primeiros socorros

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 Primeiros Socorros José Milton Quesada Federighi Revisada por José Milton Quesada Federighi (junho/2012)

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apostila preventiva

Transcript of primeiros socorros

  • Primeiros Socorros

    Jos Milton Quesada Federighi

    Revisada por Jos Milton Quesada Federighi (junho/2012)

  • APRESENTAO

    com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Primeiros Socorros, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autno-mo que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma apresentao do contedo bsico da disciplina.

    A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-ciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

    Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informao e documentao.

    Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo so o suple-mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formao completa, na qual o contedo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

    A Unisa Digital assim para voc: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

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  • INTRODUO ............................................................................................................................................... 5

    1 DEFINIES E CONCEITOS ............................................................................................................. 71.1 Aes Iniciais para Atendimento de Emergncia ................................................................................................81.2 Anlise Primria do Acidentado.................................................................................................................................81.3 Resumo do Captulo .......................................................................................................................................................91.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................10

    2 SINAIS VITAIS .......................................................................................................................................... 112.1 Presso Arterial (PA) .....................................................................................................................................................112.2 Pulso ..................................................................................................................................................................................142.3 Temperatura ...................................................................................................................................................................152.4 Respirao .......................................................................................................................................................................182.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................192.6 Atividades Propostas ..................................................................................................................................................19

    3 PRIMEIROS SOCORROS EM SITUAES DIVERSAS .................................................... 213.1 Coma .................................................................................................................................................................................213.2 Estado de Choque ........................................................................................................................................................223.3 Parada Respiratria (Asfixia) .....................................................................................................................................243.4 Respirao de Socorro (RPC) ....................................................................................................................................273.5 Parada Cardaca (Massagem Cardaca) .................................................................................................................273.6 Choque Eltrico .............................................................................................................................................................313.7 Afogamento ....................................................................................................................................................................323.8 Ataque Cardaco ............................................................................................................................................................323.9 Desmaio ...........................................................................................................................................................................333.10 Convulso (Epilepsia)................................................................................................................................................333.11 Ferimento ......................................................................................................................................................................343.12 Contuso .......................................................................................................................................................................353.13 Dimenso Muscular ..................................................................................................................................................353.14 Entorse ...........................................................................................................................................................................363.15 Luxao ..........................................................................................................................................................................363.16 Fratura ............................................................................................................................................................................363.17 Fratura de Crnio ........................................................................................................................................................373.18 Fratura da Coluna Vertebral (Espinha) ...............................................................................................................383.19 Fratura de Costelas ....................................................................................................................................................393.20 Fratura de Bacia ..........................................................................................................................................................393.21 Fratura de Clavcula ...................................................................................................................................................403.22 Fratura de Brao (mero) ........................................................................................................................................403.23 Fratura de Antebrao (Rdio e Cbito) ..............................................................................................................403.24 Fratura de Punho e Mo ..........................................................................................................................................413.25 Fratura de Coxa (Fmur) ..........................................................................................................................................413.26 Fratura de Rtula ........................................................................................................................................................41

    SUMRIO

  • 3.27 Fratura de Perna (Tbia e Pernio) .......................................................................................................................423.28 Fratura de Tornozelo .................................................................................................................................................423.29 Fratura de P ................................................................................................................................................................423.30 Hemorragia ...................................................................................................................................................................433.31 Sangramento Nasal - Epistaxe ...............................................................................................................................443.32 Acidentes Oculares ....................................................................................................................................................443.33 Resumo do Captulo .................................................................................................................................................443.34 Atividades Propostas ................................................................................................................................................45

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 47

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................. 49

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    O estudo de Primeiros Socorros uma ao que visa a embasar o participante nos procedimentos e cuidados iniciais no atendimento s vtimas de acidentes e condies emergenciais.

    O conjunto de informaes que formam este trabalho, e que parte integrante e indissocivel deste curso, deve ser entendido como instrumento norteador das medidas prticas a serem tomadas nas situaes pertinentes.

    O desenvolvimento e a formatao deste documento procuram de maneira objetiva orientar o(a) leitor(a) quanto s condutas a serem tomadas em face da interveno nos casos em que tal procedimen-to poder determinar conforto, alvio ou mesmo a sobrevivncia do vitimado.

    O estudo desta apostila e a realizao do Curso de Primeiros Socorros no habilitam ao atendimen-to profissional e metdico nas reas de sade pelos participantes, mas, sim, objetivam aquelas situaes em que, na falta de tal profissional, poder se iniciar atendimento bsico, porm de importncia crtica.

    Dessa maneira, esperamos assim levar um aliado importante no auxlio da realizao deste curso no interesse da promoo da sade e bem-estar, valorizando, assim, o maior de todos os patrimnios: a Vida!

    Jos Milton Quesada Federighi

    INTRODUO

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    Primeiro Socorro qualquer ao, procedi-mento ou medida inicial que visa a amparar, auxi-liar, proteger ou ajudar algum que se encontra em situao de risco sade, minorando o sofrimento da vtima ou mesmo determinando sua sobrevi-vncia.

    Primeiros Socorros esto naturalmente as-sociados a situaes de emergncia, contudo de-vero ser sempre prestados, mesmo em situaes que no configurem exatamente risco de vida ou que caracterizem condio de extremada urgn-cia. Quanto mais grave a emergncia, mais rpida e eficaz dever ser a assistncia prestada, influindo, assim, decisivamente no resultado da evoluo da leso. A interferncia do socorrista, em benefcio da vtima, ser tanto maior quanto mais bem pre-parado este estiver.

    O estudo para aplicao de primeiros socor-ros constitui medida fundamental para o atendi-mento a vtimas de acidentes e doenas. Muitos dos acidentes e das condies que impem o aten-dimento de emergncia so decorrentes da negli-gncia, da impercia e da imprudncia e ocorrem quando medidas de preveno so esquecidas ou menosprezadas. Assim, o atendimento de emer-gncia (nomenclatura atual), tambm chamado primeiro atendimento ou primeiros socorros, po-der e dever ser prestado at a possibilidade de remoo ou de atendimento mdico especializa-do, determinando, em muitos casos, alvio do so-frimento, complicaes e at mesmo a diferena entre vida e morte.

    Medidas e procedimentos relativamente simples podem consistir em aes salvadoras e seu conhecimento deve ser difundido e estimulado. O despreparo e o desconhecimento devem ser en-

    tendidos como os principais obstculos a um bom atendimento, assim como o conhecimento e trei-namento constituem os principais aliados de uma assistncia eficaz.

    Frequentemente, tambm se observa o agra-vamento das leses por atendimento incorreto, com prejuzos por vezes maiores que o decorrente do acidente. Assim, por todos esses aspectos, v-se que o investimento na educao e no treinamento de socorristas uma medida cautelar importante e realmente efetiva.

    Socorrista todo indivduo que presta assis-tncia vtima de acidente. Tecnicamente, o termo indica profissional de atendimento de emergncias (bombeiros, paramdicos etc.), enquanto aquele que possui to somente conhecimentos bsicos em primeiros socorros denominado atendente de emergncia. O servio especializado designa o profissional mdico habilitado ao atendimento aos casos de emergncia.

    AtenoAteno

    A realizao de primeiros socorros est prevista na Lei n 6.514/1977, Portaria n 3.214/1978, Norma Regulamentadora (NR) n 7, segundo a qual o empregador dever prover treinamento ao(s) colaborador(es). Da mesma maneira, a omisso de socorro crime previsto no artigo 135 do Cdigo Penal Brasileiro. A ausncia de socorro e o atendimento ineficiente constituem a ra-zo de grande nmero de bitos em aci-dentes.

    1 DEFINIES E CONCEITOS

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    A anlise do cenrio do acidente precede e constitui parte integrante dos Primeiros Socorros (s) vtima(s). Em muitas ocasies, o acidentado se encontra em ambientes de risco, onde sua perma-nncia naquele local pode determinar perigo a ele e tambm a quem o atende. Nessas condies, o socorrista dever considerar os seguintes elemen-tos de anlise para concluir por realizar o atendi-mento ali ou remov-lo imediatamente:

    1. o ambiente seguro e permite o atendi-mento;

    2. o ambiente parcialmente seguro e ofe-rece algum risco;

    3. o ambiente inseguro e oferece perigo (incndio, risco de exploses, presena de produtos txicos).

    Os acidentes so formados de vrios fatores e comum que quem os presencia, ou quem che-ga ao acidente logo que este aconteceu, se depare com cenas de sofrimento, nervosismo, pnico, pes-soas inconscientes e outras situaes que exigem providncias imediatas. Quando no estivermos sozinhos, devemos pedir e aceitar a colaborao de outras pessoas, sempre se deixando liderar pela pessoa que apresentar maior conhecimento e ex-perincia.

    Se essa pessoa de maior experincia e conhe-cimento for voc, solicite a ajuda das demais pes-soas, com calma e firmeza, demonstrando a cada

    uma o que deve ser feito, de forma rpida e preci-sa. Apesar da gravidade da situao, devemos agir com calma, evitando o pnico. Devemos transmitir confiana, tranquilidade, alvio e segurana aos aci-dentados que estiverem conscientes, informando que o auxlio j est a caminho. Agir rapidamente, porm dentro dos seus limites e usando os conhe-cimentos bsicos de primeiros socorros.

    O risco de a movimentao proporcionar o agravamento de leses existentes grande, con-tudo e em algumas situaes, o socorrista dever optar pela manipulao do acidentado, movimen-tando-o, quer nas manobras e procedimentos do atendimento, quer na sua transferncia ou remo-o.

    Em todos os casos devero ser verificados al-guns aspectos relevantes, como o da menor mani-pulao possvel, preferencialmente com ajuda de mais de um socorrista, com transferncia em blo-co da vtima para a maca e, quando nesta, proce-der imobilizao com as fitas (cintos) de seguran-a, prendendo o corpo do acidentado superfcie da maca, que deve ser firme e reta, sem conforma-es em sua superfcie.

    1.1 Aes Iniciais para Atendimento de Emergncia

    AtenoAteno

    O transporte de acidentados constitui ou-tro aspecto importante no atendimento s vtimas. A movimentao do acidenta-do, na grande maioria dos casos, deve ser evitada.

