Presença

16
Almoço dos professores promoveu integração

description

Informativo do Sindicato dos Professores de Caxias do Sul

Transcript of Presença

Page 1: Presença

Almoço dos professores promoveu integração

Page 2: Presença

VISITE O SINPRO

LIGUE PARA O SINPRO

ENVIE SEU E-MAIL

ACESSE O SITE

CONHEÇA A EQUIPE

DETALHES TÉCNICOS

Presença - Dezembro/2010

Publicação do Sindicato dos Professores de Caxias do Sul Sinpro/Caxias

Endereço:Av. Júlio de Castilhos, n° 81Salas 901/902 - Ed. Village AvenidaBairro Nossa Senhora de Lourdes

Fone: (54) 3228.6763

Fax: (54) 3222.0734

[email protected]

www.sinprocaxias.com.br

Coordenação:Secretaria de Comunicação do SinproCoordenadora: Olga Neri de Campos LimaEdição: VOXMIDIAJornalista responsável: Rose Brogliato - MTB11004/RSRevisão: Lisiane Zago - MTB 12375/RSColunista:Paulo Luiz Zugno

Tiragem: 1.200 exemplares Impressão: Gráfica MurialdoPapel reciclado

EXPEDIENTEPÓ DE GIZ

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

Editorial

Um novo momentoEm 2011 começa não só um novo ano, mas também uma

nova década. Para o Brasil é o início de uma nova era, quando teremos, pela primeira vez, uma mulher presidente do país, que-brando paradigmas históricos.

Sem dúvida, um dos elementos impulsionadores da vitória de Dilma Rousseff foi o excelente desempenho da economia bra-sileira, que deve continuar seu ritmo de crescimento, conforme diagnostica pesquisa do Dieese (veja matéria da página 8).

O desenvolvimento econômico tem como uma de suas consequências o crescimento do setor privado de ensino. Dados sobre matrículas, geração de vagas de trabalho e a própria obser-vação da expansão de escolas e faculdades demonstra isso no solo gaúcho e em Caxias do Sul. Um grande desafio do Sinpro/Caxias que, em 2011, completa 25 anos de história, é conquistar para os professores mais valorização profissional e consequente me-lhoria na remuneração. Assim, uma das principais reivindicações da próxima Negociação Salarial deverá ser o aumento real. Essa caminhada vai precisar do acompanhamento de cada um dos pro-fessores e professoras. Foi assim que se fez a história do sindicato e é assim que vamos continuar ampliando nossos direitos.

Com esse espírito, desejamos a todos um final de ano cheio de paz e harmonia.

A Direção

APRESENTAÇÃO2

Page 3: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

3CATEGORIA INFORMAÇÕES

Os professores sócios do Sinpro/Caxias tiveram 50% de desconto no ingresso do espetáculo de dança contemporânea Dar Carne à Memória II, apresenta-do no dia 6 de novembro na Casa de Cultura de Caxias do Sul. O espetáculo é composto por coreografias de dança contemporânea da renomada coreógrafa Eva Schul. Dar Carne à Memória II rece-beu o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna em 2009.

FOTO

DIV

ULGA

ÇÃO

CULTURA

Professores receberam brindesProfessores associados ao Sinpro/Caxias receberam brindes em ho-

menagem à passagem do Dia do Professor. Os docentes puderam escolher entre um Vale Livro da livraria Arco da Velha ou um Vale Jantar para confra-ternizar com os colegas, válido para os restaurantes Pizzaria Don Romano ou Casa Di Paolo do Bairro de Lourdes. Uma mochila personalizada do sindicato, para carregar livros ou notebook e um ingresso para participar do espetáculo Tangos e Tragédias, que aconteceu no dia 30 de outubro, completaram o presente.

DIA DO PROFESSOR

PESQUISA

Agenda 2011para associados

Espetáculo de Dançacom desconto

Professores sócios do sindicato devem aguardar a informação no site sobre as agendas 2011, que serão entregues pelo Sinpro/Caxias a partir de dezembro.

Ela respondeu a pesquisa e vai passear em GramadoA professora Rosane Ribeiro Lovatel participou da pesquisa que o sindicato de-senvolveu de setembro a outubro para consultar a opinião dos docentes sobre a atuação do Sinpro/Caxias. Identificada pelo seu e-mail, Rosane foi sorteada entre os 205 participantes, pela diretoria do sindicato. Rosane leciona no Colé-gio São José e é associada ao sindicato.

Novo posicionamento na InternetEm dezembro entra no ar o novo site do Sinpro/Caxias, que define também um novo posicionamento do sindicato na Internet, com mais espaço para intera-tividade, mais notícias, boletins eletrô-nicos mais frequentes, páginas especiais para convênios, espaço restrito para professores associados, melhoria dos espaços de divulgação de áudios, vídeos e fotografias e integração com as redes sociais. Confira, o endereço vai continuar o mesmo: www.sinprocaxias.com.br .

COMUNICAÇÃO

Novos convêniosConfira no site do Sinpro/Caxias os últimos convênios definidos entre o sindicato e prestadores de serviço para beneficiar os professores sócios.

Page 4: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

4CATEGORIA ESPETÁCULO

TANGOS E TRAGÉDIAS

FOTOS SIMONE RAMME

Interpretando o Maestro Plestkaya e o violinista Kraunus Sang, Nico e Hique apro-veitaram intervalos entre as músicas para interagir com o público e fazer comentários. Agradeceram o convite do Sinpro e falaram que professor é aquele que ajuda a huma-nidade a evoluir “com bastante disposição, porque a gente sabe que o salário não é muito”. Perguntaram se os professores continuam ensinando que foi Pedro Álvares Cabral que descobriu o Brasil: “Várias coisas estão mudando, vocês têm que ensinar tudo de novo”, brincaram.

