de fundo egoísmo, o trabalho em comunidade,

que dê o hábito da cooperação. Ao invés da discriminação de materiais, o ensino em situação

total ou globalizado. Ao invés da escola de ouvir, a escola de fazer, de praticar a vida. Ao

invés da autoridade externa, a reunião de condição que permitiam desenvolver-se, em cada

indivíduo, a autoridade interna: toda educação deve ser uma auto-educação”.

ANÍSIO TEIXEIRA

Page 22: potifólio

"Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública".

nísio Spínola Teixeira nasceu em Caetité (BA), em 12 de julho de 1900, numa

família de fazendeiros. Estudou em colégios jesuítas em Caetité e em Salvador.

Em 1922, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, no Rio de Janeiro. Com

apenas 24 anos, foi nomeado inspetor geral de Ensino do Estado da Bahia. Em 1928, estudou

na Universidade de Columbia, em Nova York, onde conheceu o pedagogo John Dewey.

AEm 1931, foi nomeado secretário de Educação do Rio. Em sua gestão, criou uma rede

municipal de ensino completa que ia da escola primária à universidade. Em abril de 1935,

completou a montagem da rede de ensino do Rio com a criação da Universidade do Distrito

Federal (UDF). Ao lado da Universidade de São Paulo (USP), inaugurada no ano seguinte, a

UDF mudou o ensino superior brasileiro, mas ela foi extinta em 1939, durante o Estado Novo.

Em 1935, perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, Anísio refugiou-se em sua

cidade natal, onde viveu até 1945. Nesse período, não atuou na área educacional e se tornou

empresário.

Anísio foi um dos idealizadores da Universidade de Brasília (UnB), fundada em 1961.

Ele entregou a Darcy Ribeiro, que considerava como seu sucessor, a condução do projeto da

universidade. Em 1963, tornou-se reitor da UnB. Com o golpe de 1964, acabou afastado do

cargo. Foi para os Estados Unidos, lecionar nas universidades de Columbia e da Califórnia.

Voltou ao Brasil em 1965. Em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas

(FGV). Morreu em 11 de março de 1971, de modo misterioso. Seu corpo foi encontrado no

poço do elevador de um edifício no começo da Avenida Rui Barbosa, no Rio. A polícia

considerou a morte acidental, mas a família do educador suspeita de que ele possa ter sido

vítima da repressão do governo do general Emílio Garrastazu Medici.

Page 23: potifólio

Principais obras: Educação pública: organização e administração (1935), Educação

não é privilégio (1956), A educação é um direito (1967) e Pequena Introdução à Filosofia da

Educação.

A marca do pensador Anísio era uma atitude de inquietação permanente diante dos

fatos, considerando a verdade não como fato indefinido, mas que se busca continuamente.

Para ele não se aprende só idéias ou fato, mas também atitudes, ideais e senso-crítico, deste

que a escola disponha de condição para exercitá-los. Assim uma criança só pode praticar a

bondade em uma escola onde haja condições reais para desenvolver o sentimento.

“A escola tem que dar ouvidos a todos e a todos servir. Será o teste de sua

flexibilidade, da inteligência de sua organização e da inteligência dos seus servidores. Esses

têm que honrar as responsabilidades que as circunstâncias lhe confiam, e só o poderão fazer

transformando-se a si mesmos e transformando a escola”. Anísio, (apud GADOTTI, 2006).

MARIA MONTESSORI

Page 24: potifólio

“A criança não pode levar uma vida normal no mundo complicado dos adultos. Todavia é evidente que o adulto, com a vigilância contínua, com as admoestações ininterruptas, com suas ordens arbitrárias, perturba e impede o desenvolvimento da criança. Dessa forma, todas as forças positivas que estão prestes a germinar são sufocadas; e a criança só conta com uma coisa: o desejo intenso de livrar-se, o mais rápido que lhe for possível, de tudo e de todos”.

aria Montessori nasceu na Itália, em 1870, e morreu em 1952. Formou-se em

medicina, iniciando um trabalho com crianças anormais na clínica da

universidade, vindo posteriormente dedicar-se a experimentar em crianças sem

problemas, os procedimentos usados na educação dos não normais.