    1.2 Anlise Primria do Acidentado

    1. Verifique o grau de conscincia da vtima, se esta est consciente ou no, acordada ou desacordada.

    2. Liberao das vias areas: desobstrua a respirao, retirando da boca prtese dentria, balas, chicletes etc.

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    3. Verifique se a pessoa est respirando. Caso no esteja, necessrio que se faa o procedimento da respirao boca a boca.

    4. Cheque a pulsao altura do pescoo, na artria cartida, para verificar se a vti-ma est com parada cardaca. Caso este-ja, inicie massagem cardaca.

    5. Verifique se h grandes hemorragias. Caso apresente alguma, proceda aos cui-dados necessrios para cont-la.

    A identificao do problema parte funda-mental do tratamento de emergncia. A anlise primria do acidentado constitui, portanto, a pri-meira medida importante a ser tomada para o bom desenvolvimento das aes e procedimentos pos-teriores no atendimento vtima.

    Outro aspecto importante e frequentemente esquecido a elaborao de relatrio prvio das condies e da situao do acidentado. Tal proce-dimento pode parecer, em anlise superficial, algo

    desnecessrio, mas que na verdade constitui um procedimento bastante importante a fim de nor-tear as aes subsequentes, principalmente por parte do atendimento mdico especializado que, recebendo essas informaes, poder tomar pro-vidncias como a solicitao de plasma e sangue total, reserva de sala cirrgica, materiais e equipa-mentos etc.

    O relatrio prvio do acidente dever indicar basicamente e de maneira resumida a histria do acidente e, se possvel, informaes sobre a vtima, se possui alguma alergia a remdios, se portador de alguma doena (diabetes ou presso alta etc.), estado geral (corado, hidratado, afebril, acianti-co, anictrico, eupneico etc.), sinais vitais (presso, pulso e temperatura), estado de conscincia (cons-ciente ou inconsciente coma) e ainda, se possvel, a identificao da leso. Ao proceder dessa forma, o socorrista poder estar prestando importante auxlio equipe de profissionais (mdicos e/ou pa-ramdicos), quando da solicitao da remoo ou transferncia desse paciente para local de atendi-mento especializado, permitindo ganho precioso de tempo.

    1.3 Resumo do Captulo

    Primeiro Socorro qualquer ao, procedimento ou medida inicial que visa a amparar, auxiliar, pro-teger, ajudar algum que se encontra em situao de risco sade, minorando o sofrimento da vtima ou mesmo determinando sua sobrevivncia. Na anlise primria do acidentado, devem ser observados:

    1. o grau de conscincia da vtima, se esta est consciente ou no, acordada ou desacordada;

    2. vias areas: desobstrua a respirao, retirando da boca prtese dentria, balas, chicletes etc.;

    3. se a pessoa est respirando. Caso no esteja, necessrio que se realize o procedimento da respirao boca a boca;

    4. a pulsao altura do pescoo, na artria cartida, para verificar se a vtima est com parada cardaca. Caso esteja, inicie massagem cardaca;

    5. se h grandes hemorragias. Caso apresente alguma, proceda aos cuidados necessrios para cont-la.

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    1. Quais os passos da anlise primria do acidentado?

    2. Qual a NR que est intimamente relacionada com os primeiros socorros?

    1.4 Atividades Propostas

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    Neste captulo, estudaremos que os sinais vi-tais so aqueles que evidenciam o funcionamento e as alteraes da funo corporal. Dentre os in-meros sinais que so utilizados na prtica diria para o auxlio do exame clnico, estes se destacam

    pela sua importncia e sero por ns abordados: a presso arterial, o pulso, a temperatura corprea e a respirao. Por serem os mesmos relacionados com a prpria existncia da vida, recebem o nome de sinais vitais.

    2.1 Presso Arterial (PA)

    A presso ou tenso arterial um parmetro de suma importncia na investigao diagnstica, sendo obrigatrio em toda consulta de qualquer especialidade. Relacionando-se com o corao, tra-duz o sistema de presso vigente na rvore arterial. medida com a utilizao do esfigmomanmetro e do estetoscpio.

    Os Aparelhos

    ESFIGMOMANMETRO: o instrumen-to utilizado para a medida da presso arterial. Foi idealizado por trs cientistas: Von Basch (1880), Riva-Ricci (1896) e Ko-rotkoff (1905). O tamanho do aparelho depende da circunferncia do brao a ser examinado, sendo que a bolsa inflvel do manguito deve ter uma largura que corresponda a 40% da circunferncia do brao, sendo que seu comprimento deve ser de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos podem fornecer leituras falsa-mente elevadas. O esfigmomanmetro pode ser de coluna de mercrio, para a medida da presso, ou aneroide. Existem aparelhos semiautomticos que se utili-

    zam do mtodo auscultatrio e oscilo-mtrico, com grau de confiabilidade va-rivel, devido sofrerem com frequncia alteraes na calibrao.

    ESTETOSCPIO: existem vrios mode-los, porm os principais componentes so Olivas auriculares. So pequenas peas cnicas que proporcionam uma perfeita adaptao ao meato auditivo, de modo a criar um sistema fechado en-tre o ouvido e o aparelho. Uma armao metlica pe em comunicao as peas auriculares com o sistema flexvel de bor-racha; provida de mola que permite um perfeito ajuste do aparelho. Tubos de borracha: possuem dimetro de 0,3 a 0,5 cm e comprimento de 25 a 30 cm. Recep-tores: existem dois tipos fundamentais: o de campnula de 2,5 cm, que mais sen-svel aos sons de menor frequncia e o diafragma que dispe de uma membra-na semirrgida com dimetro de 3 a 3,5 cm, utilizado para ausculta em geral.

    Fatores Determinantes da Presso Arterial

    A presso arterial determinada pela rela-

    2 SINAIS VITAIS

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    o PA = DC x RP, em que DC o dbito cardaco e RP significa resistncia perifrica, sendo que cada um desses fatores sofre influncia de vrios outros.

    O dbito cardaco resultante do volume sistlico (VS) multiplicado pela frequncia cardaca (FC), sendo que o volume sistlico a quantidade de sangue que expelida do ventrculo cardaco em cada sstole (contrao). As variaes do dbi-to cardaco so grandes, sendo em mdia de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minuto durante um exerccio fsico.

    A resistncia perifrica representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo esse fator importante na regulao da presso arterial mnima ou diastlica. Ela dependente das fibras musculares na camada mdia dos vasos, dos es-fncteres pr-capilares e de substncias humorais, como a angiotensina e catecolamina.

    A distensibilidade uma caracterstica dos grandes vasos (principalmente da aorta) que pos-suem grande quantidade de fibras elsticas. Em cada sstole, o sangue impulsionado para a aorta, acompanhado de uma aprecivel energia cintica, que em parte absorvida pela parede do vaso, fa-zendo com que a corrente sangunea progrida de maneira contnua. A diminuio da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta em aumento da presso sistlica sem elevao da dias-tlica.

    A volemia interfere de maneira direta e sig-nificativa nos nveis da presso arterial sistlica e diastlica; com a reduo da volemia, que ocorre na desidratao e em hemorragias, ocorre uma di-minuio da presso arterial.

    A viscosidade sangunea tambm um fator determinante, porm de menor importncia; nas anemias graves, podemos encontrar nveis mais baixos de presso arterial, podendo estar elevados na poliglobulia.

    Tcnica

    Aps a lavagem das mos, reunir todo o material e dirigir-se unidade do paciente, orien-tando-o para o procedimento. Este deve estar em

    repouso por pelo menos cinco minutos, em abs-teno de fumo ou cafena nos ltimos 30 minutos; o brao selecionado deve estar livre de vestimen-tas, relaxado e mantido ao nvel do corao (aproxi-madamente no quarto espao intercostal); quando o paciente est sentado, coloca-se o brao por so-bre uma mesa; a presso arterial poder estar falsa-mente elevada, caso a artria braquial fique abaixo do nvel do corao.

    O pulso braquial deve ser palpado para o diagnstico de sua integridade. A bolsa inflvel deve ser centralizada por sobre a artria braquial, sendo que a margem inferior do manguito deve permanecer 2,5 cm acima da prega anticubital. Prende-se o manguito e posiciona-se o brao de modo que fique levemente fletido.

    Mtodo palpatrio: insufla-se o man-guito, fechando-se a vlvula e apertan-do-se a pera rapidamente at o desa-parecimento do pulso radial, verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg. Em seguida, desinsufla-se lenta e completa-mente o manguito at o aparecimento do pulso, o que considerada a presso arterial mxima. Desinsufla-se, a seguir, o manguito rapidamente. O mtodo pal-patrio s permite a verificao da pres-so arterial mxima.

    Mtodo auscultatrio: coloca-se o dia-fragma do estetoscpio suavemente por sobre a artria braquial; insufla-se o manguito suavemente at o nvel previa-mente determinado (30 mmHg acima da presso arterial mxima, verificada pelo mtodo palpatrio) e, em seguida, de-sinsufla-se lentamente a uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. Verifica-se o nvel no qual os rudos (de Korotkoff) so auscultados, o que corresponde presso arterial mxima. Continua-se baixando a presso at o abafamento das bulhas e, a seguir, o desaparecimento completo dos rudos de Korotkoff, o que corresponde presso arterial mnima. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desaparecimento ficam muito afastados

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    e, em raras situaes, chegam a no de-saparecer. A diferena entre a presso arterial mxima e mnima chamada de presso de pulso. Durante a ausculta dos rudos (de Korotkoff), pode existir uma

    ausncia temporria dos mesmos, sendo esse fenmeno chamado de hiato auscul-tatrio, comum em hipertensos graves e em patologias da vlvula artica.

    Saiba maisSaiba mais

    Variaes na posio e na presso do receptor do estetoscpio interferem com o re-sultado dos nveis tencionais.

    A presso arterial deve ser medida em ambos os braos. As diferenas de presso acima de 10 mmHg sugerem obstruo ou compresso arte-

    rial do lado de menor presso. Evitar a congesto das veias do brao, pois dificulta a ausculta. A roupa da paciente no deve fazer constrio no brao. A presena de arritmias importantes interfere na medida da PA. A medida da PA deve ser sempre medida em condies basais. A PA pode ser medida nas coxas, porm com manguitos especiais e com o estetosc-

    pio localizado no oco poplteo. Em pacientes obesos, a maior circunferncia do brao determina nveis pressricos

    falsamente elevados, sendo conveniente, nesses casos, a medida da PA no antebrao, com o estetoscpio sobre a artria radial.