A maioria dos professores e familiares presentes estava assistindo o espetáculo pela primeira vez, o que é curioso, pois o Tangos e Tragédias se apresenta em Caxias há mais de 20 anos e perdeu a conta de quantas vezes esteve na cidade.

Centenas de professores lotaram o Teatro da UCS para assistir Nico Nicolaiewsky e Hique Gomez interpretando os músicos da Sbørnia. Durante o espetáculo, os artistas se referiram várias vezes à profissão docente, lembrando que estavam se apresentando em promoção do Sinpro pela passagem do Dia do Professor.

Boa música e muita risada

Os músicos executaram, ao longo de uma hora e meia de espetáculo, músicas do “folclore sbørniano”, canções brasileiras e sucessos da música internacional, tudo passando pelo filtro da comicidade, da teatralidade.

Um ponto alto do espetáculo foi o momento de convidar “voluntários” da plateia para dançar a dança típica da Sbørnia, o Copérnico. Palmas, bahs, blim e blom, pléin e shisss, além de caretas e risadas, transformaram os professores num grupo unido que completou o musical.

No final, o público se emocionou com o talento da dupla, na apresentação da música Epitáfio, conhecida na interpretação dos Titãs: “Devia ter amado mais/Ter chorado mais/ Ter visto o sol nascer/ Devia ter arriscado mais/ E até errado mais/ Ter feito o que eu queria fazer...”

Mas não acabou por aí! Os exóticos maes-tro e violinista saíram pelo meio do público e continuaram o espetáculo no saguão do bloco M, para surpresa dos professores, que tiveram ainda a oportunidade de fotografar com os artistas.

Page 5: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

5

DESCONTRAÇÃOSabrina Polly Sebben, professora de Matemática, Ciências e Artes no Colégio São José, nunca tinha visto o espetáculo, achou lindo e muito criativo. Parabenizou o Sinpro/Caxias pela promoção que trouxe um momento legal para os professores, cheio de descontração.

Professores tiveram oportunidade de conhecer familiares e amigos, aprofundando amizades

CATEGORIA ESPETÁCULO TANGOS E TRAGÉDIAS

MARAVILHOSOSandra Oliveira (à esquerda na foto), professora de Português, Inglês e Francês na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), já conhecia a fama dos músicos, mas nunca teve oportunidade de ver o espetáculo. Assistindo pela primeira vez, junto com colegas, chorou de tanto rir e achou a promoção do Sinpro maravilhosa. Sandra costuma participar das atividades do sindicato e entende que a principal reivindicação do professor atualmente é saúde e bem estar, qualidade de vida no trabalho.BELO PRESENTEA professora de inglês do São João Batista, Bernardete Marcon de Oliveira (terceira, a partir da esquerda, na foto), assistiu o espetáculo pela segunda vez e afirmou que foi um belo presente do sindicato pelo Dia do Professor. Bernardete sempre participa das atividades do Sinpro/Caxias e acha que mais valorização é o que os professores reivindicam hoje.

Hique Gomez deixou umas palavrinhas para o Presença. Ele disse que o Sinpro cumpre o seu papel de promover o acesso dos professores aos espetáculos culturais. E aproveitou para

comentar sobre o Vale Cultura, iniciativa que pretende incentivar a população a frequentar e adquirir bens culturais e está em tramitação no Congresso. Hique considera que será ótimo para os artistas e para o público. Para ele, os governos não têm dado à cultura a importância que ela merece: “Quem produz cultura precisa se organizar para ter mais força e poder de

negociação, pois a cultura precisa ser vista como setor de produção”, afirma. Sobre os professores, Hique afirmou que deveriam ser mais bem tratados pelos

governos, pois “o saber é o maior tesouro da humanidade”.

Equipe do Sinpro/Caxias trabalhou na promoção e organização do espetáculo

Page 6: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

6 SINDICATO 25 ANOS

DO SINPRO/CAXIAS

Em 2011, o Sinpro/Caxias completa 25 anos de sua fundação oficial. No dia 10 de dezembro de 1986, o então Ministro do Trabalho Almir Pazzianotto assinou a aprovação e o reconhe-cimento do “Sindicato dos Professores de Caxias do Sul”. A Carta Sindical foi publicada no Diário Oficial em 18 de dezembro de 1986. Isso foi resultado de mais de oito anos de mobilização. Conheça um pouco dessa história e acompanhe as atividades de comemoração.

Com o golpe militar de 1964, o movimen-to sindical foi esfacelado. As lideranças foram presas, torturadas, levadas ao exílio e à mor-te. Com a censura, os professores também foram condenados ao silêncio, perdendo a liberdade de opinião. No final da década de 70, desenha-se uma abertura política, por um lado correspondendo à pressão da socieda-de civil insatisfeita, por outro respondendo à pressão internacional num momento de re-

ordenamento do capital (Terceira Revolução Científica). Os sindicatos, que lutavam contra a exploração do capital, passam a reivindicar em primeiro lugar a manutenção dos empre-gos. Nos anos 80, o Brasil vive uma explosão inflacionária, com o fim do padrão de acumu-lação que caracterizou o “Milagre Brasileiro”. A ditadura deixou o saldo de um estado de-senvolvimentista, herdeiro e multiplicador do déficit público. Um país sem garantia de di-reitos sociais, com uma cultura dependente.

É nesse contexto que os trabalhado-res das escolas particulares de Caxias or-ganizam o seu sindicato.

Durante quase 50 anos, o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) foi a única representação da categoria no estado. Era pouco o contato com os pro-fessores de Caxias, apesar de serem descon-tados valores dos salários para o Sinpro/RS, como determina a legislação. Eram apenas 12 associados em Caxias do Sul. Essa situação incomodava os professores. Inspirados pela mobilização dos colegas da rede estadual que fizeram sua primeira greve naquele ano, um grupo criou, em 23 de novembro de 1979, a Associação dos Docentes da Universidade de Caxias do Sul (Aducs), com o objetivo de vir a constituir um sindicato. Pouco mais de dois meses depois, em 15 de fevereiro de 1980, professores e funcionários das institui-ções de ensino particulares de Caxias do Sul fundavam a Associação Profissional dos Pro-fessores e Auxiliares de Administração Esco-lar. Apenas 32 dias após sua fundação, essa associação obteve certificado de registro, associação obteve certificado de registro,

habilitando-a a transformar-se em sindicato, num prazo de dois anos.