M A pedagogia Montessoriana relaciona-se a normatização (consiste em harmonizar a

interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade). As escolas do

Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. O método Montessoriano tem por

objetivo a educação da vontade e da atenção, com o qual a criança tem liberdade de escolher o

material a ser utilizado, alem de proporcionar a cooperação.

Os princípios fundamentais do sistema Montessori são: a atividade, a individualidade

e a liberdade. Enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerando que a vida é

desenvolvimento, achava que era função de educação favorecer esse desenvolvimento.

Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando, portanto ser

determinados. Assim, na sala de aula, a criança era livre para agir sobre os objetos sujeitos a

sua ação, mas estes já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros

materiais que desenvolveu.

A pedagogia de Montessori insere-se no movimento das Escolas Novas, uma oposição

aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos do

desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas

técnicas que apresentou para os jardins de infância e para as primeiras séries do ensino

formal.

Page 25: potifólio

O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo

pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função a

estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho

espontâneo do intelecto.

Ela produz uma série de cinco (5) grupos de materiais didáticos:- Exercícios Para a

Vida Cotidiana- Material Sensorial- Material de Linguagem- Material de Matemática-

Material de Ciências

Estes materiais se constituem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas

para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e

espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com

diferentes sons.

O Material Dourado é um dos materiais criado por Maria Montessori. Este material

baseia-se nas regras do sistema de numeração, inclusive para o trabalho com múltiplos, sendo

confeccionado em madeira, é composto por: cubos, placas, barras e cubinhos. O cubo é

formado por dez placas, a placa por dez barras e a barra por dez cubinhos. Este material é de

grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem dos algoritmos da adição, da

subtração, da multiplicação e da divisão.

A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto fundamental para que

exista a concentração e para que a atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha se

realiza com ordem disciplina e com um relativo silêncio.

O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança fala quando o trabalho

assim o exige, a professora não precisa falar alto. Pés e mãos têm grande destaque nos

exercícios sensoriais (não se restringem apenas aos sentidos), fornecendo oportunidade às

crianças de manipular os objetos, sendo que a coordenação se desenvolve com o movimento.

Em relação à leitura e escrita, na escola montessoriana, as crianças conhecem as letras

e são introduzidas na análise das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo as

letras, a criança pode escrever palavras e orações inteiras. Em relação à matemática os

materiais permitem o reconhecimento das formas básicas, permite o estabelecimento de

graduações e proporções, comparações, induzem a contar e calcular.

Os doze pontos do Método Montessori

• Baseia-se em anos de observação da natureza da criança por parte do maior gênio

da educação desde Froebel.

• Demonstrou ter uma aplicabilidade universal.

Page 26: potifólio

• Revelou que a criança pequena pode ser um amante do trabalho, do trabalho

intelectual, escolhido de forma espontânea, e assim, realizado com muita alegria.

• Baseia-se em uma necessidade vital para a criança que é a de aprender fazendo.

Em cada etapa do crescimento mental da criança são proporcionadas atividades

correspondentes com as quais se desenvolvem suas faculdades.

• Ainda que ofereça à criança uma grande espontaneidade consegue capacitá-la para

alcançar os mesmos níveis, ou até mesmo níveis superiores de sucesso escolar, que

os alcançados sobre os sistemas antigos.

• Consegue uma excelente disciplina apesar de prescindir de coerções tais como

recompensas e castigos. Explica-se tal fato por tratar-se de uma disciplina que tem

origem dentro da própria criança e não imposta de fora.

• Baseia-se em um grande respeito pela personalidade da criança, concedendo-lhe

espaço para crescer em uma independência biológica, permitindo-se à criança uma

grande margem de liberdade que se constitui no fundamento de uma disciplina

real.

• Permite ao professor tratar cada criança individualmente em cada matéria, e assim,

fazê-lo de acordo com suas necessidades individuais.

