Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr....

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI CURSO DE LICENCIATURAEM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS JORDÂNIA FERREIRA DE MELO PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR ALUNOS DA E.E.M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM IGUATU/CE 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI

CURSO DE LICENCIATURAEM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JORDÂNIA FERREIRA DE MELO

PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR ALUNOS DA E.E.M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM

IGUATU/CE 2012

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JORDÂNIA FERREIRA DE MELO

PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR ALUNOS DA E.E.M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciada em Ciências Biológicas. Orientação: Profª. Esp. Francisca Neiliane Bezerra. Co-orientação: Profa. Esp. Ana Cristina de Oliveira e Silva.

IGUATU/CE 2012

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“ O desejo de tomar o medicamento é, talvez, a principal característica que distingue

o homem dos outros animais” (William Osler).

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Aos meus pais que amo demais! Por serem a minha fortaleza, por estarem sempre dispostos a realizar os meus sonhos. Dedico...

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me guiado, dando paciência, sabedoria, saúde e proteção

para que eu conseguisse alcançar esta vitória.

Aos meus pais Zuleide e Antonio por sempre acreditarem em mim e me

incentivaram nos momentos difíceis.

A Profª. Ana Cristina de Oliveira e Silva, pela atenção, dedicação e

seriedade com que conduziu meu trabalho.

A minha orientadora em reta final (risos), Profª. Francisca Neiliane

Bezerra que me acolheu com paciência, para que concluíssemos este trabalho.

A todos os professores que já tive desde as séries inicias, aos da

universidade, cada um teve sua importância ao longo dessa caminhada.

A todos os companheiros de turma, agora colegas de profissão, dos quais

vou lembrar com carinho e saudade, especialmente Jamile, Patrícia e Elvis.

Aos alunos do 1° ano da Escola de Ensino Médio Liceu de Iguatu Dr. José

Gondim que proporcionaram o desenvolvimento desse trabalho.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram com essa

vitória.

A todos, o meu MUITO OBRIGADA!

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RESUMO

A automedicação consiste no consumo de um produto, com o objetivo de tratar ou aliviar doenças ou sintomas percebidos, ou mesmo de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional. A automedicação pode ocorrer tanto com produtos naturais, as plantas medicinais como com produtos sintéticos, medicamentos industrializados e as duas formas podem causar danos ao organismo. Objetivou-se com o presente estudo, analisar o conhecimento dos alunos do 1º ano da E. E. M Liceu de Iguatu Dr. José Gondim, em relação à prática da automedicação e uso de plantas medicinais. Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem quanti-qualitativa, desenvolvendo o trajeto metodológico, realizou inicialmente uma explanação sobre automedicação e plantas medicinais com a realização de uma palestra e entrega de folders, seguida da coleta de dados, com a aplicação de um questionário semiestruturado, nos meses de agosto e setembro de 2012. A amostra foi constituída por 102 alunos que atenderam os critérios de inclusão do estudo. Assim, os resultados revelam que os participantes se encontram na faixa etária de 14 a 17 anos de idade, a maioria são do sexo feminino e moram na zona urbana. A partir dos dados colhidos, foram estruturadas quatro categorias: promoção de educação em saúde; formas de adesão e armazenamento de medicamentos e plantas medicinais pelos alunos; fármacos e plantas medicinais mais utilizados; e conhecimento sobre os riscos da automedicação. Foi constatado que os alunos adquirem medicamentos e plantas medicinais por influência familiar e armazenam geralmente os medicamentos no armário. Identificou-se ainda que os fármacos mais utilizados foram: paracetamol e dipirona. A automedicação decorre muitas vezes, da procura do alívio imediato, sem no entanto, se preocupar com a origem ou efeitos da dor em si. Verificou-se que metade dos alunos conhece os riscos da automedicação, isso é um dado preocupante, pois grande parcela de alunos está fazendo uso de produtos sem noção dos danos que eles podem causar ao organismo. Diante dos resultados encontrados, cabe destacar que há um longo caminho a ser percorrido, no sentido de conscientizar os adolescentes sobre a importância de não praticar automedicação e a educação em saúde tem papel primordial nessa situação.

Palavras-chave: Automedicação; plantas medicinais; alunos; educação em saúde;

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ABSTRACT

Self-medication is the use of a product, in order to treat or alleviate disease symptoms or perceived, or even to promote health, regardless of prescription professional. Self-medication can occur with natural products, medicinal plants and products with synthetic, manufactured drugs and the two forms can cause damage to the body. The objective of this study was to analyze the knowledge of students of 1st year of E. E. M Lyceum Iguatu Dr. José Gondim in relation to self-medication and use of medicinal plants. This is a descriptive exploratory study with quantitative and qualitative approach, developing the methodological path, initially conducted an explanation of self-medication with medicinal plants and conducting a lecture and delivering leaflets, followed by data collection, with the application of a semi-structured questionnaire in August and September 2012. The sample consisted of 102 students who met the inclusion criteria of the study. Thus, the results show that participants are aged 14 to 17 years old, most are female and live in the urban area. From the data collected, were structured four categories: promotion of health education, membership forms and storage of medicines and medicinal plants by students; drugs and medicinal plants commonly used, and knowledge about the risks of self. It was found that students acquire medicines and medicinal plants by family influence and usually store the drugs in the cupboard. It was also found that the drugs used were: paracetamol and dipiron. Self-medication takes place often in demand for immediate relief, without however worry about the effects of origin or pain itself. It was found that half of the students knew about the risks of self-medication, it is concerning because large portion of students are making use of products without notion of damage they can cause to the body. Considering the results, it should be noted that there is a long way to go in order to educate teenagers about the importance of not practicing self-medication and health education plays a major role in this situation.

Keywords: Self-medication, medicinal plants; students; health education;

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 14

2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 14

2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 14

3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15

3.1 Histórico e Uso dos Medicamentos ..................................................................... 15

3.2 Automedicação .................................................................................................... 16

3.2.1 Motivos e Causas ............................................................................................. 17

3.2.2 Influências ........................................................................................................ 19

3.2.3 Riscos da automedicação ................................................................................ 20

3.3 Uso de Plantas Medicinais .................................................................................. 22

3.3.1 Motivos e Causas ............................................................................................. 23

3.3.2 Influências ........................................................................................................ 24

3.3.3 Riscos do uso de Plantas Medicinais ............................................................... 25

3.4 Automedicação na Escola ................................................................................... 26

3.5 Educação em Saúde ........................................................................................... 27

4. TRAJETO METODOLÓGICO ............................................................................... 29

4.1 Tipo de Estudo .................................................................................................... 29

4.2 Cenário da Pesquisa ........................................................................................... 29

4.3 Sujeitos da Pesquisa ........................................................................................... 30

4.4 Instrumentos e Procedimentos de Coleta de Dados ........................................... 30

4.5 Análise dos Dados .............................................................................................. 31

4.6 Aspectos Éticos e Legais da Pesquisa ................................................................ 31

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS .............................................................. 32

5.1 Caracterização dos Sujeitos da Pesquisa ........................................................... 32

5.2 Questões Norteadoras ........................................................................................ 34

5.2.1 Formas de adesão e armazenamento de medicamentos e plantas medicinais

pelos alunos .............................................................................................................. 35

5.2.2 Os fármacos e plantas medicinais mais utilizados pelos alunos ...................... 40

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5.2.3 Conhecimento dos alunos sobre os riscos da automedicação ......................... 45

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 47

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48

APÊNDICES ............................................................................................................. 57

APÊNDICE A ............................................................................................................. 58

APÊNDICE B............................................................................................................. 60

APÊNDICE C. ........................................................................................................... 62

APÊNDICE D ............................................................................................................ 65

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LISTA DE TABELAS

Tabela1: Distribuição quanto à idade, sexo e moradia, dos adolescentes alunos do 1° ano do Ensino Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012........................................................................................................................p.32.

Tabela 2: Quem indica medicamentos, aos alunos do 1° ano do Ensino Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012...............................p.35.

Tabela 3: Local de armazenamento de medicamentos, dos alunos do 1° ano do Ensino Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012...p.38.

Tabela 4: Fármacos utilizados pelos alunos, do 1° ano do Ensino Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012...........................................p.40.

Tabela 5: Plantas medicinais utilizadas pelos alunos, do 1° ano do Ensino Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012..............................p.43.

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1. INTRODUÇÃO

A automedicação é um comportamento cuja iniciativa parte

fundamentalmente de um doente, ou de seu responsável, em consumir um produto

com a finalidade de tratamento de doenças ou alívio de sintomas. A orientação

médica é inapropriadamente substituída pelas prescrições de medicamentos por

pessoas não autorizadas, como amigos, familiares ou balconistas da farmácia. Outra

forma comum de automedicação é fazer o uso de receitas emitidas anteriormente,

apesar de não terem especificações de uso contínuo.

Embora haja medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição

médica, as pessoas não devem fazer uso indevido dos mesmos, como ingeri-los na

dose e na hora que lhes for adequada.

Entre os riscos mais frequentes, para a saúde daqueles que estão

habituados a se automedicar, estão o perigo de intoxicação e resistência aos

medicamentos, a dependência física e psicológica, como nos casos de psicotrópicos

que, tomados acima da dose, afetam o sistema nervoso.

O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes, o único

recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. O uso de plantas no

tratamento e na cura de enfermidades é tão antigo quanto à espécie humana. Ainda

hoje, nas regiões mais pobres do país, e até mesmo nas grandes cidades

brasileiras, plantas medicinais são comercializadas em feiras livres, mercados

populares e encontradas em quintais residenciais (MACIEL; PINTO; JUNIOR, 2002).

A escola busca a formação de cidadãos esclarecidos de seus direitos e

deveres na construção do conhecimento, incluindo a prevenção da automedicação.

Por essa razão, fornecer informações atualizadas sobre o uso de medicamentos no

campo escolar é tão importante para que ocorram mudanças comportamentais e

este problema não seja mais um caso de saúde pública. Cabendo aos profissionais,

que lidam diretamente com medicamentos e com educação, o papel de levar essas

informações à escola e a comunidade em geral.

Através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), busca-se

estimular a conscientização do educando, de modo que um de seus objetivos é que

o jovem estudante seja capaz de conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e

adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos de qualidade de vida e

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agindo com responsabilidade, em relação à sua saúde e à saúde coletiva (BRASIL,

1998).

A problemática do estudo baseia-se no déficit de conhecimento dos

adolescentes a respeito do uso racional de medicamentos e uso de plantas

medicinais. Diante deste cenário temos os seguintes questionamentos: Os alunos

conhecem os riscos da automedicação? Eles sabem os locais ideais de

armazenamento de medicamentos? Recebem alguma influência para fazerem uso

de medicamentos e plantas medicinais?