Em setembro de 1982, uma assembleia na sede dos Sindicatos Reunidos aprovou os estatutos padrão e elegeu a diretoria provi-sória para levar adiante a tarefa de formalizar a criação do sindicato. Em abril de 1983, o processo solicitando a criação do sindicato foi enviado para Brasília, mas retornou indeferi-do em novembro de 1984, porque não seria possível manter as duas categorias: de pro-fessores e auxiliares, numa mesma entidade sindical.

Os auxiliares em administração escolar desmembraram-se da associação e consegui-ram ter o seu sindicato (SAAE/Caxias), apro-vado em 23 de outubro de 1985.

Os professores também recomeçaram sua organização. Em 29 de junho de 1985, criaram a Associação Profissional dos Pro-fessores de Caxias do Sul, em assembleia ge-ral na sede dos Sindicatos Reunidos. Foram aprovados os estatutos e eleita a diretoria e o conselho fiscal. Em 14 de novembro do mes-mo ano, novo processo para constituição do Sinpro/Caxias foi encaminhado. O Ministério do Trabalho solicitou no processo parecer fa-vorável do Sinpro/RS sobre o pedido, que foi anexado em agosto de 1986.

Finalmente, após quase oito anos de mo-bilização, no dia 10 de dezembro de 1986, o Ministro do Trabalho Almir Pazzianotto assinou a aprovação e o reconhecimento do “Sindicato dos Professores de Caxias do Sul”.

A Carta Sindical foi publicada no Diário Oficial, em 18 de dezembro de 1986.

Uma história de luta serálembrada ao longo de 2011

Page 7: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

7EDUCAÇÃO SEMINÁRIO2011

FOTO ROSE BROGLIATO

No ano em que completa 25 anos de atuação, o Sinpro/Caxias promove um grande semi-nário, entre os meses de abril e junho, sempre nas sextas-feiras à noite e sábados pela manhã, com convidados de reconhecimento nacional e até internacional. No encerramento, um exce-lente espetáculo local, propiciando, mais uma vez, o acesso dos professores à cultura.

O sindicato já está divulgando a programação, para que os professores possam se organizar e agendar as datas. Outras informações, como local, horários, formas de inscrição, serão dispo-nibilizadas posteriormente.

EDUCAÇÃO:DEBATES CONTEMPORÂNEOS

15/04/2011 SEXTA-FEIRAProfessor José Carlos LibâneoPráticas de Ensino em um Mundo em Mudança

16/04/2011 SÁBADOSimon SchwartzmannPerspectivas do Professor para o Século XXI

13/05/2011 SEXTA-FEIRABernard CharlotSer professor na sociedade contemporânea: contradições e desafios

14/05/2011 SÁBADOTelma PantanoNeurociências e Educação

17/06/2011 SEXTA-FEIRACezar Braga SaidSíndrome de Burnout e Stresse do Professor

18/06/2011 SÁBADOCoral Municipal - Espetáculo Celebration

Doutor em Filosofia e História da Educação pela PUC-SP, Libaneo é professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-GO. É autor de sete livros, entre eles: Didática, Pedagogia e peda-gogos, para quê? e Adeus professor, adeus professora? Realiza pesquisas sobre temas de Teoria da Educa-ção, Didática e Organização Escolar.

Docente da FGV, Simon Schwartzman preside o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade do Rio de Janeiro, é autor de vários livros, entre eles Equidade e Qualidade da Educação Brasileira e Po-líticas Educacionais e Coesão Social – Uma Agenda latino-americana.

Doutor em Educação pela Université de Paris X. Professor visitante da Universidade Federal de Sergipe e Professor Emérito da Universidade Pa-ris 8. Professor afiliado da Universidade do Porto, Portugal. Atua nos seguintes temas: educação, en-sino, políticas educativas, escola e relação com o saber.

Doutora em Ciências (Fisiopatologia Experimen-tal) pela USP/SP, é colaboradora dos grupos de Es-quizofreniana Infância e Adolescência e de Trans-tornos Afetivos da Infância e Adolescência pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Faculdade de Medicina da USP/SP. É professora e coordenadora de cursos de neurociências.

Psicólogo, pedagogo, escritor e palestrante. Mes-tre em Educação (UFRJ). Autor de livros infantis e de autoconhecimento, como O Menino que apren-deu a gostar de ler e A árvore e a fonte.

Apresentado pelo Coral Municipal de Caxias do Sul, a montagem reve-rencia a música popular das décadas de 50, 60 e 70, quando o rock e o pop começaram a conquistar a juventude. No repertório, Elvis Presley, The Mammas and the Pappas, The Turtles, Bee Gees, Abba, Donna Summer, entre outros.

FOTO MAICON DAMASCENO

FOTOS DIVULGAÇÃO

Page 8: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

8 DIREITOS NEGOCIAÇÃO SALARIAL 2011

Crescimento econômico se reflete no ensino privado e cria condições para reivindicação de aumento real

Primeira reunião para encaminhar a negociação entre professores e técnicos administrativos e o Sinepeaconteceu em 13 de outubro, com apresentação da pesquisa do Dieese sobre perspectivas econômicas

FOTOS IGOR SPEROTTO/SINPRO/RS

CENÁRIO POSITIVO

No dia 13 de outubro, os sindicatos dos trabalhadores no ensino privado gaúcho reuniram-se com o dirigentes do sindicato das direções das escolas (Sinepe-RS). Foi a primeira reunião com o objetivo de discutir a negociação salarial 2011. No encontro, foi apresentado ao patronal o estudo Pesquisa de Emprego na Educação Privada, realizado pela economista Ecléia Conforto, do Departamen-to Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese)/Sub-seção da Federação dos Traba-lhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado do RS (Feteesul). A pesquisa trouxe indicadores econômicos revelando condições favoráveis que legitimam a reivindicação por aumento real de salário na pauta de negociação de 2011.