    Em crianas, na determinao da PA diastlica, leva-se em conta a diminuio dos ru-dos de Korotkoff, j que o desaparecimento pode no ocorrer.

    Valores Normais da Presso Arterial

    Os valores mximos estabelecidos pelo Con-senso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Car-diologia para indivduos acima de 18 anos so de 140/90 mmHg. Tanto a presso arterial sistlica quanto a diastlica podem estar alteradas, isolada ou conjuntamente.

    Variaes Fisiolgicas

    Idade: em crianas, os nveis de presso so nitidamente mais baixos do que em adultos.

    Sexo: na mulher, so pouco mais baixos do que no homem, porm, na prtica, adotam-se os mesmos valores.

    Raa: as diferenas entre em grupos t-nicos muito distintos talvez se devam a condies culturais e de alimentao.

    Sono: durante o sono, ocorre uma dimi-nuio de cerca de 10% tanto na sistlica quanto na diastlica.

    Emoes: h certa elevao, principal-mente da sistlica.

    Exerccio fsico: provoca intensa eleva-o da PA, devido ao aumento do dbi-to cardaco, existindo curvas normais da elevao da PA durante o esforo fsico (testes ergomtricos).

    Alimentao: aps as refeies, h dis-creta elevao, porm, sem significado prtico.

    Mudana de posio: a resposta normal quando uma pessoa fica em p ou sai da posio de decbito inclui uma queda da PA sistlica de at 15 mmHg e uma leve queda ou aumento da diastlica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorrer hipotenso postural (ortosttica), que se acompa-nha de tontura ou sncope. As trs causas

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    mais comuns da hipotenso ortosttica: depleo do volume intravascular, me-canismos vasoconstritores inadequados

    e efeito autnomo insuficiente sobre a constrio vascular.

    2.2 Pulso

    A palpao do pulso um dos procedimen-tos clnicos mais antigos da prtica mdica e re-presenta, tambm, um gesto simblico, pois um dos primeiros contatos fsicos entre o mdico e o paciente.

    FISIOLOGIA: com a contrao do ven-trculo esquerdo, h uma ejeo de um volume de sangue na aorta, e dali para a rvore arterial, sendo que uma onda de presso desloca-se rapidamente pelo sistema arterial, que pode ser percebida como pulso arterial. Portanto, o pulso a contrao e expanso alternada de uma artria.

    LOCAIS: as artrias em que, com fre-quncia, so verificados os pulsos: artria radial, cartidas, braquial, femorais, pe-diosas, temporal, popltea e tibial poste-rior. Nessas artrias, pode ser avaliado o estado da parede arterial, a frequncia, o ritmo, a amplitude, a tenso e a compara-o com a artria contralateral.

    Procedimento

    Lavar as mos. Orientar o paciente quanto ao procedi-

    mento. Colocar o paciente em posio confort-

    vel, sentado ou deitado, porm sempre com o brao apoiado.

    Realizar o procedimento de acordo com a tcnica descrita abaixo:

    contar durante 1 minuto inteiro; lavar as mos;

    anotar no pronturio.

    Tcnica

    Pulso radial: a artria radial encontra-se entre a apfise estiloide do rdio e o ten-do dos flexores, sendo que, para palp--los, empregam-se os dedos indicador e mdio, com o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o exami-nador usa a mo direita para examinar o pulso esquerdo e vice-versa;

    Pulso carotdeo: as pulsaes da carti-da so visveis e palpveis medialmente aos msculos esternocleidomastoideos. Para sua palpao, devemos colocar o polegar esquerdo (ou o indicador e dedo mdio) sobre a cartida direita e vice--versa, no tero inferior do pescoo, ad-jacente margem medial do msculo esternocleiomastoideo bem relaxado, aproximadamente ao nvel da cartilagem cricoide;

    Pulso braquial: colocar a mo oposta por debaixo do cotovelo do paciente e utilizar o polegar para palpar a artria braquial imediatamente medial ao ten-do do msculo bceps, sendo que o bra-o do paciente deve repousar com o co-tovelo esticado e as palmas da mo para cima.

    Caractersticas do Pulso

    PAREDE ARTERIAL: a parede do vaso no deve apresentar tortuosidades, sen-do facilmente depressvel. Na ateroscle-rose, ocorre deposio de sais de clcio na parede dos vasos, sendo que palpa-

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    o notamos este endurecido, irregular, tortuoso, recebendo o nome de traqueia de passarinho.

    FREQUNCIA: a contagem deve ser sempre feita por um perodo de 1 mi-nuto, sendo que a frequncia varia com a idade e diversas condies fsicas. Na primeira infncia, varia de 120 a 130 bat/min.; na segunda infncia, de 80 a 100; e, no adulto, considerada normal de 60 a 100 batimentos por minuto, sen-do que acima do valor normal temos a taquisfigmia e abaixo, bradisfigmia. Na prtica diria, erroneamente usamos os termos respectivamente de taquicardia e bradicardia, pois nem sempre o nme-ro de pulsaes perifricas corresponde aos batimentos cardacos. A frequncia poder estar aumentada em situaes fisiolgicas, como exerccio, emoo, gra-videz ou em situaes patolgicas, como estados febris, hipertiroidismo, hipovole-mia entre muitos outros. A bradisfigmia pode ser normal em atletas.

    RITMO: dado pela sequncia das pul-saes, sendo que, quando ocorrem a

    intervalos iguais, chamamos de ritmo regular. E quando os intervalos so ora mais longos, ora mais curtos, o ritmo irregular. A arritmia traduz alterao do ritmo cardaco.

    AMPLITUDE OU MAGNITUDE: avalia-da pela sensao captada em cada pul-sao e est diretamente relacionada ao grau de enchimento da artria na sstole e esvaziamento na distole.

    TENSO OU DUREZA: avaliada pela compresso progressiva da artria, sen-do que, se for pequena a presso ne-cessria para interromper as pulsaes, caracteriza-se um pulso mole. No pulso duro, a presso exercida para desapareci-mento do pulso grande e pode indicar hipertenso arterial.

    Comparao com Artria Homloga

    sempre obrigatrio o exame de pulso da ar-tria contralateral, pois a desigualdade dos pulsos pode identificar leses anatmicas.

    2.3 Temperatura

    Sabemos ser quase constante a temperatura no interior do corpo, com uma mnima variao, de aproximadamente 0,6 graus centgrados, mesmo quando expostos a grandes diferenas de tem-peratura externa, graas a um complexo sistema chamado termorregulador. J a temperatura no ex-terior varia de acordo com condies ambientais. Esta medida atravs do termmetro clnico.

    Termmetro Clnico

    Idealizado por Santrio, entre os anos 1561 e 1636, considerado o ponto de partida da uti-lizao de aparelhos simples que permitem obter

    dados de valor para a complementao do exame clnico.

    Controle da Temperatura Corporal

    O calor produzido no interior do organismo chega superfcie corporal atravs dos vasos san-guneos e se difundem atravs do plexo subcut-neo, que representa at 30% do total do dbito cardaco. O grau de aporte de sangue pela pele controlado pela constrio ou relaxamento das ar-trias, sendo que, ao chegar superfcie, o calor transferido do sangue para o meio externo, atravs de: irradiao, conduo e evaporao.

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    Para que ocorra a irradiao, basta que a tem-peratura do corpo esteja acima da do meio am-biente. A conduo ocorre quando h contato com outra superfcie, sendo que existe troca de calor at que as temperaturas se igualem. J o mecanismo pelo qual o corpo troca temperatura com o ar cir-culante chama-se conveco.

    A temperatura quase que totalmente con-trolada por mecanismos centrais de retroalimenta-o, que operam atravs de um centro regulador situado no hipotlamo, mais precisamente atravs de neurnios localizados na rea pr-ptica do hi-potlamo, sendo que esse centro recebe o nome de centro termorregulador.

    Quando h elevao da temperatura, inicia--se uma eliminao do calor, atravs do estmulo das glndulas sudorparas e pela vasodilatao; com a sudorese, h uma perda importante de ca-lor, sendo que, quando ocorre o inverso, ou seja, o resfriamento do organismo, so iniciados mecanis-mos para a manuteno da temperatura, atravs da constrio dos vasos cutneos e diminuio da perda por conduo, conveco e transpirao.

    Locais de Verificao da Temperatura

    Os locais onde habitualmente medida a temperatura do corpo so: axila, boca, reto e, mais raramente, a prega inguinal, sendo que, alm do valor absoluto, as diferenas de temperatura nas diferentes regies do corpo possuem valor prope-dutico, por exemplo, a temperatura retal maior que a axilar em valores acima de 1 grau pode ser in-dicativo de processo inflamatrio intra-abdominal.

    Na medida oral, o termmetro dever ser colocado sob a lngua, posicionando-o no canto do lbio; a verificao da temperatura oral con-traindicada em crianas, idosos, pacientes graves, inconscientes, psiquitricos, portadores de altera-es orofarngeas, aps fumar e aps ingesto de alimentos quentes ou gelados.

    Na temperatura retal, o termmetro dever possuir bulbo arredondado e ser de maior calibre, sendo contraindicada a verificao do mtodo em pacientes com cirurgias recentes no reto ou per-

    neo ou portadores de processos inflamatrios nes-se local. considerada a temperatura mais precisa.

    MATERIAL: bandeja, termmetro, algodo, l-cool e sacos para algodo seco e mido.

    Procedimento

    Lavar as mos. Orientar o paciente quanto ao procedi-

    mento.

    Reunir o material e levar unidade do paciente.

    Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente.

    Limpar o termmetro com algodo em-bebido em lcool.

    Enxugar a axila se for o caso, com as pr-prias vestimentas do paciente.

    Descer a coluna de mercrio at o pon-to mais baixo, segurando o termmetro firmemente e sacudindo-o com cuidado.

    Colocar o termmetro na axila, se for o caso, mantendo-o com o brao bem en-costado ao trax.

    Retirar o termmetro aps 5 a 7 minutos; Ler a temperatura na escala. Limpar com algodo embebido em l-

    cool.

    Lavar as mos. Anotar no pronturio da paciente.

    Valores Normais da Temperatura

    Como dito anteriormente, os locais habituais da medida da temperatura corprea so: a axila, a boca e o reto, sendo que existem diferenas fisiol-gicas entre os locais:

    axilar 35,5 a 37,0 C; bucal 36,0 a 37,4 C; retal 36,0 a 37,5 C.