Devido ao fato das escolas concentrarem um grande número de

adolescentes, que possivelmente se automedicam, e que estão em fase de

formação, torna-se essencial levar a este local as principais informações sobre a

prática da automedicação e uso de plantas medicinais, visando esclarecer aos

alunos, as possíveis consequências do uso dessas substâncias. É importante

também, investigar como os adolescentes adquirem e armazenam medicamentos e

plantas medicinais, além do conhecimento dos mesmos sobre os perigos do seu uso

indiscriminado.

Esta pesquisa é relevante para a comunidade escolar, porque pretende

chamar a atenção dos alunos para o uso indiscriminado de medicamentos e plantas

medicinais, alertando-os para os efeitos que podem causar no organismo, visto que

a escola, é um espaço que se apresenta apropriado para desenvolver ações de

saúde e veicular informações educativas junto aos adolescentes, na tentativa de

expandir saberes e conhecimentos de forma efetiva e abrangente sobre o uso

racional de medicamentos.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o conhecimento e à prática dos alunos da Escola de Ensino

Médio Liceu de Iguatu Dr. José Gondim, em relação à automedicação e o uso de

plantas medicinais.

2.2 Objetivos Específicos

Identificar as formas de adesão e armazenamento de medicamentos e

plantas medicinais pelos alunos;

Conhecer os fármacos e plantas medicinais mais utilizados pelos

alunos;

Identificar o conhecimento dos alunos sobre os riscos da

automedicação.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Histórico e Uso dos Medicamentos

O uso de terapias, mesmo que bastante rústicas, começou antes dos

registros históricos, graças ao instinto do homem primitivo de aliviar a dor de uma

lesão colocando-a em água fria, empregando folhas frescas ou protegendo-a com

lama. Por meio dessas experiências, os seres humanos aprenderam que

determinadas terapias eram mais eficazes que outras e, a partir desses achados,

surgiu à terapia medicamentosa (LLOYD et al.,2007 apud PINTO et al., 2008).

No começo do século XIX, a maioria dos medicamentos eram remédios

de origem natural, de estrutura química e natureza desconhecida. Após 1940,

ocorreu a introdução maciça de novos fármacos, que trouxeram à população

possibilidade de cura para enfermidades até então fatais, sobretudo no campo de

doenças infecciosas. Os avanços nas pesquisas de novos fármacos, em conjunto

com sua promoção comercial, criaram uma excessiva crença da sociedade em

relação ao poder dos medicamentos (MELO; RIBEIRO; STORPIRTIS, 2006).

Segundo Nascimento (2002), a produção de medicamentos em escala

industrial, segundo especificações técnicas e legais, fez com que esses produtos

alcançassem papel central na terapêutica, deixando de ser considerado como mero

recurso terapêutico.

Entre os anos 1950 e 1960 ocorreu à chamada explosão farmacológica

devido ao desenvolvimento das ciências biológicas possibilitando melhor

compreensão dos mecanismos moleculares, celulares e homeostáticos relacionados

com a saúde e a doença e às conquistas tecnológicas e econômicas após a

segunda guerra mundial (ROSENFELD, 1989).

O tempo foi passando e com isso foram se modificando as técnicas de

produção dos meios diagnósticos e terapêuticos, bem como as teorias explicativas

para a ação terapêutica, até chegar à atualidade, na qual convivem de modo

pacificamente, produtos feitos à base de elementos extraídos da natureza, produtos

oriundos das várias reações de síntese química ou fermentativa e ainda aqueles que

vêm da manipulação genética pela tecnologia do DNA recombinante e o uso

terapêutico dos raios laser (ROZENFELD, 1989).

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O desenvolvimento de produtos farmacêuticos nos últimos sessenta anos

foi o maior de toda a história da farmacologia, o que consagra a farmacoterapia

como a maior e mais utilizada entre as alternativas terapêuticas à disposição das

equipes de saúde (MENDA, 2002).

3.2 Automedicação

A automedicação é um ato praticado desde o início da história da

humanidade, nas diversas etapas da evolução histórica, todas as civilizações

buscavam o alívio e a cura das doenças, através da utilização de uma variedade de

recursos terapêuticos (REY, 1997).

Em outras palavras, automedicação é o ato pelo qual o indivíduo, por sua

iniciativa ou por influência de outros, decide ingerir um medicamento para alívio ou

tratamento de queixas, consistindo no uso de produtos, medicamentos

industrializados, ou caseiros, sem prescrição médica, com a finalidade de tratar

sintomas ou agravos de saúde (PAULO; ZANINI, 1997).

No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias

Farmacêuticas (ABIFARMA),na década de 90, cerca de 80 milhões de pessoas já

eram adeptas da automedicação. A maior incidência de problemas envolvendo esta

prática está ligada à intoxicação e as reações de hipersensibilidade ou alergia

(IVANNISSEVICH, 1994).

Um novo conceito que surge é a automedicação responsável, que ocorre

quando o indivíduo trata seus problemas de saúde com medicamentos aprovados e

disponíveis para serem adquiridos sem prescrição médica, e que sejam seguros e

efetivos. Esta prática requer que os medicamentos utilizados sejam indicados para

condições diagnosticadas e para algumas condições crônicas ou recorrentes, e

devem ser designados para o propósito em doses farmacêuticas apropriadas (OMS,

1998).

A prática da automedicação responsável pode evitar o congestionamento

dos serviços de saúde, além de representar economia para o indivíduo. A

automedicação irresponsável, por sua vez, aumenta o risco de eventos adversos,

agravos à saúde e de mascaramento das patologias, podendo retardar seu

diagnóstico correto. Em decorrência desta prática indiscriminada estão os elevados

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custos com tratamentos mais complexos, invasivos, e com recuperação mais lenta

(SCHMID; BERNAL; SILVA, 2010).

3.2.1 Motivos e Causas

Nas sociedades modernas, as pessoas estão cada vez mais

familiarizadas com os fármacos, uma vez que, os medicamentos se tornaram rotina

na conduta médica. Antigamente, as pessoas não tinham tanta intimidade com

remédios, pois esses eram usados em casos particulares e raros. Atualmente, além

dos medicamentos serem opção comum na terapêutica, à prescrição está cada vez

mais padronizada, possibilitando que as pessoas utilizem os critérios de decisão

médica para problemas mais simples de saúde (BORTOLON; KARNIKOWSKI;

ASSIS, 2007).

Nos dias atuais, os medicamentos exercem um papel central nas práticas

de saúde, de tal forma, que a maioria das intervenções terapêuticas envolve a

utilização de pelo menos um medicamento. Consequentemente pode-se afirmar que

os medicamentos estão presentes em todos os domicílios, uma vez que os

tratamentos, de forma geral, não se esgotam nos cenários hospitalar, ambulatorial

ou no consultório médico (TIERLING et al., 2004).

Uma prática comum no cotidiano da sociedade moderna é o

armazenamento de medicamentos nos domicílios, podendo representar um risco

potencial para o surgimento de agravos à saúde. Frequentemente armazenada de

maneira imprópria, a farmácia domiciliar propicia diversas possibilidades de

consumo irracional e desperdício, incluindo a facilitação da automedicação não

responsável, bem como o aumento do risco de exposições tóxicas (TOURINHO et

al., 2008).

Apesar de não ser um fenômeno único da modernidade, o consumo de

medicamentos sem prescrição, torna-se uma prática comum à população brasileira

em todos os grupos etários. Dados sugerem que a automedicação no Brasil reflete

as carências e hábitos da população, e é consideravelmente influenciada pela

prescrição médica além de ter a sua qualidade prejudicada pela baixa seletividade

do mercado farmacêutico (ARRAIS et al., 1997).

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Segundo Camargo, Ribeiro e Medina (2002), a prática da automedicação

não distingue classe econômica, apenas os motivos são distintos, ou seja, os que

possuem dificuldades socioeconômicas procuram se automedicar pela falta de

recursos para pagar por uma consulta, enquanto a classe que dispõe de recursos

acredita que sabe sobre os medicamentos e, por isso, dispensa a orientação

médica, entendendo que algumas afecções são simples e não necessitam de

acompanhamento médico.

As razões pelas quais as pessoas se automedicam são inúmeras: a

propaganda desenfreada e maciça de determinados medicamentos que contrasta

com as tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação;

adificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, sendo mais fácil

conseguir a indicação de um balconista de farmácia, de um amigo, vizinho, parentes

além, é claro, de já termos os medicamentos armazenados em casa na famosa,

farmácia domiciliar.

A armazenagem domiciliar deve observar as orientações fornecidas pelo

fabricante (YOKAICHIYA et al., 2003), pois todo medicamento possui propriedades

físicas, químicas e condições microbiológicas específicas de acordo com a via de

administração. A manutenção das propriedades dos medicamentos depende da

estabilidade que pode ser modificada por fatores intrínsecos e extrínsecos

(ambiente, condições de transporte e armazenamento) (WANNMACHER;

FERREIRA, 2007 apud FIGUEIREDO et al.,2010).

Logo, existe a possibilidade de perda antecipada da estabilidade do

fármaco por fatores como temperatura, presença de oxigênio, luz solar, radiação e

umidade, (WELLS, 2005 apud FIGUEIREDO et al., 2010) o que justifica a

necessidade de orientações relacionadas ao armazenamento dos medicamentos

nas residências (SERAFIM et al., 2007).

É importante que se realize a revisão periódica dos medicamentos que

constituem a farmácia caseira, pelo menos duas vezes por ano, medicamentos

vencidos e aqueles cujo uso já ocorreu devem ser descartados para evitar possíveis

intoxicações ou trocas (FERNANDES; PETROVICK, 2004).

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3.2.2 Influências

Há pessoas quando sujeitas à dor, não hesitam em tomar medicamentos,

quer por sugestão de familiares e amigos, ou mesmo por influência da publicidade.

Estas pessoas não acreditam que os sintomas de mal-estar variam de pessoa para

pessoa, e que os diversos medicamentos existentes apresentam uma utilização

personalizada (SANTOS, 2006).

A maioria das famílias recorre como tratamento inicial de um elevado

número de patologias a uma medicação que é obtida facilmente, e que serve pra

tratar sintomas ligeiros como dores de cabeça, constipações e dores musculares

(ALBARRAN; ZAPATA, 2008 apud PEREIRA, 2009).

De um modo geral, após uma experiência positiva com determinado

medicamento, os consumidores passam a selecioná-los sempre que surgem

sintomas análogos. Assim, cria-se o hábito de utilizar este medicamento e, inclusive

de aconselhar para familiares e amigos (AGUIAR, 2004).