A convocação da reunião partiu dos sin-dicatos filiados com objetivo de expor o cenário positivo de crescimento do Estado e do país, no momento em que as escolas começam a compor as mensalidades para o próximo ano. De acordo com o coordenador da FeteeSul, Luiz Gambim, o importante foi salientar o cenário positivo de crescimento, sobretudo, no segmento do Ensino Privado, evidenciando a possibilidade de aumento real nos salários dos trabalhadores.

Durante o encontro, os representantes sindicais destacaram ainda o ganho real de salário por parte da maioria das categorias profissionais no último período, em contra-posição à falta de reajuste para as categorias do setor do ensino privado. Os indicadores do Dieese apresentados na reunião foram encaminhados ao Sinepe/RS para início efeti-vo das negociações para o próximo período.

Economia continua a crescer nos próximos anos

O ritmo de crescimento da economia brasileira manteve-se acelerado em 2010, e assim deve permanecer pelos próximos dois anos, impulsionado principalmente pela maior oferta de empregos e maiores salá-rios. É o que demonstra o estudo Pesquisa de Emprego na Educação Privada realizado pela economista Ecléia Conforto, do De-partamento Intersindical de Estudos Socioe-conômicos (Dieese)/Subseção da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado do RS (Feteesul).

O estudo foi apresentado pelo Sinpro/Caxias e sindicatos da educação em reunião com o Sinepe-RS, no dia 13 de outubro. (Veja o trabalho completo no site do Sinpro/Ca-xias). “O Brasil já viveu momentos de aqueci-mento anteriormente, mas este se diferencia por estar se consolidando via crescimento da renda, justamente a variável econômica que mais interessa para o setor privado de ensi-no”, explica a economista.

O segmento da população que vem au-

mentando sua renda é justamente o das clas-ses C e D que, na reconfiguração do setor educacional, passou a ser também o público da escola privada, uma vez que segundo le-vantamentos do IBGE, uma das prioridades das famílias tem sido justamente o investi-mento em educação. “As escolas tradicionais continuam atuando nas classes A e B, porém as redes de ensino criaram opções locais para absorver essa nova clientela”, conclui Ecléia.

No Rio Grande do Sul, os números da economia estão acima da média nacional. Conforme a Fundação de Economia e Esta-tística (FEE), o setor agropecuário cresceu no primeiro semestre 7,30%, a indústria (meta-lurgia, veículos, máquinas e calçados) 14,90% e serviços 9,70%.

Segundo a economista do Dieese, a vari-ável de crescimento de renda a partir desses fatores cria condições para aumentar a clien-tela e diminuir a inadimplência, o que certa-mente vai se refletir em todos os segmentos, inclusive na educação privada.

Page 9: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

9DIREITOS NEGOCIAÇÃOSALARIAL 2011

Ensino privado gaúcho tem desempenho positivo

O desempenho do ensino privado gaú-cho nos diferentes níveis acompanha os re-sultados positivos da economia brasileira e regional. Em 2009, o setor gerou 2.728 no-vos postos de trabalho, entre professores e técnico-administrativos, representando crescimento de 4,8% em relação a 2008. O quadro de professores chegou a 37 mil, um aumento de 5,5%.

Do total de matrículas, em 2009, 60,23% pertencem ao Ensino Fundamental, 19,8% ao Ensino Médio e 19,97% à Educação In-fantil (pré-escola). A região Sul do Brasil é a única que teve acréscimo no número de ma-trículas nas instituições privadas.

“O cenário é de retomada do crescimen-to. Há uma nova clientela chegando às cartei-ras escolares do setor privado, porque sabe que esse segmento da educação tem qualida-de superior ao público”, afirma a economista do Dieese, Ecléia Conforto. Com o aumento do poder aquisitivo da classe C, essa parce-la começou a ocupar as escolas que cobram mensalidades bem mais baixas.

A Educação Básica vive período de esta-bilidade. A demanda deverá aumentar com o crescimento na renda. O Ensino Fundamen-

Pelo país, categorias conquistam aumento real. E os professores?

Conforme o Dieese, cerca de 97% das 290 negociações salariais registradas no pri-meiro semestre de 2010 conquistaram re-ajustes salariais iguais ou acima da inflação medida pelo INPC-IBGE, acumulada desde o último reajuste. A imensa maioria, 87%, ob-teve aumento real.

O desempenho é melhor que o obtido nos anos de 2008 e 2009, quando o percen-tual de negociações com reajustes iguais ou superiores ao índice foi, respectivamente, 87% e 93%.

Entretanto, os trabalhadores do ensino privado estão, há uma década, sem receber aumento real, apesar do percentual de rea-juste das anuidades das escolas, nesse perío-do, ter sido bem superior à inflação. Segundo o Dieese, nos últimos 14 anos as anuidades no ensino privado acumularam em média um reajuste de 32% acima da inflação. No mesmo período, as mensalidades tiveram um reajuste acumulado em torno de 27% acima dos reajustes dos salários dos professores.

Considerando essa realidade, todo o tra-balho da negociação salarial 2011 será realiza-do em torno do termo “ajuste real”. Além do ajuste, que será a principal bandeira, outras grandes reivindicações importantes serão abordadas, como as cláusulas relacionadas à saúde do trabalhador, a remuneração de hora-atividade para professores da Educação Básica e a regulamentação para o ensino na modalidade a distância. A Campanha Salarial será conjunta com os Sinpros e sindicatos de técnico-administrativos gaúchos.

tal apresentou um crescimento de 2,98% em 2008 e de 0,86% em 2009.