• Cada criança trabalha em seu próprio ritmo.

• Não necessita desenvolver o espírito de competência e a cada momento procura

oferecer às crianças muitas oportunidades para ajuda mútua o que é feito com

grande prazer e alegria.

• Já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, sem coerções e sem

necessidade de competir, não sente as tensões, os sentimentos de inferioridade e

outras experiências capazes de deixar marcas no decorrer de sua vida.

• O método Montessori se propõe a desenvolver a totalidade da personalidade da

criança e não somente suas capacidades intelectuais. Preocupa-se também com as

capacidades de iniciativa, de deliberação e de escolhas independentes e os

componentes emocionais.

Principais obras:

Pedagogia científica

A criança e etapas da educação

DECROLY

Page 27: potifólio

"A educação deve estar para a vida e mediante a vida. A resposta à imobilidade que condena a uma escola passiva é o ensino ativo, que permite ao aluno ou à aluna atuar como o inventor ou o artista, ou seja, fazendo tentativas - ensaios e erros".

vide Decroly nasceu em 1871 e morreu em 1932. Sua obra educacional destaca-se

pelo valor que colocou nas condições do desenvolvimento infantil; destaca o

caráter global da atividade da criança e a função de globalização do ensino. Foi ao

mesmo tempo educador, psicólogo, médico, universitário.

O Suas teorias têm um fundamento psicológico e sociológico e podemos resumir os

critérios de sua metodologia no interesse e na auto-avaliação. Promove o trabalho em equipe,

mas, mantendo a individualidade do ensino com o fim de preparar o educando para a vida. A

ausência de ideais religiosos é uma das características de seu modelo pedagógico.

Sua proposta contém diversos elementos: um método de análise, uma ética e uma

filosofia fortemente impregnadas de cientificismo influenciado pela corrente filosófica

racionalista, especialmente de H. Spencer.

Postulava que a escola, considerada a instituição humana mais elevada, devia

modificar-se de maneira profunda. Sua crítica sobre a escola era bastante severa, já que

segundo ele, não cumpria com seus propósitos e para ele o futuro de um povo dependia da

organização e influência da escola. Para ele, a educação não se constitui em uma preparação

para a vida adulta; a criança deve aproveitar sua juventude e resolver as dificuldades

compatíveis ao seu momento de vida. Desse pressuposto deriva sua proposta de organização

da escola.

Seu método, mais conhecido como centros de interesse, destinava-se especialmente às

crianças das classes primárias. Nesses centros, a criança passava por três momentos:

OBSERVAÇÃO: não acontece em uma lição, nem em um momento determinado da técnica

educativa, pois, deve ser considerada como uma atitude, chamando a atenção do aluno

Page 28: potifólio

constantemente. Os exercícios de observação, fundamento das aprendizagens, fazem a

inteligência trabalhar com materiais recolhidos pelos sentidos e pela experiência da criança,

levando em conta seus interesses. ASSOCIAÇÃO: permite que o conhecimento adquirido

pela observação seja entendido em termos de tempo e espaço. EXPRESSÃO: por esse meio a

criança poderia externar sua aprendizagem, através de qualquer meio de linguagem,

integrando os conhecimentos adquiridos, de maneira globalizadora.

“Diferentemente de Montessori, que faz experimentar num material educativo

"artificial" e pré-organizado. Decroly incita a criança a utilizar objetos concretos do mundo

real, recorrendo à experiência direta e à intuição". Não havia um programa pré -fixado. Do ato

de comer poderia surgir o estudo da alimentação, a origem dos alimentos, sua classificação, os

preços, o preparo, a produção. E, com a curiosidade infantil e o desenvolvimento das crianças,

surgiriam noções de geografia, história, ciências, redação, desenho, matemática.