O uso de medicamentos está de alguma forma, associado à prática dos

familiares fazerem uso dos mesmos. A utilização de medicamentos no ambiente

familiar é uma prática conhecida e pode influenciar diretamente, na atitude do

adolescente frente ao seu estado de saúde (SILVA; GIUGLIANI, 2004).

Na atual estrutura da sociedade de consumo, o medicamento é concebido

como mercadoria que precisa estar constantemente atualizada e renovada. A isso,

se associa a ciência, que pretende garantir a eficiência e a segurança do produto

para o usuário. Além disso, o simbolismo de saúde fortalece os hábitos de consumo

ao apresentar medicamentos ao consumidor de forma sedutora e vendável, como

alívio imediato da dor, melhora do desempenho físico, aumento do apetite, e não

com a simples abstração de saúde (ARANDA DA SILVA, 2007 apud SOUSA;

BARBOSA; COIMBRA, 2011).

A publicidade e a propaganda de medicamentos causam grande

motivação no uso irracional e prejudicial de medicamentos. Os dados do Projeto de

Monitoração de Propaganda da ANVISA apontam que cerca de 90% dos comerciais

de medicamentos apresentam algum tipo de irregularidade. A situação é mais

alarmante na publicidade direcionada a médicos e farmacêuticos. Quinze por cento

de 1,5 mil propagandas de medicamentos de venda sob prescrição analisadas pela

ANVISA não apresentavam cuidados e advertências, 14% não alertavam sobre as

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contra-indicações e mais de 10% continham afirmações sem comprovação de

estudos científicos (ANVISA, 2004).

A busca de aconselhamento e tratamento, diretamente nas farmácias ou

drogarias, é uma situação corriqueira no Brasil e de grande influência no consumo

de medicamentos (ARRAIS, 2004).

No Brasil, é comum que balconistas de farmácias desempenhem o papel

de prescritores, constituindo um fator importante no incremento do uso inadequado

dos medicamentos, o que se deve à persistência de todo um conjunto de

determinantes que fazem a população optar pelos medicamentos como fonte de

saúde e pela farmácia como substituto dos serviços de saúde e do médico

(BARROS, 1997).

O próprio paciente favorece essa situação, devido à busca de soluções

rápidas para seus problemas e por pensar que os medicamentos são a cura de

todos seus males, sem levar em consideração que esta atitude pode trazer prejuízos

para sua saúde (SABINO; CARDOSO, s/d).

Além disso, com o objetivo de incrementar as vendas em drogarias, é

comum se observar o emprego de uma estratégia comercial, chamada

empurroterapia, que consiste em vender o máximo de produtos para um mesmo

cliente (BARROS, 1997; BALBANI; SANCHEZ; BUTUGAN, 1998).

A drogaria/farmácia deve ser considerada como um estabelecimento de

promoção de saúde e não somente um local para a prestação de serviços na venda

de medicamentos. Assim, para que haja a adequada prestação de informação

dentro do contexto de educação em saúde, torna-se necessária a comunicação mais

eficiente entre profissionais e usuários (OSHIRO; CASTRO, 2002).

3.2.3 Riscos da automedicação

Os medicamentos ocupam um papel importante nos sistemas sanitários,

pois salvam vidas e melhoram a saúde. A utilização de medicamentos é a forma

mais comum de terapia em nossa sociedade, porém existem estudos demonstrando

a existência de problemas de saúde cuja origem está relacionada ao uso de

fármacos (DALL ÀGNOL, 2004).

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Qualquer prática de automedicação, como qualquer outra prática que diz

respeito à saúde, tem resultados incertos. Quando se fala de risco, quanto menor a

pericialidade de quem decide a intervenção, maior ele é. Então, se a automedicação

é genericamente reconhecida como uma prática que comporta risco é necessário

compreender como se constrói e diversifica a percepção social do mesmo

(LOPES,2001 apud BORTOLON; KARNIKOWSKI; ASSIS, 2007).

O ato de se automedicar é um fenômeno potencialmente prejudicial à

saúde individual e coletiva, pois nenhum medicamento é inócuo a saúde. O uso

inadequado de substâncias e até mesmo drogas consideradas simples pela

população, como os medicamentos de venda livre, tais como analgésicos, podem

acarretar diversas consequências, como: reações de hipersensibilidade; resistência

bacteriana; estímulo para a produção de anticorpos sem a devida necessidade;

dependência do medicamento sem a precisão real; hemorragias digestivas; dentre

outros. A intoxicação por medicamentos é responsável por 29% das mortes no Brasil

e, na maioria dos casos, é consequência da automedicação. Além disso, o alívio

momentâneo dos sintomas pode mascarar a doença de base, podendo esta se

agravar (MINATTI-HANNUCH et al., 1992).

Os medicamentos ocupam o primeiro lugar nos acidentes resultantes da

exposição a agentes tóxicos (MARGONATO; THOMSON; PAOLIELLO, 2008).

O episódio de reações adversas a medicamentos mais conhecido no

mundo foi o caso da talidomida, que ocorreu em 1961, responsável por um surto de

má formação congênita, totalizando mais de quatro mil ocorrências, contabilizando

498 mortes. A partir daí, autoridades sanitárias do mundo inteiro despertaram para

questões relacionadas à pesquisa, com o intuito de aperfeiçoar as técnicas de

produção e registro de novos fármacos no sentido de prevenir a ocorrência de novos

casos (GUIDONI, 2009).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (2005), os

medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de

intoxicações sem eres humanos e o segundo lugar nos registros de mortes por

intoxicação. A cada 20 segundos, um paciente dá entrada nos hospitais brasileiros

com quadro de intoxicação provocado pelo uso incorreto de medicamento.

O amplo uso de medicamentos sem orientação médica, quase sempre

acompanhado do desconhecimento dos malefícios que pode causar, é apontado

Page 22: Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr. José Gondim - Jordânia Ferreira de Melo.

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como uma das causas destes constituírem o principal agente tóxico responsável

pelas intoxicações humanas registradas no país (LESSA; BOCHNER, 2008).

No Brasil, com o intuito de coibir o uso irresponsável de medicamentos,

bem como a automedicação, a partir de outubro de 2010 entrou em vigor a

Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC)

Nº 44, que dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias

classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição médica (ANVISA, 2010).

Dessa forma, o uso indiscriminado de medicamentos se tornou uma das

grandes dificuldades enfrentadas pela saúde no âmbito mundial. Os analgésicos e

antitérmicos são os medicamentos mais utilizados, sendo o ácido acetilsalicílico o

princípio ativo mais frequente, seguido da dipirona (ARRAIS et al., 1997).

3.3 Uso de Plantas Medicinais

O uso de plantas para amenizar dores ou tratar moléstias se perdeu nos

tempos. Desde a pré-história, o homem procurou aproveitar os princípios ativos

existentes nos vegetais, embora de modo totalmente empírico ou intuitivo, baseado

em descobertas ao acaso. Antigos textos caldeus, babilônicos e egípcios já traziam

referências a certas espécies vegetais usadas em rituais religiosos (BERG, 1993).

A OMS (2000) define as plantas medicinais como aquelas que têm uma

história de uso tradicional como agente terapêutico, atualmente 80% da população

dos países em desenvolvimento utilizam práticas medicinais tradicionais sendo que

85% dessas práticas envolvem plantas medicinais. Essa utilização das plantas

medicinais pelo povo faz parte ainda hoje da cultura brasileira, como resultado das

experiências de gerações passadas, que foram transmitidas por meio de

aprendizagem consciente e inconsciente (PANIZZA, 1997 apud LOPES et al., 2012).

O uso dessas plantas se tornou uma prática generalizada na medicina

popular, que vem sendo utilizada não só nas zonas rurais, como também no meio

urbano, na forma alternativa ou complementar aos tratamentos da medicina oficial

(DORIGONI et al., 2001).

No Brasil, considerando a ampla diversidade de espécies vegetais, bem

como, a riqueza étnico-cultural, as plantas medicinais ocupam posição de destaque

em relação à importância do uso popular medicinal. A realização de estudos

Page 23: Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr. José Gondim - Jordânia Ferreira de Melo.

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etnobotânicos possibilita o resgate e a preservação dos conhecimentos populares

das comunidades envolvidas (VALENCIANO; KEIZO, 2000).

No nordeste brasileiro, cerca de 500 espécies vegetais, cuja maioria está

constituída de plantas silvestres, são usadas como medicinais, especialmente pela

população do meio rural e da periferia urbana (MATOS; BEZERRA, 1993).

As plantas medicinais podem ser classificadas por categorias, de acordo

com sua ação sobre o organismo: estimulantes, coagulantes, diuréticas, sudoríferas,

hipotensoras, de função reguladora intestinal, colagogas, depurativas,

remineralizantes e reconstituintes (LORENZI; MATOS, 2008).

O reconhecimento e o resgate da sabedoria popular sobre as plantas

medicinais são fundamentais às famílias rurais, pelo fato da fitoterapia caseira ser

uma fonte de cura, muitas vezes a única, devido à falta de outros recursos para

cuidar da saúde (LÓPEZ, 2006).

3.3.1 Motivos e Causas

Segundo Berg (1993), é na Idade Moderna que a botânica começa a

tomar sua feição própria, porém, sempre colaborando com a medicina, mas, no

século XX até a década de 70, principalmente depois da 2ª Guerra Mundial, com a

descoberta de antibióticos e o incremento cada vez maior de remédios à base de

drogas sintéticas, houve um relativo abandono e inclusive certo cepticismo a

respeito das drogas natural. Porém, devido os preços cada vez maiores dos

medicamentos e os efeitos colaterais dos fármacos sintéticos, entre outros fatores,

as pesquisas sobre drogas de origem vegetal voltaram a ser reativadas.

A utilização de plantas medicinais, por populações rurais, é orientada por

uma série de conhecimentos acumulados mediante a relação direta dos seus

membros com o meio ambiente e da difusão de uma série de informações, tendo

como influência o uso tradicional transmitido oralmente entre diferentes gerações

(MOREIRA et al.,2002).

As plantas medicinais têm sido utilizadas tradicionalmente para o

tratamento de várias enfermidades. Sua aplicação é vasta e abrange desde o

combate ao câncer até os microrganismos patogênicos (SILVA; CARVALHO, 2004).

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24

O consumo de remédios caseiros à base de plantas é uma realidade

assimilada não só pela indústria farmacêutica, como também pelo poder público.

Tanto assim, que prefeituras de várias capitais, além de inúmeras cidades do interior

já distribuem gratuitamente estes medicamentos à população nos postos de saúde

(LÓPEZ, 2006).