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    A elevao da temperatura acima dos nveis normais recebe o nome de hipertermia e abaixo, hi-potermia.

    Febre

    A febre nada mais do que a elevao da temperatura acima da normalidade, causada por alteraes do centro termorregulador ou por subs-tncias que interferem neste. Muitas protenas ou produtos, como as toxinas de bactrias, causam elevao da temperatura e so chamadas de subs-tncias pirognicas. Portanto, a elevao da tempe-ratura, ou seja, a febre pode ocorrer por infeces, leses teciduais, processos inflamatrios e neopla-sias, entre as mais importantes.

    Ao conjunto desses sinais e sintomas, acom-panhado da elevao da temperatura, damos o nome de sndrome febril. So raras as pessoas que apresentam febre na ausncia de qualquer outro sinal ou sintoma.

    Semiologia da febre

    As seguintes caractersticas da febre devem ser avaliadas: incio, intensidade, durao, modo de evoluo e trmino.

    Incio

    Pode ser sbito, em que se percebe a eleva-o brusca da temperatura, sendo que esse caso, com frequncia, acompanhado de sinais e sinto-mas da sndrome febril; ou, tambm, pode ocorrer de maneira gradual, que, s vezes, nem percebida pelo paciente.

    Intensidade

    A classificao obedece temperatura axi-lar, devendo sempre lembrar de que a intensidade tambm depende da capacidade de reao do or-ganismo, sendo que pacientes extremamente de-bilitados e idosos podem no responder diante de um processo infeccioso.

    Durao

    uma caracterstica importante, podendo interferir na conduta mdica. dita prolongada quando a durao maior do que 10 dias, sendo que existem doenas prprias que so respons-veis por essa durao, como a tuberculose, septce-mia, endocardite, linfomas, entre outras.

    AtenoAteno

    A febre apenas a elevao da temperatu-ra, ou seja, um sinal. Porm, a grande maio-ria das pessoas se ressente dessa elevao, apresentando outros sinais e sintomas como: astenia, inapetncia, cefaleia, taqui-cardia, taquipneia, taquisfigmia, oligria, dor pelo corpo, calafrios, sudorese, nuse-as, vmitos, delrio, confuso mental e at convulses, principalmente em recm--nascidos e crianas.

    Saiba maisSaiba mais

    A intensidade da febre assim caracte-rizada: febre leve ou febrcula at 37,5

    graus; febre moderada de 37,5 at 38,5

    graus; febre alta ou elevada acima de

    38,5 graus.

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    Modo de evoluo

    Esse dado poder ser avalizado pela infor-mao do paciente, porm principalmente pela anlise diria da temperatura, sendo a mesma re-gistrada em grficos prprios, chamados grficos ou quadro trmico. A anotao pode ser feita no mnimo duas vezes por dia, ou de acordo com a orientao mdica.

    Febre contnua: aquela que sempre per-manece acima do normal, com variaes de at 1 grau; exemplo frequente a fe-bre da pneumonia.

    Febre remitente: h hipertermia diria, sendo que as variaes so acima de 1 grau; so exemplos: a febre do abcesso, septicemias.

    Febre intermitente: nesse caso, a hiper-termia interrompida por perodos de temperatura normal, que pode ser de al-guma medida no mesmo dia, ou um ou mais dias com temperatura normal; ca-racterstica da malria.

    Febre recorrente ou ondulante: carac-teriza-se por perodos de temperatura normal que duram dias, seguidos de ele-vaes variveis da temperatura; so en-contradas, por exemplo, nos portadores de neoplasias malignas.

    Trmino: dito em crise, quando a febre desaparece subitamente, com frequn-cia nesses casos, acompanhado de sudo-rese profusa e prostrao.

    2.4 Respirao

    A respirao a troca de gases dos pulmes com o meio exterior, que tem como objetivo a ab-soro do oxignio e eliminao do gs carbnico.

    FREQUNCIA: crianas 30 a 40 movimentos respi-

    ratrios/minuto;

    adultos 14 a 20 movimentos respi-ratrios/minuto.

    Alteraes da Respirao

    Dispneia: a respirao difcil, trabalho-sa ou curta. sintoma comum de vrias doenas pulmonares e cardacas; pode ser sbita ou lenta e gradativa.

    Ortopneia: a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posio ereta.

    Taquipneia: respirao rpida, acima dos valores da normalidade, frequente-mente pouco profunda.

    Bradipneia: respirao lenta, abaixo da normalidade.

    Apneia: ausncia da respirao.

    Material para Verificao

    Relgio com ponteiro de segundos. Papel e caneta para anotaes.

    Tcnica

    Lavar as mos. Orientar o paciente quanto ao exame. No deixar o paciente perceber que es-

    to sendo contados os movimentos.

    Contagem pelo perodo de 1 minuto. Lavar as mos no trmino. Anotar no pronturio.

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    Sinais vitais so aqueles que evidenciam o funcionamento e as alteraes da funo corporal. So eles: a presso arterial, o pulso, a temperatura corprea e a respirao. As tcnicas de averiguao dos sinais vitais so importantssimas para a conduta de primeiros socorros.

    2.5 Resumo do Captulo

    2.6 Atividades Propostas

    1. Quais so as caractersticas do pulso?

    2. Qual a importncia da anlise da presso ou tenso arterial para os procedimentos de primei-ros socorros?

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    Sabendo-se que conscincia o conjunto de funes do encfalo que permite ao indivduo rea-gir aos estmulos do meio externo e interagir com o ambiente, diz-se que o paciente encontra-se em coma quando um estmulo bastante intenso, como o doloroso, no produz qualquer reao ou apenas provoca reaes automticas.

    A conscincia significa um estado cnscio de si mesmo e do ambiente, sendo seus limites precisos difceis de serem definidos. Existem duas propriedades fundamentais da conscincia. Uma o contedo, a essncia das funes cerebrais, cog-nitivas e afetivas (linguagem, memria, crtica e comportamento). A outra a reao de despertar, intimamente ligada viglia. No decorrer do dia, te-mos oscilaes fisiolgicas do nvel de conscincia, assim, o sono representa uma diminuio dessa atividade, com falncia dos mecanismos da manu-teno e da conscincia.

    Assim, o estudo do coma de grande impor-tncia e complexidade, uma vez que essa patologia apresenta uma elevada taxa de mortalidade e pos-sui vrias causas.

    H trs formas diferentes de classificao de

    coma: a de Fisher e a de Fishgold e Methis esca-las baseadas nos dficits de conscincia e a mais utilizada, a Escala de Coma de Glasgow em que o paciente observado em relao abertura ocular e de acordo com as respostas verbal e motora.

    Classificao

    A classificao de Fisher define os d-ficits da conscincia do seguinte modo:

    sonolncia: o paciente mantm-se ador-mecido. Se estimulado, ele mantm di-logo e atividade motora apropriada, vol-tando a adormecer quando o estmulo cessa;

    torpor: o paciente mantm-se adorme-cido. Aps estmulos fortes, ele responde monossilabicamente e apresenta ativida-de motora simples, visando a livrar-se do examinador;

    coma leve: o paciente no mantm con-tato vertical. Se estimulado dolorosa-mente, sua atividade motora restringe-se a defender o local afetado;

    3.1 Coma

    AtenoAteno

    O coma uma inconscincia da qual o paciente no pode ser recobrado mesmo por forte estimulao, sendo uma incapa-cidade a estmulos normais internos e ex-ternos.

    AtenoAteno

    A Escala de Coma de Glasgow a classifi-cao mais utilizada de coma.

    3 PRIMEIROS SOCORROS EM SITUAES DIVERSAS

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    coma moderado: situa-se entre o coma leve e o profundo;

    coma profundo: o paciente no man-tm contato verbal. A atividade moto-ra, aps estmulos intensos, constitui-se apenas de movimentos reflexos, como, por exemplo, aumento de atividade res-piratria e postura em decorticao ou descerebrao;

    coma irreversvel: tambm designada morte cerebral ou coma dpasse.

    Fishgold e Mathis classificam os comas em:

    coma I: corresponde ao torpor; coma II: corresponde ao coma leve; coma III: corresponde ao coma profun-

    do;

    coma IV: corresponde morte cerebral.

    Uma das classificaes mais empregadas conhecida como Escala de Coma de Glasgow, na qual o paciente observado em relao abertura ocular e de acordo com as respostas verbal e mo-tora. Nessa escala, o paciente recebe nota pela sua performance. Se inteiramente lcido, recebe nota 15; se em coma irreversvel, nota 3, o que possibili-ta uma avaliao mais objetiva dos nveis de cons-cincia.

    Interpretao da escala de coma de Glasgow

    Pontuao total: de 3 a 15 3 = Coma profundo (85% de probabi-

    lidade de morte; estado vegetativo);

    4 = Coma profundo;

    7 = Coma intermedirio;

    11 = Coma superficial;

    15 = Normalidade.

    Classificao do trauma cranioenceflico (ATLS, 2005):

    3-8 = grave (necessidade de entuba-o imediata);

    9-13 = moderado;

    14-15 = leve.

    3.2 Estado de Choque

    um quadro grave, de aparecimento rpido e sbito, traduzido por uma falncia do sistema circulatrio. Choque eltrico, hemorragia aguda, queimadura extensa, ferimento grave, envenena-mento, exposio a extremo calor ou frio, fratura, emoo violenta, distrbios circulatrios, dor agu-da e infeco grave so causas que podem deter-minar o aparecimento do ESTADO DE CHOQUE.

    Como se Manifesta

    Pele fria e pegajosa. Sudorese (transpirao abundante) na

    testa e na palma das mos.

    Face plida com expresso de sofrimen-to.

    Figura 1 Escala de coma de Glasgow.

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    Sensao de frio. Nusea e vmitos. Respirao curta, rpida e irregular. Perturbao visual. Pulso fraco e rpido. Inconscincia total ou parcial.

    Como Proceder

    Realize uma rpida inspeo na vtima. Combata, evite ou contorne a causa do

    estado de choque.

    Conserve a vtima deitada.

    Afrouxe-lhe a roupa. Retire da boca, se necessrio, secreo,

    dentadura ou qualquer outro objeto.

    Inicie a respirao de socorro boca a boca, em caso de parada respiratria.

    Execute a massagem cardaca externa associada respirao de socorro boca a boca, se a vtima apresentar ausncia de pulso e dilatao das pupilas.

    Vire a cabea da vtima para o lado, caso ocorra vmito.

