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Prestação de Contas de Prefeito Município de Rio Negrinho exercício de 2016 - Reinstrução PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PREFEITO EXERCÍCIO DE 2016 Município de Rio Negrinho Data de Fundação – 24/04/1880 População: 41.817 habitantes (IBGE - 2016) PIB: 962,09 (em milhões) (IBGE - 2014) 646 646

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    PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PREFEITO

    EXERCÍCIO DE 2016

    Município de Rio Negrinho

    Data de Fundação – 24/04/1880

    População: 41.817 habitantes (IBGE - 2016)

    PIB: 962,09 (em milhões)

    (IBGE - 2014)

    646646

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    S U M Á R I O

    INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

    1.1. MANIFESTAÇÃO DO PREFEITO MUNICIPAL ............................................. 5

    1.2. RESTRIÇÕES APURADAS NA ANÁLISE PRELIMINAR (RELATÓRIO Nº

    1173/2017) ............................................................................................................ 6

    2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ............................................................. 13

    3. ANÁLISE DA GESTÃO ORÇAMENTÁRIA ..................................................... 14

    3.1. Apuração do resultado orçamentário ..................................................................... 15

    3.2. Análise do resultado orçamentário ......................................................................... 16

    3.3. Análise das receitas e despesas orçamentárias ...................................................... 17

    4. ANÁLISE DA GESTÃO PATRIMONIAL E FINANCEIRA ................................ 24

    4.1. Situação Patrimonial ............................................................................................... 24

    4.2. Análise do resultado financeiro .............................................................................. 26

    4.2.1. Análise do resultado financeiro por especificação de fontes de recursos .......... 27

    4.3. Análise da evolução patrimonial e financeira ......................................................... 29

    4.4. Situação Atuarial do Regime Próprio de Previdência ............................................. 32

    5. ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DE LIMITES .................................................. 34

    5.1. Saúde ....................................................................................................................... 34

    5.2. Ensino ...................................................................................................................... 36

    5.2.1. Limite de 25% das receitas de impostos e transferências ............................... 36

    5.2.2. FUNDEB............................................................................................................. 37

    5.3. Limites de gastos com pessoal (LRF) ....................................................................... 40

    5.3.1. Limite máximo para os gastos com pessoal do Município ............................... 40

    5.3.2. Limite máximo para os gastos com pessoal do Poder Executivo ..................... 42

    5.3.3. Limite máximo para os gastos com pessoal do Poder Legislativo ................... 43

    6. CONSELHOS MUNICIPAIS ............................................................................ 44

    6.1. Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB (CACS –

    FUNDEB) ..................................................................................................................... 45

    6.2. Conselho Municipal de Saúde (CMS)................................................................... 46

    6.3. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente .......................... 50

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    6.4. Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) .............................................. 50

    6.5. Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CMAE) ......................................... 51

    6.6. Conselho Municipal do Idoso (ou da Pessoa Idosa ou dos Direitos da Pessoa

    Idosa) .......................................................................................................................... 52

    7. DO CUMPRIMENTO DA LEI COMPLEMENTAR N° 131/2009 E DO

    DECRETO FEDERAL N° 7.185/2010 ................................................................. 53

    8. DO CUMPRIMENTO DO ARTIGO 42 DA LEI DE RESPONSABILIDADE

    FISCAL - LRF ...................................................................................................... 57

    9. RESTRIÇÕES APURADAS ............................................................................ 62

    10. SÍNTESE DO EXERCÍCIO DE 2016 ............................................................. 63

    CONCLUSÃO ..................................................................................................... 64

    ANEXO ............................................................................................................... 66

    APÊNDICE .......................................................................................................... 67

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    PROCESSO PCP 17/00202402

    UNIDADE Município de Rio Negrinho

    RESPONSÁVEL Sr. Alcides Grohskopf - Prefeito Municipal

    ASSUNTO Prestação de Contas do Prefeito referente ao ano de 2016 - Reinstrução

    RELATÓRIO N° 2071/2017

    INTRODUÇÃO

    O Tribunal de Contas de Santa Catarina, no uso de suas

    competências para a efetivação do controle externo consoante disposto no artigo

    31, § 1º, da Constituição Federal e dando cumprimento às atribuições assentes

    nos artigos 113 da Constituição Estadual e 50 e 54 da Lei Complementar n°

    202/2000, procedeu ao exame das Contas apresentadas pelo Município de Rio

    Negrinho, relativas ao exercício de 2016.

    O presente Relatório abrange a análise do Balanço Anual do exercício

    financeiro de 2016 e as informações dos registros contábeis e de execução

    orçamentária enviadas por meio eletrônico, buscando evidenciar os resultados

    alcançados pela Administração Municipal, em atendimento às disposições do

    artigo 7º da Instrução Normativa nº TC-20/2015 e artigo 22 da Instrução

    Normativa nº TC-02/2001, bem como o artigo 3º, I da Instrução Normativa nº TC-

    04/2004.

    A referida análise deu-se basicamente na situação Patrimonial,

    Financeira e na Execução Orçamentária do Município, não envolvendo o exame

    de legalidade e legitimidade dos atos de gestão, o resultado de eventuais

    auditorias oriundas de denúncias, representações e outras, que devem integrar

    processos específicos, a serem submetidos à apreciação deste Tribunal de

    Contas.

    No que tange a análise da situação Patrimonial e Financeira foram

    abordados aspectos sobre a composição do Balanço, apuração do resultado

    financeiro e de quocientes patrimoniais e financeiros para auxiliar a análise dos

    resultados ao longo dos últimos cinco exercícios.

    Registre-se que a média regional indicada no presente relatório

    corresponde à respectiva Associação de Municípios que abrange Rio Negrinho,

    649649

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    sendo que as médias do exercício em análise foram geradas em 01/08/2017

    conforme base de dados constituída a partir das informações bimestrais

    encaminhadas pelos municípios através do Sistema e-Sfinge e as médias dos

    exercícios anteriores a partir dos dados analisados, julgados ou apreciados por

    este Tribunal.

    Com referência a análise da Gestão Orçamentária tomou-se por base

    os instrumentos legais do processo orçamentário, a execução do orçamento de

    forma consolidada a apuração e a evolução do resultado orçamentário,

    atentando-se para o cumprimento dos limites constitucionais e legais

    estabelecidos no ordenamento jurídico vigente.

    1.1. MANIFESTAÇÃO DO PREFEITO MUNICIPAL

    Procedido o exame das contas do exercício de 2016 do Município, foi

    emitido o Relatório n° 1173/2017, integrante do Processo PCP 17/00202402.

    Referido Processo foi tramitado ao Exmo. Relator, que decidiu

    devolver à DMU para que esta encaminhasse ao Responsável à época, Sr.

    Alcides Grohskopf - Prefeito Municipal, no sentido de manifestar-se sobre as

    restrições contidas no Relatório nº 1173/2017, em observância ao disposto no

    art. 52 da Lei Complementar nº 202/2000 e art. 57, § 3º do Regimento Interno, o

    que foi efetuado através do Ofício TCE/DMU n° 12.235/2017, de 24/08/2017.

    Considerando que o Exmo. Relator, em seu Despacho, determinou

    que o Responsável se manifestasse, especialmente acerca das restrições

    contidas nos itens 9.1.1 e 9.1.2 da conclusão do citado Relatório, nesta

    oportunidade, serão analisadas por esta Instrução todas as restrições sobre as

    quais o Responsável se manifestou.

    Conforme solicitação do Exmo. Relator, o Prefeito Municipal, pelo

    Ofício s/n° de 11/09/2017, apresentou alegações de defesa (assim como

    remeteu documentos) sobre as restrições contidas no aludido Relatório, estando

    anexadas às folhas 641 a 644 dos autos.

    Assim, retornaram os autos a esta Diretoria para a devida reinstrução.

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    1.2. RESTRIÇÕES APURADAS NA ANÁLISE PRELIMINAR

    (RELATÓRIO Nº 1173/2017)

    1.2.1 RESTRIÇÕES DE ORDEM LEGAL

    1.2.1.1 Obrigações de despesas liquidadas até 31 de dezembro de

    2016 contraídas pelo Poder Executivo sem a

    correspondente disponibilidade de caixa de RECURSOS

    ORDINÁRIOS e VINCULADOS para pagamento das

    obrigações, deixando a descoberto e DESPESAS

    ORDINÁRIAS no montante de R$ 7.193.856,21, e

    DESPESAS VINCULADAS às Fontes de Recursos (FR 01 –

    R$ 1.715.862,79, FR 02 – R$ 2.042.621,15, FR 18 e 19 – R$

    17.063,53, FR 32 – R$ 65.250,58, FR 34 – R$ 509.084,01 e

    FR 62 – R$ 45.272,68), no montante de R$ 4.395.154,74,

    evidenciando o descumprimento ao artigo 42 da Lei

    Complementar nº 101/2000 – LRF (Capítulo 8 e item 9.1.1).

    (Relatório nº 1173/2017, de Prestação de Contas do Prefeito, Análise

    Preliminar)

    Manifestação da Unidade:

    As justificativas e os documentos encaminhados pela

    Unidade estão anexados às folhas 641 a 644 dos autos.

    Considerações da Análise Técnica:

    No que diz respeito às fontes 32, 34 e 62, o Responsável se

    limitou a argumentar que a Instrução não levou em

    consideração as informações contidas nas Notas

    Explicativas (fls. 244 a 262), que indicavam a existência de

    despesas realizadas com convênios na ordem de R$

    2.191.332,05, cujos recursos não ingressaram no exercício

    de 2016, além do registro de créditos a receber dos

    Governos Estadual e Federal, na ordem de R$

    3.626.936,83, que também não se realizaram em 2016.