As plantas medicinais, que têm avaliadas a sua eficiência terapêutica e a

toxicologia ou segurança do uso, dentre outros aspectos, estão cientificamente

aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades básicas de

saúde, em função da facilidade de acesso, do baixo custo e da compatibilidade

cultural com as tradições populares. Uma vez que, as plantas medicinais são

classificadas como produtos naturais, a lei permite que sejam comercializadas

livremente, além de poderem ser cultivadas por aqueles que disponham de

condições mínimas necessárias. Com isto, é facilitada a automedicação orientada

nos casos considerados mais simples e corriqueiros de uma comunidade, o que

reduz a procura pelos profissionais de saúde, facilitando e reduzindo ainda mais o

custo do serviço de saúde pública (LORENZI; MATOS, 2008).

Algumas características desejáveis das plantas medicinais são sua

eficácia, baixo risco de uso, assim como reprodutibilidade e constância de sua

qualidade. Entretanto, devem ser levados em conta alguns pontos para formulação

dos fitoterápicos, necessitando do trabalho multidisciplinar, para que a espécie

vegetal seja selecionada corretamente, o cultivo seja adequado, a avaliação dos

teores dos princípios ativos seja feita e para que a manipulação e a aplicação na

clínica médica ocorram (TOLEDO et al., 2003).

3.3.2 Influências

No que diz respeito à automedicação, o consumo de plantas medicinais

tem base na tradição familiar e tornou-se prática generalizada na medicina popular.

Atualmente, muitos fatores têm contribuído para o aumento da utilização deste

recurso, entre eles, o alto custo dos medicamentos industrializados, o difícil acesso

da população à assistência médica, bem como a tendência, nos dias atuais, ao uso

de produtos de origem natural (SIMÕES et al., 1998).

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No Brasil, a história da utilização de plantas, no tratamento de doenças,

apresenta influências da cultura africana, indígena e europeia (MARTINS et al.,

2000). A contribuição dos escravos africanos com a tradição do uso de plantas

medicinais, em nosso país, se deu por meio das plantas que trouxeram consigo, que

eram utilizadas em rituais religiosos e também por suas propriedades

farmacológicas, empiricamente descobertas. Os índios que aqui viviam, dispostos

em inúmeras tribos, utilizavam grande quantidade de plantas medicinais e, por

intermédio dos pajés, este conhecimento das ervas locais e seus usos foi transmitido

e aprimorado de geração em geração (LORENZI; MATOS, 2002).

Para grande parte da população o uso de plantas medicinais é visto como

uma integrativa histórica à utilização de medicamentos sintéticos, visto que os

últimos são considerados mais caros e agressivos ao organismo. A disseminação do

uso de plantas medicinais, assim como a automedicação deve-se principalmente ao

baixo custo e fácil acesso à grande parcela da população (OMS, 2000).

3.3.3 Riscos do uso de Plantas Medicinais

O uso de certas plantas, consideradas medicinais, pode levar um

indivíduo a se expor a sérios riscos de saúde no momento em que passa a

manipular e consumir, inadequadamente, determinadas espécies potencialmente

tóxicas.

Os efeitos mais preocupantes do uso indiscriminado de plantas

medicinais são teratogênico, embriotóxico e abortivo, uma vez que os constituintes

da planta podem atravessar a placenta, chegar ao feto e gerar um desses efeitos

(BRASIL, 2002).

A maioria dos efeitos colaterais conhecidos, registrados para plantas

medicinais, são extrínsecos à preparação e estão relacionados a diversos problemas

de processamento, tais como identificação incorreta das plantas, necessidade de

padronização, prática deficiente de processamento, contaminação, substituição e

adulteração de plantas, preparação e/ou dosagem incorretas (VEIGA JUNIOR;

PINTO; MACIEL, 2005).

Tradicionalmente, utiliza-se a associação de ervas medicinais em

formulações, que devem ser administradas com critério e sob orientação, porque as

Page 26: Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr. José Gondim - Jordânia Ferreira de Melo.

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ervas apresentam muitas vezes efeitos farmacológicos similares, podendo

potencializar suas ações. Os medicamentos alopáticos podem ser associados aos

fitoterápicos, mediante acompanhamento de um profissional da área de saúde,

lembrando que, podem potencializar os efeitos de alguns medicamentos alopáticos

(LÓPEZ, 2006).

As informações técnicas ainda são insuficientes para a maioria das

plantas medicinais, de modo a garantir qualidade, eficácia e segurança de uso das

mesmas. A domesticação, a produção, os estudos biotecnológicos e o

melhoramento genético de plantas medicinais podem oferecer vantagens, uma vez

que torna possível obter uniformidade e material de qualidade que são fundamentais

para a eficácia e segurança (LÓPEZ, 2006).

3.4 Automedicação na Escola

A legislação brasileira indica que as instituições de ensino só estão

autorizadas a ministrar medicações para os seus alunos mediante a prescrição

médica ou com o próprio acompanhamento médico (SILVA, 2007).

O uso de medicamentos na escola é polêmico. Especialmente nas

instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas), em que o maior tempo de

permanência das crianças e a maior suscetibilidade delas a certas doenças fazem

com que necessitem de remédios com mais frequência. Há escolas que não

administram os remédios (se for o caso, a criança falta às aulas durante o

tratamento), enquanto outras permitem que familiares entrem no estabelecimento

para dar os remédios, responsabilizando-se totalmente pelo ato. Consideramos que

muitas vezes a criança precisa tomar remédios, mas está em bom estado geral,

pronta para as atividades pedagógicas, podendo ter sua escolaridade prejudicada se

faltar por tempo prolongado. Nesses casos, seria razoável que recebesse a

medicação na própria escola. No entanto, o uso de remédios precisa ser bastante

criterioso, a fim de evitar equívocos e prejuízos para a saúde da criança (CUNHA,

2011).

Em relação a possibilidade de os adolescentes se responsabilizarem por

sua medicação, no exercício de sua autonomia. As recomendações da escola

devem ser amplamente comunicadas às famílias e situações polêmicas ou especiais

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devem ser discutidas com a comunidade escolar, com o objetivo de se

estabelecerem acordos que atendam da melhor forma os interesses dos estudantes

(BATISTA, 2008).

Pretende-se, dessa forma, minimizar os efeitos da automedicação e

diminuir interferências com as atividades pedagógicas, além de promover educação

em saúde no âmbito escolar.

3.5 Educação em Saúde

Educação em saúde pressupõe uma combinação de oportunidades que

favoreçam a manutenção da saúde e sua promoção, não entendida somente como

transmissão de conteúdos, mas também como a adoção de práticas educativas que

busquem a autonomia dos sujeitos na condução de sua vida, ou seja, educação em

saúde nada mais é, que o pleno exercício de construção da cidadania (PEREIRA,

2003).

Farias (2000) destaca que a educação em saúde possibilita uma

sustentação do individuo frente à realidade, redefine o seu papel de participação no

controle social e na sociedade. Os resultados se manifestam no indivíduo, nas suas

relações com o ambiente físico e social. Esse processo apresenta resultados a curto,

médio e longo prazo.

A educação em saúde pode ser considerada como uma das ações de

fundamental importância na promoção à saúde. Candeias (1997) destaca que:

Entende-se por educação em saúde quaisquer combinações de experiências de

aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à

saúde. A palavra combinação enfatiza a importância de combinar múltiplos

determinantes do comportamento humano, com múltiplas experiências de

aprendizagem e de intervenções educativas.

A educação em saúde não deve ser entendida somente como uma

atividade, mas um instrumento mediador capaz de integralizar o conhecimento ao

cotidiano, articulando educação e saúde.

Deve-se ter o propósito de desenvolver uma capacidade criativa e

reflexiva, aprimorando o senso crítico e transformador, aplicando, na prática, seu

conhecimento e suas idéias de forma consciente, e percebendo os educandos como

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sujeitos envolvidos nesse processo, considerado a educação em saúde relevante

em todos os espaços e, em especial, no ambiente escolar.

A escola é espaço de grande relevância para promoção da saúde,

principalmente porque exerce papel fundamental na formação do cidadão crítico,

estimulando a autonomia, o exercício de direitos e deveres, o controle das condições

de saúde e qualidade de vida, com opção por atitudes mais saudáveis (DEMARZO;

AQUILANTE, 2008).

Neste contexto, a educação em saúde é um processo fundamental para a

formação do indivíduo e para a construção da sua cidadania. Atualmente, vários

trabalhos vêm sendo realizados entre eles podemos citar, o Programa Saúde na

Escola – PSE.

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4. TRAJETO METODOLÓGICO

4.1 Tipo de Estudo

Para o desenvolvimento da pesquisa, foi escolhida como percurso

metodológico a abordagem quanti-qualitativa, de caráter descritivo e exploratório.

Para Gil (1999), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um processo

formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo

fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego

de procedimentos científicos.

De acordo com Gil (1991), a pesquisa exploratória visa proporcionar

maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir

hipóteses. A pesquisa descritiva, ainda segundo o autor, tem o intuito de descrever

as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de

relações entre variáveis.

Optou-se por abordagem quanti-qualitativa, que combina um enfoque

misto, na busca dos objetivos, sendo que para Duarte (2002) e Minayo (2004), a

pesquisa qualitativa tem uma relação de dinamismo que inclui a subjetividade e

mundo objetivo do sujeito, o qual não se traduz em números, enquanto que a forma

puramente quantitativa seria limitada no entendimento do problema em questão, não

atendendo os requisitos da captação de experiências subjetivas dos sujeitos.

4.2 Cenário da Pesquisa

O estudo foi realizado na Escola de Ensino Médio Liceu de Iguatu Dr.José

Gondim, localizada na Rua 25 de março s/n, bairro Brasília, no município de

Iguatu/CE, mediante Termo de Autorização (Apêndice A). Esta escola é uma escola

pública estadual que atende alunos da zona urbana e rural. A mesma possui mais

de 1.000 alunos matriculados, distribuídos em 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio nos

turnos manhã e tarde.

O município de Iguatu está situado na Região Centro-Sul do estado do

Ceará, possuindo uma extensão territorial de 1.029,002 Km2. Limita-se ao Norte com

Quixelô, ao Sul com Cedro, a Leste com Orós, Icó e Cedro e a Oeste com Cariús,

Jucás e Acopiara. Possui uma população de 96.523 habitantes (IBGE, 2010).

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4.3 Sujeitos da Pesquisa

A população desse estudo foi composta por 102 adolescentes, alunos da

Escola Estadual de Ensino Médio Liceu de Iguatu - Dr.José Gondim, localizada no

município de Iguatu/CE. Todos os adolescentes participantes foram esclarecidos

quanto aos objetivos da pesquisa científica.