    Levante as pernas da vtima, caso no haja fratura.

    Mantenha a cabea da vtima mais baixa que o corpo, sempre que possvel.

    Mantenha a vtima agasalhada, utilizan-do cobertores, mantas ou qualquer outro meio disponvel.

    Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o hospital.

    NO D LQUIDOS OU BEBIDAS ALCO-LICAS.

    Fonte: http://www.angelfire.com/sports/tucunaredourado/afogamento.htm.

  • Jos Milton Quesada Federighi

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    Choque eltrico, afogamento, deficincia de oxignio atmosfrico, obstruo de vias areas (boca, nariz e garganta) por corpo estranho, enve-nenamento e outros acidentes podem provocar di-ficuldades ou parada da respirao.

    Quando no se dispe de recursos mdicos especializados no local do acidente, a aplicao IMEDIATA da RESPIRAO DE SOCORRO medida SALVADORA.

    A parada respiratria , de todas as emer-gncias, a que requer o MAIS PRONTO E PERFEITO atendimento.

    Como se Manifesta

    Ausncia de movimentos respiratrios. Inconscincia. Lbios, lngua e unhas arroxeadas.

    Como Proceder

    Coloque a vtima em decbito dorsal (deitada de costas), sempre que possvel.

    Fonte: http://www.angelfire.com/sports/tucunaredourado/afogamento.htm

    Afrouxe-lhe a roupa, deixando livre o pescoo, trax e abdome. DESOBSTRUA a boca e a garganta da vtima, fazendo trao da lngua, retirando corpos estra-

    nhos e secreo.

    3.3 Parada Respiratria (Asfixia)

    AtenoAteno

    A falta de oxignio pode provocar a mor-te do homem de trs a cinco minutos, caso no seja atendido convenientemen-te.

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    Suspenda o pescoo da vtima com uma das mos e, com a outra sobre a testa, incline a cabea para trs.

    Fonte: http://www.angelfire.com/sports/tucunaredourado/afogamento.htm

    Fonte: http://www.angelfire.com/sports/tucunaredourado/afogamento.htm

    Aperte as narinas com os dedos da mo que est sobre a testa, a fim de evitar o escape de ar. Inspire PROFUNDAMENTE, coloque sua boca BEM ABERTA sobre a boca da vtima e SOPRE at

    notar a expanso do trax.

    Fonte: http://www.angelfire.com/sports/tucunaredourado/afogamento.htm

    Retire a sua boca da boca da vtima, para facilitar a sada do ar insuflado nos pulmes.

    Fonte: http://www.angelfire.com/sports/tucunaredourado/afogamento.htm

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    Aplique a respirao de socorro, de 15 a 18 vezes por minuto.

    Continue aplicando a respirao de so-corro por mais algum tempo mesmo depois que a vtima volte a respirar.

    Mantenha a vtima em repouso, aps o restabelecimento dos movimentos respi-ratrios, at a chegada do mdico.

    Troque de socorrista, se necessrio, sem interromper o ritmo da respirao.

    Mantenha a respirao de socorro ao transportar o acidentado.

    Aplique o mtodo de SILVESTER (modi-ficado), quando no for mais possvel o uso do boca a boca.

    VERIFIQUE, aps seis insuflaes, se os movimentos respiratrios foram restabe-lecidos.

    Caso a vtima CONTINUE em parada res-piratria, OBSERVE se h ausncia de pul-so e se as pupilas esto dilatadas sinais indicativos de parada cardaca.

    Inicie IMEDIATAMENTE a massagem car-daca externa associada respirao de socorro, se necessrio. Cada segundo importante, quando uma vida est em perigo.

    Respirao de Socorro

    Mtodo boca a boca (criana)

    Como proceder:

    coloque a criana de cabea para baixo, segurando-a pelo p;

    aplique-lhe algumas palmadas nas cos-tas;

    coloque a criana em decbito dorsal (deitada de costas);

    DESOBSTRUA, se necessrio, com o dedo, a boca e a garganta da vtima, retirando corpos estranhos, alimentos ou secreo;

    suspenda o pescoo da vtima com uma das mos e, com a outra sobre a testa, in-cline a cabea para trs;

    coloque sua boca BEM ABERTA sobre a boca e o nariz da criana;

    sopre SUAVEMENTE, at que o peito da criana se levante;

    retire a sua boca da boca e nariz da crian-a, a fim de facilitar a sada do ar insufla-do em seus pulmes;

    APLIQUE respirao de socorro, de 18 a 20 vezes por minuto;

    continue aplicando a respirao de so-corro, at que a vtima volte a respirar;

    pressione levemente, se necessrio, a re-gio situada entre o umbigo e a costela, a fim de eliminar o ar por acaso contido no estmago.

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    Mtodo de Silvester (Modificado)

    Esse mtodo indicado nos casos em que no se pode empregar o boca a boca (traumatismo grave de face, envenenamento por cianureto, ci-do sulfrico, cido clordrico, soda custica, potas-sa, fenol e outras substncias custicas).

    O mtodo SILVESTER permite no s o res-tabelecimento dos movimentos respiratrios, mas tambm dos do corao.

    Como proceder:

    DESOBSTRUA a boca e a garganta da vti-ma, fazendo trao da lngua e retirando corpos estranhos e secreo;

    coloque a vtima em decbito dorsal (deitada de costas);

    eleve o trax da vtima com o auxlio de um travesseiro, cobertor dobrado, casaco

    ou pilha de jornal, inclinando sua cabea para trs;

    ajoelhe-se, colocando a cabea da vtima entre suas pernas;

    segure os punhos da vtima, trazendo seus braos para trs e para junto de suas pernas;

    volte com os braos da vtima para fren-te, cruzando-os sobre o peito (parte infe-rior do esterno);

    pressione o trax da vtima cinco vezes seguidas. Para manter o ritmo, pronun-cie, ao iniciar cada presso, os nmeros: 101 102 103 104 105;

    volte com os braos da vtima posio inicial (para junto de suas pernas) e REI-NICIE a respirao.

    3.4 Respirao de Socorro (RPC)

    3.5 Parada Cardaca (Massagem Cardaca)

    As batidas do corao e os movimentos res-piratrios esto intimamente ligados. Cessada a respirao, segundos depois, o corao para. ne-cessria a IMEDIATA recuperao dos movimentos cardiorrespiratrios, antes que o TEMPO determine leses irreparveis do sistema nervoso e, CONSE-QUENTEMENTE, a morte.

    Como se Manifesta

    Inconscincia. Parada respiratria. Ausncia de pulso.

    Dilatao das pupilas. Extremidades arroxeadas.

    Como Proceder

    Coloque a vtima em decbito dorsal (deitada de costas), sobre superfcie dura.

    Continue ou inicie a respirao de socor-ro pelo mtodo boca a boca.

    Ponha suas mos sobrepostas sobre a metade inferior do esterno, mantendo os dedos ligeiramente levantados.

    Comprima com vigor o trax da vtima,

  • Jos Milton Quesada Federighi

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    pressionando o corao de encontro coluna vertebral.

    Descomprima em seguida, mantendo as mos na posio inicial. Repita a mano-bra cinco vezes seguidas e mantenha o ritmo. Para manter o ritmo, pronuncie, ao iniciar cada compresso, os nmeros: 101 102 103 104 105.

    Aplique uma respirao de socorro boca a boca, depois de trinta compresses no trax.

    Solicite, se possvel, a ajuda de mais um socorrista.

    Continue executando, SEM INTERRUP-O, a respirao de socorro e a massa-gem cardaca externa at a recuperao da vtima ou a chegada do mdico.

    Ao executar a massagem cardaca externa em adolescente, pressione o trax com uma das mos e, em criana, apenas com os dedos.

    *OBS.: houve mudana no protocolo para realiza-o das manobras de Ressuscitao Cardiopulmo-nar (RCP), preconizada pela American Heart Asso-ciation (AHA), em outubro de 2005, assim disposta:

    RCP para indivduos acima de oito anos: 1 ou 2 socorristas 2 ventilaes por 30 massagens cardacas;

    RCP em indivduos de 1 a 8 anos: 1 socor-rista 2 ventilaes por 30 massagens cardacas. 2 socorristas 2 ventilaes por 15 massagens cardacas;

    RCP em lactentes (at 1 ano): 1 socorrista 2 ventilaes por 30 massagens carda-cas.

    Consideraes sobre os Desfibriladores Auto-mticos Externos (DAE) nos Primeiros Socorros

    A desfibrilao precoce com aumento signifi-cativo da taxa de sobrevivncia o principal argu-mento para a utilizao dos desfibriladores.

    Atualmente, com aval de legislao especfi-ca em muitas cidades, o emprego e o treinamen-to de pessoal para utilizao dos desfibriladores exigido em locais de grande concentrao de pessoas. Seu principal emprego concentra-se no atendimento s Paradas Cardiorrespiratrias (PCR). A desfibrilao pode ser definida como o uso tera-putico do choque eltrico de corrente contnua, com grande amplitude e curta durao, aplicado no trax ou diretamente sobre o miocrdio. Duran-te uma atividade eltrica cardaca irregular, a des-fibrilao despolariza todas as clulas cardacas, permitindo o reincio do ciclo cardaco normal, de forma organizada em todo o miocrdio. Nos casos de parada cardaca sbita, o ritmo mais frequen-temente observado a fibrilao ventricular, no qual o nico tratamento realmente eficaz a des-fibrilao eltrica. importante lembrar de que a probabilidade de sucesso na desfibrilao decai rapidamente com o passar do tempo e a fibrilao ventricular tende a se transformar em assistolia em poucos minutos.

    Essas consideraes justificam que, em caso de parada cardaca, a desfibrilao deva ser reali-zada o mais precocemente possvel. Alm disso, importante saber que, em caso de fibrilao ventri-cular, muitos adultos podem sobreviver neurologi-camente bem, mesmo se os desfibriladores forem usados tardiamente, aps 6 a 10 minutos.

    AtenoAteno

    Os desfibriladores permitem que os so-corristas, mesmo com pouca experincia, salvem vidas.

    Saiba maisSaiba mais

    Saiba maisSaiba mais

    A RCP, realizada enquanto se espera pela desfibrilao, prolonga a fibrilao ventricular e conserva o miocrdio e o crebro. Isoladamente, no entanto, difi-cilmente converte uma fibrilao ventri-cular em ritmo regular.