Já as IES cresceram 124% no RS, entre 2000 e 2006. Hoje, o estado conta com 89 IES, sendo 25 na capital e 64 no interior. O RS é responsável por 4,4% das IES privadas no Brasil.

O número de matrículas no Ensino Supe-rior privado cresceu entre os anos de 2000 e 2008 cerca de 92,3%. Em 2000, havia 56.100 ingressos nas IES privadas, em 2008 esse nú-mero passou a 107.933.

A pesquisa do Dieese acompanha a evo-lução do emprego nas instituições de ensino privado nos diferentes níveis no RS e utiliza como fonte os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O crescimento contínuo no emprego e na renda para todas as classes sociais, en-tre outros fatores, refletiu no aumento das matrículas em todos os segmentos do ensi-no privado e na redução nos indicadores de inadimplência.

Aumentou também a contratação de cré-ditos no Ensino Superior, um indicador tão relevante quanto o número de matrículas.

Jornais Zero Hora e Pioneiro publicaram informações sobre o crescimento do setor de ensino privado no Rio Grande do Sul (21/10/2010)

Page 10: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

10

O Sinpro/Caxias revela os principais dados da pesquisa realizada com os professores sobre a visão que eles têm das ações e do relacionamento do sindicato com a cate-goria. Os docentes foram convidados a participar através de uma matéria na edição de agosto do Presença, men-ção e banner no site do sindicato e mala direta eletrônica para o cadastro de e-mails do sindicato.

A pesquisa realizada por meio virtual foi respondida por 205 professores do ensino privado, 92% deles sindicalizados, entre os dias 28/08 a 15/10. Do total que participou, 41% leciona no Ensino Fundamental, 23% no Ensino Superior, 21% no Ensino Médio, 11% na Educação Infantil e 4% em outras áreas. A dire-toria do sindicato agradece a participação de todos. Os resulta-dos vão nortear a atuação futura do Sinpro/Caxias.

PESQUISA VISÃO DO SINDICATO

ATUAÇÃO DO SINPRO/CAXIAS

O Sinpro/Caxias tem uma boa imagem e uma percepção de sua atuação por parte da maioria dos professores que responderam a pesquisa. O sindicato é considerado uma entidade séria, ao lado do professor e representativa.

Entre as atividades realizadas pelo Sinpro/Caxias, as mais valorizadas são aquelas inerentes a sua característica de sindicato.

Page 11: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

11PESQUISA VISÃO DO SINDICATO

Page 12: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

EDUCAÇÃO12

Para combater o bullying é precisotrabalhar, de forma comprometida,pelo fim dos preconceitos

ENTREVISTA BULLYING

O professor e jornalista Marcos Rolim, que publicou recentemente livro sobre o tema, conversa com o Presença sobre o assunto

FOTO ARQUIVO PESSOAL Presença - De que forma o tema bullying surgiu na sua vida acadêmica para que se tornasse um objeto de estudo?

Marcos Rolim - Eu entrei em conta-to com o tema em 2003, quando de mi-nha estada na Inglaterra. Quando retornei ao Brasil e entrei no mestrado em Sociologia na UFRGS, entendi que seria interessante de-senvolver uma pesquisa sobre o tema, ten-do em vista o pequeno número de trabalhos existentes em língua portuguesa.

Presença - Atualmente, o fenômeno bullying nas escolas está mais frequente ou antes não era abordado claramente na socie-dade?

Marcos Rolim - Não há como saber porque não dispomos de estudos comparati-vos com longas séries temporais. O próprio conceito é relativamente recente e só passou a ser empregado nas últimas três décadas. O mais provável, imagino, é que o bullying sem-pre tenha existido sem que as pessoas se des-sem conta da gravidade do problema. Agora, já com muitos estudos realizados em todo o mundo, sabemos o quanto é necessário diagnosticá-lo em cada escola e desenvolver políticas de prevenção.

Presença - O bullying é uma repro-dução na escola do preconceito e exclusão existentes na sociedade?

Marcos Rolim - Quanto maior o pre-conceito e a exclusão maior a possibilidade do bullying nas escolas. Então, há uma corre-lação entre os fenômenos, mas eles não são a mesma coisa. O bullying é uma forma espe-cífica de violência que ocorre entre pares e de forma repetida. Ele é um fenômeno uni-versal, mas que pode variar muito tanto no que diz respeito às formas que ele assume, quanto a sua incidência. Sabemos que polí-ticas bem delineadas de prevenção podem reduzi-lo de forma substancial, ainda que não se verifique mudanças mais amplas na cultura ou nas comunidades.

Presença - Como distinguir entre as brincadeiras cotidianas que acontecem na es-cola e o bullying? Como o professor deve agir ao perceber uma situação de bullying na sua classe?

Marcos Rolim - O primeiro aspecto importante a ser observado é a repetição. Uma briga entre alunos pode ser apenas uma briga, mas se são sempre os mesmos que apanham ou são ameaçados, então teremos a presença do bullying. É a repetição que torna a vida das vítimas um inferno. Normalmente, os professores não percebem o bullying, por-que ele se verifica nos espaços onde não há qualquer monitoramento por parte dos adul-tos. Por isso, a importância de métodos preci-sos para o diagnóstico como, por exemplo, a aplicação de questionários anônimos entre os alunos. Há brincadeiras entre os alunos que são saudáveis, mas há um tipo de brincadeira que produz sofrimento psíquico, que magoa

profundamente as pessoas e que pode ter efeitos devastadores. Muito frequentemente, a prática de apelidar os colegas, destacando alguma característica tida como vergonhosa ou indesejável, produz enorme sofrimento ao apelidado, o que também não é normalmen-te percebido. Há, inclusive, professores que, inadvertidamente, chegam a reforçar esta di-nâmica.

Presença - É possível investir na pre-venção com sensibilização? Outros instru-mentos, como educação inclusiva e trabalho com os direitos humanos, podem ser impor-tantes?

