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Pra Ela

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Pra Ela

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Introdução.

É uma história que aconteceu em São Paulo, em 2007, sobre

mim e uma Tia de perua que era um ano mais velha que eu. –

Então, desde que ela foi embora, eu me senti deprimido!

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Índice:

Capítulo 1 – O Dia que eu te conheci...

Capítulo 2 – ‘’Suicídio’’ no Centro Cultural Banco do Brasil

Capítulo 3 – O Gentinha

Capítulo 4 – O Reencontro

Capítulo 5 – Automutilação

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Capítulo 1 – O dia que eu te conheci

Tenho sentido muitos medos, sabe? – Medo de ficar cego,

medo de virar um analfabeto, medo de ter câncer, pois eu,

estou fumando demais, ultimamente.

Pois, é isso que minha ansiedade diz. – Ela não está nem aí,

se agora, os remédios estão me dopando e, que não tenho

tempo pra fazer nada.

Estou escrevendo, à base de muito café e porque, a

madrugada pra mim é sagrada. – Mas não tô tendo tempo

pra terminar todos os projetos que estou fazendo, não tenho

tempo de ler e nem de jogar vídeo game.

Talvez, quando eu terminar aqui, der umas 7:00 ou, mais... –

Vou jogar um pouco, mas ler, gosto de ler às 18:00 ou, às

20:00. – E nessas horas, ou não dormi ou, tô com olho

inchado. – Então, por isso, não tenho tempo. Por causa dos

antidepressivos que, não melhoram porra nenhuma.

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Continuo tomando pra não surtar e, por causa da minha

mãe. – Mas, os vômitos e a ansiedade, continuam aqui, por

causa do Borderline.

Esse livro é um dos únicos que podem acabar com mais de

100 páginas, pois, aqui tem muita história. – E se esse livro,

finalmente, for parar no mercado, você vai poder me

sustentar por muitos anos.

Que é até uma coisa boa. – Apesar de ter mais cultura, falar

certo quando tem de falar e, ter pinta de playboy, eu moro na

Zona Leste e, não tenho mais a pensão do meu pai.

Então, dinheiro é bem vindo, sempre. – A única coisa que eu

não quero, é ganhar dinheiro em nome de Deus. – Isso é

errado! – Livros religiosos, posso escrever grátis.

Não que eu seja apegado a uma religião, não. – É que ao

invés, de ficar traumatizado com a igreja, eu percebi que

posso usar meu conhecimento sobre a bíblia, a meu favor.

E por incrível que pareça, eu não sou o único escritor que

sabe sobre Lilith. – O Douglas Maranhão, também, sabe.

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E por falar em Lilith, esse livro, meu caro leitor, é sobre uma

feminista. – Antes que alguém da bancada evangélica venha

me criticar...

Apesar de ser de Esquerda e apoiar o quê as feministas

pregam como: Busca de melhores salários, aborto e tal, eu

acho feminista um pé no saco.

No sentido comportamental e não, no sentido ideológico, até

porque, elas são a favor de um relacionamento aberto e, são a

favor de que o homem faça tudo!

Tá. – Se os dois trabalham, eles podem ajudar um ao outro,

mas uma vez, eu vi uma cena grotesca. – Meu tio, estava

passando roupa, enquanto, a mulher dele, estava com o rabo

no sofá, assistindo aquelas novelas bíblicas da Record.

Isso eu acho errado pra caralho.

Pra quem não sabe, Lilith é a primeira feminista do mundo,

ela é ex-mulher de Adão. – E ficou com o Príncipe das

trevas, pois, ela não aceitava ficar à baixo de Adão na hora

da transa.

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Ela é mãe de 1.300 demônios e, todos nasceram defeituosos.

Alguns, que sabem a bíblia de côr e salteado, falam que eu

sou filho de Lilith, por ser deficiente físico.

Pois, está em Levítico 24:26:

‘’Não chegue perto de um defeituoso, pois, eles são filhos do

Diabo’’.

Aliás, você tem de ler mais a Cultura Hebraica, do que a

bíblia, em si. – Pois, a bíblia, só fala de Lilith numa pequena

parte dela. – Em Gênesis 3:6.

Uma vez, eu estava no metrô Tatuapé, voltando de uma

consulta com o Dr. Claudio, meu antigo psiquiatra, e duas

senhorinhas me olharam e cochicharam: ‘’Filho de Lilith’’.

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Mas, se não fosse pela minha perna, as velhinhas iriam me

criticar por causa das minhas tatuagens.

Isso se trata, de outro anjo. Yekun. – Ele, tinha habilidades

com tinta e com a linguagem dos surdos. – Ele foi expulso

do céu, não só por causa de sua inteligência, mas também,

porque desencaminhou os anjos e tatuaram-nos.

Por isso, que está em Levítico 19:28:

‘’Pelos mortos não darei golpes em vossa carne; nem fareis

marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor’’.

Mas é uma coisa meio hipócrita esses dois presságios. – Até

porque, o que tem de deficiente e de tatuados na igreja

evangélica, é de monte. – Ainda bem, não?

A Mariane mesmo, se tatuou depois que foi convertida. – E

quando eu fui convertido aos 18, eu já tinha tatuagem. –

Então, é uma coisa hipócrita.

Uma vez, o marido da Socorro que é pastor, me disse:

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‘’O mesmo pastor que te julga pela sua deficiência, meu

jovem, é o mesmo que não guarda os sábados e que, come

carne suína’’.

É mesmo, né?

Enfim, eu até ia trazer as imagens de Lilith e de Yekun, mas

demônios me fazem mal. – E por incrível que pareça, eu

voltei a ter fé. – Então, deixaremos a ilustração quando eu

escrever um livro pra criança, tá?

Que Jesus me proteja nessa hora e, que nada aconteça

comigo!

Mas enfim, como eu disse este livro, será um romance e, não

um livro religioso. – Até porque, escrever livros religiosos é

uma vibe diferente dos outros livros.

Até quando você fala sobre demônios, vem uma paz interior

lhe proteger. – Como em um que escrevi, falando do demônio

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de origem islâmica. – Mesmo assim, senti que algo estava

protegendo-me.

Quando você escreve um romance e fala de religião, seu

coração pesa pra caralho. – Pois, é uma vibe diferente das

outras. – Agora sei, porque o autor do Caçador de Pipas, não

gosta desse livro. – Apesar de muito bom.

É que pro autor, traz uma vibe ruim.

Para nós que lemos, é maravilhoso, mas pro autor, é pesado.

Enfim, a gente se conheceu, num dia chuvoso de Maio.

Você estava linda, loira, com uma blusinha vermelha e um

gloss rosa. – Enquanto eu estava com a camisa do colégio e

suja de giz. – Por causa do Bullying que eu sofria.

- Oi!

- Oi...

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Essa foi a única palavra que trocamos. – E eu, já senti meu

coração acelerar.

Lembro que, tentei deitar no teu colo e você me disse:

- Sai menino! Nem te conheço!

Estava uma chuva torrencial, quase a perua emperrou na

lama perto da banca de pastel.

E estava tocando aquela música: Over My Head (Cable Car),

na Mix Fm. – Sim, naquela época, a Mix ainda tocava

músicas legais.

E você disse:

- Eu tenho essa música ao vivo no Orkut.

- Legal!

Então, você pôs sua blusa de moletom preta e me ajudou a

descer da perua, naquela chuva.

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Eu ainda morava na minha casa antiga, eu só fui mudar em

Novembro daquele ano. – E o meu avô era o único que

estava em casa. – Minha mãe, tinha ido pra São Miguel.

Capítulo 2 – ‘’Suicídio’’ No Centro Cultural

Banco do Brasil.

Estava pensando em meus erros em relação a você, sabe? – É

um erro escrever sobre você, aliás, porra.

Eu fui um maldito stalker do caralho. – Coloquei nossos

nomes no perfil do Orkut, tinha suas fotos numa pasta com

senha pra eu, ficar olhando todos os sábados e domingos.

E também, já te chamei de ‘’outra lá’’. – E você, não gostou

nada.

- Ô, Gabriel! A ‘’outra lá’’ tá te chamando!

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- A ‘’Outra lá’’?! Olha lá, como você fala comigo, seu

moleque! Me respeita!

- Tá bom, tia. Desculpa.

- Desculpo.

Mas naquele dia, eu estava com raiva de você, mas preciso

falar disso, em um outro capítulo. – Nesse ainda, não. –

Pois, tem muita coisa pra rolar ainda aqui.

Meu avô morreu. – Acho que você sabia. Toda sua família

apareceu lá, menos você e sua mãe. – Mas, não é disso que eu

vou falar. – Destaquei aqui, pois, ele era uma pessoa muito

boa. – Ele até viveu muito pra quem tem Chagas, ele morreu

com 77 anos. – Dizem que quem tem Chagas, morre com

menos de 40.

Quer dizer, a Doença de Chagas é tipo, a Aids dos anos 40.

Me chamam até hoje, para voltar ao Centro Cultural Banco

do Brasil. – Lá, é um lugar legal. Poderia voltar lá, um dia.

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E também, me chamaram pra ir à Bienal, quando a Isabela

Freitas, lançou o ‘’Não se iluda, não’’.

Mas, quero voltar à Bienal, com o título de escritor na mão.

– Já fui como visitante, em 2006.

Pouco tempo depois de te conhecer, eu fui ao Centro Cultural

Banco do Brasil, no dia do meu aniversário.