  • Primeiros Socorros

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    Podemos dizer que o desfibrilador autom-tico externo um equipamento eletrnico que permite aplicar choques no corao da vtima. Sa-bemos que o objetivo desses choques o de resta-belecer o ritmo cardaco normal. Tais equipamen-tos possuem ps adesivas que se conectam com o trax da vtima, transmitindo o sinal eltrico que vem do corao para anlise do ritmo cardaco e, se for necessrio, determinando automaticamente o choque a ser aplicado. O aparelho tambm possui um gravador que registra o eletrocardiograma e as informaes sobre o choque emitido.

    A AHA reconheceu a importncia da desfi-brilao precoce como fator crtico, comprovando que tal procedimento aumenta significativamen-te as chances de se restabelecer os batimentos cardacos aps uma parada. Assim sendo, a AHA desenvolveu a ideia da Corrente da Vida, formada pelos seguintes elos e que devem estar fortemente ligados:

    avaliao da vtima; RCP precoce; desfibrilao precoce; suporte cardaco avanado; quando usar o desfibrilador.

    Sempre que o corao torna-se arrtmico, ou seja, quando ele perde a possibilidade de bater de forma ordenada, o sangue deixa de ser bombeado e, consequentemente, o oxignio e nutrientes no chegam aos rgos, iniciando um processo dege-nerativo conhecido como morte biolgica.

    Sabemos que a fibrilao ventricular (FV) a arritmia mais comum encontrada nos casos de pa-rada cardiorrespiratria em adultos. A taquicardia ventricular (TV) a segunda forma de arritmia mais comum e que tambm compromete a eficincia cardaca. A maioria das pessoas que sofre morte sbita fora do hospital encontra-se inicialmente em FV, antes de entrar em assistolia; nos casos do-cumentados em que h a monitorizao cardaca contnua, observa-se que mais de 60% dos casos apresentam TV por curto espao de tempo antes de entrar em FV. Est bem estabelecido que o trata-

    mento mais eficiente da FV a desfibrilao eltri-ca e que o fator mais importante para a sobrevivn-cia a rapidez com que se aplica o tratamento. Por isso, o DAE s deve ser utilizado se forem encontra-das as seguintes circunstncias:

    vtima inconsciente; sem respirao; sem pulso carotdeo.

    Os trs primeiros choques so dados em uma sequncia de 200-300-360 joules ou 200-200-360 joules. Todos os choques dados alm dessa sequncia sero de 360 joules. A equipe mdica determinar o protocolo a ser seguido a partir da desfibrilao e, se for preciso, a remoo da vtima.

    Caso a vtima volte a apresentar pulso, ser necessrio suporte avanado de vida, segundo os protocolos do Advanced Cardiac Life Support (ACLS).

    Consideraes importantes quanto ao uso do DAE:

    no indicado para crianas menores de 8 anos ou com menos de 40 quilos;

    vtimas de trauma requerem transporte imediato e este no dever ser retardado pela desfibrilao;

    medicamentos sob a forma de adesivos devem ser removidos antes de se iniciar a desfibrilao;

    pacientes hipotrmicos podem no res-ponder bem desfibrilao. Existem di-ferentes protocolos locais para tais situa-es;

    marca-passos podem alterar a eficincia do DAE;

    uma vez iniciada a remoo, a desfibrila-o dever ser interrompida.

    Precaues, segurana e manuteno dos desfibriladores.

    O pessoal encarregado do uso do des-fibrilador deve seguir as normas para a

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br30

    segurana do paciente, bem como dos membros da equipe presentes durante a descarga de energia.

    necessrio manter um protocolo de prova e manuteno do equipamento.

    Antes do incio de um procedimento, deve-se ter disposio um desfibrilador previamente testado;

    Uma das precaues importantes evi-tar proceder as descargas eltricas quan-do no h indicao clnica para tal;

    Lembre-se de que ondulaes irregula-res no monitor podem ser produzidas por artefatos como, por exemplo, quan-do o paciente treme ou por uma interfe-rncia eltrica;

    essencial verificar se h presena ou au-sncia do pulso arterial antes de se pro-ceder a desfibrilao;

    importante, depois de cada uso, limpar os eletrodos e os fios do desfibrilador, bem como todo o restante da unidade, utilizando um pano mido com gua e detergente lquido;

    Se a unidade no tiver sido utilizada, necessrio limpar sua superfcie, periodi-camente, com um pano umedecido com gua.

    Por que essa necessidade?

    Na PCR, em 90% dos ataques cardacos gra-ves, o corao deixa de se contrair em funo da desorganizao da atividade eltrica do msculo

    cardaco (miocrdio). Essa desordem eltrica cha-mada arritmia, sendo a FV a mais comum.

    FV leva a PCR? Qual o tratamento emergencial?

    A FV leva a PCR e o nico tratamento imedia-to a DESFIBRILAO. To importante que, a cada 1 minuto deixado de desfibrilar, as chances caem em menos de 10% de revert-la.

    O leigo pode usar o DAE? Como age?

    O DAE foi projetado para ser utilizado tam-bm por leigos. Consiste em equipamento que transforma energia eltrica e choque bifsico, o qual fornece carga e desfibrilao de 200 joules no trax do paciente adulto. Possui sistema micropro-cessado que faz a leitura do traado de ECG (eletro-cardiograma) mediante eletrodos adesivos j colo-cados no trax. Aps o choque eltrico, atravs de mecanismo de voz, orienta o socorrista a priorida-de do atendimento tal como massagem cardaca externa e ventilao.

    necessrio ter treinamento para usar o DAE?

    A Sociedade Brasileira e Americana de Car-diologia, bem como a Sociedade Brasileira de Te-rapia Intensiva (SOBRATI), orientam o treinamen-to dos principais responsveis nas urgncias em estabelecimentos comerciais. Segundo protocolo da SOBRATI, pelo menos 5 socorristas deveriam ser treinados para cada DAE. Legislaes atuais solici-tam at 30% dos funcionrios.

    Existe legislao para obrigatoriedade da aquisio do DAE?

    Sim, hoje vrios municpios e estados solici-tam em LEI que estabelecimentos comerciais com alto fluxo de pessoas devam adquirir o equipamen-to para eventual necessidade.

    Saiba maisSaiba mais

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    A Doena cardiovascular a principal causa de bito no Brasil e nos EUA. Esti-ma-se que pelo menos 30% da popula-o poder apresentar evento grave e de consequncia fatal.

  • Primeiros Socorros

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    Falta de segurana das instalaes, impru-dncia, indisciplina, ignorncia, distrao e si-tuaes acidentais (abalroamento de um veculo contra um poste) so, entre outras, as causas mais frequentes de CHOQUE ELTRICO.

    Como se Manifesta

    Dependendo das condies orgnicas da vtima e das caractersticas da corrente eltrica, o acidentado pode apresentar:

    sensao de formigamento; contraes musculares fracas, que pode-

    ro tornar-se violentas e dolorosas;

    inconscincia; dificuldade ou parada respiratria; alteraes do ritmo cardaco ou parada

    do corao;

    queimaduras; traumatismos (fraturas, rotura de rgos

    internos etc.).

    Nos acidentes eltricos, a vtima pode ficar PRESA ao condutor eltrico ou ser violentamente PROJETADA distncia.

    Como Proceder

    Afaste imediatamente a vtima do contato com a corrente eltrica, utilizando-se de um dos seguintes recursos:

    DESLIGUE o interruptor ou a chave eltri-ca, se possvel;

    REMOVA o fio ou o condutor eltrico com o auxlio de material BEM SECO: cabo de vassoura, jornal dobrado, pano grosso

    dobrado, tapete de borracha, corda ou outro material isolante;

    PROCURE AMPARAR a vtima em caso de queda, utilizando-se de um cobertor ou lona;

    coloque a vtima em decbito dorsal (deitada de costas);

    DESOBSTRUA as vias areas (boca, nariz e garganta), removendo secreo ou cor-pos estranhos;

    inicie IMEDIATAMENETE a respirao de socorro pelo mtodo boca a boca, em caso de parada respiratria;

    execute a MASSAGEM CARDACA EXTER-NA, associada RESPIRAO DE SOCOR-RO, se a vtima apresentar ausncia de pulso e pupilas dilatadas;

    imobilize, em caso de fratura, a regio atingida antes de efetuar o transporte da vtima;

    CONTINUE aplicando a respirao de so-corro por mais algum tempo mesmo depois que a vtima volte a respirar;

    mantenha a vtima em REPOUSO, aps o restabelecimento dos movimentos respi-ratrios;

    troque de socorrista, se necessrio, SEM INTERROMPER o ritmo da respirao;

    continue, SEM INTERRUPO, a respira-o de socorro e a massagem cardaca ao TRANSPORTAR o acidentado;

    insista, mesmo que a vtima no esteja recuperando-se, na RESPIRAO DE SO-CORRO e na MASSAGEM CARDACA EX-TERNA, at a CHEGADA DO MDICO.

    3.6 Choque Eltrico

  • Jos Milton Quesada Federighi

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    a asfixia provocada pela imerso prolonga-da do organismo em um meio lquido. Representa, no mundo, a segunda causa de morte por aciden-te, na faixa de 1 a 25 anos de idade.

    Como se Manifesta

    Agitao. Dificuldade respiratria. Inconscincia. Parada respiratria. Parada cardaca.

    Como Proceder

    Aproxime-se da vtima pelas costas, se-gure-a e mantenha-a com a cabea fora dgua.

    Inicie IMEDIATAMENTE a respirao de socorro boca a boca, ainda com a vtima dentro dgua.

    Coloque a vtima em decbito dorsal (deitada de costas), com a cabea mais baixa que o corpo, quando fora dgua.

    INSISTA na respirao de socorro boca a boca, se necessrio.

    EXECUTE a massagem cardaca externa, se a vtima apresentar ausncia de pulso e pupilas dilatadas.

    Friccione vigorosamente os braos e as pernas do afogado, estimulando a circu-lao.

    Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o SERVIO DE SALVAMENTO ou o hospital mais prximo.

    3.7 Afogamento

    Como se Manifesta

    Respirao curta e difcil. Dor na parte superior do abdome. Dor no peito, s vezes, estendendo-se pe-

    los braos ou para o pescoo e a cabea.

    Sudorese (transpirao abundante). Palidez e nuseas.