    Informou ainda o Recorrente, que tais dados foram

    disponibilizados pela FECAM.

    As Notas Explicativas também mencionam a existência de

    valores a receber do Governo Federal e Estadual, oriundos

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    de transferências legais e voluntárias. E mais uma vez, é

    citado que estas informações se referem relatórios

    disponibilizados pela FECAM.

    Desde já, importante salientar que não foram juntados aos

    autos quaisquer documentos elaborados pela FECAM.

    Desta forma, não há o que se discutir acerca destas

    ponderações.

    Observa-se que as informações trazidas pelas Notas

    Explicativas (fls. 244 a 262) se resumem a indicar os valores

    que teriam sido inscritos em créditos a receber, o objeto dos

    convênios, e quais seriam os órgãos concedentes dos

    repasses.

    Verifica-se que não foram apresentadas informações

    imprescindíveis para a análise, tais como os Termos de

    Convênio, as datas dos repasses recebidos, as respectivas

    contas bancárias, a indicação das Notas de Empenhos

    relativas a estes recursos, bem como a relação dos

    convênios por fonte de recursos, e a relação dos restos a

    pagar processados e dos não processados de exercícios

    anteriores por fonte de recursos.

    Importante esclarecer que não basta somente ter a

    perspectiva do ingresso do recurso, mas também que

    devam existir restos a pagar respectivos para que se possa

    considerar a ausência dos repasses.

    Também é importante destacar que Créditos a Receber

    consignados no patrimônio da Unidade, cujo impacto se dá

    apenas no resultado patrimonial, não se confundem com a

    receita orçamentária, que afeta os resultados orçamentário e

    financeiro, bem como o cumprimento do art. 42, mediante

    registro após o efetivo ingresso da receita, nos termos do

    artigo 35 da Lei n.º 4.320/64.

    Assim, em virtude da ausência das informações elencadas

    anteriormente, ficou impossibilitada a análise, a qual poderia

    constituir ressalva ao descumprimento do dispositivo legal

    retromencionado.

    652652

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    .

    Quanto às fontes 18 e 19, não foram apresentados

    esclarecimentos e/ou documentos relativos à insuficiência

    financeira apurada.

    Ressalta-se que, mesmo que restasse comprovada a

    existência de empenhos, inscritos em restos a pagar,

    motivados pela ausência de recebimento dos recursos

    financeiros oriundos de convênios no exercício em análise, a

    irregularidade continuaria caracterizada pelo

    descumprimento do disposto no artigo 42 da LRF, também

    evidenciado nas fontes 00, 01. 02, 18 e 19.

    Desta forma, fica mantida a presente restrição.

    1.2.1.2 Déficit de execução orçamentária do Município

    (Consolidado) da ordem de R$ 8.167.720,59, representando

    7,30% da receita arrecadada do Município no exercício em

    exame, resultante da exclusão do superávit orçamentário do

    Instituto/Fundo de Previdência e/ou

    Fundo/Fundação/Autarquia de Assistência ao Servidor (R$

    14.765.854,86), em desacordo ao artigo 48, “b” da Lei nº

    4.320/64 e artigo 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 101/2000

    – LRF (itens 3.1 e 9.1.2).

    (Relatório nº 1173/2017, de Prestação de Contas do Prefeito, Análise

    Preliminar)

    Manifestação da Unidade:

    As justificativas e os documentos encaminhados pela

    Unidade estão anexados às folhas 641 a 644 dos autos.

    Considerações da Análise Técnica:

    O Responsável inicia sua defesa com os mesmos

    argumentos apresentados no item anterior, os quais indicam

    que foi alcançada a monta de R$ 2.191.332,05, de recursos

    de convênios que não ingressaram no exercício de 2016, e

    R$ 3.626.936,83 referente créditos a receber dos Governos

    Estadual e Federal.

    Conforme evidenciado no item anterior, tais argumentos não

    653653

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    merecem acatamento uma vez que não foram

    acompanhados de informações imprescindíveis para

    análise, bem como documentos que viessem a comprovar

    tais alegações.

    Importante esclarecer que não basta somente ter a

    perspectiva do ingresso do recurso, mas também que

    devam existir restos a pagar respectivos para que se possa

    considerar a ausência dos repasses.

    Também alegou que, se fossem considerados os valores

    acima referenciados, um novo resultado orçamentário

    evidenciaria um déficit de R$ 2.349.451,71, o que

    corresponderia a 2,10% da receita arrecadada no exercício

    em análise, e que representaria apenas 8 (oito) dias de

    arrecadação.

    O Responsável termina sua defesa fazendo um breve relato

    sobre os resultados apresentados pelo Município desde o

    exercício 2012, quando recebeu a Prefeitura com um déficit

    de R$ 9.692.744,71, cita as fortes cheias que atingiram o

    Município em 2014, e, observa que mesmo diante da dura

    crise que assola o país e da constante queda de

    arrecadação, concluiu que deixou a Administração em uma

    situação melhor do que aquela apresentada quando iniciou a

    sua gestão.

    Muito embora seja louvável a recuperação do Município ao

    se comparar os resultados deficitários apresentados nos

    exercícios a partir de 2012, o déficit na execução

    orçamentária efetivamente aconteceu. Assim, caberia à

    Administração adotar as medidas necessárias para a

    adequação entre a receita e a despesa, com o objetivo de

    não deixar passivos sem cobertura financeira ao final do

    exercício.

    Observa-se que o déficit ocorreu pela falta de medidas para

    saneamento das contas e redução de gastos em situação de

    frustação no recebimento de receitas previstas.

    A Lei Complementar nº 101/2000 determina, em seu artigo 1°, parágrafo

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    1º, que o planejamento na gestão pública deve ser voltado à prevenção

    de riscos que possam afetar o equilíbrio financeiro, conforme segue:

    § 1° A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e

    transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de

    afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de

    metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e

    condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com

    pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,

    operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de

    garantia e inscrição em Restos a Pagar.

    A Lei de Responsabilidade Fiscal determina ainda, conforme

    o artigo 9º, a necessidade de limitação de empenho e

    movimentação financeira em casos de quedas de

    arrecadação:

    Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita

    poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário

    ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o

    Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes

    necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e

    movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de

    diretrizes orçamentárias.

    Diante do exposto, fica mantido o apontado.

    1.2.1.3 Déficit financeiro do Município (Consolidado) da ordem de

    R$ 13.084.106,09, resultante do déficit financeiro

    remanescente do exercício anterior, correspondendo a

    11,70% da Receita Arrecadada do Município no exercício

    em exame (R$ 111.840.936,01), em desacordo ao artigo 48,

    “b” da Lei nº 4.320/64 e artigo 1º da Lei Complementar nº

    101/2000 – LRF (itens 4.2 e 9.1.3).

    (Relatório nº 1173/2017, de Prestação de Contas do Prefeito, Análise

    Preliminar)

    Manifestação da Unidade:

    O Responsável não apresentou justificativas acerca da

    presente restrição.

    Considerações da Análise Técnica:

    Em atendimento ao Despacho COE/CMG – 249/2017 (fls.

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    635 a 636), no qual o Exmo. Sr. Relator determinou que

    houvesse manifestações especialmente quanto às

    irregularidades descrita nos itens 9.1.1 e 9.1.2, o

    Responsável deixou de se manifestar acerca deste item,

    motivo pelo qual fica mantida a restrição.

    1.2.1.4 Despesas inscritas em Restos a Pagar com recursos do

    FUNDEB no exercício em análise, sem disponibilidade

    financeira, no valor de R$ 71.251,83, em desacordo com o

    artigo 85 da Lei n° 4.320/64 (itens 9.1.4 e 5.2.2, limite 3).

    (Relatório nº 1173/2017, de Prestação de Contas do Prefeito, Análise

    Preliminar)

    Manifestação da Unidade:

    O rRsponsável não apresentou justificativas acerca da

    presente restrição.

    Considerações da Análise Técnica:

    Em atendimento ao Despacho COE/CMG – 249/2017 (fls.

    635 a 636), no qual o Exmo. Sr. Relator determinou que

    houvesse manifestações especialmente quanto às

    irregularidades descrita nos itens 9.1.1 e 9.1.2, o

    Responsável deixou de se manifestar acerca deste item,

    motivo pelo qual fica mantida a restrição.

    1.2.1.5 Divergência, no valor de R$ 1.526,81, relativas a ganhos

    com desincorporação de passivos, apurada entre a variação

    do saldo patrimonial financeiro (R$ -3.880.919,00) e o

    resultado da execução orçamentária – Déficit (R$

    8.167.720,59) considerando o cancelamento de restos a

    pagar de R$ 4.285.274,78, em afronta ao artigo 85 da Lei nº

    4.320/64 (itens 3.1 e 9.1.5).

    (Relatório nº 1173/2017, de Prestação de Contas do Prefeito, Análise

    Preliminar)

    Manifestação da Unidade:

    O Responsável não apresentou justificativas acerca da

    presente restrição.

    656656

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    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 12

    Considerações da Análise Técnica:

    Em atendimento ao Despacho COE/CMG – 249/2017 (fls.

    635 a 636), no qual o Exmo. Sr. Relator determinou que

    houvesse manifestações especialmente quanto às

    irregularidades descrita nos itens 9.1.1 e 9.1.2, o

    Responsável deixou de se manifestar acerca deste item,

    motivo pelo qual fica mantida a restrição.