Para seleção da amostra, foram adotados os seguintes critérios de

inclusão:

Serem alunos do 1º ano do Ensino Médio, no período matutino;

Alunos na faixa etária de 14 a 17 anos de idade;

Aceitem participar espontaneamente da pesquisa;

4.4 Instrumentos e Procedimentos de Coleta de Dados

Inicialmente, foi produzido um folder informativo sobre automedicação e

uso de plantas medicinais, que foram distribuídos aos alunos do 1º ano da escola. A

produção do material educativo ocorreu em agosto e foi realizado por mim.

Após a elaboração do material educativo, foi ministrada uma palestra no

mesmo mês, pela enfermeira Valdemônica Paulo Medeiros, realizada no dia 16 de

agosto de 2012, às 08:00 horas, no auditório da escola, na qual, a pesquisa foi

desenvolvida. Os folders (Apêndice D) foram distribuídos para os alunos ao final da

palestra para os alunos do turno matutino.

A palestrante utilizou recursos áudio-visuais para uma melhor

compreensão e assimilação do tema pelos alunos. Fez uma abordagem das

principais informações sobre automedicação e uso de plantas medicinais, definindo

o que é automedicação e ressaltando principalmente, riscos do uso de produtos

sintéticos e naturais, retratando com o cotidiano do aluno. A palestra teve duração

de 35 minutos. Ao final, foi aberto espaço para perguntas orais ou escritas, ao qual,

não foi observado cansaço ou rejeição à palestra, sendo que os alunos presentes se

mostraram bastante interessados e participativos.

Os dados foram coletados um mês após a palestra, no mês de setembro

de 2012, utilizando como instrumento um questionário anônimo, contendo perguntas

objetivas e subjetivas (Apêndice C). Para Lakatos e Marconi (1985), questionário é

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um instrumento para recolher informação pertinente à descoberta de opiniões

subjetivas. É uma técnica de investigação composta por questões apresentadas por

escrito a pessoas.

4.5 Análise dos Dados

Todas as informações coletadas foram submetidas à análise de conteúdo,

que busca atingir os objetivos, oferecendo respostas às perguntas formuladas;

enriquecer a leitura, buscando compreender seus significados e integrar as

descobertas desvendando à lógica subjacente às falas (BARDIN, 1997).

Em virtude da organização do questionário em obediência à

contemplação dos objetivos, organizou-se a análise em categorias, a fim de

responder com fidedignidade, uma vez que para Bardin (1997), busca abranger os

objetivos propostos, procurando sempre compreender os seus significados, indo

além das evidências imediatas e aprofundando cada vez mais o estudo.

4.6 Aspectos Éticos e Legais da Pesquisa

O estudo será submetido à análise do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP)

da Universidade Estadual do Ceará. Posteriormente será solicitada à E.E.M Liceu de

Iguatu Dr. José Gondim (Apêndice A) autorização para desenvolver o estudo. Como

procedimento ético, os participantes da pesquisa receberão explicações sobre a

finalidade e objetivos do estudo. A partir disso, os participantes, voluntariamente

aceitarão ou não em participar e responder ou não às perguntas da referida

pesquisa, assinando ou não o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE)

que se encontra no (Apêndice B).

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5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

5.1 Caracterização dos Sujeitos da Pesquisa

Participaram da pesquisa uma amostra composta de 102 adolescentes,

que cursam o 1° ano do Ensino Médio na Escola de Ensino Médio Liceu de Iguatu -

Dr. José Gondim.

Os dados de identificação estão representados através de tabelas para

melhor compreensão e exposição do estudo. Esta caracterização do sujeito foi

obtida a partir de dados objetivos como idade, sexo e local de moradia dos alunos.

Tabela1- Distribuição quanto à idade, sexo e moradia, da amostra dos alunos do 1° ano do

Ensino Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012.

Idade (anos) N° Absoluto N° %

14 16 16

15 37 36

16 30 29

17 19 19

Total 102 100

Sexo Nº Absoluto N° %

Feminino 68 67

Masculino 34 33

Total 102 100

Moradia Nº Absoluto N° %

Urbana 58 57

Rural 44 43

Total 102 100

Fonte: Direta E.E.M. Liceu de Iguatu Dr. José Gondim/2012.

Como pode ser percebido, houve predomínio na faixa etária de 15 anos

de idade, o que corresponde a 36% dos alunos. Porém houve uma considerável

proporção de 29% dos alunos com 16 anos.

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A influência da idade na automedicação é fator de verificação de estudos

relacionados ao tema consumo de medicamentos, frequente entre indivíduos mais

jovens. Os resultados do presente estudo confirmam, à semelhança de outros, que a

prevalência da automedicação em adolescentes é uma prática real e frequente,

independente do nível socioeconômico, o que para Loyola Filho et al., (2002)

representa um risco para a saúde.

Essa predominância recente da automedicação, entre pessoas cada vez

mais jovens, pode ser resultante do processo de independência e autonomia que

permeia o comportamento dos mesmos, sentindo-se autossuficientes, eles mesmos,

muitas vezes, se medicam sem procurar auxílio ou recomendações médicas.

Quanto ao sexo, do total de 102 alunos que responderam ao questionário,

68 alunos (67%), a maioria é do sexo feminino. Infere-se que a predominância das

meninas nas escolas deve-se ao maior número de meninos no mercado de trabalho,

como confirma o IBGE (2010), que em relação ao gênero, a parcela de adolescentes

ocupados, de 10 a 17 anos de idade, do sexo masculino foi de 2,065 milhões,

manteve-se superior à feminina que atingiu 1,342 milhão em 2010.

O uso de medicamentos também foi mais comum entre as alunas, o que

está de acordo com os resultados dos estudos de Rosenfeld (2003) e Muza et

al.,(1997). Entre as possíveis explicações para esse fenômeno, pode-se citar o

estresse e a ansiedade gerados pelos múltiplos papéis intra e extradomiciliares

assumidos pelas mulheres, muitas vezes já na adolescência. Além disso, sabe-se

que as mulheres procuram mais os serviços de saúde, expõem mais seus

sentimentos e têm mais sintomas depressivos e internações hospitalares do que os

homens, segundo Rosenfeld (2003). Todos esses fatores podem contribuir para um

maior consumo de medicamentos pelas mulheres.

Já para Musial (2007), a predominância do uso de medicamentos entre as

mulheres pode ser parcialmente atribuída à exploração, pela propaganda de

medicamentos, de papéis sociais tradicionalmente atribuídos às mulheres, dentre

eles o de prover a saúde da família.

Em relação à moradia, a maioria, 58 alunos (57%), dos participantes são

residentes na zona urbana, e 44 deles o que equivale a (43%), são da zona rural.

Esse fato talvez possa ser explicado pela dificuldade de acesso à escola pelos

alunos da zona rural que tem que se deslocar enfrentando poeira e sol, vale

ressaltar que existe transporte escolar na maioria das comunidades.

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Este fato pode também estar relacionado com a dificuldade da população

da zona rural em adquirir o medicamento, sem prescrição, devido à falta de

farmácias e serviços de saúde nessas regiões tendo que se deslocar para adquirir

os medicamentos, sendo mais prático, fazer o uso de plantas medicinais. Já na zona

urbana a facilidade de aquisição dos medicamentos é enormemente maior, devido à

presença de diversas farmácias, por isso deve ser maior a utilização de plantas

medicinais na zona rural do que na urbana.

Simões et al. (1998) relatam que todos os grupos culturais fazem uso de

plantas como recurso terapêutico e, em centros urbanos, plantas são utilizadas

como forma alternativa ou complementar à medicina oficial. O que faz mencionar

que a preservação da sabedoria popular é importante, como uma forma de proteger

o conhecimento das comunidades.

Segundo Veiga Junior (2008) a urbanização das cidades e a migração da

população rural para a área urbana, levam à perda do conhecimento sobre as

plantas medicinais. Seja em função do distanciamento das plantas, por conta das

áreas urbanas os quintais com jardins; onde as plantas possam ser reconhecidas e

coletadas; são cada vez menos frequentes, ou da falta de interesse no aprendizado

de suas propriedades, as novas gerações parecem estar perdendo este

conhecimento acumulado pelos seus antepassados.

O reconhecimento e o resgate da sabedoria popular sobre as plantas

medicinais são fundamentais às famílias rurais, pelo fato da fitoterapia caseira ser

uma fonte de cura, muitas vezes a única devido à falta de outros recursos para

cuidar da saúde (LÓPEZ, 2006). Mas deve-se ficar atento para os problemas que

este uso pode causar ao organismo, sem conhecimentos específicos e científicos,

os riscos de efeitos adversos tendem a ser maiores.

5.2 Questões Norteadoras

Os seguintes dados foram agrupados em categorias comparando-se

sempre com a literatura pertinente, que se classifica em:

Formas de adesão e armazenamento de medicamentos e plantas medicinais

pelos alunos;

Fármacos e plantas medicinais mais utilizados pelos alunos;

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Conhecimento dos alunos sobre os riscos da automedicação;

A fim de garantir o anonimato dos adolescentes da E. E.M Liceu de Iguatu

Dr. José Gondim, utilizamos, para identificá-los, pseudônimos de frutas.

5.2.1 Formas de adesão e armazenamento de medicamentos e plantas

medicinais pelos alunos

Quando abordado se os alunos têm o costume de adquirir medicamentos

sem receita médica, 64 alunos, o que corresponde a 63% admitiu adquirir

medicamentos sem receita médica enquanto, 38 alunos afirmaram que não utilizam

medicamentos sem receita médica.

Esse fato pode ser explicado porque hoje em dia, a população tem mais

fácil acesso a medicamentos, facilitando à prática da automedicação. Marin et al

(2003) afirma em seu trabalho que a dispensação pode ser feita sim, sem prescrição

médica, desde que esses medicamentos sejam de venda livre e que dispensem a

receita médica, porém essa prática está se tornando muito perigosa, porque acabam

abrangendo outros medicamentos de venda não livre e irregular.

Quando interrogados sobre quem costuma lhe indicar medicamentos, foi

obtido o seguinte, como pode ser visualizado na tabela 2.

Tabela 2 - Quem indica medicamentos, aos alunos do 1° ano do Ensino Médio da Escola

Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012.

Indica medicamentos N° Absoluto N° %

Família 46 45

Médico 33 32

Conta própria 11 11

Vizinho 04 04

Amigo 04 04

Balconista 04 04

Total 102 100

Fonte: Direta E.E.M. Liceu de Iguatu Dr. José Gondim/2012.