Eu me lembro da Carol, a filha da Selma, falando palavrão

dentro do ônibus e da minha tia ficando puta:

- Nossa! Uma menina tão linda falando palavrão?! Isso não

pode!

A Cilene ficou mais puta ainda:

- E você, Rose?! Nunca falou um ‘’porra’’ ou, um

‘’Caralho’’?! Quando você transa com o seu marido, você faz

o quê?!

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É... Quando a Rose transa com o Jode, eu sei, que ela faz

coisas que até Deus duvida.

Se a Bruna falou, uma vez:

- A minha mãe faz com meu pai o que a Xica da Silva, faz

com o Contratador João Fernandes!

E uma vez, o Paulo falou que foi dar um selinho na mãe e,

ele sentiu um ‘’gosto estranho’’.

É... Ela deve fazer loucuras entre quatro paredes, mas

enfim, não tenho nada a ver com isso. – Cada um transa

como bem entende.

E o ‘’Gosto estranho’’, é porra mesmo. – Ela pagou um

boquetão.

Enfim, e também, o Matheus me disse que eu falei, quando

saí de lá:

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- Vou pular daquele prédio pra virar herói!

Eu falei sem pensar, mas com certeza, desde aquela época, eu

pensava em me suicidar. – Só lembrar dos questionários da

Lenice:

( ) Eu não penso em me matar! Eu amo a vida!

(x) Eu penso em me matar, mas não tenho coragem.

( ) Eu quero morrer! Não aguento mais viver.

Eu sempre respondia a segunda opção, mas apagava e falava

que respondi errado.

Mas, não tem como enganar psicólogas, né? – Elas sabem...

Enfim, eu sofri muito nas mãos do meu pai, já vomitei no

banheiro do colégio e, comecei a sofrer bullying na 4ª série.

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Além de tudo, eu ficava inconformado com minha condição.

– Por pouco, eu não virei um nazista de merda.

Até porque, eu chegava na AACD e descontava tudo neles,

que não tinham nada a ver com os meus problemas.

Na minha primeira cirurgia, o meu pai me humilhou tanto,

que eu quase enlouqueci!

- Eu trabalho, porra! Não dá pra trazer ele! E Victor, se

você chorar, vou te bater, hein? Basta um choro e eu, enfio a

mão na tua cara!

Depois, ele fica puto porque eu, não falo com ele. – Como

vou falar com uma porra dessas? – O cara é um monstro!

Mandei tomar no cu mesmo. – E se reclamar, mando de

novo.

Além do Bullying que eu comecei a sofrer desde a 4ª até o 1°

Colegial.

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- Deficiente físico!

- Você vai ao médico do Sílvio Santos, né? Deve ganhar

muito dinheiro!

- Para doar R$50,00, ligue para a casa do Vitinho!

Essas coisas, quem falavam era o Herbert, a Glória e a

Fernanda. – Machucava pra caralho, confesso.

Na primeira série, era só aquela coisa:

- Não dou beijo em você, pra não pegar doença.

Mas como eu era criança, nem ligava muito. – Mas hoje, dói

pra caralho, se for lembrar!

Enfim, quando eu fui para ‘’O Grupo de deficientes

deprimidos’’. – Aí, que fodeu tudo!

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Eu quase não falava e, quando falava, eu falava que eu

namorava com a Amanda e era feliz, só pra eles pararem de

me encher.

Inclusive, quando a gente brincou de Pêra, Uva, Maçã,

Salada Mista, ela vomitou meu selinho. – Isso me doeu,

também.

Enfim, mas quando te conheci, eu já estava com a psicóloga

Juliana, mas saí logo, pois, estava totalmente feliz.

Um ano depois, eu já tinha feito 13 anos e você, 14.

Então, comecei a sentir as mesmas coisas que, sinto quando

estou com ansiedade e com vontade de fumar. – Quando te

via.

Então, perguntei pra Camilla o que estava acontecendo

comigo...

- Camilla, porque eu tremo, soou e, fico com as pernas

bambas? Acho que vou ao médico!

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- Desde quando você sente isso?!

- Ah, toda vez, que eu vejo essa tia aí!

- Você não precisa de médico. Você está apaixonado.

- Apaixonado? O que eu vou fazer?!

- Falar que ama ela.

Falar que eu amo alguém, era a coisa mais difícil do mundo.

– Até hoje, é. Eu tenho vergonha. Talvez, porque o meu pai

falava que era coisa de viado.

Mas eu fui lá e falei:

- Posso falar uma coisa que eu não falei pra ninguém?

- Pode.

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- Eu te amo...

- Quê?!

- Eu te amo!

- E você nunca falou isso pra ninguém?!

- Não.

- Nem pra sua mãe?

- Não.

- Que absurdo! Você tem de mudar de atitude, Victor. Ser

mais sensível.

- Eu tenho vergonha.

- Ah...

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Eu te falei e você, nem ligou. – E essas três palavras, eram

muito importantes pra mim.

Capítulo 3 – O Gentinha

Enfim, hoje, foi um dia produtivo. – Li, joguei vídeo game e

dormi no jogo do Corinthians X São Paulo.

O foda, de você jogar vídeo game, é que você tem de jogar

sempre para não perder a prática. – Mas é uma coisa que me

relaxa. – Como ler, bater punheta e assistir alguns vídeos

bobos.

Vou ver, se eu tomo banho depois do café. – Porque, a minha

depressão chegou num nível, que você não tem ânimo nem

pra tomar banho. – Essa é a verdade.

Eu fico uma semana. – É quando suas meias viram um

bumerangue, suas roupas ficam encardidas e, você fede igual

ao Coruja ou, algum bêbado que encontro na porta do bar.

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Pensei muito, sobre esse livro. – Caso alguém queira publicá-

lo fisicamente, acho que não vou querer. – Porque apesar de

ser um romance, tem referências bíblicas nele.

Então, não vou ser hipócrita e nem ladrão como alguns

pastores por aí. - Igual meu caso, cheguei a ver velhinhas

levantando o cheque de R$ 50,00 na frente do púlpito do

pastor!

E uma vez, a Cláudia me chamou para ir num ‘’Encontro

com Deus’’, em Itaquá. – E o passaporte, custava os mesmos

R$50,00.

Se eu quisesse ir à Itaquá, eu iria de graça. – Tenho algumas

primas que moram lá.

E sem zoeira, Deus é um símbolo de humildade, mas com

certeza, ele não mora em um sítio em Itaquá.

Você chegar num sítio em Itaquá, é como você ir ao

Cemitério da Saudade num dia de chuva. – Você passa por

um monte de terra lamacenta e cheia de água.

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Se Deus morasse realmente em Itaquá, com certeza, ele iria

pensar: ‘’Porra, o Papa Francisco mora melhor que eu, né?

Tem carro blindado e o caramba. Preciso mudar de

endereço’’.

Talvez, Jesus, moraria lá, antes de se unir à elite. – E

depois, voltaria com uma mão na frente e outra atrás, por

causa da traição de Judas. – Mas Deus, acho que não.

E outra. – Deus é onipresente. Ele está na casa de todo

mundo e, de graça. – Então, por quê eu pagaria 50 reais? –

Só se eu fosse maluco.

Enfim, acho que vou postar grátis e para um público restrito

mesmo. – Não quero usar o nome de Deus pra ganhar

dinheiro. – Embora, este livro não seja religioso.

Depois que o meu pai, entrou com uma ação para diminuir

minha pensão e começou a me atormentar, eu olhei para o

dinheiro de uma forma diferente. – Considero-o, uma coisa

maldita, até.

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Eu me lembro muito bem do dia da audiência, o meu pai,

veio para o Robrú às 12:00, pois, 13:00 seria a audiência no

Fórum de Itaquera.

Eu tinha prova de História nesse dia. – Eu vomitei e caguei

no banheiro do colégio. – E voltei só na segunda aula.

Resumindo: Não consegui fazer a prova. Tive de fazer na

outra quinta.

E ainda tinha mais, o meu pai não conseguiu abaixar e,

ficou me atormentando. – Ele dizia coisas, tais como:

- Eu sou o Diabo! Vou atormentar tua vida.

- Eu vou entrar de novo, seu filho da puta! Avisa pra sua

mãe, que não vai ficar assim!

A minha mãe, não falava com ele e eu, tinha de aguentar a

bucha sozinho. – Foi aí, que, meu estado mental foi pro

saco!

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E outra, quando eu queria ir para casa dele, conhecer e tal. –

Ele não me levava. – Depois, que eu não quis mais ir, ele

começou a encher o saco:

- Eu vou te buscar, filho da puta! Você vai à força!

E no dia da praia? – Eu não queria ir... – Pois, ele veio com

o carro na porta de casa e, me levou. – Naquela época, já

estava mal das ideias e minha relação com ele, não era lá

essas coisas.

E naquele dia, estava chovendo muito em São Paulo inteira.

– Imagine você, ir pra Praia Grande, quase ninguém na

porra da praia e quase nada aberto. – E o cara de óculos-

escuros, se achando o tal? – É de foder a ‘’chabiola’’.

Enfim, quando eu tinha 10 anos, ele se casou com a mulher

dele e, no dia do casamento, eu chorei porque eu não fui.

Tenho até que pedir desculpas pra minha mãe por causa

disso.

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Naquela época, eu era uma criança que não entendia muito

das coisas.

Até hoje, não entendo nada sobre relacionamentos, mas com

certeza, dói pra caralho ver quem a pessoa ama se casando e

o pior, seu filho querer ir à festa. – Mas na época, fui

inocente. - Não sabia que iria machucar pra foder.