    1.2.1.6 Registro indevido de Valores Restituíveis e Outras

    Obrigações do Passivo Financeiro nas Fontes de Recursos

    32 – R$ 1.292,06, 36 – R$ 2.219,07 e 83 - R$ 3.130,03, em

    desacordo com o que estabelece o artigo 85 da Lei nº

    4.320/64 e arts. 8º, parágrafo único e 50, I da LRF (Apêndice

    - Cálculo detalhado do Resultado Financeiro por

    Especificações de Fonte de Recursos e item 9.1.6).

    (Relatório nº 1173/2017, de Prestação de Contas do Prefeito, Análise

    Preliminar)

    Manifestação da Unidade:

    O Responsável não apresentou justificativas acerca da

    presente restrição.

    Considerações da Análise Técnica:

    Em atendimento ao Despacho COE/CMG – 249/2017 (fls.

    635 a 636), no qual o Exmo. Sr. Relator determinou que

    houvesse manifestações especialmente quanto às

    irregularidades descrita nos itens 9.1.1 e 9.1.2, o

    Responsável deixou de se manifestar acerca deste item,

    motivo pelo qual fica mantida a restrição.

    À luz das ponderações de ordem técnica referentes às justificativas

    apresentadas pelo responsável, por ventura do cumprimento das disposições

    contidas no art. 52 da Lei Complementar nº 202/2000 e art. 57, § 3º do

    Regimento Interno, conforme consta do item 1.2, as contas relativas ao exercício

    de 2016 passam a apresentar os seguintes dados:

    657657

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    2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

    O Município de Rio Negrinho tem uma população estimada em

    41.8171 habitantes e Índice de Desenvolvimento Humano de 0,742. O Produto

    Interno Bruto alcançava o valor de R$ 962.090.774,003, revelando um PIB per

    capita à época de R$ 23.246,77, considerando uma população estimada em

    2014 de 41.386 habitantes.

    Gráfico 01 – Produto Interno Bruto – PIB

    Fonte: IBGE – 2013

    No tocante ao desenvolvimento econômico e social mensurado pelo

    IDH/PNUD/2010, o Município de Rio Negrinho encontra-se na seguinte situação:

    1 IBGE - 2016 2 PNUD - 2010 3 Produto Interno Bruto dos Municípios – IBGE/2014

    0,00

    500.000.000,00

    1.000.000.000,00

    1.500.000.000,00

    2.000.000.000,00

    2.500.000.000,00

    3.000.000.000,00

    3.500.000.000,00

    4.000.000.000,00

    Média AMUNESC MUNICÍPIO

    3.909.699.261,78

    962.090.774,00

    PIB EM REAIS

    658658

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    Gráfico 02 – Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

    Fonte: PNUD – 2010

    3. ANÁLISE DA GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

    A análise da gestão orçamentária envolve os seguintes aspectos:

    demonstração da apuração do resultado orçamentário do presente exercício,

    com a demonstração dos valores previstos ou autorizados pelo Poder

    Legislativo; apurando-se quocientes que demonstram a evolução relativa do

    resultado da execução orçamentária do Município; a demonstração da execução

    das receitas e despesas, cotejando-as com os valores orçados, bem como a

    evolução do esforço tributário, IPTU per capita e o esforço de cobrança da dívida

    ativa. Por fim, apura-se o total da receita com impostos (incluídas as

    transferências de impostos) e a receita corrente líquida.

    Segue abaixo os instrumentos de planejamento aplicáveis ao

    exercício em análise, as datas das audiências públicas realizadas e o valor da

    receita e despesa inicialmente orçadas:

    Quadro 01 – Leis Orçamentárias

    LEIS DATA DAS AUDIÊNCIAS RECEITA ESTIMADA

    141.886.715,00 PPA 2.566/13 09/05/2013

    LDO 2.792/15 13/10/2015 DESPESA FIXADA

    141.886.715,00 LOA 2.793/15 13/10/2015

    0,72

    0,72

    0,73

    0,73

    0,74

    0,74

    0,75

    0,75

    0,76

    BRASIL SANTA CATARINA Média AMUNESC MUNICÍPIO

    0,727

    0,744

    0,750

    0,740

    659659

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    3.1. Apuração do resultado orçamentário

    O confronto entre a receita arrecadada e a despesa realizada, resultou

    no Superávit de execução orçamentária da ordem de R$ 6.598.134,27,

    correspondendo a 5,01% da receita arrecadada.

    Salienta-se que o resultado consolidado, Superávit de R$

    6.598.134,27, é composto pelo resultado do Orçamento Centralizado - Prefeitura

    Municipal, Déficit de R$ 7.002.918,64 e do conjunto do Orçamento das demais

    Unidades Municipais Superávit de R$ 13.601.052,91.

    Excluindo o resultado orçamentário do IPRERIO, o Município

    apresentou Déficit de R$ 8.167.720,59.

    Assim, a execução orçamentária do Município pode ser demonstrada,

    sinteticamente, da seguinte forma:

    Quadro 02 – Demonstração do Resultado da Execução Orçamentária (em Reais) – 2016

    Descrição Previsão/Autorização Execução % Executado

    RECEITA 141.886.715,00 131.796.222,60 92,89

    DESPESA (considerando as alterações orçamentárias)

    153.763.197,05 125.198.088,33 81,42

    Superávit de Execução Orçamentária 6.598.134,27

    Resultado Orçamentário Consolidado IPRERIO

    Superávit Consolidado Ajustado

    Superávit do IPRERIO Déficit IPRERIO

    RECEITA 131.796.222,60 19.955.286,59 111.840.936,01

    DESPESA 125.198.088,33 5.189.431,73 120.008.656,60

    Resultado de Execução Orçamentária

    6.598.134,27 14.765.854,86 8.167.720,59

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    Obs.: A divergência no valor de R$ 1.526,81, relativa a ganhos com desincorporação de

    passivos, apurada entre variação do patrimônio financeiro ajustado sem IPRESP (R$ -

    3.880.919,00) e o resultado da execução orçamentária ajustada sem IPRERIO – Déficit (R$

    8.167.720,59), considerando o cancelamento de restos a pagar de R$ 4.285.274,78 – Vide

    restrição anotada no item 9.1.5 das Restrições de Ordem Legal do capítulo Restrições Apuradas,

    deste Relatório.

    Obs.: Vide restrição anotada no item Restrições de Ordem Legal do capítulo Restrições

    Apuradas, deste Relatório.

    Obs.: A receita no montante de R$ 19.955.286,59, assim como a despesa no montante de R$

    5.189.431,73, consideradas as Transferências Financeiras, referem-se exclusivamente ao RPPS.

    660660

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    3.2. Análise do resultado orçamentário

    A análise da evolução do resultado orçamentário é facilitada com o

    uso de quocientes, pois os resultados absolutos expressos nas demonstrações

    contábeis são relativizados, permitindo a comparação de dados entre exercícios

    e Municípios distintos.

    A seguir é exibido quadro que evidencia a evolução do Quociente de

    Resultado Orçamentário do Município de Rio Negrinho nos últimos 5 anos:

    Quadro 03 – Quocientes de Resultado Orçamentário – Excluído RPPS – 2012-2016

    ITENS / ANO 2012 2013 2014 2015 2016 1 Receita realizada 88.960.742,24 87.022.398,57 104.923.726,41 104.299.368,83 111.840.936,01

    2 Despesa executada 94.794.084,62 83.910.939,82 104.819.917,28 108.625.692,47 120.008.656,60

    QUOCIENTE 2012 2013 2014 2015 2016 Resultado Orçamentário (1÷2) 0,94 1,04 1,00 0,96 0,93

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado e análise técnica.

    O resultado orçamentário pode ser verificado por meio do quociente

    entre a receita orçamentária e a despesa orçamentária. Quando esse indicador

    for superior a 1,00 tem-se que o resultado orçamentário foi superavitário

    (receitas superiores às despesas).

    Gráfico 03 – Evolução dos Quocientes de Resultado Orçamentário: 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    0,94

    1,041,00

    0,96 0,93

    0,00

    0,20

    0,40

    0,60

    0,80

    1,00

    1,20

    1,40

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    661661

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    3.3. Análise das receitas e despesas orçamentárias

    Os quadros que sintetizam a execução das receitas e despesas no

    exercício trazem também os valores previstos ou autorizados pelo Legislativo

    Municipal, de forma que se possa avaliar a destinação de recursos pelo Poder

    Executivo, bem como o cumprimento de imposições constitucionais.

    No âmbito do Município, a receita orçamentária pode ser entendida

    como os recursos financeiros arrecadados para fazer frente às suas despesas.

    A receita arrecadada do exercício em exame atingiu o montante de R$

    131.796.222,60, equivalendo a 92,89% da receita orçada.