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Segundo as respostas dos alunos na (tabela 2), observa-se que quem

mais indica medicamentos é a família (45%), seguida do médico (32%), conta

própria (11%) e vizinho, amigo e balconista (4%) cada um.

Silva et al. (2011) em estudo com adolescentes de escolas publicas e

privadas de Fortaleza, constataram que houve mais casos de indicação dos

medicamentos por parte dos familiares (51,2%), seguido dos médicos (33,1%) e por

conta própria (20,8%), sendo estas proporções obedecidas tanto para alunos das

escolas particulares quanto para estudantes de escolas privadas. Diante deste fato,

percebe-se a necessidade de informação acerca do tratamento e de medicamentos

por parte dos pacientes e familiares. Tal informação deve provir de fontes fidedignas

e atualizadas, o que, muitas vezes, não é possível apenas em bulas e propagandas.

A conscientização da comunidade é um pré-requisito para que sejam alcançados

níveis elevados de saúde

Estudo realizado por Ribeiro et al. (2004), em Campina Grande (PB),

demonstrou que, entre os meios de automedicação, houve um predomínio de tomar

medicamento por indicação de parentes.

Esses índices podem ser consequência da atual crise da saúde pública e

à facilidade de encontrar farmácias nas diferentes localidades. Esse quadro tem

levado à discussão a adoção de práticas como a automedicação racional. De acordo

com a Resolução 357/2001, do Conselho Federal de Farmácia (BRASIL, 2001), a

automedicação responsável seria o uso de medicamentos não-prescritos sob a

orientação e acompanhamento do farmacêutico.

Loyola Filho et al.(2002), comprovou em seu estudo que, compartilhar

medicamentos com outros membros da família e utilizar sobras de medicamentos

prescritos ou não, guardados no domicílio são práticas muito comum no Brasil.

Quando interrogados sobre quem indicou a planta medicinal para uso

como remédio 71 (69,6%) alunos responderam a família incluindo mãe, avó, pais e

avôs, 13 (12,7%) responderam não utilizar remédio feito com plantas, 10 (9,8%)

responderam as pessoas mais velhas, 05 (4,9%) responderam o médico e 03 (3%)

os vizinhos como podemos observar nas falas a seguir:

“Minha mãe e minha vó e os de maior idade”(Coco). “A família, os vizinhos e o médico”(Goiaba). “nunca tomei remédio feito por plantas medicinais”(Tamarino).

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“Outros vizinhos que utilizão do mesmo processo cazeiro”(Açai).

Com base nestes resultados é possível observar que o conhecimento

sobre o uso das plantas medicinais é repassado, na sua grande maioria, entre as

gerações, permanecendo no seio familiar. Resultados similares foram encontrados

por Veiga Junior (2008), onde um maior percentual de entrevistados disse ter

adquirido esse conhecimento através da família, parentes ou vizinhos próximos. O

autor ressalta, ainda, que apenas um pequeno percentual adquiriu esse

conhecimento por indicação de profissionais da área de saúde.

Se já existe por parte dos pais e avós, o costume do uso frequente de

plantas medicinais, isso mais facilmente vai ser apreendido pelos filhos e outras

pessoas próximas como algo normal, e como primeira atitude de uso a recorrer

diante de problemas de saúde. Esse costume se manifesta com uso de chás para

cólicas, mal estar gastrointestinal, dores de cabeça ou ainda o uso de compressas

para problemas musculares. Eles são comuns que podem passar quase

despercebidos e às vezes não entendidos propriamente como uso medicinal

(MACHADO, 2008).

Quando foram interrogados em relação ao armazenamento, 62 (60%)

alunos responderam que possuem farmacinha em casa, 40 (40%) afirmaram não

possuir este tipo de armazenamento de medicamento nas suas casas. Esses dados

podem ser explicados pela dificuldade de se conseguir consulta médica, precisando

armazenar medicamentos para uma eventual necessidade, e como obtido em

categoria anterior é na família onde os alunos costumam adquirir medicamentos,

além da cultura de guardar ou poupar para uma eventual precisão.

Bueno et al. (2009) relatou em um estudo realizado com alunos no

município de Ijuí-RS, que 91,59% possuíam pelo menos, um medicamento em casa.

Silva (2005) também constatou essa questão com um índice de 88%. Outro estudo

revela que 83,2% dos entrevistados no município de Umuarama-PR possuíam

medicamento em casa, sendo que 21% possuíam 10 ou mais diferentes

medicamentos (FANHANI et al., 2006).

Fernandes (2000), num trabalho sobre farmacinha caseira observou que

97% das residências visitadas possuíam pelo menos um medicamento estocado, e o

número de medicamentos estocados variou de 1 a 89 itens (média de 20 itens).

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38

Cerca de 55% dos medicamentos em estoque foram adquiridos sem prescrição

médica. Do total, 25% estavam vencidos e destes, 24% continuavam sendo

utilizados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (2008), autoridade

reguladora brasileira, permite a venda livre, sem necessidade de prescrição médica,

de alguns grupos de medicamentos para indicações terapêuticas especificas, o que

facilita a presença da farmácia caseira, o estoque domiciliar de medicamentos. Isso

pode gerar a dúvida do que fazer quando os medicamentos vencem ou,

simplesmente, não devem mais ser utilizados.

Percebe-se que ter farmacinha em casa virou um hábito na casa dos

brasileiros, até mesmo dos que moram na zona rural, verificou-se que dos 44

participantes da zona rural, 30 relataram possuir farmacinha. Isso ocorre devido à

ausência ou deficiência dos serviços de saúde, a ausência de farmácias na

comunidade, sendo necessário armazenar estes medicamentos em casa para uma

eventual necessidade.

Quando investigados sobre em que locais costumam armazenar os

medicamentos, foi obtido os seguintes locais, como pode ser visualizado na tabela 3.

Tabela 3- Local de armazenamento de medicamentos, dos alunos do 1° ano do Ensino

Médio da Escola Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012.

Armazenamento N° Absoluto N° %

Armário 44 43

Farmacinha 24 23

Geladeira 22 22

Guarda Roupa 12 12

Total 102 100

Fonte: Direta E.E.M. Liceu de Iguatu Dr. José Gondim/2012.

Percebe - se na (tabela 3) que a maioria dos medicamentos armazenados

na casa dos alunos está no armário (43%), na farmacinha (23%), geladeira (22%) e

guarda roupa (12%).

A guarda de medicamentos em casa é feita muitas vezes de forma

inadequada, uma vez que são acondicionados principalmente na cozinha ou no

Page 39: Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr. José Gondim - Jordânia Ferreira de Melo.

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banheiro, estando expostos à umidade e variação de temperatura, podendo os

mesmos, apresentar ineficiência quanto ao efeito ou pode aumentar os riscos de

reações adversas, devido à variação de estabilidade dos mesmos. Além da

exposição a microrganismos peculiares desses cômodos do domicílio.

É importante ressaltar o tempo de uso, porque muitos medicamentos tem

tempo de vida útil curto, e muitos usuários não se atentam a isso, apenas à validade

do medicamento em si, ressalvando que após aberto, tem um tempo determinado

para usá-lo, e muitas pessoas desprezam essas valorosas informações, achando

desnecessárias.

Para que os medicamentos tenham sua plena ação, devem estar em

condições adequadas de uso e dentro do prazo de validade (ROCHA et al., 2009),

pois são produtos de significativa importância para a melhoria ou manutenção da

qualidade de vida de parte da população. A preservação da sua qualidade deve ser

garantida desde a sua fabricação até a entrega ao paciente, pois se a medicação

tem seu estado normal alterado, ela se torna inativa ou, até mesmo, nociva ao

usuário (VALERY, 2011).

Os locais de armazenamento dos medicamentos, encontrados por

(SCHENKEL; FERNÁNDES; MENGUE, 2005), foram semelhante aos da presente

pesquisa: armário (953) e guarda roupa (220), sendo a cozinha o local onde foi

encontrado o maior número de medicamentos, o que possivelmente se deve à

acessibilidade do local, à presença de líquidos que podem ser ingeridos

conjuntamente com o medicamento e de utensílios domésticos como colheres para

medida de líquidos e suspensões. Dentro da cozinha, o armário da pia, a gaveta

desse armário e sobre eletrodoméstico como geladeira e forno de microondas são

os locais preferidos para a guarda dos produtos.

Com tantos medicamentos disponíveis em casa, a automedicação fica

facilitada e corriqueira. A facilidade de acesso aos medicamentos no Brasil e a

percepção desses serem vistos como bens de consumo inócuos, são alguns dos

fatores que promovem estímulo a automedicação (ANVISA, 2008). Segundo

Nascimento (2003), esse hábito conduz a uma inevitável tendência de se utilizar um

medicamento quando há um mal-estar ou mesmo para preveni-lo, buscando uma

solução imediata. Entre vários prejuízos que essa prática pode oferecer, destacam-

se gastos desnecessários, atrasos no diagnóstico, terapêutica inadequada, reações

alérgicas, adversas e intoxicações.

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40

5.2.2 Os fármacos e plantas medicinais mais utilizados pelos alunos

A variedade de formas utilizadas para prevenir ou tratar doenças é

enorme. Essa variedade se dá por diversos motivos, seja ela pela cultura do uso de

ervas e raízes, seja pela condição financeira, por uma questão filosófica ou pelo

desenvolvimento cientifico, diferentes pessoas ou grupos utilizam uma ou mais

dessas variedades.

Para responder esta categoria, foram utilizadas três perguntas: a 1ª - Qual

a classe de medicamento que você mais utiliza para se automedicar; 2ª - Se já

tomou ou está tomando algum medicamento atualmente sem prescrição médica,

qual e para que ea 3ª - Quais as plantas medicinais que você utiliza como remédio.

Quando interrogados sobre a classe de medicamentos mais utilizados, a

maioria relatou que os analgésicos são as formas mais utilizadas por eles, seguida

dos antiinflamatórios e antibióticos, como podemos ver nas seguintes falas:

“a classe que passa as dores” (Goiaba). “Remedios para dor” (Abacate).

“Comprimidos como paracetamol, ibuprofeno, amoxilina entre outros” (Caju). “Analgético; antiflamatório” (Abacaxi).

Alguns alunos relataram também utilizar: antitussígenos e expectorantes,

antitérmico, antialérgico, antiespasmódico, corticóides e suplemento vitamínico.

Como podemos visualizar nas falas:

“Eu tomo xarope, antigripal, loratadina, predinisona paracetamol”(Macaúba). “Aqueles pra dar vontade de comer e pra cólica buscopan, atroveran” (Pequi). “So remedio para dor de cabeça, tosse, febre, cólica”(Figo).