Decroly não se esquece de nada que a escola devesse ensinar à criança; o que ele fez

foi transformar a maneira de aprender e ensinar, adequando-as à psicologia infantil. Os

exercícios de observação, fundamento das aprendizagens, fazem a inteligência trabalhar com

materiais recolhidos pelos sentidos e pela experiência da criança, levando em conta seus

interesses. Contrariamente à Montessori, Decroly estimula o uso pela criança de objetos

concretos, do mundo real, recorrendo à experiência direta e à intuição. Como Claparède,

concedeu amplo espaço ao jogo.

Algumas críticas feitas às concepções pedagógicas aqui expostas apontam que as

necessidades básicas postuladas por ele, são as dos adultos, e não a das crianças. E ainda, a de

que, o objetivo do trabalho escolar continua sendo a aquisição de conhecimentos

predeterminados, pois, os centros de interesse, apenas fariam uma reorganização dos

conhecimentos contidos nas matérias escolares, apesar de proporem atividades que vão do

empírico ao abstrato e também que deixa de lado a realidade sócio-econômica e cultural em

que as crianças estão imersas. Alguns autores consideram que o projeto decroliano baseou-se

nas preocupações da classe intelectual dirigente de seu tempo: este contexto cultural, social,

econômico, político e ideológico constituíram a fundamentação de onde surgiram as bases de

quem fundou em 1907, em Bruxelas, a escola de L'Ermitage, com o lema " a escola por e para

a vida".

HENRI WALLON

Page 29: potifólio

“só podemos entender as atitudes da criança se entender o trama do ambiente no qual está inserida".

enri Wallon nasceu na França em 1879. Antes de chegar à psicologia passou pela

filosofia e medicina e ao longo de sua carreira foi cada vez mais explícita a

aproximação com a educação. Em 1902, com 23 anos, formou-se em filosofia

pela Escola Normal Superior, cursou também medicina, formando-se em 1908.

HViveu num período marcado por instabilidade social e turbulência política. As duas

guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), o avanço do fascismo no período entre guerras, as

revoluções socialistas e as guerras para libertação das colônias na África atingiram boa parte

da Europa e, em especial, a França.

Em 1925 funda um laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças ditas

deficientes. Ainda em 1925 publica sua tese de doutorado “A Criança Turbulenta”. Inicia um

período de intensa produção com todos os livros voltados para a psicologia da criança. O

último livro “Origens do pensamento na criança’, em 1945.

Em 1942, filiou-se ao Partido Comunista, do qual já era simpatizante. Manteve ligação

com o partido até o final da vida. Em 1948, cria “a revista ‘Enfance”. Neste periódico, que

ainda hoje tenta seguir a linha editorial inicial, as publicações servem como instrumento de

pesquisa para os pesquisadores em psicologia e fonte de informação para os educadores.

Faleceu em 1962.

Wallon procura explicar os fundamentos da psicologia como ciência, seus aspectos

epistemológicos, objetivos e metodológicos. Admite o organismo como condição primeira do

pensamento, pois toda a função psíquica supõe um componente orgânico. No entanto,

considera que não é condição suficiente, pois o objeto de ação mental vem do ambiente no

qual o sujeito está inserido, ou seja, de fora. Considera que o homem é determinado

fisiológica e socialmente, sujeito às disposições internas e às situações exteriores.

Baseou suas idéias em quatro elementos básicos que está todo o tempo em

comunicação: afetividade, emoções, movimento e formação do eu.

Page 30: potifólio

Wallon realiza um estudo que é centrado na criança contextualizada, onde o ritmo no

qual se sucedem as etapas do desenvolvimento é descontínuo, marcado por rupturas,

retrocessos e reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanças nas anteriores.

Nesse sentido, a passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por

ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a

outra, crises que afetam a conduta da criança. Podendo se: Impulsivo-emocional, Senso-moto,

Personalismo, Categorial.