    As receitas por origem e o cotejamento entre os valores previstos e os

    arrecadados são assim demonstrados:

    Quadro 04 – Comparativo da Receita Orçamentária Prevista e Arrecadada (em Reais): 2016

    RECEITA POR ORIGEM PREVISÃO ARRECADAÇÃO %

    ARRECADADO

    Receita Tributária 18.320.009,86 13.708.266,37 74,83

    Receita de Contribuições 4.777.000,00 6.353.071,63 132,99

    Receita Patrimonial 4.619.645,70 11.823.318,61 255,94

    Receita de Serviços 7.736.662,50 7.817.173,19 101,04

    Transferências Correntes 79.729.913,44 78.925.878,67 98,99

    Outras Receitas Correntes 8.405.808,50 3.432.798,69 40,84

    Receitas Correntes Intra-Orçamentárias 6.130.000,00 4.548.817,62 74,21

    RECEITA CORRENTE 129.719.040,00 126.609.324,78 97,60

    Operações de Crédito 3.410.500,00 1.600.221,48 46,92

    Alienação de Bens 286.200,00 77.295,10 27,01

    Transferências de Capital 8.470.975,00 3.509.381,24 41,43

    RECEITA DE CAPITAL 12.167.675,00 5.186.897,82 42,63

    TOTAL DA RECEITA 141.886.715,00 131.796.222,60 92,89 Fonte: ¹Dados do Sistema e-Sfinge – Módulo Planejamento e ²Demonstrativos do Balanço Geral

    consolidado.

    662662

    mailto:c@[11571]mailto:c@[11572]mailto:c@[11573]mailto:c@[11576]mailto:c@[11577]mailto:c@[11578]mailto:c@[11579]mailto:c@[11580]mailto:c@[11582]

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    Gráfico 04 – Composição da Receita Orçamentária Arrecadada: 2016

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    O gráfico anterior apresenta a relação de cada receita por origem com

    o total arrecadado no exercício. Destaca-se que parcela significativa da receita,

    59,88%, está concentrada nas transferências correntes.

    Um aspecto importante a ser analisado na gestão da receita

    orçamentária pode ser traduzido como “esforço tributário”. O gráfico que segue

    mostra a evolução da receita tributária em relação ao total das receitas correntes

    do Município.

    Tributária 10,40%

    Contribuições 4,82%Patrimonial

    8,97%

    Serviços 5,93%

    Transferência Corrente59,88%

    Outras Correntes 2,60%

    Correntes Intra-Orçamentárias 3,45%

    Operações de Crédito 1,21%

    Alienação de Bens0,06%

    Transferências de Capital 2,66%

    663663

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    Gráfico 05 – Evolução do Esforço Tributário (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    Relativamente às receitas arrecadadas, deve-se dar destaque às

    receitas próprias com impostos no exercício da competência tributária

    estabelecida constitucionalmente e exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Nesse sentido, destaca-se no gráfico a seguir a evolução do IPTU

    arrecadado per capita nos últimos 5 (cinco) anos.

    Gráfico 06 – Evolução Comparativa do IPTU per capita (em Reais): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados, IBGE e análise técnica.

    9,5610,21 10,61

    10,85 11,23

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    14,00

    16,00

    18,00

    20,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    44,07 46,1349,56 53,63

    57,07

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    120,00

    140,00

    160,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    664664

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    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 20

    A Dívida Ativa apresentou o seguinte comportamento no exercício em

    análise:

    Quadro 05 – Movimentação da Dívida Ativa (em Reais): 2016

    Saldo

    Anterior

    Inscrição/Transferências

    / Atualização Recebimento

    Transferências/

    Outras Baixas

    Saldo

    Final

    32.156.455,78 50.534.310,55 2.422.429,25 25.358.096,57 54.910.240,51

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados.

    Importante também analisar a eficiência na cobrança da dívida ativa

    ao longo dos últimos cinco anos. O gráfico seguinte mostra o percentual de

    dívida ativa recebida em relação ao saldo do exercício anterior:

    Gráfico 07 – Evolução do Esforço de Cobrança da Dívida Ativa (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    No tocante as despesas executadas em contraposição às orçadas

    (incluindo as alterações orçamentárias), segundo a classificação funcional, tem-

    se a demonstração do próximo quadro:

    4,355,38 5,06

    9,97

    7,53

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    665665

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    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 21

    Quadro 06 – Comparativo entre a Despesa por Função de Governo Autorizada e Executada: 2016

    DESPESA POR FUNÇÃO DE GOVERNO

    AUTORIZAÇÃO¹ (R$) EXECUÇÃO² (R$) % EXECUTADO

    01-Legislativa 2.280.000,00 1.776.585,02 77,92

    02-Judiciária 325.750,00 316.338,67 97,11

    04-Administração 20.321.334,97 16.753.159,09 82,44

    06-Segurança Pública 1.273.487,80 1.003.135,03 78,77

    08-Assistência Social 3.670.538,65 2.174.250,82 59,24

    09-Previdência Social 1.166.000,00 902.923,69 77,44

    10-Saúde 36.175.694,43 32.490.267,65 89,81

    12-Educação 40.242.113,02 38.491.203,16 95,65

    13-Cultura 2.369.050,00 2.014.923,14 85,05

    15-Urbanismo 7.786.918,41 7.252.878,20 93,14

    16-Habitação 2.548.225,00 1.639.600,60 64,34

    17-Saneamento 11.889.579,82 7.564.317,61 63,62

    18-Gestão Ambiental 108.450,00 - -

    20-Agricultura 1.015.100,19 910.612,79 89,71

    23-Comércio e Serviços 157.500,00 25.331,60 16,08

    24-Comunicações 150.250,00 134.568,48 89,56

    26-Transporte 14.658.704,76 10.929.026,28 74,56

    27-Desporto e Lazer 956.500,00 818.966,50 85,62

    99-Reserva de Contingência 6.668.000,00 - -

    TOTAL DA DESPESA 153.763.197,05 125.198.088,33 81,42

    Fontes: ¹Dados do Sistema e-Sfinge – Módulo Planejamento e ²Demonstrativos do Balanço

    Geral consolidado.

    A análise entre despesa autorizada e executada configura-se

    importante quando se tem como objetivo subsidiar o parecer prévio, permitindo

    identificar quais funções foram priorizadas ou contingenciadas em relação à

    deliberação legislativa no tocante ao orçamento municipal.

    O gráfico seguinte demonstra o cotejamento entre as despesas

    autorizadas e executadas segundo as funções de governo. Trata-se de uma

    representação gráfica do Quadro anterior.

    666666

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    Gráfico 08 – Despesa Orçamentária por Função de Governo Autorizada x Executada: 2016

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado e análise técnica.

    A evolução das despesas executadas por função de governo está

    demonstrada no quadro a seguir:

    Quadro 07 – Evolução das Despesas Executadas por Função de Governo (em Reais): 2012 – 2016

    DESPESA POR FUNÇÃO DE GOVERNO

    2012 2013 2014 2015 2016

    01-Legislativa 1.404.151,80 1.579.510,85 1.544.918,76 1.860.030,83 1.776.585,02

    02-Judiciária 228.171,68 207.059,85 185.769,04 279.130,46 316.338,67

    04-Administração 14.052.687,85 12.502.894,48 16.150.767,81 17.915.903,50 16.753.159,09

    06-Segurança Pública 355.064,46 518.549,26 703.940,57 720.879,89 1.003.135,03

    08-Assistência Social 2.126.984,74 1.462.897,24 2.278.943,10 1.987.457,29 2.174.250,82

    09-Previdência Social 437.947,50 444.555,26 587.718,76 748.794,70 902.923,69

    10-Saúde 20.426.701,89 23.117.759,87 26.469.124,19 29.174.825,99 32.490.267,65

    12-Educação 27.221.688,80 27.665.632,76 34.880.494,22 34.942.499,52 38.491.203,16

    13-Cultura 1.573.717,47 1.499.769,82 1.733.824,92 1.955.244,78 2.014.923,14

    15-Urbanismo 4.011.212,68 3.422.446,30 4.353.156,78 4.881.910,11 7.252.878,20

    16-Habitação 2.749.056,81 332.219,09 929.557,49 1.009.337,67 1.639.600,60

    17-Saneamento 12.974.529,46 8.999.998,64 9.728.021,66 6.516.971,28 7.564.317,61

    20-Agricultura 920.406,12 565.375,26 629.289,19 1.179.034,82 910.612,79

    23-Comércio e Serviços 26.751,08 63.239,22 8.518,36 2.656,96 25.331,60

    24-Comunicações 163.273,24 53.852,56 67.241,61 92.467,51 134.568,48

    26-Transporte 8.320.728,52 3.620.705,85 7.316.801,76 8.634.188,96 10.929.026,28

    27-Desporto e Lazer 628.393,91 470.399,63 727.928,65 701.319,14 818.966,50

    77,9297,1182,4478,7759,2477,4489,8195,6585,0593,1464,3463,620,0089,7116,0889,5674,5685,62

    0,00 20.000.000,00 40.000.000,00 60.000.000,00

    01-Legislativa02-Judiciária

    04-Administração06-Segurança Pública08-Assistência Social

    09-Previdência Social10-Saúde

    12-Educação13-Cultura

    15-Urbanismo16-Habitação

    17-Saneamento18-Gestão Ambiental

    20-Agricultura23-Comércio e Serviços

    24-Comunicações26-Transporte

    27-Desporto e Lazer99-Reserva de Contingência

    AUTORIZAÇÃO

    EXECUÇÃO

    667667

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    DESPESA POR FUNÇÃO DE GOVERNO

    2012 2013 2014 2015 2016

    TOTAL DA DESPESA REALIZADA 97.621.468,01 86.526.865,94 108.296.016,87 112.602.653,41 125.198.088,33

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    No quadro a seguir, demonstra-se a apuração das receitas decorrente

    de impostos, informação utilizada no cálculo dos limites com saúde e educação.