Hoje, sei a dor que é ver alguém que você ama se casando

com outro alguém. – É por isso, que estou escrevendo pra

você agora, inclusive. – Mas vamos deixar essa história para

outro capítulo. – Agora, não é hora.

E o engraçado, é que o meu pai, às vezes, me chamava para

ir a casa dele, quando tinha algum assassinato.

Os Nardoni mataram a Isabela... – Meu pai me chamou pra

ir.

2013: Já fazia um ano que eu não falava com ele, o pai e a

madrasta loira, matou um menino no Jardins. – Meu pai, me

chamou pra ir a casa dele.

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É óbvio, eu não fui a nenhuma dessas vezes. – Minha mãe,

ficou com medo da mulher dele me jogar pela janela. – E ela,

falou isso pra ele:

- É muito estranho você chamar o menino bem na morte da

menina lá, Marcelo. Eu não vou deixar! Porque, vai que a

sua mulher jogue ele pela janela?!

Minha mãe, até hoje, não acha que foram os Nardoni que

mataram a Isabela, pois, a grade que foi cortada, era a grade

dos filhos da Ana Carolina Nardoni e não da Isabela.

Eu já acho que foram eles. – Até porque, a mulher tem cara

de louca e o cara tem cara de psicopata. – Só você reparar na

entrevista do Fantástico, lá.

Mas enfim, né? – Vamos ao o que interessa.

Passou-se um tempo, você certa vez, disse na perua:

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- Eu já namorei com tanta gente, que preciso escrever um

livro contando quantos.

- Mas você nunca quis ficar com nenhum menino debaixo,

né?

- Eu não quero gentinha!

Deixa-me explicar para o caro leitor, o porque você falou isso

e, depois conto como me senti em relação a isso.

Eu moro na rua debaixo do Jardim Robrú e aqui, tem a parte

da favela e a ‘’parte dos que pagam impostos’’.

Pra contar essa história, eu tenho que voltar há muito tempo

atrás...

Quando o meu avô comprou o terreno onde eu morei de 1994

até 2007, não tinha favela.

O Amando de Arruda Pereira, tinha planejado uma avenida

para a Rua Raimundo de Paulo Freitas.

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Só que, no começo dos anos 80, quando o Prefeito era o

Reinaldo de Barros,.

Aquele mesmo, que é considerado o ‘’Donald Trump

paulistano’’, pois, proibiu as grandes empresas de

exportarem pra cá. – Isso só mudou a partir do Governo

Collor.

Que por acaso, foi a única coisa boa que aquele homem

nojento fez, né? – As empresas de outros países, podiam

exportar pro Brasil.

Se hoje, temos marcas importadas, infelizmente, devemos

isso ao Collor.

Mas de que adianta? Exportar, se ele confiscou o dinheiro?

– Não daria pra comprar nada.

A única forma de acabar com o capitalismo pra investir em

educação e saúde, é aumentando em 50% os impostos dos

ricos. – A Luciana Genro, tinha isso em pauta.

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Mas tinha em pauta, também, aumentar os impostos dos

bancos. – Tenho certeza, que se o Brasil tivesse na mão dela,

a gente viraria um país esquerdista.

Até porque, se você aumenta os juros dos bancos, não tem

como você que tem conta, sacar dinheiro ou, pagar as dividas

de um modo justo. – Sempre viria uma taxa atrás da outra.

– E estas taxas ficariam pro banco.

Hoje, já é assim. Imagine, se os impostos dos bancos,

tivessem aumento?

Você não sabe a diferença entre um país de esquerda e, de um

país esquerdista, né? – Calma que eu explico:

País de esquerda:

Preza pela igualdade e liberdade. – A mesma educação que o

rico tem, o pobre pode ter. – E vice-versa. – Em todos os

outros âmbitos, também.

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País esquerdista:

É o mesmo modelo que Fidel e Pinochet, fizeram com Cuba e

Chile.

Quer um exemplo daqui do Brasil? Temos! A mesma coisa

que o Médici fez durante a Ditadura Militar. – Com o Caso

Buc e, o Caso Rio-Sul.

É por isso, que em 1964, o que mais se via nas manifestações

era isso:

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As pessoas de Direita usam este slogan, sem saber o que ele

significa, aliás. – Brasil era Cuba, quando Médici estava no

poder e não, hoje.

O Brasil, não pode virar Cuba, pois depois que o Lula se

uniu aos bancos, o Brasil virou um país capitalista. – Ou

talvez, seja até antes, com o Plano Real.

Médici, quando estava no poder, ele fez o Caso-Buc e o Caso

Rio-Sul.

No Caso-Buc, ele usou antigos aliados do Juscelino

Kubistchek, para cortar 30% da saúde e 40% da educação.

Foi o mesmo modelo que Fidel usou em Cuba, até o dia de

sua morte e o mesmo modelo que Pinochet, usou no Chile.

Cortando verba da educação e da saúde, ele fez lavagem de

dinheiro para fazer a Ponte Transamazônica, caso conhecido

como Caso Rio-Sul.

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Foi até na época, que o Caetano pôde voltar do exílio em

Londres.

Então, aumentar os impostos dos bancos, seria uma jogada

de um esquerdista. – Pois, o problema não são os bancos,

mas sim, os donos desses mesmos.

Se o Lula não tivesse se unido aos Bancos, hoje, não

teríamos coisas caras em nossas casas. – Eu mesmo, ainda

estaria com minha TV da CCE 29’ e, meu Nintendo 8-bits.

Enfim, quando o Barros estava na prefeitura no começo dos

anos 80, pessoas começaram a invadir as casas da nossa rua.

Primeiro, foi a Dona Ana e a Dona Ílza, depois, minha avó

com meu pai e a Márcia.

E por causa dessa geração, eu me fodi todo. – Até porque, a

família do meu pai e a da minha mãe, era inimiga.

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Desde o meu avô por parte de pai com o meu avô por parte

de mãe.

Eu não conheci meu avô por parte de pai, ele morreu em

1985, mas meu avô por parte de mãe, eu conheci e muito

bem.

É mesmo, apesar das famílias serem inimigas, o meu avô

nunca me tratou mal. – Sempre me tratou com amor.

Ele não era tipo, a minha avó, que falava: ‘’Ele é filho da

Dida!’’ – Com ar de raiva.

Ele sempre me tratou como ‘’Meu neto’’. – E é essa a

memória que vou sempre guardar.

Lá na casa da mãe do meu pai ou, era ‘’Vito’’ ou, era ‘’Filho

da Dida’’.

Mas o pessoal da rua, sempre me chama de ‘’Filho do

Marcelo’’. – Eu fico puto, mas depois penso:

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- Melhor do Marcelo, do que do vizinho. – Era como ele

mesmo falava.

Já pensou? Eu nascesse filho do Bozô ou, do Willian ou, do

Teteco? – Eu já teria me suicidado há anos...

Não por ser deficiente, mas por ser feio mesmo. – Meu pai, é

feio e, usa dentadura. – Mas pelo menos, ele colocou

dentadura, o William chapa tanto, que não tem nem dente.

Enfim, aí, ficou assim: Uma parte favela outra parte

‘’playboy’’. – Então, por isso, que eu era ‘’gentinha’’ mesmo

não morando na favela.

Ela sim morou nos fundos da Viela Santo Dias, durante

muitos anos.

Inclusive, no mesmo dia que ela me chamou disso, ela me

mostrou uma foto de criança. – Ela estava na frente da casa

da minha avó. – Dava pra ver até a placa:

‘’Dona Áurea cabelereira. Cortamos quarta e sábado’’.

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Eu já cortei cabelo com ela. – Ela já me fez um Mullet, me

fazia chorar e, já cortou minha orelha fazendo a costeleta

com a navalha. – Ah, e ela tinha um diploma falso, também.

Ela namorou meu primo, Junior. – Filho da Márcia,

sobrinho do meu pai. – E que mora, até hoje, na favela.

Então, ela não tinha nem moral pra me julgar assim.

Ah, se ela soubesse que eu tinha 1.200 reais na conta

bancária, ela nunca me chamaria assim...

Hoje, não tenho mais. – Parei de receber pensão aos 18 anos.

– Graças a Deus, me vi livre daquele dinheiro maldito!

Enfim, nem a sua família gostava de mim e nem a minha,

gostava de você.

A Darcy, falava que eu era muito criança pra você;

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O Bruno, falava que você nunca iria ficar com um louco que

nem eu.

Eu tinha fama de louco aqui, sim. – Mas quem morreu com

essa fama, foi ele. – Até porque, ele se matou.

Aqui no Robrú, não tratam assuntos tabu com naturalidade.

As pessoas tiram uma com o viado que passa na rua, 50

‘’nego’’ pára pra assistir uma lésbica aos beijos com outra,

falam que deficiência é loucura e, falam quê quem se suicida,

‘’tem problema na mente’’.

Com certeza, se eu me matar, minha mãe vai ouvir isso. – E

sim, eu quero escolher minha hora. Não quero morrer doente

numa cama de hospital e muito menos, morrer de câncer!

Se eu apertasse o botão da bomba-relógio, eu descansaria em

paz.

Dizem, que o Bruno antes de se suicidar, ele leu a bíblia

inteira em voz alta e depois, furou a barriga com a faca.

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E quando estava no hospital, ele se jogou do 8° andar do

hospital. – Isso, foi em 2014 ou 2013. – Não me recordo.

Por mais, que a gente se odiasse, eu não acho suicídio uma

coisa de louco. – Ele só estava instável na hora do ato.