Como podemos observar, os alunos fazem uso de várias classes de

medicamentos associados sempre ao analgésico, isso pode ser explicado por que

quando sondados sobre qual sintoma levam a tomar medicamentos por conta

própria, a maioria absoluta respondeu ser a presença dor. Cerqueira (2005), em um

estudo com adolescentes, também constatou que a grande maioria dos pesquisados

informou utilizar mais de uma classe de medicamentos, fato que pode levar a

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interações medicamentosas, e, dessa forma, inativar, diminuir, prolongar ou

potencializar o efeito de alguns fármacos.

Dentre todas as classes de medicamentos, os analgésicos possuem as

maiores utilizações indiscriminadas, por serem usados no alívio da dor, com

facilidade na aquisição e em grande parte de venda livre (TIERLING et al., 2004).

Muitas vezes os analgésicos são considerados medicamentos

inofensivos, de sabor agradável como o AAS infantil, que contém sacarina sódica na

sua formulação e de fácil acesso. Entretanto, tais produtos apresentam efeitos

adversos consideráveis e por vezes fatais, como hipersensibilidade, agranulocitose,

hemorragia gástrica, entre outros (WANNMACHER; FERREIRA, 2007).

Um dado importante a ser observado, é que mesmo a venda de

antibióticos sendo necessário a retenção da receita, os antibióticos foram os

terceiros mais utilizados pelos alunos. Percebe-se também que, muitos alunos não

tem noção do que estão tomando confunde antiinflamatorio com antibiótico como

podemos ver na fala:

“Alguns antiflamatorios como ibuprofeno, paracetamol, cefalexina” (Acerola).

Tratam antibióticos como medicação comum que pode ser utilizadas de

qualquer jeito, por um tempo inferior ao necessário, ou sem obedecer aos horários

necessários à manutenção de uma concentração ideal deste no organismo, sem

levar em consideração que seu organismo pode ficar resistente a tais medicações.

Antes do século XXI, a resistência bacteriana ocorria predominantemente

em ambientes hospitalares. Atualmente, a resistência bacteriana está associada a

diversos ambientes e pode atingir indivíduos saudáveis. Uma alternativa que pode

ser adotada na tentativa de contornar o problema da resistência bacteriana é o uso

de terapias associadas. Porém, o uso extensivo e muitas vezes inapropriado dos

antibióticos, más condições de higiene, fluxo contínuo de viajantes, o aumento de

pacientes imunocomprometidos e a demora no diagnóstico das infecções

bacterianas têm favorecido o aumento da resistência. Um dos mais recentes

exemplos de resistência a antibióticos é a causada por patógenos intracelulares, que

constituem um reservatório para infecções recorrentes (GUIMARÃES, MOMESSO,

PUPO, 2010).

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42

Quando questionados sobre quais os medicamentos mais utilizados, foi

obtido os seguintes dados, como pode ser visto na tabela 4:

Os fármacos estão organizados na tabela por ordem de citações.

Tabela 4 – Fármacos utilizados pelos alunos, do 1° ano do Ensino Médio da Escola Liceu de

Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012.

Fármacos N° Absoluto N° %

Paracetamol 25 20

Dipirona 23 19

Amoxicilina 18 15

Benegrip 15 12

AAS 12 10

Apracur 09 08

Outros 19 16

Total 121100

Fonte: Direta E.E.M. Liceu de Iguatu Dr. José Gondim/2012.

Em outros estão incluídos os seguintes fármacos:

anticoncepcional,atroveran, azitromicina, anador, buscopan, diclofenaco,

dorflex,dramin,ibuprofeno,loratadina, plasil e xarope.

Observa-se na (tabela 4) que os alunos utilizam principalmente

medicamentos para dor, os chamados analgésicos, teve-se como os mais citados

paracetamol (20%), dipirona (19%),amoxicilina (15%), benegrip (12%), AAS (10%) e

apracur (8%).

A prevalência do paracetamol e da dipirona como os mais utilizados pelos

alunos pode ser justificada pelo fato que são substâncias fáceis de serem

encontradas, que estão disponíveis nas unidades de saúde, serem de baixo valor

aquisitivo, além de como já ficou evidenciado em categorias anteriores e como pode

ser identificados em qual motivo leva a utilização, os alunos expressam sentir dores.

Em relação ao motivo da utilização de tal medicação, foi obtido o

seguinte: dor de cabeça (23), gripe (11), dor de garganta (08), febre (07) e cólica

(05). Os resultados podem ser visualizados nas falas:

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43

“so pra dor de cabeça” (Kiwi).

“Amoxilina para garganta”(Umbu). “Dipirona e alguns comprimidos para dores e febre” (Tamarino). “Gripe, dores, inflamações, cólicas e etc” (Sapoti).

Ainda foram citados os seguintes fármacos: AAS, amoxicilina,

anticoncepcional, apracur, atroveran, azitromicina, anador, buscopan, diclofenaco,

dorflex,dramin,ibuprofeno,loratadina, plasil e xarope.

Os alunos ainda afirmaram utilizar os medicamentos para os seguintes

sintomas: dor de dente, dor de estômago, inflamação, tosse, náusea, vômito e

sinusite.

De maneira geral percebe-se que os alunos utilizam medicamentos para

aliviar dores segundo Abraão, Simas e Miguel (2009) a dor compreende aspectos

fisiológicos, psicológicos, cognitivos e afetivos, como também sofre influência de

fatores culturais e sociais que agem sobre a reação comportamental do indivíduo

perante a dor. A sensação de dor ainda está relacionada à percepção pelo sistema

nervoso, sendo básica a todas as pessoas, o que caracteriza uma experiência

pessoal de cada indivíduo.

Quando investigados quais as plantas medicinais mais utilizadas como

remédio, as mais citadas podem ser visualizadas na tabela 5:

Tabela 5 – Plantas medicinais utilizadas pelos alunos, do 1° ano do Ensino Médio da Escola

Liceu de Iguatu Dr. Jose Gondim, Iguatu - CE / 2012.

Planta medicinal N° Absoluto N° %

Capim santo 34 17

Cidreira 32 16

Boldo 30 15

Hortelã 28 14

Malva 25 12

Marcela 10 05

Quebra pedra 10 05

Romã 09 05

Eucalipto 07 04

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44

Outros 13 07

Total 198 100

Fonte: Direta E.E.M. Liceu de Iguatu Dr. José Gondim/2012.

Em outros estão incluídos: folha de laranjeira, erva doce, endro, mastruz,

babosa, arruda, gengibre, folha de alecrim, limão, rapa de caju, camomila, aroeira e

folha de manjericão.

Em relação às plantas medicinais utilizadas pelos alunos (tabela 5),

observou-se que as mais utilizadas são: 17% dos alunos utilizam o capim santo,

16% utilizam a cidreira, 15% utilizam o boldo, 14 % utilizam o hortelã, 12% utilizam a

malva, 5% utilizam a marcela, quebra pedra e romã,4%o eucalipto e 7%utilizam

outras plantas medicinais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que 80% da

população mundial já fizeram uso de algum tipo de erva na busca de alívio de

alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável, ressaltando a importância da

fitoterapia e sugerindo ser uma alternativa viável e importante também às

populações dos países em desenvolvimento, já que seu custo é diminuído

(REZENDE; COCCO, 2002).

Neste estudo observa-se que as plantas mais citadas pelos alunos foi o

capim santo seguida pela cidreira o que mostra que plantas com finalidades

calmantes são as mais procuradas por esta população o que está de acordo com os

resultados de (MACEDO; OSIIWA; GUARIDO, 2007).

Observa-se que as plantas mais citadas estão de acordo com os sintomas

relatados, no caso o boldo utilizado pra alivio de dores estomacais e enjoo, hortelã

utilizado no tratamento de doenças respiratórias, como gripe, bronquite e tosse.

O modo de preparo das plantas medicinais para utilização no tratamento

de doenças é um ponto de grande importância visto que daí depende, muitas vezes,

a ação terapêutica da planta utilizada. Neste estudo, a forma de utilização mais

relatada pelos alunos apontam a preparação na forma de chá como principal meio

de utilização das plantas medicinais. Este processo também foi registrado como o

mais usado em trabalho semelhante realizado por Kubo (1997).

É necessário ressaltar a falsa idéia de que os remédios naturais não

produzem efeitos colaterais, plantas quando ingeridas na forma de chá ou ingeridas

in natura, também podem causar efeitos adversos como cardíacos, alérgicos,

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hormonais, irritantes e purgativos, em seres humanos ou animais. A ingestão

excessiva de algumas plantas pode causar problemas à saúde (NEWALL et

al.,2002).

Existem poucas informações sobre a interação de plantas quando

ingeridas na forma de chás com os medicamentos convencionais. Pode-se tentar,

contudo, identificar as plantas que podem interferir com categorias específicas de

medicamentos convencionais, com base em suas propriedades químicas e

farmacológicas e nos efeitos colaterais de que se tem conhecimento (D’ARCY,

1993).

5.2.3 Conhecimento dos alunos sobre os riscos da automedicação

De acordo com o instrumento de pesquisa aplicado, verificou que 56

alunos afirmam conhecer os riscos da automedicação e 46 afirmaram não conhecer.

O resultado mostrou que 45 alunos afirmam ser a intoxicação o maior risco da

automedicação, como podemos ver nas seguintes falas:

“Geralmente quando não temos o conhecimento do remédio podemos ter irritação, alergia, ser intoxicado”(Jabuticaba). “Sim, pode ocorrer alegias, intoxicação ou até mesmos acarretar em problemas mais graves” (Lima). “Quando você se automedica você não saberá a dozagem certa e poderar vim os sintomas de acordo com a medicação que você esta tomando como tontura, diarreia, alergia, intoxicação” (Murici).

Segundo a fundação Oswaldo Cruz, o uso excessivo ou inadequado de

medicamentos, em grande parte decorrente da automedicação, é a causa de 29%

das intoxicações registradas no ano de 2003. A Estatística Anual de Casos de

Intoxicação e Envenenamentos demonstra que há sete anos os medicamentos

ocupam o primeiro lugar entre as intoxicações humanas registradas pela rede

formada pelos 31 Centros de Informações Toxicológicas no Brasil, superando as

causas por animais peçonhentos, as que ocorrem em consequência do uso de

produtos químicos industriais e as causadas pelo uso indevido de pesticidas

agropecuários (LIMA, 2004).

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46

A morbimortalidade relacionada a medicamentos é um relevante

problema de saúde pública e um determinante de internações hospitalares. As

internações relacionadas a medicamentos podem ser atribuídas a fatores intrínsecos

à atividade do fármaco, falhas terapêuticas, não adesão ao tratamento e eventos

adversos (REIS, 2006).