Manteve interlocução com as teorias de Piaget e Freud. Destacava-se na teoria de

Piaget as contradições e dessemelhanças entre as suas teorias, pois considerava esse o melhor

procedimento quando se busca o conhecimento. Por parte de Piaget existia uma constante

disposição em buscar a continuidade e complementaridade de suas obras. Os dois se

propunham a análise genética dos processos psíquicos, no entanto, Wallon pretendia a gênese

da pessoa e Piaget a gênese da inteligência. Com a psicanálise de Freud mantém uma atitude

de interesse e ao mesmo tempo de reserva. Embora com formação similar (neurologia e

medicina) a prática de atuação os levou a caminhos distintos. Freud abandonando a

neurologia para dedicar-se a terapia das neuroses e Wallon mantém-se ligado a esta devido ao

seu trabalho com crianças com distúrbios de comportamento.

O método adotado por Wallon é o da observação pura. Considera que esta

metodologia permite conhecer a criança em seu contexto.

Wallon deixou-nos uma nova concepção da motricidade, da emotividade, da

inteligência humana e, sobretudo, uma maneira original de pensar a Psicologia infantil e

reformular os seus problemas.

CÉLESTIN FREINT

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"Se respeita a palavra da criança, necessariamente há mudanças".

élestin Freinet (1896 - 1966) Nascido em 1896 em Gars, um vilarejo ao sul da

França, o professor primário não chegou a concluir seus estudos na Escola Normal

de Nice. Com o início da 1ª Guerra, alistou-se e participou dos combates. Em 1920,

iniciou a carreira docente, construindo os princípios de sua prática. A educação, a seu ver,

deveria proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. Faleceu em 1966. Foi um

importante educador francês. Para ele o ensino deve basear-se em atividades práticas, como o

uso da tipografia para a aprendizagem da leitura e escrita, a correspondência escolar e o

«texto livre» no qual as crianças expressam o que sentem. Os alunos compõem os seus textos,

discutindo-os e editando-os em grupo, produzindo jornais que são trocados com outras

escolas por correio. Os textos assim obtidos substituem os manuais escolares tradicionais que

muitas vezes muito pouco digo aos jovens estudantes. A correspondência escolar forma

amizades com alunos de outras escolas, sendo pretexto para visitas.

C

As visitas escolares seriam praticadas por Freinet, bem como por outros educadores

inovadores do seu tempo. Célestin Freinet pode ser considerado mais um dos elementos do

movimento pedagógico conhecido por "Escola Nova", que teve em Faria de Vasconcelos o

seu mais conhecido pedagogo português. No nosso país, Álvaro Viana de Lemos

correspondeu-se com Freinet e introduziu a imprensa na escola. Outros educadores como

Maria Amália Borges, Maria Isabel Pereira, ou Sérgio Niza, que organizou um Município

Escolar em Évora (inspirando-se em António Sérgio), bem como Rui Grácio, contribuíram

decisivamente para a organização do Movimento da Escola Moderna. O contributo da obra

pedagógica de Célestin Freinet para a história da educação é assim enorme, mesmo em

Portugal. A noção de criança como ser da mesma natureza do adulto, contrária a imposições

autoritárias, a consideração do respeito que exige para a renovação da escola e da vivência

democrática para a construção da democracia, são fatores cruciais na sua pedagogia. Freinet

praticava a auto-avaliação, a auto-correcção, o plano de trabalho e a execução do livro da

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vida, caderno no qual os alunos registravam os acontecimentos do ano escolar. Este autor foi

um grande prático, da prática passou à teorização. A sua vida e obra merecem uma lembrança

permanente por parte de educadores, professores e formadores

A base da pedagogia em três grandes idéias de freinet: Educação para o trabalho;

Desenvolvimento das possibilidades/habilidades de cada criança; Trabalho cooperativo:

Ao lado da pedagogia do trabalho e do êxito, Freinet propôs uma pedagogia do bom

senso, pela qual a aprendizagem resulta de uma relação dialética entre ação e pensamento,

teoria e prática. A pedagogia de Freinet se fundamenta em quatro eixos: cooperação,

comunicação, documentação e afetividade.