Compreendo totalmente.

Uma vez, eu tive um pesadelo com o Bruno. – Ele estava no

limbo:

- Victor, se você quiser vir pra cá eu te ajudo! Lucas 2:6;

Lucas 2:9.

Então, no final daquele pesadelo, ele me disse esses dois

versículos. – Então, perguntei para o Menin:

- Menin, existem esses dois versículos na Bíblia?

- Existem sim, Vitão. Fala sobre o nascimento de Jesus.

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Lucas 2:6: ‘’E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram

os dias em que ela havia de dar à luz’’.

Lucas 2:9: ‘’E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a

Glória do Senhor os cercou de resplendor e tiveram um

grande temor’’.

Logo depois, tive uma experiência traumática com a igreja,

mas isso me fez estudar mais a bíblia. – Levei 2 anos lendo

os dois testamentos e, mais dois, estudando a Cultura

Hebraica.

Menin era o cara que fazia a roda de oração no meu colégio.

– Acho que ele, virou pastor, viu? Ele estava no pastorado

nessa época, que lhe perguntei...

Enfim, uma semana depois disso, e que eu, também, te

chamei de ‘’outra lá’’, você me pediu desculpas:

- Desculpa, Vi. Você é um cara bom. Não consigo me

perdoar.

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- Tudo bem.

- Vi, você ainda quer ficar comigo?

- Quero sim! É o que eu mais quero!

- Então, espere 15 dias pra eu pensar no caso. Passei por um

relacionamento complicado e, preciso de tempo.

- Te dou o tempo que você quiser!

Enfim, esse cara que ela estava em um ‘’Relacionamento

complicado’’, ela estava namorando um tal de Murilo. – E

os dois, estavam adeptos a um relacionamento aberto.

Ou seja, ela e ele, poderiam ficar com outras pessoas.

Passaram-se os 15 dias:...

- Vi, eu vou dizer pra você, que é não. Mas você, é um cara

bom, Vi. Você vai encontrar alguém que te mereça mais do

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que eu. E outra, eu quero casar. Formar uma família. E

você, não é homem pra isso. Você tem muito que rodar.

- Tá bom. Não precisa falar mais nada.

Então, quando eu ia embora... – Veio à revelação:

- Vi, pra não dizer que eu não fiquei com ‘’Ninguém

debaixo’’, eu namorei por 4 anos, o Junior. Ele foi meu

primeiro namorado.

- Eu sei. Ele me falou.

- Você o conhece?

- Sim, ele é meu primo.

- Ah...

O Junior foi o primeiro a me aconselhar sobre ela, aliás:

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- Vitão, eu já catei e sofri muito. Essa mina, não é pra você.

Larga o osso e parte pra outra.

A minha mãe, falava:

- Aquela filha da Nilza é muito fresca, ave! Não sei como

você aguenta.

O Gilson falava:

- Dida, o Victor vai ficar igual a mãe dela ficou quando

perdeu o Adilson. Tomando remédio e os ‘’caralho’’.

Não vou dizer que o Gilson estava errado. – Mas isso, é

para outro capítulo.

E sim, se o meu tio, tivesse casado com a mãe dela, a gente

seria primos.

Ah, me lembrei do dia que eu quase fui atropelado pelo

Gilson, quando eu te dei o Diamante Negro que você pediu.

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Deve ser por isso, que aquele é meu chocolate favorito.

No fim, você saiu da perua por causa de uma mãe de aluno.

– Aquela mulher, já tinha dado aula do Tobias. – Mas, não

pra mim.

O Gabriel, falou que você havia batido nele. – Mentira!

O Gilson e o Leonardo me culparam, pois, não te defendi:

1°: Ela não iria acreditar em mim;

2°: Aquela mulher é muito gorda. Se eu a segurasse,

certamente, sairia ferido.

A Andreza e a Érika eram legais.

A Érika, até me ajudou quando o Lucas quis me estuprar por

causa da pulseirinha do sexo. – Me salvei por pouco!

Mas, eu senti sua falta.

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Agora, que acabou o café, vou editar aqui, comer algo, jogar

vídeo game, tomar banho, fumar, tomar meu comprimido e,

dormir até tarde.

Não sei, quando voltarei a ler o Caçador de Pipas, mas pelo

menos, guardei as páginas.

Capítulo 4 – O Reencontro

Ontem, foi o Dia dos Namorados. – Lembrei-me de um dia

dos Namorados, que eu me cortei por sua causa. – Porque,

você postou uma foto com os chocolates que você havia

ganhado do Henrique.

E lembrei também, do dia que o Cima, foi ao seu chá de bebê,

uma semana depois da morte do nosso avô.

Eu fiquei puto e falei isso, mas ninguém me julgou de

recalcado. – Até porque, independente de eu gostar de você e,

independente dos sentimentos que envolvam eu e você, é

falta de humanidade o que o Cima fez. – E eu, gostava dele.

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Apesar que, ele viajou, com o vô nas últimas, não me era

surpresa, ele aparecer no seu Chá de bebê.

Sabe o que eu descobri? – Que a Bianca é lésbica.

É meio estranho uma menina que você pede pra ficar, virar

lésbica. – Não por ela ser lésbica, mas pela coisa complexa

que é fazer alguém entrar na sua vida para sempre.

Eu não tenho preconceito com nada. – Apesar de não aceitar

muito minha deficiência ainda, eu evoluí muito como pessoa.

E apesar de, achar estranho pelo fato de eu ter pedido pra

ficar com a pessoa e, essa pessoa vira lésbica do nada, eu

acho legal a pessoa finalmente, ter encontrado um caminho

pra ser feliz. – Mesmo que esse caminho seja diferente e num

outro lugar.

Mas a cabeça se pergunta: ‘’Porra, será que fui eu quem

encerrou a carreira da mina?’’ - Por mais, que não seja culpa

sua.

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Por falar em LGBT, hoje, assisti novamente, a aquele filme:

‘’Hoje eu quero voltar sozinho’’.

Chamei minha mãe, para ver a cena do beijo dos meninos e

ela, ficou com uma cara de nojo bem fodida.

Minha mãe é preconceituosa com a questão gay, mas é

aquela preconceituosa, que quando a água bate na bunda,

defende.

Até porque, eu tenho uma prima lésbica, você sabe. – A sua

irmã, era doida pra pegar ela.

O nome dela é Daniele. - E quando a Rose a chamava de

‘’Daniel’’ a minha mãe, ficava puta!

Eu sempre a chamei de Daniele. – Apesar de ela, gostar de

ser chamada de ‘’O Danny’’. – É que eu, não acostumo.

É como eu chamar os meus tios pelo nome e meus pais por

pai e mãe.

Quando eu vou falar com o meu tio Adilson, é sempre:

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- Eae, Adilson, Beleza, mano?!

E não, ‘’Tio Adilson’’.

E tipo, eu tenho raiva do meu pai, mas eu, não acostumo

chama-lo de Marcelo. – A maioria dos filhos que têm raiva

do pai chama o pai pelo nome. – Eu não acostumo.

É como dar bênção, também. – Eu não dou. Até porque, não

fui criado dessa forma. A minha avó, ficava puta com isso.

A minha avó por parte de pai. – A por parte de mãe, era

protestante. Então, cagava e andava pra essas coisas.

Mas a minha avó por parte de pai, era católica. – Então, pra

ela, pedir benção era sagrado.

Ela sempre falava que eu era filho do capeta, por ser pagão.

Mas quem ia me batizar, era minha prima Alda. – Mas

minha mãe, não gosta dela. – Então, eu fiquei sem batismo.

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A Márcia queria que a Tia do Wesley me batizasse, mas

minha mãe detestou a ideia. – Então, eu fiquei sem batismo

MESMO!

A minha mãe, se questionou esses dias:

- Será que é por quê você não se batizou que é essa desgraça

na sua vida?

Lógico que não. – As desgraças na minha vida, aconteceram

pelas coisas que estou contando aqui. – Não por causa de

batismo. Aliás, acho que Deus não liga pra essas coisas.

Enfim, e lembrei também, como a minha avó por parte de

pai, era louca por presentes:

- Você tem de dar um presentinho pro seu pai, ‘’Vito’’!

Grandes merdas. – Eu tentei gostar do meu pai por mais

ruim que ele fosse comigo. Sério. Tentei com todas as minhas

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forças, mas infelizmente ou, felizmente, um dia a corda

arrebenta.

Acho que, esse esforço valeu mais que uma camiseta da Tent

Beach. – E outra, não é com presentes que você mede o valor

de uma pessoa na sua vida. – Eu pelo menos, penso assim.

E meus pais, também pensam. – Nem meu pai e nem minha

mãe, ligavam pra presentes. – Sempre foram meio ‘’foda-se’’.

E lembrei daquela vez, que meu pai comprou um presente pra

eu dar pra minha mãe no Dia das Mães:

- Victor, dá pra sua mãe e fala: ‘’Feliz dia das mães, tá?’’.

- Tá bom.

Quando eu cheguei com o presente, ela me agradeceu e tudo,

mas um dia depois, ela jogou fora:

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- Vi, fala pro seu pai que eu joguei fora o presente dele, tá?

E fala pra ele, que ele, não precisa me dar presente!

- Tá bom, mãe.

Aí, uma vez, ele me perguntou do presente:

- E aí, Victor. A sua mãe tá usando o presente?

- Ela jogou fora, pai.