    Quadro 08 – Apuração da Receita com Impostos: 2016

    RECEITAS COM IMPOSTOS (incluídas as transferências de impostos)

    Valor (R$) %

    Imposto Predial e Territorial Urbano 2.386.289,10 4,19

    Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 5.468.061,33 9,60

    Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza 2.837.225,61 4,98

    Imposto s/Transmissão Inter vivos de Bens Imóveis e Direitos Reais sobre Bens Imóveis

    754.262,79 1,32

    Cota do ICMS 18.387.813,29 32,29

    Cota-Parte do IPVA 3.905.997,81 6,86

    Cota-Parte do IPI sobre Exportação 262.613,00 0,46

    Cota-Parte do FPM 20.165.705,60 35,41

    Cota-Parte do FPM (1%, entregue no mês de julho) - art. 159, I, alínea “e” da C.F. e Emenda Constitucional nº 84, de 2014

    596.638,25 1,05

    Cota-Parte do FPM (1%, entregue no mês de dezembro) - art. 159, I, alínea “d” da C.F.

    891.557,17 1,57

    Cota do ITR 376.377,62 0,66

    Transferências Financeiras do ICMS - Desoneração L.C. nº 87/96 73.310,64 0,13

    Receita de Dívida Ativa Proveniente de Impostos 522.976,02 0,92

    Receita de Multas e Juros provenientes de impostos, inclusive da dívida ativa decorrente de impostos

    313.183,59 0,55

    TOTAL DA RECEITA COM IMPOSTOS (Base de cálculo para a Educação)

    56.942.011,82 100,00

    (-) Cota-Parte do FPM (1%, entregue no mês de julho) - art. 159, I, alínea “e” da C.F. e Emenda Constitucional nº 84, de 2014

    596.638,25

    (-) Cota-Parte do FPM (1%, entregue no mês de dezembro) - art. 159, I, alínea “d” da C.F.

    891.557,17

    TOTAL DA RECEITA COM IMPOSTOS (Base de cálculo para a Saúde)

    55.453.816,40 100,00

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    O ingresso de recursos provenientes de impostos tem importância na

    gestão orçamentária municipal, eis que serve como denominador dos

    percentuais mínimos de aplicação em saúde e educação.

    668668

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    Da mesma forma, o total da Receita Corrente Líquida (RCL),

    demonstrado no quadro seguinte, serve como parâmetro para o cálculo dos

    percentuais máximos das despesas de pessoal estabelecidos na Lei de

    Responsabilidade Fiscal.

    Quadro 09 – Apuração da Receita Corrente Líquida: 2016

    DEMONSTRATIVO DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DO MUNICÍPIO Valor (R$)

    Receitas Correntes Arrecadadas 130.694.868,62

    (-) Dedução das receitas para formação do FUNDEB 8.634.361,46

    (-) Contribuição dos Servidores ao Regime Próprio de Previdência e/ou Assistência

    3.539.137,44

    TOTAL DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA 118.521.369,72

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    4. ANÁLISE DA GESTÃO PATRIMONIAL E FINANCEIRA

    A análise compreendida neste capítulo consiste em demonstrar a

    situação patrimonial existente ao final do exercício, em contraposição à situação

    existente no final do exercício anterior; discriminando especificamente a variação

    da situação financeira do Município e sua capacidade de pagamento de curto

    prazo.

    4.1. Situação Patrimonial

    A situação patrimonial do Município está assim demonstrada:

    Quadro 10 – Balanço Patrimonial do Município de Rio Negrinho (em Reais): 2016

    ATIVO 2015 2016

    PASSIVO 2015 2016

    ATIVO CIRCULANTE 95.778.876,68 120.670.426,22

    Caixa e Equivalentes de Caixa

    10.203.426,20 10.989.417,55

    Créditos a Curto Prazo 1.640.025,04 11.276.132,97

    Créditos Tributários a Receber

    - 3.661.330,22

    Clientes - 976.090,44

    Créditos de Transferências a Receber

    - 3.937.876,58

    Dívida Ativa Tributária 1.157.456,42 1.324.320,00

    Dívida Ativa Não Tributária 482.568,62 1.376.515,73

    Demais Créditos e Valores a Curto Prazo

    1.251.131,60 1.424.553,99

    PASSIVO CIRCULANTE 14.355.443,76 21.939.282,26

    Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo

    7.306.954,08 11.706.026,46

    Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo

    792.130,15 1.456.946,97

    Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo

    4.296.007,46 6.646.223,02

    Demais Obrigações a Curto Prazo

    1.960.352,07 2.130.085,81

    669669

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    ATIVO 2015 2016

    PASSIVO 2015 2016

    Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo

    82.050.630,37 96.446.320,62

    Títulos e valores mobiliários

    730,23 730,23

    Investimento do RPPS

    85.972.066,53 99.908.500,89

    (-) Ajustes de Perdas e Investimentos de aplicações temporários

    -3.922.166,39 -3.462.910,50

    Estoques 539.223,11 441.369,65

    Variação Patrimoniais Diminutivas Pagas Antecipadamente

    94.440,36 92.631,44

    ATIVO NÃO CIRCULANTE 172.287.734,78 199.558.268,69

    Ativo Realizável a Longo Prazo

    23.552.254,06 43.950.653,53

    Créditos a Longo Prazo 21.046.101,84 40.389.386,13

    Dívida Ativa Tributária 26.937.167,75 22.163.862,00

    Dívida Ativa Não Tributária

    3.579.262,99 30.045.542,78

    (-) Ajuste de Perdas de Créditos a Longo Prazo

    -9.470.328,90 -11.820.018,65

    Demais Créditos e Valores à Longo Prazo

    2.506.152,22 3.561.267,40

    Investimentos - 258.120,88

    Participações Permanentes - 258.120,88

    Participações Avaliadas pelo Método de Equivalência Patrimonial

    - 258.120,88

    Imobilizado 148.735.480,72 155.349.494,28

    Bens Móveis 16.775.742,25 18.979.745,73

    (-) Depreciação, exaustão e amortizações acumuladas - Bens Móveis)

    -3.740.061,38 -6.309.555,63

    PASSIVO NÃO CIRCULANTE 88.994.476,67 120.977.479,64

    Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Longo Prazo

    2.146.648,25 17.908.792,10

    Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo

    8.591.036,68 9.000.972,75

    Provisões a Longo Prazo 78.256.791,74 94.067.714,79

    Provisões Matemáticas Previdenciárias

    78.256.791,74 94.067.714,79

    TOTAL DO PASSIVO 103.349.920,43 142.916.761,90

    Bens Imóveis 135.699.799,85 142.679.304,18

    PATRIMÔNIO LIQUIDO 164.716.691,03 177.311.933,01

    Patrimônio Social e Capital Social

    155.760.207,87 155.760.207,87

    Resultados Acumulados 8.956.483,16 21.551.725,14

    Resultado do Exercício

    3.622.070,66 29.063.558,21

    Resultado de Exercícios Anteriores

    5.334.412,50 8.956.483,16

    Ajustes de exercícios anteriores

    - -16.468.316,23

    TOTAL 268.066.611,46 320.228.694,91

    TOTAL 268.066.611,46 320.228.694,91

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral Consolidado.

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    4.2. Análise do resultado financeiro

    Dentre os componentes patrimoniais é relevante no processo de

    análise das contas municipais, para fins de emissão do parecer prévio, a

    verificação da evolução do patrimônio financeiro e, sobretudo, a apuração da

    situação financeira no final do exercício, eis que a existência de passivos

    financeiros superiores a ativos financeiros revela restrições na capacidade de

    pagamento do Município frente às suas obrigações financeiras de curto prazo.

    O confronto entre o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro do

    exercício encerrado resulta em Déficit Financeiro de R$ 13.084.106,09 e a sua

    correlação demonstra que para cada R$ 1,00 (um real) de recursos financeiros

    existentes, o Município possui R$ 2,39 de dívida de curto prazo.

    Em relação ao exercício anterior, ocorreu variação negativa de R$

    3.880.919,00 passando de um Déficit de R$ 9.203.187,09 para um Déficit de R$

    13.084.106,09.

    Registre-se que a Prefeitura apresentou um Déficit de R$

    12.359.331,92.

    Dessa forma, a variação do patrimônio financeiro do Município durante

    o exercício é demonstrada no quadro seguinte:

    Quadro 11 – Variação do patrimônio financeiro do Município (em Reais) – 2015 - 2016

    Grupo Patrimonial Saldo inicial Saldo final Variação

    Ativo Financeiro 96.183.153,40 110.921.735,79 14.738.582,39

    Passivo Financeiro 18.659.804,49 22.531.354,66 3.871.550,17

    Saldo Patrimonial Financeiro 77.523.348,91 88.390.381,13 10.867.032,22

    Ativo Financeiro do IPRERIO 86.742.053,98 101.502.642,14 14.760.588,16

    Passivo Financeiro do IPRERIO 15.517,98 28.154,92 12.636,94

    Saldo Patrimonial Financeiro s/ IPRERIO -9.203.187,09 -13.084.106,09 -3.880.919,00 Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    Obs.: O Ativo Financeiro no montante de R$ 101.502.642,14, assim como o Passivo Financeiro

    no montante de R$ 28.154,92, referem-se exclusivamente ao RPPS.

    Obs.: A divergência no valor de R$ 1.526,81, relativa a ganhos com desincorporação de

    passivos, apurada entre variação do patrimônio financeiro ajustado sem IPRESP (R$ -

    3.880.919,00) e o resultado da execução orçamentária ajustada sem IPRERIO – Déficit (R$

    8.167.720,59), considerando o cancelamento de restos a pagar de R$ 4.285.274,78 – Vide

    restrição anotada no item 9.1.5 das Restrições de Ordem Legal do capítulo Restrições Apuradas,

    deste Relatório.