Algumas de suas obras:

A Pedagogia do Bom Senso Editora Martins Fontes C. Freinet

A Educação do Trabalho Celestin Freine t Editora Martins Fontes

O Método Natural II A aprendizagem do desenho Celestin Freinet Editorial estampa

Para uma escola do povo Celestin Freinet Lisboa Editorial

JEAN PIAGET

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"Autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco".

ean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a

segunda metade do século XX. Ele criou um campo de investigação que denominou

epistemologia genética – centrada no desenvolvimento natural da criança. Educar, para

ele, é estimular a procura do conhecimento. Com Piaget, ficou claro que crianças não

raciocinam como adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da

maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante assimilação e acomodação. O primeiro

consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Já a

acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo

externo. Segundo Piaget, há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo:

sensoriomotor que vai até os 2 anos; pré-operacional (2 aos 7 anos) que se caracteriza pelo

surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de

símbolos; operações concretas (7 aos 11/12 anos), que tem como marca a aquisição da noção

de reversibilidade das ações; e as operações formais, por volta dos 12 anos, onde inicia a

idade adulta.

J

A essência do trabalho de Piaget ensina que ao observarmos cuidadosamente a

maneira com que o conhecimento se desenvolve nas crianças, podemos entender melhor a

natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e a

epistemologia genética tinham o objetivo de entender como o conhecimento evolui. Piaget

formulou sua teoria de que o conhecimento evolui progressivamente por meio de estruturas de

raciocínio que substituem umas às outras através de estágios. Isto significa que a lógica e

formas de pensar de uma criança são completamente diferentes da lógica dos adultos.

Em seus estudos sobre crianças, Jean Piaget descobriu que elas não raciocinam como

os adultos. Esta descoberta levou Piaget a recomendar aos adultos que adotassem uma

abordagem educacional diferente ao lidar com crianças. Ele modificou a teoria pedagógica

Page 34: potifólio

tradicional que, até então, afirmava que a mente de uma criança é vazia, esperando ser

preenchida por conhecimento. Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras

ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. Ele

forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais

atuais. De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia são imensuráveis.

Algumas de suas obras publicadas no Brasil:

1. A Construção do Real na Criança. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1970. 360p.

2. A Epistemologia Genética e a Pesquisa Psicológica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.

3. A Epistemologia Genética. Trad. Nathanael C. Caixeira. Petrópolis: Vozes, 1971. 110p.

4. A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Problema central do desenvolvimento. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

5. A Evolução Intelectual da Adolescência à Vida Adulta. Trad. Fernando Becker e Tania B.I. Marques. Porto Alegre: Faculdade de Educação, 1993. Traduzido de: Intellectual Evolution from Adolescence to Adulthood. Human Development, v. 15, p. 1-12, 1972.

6. A Formação do Símbolo na Criança. Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

7. A Linguagem e o Pensamento da Criança. Trad. Manuel Campos. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1959. 307p.

8. A Noção de Tempo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, (s.d.). 9. A Origem da Idéia do Acaso na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, (s.d.).

LEV S. VYGOSTSKY

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Ygotsky nasceu em 1869, professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e

nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896,

viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua

teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-

histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo

essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos

pela interação do sujeito com o meio.

V As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às

relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de

significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na

transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como

internalização mediada pela cultura.

Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano coloca que o cérebro é a base

biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento

humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores

(por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem, em sua

relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos

voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de

aprendizagem.

Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o

desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação.

Page 36: potifólio

Segundo Vygotsky existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados

por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de

fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.

A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de

desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é

capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a

mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o

potencial) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos,

aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda

trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior

para a criança.

Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de

mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental. Para ele, o sujeito não é

apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações

intra e interpessoais.

É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando

conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da

própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações

interpessoais - para o plano individual interno - relações intrapessoais.

Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o

processo ensino-aprendizagem.

Para ele o professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de

situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural.

Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua

interferência na zona proximal.

O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto

ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio

conhecimento.

Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de

adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse ínterim, o ensino

deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras palavras, o ambiente influenciaria a

internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o

desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do

aprendizado.