Existem poucos estudos sobre morbimortalidade relacionada a

medicamentos no Brasil, apenas levantamentos sobre intoxicação medicamentosa,

os dados publicados pelo Sinitox mostram que os medicamentos ocupam a primeira

posição entre os três principais agentes causadores de intoxicações em seres

humanos desde 1996, sendo que em 1999 foram responsáveis por 28,3% dos casos

registrados (SINITOX, 2000).

Faz necessário ressaltar que além da intoxicação a automedicação

também pode mascarar ou impedir o diagnóstico de uma doença grave, afetando

negativamente qualquer processo patológico, oculto ou não, do paciente (SILVA, et

al., 1997) ainda ressaltar que podem ocorrer interações medicamentosas

importantes com outros tratamentos, efeitos adversos e riscos inaceitáveis do ponto

de vista terapêutico.

O presente estudo mostra parcela significativa de alunos (45%), dizem

não conhecer os riscos da automedicação e isso é um dado preocupante, pois a

cada dia aumenta - se o uso de medicamentos e plantas medicinais, pela sociedade

que utilizam sem medir consequências.

O desconhecimento dos riscos da automedicação, por essa parcela de

alunos, pode vim do fato das dificuldades enfrentadas pela escola e unidades de

saúde de se trabalhar em conjunto, como está previsto nos programas de governo,

como o PSE (Programa Saúde na Escola) e os famosos PCN’s (Parâmetros

Curriculares Nacionais).

Se a educação em saúde fosse realmente trabalhada nas escolas como

esta, definido nos Parâmetros Curriculares Nacionais a automedicação seria tratada

como um tema transversal e talvez os índices de automedicação não fossem tão

alarmantes como são, principalmente os casos de intoxicação. Os adolescentes

estão em processo de formação de opiniões, personalidade e padrões

comportamentais e precisam de informações concretas para que façam suas

escolhas.

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47

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o inicio da história da humanidade que os indivíduos recorrem a

substâncias para aliviar os seus males. Atualmente, segundo a OMS a

automedicação é um fenômeno em crescimento nas sociedades. Este fato pode

estar relacionado com a familiarização que os indivíduos possuem com os

medicamentos, o que faz com que por vezes se torne um ato desregrado.

Educação em saúde é precursora de um conjunto de elementos que

buscam garantir qualidade de vida. Todavia, este importante elemento é pouco

explorado pelos profissionais. Pode-se observar que a promoção em educação em

saúde, através da palestra sobre automedicação e uso de plantas medicinais além

da distribuição de folders, foram de suma importância para a ampliação do

conhecimento dos alunos, visto que, levou informações para melhora de uma prática

tão comum do dia-a-dia nas escolas, que é a automedicação.

O conhecimento de modo geral dos alunos sobre medicamentos e plantas

medicinais, mostrou-se incipiente e desprovido de qualquer noção básica sobre o

uso racional. Sua concepção sobre medicamento tem sido influenciada pelo modelo

biomédico: combater sintomas e não prevenir doenças, reflexo da visão

descontextualizada do tema saúde nos espaços educacionais.

Estratégias educativas devem ocorrer no âmbito familiar, uma vez que a

influência da família sobre o uso indiscriminado de medicamentos e plantas

medicinais mostrou-se relevante. Contudo a escola, os profissionais e gestores de

saúde também têm responsabilidades sobre o quadro observado. O papel de todos

esses grupos é imprescindível para a implementação de medidas que possam

equacionar esse grave problema de saúde pública. Uma atitude de mudança e de

transformação torna todos os segmentos da sociedade responsáveis pelo processo

de educação e racionalização do uso do medicamento.

É sugerida à referida escola, uma abordagem intersetorial entre

educação-saúde, que incentive os alunos a buscarem, através da pesquisa,

informações para elaboração de um álbum seriado que trate da automedicação e

uso de plantas medicinais. É interessante estabelecer parcerias para que seja

retomado o projeto que a escola já possui, criando assim um horto medicinal, que

poderia atender a comunidade de forma geral, levando produtos naturais e

informação concreta a todos, baseado em conhecimento científico e popular.

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APÊNDICES

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

APÊNDICE A- TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Eu, Jordânia Ferreira de Melo, sob orientação Prof.ª Esp. Francisca

Neiliane Bezerra e Co-orientação da Prof.ª Esp. Ana Cristina de Oliveira e Silva

estou realizando um estudo com o intuito de ampliar o conhecimento acerca da

Prática da Automedicação e o uso de Plantas Medicinais.

Trata-se de um estudo qualitativo que tem como finalidade identificar os

itens acima citados bem como discutir os resultados.

Desse modo, solicitamos, por meio deste, a autorização para a realização da

pesquisa intitulada “PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS

MEDICINAIS POR ALUNOS DA E. E.M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM” à

Diretora desta Escola Estadual de Ensino Médio Liceu de Iguatu Dr. José Gondim

localizada na Rua 25 de março, s/n, bairro Brasília, no município de Iguatu/CE.

Eu, __________________________________________________ ciente

das informações recebidas, concordo com a coleta de dados da pesquisa intitulada

“PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR

ALUNOS DA E.E. M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM” Que será realizada

sob responsabilidade de Jordânia Ferreira de Melo, graduando do curso de Ciências

Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI.

Estou ciente também de que os resultados encontrados no estudo serão

usados apenas para fins científicos. Fui informado de que a instituição não terá

nenhum tipo de despesa ou gratificação pela referida participação nesta pesquisa, e

de que terei acesso aos resultados publicados em periódicos científicos.

Tendo exposto concordo voluntariamente em autorizar a execução da

pesquisa na Escola Estadual de Ensino Médio Liceu de Iguatu Dr. José Gondim no

município de Iguatu/CE.

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_________________________________________ Escola Estadual de Ensino Médio Liceu de Iguatu Dr. José Gondim

Diretora

__________________________________________ Jordânia Ferreira de Melo

Pesquisadora

__________________________________________

Francisca Neiliane Bezerra Orientadora

__________________________________________

Ana Cristina de Oliveira e Silva Co-orientadora

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado Sr:

Eu, Jordânia Ferreira de Melo, sou concludente do Curso de Licenciatura

Plena em Ciências Biológicas pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras de

Iguatu – FECLI/UECE, sob Orientação Prof.ª Esp. Francisca Neiliane Bezerra e Co-

orientação da Prof.ª Esp. Ana Cristina de Oliveira e Silva, estou desenvolvendo um

estudo que busca investigar a prática da Automedicação e o uso de Plantas

Medicinais por adolescentes.

Assim, solicito sua autorização para participar dessa pesquisa, que tem

como título PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS

MEDICINAIS POR ALUNOS DA E. E.M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM.

Sua autorização será muito importante para a elaboração desse estudo, pois se

espera com ele, contribuir para a disseminação de conhecimentos para toda a

comunidade acadêmica e na saúde pública, por ser uma temática atual e de grande

relevância a toda a sociedade.

Mas para isso, preciso de sua autorização para a realização do

questionário que contemple os objetivos propostos nesse trabalho. Desde já, dou-lhe

a garantia de que as informações que estou colhendo serão apenas para a

realização do meu trabalho e, também, lhe asseguro que a qualquer momento terá

acesso às informações sobre o estudo, inclusive para resolver dúvidas que possam

ocorrer. O Sr. tem o direito de aceitar ou não de participar do estudo ou deixar de

participar do mesmo a qualquer momento, não vindo a sua desistência acarretar

qualquer prejuízo no seu direito a receber assistência nessa instituição.

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61

Ainda informo-lhe que os dados serão apresentados ao Curso de

Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e

Letras de Iguatu - FECLI, podendo ser utilizado também em eventos científicos, mas

não mencionarei seu nome, pois este será preservado, sendo em sigilo a identidade

do participante.

Caso precise entrar em contato comigo, informo-lhe meu telefone (88)

99340855, como também o de minha co-orientadora (88) 92610711.

__________________________________________ Jordânia Ferreira de Melo

Pesquisadora

__________________________________________

Francisca Neiliane Bezerra Orientadora

__________________________________________

Ana Cristina de Oliveira e Silva Co-orientadora

Tendo sido satisfatoriamente informado sobre a pesquisa: PRÁTICA DA

AUTOMEDICAÇÃO E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR ALUNOS DA E.

E.M LICEU DE IGUATU DR. JOSÉ GONDIM, realizada sob a responsabilidade da

pesquisadora Jordânia Ferreira de Melo, concordo em participar da mesma. Estou

ciente de que o nome não será divulgado e que o pesquisador estará disponível

para responder a quaisquer dúvidas.

Iguatu, _______ de________________2012.

__________________________________________

Assinatura do Pesquisado

Page 62: Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr. José Gondim - Jordânia Ferreira de Melo.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU – FECLI

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PESQUISADOR ( a ): Jordânia Ferreira de Melo ORIENTADOR ( a ): Francisca Neiliane Bezerra

APÊNDICE C – Questionário Individual para os Alunos do Ensino Médio.

I - Identificação: Iniciais: ___________________ Idade: ____________________ Mora na zona urbana ou rural: _______________

Assistiu à palestra:_______________ Sexo: M ( ) F ( )

1. O que é automedicação?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2. Você já tomou ou está tomando algum medicamento atualmente sem

prescrição médica?

( )Sim ( )Não

Qual e para que?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3. Tem costume de adquirir medicamentos sem receita médica?

( )Sim ( )Não

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4. Quem costuma lhe indicar os medicamentos?

( ) Família ( ) Vizinho ( ) Médico ( ) Amigo

( ) Balconista ( )Propaganda ( ) Conta própria

5. Que sintoma habitualmente leva você a tomar medicamento por conta

própria?

( ) Febre ( ) Dor ( ) Tosse ( ) Diarréia ( ) Gripe ( ) Vômitos ( ) Outros

Cite-os.-

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6. Tem farmacinha em casa?

( ) Sim ( ) Não

7. Como costuma guardar os medicamentos em sua casa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8. Qual a classe de medicamento que você mais utiliza para se automedicar?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9. Sabe quais os riscos da automedicação? Descreva-os.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10. Quais as plantas medicinais que você utiliza como remédio?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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11. Quem indicou a planta medicinal para uso como remédio?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

12. Na sua casa tem cultivo de alguma planta medicinal? Qual?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

13. Você sabe para que serve o uso de plantas medicinais? Comente.

___________________________________________________________________

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Page 65: Prática Da Automedicação e o Uso de Plantas Medicinais Por Alunos Da e.e.m Liceu de Iguatu Dr. José Gondim - Jordânia Ferreira de Melo.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU – FECLI

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

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