    Obs.: Vide restrição anotada no item Restrições de Ordem Legal do capítulo Restrições

    Apuradas, deste Relatório.

    671671

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    4.2.1. Análise do resultado financeiro por especificação de

    fontes de recursos

    A situação financeira analisada neste item tem como objetivo

    demonstrar o confronto entre os recursos financeiros e as respectivas obrigações

    financeiras, segregadas por vínculo de recurso.

    Referida análise atende ao que determina o artigo 8º, 50, I da Lei de

    Responsabilidade Fiscal – LRF, ou seja, vincular os recursos a sua

    disponibilidade específica.

    Para o cálculo utilizou-se os seguintes critérios:

    a) FR – Fonte de Recursos: refere-se à discriminação das

    especificações das fontes de recursos, conforme tabela de destinação de receita

    deste Tribunal de Contas;

    b) Disponibilidade de Caixa Bruta: constitui-se dos saldos recursos

    financeiros (caixa, bancos, aplicações financeiras e outras disponibilidades

    financeiras) em 31/12/2016, segregados por especificações de fontes de

    recursos;

    c) Obrigações financeiras: representa os valores, igualmente por

    disponibilidade de fontes de recursos, dos depósitos de terceiros e resultantes de

    consignações, cauções, outros depósitos de diversas origens e dos restos a

    pagar, sendo que, este último refere-se às despesas empenhadas, liquidadas ou

    não, e que estão pendentes de pagamento.

    Ressalta-se, todavia, que em razão da análise técnica decorrente de

    auditorias, levantamentos, ofícios circulares encaminhados aos jurisdicionados,

    entre outros instrumentos de verificações, poderá haver ajustes na

    disponibilidade de caixa e nas obrigações financeiras apresentadas pelo ente.

    d) Disponibilidade de Caixa líquida/resultado financeiro: evidencia o

    resultado financeiro por especificações de fontes de recursos, apurado entre o

    confronto dos recursos financeiros e as obrigações financeiras, levando-se em

    consideração os possíveis ajustes.

    No tocante ao Samae - Serviço Autônomo Municipal de Água e

    Esgoto, Autarquias e Empresas Públicas, suas disponibilidades de caixa serão

    consideradas como recursos vinculados, mesmo que registradas contabilmente

    com especificação de Fonte de Recursos 00 - recursos ordinários. O mesmo

    procedimento será adotado com relação às obrigações financeiras.

    A seguir, expõe-se resumo da situação constatada do Município de

    Rio Negrinho, sendo que no Apêndice, deste Relatório, encontra-se o cálculo de

    forma detalhada.

    672672

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    Quadro 11- A – Demonstrativo do Resultado Financeiro por

    especificações de Fonte de Recurso.

    FONTE DE RECURSOS

    DISPONIBILIDADE DE CAIXA LÍQUIDA

    / INSUFICIÊNCIA FINANCEIRA

    Superávit / Déficit

    RECURSOS VINCULADOS 00 - Recursos Ordinários 1.178.113,44 SUPERAVIT

    01- Receitas e Transferências de Impostos - Educação -1.858.893,17 DÉFICIT

    02 - Receitas e Transferências de Impostos - Saúde -2.317.919,70 DÉFICIT

    03 - Contribuição para Fundo Previdenciário do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS (patronal, servidores e compensação financeira) 0,00 SUPERAVIT

    04 - Contribuição para Fundo Financeiro do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS (patronal, servidores e compensação financeira) 0,00 SUPERAVIT

    05 - Aporte para Cobertura de Déficit Atuarial ao RPPS 0,00 SUPERAVIT

    06 - Recursos Diretamente Arrecadados pela Administração Indireta e Fundos 0,00 SUPERAVIT

    07 - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE 0,00 SUPERAVIT

    08 - Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública - COSIP 1.456,36 SUPERAVIT

    09 - FIA Imposto de Renda 0,00 SUPERAVIT

    10 - Convênio de Trânsito - Militar 26.076,46 SUPERAVIT

    11 - Convênio de Trânsito - Civil 62.027,56 SUPERAVIT

    12 - Convênio de Trânsito - Prefeitura 88.755,34 SUPERAVIT

    18 - Transferências do FUNDEB - (aplicação na remuneração dos profissionais do Magistério da Educação Básica em efetivo exercício) - R$ 11.191,15

    -77.288,15 DÉFICIT 19 -Transferências do FUNDEB - (aplicação em outras despesas da Educação Básica) - R$ -88.479,30

    31 - Transferências de Convênios – União/Assistência Social 0,00 SUPERAVIT

    32 - Transferências de Convênios – União/Educação -734.734,77 DÉFICIT

    33 - Transferências de Convênios – União/Saúde 43.347,25 SUPERAVIT

    34 - Transferências de Convênios – União/Outros (não relacionados à educação/saúde/assistência social) -1.308.450,28 DÉFICIT

    35 - Transferências do Sistema Único de Assistência Social – SUAS/União 350.935,38 SUPERAVIT

    36 - Salário-Educação 36.821,32 SUPERAVIT

    37 - Outras Transferências do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE (não repassadas por meio de convênios) 193.363,85 SUPERAVIT

    38 - Transferências do Sistema Único de Saúde – SUS/União 1.096.239,67 SUPERAVIT

    39 - Fundo Especial do Petróleo e Transferências Decorrentes de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Naturais 0,00 SUPERAVIT

    40 - Royalties de Petróleo – Educação - Lei nº 12.858/2013 0,00 SUPERAVIT

    41 - Royalties de Petróleo – Saúde - Lei nº 12.858/2013 0,00 SUPERAVIT

    42 - Outras Transferências Legais e Constitucionais – União 0,00 SUPERAVIT

    61 - Transferências de Convênios – Estado/Assistência Social 22.127,13 SUPERAVIT

    62 - Transferências de Convênios – Estado/Educação -45.272,68 DÉFICIT

    63 - Transferências de Convênios – Estado/Saúde 288.671,92 SUPERAVIT

    64 - Transferências de Convênios – Estado/Outros (não relacionados à educação/saúde/assistência social) -575.305,27 DÉFICIT

    65 - Transferências do Sistema Único de Assistência Social – SUAS/Estado 0,00 SUPERAVIT

    66 -Transferências Legais e Constitucionais do Estado para o Desenvolvimento da Educação 0,00 SUPERAVIT

    67 - Transferências do Sistema Único de Saúde – SUS/Estado 157.694,90 SUPERAVIT

    68 - Outras Transferências Legais e Constitucionais - Estado 0,00 SUPERAVIT

    80 - Outras Especificações 0,00 SUPERAVIT

    81 - Operações de Crédito Internas para Programas da Educação Básica 0,00 SUPERAVIT

    82 - Operações de Crédito Internas para Programas de Saúde 0,00 SUPERAVIT

    83 - Operações de Credito Internas - Outros Programas -1.629.748,95 DÉFICIT

    84 - Operações de Crédito Externas para Programas da Educação Básica 0,00 SUPERAVIT

    85 - Operações de Crédito Externas para Programas de Saúde 0,00 SUPERAVIT

    86 - Operações de Crédito Externas - Outros Programas 0,00 SUPERAVIT

    87 - Alienações de Bens destinados a Programas da Educação Básica 18.936,16 SUPERAVIT

    88 - Alienações de Bens destinados a Programas de Saúde 6.860,14 SUPERAVIT

    89 - Alienações de Bens destinados a Outros Programas 180.677,80 SUPERAVIT

    93 - Outras Receitas Não-Primárias 0,00 SUPERAVIT

    95 - Antecipação de Depósitos Judiciais 0,00 SUPERAVIT

    TOTAL RECURSOS VINCULADOS -4.795.508,29

    00 - Recursos Ordinários -8.288.597,80 DÉFICIT

    673673

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    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 29

    FONTE DE RECURSOS

    DISPONIBILIDADE DE CAIXA LÍQUIDA

    / INSUFICIÊNCIA FINANCEIRA

    Superávit / Déficit

    TOTAL RECURSOS NÃO VINCULADOS -8.288.597,80

    Fonte: e-Sfinge

    Obs.: As disponibilidades de caixa da Câmara Municipal e do Serviço Autônomo Municipal de

    Água e Esgoto foram consideradas como recursos vinculados.

    4.3. Análise da evolução patrimonial e financeira

    A presente análise está baseada na demonstração de quocientes e/ou

    índices, os quais podem ser definidos como números comparáveis obtidos a

    partir da divisão de valores absolutos, destinados a medir componentes

    patrimoniais, financeiros e orçamentários existentes nas demonstrações

    contábeis.