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Vygotsky teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos

aspectos, também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação

social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky

destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e

aprendizagem, sendo chamado de socio-interacionista, e não apenas de interacionista como

Piaget.

Piaget coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal ( de origem

biológica) do desenvolvimento, enquanto Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da

interação social e a dimensão histórica do desenvolvimento mental.

Mas, ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual.

Ou seja, sustentam que a inteligência é construída a partir das relações recíprocas do homem

com o meio.

Foram publicados apena dois livros de Vygotsky:

A formação da mente

Pensamento e linguagem

CARL ROGERS

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“Quando o facilitador é uma pessoa real, se apresenta tal como é, entra em relação com o aprendiz, sem ostentar certa aparência ou fachada, tem muito mais probabilidade de ser eficiente. Isso significa que os sentimentos que experimenta estão ao seu alcance, estão disponíveis ao seu conhecimento, que ele é capaz

de vivê-los, de fazer deles algo de si, e, eventualmente, de comunicá-los”

arl Rogers nasceu em Chicagoem 1902. Formado em História e Psicologia, aplicou

à Educação princípios da Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30

anos. No Brasil suas idéias tiveram difusão na década de 70, em confronto direto

com as idéias Comportamentalistas (behaviorismo), que teve em Skinner um de seus

principais representantes.

C Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, em

educação. Rogers concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, que, porém,

precisa de ajuda para poder evoluir. Eis a razão da necessidade de técnicas de intervenção

facilitadoras.

O rogerianismo na educação aparece como um movimento complexo que implica uma

filosofia da educação, uma teoria da aprendizagem, uma prática baseada em pesquisas, uma

tecnologia educacional e uma ação política. Ação política, no sentido de que, para

desenvolver-se uma educação centrada na pessoa, é preciso que as estruturas da instituição -

escola- mudem.

A terapia Carl Rogers se define como centrada no cliente, porque cabe a ele a

responsabilidade pela condução e sucesso do tratamento. A tarefa do professor é facilitar o

aprendizado que o aluno conduz a seu modo. O objetivo do professor é permitir que seus

alunos se tornem pessoas “plenamente funcionais”, ou seja, saudáveis. As principais marcas

dessa funcionalidade são a abertura a novas experiências, a capacidade de viver o aqui e o

agora, a confiança nos próprios desejos e intuições, a liberdade e a responsabilidade de agir e

a disponibilidade para criar. Para que o professor seja capaz de exercer seu papel, três

qualidades são requeridas: congruência – ser autêntico com o aluno; empatia – compreender

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seus sentimentos; e respeito. No campo da educação, sua atenção recaiu sobre a relação

aluno-professor, que deve ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia.

Avaliações, recompensas e punições estão excluídas, exceto na forma de auto-avaliação.

Embora anticonvencional, a pedagogia rogeriana não significa abandonar os alunos, mas dar

apoio para que caminhem sozinhos.

A grande crítica à teoria de Rogers é feita pela utopia que ela implica, sua teoria é

idealista, da corrente também denominada de romântica, irrealizável para seus críticos.

Porém, na obra rogeriana são notáveis os seguintes aspectos: o desejo de mudança, a intenção

de realização de algo concreto e a preparação da opinião pública para as mudanças possíveis.

Principais obras:

Tornar-se pessoa e De pessoa a pessoa

EMÍLIA FERREIRO

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“Não são as letras que se pronuncia de certa maneira; são as palavras que se grafam”

milia Ferreiro psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no México, fez seu

doutorado na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget e, ao

contrário de outros grandes pensadores influentes como Piaget, Vygotsky,

Montessori, Freire, todos já falecidos, Ferreiro está viva e continua seu trabalho. Nasceu na

Argentina em 1937, reside no México, onde trabalha no Departamento de Investigações

Educativas (DIE) do Centro de Investigações e Estudos avançados do Instituto Politécnico

Nacional do México.