- O quê?! Mas isso é um ultraje! Que absurdo! Sua mãe é

uma idiota! Uma besta quadrada! Eu comprei o presente pra

você dar pra ela. Não pra eu dar pra ela. Mas ela é besta

mesmo! Fala pra sua mãe, que ela é uma idiota! Eu sempre

uso, quando sua mãe compra. Por quê ela não usa?!

Eu ri nas duas situações. – Meus pais eram crianças demais.

E mentira que ele usava as camisetas que eu lhe dava. – Eu

só o vi uma vez, com uma camiseta que eu dei. – Acho que, a

mulher dele, não o deixava usar.

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Me lembrei também, quando eu falei pro Junior, que a

mulher dele parecia o Ronaldinho Gaúcho. – Ele não falou

pro meu pai, mas falou pra rua inteira.

Mas parece mesmo. – Principalmente, a cara e o cabelo. – Só

muda que ela tem peitos e xota.

Enfim, a gente se reencontrou no inicio de 2010.

Então, a gente fingiu que não tinha acontecido nada na vida

da gente e que a gente não se conhecia. – Só falamos o

clássico:

- Oi.

- Oi!

Mas, pelas indiretas que você jogava pra mim quando

conversava com a Mirian, fizeram o Gilson me colocar no

banco da frente:

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- Eu tenho amigos que eram loucos por mim e eu, não quis!

Mas a Mirian, não se lembrava disso. – Eu perguntei pra ela

depois.

- Vi, vem pro banco da frente!

- Por quê?

- Pra você não tretar com a Franciele.

Eu não iria tretar com você, mas eu fui.

Mas um dia antes disso, ouvi também, você falar do Diego:

- Nossa! Como ele é lindo! O conheci no Orkut!

- Conheceu no Orkut?!

- Sim, mas a gente já tinha amigos em comum e tal.

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E eu pensei:

- Porra, ela não quis ficar comigo que conviveu por dois anos

e conheceu cara a cara, pra ficar com um cara que ela

conheceu no Orkut?! Isso é absurdo!

Mas tive uma conversa com ela, quando estava no banco da

frente.

Aliás, ela estava linda. – Cabelo castanho-claro, blusinha de

moletom preta e, um piercing no umbigo. – Ela percebeu que

eu estava olhando muito:

- Eae!

- Eae...

- Beleza?

- Beleza... Ô, Franciele...

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- Oi.

- Por quê a gente não ficou junto, hein?

- Não ia dar certo, Vi...

- Ah...

E logo depois, veio a brincadeira do Rodrigo:

- Com quem a tia ficaria se não tivesse namorando? Vamos

ver... Ah, com o Victor!

Nós ficamos nos olhando estranho e, falamos juntos:

- Sem chance!

- Nossa, gente! Só estava brincando.

Aí, você disfarçou e disse:

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- Ah, com o Victor, não. Já tô com o Diego, gente!

Então, você saiu da perua, dessa vez, por minha causa:

- Você esqueceu o Victor?!

- Eu não sei quem vem de manhã, Gilson! Desculpa!

- Mas logo do Victor?!

Aí, eu pensei em falar:

- Porra, Gilson, não fode! Você acha mesmo que eu

signifiquei algo na vida dela?!

Mas deixei quieto... – E você disse:

- Desculpa, Vi. A culpa foi minha.

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- Tá bom, Ciele. Mas dá pra vocês pararem com essa porra?!

Mas o Gilson continuou. – Foi aí, que ela disse:

- Cala a boca, Gilson! – O Gilson detesta quando o mandam

calar a boca.

- Como é que é?! Você está demitida! Você fodeu com a vida

do meu sobrinho e agora, quer foder com a minha?! Ele era

feliz! E agora, olha como tá o cabelo desse menino!

Pra isso, ela não teve argumento. – E outra, se ele pensasse

em mim, ele não a chamaria de volta, né?

E na verdade, o erro foi mais dele do que dela. – Até porque,

eu gostava dela. E ele, que é o meu tio?! – Me esquecer no

colégio foi grave!

Uma coisa que eu me esqueci de contar aqui, é que eu estudei

num colégio militar.

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E aquela coisa que o Bolsonaro e o Nagib falam, é:

- As escolas distribuem apostilas marxistas nas escolas. – É

mentira!

Pelo menos, no meu colégio, não se falava da história do

Brasil. – A única vez que a gente falou de política no

colégio, foi na 4ª Série. – E eram das eleições de 1992 até

2005.

Ou seja, Da Era Collor até a Era Lula.

Não se falava de Ditadura Militar. – O único professor que

falou disso, foi no 1° Colegial e, esse professor, foi demitido

pelo coordenador. - Nem chegou à Adnéia isso.

É óbvio, já tive professores de esquerda. – O Rodrigo,

também, é. – Mas ele, falava o que estava nos livros.

E o que estavam nos livros? – Revolução Francesa,

Revolução Industrial, Tratado de Tordesilhas e, blá, blá,

blá...

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Então, por mais que eu curtisse história, era algo que estava

ficando muito maçante. – O Reginaldo, mudou a forma de

dar aulas naquele colégio. – Ele fez os alunos interagirem.

Mas infelizmente, por ter uma posição política diferente, ele

foi demitido.

Tá certo, ele induzia os alunos ao voto no PT. – Isso é

errado. – Mas mesmo assim, ele era um professor foda:

- Votem na Dilma. Ela é inteligente e bem articulada!

E então, os que eram filhos de militares, ficaram putos e,

pediram a cabeça do professor.

Na minha sala mesmo, tinham 3. – O Lucas, o Vinicius

Lucas e a Mariane. – Mas, com certeza, Não foram eles. E

se foram, nunca vou saber.

Teve uma coisa que o Renato Russo falou no Jô Soares, em

1989, que é verdade:

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- As pessoas sejam do lado da direita ou, do lado da

esquerda, sempre te cobram informação e falam: ‘’Você não

sabe nada sobre o Brasil!’’ Você está disposto a saber, mas

não tem como puxar essas informações.

E concordo totalmente com isso. – Por mais, que as pessoas

discordam de você, elas sempre te cobram.

E outra, eu só fui ler Karl Marx depois de velho. – E fui

saber de Ditadura, quando eu parei de estudar.

Porque, você não tinha essas informações no colégio. – As

únicas coisas que eu escutava de professores meus, era isso:

‘’As escolas públicas eram melhores que as particulares’’.

‘’A burguesia era uma coisa boa. Que alavancou a

economia’’.

E quando você falava que a burguesia fedia, você sempre

ouvia:

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- O Cazuza morreu! – Ou, gritos de ‘’Ih!’’

Eu comecei a votar aos 16 anos. – Só eu comecei com essa

idade, na verdade.

Então, mesmo com o posicionamento político não definido,

eu votei na Dilma. – Já em 2014, eu votei nulo.

Pois eu, ainda acreditava no que a Globo e o Twitter me

dizia. – Mas também, não concordava com Levy Fidelix e

suas besteiras. – Então, preferi não votar.

Só voltei a votar, ano passado. – E votei na Erundina.

Eu não tinha nascido quando ela foi prefeita, mas pelas

coisas que eu ouvi do Claudinho e, do meu avô:

- Aquela mulher foi muito boa pra população excluída.

E pesquisei a história dela desde o PT até o PSOL, então,

votei nela.

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Aliás, o meu avô tinha uma posição política indefinida, na

verdade. – Quando o Maluf concorria, ele votava no Maluf.

– Quando a Erundina concorria, ele votava na Erundina.

O Maluf é aquele cara, que você finge que respeita, só pra

não morrer no dia seguinte, saca?

Ele já foi Governador e Prefeito dessa cidade, então, sei

muito bem da história dele, mas é um cara perigoso.

Que o CQC, fez o favor de transformá-lo em personagem

cômico. – Com aquele negócio de ‘’Fala na cara’’.

E é óbvio, que ninguém daqui de São Paulo, vai falar na

cara, o asco que foi ter Maluf no Governo e na Prefeitura.

Até porque, ele descia a mão nos estudantes da UNI,

mandava a Rota tacar a marmita na cara do trabalhador,

além do superfaturamento de obras.

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A única emissora que odeia o Maluf é a Rede Globo. – Mas

por questões financeiras.

Porque é óbvio, que a Família Farah tem mais posses que a

família Marinho.

E o CQC, era uma palhaçada no âmbito político, se você for

reparar, eles nunca pegavam os grandes.

Eles só pegavam o Maluf, porque ele é uma pessoa bem

treinada para dar entrevistas.

Mas eles nunca pegaram o Roriz, nunca pegaram o Collor,

nunca pegaram o Jader Barbalho, nunca pegaram o Romero

Jucá, Sarney, era carrasco e, nunca pegaram o Aécio Neves.

Eles sempre pegavam os mais fracos. – Garibaldi Alves e

Regufee, por exemplo.

O Reguffe tem até um papel importante na Câmara dos

Vereadores hoje em dia, que é, fazer leis pras minorias.

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Mas, o Garibaldi Alves, até hoje, é escada para Sarney, para

Renan Calheiros e para Aécio, fazerem suas atrocidades. – É

como o Zacarias foi para Os Trapalhões:

- Você me serve de escada, que te faço ser presidente do

Senado e ainda, faço você sair pela tangente.

É pra isso, que o Garibaldi Alves serve. – Para ser escada de

políticos corruptos. – E muitas vezes, o que serve de escada,

é mais culpado do quê o corruptor.

Enfim, você que é da Bahia, vai dizer:

- O CQC pegava o ACM Neto sempre!

Sim. – Pois ele é tipo, o Maluf. - É um cara bem treinado e

estrategista.