Marcos Rolim - Pode-se avançar mui-to na prevenção, mas não iremos muito longe com palestras ou recomendações aos alunos. Quando trabalhamos com direitos humanos é preciso que algo nas pessoas seja desloca-do de forma a favorecer o entendimento e a superação de preconceitos. Para isso, de-vemos oferecer alternativas de formação que emocionem, ao invés de simplesmente reci-tar conteúdos. No mais, há mudanças insti-tucionais que são necessárias. É importante, por exemplo, que a direção da escola e os professores estejam comprometidos profun-damente com o combate aos preconceitos e que seus gestos reflitam esta postura; segun-do, é preciso que as escolas possuam regras claras; ou seja: que todos saibam exatamente quais são seus direitos, quais são seus deve-res e quais são os procedimentos a serem empregados caso direitos e/ou deveres não sejam observados. Em geral, nossas escolas não possuem essas definições. Nossos pro-fessores atuam, quase sempre, de forma ins-tintiva quando se trata de assegurar a discipli-na e há muitos casos onde a resposta deles a um ato de desrespeito ou indisciplina termina agravando a situação ao invés de resolvê-la.

É preciso, por fim, instituir nas esco-las espaços institucionais para a resolução de conflitos como aqueles propostos, por exem-plo, pela justiça restaurativa e apostar na pa-lavra para que seja possível firmar pactos de não violência.

Page 13: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

13EDUCAÇÃO ENTREVISTA BULLYING

Marcos Rolim é graduado em Jornalismo pela UFSM e mestre em Sociologia pela UFRGS, instituição onde realiza seu doutoramento. É professor da Cátedra de Direitos Humanos do IPA, em Porto Alegre/RS e consultor na área de segurança pública. Atualmente, responde também pela diretoria de Comunicação Social do Tribunal de Contas do RS. Presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Deputados. É membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e do Comitê Nacional de Combate à Tortura. É autor, entre outros, de “A Síndrome da Rainha Verme-lha: policiamento e segurança pública no século XXI” (Zahar) e de “Bullying, o pesadelo da escola” (Dom Quixote).

Email: [email protected] : www.rolim.com.br Twitter: http://twitter.com/RolimMarcos

Presença - Diferentemente do assé-dio moral, o bullying é o termo usado para definir a violência que ocorre entre pares, ou seja, entre pessoas do mesmo nível hierárqui-co. Seguindo esse raciocínio, os professores também podem ser vítimas de bullying?

Marcos Rolim - Podem, se os agres-sores forem professores. Não há bullying em relações verticais, que envolvem hierarquia. Por isso, conceitualmente, não há bullying de alunos sobre professores ou vice-versa, mas muitos professores são vítimas de bullying porque são repetidamente isolados proposi-talmente por seus colegas, ou são objeto de escárnio e maledicência.

Presença - O que você pensa sobre ciberbullying?

Marcos Rolim - É o bullying ampliado pelas novas tecnologias da informação. Tem se tornado comum que crianças e adoles-centes se utilizem da telefonia celular e da Internet para espalhar mensagens humilhan-tes e agredir colegas. Uma postagem no You Tube, uma comunidade de ódio no Orkut ou mesmo torpedos com acusações ou fofocas enviados pelo celular podem causar muito sofrimento e expor as pessoas. Há casos de extrema gravidade que podem arruinar a vida das vítimas.

Presença - De que forma políticas públicas podem auxiliar na prevenção do bullying a exemplo de países europeus?

Marcos Rolim - Em todo o mun-do os países com democracias consolidadas possuem políticas públicas para abordagens antibullying. A aposta maior tem sido a pre-venção e os resultados são animadores. Pa-íses como a Suécia e a Noruega, que foram os pioneiros neste processo, conseguiram reduzir o bullying de forma muito expressiva. Não há, entretanto, uma receita. Para que as abordagens antibullying deem certo é preci-so partir de diagnósticos precisos e locais. Cada escola possui as suas especificidades e o bullying também se dá de forma distinta. No Brasil estamos ainda no início deste processo, marcado pelo debate em torno das primei-ras leis sobre o tema. Será preciso avançar em direção a uma política pública nacional que assegure, inicialmente, a capacitação dos professores sobre o tema.

Presença - A cartilha sobre bullying, do Conselho Nacional de Justiça, diz que o bullying existe em todas as escolas, o que muda é a postura das instituições diante do problema. Diz inclusive que as escolas pú-blicas têm uma ação mais efetiva contra o bullying. Como professor de instituição priva-da de ensino, você concorda?

Marcos Rolim - Pelo que tenho ob-servado, não há, ainda, como estabelecer uma clara demarcação entre as escolas pú-blicas e privadas diante do tema. A diferença mais importante é que as escolas privadas têm dificuldade de assumir publicamente seus problemas com o bullying, porque temem perder pontos no mercado da educação; já as escolas públicas têm sido mais abertas a este debate e como regra, são aquelas que não colocam empecilhos aos pesquisadores.

Presença - Como um sindicato de professores pode contribuir para a dissemi-nação de uma cultura de paz e respeito à di-versidade nas escolas?

Marcos Rolim - Talvez o primeiro desafio seja contribuir na formação dos pro-fessores. Sabemos que muitos professores brasileiros estão impregnados por precon-ceitos. Pesquisa realizada pelo Ministério da Educação há alguns anos demonstrou, por exemplo, que a homofobia é muito comum entre os educadores. Isso precisa mudar, ou nada irá mudar nas escolas. Penso que seria importante, quanto ao bullying, sublinhar que o fenômeno está fortemente correlacionado ao fracasso escolar e à evasão. Além disso, sabemos que as vítimas de bullying tendem a desenvolver ideação suicida e que, em muitos casos, transformam-se, elas próprias, em au-toras de atos violentos. Estudos longitudinais realizados em vários países já demonstraram que o bullying é um forte fator de risco para condutas violentas na idade adulta e isto en-volve tanto autores quanto vítimas.