EFez seu doutorado sob a orientação de Piaget – na Universidade de Genebra, no final dos anos

60, dentro da linha de pesquisa inaugurada por Hermine Sinclair, que Piaget chamou de

psicolingüística genética. Voltou em 1971, à Universidade de Buenos Aires, onde constituiu

um grupo de pesquisa sobre alfabetização do qual faziam parte Ana Teberosky, Alicia Lenzi,

Suzana Fernandez, Ana Maria Kaufman e Lílian Tolchinsk.

No Brasil, em 1994, recebe da Assembléia Legislativa da Bahia a medalha "libertador

da Humanidade" que anteriormente fora atribuída ao líder sul-africano Nelson Mandela e ao

educador brasileiro Paulo Freire. Em 1995 foi novamente homenageada com o título de

doutor Honoris causa atribuído pela Universidade estadual do Rio de Janeiro (Uerj). E em

2001 recebe do governo brasileiro a Ordem Nacional do Mérito educativo.

Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberowsky (pedagoga de Barcelona), pesquisadoras

reconhecidas internacionalmente por seus trabalhos sobre alfabetização, a grande maioria das

crianças, na faixa dos seis anos, faz corretamente a distinção entre texto e desenho, sabendo

que o que se pode ler é aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese

de que tanto se podem ler as letras quanto os desenhos. É bastante significativo que estas

crianças pertençam às classes sociais mais pobres que por isso acabam tendo um menor

contato com material escrito.

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O processo de construção da escrita Na fase 1, início dessa construção, as tentativas das crianças dão-se no sentido da

reprodução dos traços básicos da escrita com que elas se deparam no cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um "lê" em seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um só pode interpretar a sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.

Na fase 2, a hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas

diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir. Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser repetidas).

Na fase 3, são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que

compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida. A criança, neste nível, trabalhando com a hipótese silábica, precisa usar duas formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas idéias iniciais de que são necessários pelo menos três caracteres. Este conflito a faz caminhar para outra fase.

Na fase 4 ocorre, então a transição da hipótese silábica para a alfabética. O conflito

que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria criança (o número mínimo de grafias ) e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções.Ela, então, começa a perceber que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente.

Na fase 5, finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão de

que a cada um dos caracteres da escrita corresponde valores menores que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo, portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitará mais do que duas letras para ser escrita e a existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos simples, formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não se tenham exercitado.

As ações educativas tiverem subjacentes, mesmo que de forma não muito clara, a

concepção de que a escrita é um mero código de transcrição da fala. Desse modo, é bastante

lógico, que o processo de alfabetização desenvolvido, também se restrinja à aquisição de

uma técnica, a qual para seu desenvolvimento dará atenção principalmente:

• Aos aspectos gráficos da escrita

• Ao desenvolvimento de habilidades que visem garantir a correção da transcrição

• À qualidade do grafismo: controle do traço, distribuição espacial, orientação dos

caracteres

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• Desenvolvimento de tarefas de "prontidão": preenchimento de tracinhos, preenchimento do traçado de letras, cópia do traçado de letra, exercícios de discriminação auditiva e visual.

Para Emília Ferreiro o uso de cartilhas na alfabetização é obsoleto, pois a criança já dispõe de conhecimento sobre a escrita antes de entrar na escola. É a partir desses estágios de conhecimento que o educador deve desenvolver sua prática pedagógica.

Principais obras: Las procesos constructivos de apropriación de la escriyura (1982).

Psicogênese da língua escrita, Alfabetização em processo (1986).

REFERÊNCIAS

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GADOTTI, Moacir. Histórias das idéias pedagógicas. Série Educação. 8ªed. São Paulo.

Editora Ática, 2006

<http://www.folhadirigida.com.br/htmls/hotsites/suplemento_2007/Cad_02/Pag_16.html>

<http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates>

<http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0174/aberto/mt_72479.shtml>

<http://www.culturabrasil.org/rousseau.htm> <http://www.centrorefeducacional.com.br/pestal.html>

<http://www.prossiga.br/anisioteixeira/indexa.htm> <http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=5614>