    Os quocientes escolhidos para viabilizar a análise da evolução

    patrimonial e financeira do Município, nos últimos cinco anos, estão dispostos no

    quadro a seguir, com a devida memória de cálculo:

    Quadro 12 – Quocientes de Situação Patrimonial e Financeira – 2012 – 2016

    ITENS / ANO 2012 2013 2014 2015 2016

    1 Despesa Executada 97.621.468,01 86.526.865,94 108.296.016,87 112.602.653,41 125.198.088,33

    2 Restos a Pagar 13.663.999,92 13.250.352,53 13.549.714,33 16.748.447,15 20.442.870,87

    3 Ativo Financeiro Ajustado - IPRERIO 4.816.800,80 7.429.780,28 8.883.258,92 9.441.099,42 9.419.093,65

    4 Passivo Financeiro Ajustado – IPRERIO

    14.509.545,51 13.933.316,32 14.523.172,30 18.644.286,51 22.503.199,74

    5 Ativo Real 164.339.446,84 239.844.272,29 251.345.860,30 268.066.611,46 320.228.694,91

    6 Passivo Real 69.799.717,06 68.265.575,08 70.227.041,98 113.095.677,46 153.011.272,35

    QUOCIENTES 2012 2013 2014 2015 2016

    Resultado Patrimonial (5÷6) 2,35 3,51 3,58 2,37 2,09

    Situação Financeira (3÷4) 0,33 0,53 0,61 0,51 0,42

    Restos a Pagar (2÷1)*100 14,00 15,31 12,51 14,87 16,33

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado e análise técnica.

    O Quociente do Resultado Patrimonial é resultante da relação entre o

    Ativo Real e o Passivo Real.

    Não há um parâmetro mínimo definido, mas se o resultado deste

    quociente apresentar-se inferior a 1,00 será indicativo da existência de dívidas

    (curto e longo prazo) sem ativos suficientes para cobri-las.

    674674

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    Gráfico 09 – Evolução do Quociente de Resultado Patrimonial: 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    Como demonstra o gráfico anterior, no final do exercício de 2016 o

    Ativo Real apresenta-se 2,09 vezes maior que o Passivo Real (dívidas).

    O Quociente da Situação Financeira é resultante da relação entre o

    Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro, demonstrando a capacidade de

    pagamento de curto prazo do Município.

    O ideal é que esse quociente apresente valor maior que 1,00, pois

    assim indicará que as obrigações financeiras de curto prazo podem ser cobertas

    pelos ativos financeiros do Município.

    2,35

    3,51 3,58

    2,37 2,09

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    14,00

    16,00

    18,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    675675

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    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 31

    Gráfico 10 – Evolução do Quociente da Situação Financeira: 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    Como demonstra o gráfico, a situação financeira do Município

    apresenta-se Deficitária, sendo que no final do exercício de 2016 o Ativo

    Financeiro representa 0,42 vezes o valor do Passivo Financeiro.

    O Quociente de Restos a Pagar (processados e não processados)

    expressa em termos percentuais à relação entre o saldo final dos restos a pagar

    e o total da Despesa Orçamentária.

    Quanto menor esse quociente, menos comprometida será a gestão

    orçamentária e o fluxo financeiro do Município. Aumentos significativos deste

    quociente podem indicar que o Município não está conseguindo pagar no

    exercício as despesas que nele empenhou.

    A situação apresentada pelo Município de Rio Negrinho é

    demonstrada no gráfico a seguir:

    0,330,53 0,61 0,51 0,42

    0,00

    1,00

    2,00

    3,00

    4,00

    5,00

    6,00

    7,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    676676

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    Gráfico 11 – Evolução do Quociente de Restos a Pagar (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    Verifica-se no gráfico anterior que o saldo final de Restos a Pagar

    corresponde a 16,33% da despesa orçamentária do exercício.

    4.4. Situação Atuarial do Regime Próprio de Previdência

    O Regime Próprio de Previdência de Rio Negrinho, gerido pelo

    Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Rio

    Negrinho - IPRERIO, constituído sob a forma de AUTARQUIA, apresentou o

    Relatório de Avaliação Atuarial – RAA para o exercício de 2016, com data-base

    em 31/12/2015, com os seguintes resultados:

    RIO NEGRINHO 2016

    N° Servidores ativos 1.139

    N° Beneficiários (Inativos e pensionistas) 170

    TOTAL 1.309

    Resultados Consolidado

    Patrimônio Atual 82.822.031,72

    (+) Receitas Futuras Projetadas4 133.209.938,19

    4 O valor resultante da presente rubrica é composto pela somatória das receitas de contribuição dos servidores, receitas de contribuição da quota patronal e, dependendo da Unidade, das receitas oriundas de

    14,00

    15,31

    12,51

    14,87

    16,33

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    14,00

    16,00

    18,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios

    677677

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    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 33

    (-) Benefícios Futuros Projetados5 227.277.652,98

    Resultado Atuarial (11.245.683,07)

    De forma comparativa aos exercícios anteriores, têm-se os seguintes

    resultados:

    Resultados 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015

    Patrimônio Atual 61.328.720,12 71.777.968,28 82.822.031,72

    (+) Receitas Futuras

    Projetadas1 125.893.582,62 100.012.033,30 133.209.938,19

    (-) Benefícios Futuros

    Projetados2 187.127.526,78 178.268.825,04 227.277.652,98

    Resultado Atuarial 94.775,97 (6.478.823,46) (11.245.683,07)

    Segundo dados apresentados pelo relatório do atuário, Sr. Guilherme

    Walter (MIBA nº 2.091), constata-se que a situação do Regime Próprio de

    Previdência dos Servidores de Rio Negrinho é de desequilíbrio nos dois últimos

    exercícios, mesmo considerando o Plano de Amortização do Passivo Atuarial,

    com receita projetada de R$ 1.783.109,11.

    Assim, foi apontado Déficit Atuarial no Relatório de Avaliação Atuarial

    de 2016, com data base 31/12/2015, o valor de R$ 11.245.683,07, o que indica

    que em 2016 as obrigações futuras do RPPS estavam descobertas pelo rol de

    ativos no montante indicado.

    Por estas razões, deve o gestor do Município de Rio Negrinho

    manifestar-se acerca de quais medidas foram adotadas no exercício de 2016 no

    intuito de sanar, ou ao menos combater o déficit atuarial encontrado, sempre na

    busca do reequilíbrio atuarial de seu regime próprio de previdência, conduta que

    lhe é exigível ante ao ordenamento pátrio.

    Considerando a situação supracitada, foi enviado à Prefeitura

    Municipal de Rio Negrinho o Ofício Circular TCE/DMU nº 3.748/2017, para que o

    Chefe do Poder Executivo Municipal se manifestasse acerca das medidas

    adotadas durante o exercício sob análise com vistas à busca do reequilíbrio

    atuarial de seu Regime Próprio de Previdência.

    compensação previdenciária – COMPREV, amortização de dívidas das contribuições passadas e das alíquotas suplementares e/ou aportes de caixa. 5 O valor resultante da presente rubrica é composto pela somatória das despesas de benefício concedido, despesas de benefício a conceder e, dependendo da Unidade, das despesas oriundas de compensação previdenciária – COMPREV.

    678678

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    Em manifestação protocolada neste Tribunal sob o nº 7.979/2017, em

    18/04/17, o Prefeito municipal informou a aprovação da Lei Municipal nº

    2900/2016, que alterou o plano de amortização do passivo atuarial vigente,

    englobando também o novo déficit, oriundo do Relatório de Avaliação Atuarial de

    2016.

    Por atualizar a legislação municipal que normatiza o plano de

    amortização do déficit atuarial, absorvendo o novo déficit apresentado, entende-

    se que o Município de Rio Negrinho adotou as medidas necessárias na busca de

    reequilibrar o seu Regime Próprio de Previdência Social – RPPS.

    5. ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DE LIMITES

    O ordenamento vigente estabelece limites mínimos para aplicação de

    recursos na Educação e Saúde, bem como os limites máximos para despesas

    com pessoal.

    5.1. Saúde

    Limite: mínimo de 15% das receitas com impostos, inclusive

    transferências, de aplicação em Ações e Serviços Públicos de Saúde para o

    exercício de 2016 – artigo 77, III, e § 4º, do Ato das Disposições Constitucionais

    Transitórias - ADCT.

    Constatou-se que o Município aplicou o montante de R$

    18.451.367,42 em gastos com Ações e Serviços Públicos de Saúde, o que

    corresponde a 33,27% da receita proveniente de impostos, sendo aplicado A

    MAIOR o valor de R$ 10.133.294,96, representando 18,27% do mesmo

    parâmetro, CUMPRINDO o disposto no artigo 77, III, e § 4º, do Ato das

    Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT.

    A apuração das despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde,

    pode ser demonstrada da seguinte forma:

    Quadro 13 – Apuração das Despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde: 2016

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    Total da Receita com Impostos 55.453.816,40 100,00

    Total das Despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde

    32.395.071,20 58,42

    Atenção Básica 14.193.010,15 25,59

    679679

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    COMPONENTE VALOR (R$) %

    Vigilância Sanitária 600.272,54 1,08

    Outras Subfunções 16.390.996,12 31,74

    (-) Total das Deduções com Ações e Serviços Públicos de Saúde*

    12.732.911,39 22,96

    Total das Despesas para Efeito do Cálculo 18.451.367,42 33,27

    Valor Mínimo a ser Aplicado 8.318.072,46 15,00

    Valor Acima do Limite 10.133.294,96 18,27

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado. *Deduções, incluindo-se os convênios, dispostas no Anexo deste Relatório.

    O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa da

    aplicação em Ações e Serviços Públicos de Saúde:

    Gráfico 12 – Evolução Histórica e Comparativa da Saúde (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    O gráfico anterior demonstra que o Município de Rio Negrinho em

    2016 aumentou seus gastos com Ações e Serviços Públicos de Saúde, em

    termos percentuais, quando comparado ao exercício anterior.

    31,92

    28,5727,46

    31,1333,27

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    30,00

    35,00

    40,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios Limite

    680680

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    5.2. Ensino

    5.2.1. Limite de 25% das receitas de impostos e transferências

    Limite: mínimo de 25% proveniente de impostos, compreendida a

    proveniente de transferências, em gastos com Manutenção e Desenvolvimento

    do Ensino (exercício de 2016) – art. 212 da Constituição Federal.