    Como Proceder

    PROCURE O MDICO IMEDIATAMENTE. Ajude o doente a tomar a posio que

    seja mais confortvel (geralmente recos-tada).

    Desaperte-lhe a roupa, cinto, colarinho, gravata etc.

    Agasalhe-o, evitando excesso de aqueci-mento

    Mantenha-o em repouso absoluto. Sugira ao doente respirar profunda e len-

    tamente.

    Indague do doente se j teve crises se-melhantes ou se est em tratamento m-dico.

    Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o hospital mais prximo ou CHAME O M-DICO.

    No tente levantar ou transportar a vti-ma sem o auxlio de outras pessoas.

    3.8 Ataque Cardaco

  • Primeiros Socorros

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    Como se Manifesta

    Palidez. Sudorese (transpirao abundante). Perturbao visual. Tonteira. Pulso fraco.

    Como Proceder

    Remova a vtima para ambiente arejado. Desaperte-lhe as roupas.

    Coloque a vtima em decbito dorsal (deitada de costas), pernas elevadas e ca-bea baixa.

    Procure o mdico, se o desmaio perdurar por mais de dois minutos.

    Como socorrista, EM CASO SEMELHANTE, proceda da maneira descrita.

    3.9 Desmaio

    AtenoAteno

    a perda MOMENTNEA da conscincia. Nervosismo, emoes sbitas, fadiga, lo-cal mal ventilado, viso de hemorragia ou de ferimentos e jejum prolongado so as causas mais frequentes.

    AtenoAteno

    Sendo VOC A VTIMA e sentindo que vai desfalecer, ao ver uma hemorragia ou fe-rimento, baixe IMEDIATAMENTE a cabea ou sente-se em uma cadeira, incline o corpo para frente, coloque a cabea en-tre as pernas de modo a ficar mais baixa que os joelhos e respire profundamente.

    Contratura involuntria dos msculos, pro-vocando movimentos desordenados e, em geral, acompanhados de perda de conscincia.

    Como se Manifesta

    Perda sbita de conscincia. Queda desamparada. Contraturas desordenadas da muscula-

    tura.

    Salivao abundante. s vezes, eliminao de fezes e urina.

    Como Proceder

    Proteja a cabea da vtima. Afrouxe-lhe as roupas. Deixe a vtima debater-se livremente. Evite a mordedura da lngua, colocando

    um leno dobrado entre as arcadas den-trias.

    Mantenha a vtima em repouso, cessada a convulso.

    Deixe-a dormir. Evite comentrios sobre o acidente.

    3.10 Convulso (Epilepsia)

  • Jos Milton Quesada Federighi

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    Procure um mdico. NO tente despertar a vtima. NO tenha receio, a saliva de um epilp-

    tico no transmite a doena.

    Nas convulses infantis, se houver febre alta, d um banho morno de imerso de mais ou menos 15 minutos de durao.

    PROCURE O MDICO IMEDIATAMENTE.

    FERIDA a rotura da pele, com ou sem com-prometimento dos tecidos subjacentes.

    Ferimento Leve ou Superficial

    Como proceder

    Lave as mos antes de cuidar da vtima. Limpe o ferimento com gua e sabo. Aplique mercrio cromo, mertiolate ou

    outro antissptico. Proteja o ferimento com uma compressa

    de gaze ou pano limpo, sem apertar; PROCURE O MDICO. No tente retirar vidros ou partculas de

    metal do ferimento, a menos que saiam facilmente durante a limpeza.

    Previna-se contra o ttano. Consulte o mdico.

    Ferimento Grave

    Como proceder

    Abdome

    Mantenha a vtima em repouso. Faa um curativo protetor com compres-

    sa ou pano limpo e mido, fixando-o de maneira FIRME, mas NO APERTADA.

    Aja com rapidez e EVITE O ESTADO DE CHOQUE.

    Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o hospital mais prximo.

    NO tente recolocar no lugar os rgos abdominais, caso estejam expostos.

    NO retire a faca, punhal ou outro mate-rial, quando presos ao organismo.

    NO d LQUIDOS.

    Trax

    Mantenha a vtima em repouso e recos-tada.

    Proteja o ferimento com uma compressa ou um pedao de pano limpo (leno, por exemplo), a fim de impedir a penetrao de ar atravs da leso.

    Fixe o curativo protetor, usando um cinto ou uma faixa de pano.

    AJUSTE, mas NO APERTE, o curativo, a fim de no prejudicar os movimentos respiratrios do acidentado.

    Evite o ESTADO DE CHOQUE. Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o

    hospital mais prximo.

    Cabea

    Mantenha a vtima em repouso absoluto e recostada.

    Estanque a HEMORRAGIA. Faa um curativo protetor com compres-

    sa ou pano limpo, fixando-o com uma atadura ou tira de pano.

    3.11 Ferimento

  • Primeiros Socorros

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br35

    Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local da leso.

    Evite o ESTADO DE CHOQUE. Mantenha as vias areas (nariz, boca e

    garganta) desobstrudas, facilite o vmi-to.

    Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o hospital mais prximo.

    No d lquidos!

    AtenoAteno

    Havendo sangramento pelo ouvido ou nariz, PENSE em fratura de crnio.

    Leso produzida nos tecidos pela pancada de um corpo, SEM QUE HAJA ROMPIMENTO da pele.

    Como se Manifesta

    Dor e edema (inchao) no local.

    Como Proceder

    Evite movimentar a regio atingida.

    Aplique compressas frias ou saco de gelo no local atingido.

    Procure o mdico, se necessrio.

    Uma contuso poder acarretar hemorragia interna, fratura ou outras leses graves.

    No perca tempo!

    3.12 Contuso

    uma leso provocada no msculo, por mo-vimento brusco e violento.

    Como se Manifesta

    Dor intensa movimentao. Contratura da musculatura atingida.

    Como Proceder

    Evite movimentar a regio lesada. Aplique compressa gelada ou saco de

    gelo no local.

    Procure o mdico, se necessrio.

    3.13 Dimenso Muscular

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br36

    a separao MOMENTNEA das superfcies sseas ao nvel da articulao.

    Como se Manifesta

    Dor intensa movimentao. Edema (inchao) local.

    Como Proceder

    Evite movimentar a regio atingida. Aplique compressa gelada ou saco de

    gelo, at posterior orientao mdica.

    Imobilize a regio afetada, como se fosse um caso de fratura.

    Procure o mdico. No use compressa QUENTE durante as

    primeiras 24 horas.

    No faa FRICO, nem procure esticar a regio lesada.

    A entorse um traumatismo que SEM-PRE EXIGE orientao mdica.

    3.14 Entorse

    o deslocamento da extremidade de um osso ao nvel de sua articulao.

    Como se Manifesta

    Dor VIOLENTA; Deformao local; Impossibilidade de movimentao.

    Como Proceder

    ATENDA como se fosse um caso de FRA-TURA.

    3.15 Luxao

    a rotura do osso.

    O PRIMEIRO SOCORRO consiste em impedir o deslocamento das partes quebradas, evitando as-sim o agravamento da leso.

    As fraturas podem ser:

    FECHADAS quando o osso quebrado no perfura a pele;

    EXPOSTAS quando o osso quebrado rompe a pele.

    3.16 Fratura

  • Primeiros Socorros

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br37

    Como se Manifesta

    Dor e edema (inchao) no local. Dificuldade ou incapacidade de movi-

    mentao; Posio anormal da regio atingida.

    Sensao de atrito das partes sseas no local da fratura.

    Rotura da pele com exposio do osso fraturado (fratura exposta).

    Imobilizao

    Como proceder

    Fratura fechada

    Mantenha a vtima em repouso. Evite o ESTADO DE CHOQUE. Utilize para a imobilizao tbua, pape-

    lo, jornal ou revista dobrados, travessei-ro, manta e tiras de pano.

    Proteja a regio lesada com pano ou al-godo, a fim de evitar danos pele.

    Faa a imobilizao de modo que o apa-relho atinja as duas articulaes prxi-mas fratura.

    Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, sem apertar, em 4 pontos: acima e abaixo do local da fratu-ra; e acima e abaixo das articulaes pr-ximas regio fraturada.

    Na falta absoluta do material especfico para a imobilizao, proceda como abaixo:

    Remova a vtima para o hospital mais prximo, aps a imobilizao.

    No tente reduzir a fratura (colocar o osso no lugar).

    Fratura exposta

    Mantenha a vtima em repouso. Estanque a hemorragia. Faa curativo protetor sobre o ferimento,

    usando compressa, leno ou pano limpo.

    Evite o ESTADO DE CHOQUE. IMOBILIZE a regio fraturada. Remova a vtima para o hospital mais

    prximo.

    3.17 Fratura de Crnio

    Como se Manifesta

    Perda de sangue pelas narinas ou ouvi-dos.

    Inconscincia ou no. Nusea e vmito podem surgir imediata-

    mente ou horas aps o acidente.

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em repouso e recos-tada.

    Aplique compressa gelada ou saco de gelo na regio atingida.

    Estanque a hemorragia.

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br38

    Evite o ESTADO DE CHOQUE. Inicie a respirao de socorro boca a

    boca, em caso de parada respiratria.

    Execute a massagem cardaca externa, associada respirao boca a boca, se a vtima apresentar ausncia de pulso e di-latao das pupilas.

    Envolva o pescoo com panos at ofere-cer apoio cabea e coloque lateralmen-

    te travesseiros ou almofadas, a fim de im-pedir movimentos para os lados.

    Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o hospital mais prximo.

    Toda vtima com traumatismo de crnio NE-CESSITA de assistncia mdica IMEDIATA. NO PER-CA TEMPO.

    Como se Manifesta

    Dor local aps forte traumatismo. Dormncia dos membros. Paralisia.

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em REPOUSO ABSO-LUTO.

    Evite o ESTADO DE CHOQUE. Utilize uma superfcie plana e dura

    maca, tbua, porta etc. , para o trans-porte do acidentado.

    Solicite a ajuda de pelo menos cinco pes-soas para transferir o acidentado do local em que foi encontrado para a maca.

    Movimente o acidentado COMO UM BLOCO, isto , desloque todo o corpo ao mesmo tempo, evitando mexer separa-damente a cabea, pescoo, o tronco, os braos e as pernas.

    Imobilize o acidentado em decbito dor-sal (deitado de costas) ou em decbito ventral (deitado de barriga para baixo), preenchendo as curvaturas do corpo com panos dobrados, a fim de impedir a movimentao da coluna.