E também, a Família ACM foi perigosa até pouco tempo,

mas hoje, não fede nem cheira.

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Queria ver, se o CQC existisse na época do ACM, se eles o

pegariam. – Lógico, que não!

Você que é do Rio Grande do Sul, também, vai dizer:

- Ah, o CQC, pegava o Onyx Lorenzoni!

É... Ele é um cara perigoso, tem contatos até demais.

Mas, é como o Garibaldi Alves. - Serve como escada para

outros políticos entrarem no poder.

Enfim, raramente, eles pegavam o Sérgio Cabral Filho e

quando pegavam, faziam perguntas idiotas, como:

- O que você almoçou hoje, Prefeito? Criancinhas? (ha... ha...

ha...)

E por fim, vamos falar de bancada ruralista. – Até pouco

tempo, a mais perigosa do Congresso.

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O CQC nunca pegou a Kátia Abreu, por exemplo. – Nunca

pegou a Mirian Rios e, o Jair Bolsonaro, só aparecia quando

lhe era conveniente.

E também, tanto a Kátia Abreu quanto os filhos do

Bolsonaro, só gostam de falar com a Rede Globo.

Vocês repararam que eu odeio a Rede Globo, não é mesmo?

Pois, é. – Ver uma emissora que cresceu a mando da

Ditadura Militar, é meio osso. – Por isso, que eu odeio a

Globo. – E também, pelas manipulações referentes ao PT e

ao Lionel Brizola, claro.

Hoje, a Direita está também, odiando a Globo por causa da

série, né?

Porém, aquela série só está sendo feita, pois, a Globo será

vendida a um Grupo Mexicano, em Agosto desse ano. – A

Família Marinho, já detêm pouca porcentagem sob a

emissora.

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E também, a Globo está em crise. – Já se perguntaram o por

quê, que no Programa do Bial, ele usa copo americano ao

invés, de caneca personalizada? – Pois, é.

E não tiro o pé da reta em relação à Record e ao SBT, na era

Sílvio Santos. – O Sílvio, apoiou a Ditadura em 1989 e, era

amigo pessoal do João Figueiredo.

O Professor Reginaldo, odiava o Sílvio Santos.

Já a Record na era Edir Macedo, é melhor não falar nada,

né? – Deixa quieto ou, deixe que as imagens mostrem:

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Enfim, já que é pra falar de religião, novamente, vamos falar

de religião, novamente.

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Quando você se converte, você fica sabendo de algumas

histórias, que você não sabia antes.

Como aquela que o Rodolfo Abrantes chamou o Chorão para

ir à Bola de Neve e ele, foi embora na hora da palavra;

Ou, aquela que o Marco Feliciano cheirava cocaína e virou

crente porque era bissexual.

Quando o mundo secular soube disso, ele até perdeu cargos

na política e jogaram isso contra ele.

Aquela história que ele era estuprador, também, corria no

mundo evangélico. – Mas as pessoas o respeitavam tanto,

que, deixaram de investigar isso direito. – E até hoje, é

mistério.

E eu, ainda acho que ele sabotou o avião dos Mamonas

Assassinas.

As provas são óbvias:

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1°: O Dinho era da Assembleia de Guarulhos. – Saiu de lá,

devendo dízimo.

2°: O cara que estava no comando do avião, era amigo de

sua esposa.

Eu achava que era só eu quem achava isso, porém, o pai do

Dinho, também, acha.

E soube, que pastores como Silas Malafaia, Edir Macedo,

Caio Fábio e, Edir Macedo. - São mais respeitados do que

parecem ser. – Como o Marco Feliciano, também, é.

Eu mesmo não sendo convertido mais, respeito esses caras,

porém, Silas Malafaia e Caio Fábio, já perderam a

relevância faz tempo.

Caio Fábio, no mundo evangélico, é até considerado herege.

– Não por suas opiniões bíblicas, mas sim, porque os ateus,

também, o idolatram.

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Mas o Caio Fábio era tão respeitado, que tinha até um

programa na Globo, nos anos 90. – Todos os domingos.

E outra história que rola sobre o Feliciano, é que ele passou

a perna no Malafaia. – Por isso, ele fez a Vitória em Cristo

e, fez uma Editora Gospel.

Essa história da Editora Gospel, eu acho que foi uma puta

jogada de marketing. – Até porque, livros religiosos vendem

muito.

Eu mesmo, as maiores visualizações que tenho no Wattpad,

é quando são livros espirituais. – Existe muito cristão no

mundo. – Principalmente, hoje.

Enfim, quando chegou no dia 8 de Novembro, me lembrei do

seu aniversário:

- Gilson, hoje é aniversário da Franciele, né?

- Não sei, não.

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- 8 de Novembro. É sim!

- Esquece essa menina, Victor! Ela já até casou!

Aquelas palavras doeram como balas no meu peito tão

fragilizado.

- Ela casou com o Diego? Parabéns, para os pombinhos.

Fiquei mal, mas vi naquilo, a oportunidade de recomeçar a

vida.

Então, eu pedi pra ficar com a Bianca. – Ela era linda,

loira, também e, era três anos mais nova que eu.

Tá certo, a gente brigava pra caralho. – Não se entendia,

mas eu, até que gostava dela e ela, de mim. Ela uma vez, me

falou:

- Vi, eu não tenho nojo de você. Só que você é muito chato.

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- É... Sou chato.

Me lembrei, do que o Billy falou do Renato Russo, numa

entrevista:

- O Renato quando estava bem, era ótimo. Mas o Renato

quando estava deprimido, bebia e era egoísta. Só ele fica mal

e, só ele tem problemas.

Não me comparando com o Renato, lógico. – Mas,

concordando, que quando a pessoa é deprimida, ela fica mais

chata. – Não digo egoísta, pois, é errado.

E em 2010, eu já não era mais o mesmo. – Curtia já

literatura, muito pela sua influência e, ficava isolado dos

demais. – E quando uma pessoa vinha falar comigo:

- Ah, não tô muito afim.

Então, eu conversei com a Bia:

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- Bia, fica comigo?

- Não!

- Por quê?

- Porque, se eu quisesse ficar com você, eu ficava.

OBS: Nunca pergunte o porquê da menina não querer ficar

com você. É chato. É bobo. É inútil.

Mas ela, uma vez, ficou com raiva e disse realmente, o que

pensava de mim:

- Sabe por quê eu não fiquei com você?!

- Caralho, Bia. Eu tô bêbado... Mas fala, por quê?

- Porque você é sensível demais! Tudo é reclamação! Não

aguento mais, vou te excluir! Desculpa, tchau! Até um dia!

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Eu lembro que eu estava escrevendo um livro, era Agosto,

dia do aniversário do meu pai e, estava bêbado ouvindo Fito

Páez.

Só não lembro se era: Sable Chino ou, Instant-Teneas.

Enfim, meu mundo caiu. – E lembro que tomei uns cinco

comprimidos pra dormir. – E dormi.

Hoje, não misturo mais álcool com comprimidos. – Depois de

uma overdose e meia, a gente aprende a não fazer essas

bostas.

Eu estou falando tanto de política, que estou me lembrando

de um livro que eu li há um tempo, que o personagem era

meio um Getúlio Vargas na época que ele não era populista,

que tinha capatazes e, ficava com uma puta chamada Bruna

e se mata no final.

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Pra mim, o Getúlio Vargas, não passa de um hipócrita. –

Ele, é meio um João Dória. – Privatizava a porra toda e se

fingia humilde.

Duas coisas que me lembro sobre o Getúlio Vargas, é da

fachada amarela que tinha perto da casa do meu avô com o

nome dele. – E do jingle:

‘’Bota o retrato do Velho outra vez. Bota no mesmo lugar. O

Sorriso do velhinho faz a gente trabalhar’’!

Eu também, sofria bullying no 1° Colegial, mas eu digo que

mereci.

Até porque, quando você é uma minoria, a coisa que você

quer fazer, é se encaixar na sociedade.

Então, pra ter o beijinho das meninas, abraços de gente

popular, eu tinha que aceitar giz amarelo na cara e, na

roupa. – E tapas na bunda.

E vocês pensam que eu consegui isso? – Nada... Consegui

apertos de mão. – Até porque, era aquela velha história:

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- Não beijo no seu rosto pra não pegar doença!

Mas no 2° Colegial, parei de sofrer bullying, mas a merda já

estava feita.

Capítulo 5 – Automutilação

Eu pensei que iria acabar esse livro hoje, mas pelo que eu vi,

tem muita história. – Ainda bem, né? – Porque, vai valer a

pena pra quem vai baixar no Recanto das Letras.

E não tenho medo das pessoas de Direita que têm lá, pois,

acho que ter estudado no Colégio Tobias de Aguiar, me deixa

livre das críticas da Direita.

Os únicos que me ofenderam, mas já pararam, foram os

monarquistas. – Esses são poucos, mas são chatos.

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Os pobres e os negros morriam de fome, pessoas eram

enforcadas e guilhotinadas e também, ser gay era crime de

Estado. – Você acha mesmo que a monarquia deu certo?

Você tem problema!

Estou ouvindo Facundo Cabral agora. – Me sinto triste.

Não só porque, as músicas dele eram tristes e ele, parecia o

Seu Madruga. – Mas pela forma que ele foi assassinado.

Pessoas insatisfeitas com o Governo da Cristina Kirchner, o

assassinaram. – E ele, nem fazia shows de monólogos há

algum tempo. – É triste quando alguém morre por ideologia.