VEJA MAIS A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva concedeu entrevista ao Jornal Extra Classe, do Sinpro/RS, em agosto, quando veio lançar o seu livro Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas, da Editora Fontana. Veja a reprodução da entrevista completa no site do Sinpro/Caxias.Ana Beatriz também é autora da cartilha sobre Bullying lançada em outubro pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para orientar pais e educado-res. Veja a cartilha no site do Sinpro/Caxias.

Presença - Na eleição recente, vá-rios políticos gaúchos eleitos, como Onyx Lorenzoni e Ana Amélia Lemos receberam doações para a sua campanha da indústria de armas e munições. Ainda assim foram eleitos. Isso reflete o descompromisso da sociedade com uma cultura de paz?

Marcos Rolim - Não necessariamen-te, até porque os eleitores não são devida-mente informados sobre doações de cam-panha e a lei eleitoral permite que doações sejam realizadas mesmo após as eleições, o que assinala apenas mais um absurdo.

Aceitar doações das indústrias de ar-mas e munições é apenas revelador de um perfil ideológico conservador que, como sa-bemos, não envolve apenas candidatos situa-dos à direita no espectro político. Há muitos candidatos de partidos de esquerda que re-cebem doações destes mesmos setores, as-sim como da indústria do fumo ou da bebida, entre outras. O escândalo maior, me parece, é a própria possibilidade de financiamento privado para as campanhas eleitorais. Ideia que, infelizmente, é mantida no Brasil por-que a maioria das pessoas - por ingenuidade e desinformação - é contra o financiamento público. As pessoas resistem ao financiamen-to público porque não desejam pagar pelas campanhas. O que elas não se dão conta é que todos nós terminamos pagando muito mais pelas doações privadas.

Page 14: Presença

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

MOVIMENTO14

Seminário Regional discutiu o Assédio Moral no trabalho

O Sindiserv (Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul) promoveu em parceria com o Simpe-RS (Sindicato dos Ser-vidores da Justiça do Rio Grande do Sul) pa-lestra com a psicóloga Daniela Müller e com a advogada Jaqueline Mattiazzo, no dia 04 de novembro, no Fórum de Caxias do Sul. Com abrangência regional, a atividade foi organi-zada também pelos sindicatos Sindjus-RS, CPERS e pela Secretaria de Relações do Tra-balho da CUT/RS.

De acordo com presidente do Sindi-serv, João Dorlan, o sindicato vem debaten-do o assédio moral desde 2007, pois existe uma pressão tanto vertical como horizontal no funcionalismo público e muitos servido-res procuram o sindicato para buscar orien-tação. Ele ressaltou a necessidade de existir uma legislação municipal que regulamente as situações de assédio moral e citou a iniciativa

FOTO SIMONE RAMME

Nos dia 21 e 22 de novembro, dirigentes dos sindicatos de professores e técnico- administrativos do ensino privado gaúcho se reuniram em Porto Alegre no Conselho Sindical (Consind), promovido pela Federa-ção dos Trabalhadores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (FeteeSul). O encontro discutiu a agenda sindical e o futuro cenário político do Brasil, além do desempenho do ensino privado no país e no estado e as perspectivas para a negociação coletiva 2011/2012. Representantes do Sinpro/Caxias acompanharam o encontro. O 24º Consind foi promovido pela Federa-ção dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino do RS (FeteeSul), Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, CUT-RS e Dieese/RS.

Fundada em 26 de janeiro de 1985, a Federação dos Trabalhadores em Estabele-cimentos de Ensino do Rio Grande do Sul (FeteeSul) reúne oito sindicatos de traba-lhadores do ensino privado no Rio Grande do Sul, entre eles o Sinpro/Caxias. Esses sindicatos têm na sua base mais de 44 mil profissionais, entre funcionários e professo-res, atuando em cerca de 800 instituições de ensino, atendendo a mais de 400.000 alunos distribuídos na Educação Infantil, Educação Básica, Educação Profissionalizante, Educa-ção Superior e cursos livres. As Federações são as entidades sindicais de segundo grau situadas acima dos sindicatos da respectiva categoria. Para que no ramo haja uma fede-ração é condição a existência de pelo menos cinco sindicatos (CLT, art. 534) que repre-sentem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões.A FeteeSul é filiada à Confederação Nacio-nal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

da vereadora Denise Pessoa que apresentou projeto sobre o tema. “Geralmente, o servi-dor procura o sindicato para denunciar, mas não tem como comprovar o assédio. O nosso desafio é ter uma lei que coíba esse tipo de abuso,” defende. Conforme o projeto da ve-readora, se caracteriza como assédio moral marcar tarefas com prazos impossíveis, hu-milhar, criticar a vida privada, espalhar rumo-res maliciosos, expor o trabalhador ao ridí-culo e desviar a função, entre outros pontos.

Dorlan conta que o sindicato optou por auxiliar na conscientização dos servidores com a realização de atividades esclarecendo sobre as situações, avaliando a caracterização e mostrando as consequências desse tipo de abuso.

Para debater com mais profundidade o assunto, o Sindiserv promove um Congres-so de 25 a 26 de março de 2011, além de uma campanha de combate ao assédio moral.

O maior segmento entre os servido-res municipais é o dos professores, os pro-fissionais que mais têm sofrido com doenças ocupacionais decorrentes da sobrecarga de trabalho. Segundo o presidente do sindicato, os professores municipais sofrem abusos por ação e omissão de superiores nas escolhas de turma e indicação de coordenação peda-gógica e diretor sem respeitar o critério de antiguidade. Além disso, falta um sistema de gestão de pessoas que realize investimentos em formação permanente das lideranças, propiciando um ambiente saudável de traba-lho, ao invés de designar tarefas excessivas e que ferem os direitos do professor.