    Apurou-se que o Município aplicou o montante de R$ 15.550.879,68

    em gastos com manutenção e desenvolvimento do ensino, o que corresponde a

    27,31% da receita proveniente de impostos, sendo aplicado A MAIOR o valor de

    R$ 1.315.376,72, representando 2,31% do mesmo parâmetro, CUMPRINDO o

    disposto no artigo 212 da Constituição Federal.

    A apuração das despesas com a Manutenção e Desenvolvimento do

    Ensino, pode ser demonstrada da seguinte forma:

    Quadro 14 – Apuração das Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino: 2016

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    Total da Receita com Impostos 56.942.011,82 100,00

    Valor Aplicado Educação Infantil 13.154.192,30 23,10

    Educação Infantil 13.154.192,30 23,10

    Valor Aplicado Ensino Fundamental 25.337.010,86 44,50

    Ensino Fundamental 25.337.010,86 44,50

    (-) Total das Deduções consideradas para fins de apuração do Limite Constitucional*

    22.940.323,48 40,29

    Total das Despesas para efeito de Cálculo 15.550.879,68 27,31

    Valor Mínimo a ser Aplicado 14.235.502,96 25,00

    Valor Acima do Limite (25%) 1.315.376,72 2,31

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado e análise técnica. *Deduções, incluindo-se os convênios, dispostas no Anexo deste Relatório.

    O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa da

    aplicação em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino:

    681681

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    Gráfico 13 – Evolução Histórica e Comparativa do Ensino (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    O gráfico anterior demonstra que o Município de Rio Negrinho em

    2016 reduziu seus gastos com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, em

    termos percentuais, quando comparado ao exercício anterior.

    5.2.2. FUNDEB

    Limite 1: mínimo de 60% dos recursos oriundos do FUNDEB na

    remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício – art. 60, XII,

    do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT c/c art. 22 da Lei nº

    11.494/07.

    Verificou-se que o Município aplicou o valor de R$ 22.258.998,32,

    equivalendo a 87,51% dos recursos oriundos do FUNDEB, em gastos com a

    remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício, CUMPRINDO

    o estabelecido no artigo 60, inciso XII do Ato das Disposições Constitucionais

    Transitórias (ADCT) e artigo 22 da Lei nº 11.494/2007.

    A apuração das despesas com profissionais do magistério em efetivo

    exercício pode ser demonstrada da seguinte forma:

    25,85 25,74

    29,25 28,9927,31

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    30,00

    35,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios Limite

    682682

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    Quadro 15 – Apuração das Despesas com Profissionais do Magistério em Efetivo Exercício –

    FUNDEB: 2016

    COMPONENTE VALOR (R$)

    Transferências do FUNDEB 25.369.096,21

    (+) Rendimentos de Aplicações Financeiras das Contas do FUNDEB 66.206,34

    Total dos recursos oriundos do FUNDEB 25.435.302,55

    60% dos Recursos Oriundos do FUNDEB 15.261.181,53

    Despesas com Profissionais do Magistério em Efetivo Exercício aplicadas com Recursos do FUNDEB

    22.258.998,32

    Valor Acima do Limite 6.997.816,79

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado e da análise técnica.

    O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa da

    aplicação em despesas com Profissionais do Magistério em Efetivo Exercício:

    Gráfico 14 – Evolução Histórica e Comparativa – 60% do FUNDEB (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    Limite 2: mínimo de 95% dos recursos oriundos do FUNDEB (no

    exercício financeiro em que forem creditados), em despesas com Manutenção e

    Desenvolvimento da Educação Básica – art. 21 da Lei nº 11.494/07.

    Constatou-se que o Município aplicou o valor de R$ 24.777.408,87,

    equivalendo a 97,41% dos recursos oriundos do FUNDEB, em despesas com

    Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, CUMPRINDO o

    estabelecido no artigo 21 da Lei nº 11.494/2007.

    81,52 80,9486,33

    89,75 87,51

    0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    70,00

    80,00

    90,00

    100,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios Limite

    683683

  • TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU

    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 39

    A apuração das despesas com Manutenção e Desenvolvimento da

    Educação Básica com recursos oriundos do FUNDEB pode ser demonstrada da

    seguinte forma:

    Quadro 16 – Apuração das Despesas com FUNDEB: 2016

    COMPONENTE VALOR (R$)

    Total dos Recursos Oriundos do FUNDEB 25.435.302,55

    95% dos Recursos do FUNDEB 24.163.537,42

    Despesas com manutenção e desenvolvimento da educação básica aplicadas no exercício com recursos do FUNDEB * (Foram excluídas R$ 71.251,83 – referente a despesas pendentes de pagamento sem disponibilidade financeira, além de R$ 10.240,00 – referente a despesas impróprias – fl. 526)

    24.777.408,87

    Valor Acima do Limite 613.871,45

    Fonte: Demonstrativos do Balanço Geral consolidado e análise técnica.

    Obs.: * Apuração efetuada com base na execução orçamentária (despesas empenhadas, liquidadas e pagas e os restos a pagar inscritos no exercício com disponibilidade financeira, considerando-se ainda as possíveis exclusões relativas às despesas impróprias, entre outras).

    O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa da

    aplicação em Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica com recursos

    oriundos do FUNDEB:

    Gráfico 15 – Evolução Histórica e Comparativa – 95% do FUNDEB (%): 2012 – 2016

    Fonte: Demonstrativos dos Balanços Gerais consolidados e análise técnica.

    Com relação às despesas com Manutenção e Desenvolvimento da

    Educação Básica custeadas com recursos do FUNDEB, no exercício em análise,

    95,18

    99,96

    98,98 99,17

    97,41

    92,00

    93,00

    94,00

    95,00

    96,00

    97,00

    98,00

    99,00

    100,00

    101,00

    2012 2013 2014 2015 2016

    Município Média AMUNESC Média dos Municípios Limite

    684684

  • TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU

    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 40

    o Município de Rio Negrinho reduziu sua aplicação, quando comparado ao

    exercício anterior.

    Limite 3: utilização dos recursos do FUNDEB, no exercício seguinte

    ao do recebimento e mediante abertura de crédito adicional - artigo 21, § 2º da

    Lei nº 11.494/2007.

    Ante a inexistência de saldo no encerramento do exercício de 2015 de

    recursos do FUNDEB, resta prejudicada a verificação prevista no art. 21, § 2º da

    Lei nº 11.494/2007.

    Superávit financeiro do FUNDEB em 31/12/2016: No tocante ao

    controle da utilização dos recursos do FUNDEB para o exercício seguinte

    apresenta-se o Quadro abaixo:

    Quadro 16A – Controle da utilização de recursos para o exercício subsequente (art. 21, § 2º da

    Lei nº 11.494/2007

    COMPONENTE VALOR (R$)

    Saldo Financeiro do FUNDEB em 31/12/2016 259.043,32

    (-) Despesas inscritas em Restos a Pagar no exercício e em exercícios anteriores pendentes de pagamento e/ou despesas registradas em DDO no exercício, com disponibilidade dos recursos do FUNDEB

    259.043,32

    (=) Recursos do FUNDEB que não foram utilizados 0,00

    Fonte: Dados do Sistema e-Sfinge e análise técnica.

    Obs.: O total de Restos a Pagar e DDO do FUNDEB apresentado no Sistema e-Sfinge é de,

    respectivamente, R$ 323.748,30 e R$ 6.546,85, contudo o saldo financeiro do FUNDEB no

    exercício foi de apenas R$ 259.043,32, motivo pelo qual consta no item Restrições de Ordem

    Legal restrição referente a existência de Restos a pagar inscritos no exercício sem cobertura

    financeira com recursos do FUNDEB.

    5.3. Limites de gastos com pessoal (LRF)

    5.3.1. Limite máximo para os gastos com pessoal do Município

    Limite: 60% da Receita Corrente Líquida para os gastos com pessoal

    do Município – art. 169 da Constituição Federal c/c o art. 19, III da Lei

    Complementar nº 101/2000 (LRF).

    685685

  • TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU

    Prestação de Contas de Prefeito – Município de Rio Negrinho – exercício de 2016 - Reinstrução 41

    Quadro 17 – Apuração das Despesas com Pessoal do Município: 2016

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    TOTAL DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA 118.521.369,72 100,00

    LIMITE DE 60% DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA 71.112.821,83 60,00

    Total das Despesas para efeito de Cálculo das Despesas com Pessoal do Poder Executivo

    60.440.773,93 51,00

    Total das Despesas para efeito de Cálculo das Despesas com Pessoal do Poder Legislativo

    1.211.229,22 1,02

    TOTAL DA DESPESA PARA EFEITO DE CÁLCULO DA DESPESA COM PESSOAL DO MUNICÍPIO

    61.652.003,15 52,02

    Valor Abaixo do Limite (60%) 9.460.818,68 7,98

    Fonte: Sistema e-Sfinge/Demonstrativos do Balanço Geral consolidado.

    No exercício em exame, o Município gastou 52,02% do total da receita

    corrente líquida em despesas com pessoal, CUMPRINDO o limite contido no

    artigo 169 da Constituição Federal, regulamentado pela Lei Complementar nº

    101/2000.

    O gráfico seguinte apresenta a evolução histórica e comparativa das

    despesas com pessoal do Município:

    Gráfico 16 –