A Cristina não foi tão mal no Governo. – A Argentina já

vinha mal, desde a Ditadura do Perón. – A Cristina,

estabilizou a economia.

Uma coisa que eu esqueci de contar, é que eu cagava nas

calças por causa do psicológico. – Eu não sentia.

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Isso melhorou, quando eu comecei a passar com a Lenice. –

Quando eu contei isso pra Lilian, ela riu.

A Lilian foi, a psicóloga mais bonita e mais competente que

eu já tive. – No começo, eu achava que, só por causa da sua

beleza, eu desabafava. – Mas não.

Ela sabia fazer regressão. – Então, ela sabia pegar a

angústia lá dentro do seu cérebro. – E com isso, ela

apontava, também, seus erros.

Uma consulta com ela era como uma conversão religiosa. –

Você entrava podre e, você saía com o cérebro lavado, sem

inspiração, mas feliz, feito um retardado.

Mas com certeza, a beleza dela deu um start para que eu

desabafasse.

Pode até ser um defeito meu, mas eu ligo muito para a

aparência. - Não ligo para o que a pessoa é por dentro.

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Mas muita coisa foi por competência dela. – Como me

controlar, pedir desculpas e, ficar calmo.

É óbvio, que ela tinha defeitos e chegava até ser um pouco

antiprofissional, em alguns momentos.

Pois, ela descontava em mim seus problemas e gritava

comigo, às vezes. – Mas eu, parecia um cordeirinho. Não

questionava nada. – Só pedia que ela me escutasse.

Então, ela me abraçava e dizia:

- Desculpa, se eu fui chata com você hoje. – E eu, não dizia

nada.

Mas não posso negar. – Aquela psicóloga era muito bonita.

Aliás, bonita era pouco. Gostosa mesmo.

Uma vez, tocou o celular e eu, falei:

- Olha seu marido ligando aí, Doutora.

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Ela riu e disse:

- Nada. Não é ele não. Era uma amiga.

Ela deve ter pensado:

- Como esse menino sabe que eu tenho marido?

É óbvio, quando a pessoa tem 35 anos e, é gata pra caralho,

você espera que ao menos, ela tenha um marido. – É uma

visão machista, não nego. Mas...

Mas eu, me ‘’apaixonei’’ pela secretária de lá. – E ela, soube

disso, mas dava risada.

Ela era linda. – A mulher mais linda que eu já conheci. Eu

até pensei, que iria sentir por ela, o que eu senti por você. –

Mas não.

Minha mãe, até hoje, me zoa com aquela música do Amado

Batista, lá.

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Eu dou risada, mas aquilo passa longe de ser um assédio

sexual, pois eu fui ao ponto certo. – Falei coisas bonitas e

dei uma carta, pra ela. – E outra, a menina tinha 27 anos.

E por falar naquele escroto, acho que ele, não sabe o que é

anarquia. – Se o Brasil fosse uma anarquia, eu sairia pelado

de casa, gritando: ‘’Se hay governo; soy contra’’.

Aquele cara é muito burro. – Acha que a culpa é dele por ter

sido torturado. – Mas enfim, ninguém liga para cantores

bregas.

E por falar em psicólogas, a Edna era legal, mas era feia pra

caralho. – Então, não me sentia bem em desabafar com ela.

Ela me deu poucos dias de vida. – Pois, já tinha tido uma

overdose e já me cortava há dois anos.

Então, ela disse:

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- O Vi, infelizmente, não se aceita de jeito nenhum. Pra ele,

não vai ter mais jeito, Dona Sueli. Ele vai morrer em poucos

dias se continuar com esse comportamento.

Definitivamente, ela estava errada, né? – Mas estou aqui,

por sorte e por um pouco de incompetência, também.

Mas o meu quadro evoluiu de depressão profunda para o

Borderline, nesse tempo todo. – E é óbvio, que sinto medo de

evoluir para o Aspenger e depois, para o autismo.

Borderline pra mim, já está ótimo! – E não tem nem como

evoluir, pois, mesmo reclamando eu saio de casa e, não estou

tendo mais recaídas.

Porém, o Burder é horrível. – A ansiedade é muita. – Os

pensamentos ruins inúmeros. – A vontade de fumar é quase

inacabável. – E a insônia é eterna!

Além de o convívio social ser altamente nulo.

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Mas agora, tento não ligar tanto pra ansiedade. – Escrever,

ler e jogar vídeo game, me deixam em paz por alguns

segundos.

Já estávamos em 2011, Mirian e eu, ficamos amigos

inseparáveis. – Era com ela, que eu desabafava.

Mas aí, em Março daquele mesmo ano, eu pedi pra ficar com

ela. – Foi aí, que nossa amizade foi pro ralo.

Ela dizia, que nunca iria me deixar. – Hipocrisia! Hoje, ela

nem olha mais na minha cara.

Já cheguei a encontra-la na banca do Tatuapé tomando café

no mesmo lugar que eu tomava. – E ela, sempre olhava pra

mim e mostrava seu ficante. – Mas eu, não fazia nada.

Tomava café, ia fumar na marquise do metrô, jogava meu

cigarro no meio dos carros que passavam e, ia embora.

Hoje, ela está com um tal de Caio. – Feio, gordo e crente.

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Espero que ela esteja feliz.

Logo depois, em Setembro, pedi pra ficar com a Caroline. –

Mas, não a conhecia direito. - Só achava ela bonita e sabia,

que ela era Cristã.

Ela, estava namorando com o Kayke na época. - Ele tinha

estudado comigo da 1ª até a 3ª série. – Então, me conhecia.

Falou comigo depois do acontecimento vergonhoso, até:

- Eae, Vitão!

- Eae, Kayke, beleza, mano?

- Beleza.

Eu arrumei um problema com o noivo dela, mas nem vale à

pena contar, sabe?

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E também, apanhei do Saulo. – Ele me deu uma sequência

de socos, mas tudo foi culpa do Leonardo Osório. – Nem foi

culpa minha.

Então, a Márcia, ligou pro pai do Saulo e falou que eu era

doente, pra ele. – A dor, não foi nem apanhar. A dor foi

essa!

Ela me pediu desculpas depois, mas não adiantou muita

coisa.

Uma coisa que eu esqueci de contar, é que em 2010, fui

acusado de perversão, pelo colégio. – Um dia antes, do meu

aniversário.

Então, a Dona Adnéia me fez algumas perguntas:

- Victor, quantos anos você tem?

- Tenho 16.

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- E há quanto tempo você tá aqui?

- Desde 2002.

- Você é tão inteligente, que sabe o ano que você entrou aqui.

O que você fez com nosso carinho?! Dizem, que você se

masturba no banheiro. É verdade?

- É mentira! Isso é brincadeira dos moleques. Eu vou ao

banheiro porque, sinto vontade de mijar, ué?

Na verdade, um segurança já vinha me seguindo no

banheiro, e encostou-se à porta do mesmo, pra ver se eu

estava batendo punheta. – Mas, ele não viu nada.

Se eu estivesse me masturbando, minha mão estaria toda

gozada, não?

Mas ninguém acredita em mim. – Mas é sério, eu tinha 16

anos e eu, nem sabia o que era punheta, caralho!

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Por causa desse fato, toda vez que eu bato punheta, eu me

sinto um nojento.

Mas quando não se tem namorada, a única coisa que você

tem a fazer, é isso.

Enfim, no 3° Colegial, eu pensei em sair do Tobias, mas o

Paulo convenceu a minha mãe em me deixar completar o 3°

ano lá.

E outra, eu tive de operar o tendão, novamente. – Então,

aproveitei para terminar o Colegial em casa.

Se a Dona Adnéia tivesse tanta consideração por quem

estudou lá por 10 anos, eles tinham me perguntado como eu

estava pelo menos.

Dessa vez, a cirurgia foi tranquila. – Não sofri humilhações

e eu, comecei a andar logo depois, que eu tirei o gesso.

Na primeira, além do meu pai ter me humilhado, eu demorei

muito pra andar. – Pensei que iria demorar um ano.

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Mas enfim, ninguém veio me visitar, me senti sozinho pra

caralho, poucas pessoas perguntavam como eu estava. –

Aliás, nem você veio.

Enfim, quando foi no dia 27 de Setembro de 2011, eu fiquei

sabendo que você estava grávida. – O Renan, me contou.

Eu tinha te encontrado poucos dias antes, mas não tinha

percebido nada.

Lucas, um pervertido que tinha na perua, tinha mandado

mensagens torpes pra você e pra Bianca.

A Bianca, foi na minha sala, entrou, me bateu na cara e,

gritou:

- Vai tomar no cu!

Eu não entendi nada. – Até descobrir, que o meu Orkut

tinha sido hackeado por ele.

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Uma semana depois daquilo, te encontrei na porta da casa

do Gilson, beijando o Diego. – Pensei em ir para casa, mas

falei com você:

- Oi.

- Oi!

Você estava linda, loira e com um vestido branco.

E depois, fiquei sabendo pela Nalvinha, que você disse:

- Pensei que ele não iria falar comigo. Ele ficou com cara de

triste.

- Não importa o que aconteceu. Eu sempre vou falar.

Mas você estava grávida. – Então, eu li algumas coisas

sobre automutilação. Um texto no blog da Capricho e, um

texto no blog da Teka.

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Então, eu fui para a reunião de pais e, depois, fui para a

Rhesus fazer um raio-X da bacia, pois eu, iria operar no

outro ano.

E quando deu 17:00, daquele sábado, eu me cortei.