FeteeSul: entidadecompleta 25 anos

Encontro de sindicatos avalia perspectivas do ensino privado

Page 15: Presença

A imprensa internacional informa que a Europa vive um processo de ressurgimento da extrema-direi-ta. Mas a modalidade de extrema-direita que agora se apresenta não se caracteriza por defender o liberalis-mo ou o neoliberalismo e nem mesmo por discussão ideológica em torno de modelos de desenvolvimento, discussão que sempre envolveu a presença maior ou menor do Estado no processo. O alvo atual da nova extrema-direita europeia é outro: os imigrantes legais ou clandestinos, principalmente os muçulmanos, que já são milhões e as minorias como os ciganos e os gays. Nos últimos meses, partidos de extrema-di-reita conseguiram conquistar cadeiras nos parlamentos da Holanda, da Suécia, da Alemanha onde um livro contra os muçulmanos já vendeu mais de um mi-lhão de exemplares. Estão mostrando força também na Áustria, na Inglaterra, e na Sérvia. Na Holan-da, o político extremista Geert Wilders participa indiretamente do novo governo de minoria do Partido Democrata Cristão (!) com os liberais da direi-ta. Wilders escreveu um livro no qual compara o Islã ao Na-zismo e o Alcorão ao livro Mein Kampf (Minha Luta) de Hitler. É de se perguntar: Wilders leu e entendeu essas obras? Parece que não, pois a comparação é total-mente absurda e só pode ser produzida por uma mente cheia de ódio, não de racionalidade. Wilders está sendo processado por instigação ao ódio contra os muçulma-nos, mas recentemente os próprios promotores pedi-ram sua absolvição por considerarem que as ideias de Wilders fazem parte do debate nacional em torno da integração de imigrantes... O pior de tudo isso é que as ideias da extrema-direita europeia estão encontrando aceitação por parte dos eleitores e por parte de gover-nos, como o holandês, que as incorporou à sua plata-forma de governo, o que significa que os estrangeiros serão vítimas de medidas cada vez mais duras. Na Fran-ça, o controvertido presidente Nicolas Sarkozy man-dou proibir o uso da burca muçulmana; além disso, or-denou recentemente a deportação de oito mil ciganos romenos e búlgaros, provocando forte reação, inócua,

da União Europeia. Na Sérvia, a polícia teve que enfrentar nas ruas milhares de militantes extremistas que buscavam impedir uma passeata pelos direitos dos gays. Também a Itá-lia de Berlusconi está tomando duras medidas para coibir a entrada de estrangeiros da África, do Leste Europeu e de outras partes do mundo.

Segundo o cientista político Richard Slöss, da Univer-sidade Livre de Berlim, o ressurgimento da extrema-direita não é resultado da crise econômica, como muitos pensam. Como a crise está sendo superada, Slöss explica o cresci-mento da extrema-direita deve-se ao medo difuso de que

as minorias, principalmente as muçulmanas, tomem o espaço das populações locais, medo que

desperta sensibilidades nacionalistas. O fenômeno da migração de milhões de

pessoas do mundo subdesenvolvido para a Europa não é recente; tem

pelo menos quatro décadas. Há bastante tempo, um demógrafo espanhol advertia que, se as fa-mílias europeias continuassem a ter poucos filhos ou nenhum filho, a Europa iria precisar, até 2020, de cento e cinquen-ta milhões de estrangeiros para

suprir a mão de obra que os ri-cos casais europeus não repõem.

Esse é o preço que a Europa já está pagando por ter debilitado sua

instituição familiar. Parece que os cien-tistas políticos europeus não veem ou não

querem ver que o fenômeno da imigração em massa está ligado intrinsecamente ao problema demo-

gráfico europeu. É claro, porém, que os cidadãos comuns que migram para a Europa não pensam no problema de-mográfico europeu e não se pode exigir deles que tenham conhecimento disso; sua meta é buscar melhores condições de vida em países ricos e usufruir, mesmo que apenas um pouco, dessa riqueza.

Diante desse quadro, chega-se à conclusão de que os ideais propostos pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa, há mais de duzentos anos, foram sepultados e fazem parte de um passado que hoje tem características de romantismo e de sonho. O lema Liberté, egalité, fraternité que prega-va a paz universal, a convivência pacífica entre povos, reli-giões e culturas, deu lugar a um clima de ódio e de negação do “universalismo europeu” que, na verdade sempre foi uma armadilha usada em função da dominação. Que civilização é esta que se julga superior a tudo e a todos?

Ideais propostos pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa foram

sepultados?

Que civilização é esta?

FOTO

DOU

GLAS

TRA

NCOS

OPenúltima Página

PAULO LUIZ ZUGNO

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS PROFESSORES DE CAXIAS DO SUL

15

Page 16: Presença

Em outubro, o Sinpro/Caxias realizou uma campanha de mídia para sensibilizar a sociedade caxiense sobre os temas que afetam o trabalho do professor. Foram veiculadas inserções de 30 segundos em vários programas na

RBSTV e foram também publicados anúncios no jornal O Caxiense. Veja abaixo o anúncio da campanha e, no site do Sinpro/Caxias, acesse o anúncio em vídeo.

SINDICATO

Campanha do Dia do Professor

MENSAGEM POR UM ANO DE AÇÃOA humanidade gosta de constituir recomeços.

Talvez plagiando a natureza que existe de

intermináveis ciclos.

Um Ano Novo é uma oportunidade.

Novo sonhar, planejar e agir.

Sonhamos muito, planejamos menos, mas agir?

Que 2011 seja um ano de ação.

Hora de arregaçar as mangas. Quem mais faz

o nosso destino? Quem mais amplia ou restringe

horizonte do nosso planeta? Quem mais abre

caminhos de paz e vida para nossos filhos e netos?

Que a luz que existe no coração de todos os homens

e mulheres brilhe mais em 2011 e alcance o

mundo inteiro, semeando a ação.