De primeira, doeu pra caralho. – Até pensei:

- Nunca mais vou fazer essa bosta!

Mas isso se torna um vício. – Então, cada problema que eu

tinha, eu descontava na gilete.

Depois eu, fui pra faca. – Obviamente. – Quando o presto-

barba não supre a sua dor, você procura facas.

E em cada problema que eu tinha, eu ia ao banheiro. – Eu

demorei de contar pra minha mãe, mas contei.

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No colégio, havia boatos. – A professora Edna, já olhou pro

meu braço, umas mil vezes.

Mas ninguém sabia. – Só contei quando, as pessoas da

ask.fm, começaram a me encher.

Aquilo causou vários suicídios no Reino Unido, por falar

nisso.

Não te culpo por ter me cortado. – As consequências me

levaram a isso.

Enfim, quando me ameaçaram me levar pro Caps, por

misturar comprimidos com álcool, eu pedi sua ajuda, mas

você, não me ajudou. – Só foi no Gilson e perguntou:

- Gilson, o Vi tá bem?

- Tá. Por quê?

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- Ele ligou pra minha casa e falou que estava deprimido. Só

não fui a casa dele, pois, eu ia trabalhar no outro dia.

Cheguei lá cansada, aliás. Ele me ligou às 2:00. O Diego e

eu, estávamos dormindo e, a Isabelly acordou.

Isabelly... – Outro motivo que eu me sinto culpado por ter

me cortado.

Até porque, eu me cortei no dia 28 de Setembro de 2011. –

No dia que ela nasceu.

Você me adicionou no Orkut, horas depois do corte. – E

estava lá:

‘’A minha princesinha nasceu!’’

Enfim, você terminou com o Diego, em 2014. – Um ano

depois, do nosso reencontro.

Eu já sabia, que você estava trabalhando naquela loja de

surf em Itaquera. – Outra ironia do destino...

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Até porque, você zoava com o meu Qix, se achando porque

tinha todos os conjuntos e, dois tênis All-Star.

Hoje, eu tenho dois All-Star e você, rodou na Kyw, na Hot

Spice e na Quiksilver.

Ainda bem, que você não foi pra Overboard, ainda. – Eu

compro roupas lá.

Ah, é verdade... – O Jhonny, ficava me zoando por não usar

roupas de marca. – Nós até brigamos por causa disso.

E hoje, eu uso mais roupas de marcas que ele e, compro na

loja mais playboy que tem na Zona Leste. – Só a ‘’elite’’

compra na Overboard.

Mas depois daquela briga, o Matheus me culpou pela morte

da minha avó, na Missa de Sétimo dia. – Nós trocamos

socos, mas meu pai me chamou pra ir para o banco de trás

com ele.

Curiosamente, ele não disse nada. – Só me abraçou.

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E sobre fingir o choro no velório? – Fingi mesmo. Se eu não

fingisse, eu iria apanhar do meu pai.

A única vez, que eu chorei de verdade, foi quando eu vi o

meu avô nas Clínicas com o ambulatório fedendo a xixi e a

cocô. – E quando o vi, convulsionando.

Eu tenho problemas com convulsões e epilepsia. – Por causa,

da minha mãe. – Minha mãe, era epiléptica.

Eu já tive convulsão, também, mas foi por febre. – Quando

eu tinha 4 anos, minha temperatura foi pra 45°.

Tem esse detalhe, também, né? – Eu ficava muito doente,

quando meu pai morava em casa. – Depois que ele foi

embora, não fiquei mais. – Acho que era trauma.

A última vez que eu tive febre, foi num jogo de várzea.

Era: Só no Sapatinho X Guaianazes.

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Estádio do Guaianazes, num domingo de manhã, campo de

barro e um puta frio. – Resulta em quê? Febre.

Apertei num botão aqui sem querer e eu, pensei que tivesse

que apagar tudo. – Ansiedade aumentou agora.

Enfim, em 2013, fui tirar minha identidade, pois a que eu

fiz, estava muito velha. – Era de 2004.

E minha mãe, inventou de comprar uma bota Moon City na

Besni e, tomar um sorvete no MC Donald’s.

Então, a loja que você estava, estava bem perto da porta de

entrada do shopping:

- Olha, onde a Franciele trabalha ali, mãe!

- Vi, não é ela ali?!

- Onde?

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- Na porta da loja. Olha!

Era você mesmo. – Então, assoviei, você ouviu e, me deu um

thauzinho. – Eu fiquei feliz, tremi e, te dei outro. E você

chamou sua amiga e disse:

- Olha, um amigo meu!

E quando eu saí do shopping, te dei outro tchau. – Daí,

nunca mais nos reencontramos.

Enfim, uma semana depois, tive uma overdose de remédios,

curiosamente, no jogo do seu Corinthians.

E o efeito daquele comprimido, ficou em mim até o dia

seguinte. – Cheguei a confundir você, com a vendedora da

Reiban.

E daí, você ficou com o Henrique. – Um feio, gordo e metido

à punk.

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Ele te deu tudo o que eu não pude dar. – Viagens,

chocolates, sexo e, um filho.

Apesar que, esse relacionamento tive várias reviravoltas, né?

– Mas você, ainda está com ele.

E com certeza, recebeu chocolates ontem. – Ou, não.

Pelo menos, você soube o que é estar no meu lugar. – Ficou

uma semana bebendo, fumando maconha e, sem tomar

banho. – Só usando aquela camiseta dos Ramones.

E com certeza, você só conhece: ‘’Blitzkrieg Bop’’.

A última vez, que eu te liguei, foi quando eu larguei de vez a

AACD. – Já estava cansado, mas a sua filha atendeu:

- Alô...

- Alô, quem é?

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- Isabelly Ferreira dos Santos Ribeiro.

- Quem?!

- (Repetiu seu nome completo).

- Ah... Sua mãe tá aí?

- Tá não, moço. Minha avó saiu, minha mãe foi trabalhar e

só tem eu.

- É?

- É.

- Então, tá. Tchau.

- Espera, moço. Não quer deixar recado?

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- Fala pra ela, que um amigo ligou.

- E qual é seu nome?

- Não posso falar. Sua mãe vai ficar brava, Isa.

- Como eu vou saber se é amigo da mamãe se você não fala

seu nome, moço?

- Deixa pra lá. Você nem era nascida quando a gente se

conheceu.

- Ah, tá. Tchau, moço.

- Tchau!

A sua filha me parece ser uma menininha legal, Ciele. – Você

me machucou, mas você virou uma puta mãe. Parabéns.

Só de falar com ela, me senti mais uma vez culpado por ter

me cortado no dia em que ela nasceu.

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Enfim, faltou contar, que eu fiquei de 1995 até 2012,

fazendo fisioterapia. – Já passei pela Unicsul, Diebel,

AACD e, outras clínicas que nem lembro o nome.

OBS: E sabe quem estava lá na Unicsul quando eu entrei

lá? – A Paolla Oliveira. Ela morava na Jacuí, na época.

Ela fala no comercial das Pernambucanas, que morava na

Penha, mas é mentira. – Alguns amigos que moram lá, me

falam que ela ainda aparece, de vez em quando.

E esqueci de falar, também, que você veio na festa de

casamento do Cima, com a blusa que eu mais gostava, mas

você, tinha usado ela na perua, no dia anterior.

E esqueci de dizer, que minhas duas avós morreram de

câncer. – Meu avô por parte de pai, morreu de cirrose e, o

meu avô por parte de mãe, morreu com doenças referentes à

Doença de Chagas.

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O meu avô morou na Bahia até os 20 anos e, morava em

casas de pau-a-pique. – Então, todos seus irmãos foram

picados pelo barbeiro.

Enfim, pra você, caro leitor, pode ter ficado um pouco

confusa a ordem cronológica, mas quando a gente quer

desabafar, as coisas saem. – Não tem jeito.

E esqueci de dizer também, que quando você engravidou da

Isa, você engordou uns ‘’200kg’’.

Só falei isso, pois, se você ler este livro, você vai me chamar

de ‘’machista opressor’’.

Enfim, já é o 4° livro que eu escrevo sobre você. – E sempre

tento colocar você, nas minhas ficções.

Embora, não adiante muita coisa, né? – Você não está aqui,

me vendo chorar.

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Ah, e por último, o Collor fez outra coisa boa. – Tirar o

Sílvio Santos da disputa presidencial. - Ele e, o Eduardo

Cunha. – Na época, presidente da Telesp.

A última coisa que eu queria dizer, é que se cortar, não é

coisa de covarde, de fraco e, de quem sofre por besteira.

Como a Isabela Freitas, diz. - E, o 13 Reasons Why,

também.

Eu compreendo vocês, pois, já passei pela mesma coisa. – E

por muitos anos. – E ainda, estou lutando para não ter mais

recaídas.

Hoje, também, me lembrei da Professora Rosilda, que era

minha professora de Filosofia, pois, nos nossos trabalhos, ela

sempre exigia: ‘’Capa, introdução e Sumário. ’’

Na época, eu achava frescura. – Mas hoje, é meu trabalho.

Enfim, estou cansado, mas feliz de ter terminado.

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É como aquela parábola das pedras na toalha:

‘’Você joga, joga, joga, por causa da raiva. - E no final, é

você quem fica sujo’’.

Enfim, espero ter inspiração amanhã, pois quero escrever

ainda, dois livros no Word. – Pra postar no Lulu e, no

Xinxii.

E preciso terminar os projetos inacabados.

E saiba de uma coisa, moça. – Eu nunca te esqueci.

Fim!

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