    Evite paradas e freadas bruscas do vecu-lo, durante o transporte.

    SOLICITE, sempre que possvel, a ASSIS-TNCIA DE UM MDICO NA REMOO da vtima.

    A movimentao inadequada poder causar ao acidentado DANOS IRREPARVEIS.

    3.18 Fratura da Coluna Vertebral (Espinha)

  • Primeiros Socorros

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br39

    Como se Manifesta

    Dor no local agravada com os movimen-tos respiratrios.

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em repouso e em po-sio confortvel.

    Procure um mdico.

    3.19 Fratura de Costelas

    3.20 Fratura de Bacia

    Como se Manifesta

    Dor local aps forte traumatismo, que se agrava com a movimentao.

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em REPOUSO ABSOLU-TO e em decbito dorsal (deitado de cos-tas).

    Utilize uma SUPERFCIE DURA maca, t-bua, porta etc. , para o transporte do aci-dentado;

    Solicite a ajuda de pelo menos cinco pes-soas para transferir o acidentado do local em que foi encontrado para a maca.

    Proteja lateralmente a bacia, usando traves-seiros, almofadas ou cobertores dobrados.

    Coloque entre as pernas pano dobrado (um palet, por exemplo).

    Imobilize a bacia com uma faixa de pano bem larga ou lenol, fixando o acidenta-do maca.

    Amarre com uma faixa de pano o trax, os joelhos e tornozelos, para maior firme-za da imobilizao.

    Evite o ESTADO DE CHOQUE. Remova IMEDIATAMENTE a vtima para o

    hospital mais prximo.

    A fratura de bacia pode ocasionar perfu-rao de rgos internos, hemorragia e consequente estado de choque. Evite a movimentao desnecessria do aciden-tado.

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br40

    Como se Manifesta

    Dor intensa no local da fratura e o aciden-tado no consegue movimentar o brao do lado afetado e o sustenta com o outro ao nvel do cotovelo.

    Como Proceder

    Coloque um chumao de algodo ou pano dobrado entre o brao afetado e o trax (regio axilar).

    Fixe o brao afetado de encontro ao t-rax, usando duas tiras de pano.

    Coloque a mo do lado afetado de en-contro ao ombro do lado oposto, fixando o brao nessa posio com o auxlio de uma tipoia.

    PROCURE UM MDICO.

    3.21 Fratura de Clavcula

    3.22 Fratura de Brao (mero)

    Como Proceder

    Coloque um chumao de algodo ou pano dobrado entre o brao lesado e o trax (regio axilar).

    Proteja a face externa do brao com uma tala (revista dobrada, por exemplo), do ombro ao cotovelo.

    Fixe o brao protegido de encontro ao trax, usando duas faixas de pano.

    Ampare o antebrao com uma tipoia (leno triangular ou tira).

    Procure um mdico.

    Como Proceder

    Dobre o antebrao, mantendo o polegar voltado para cima.

    Proteja a regio a ser imobilizada com al-godo ou pano.

    Coloque duas talas nas faces interna e

    externa do antebrao, ULTRAPASSANDO o cotovelo e os dedos (na falta de talas use jornal dobrado, revista, papelo ou madeira).

    Ampare o antebrao com uma tipoia. Procure um mdico.

    3.23 Fratura de Antebrao (Rdio e Cbito)

  • Primeiros Socorros

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br41

    Como Proceder

    Imobilize como se fosse fratura de antebrao.

    3.24 Fratura de Punho e Mo

    Como se Manifesta

    Dor intensa agravada pela movimenta-o.

    Deformao local, podendo ocorrer a ro-tao do membro.

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em repouso e em de-cbito dorsal (deitada de costas).

    Proteja todo o membro com pano ou al-godo.

    Imobilize o membro fraturado na posi-o ENCONTRADA.

    Coloque duas talas, uma ao longo de toda a face interna do membro e a outra na face externa, do tornozelo at a axila (na falta de talas, use cabo de vassoura, guarda-chuva, ripa ou tbua).

    Remova a vtima para o hospital.

    3.25 Fratura de Coxa (Fmur)

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em repouso e em de-cbito dorsal (deitada de costas).

    Proteja todo o membro com pano ou algodo, preenchendo o vo do joelho, para firmeza da articulao.

    Coloque uma tala na face posterior (atrs) da perna, do calcanhar parte su-perior da coxa (na falta de tala, use ripa ou tbua).

    Remova a vtima para o hospital.

    3.26 Fratura de Rtula

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br42

    Como se Manifesta

    Dor intensa agravada pela movimenta-o.

    Edema (inchao) local. Deformao ou no ao nvel da leso.

    Como Proceder

    Mantenha a vtima em repouso e em de-cbito dorsal (deitada de costas).

    Proteja a perna com pano ou algodo. Imobilize a regio fraturada na posio

    ENCONTRADA.

    Coloque duas talas nas faces interna e ex-terna da perna, ULTRAPASSANDO o joe-lho e o p (na falta de talas use cabo de vassoura, guarda-chuva, ripa ou tbua).

    Remova a vtima para o hospital.

    3.27 Fratura de Perna (Tbia e Pernio)

    Como Proceder

    Imobilize como se fosse fratura de perna.

    3.28 Fratura de Tornozelo

    3.29 Fratura de P

    Como Proceder

    Remova cuidadosamente o calado da vtima.

    Proteja a regio atingida, at o meio da perna, com pano ou algodo.

    Imobilize o p e a parte da perna, utili-zando o prprio sapato, revista, tbua ou travesseiro.

    Remova a vtima para o hospital.

  • Primeiros Socorros

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br43

    a perda de sangue provocada pelo rompi-mento de um vaso sanguneo.

    Toda hemorragia deve ser controlada IME-DIATAMENTE. A hemorragia abundante e no con-trolada pode causar a morte em 3 a 5 minutos.

    Hemorragia Externa

    Como proceder

    Mantenha a regio que sangra em posi-o mais elevada que o resto do corpo.

    Use uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento, pressionando-o com firmeza, a fim de estancar o sangramen-to.

    Comprima a ferida com os dedos ou a mo, caso no disponha de uma com-pressa ou leno.

    Pressione firmemente com os dedos ou com as mos os PONTOS DE PRESSO, onde os vasos so mais superficiais, caso continue o sangramento.

    Dobre o joelho, se o ferimento for na per-na, ou o cotovelo, se for no antebrao, tendo o cuidado de colocar POR DENTRO da parte dobrada, bem junto da articula-o, um chumao de pano, algodo ou papel.

    Aplique o TORNIQUETE somente em caso de hemorragia grave, que no possa ser dominada por outros meios brao ou perna amputada, es-magada ou dilacerada.

    Proceda do seguinte modo:

    use uma tira de pano resistente, um len-o, uma fralda, gravata etc., para fazer o torniquete;

    coloque um pequeno rolo de pano ou de papel sobre o provvel trajeto do vaso que sangra;

    passe a tira ao redor do brao ou da per-na (duas vezes), logo acima do ferimento, prendendo o rolo de pano ou de papel;

    d um meio n; coloque um pequeno pedao de madei-

    ra no meio n (lpis, por exemplo);

    d um n completo sobre a madeira; tora o pedao de madeira at parar a

    hemorragia;

    fixe o pedao de madeira; marque na testa da vtima ou em qual-

    quer lugar visvel, a hora de aplicao do torniquete;

    mantenha o torniquete descoberto e em observao;

    desaperte gradualmente a cada 10 ou 15 minutos;

    conserve-o frouxo no lugar, quando ces-sada a hemorragia. Aperte-o gradual-mente, se necessrio;

    evite o ESTADO DE CHOQUE; remova IMEDIATAMENTE a vtima para o

    hospital mais prximo;

    NO use arame, corda, barbante ou ma-terial muito fino para fazer o torniquete.

    3.30 Hemorragia

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br44

    Como se Manifesta

    Perda de sangue pelo nariz por trauma ou rompimento de um vaso.

    Como Proceder

    Faa a vtima sentar-se em uma cadeira com a cabea levantada ao mximo.

    Aplique compressa de gelo sobre nariz e nuca.

    Se ainda assim no for controlada a he-morragia, comprimir a narina que sangra.

    Caso a hemorragia no seja controlada dentro de alguns minutos, procure so-corro mdico.

    3.31 Sangramento Nasal - Epistaxe

    Como se Manifesta

    Ocorrem por presena de corpo estranho ou produto qumico nos olhos.

    Como Proceder

    Lavar abundantemente com gua. No retirar corpo estranho encravado no

    globo ocular. Procurar socorro mdico, se necessrio.

    3.32 Acidentes Oculares

    3.33 Resumo do Captulo

    De acordo com o tipo de sinal do acidentado e especificidades, a conduta do socorrista ou do pro-fissional que ir fazer o atendimento de primeiros socorros muda, ou seja, as tcnicas de primeiros socor-ros possuem passos iniciais comuns (anlise primria do acidentado); entretanto, de acordo com o tipo de acidente e condies da vtima, os procedimentos se alteram. Cabe ao profissional aplicar as tcnicas corretas para se evitar o agravamento das leses do acidentado.

  • Primeiros Socorros

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br45

    1. O que coma?

    2. Qual a principal escala de classificao do coma?

    3. O que estado de choque?

    4. Como se manifesta o estado de choque?

    3.34 Atividades Propostas

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br47

    CAPTULO 1

    1.

    Verifique o grau de conscincia da vtima, se esta est consciente ou no, acordada ou de-sacordada.

    Liberao das vias areas: desobstrua a respirao, retirando da boca prtese dentria, ba-las, chicletes etc.

    Verifique se a pessoa est respirando. Caso no esteja, necessrio que se proceda a respi-rao boca a boca.

    Cheque a pulsao altura do pescoo, na artria cartida, para verificar se a vtima est com parada cardaca. Caso esteja, inicie a massagem cardaca.

    Verifique se h grandes hemorragias. Caso apresente alguma, proceda os cuidados neces-srios para cont-la.

    2. A realizao de primeiros socorros est prevista na Lei n 6.514/1977, Portaria n 3.214/1978, NR-7, segundo a qual o empregador dever prover treinamento ao(s) colaborador(es).

    CAPTULO 2

    1. As caractersticas do pulso so: parede arterial, frequncia, ritmo, amplitude ou magnitude e tenso ou dureza.

    2. A presso ou tenso arterial um parmetro de suma importncia na investigao diagnstica, sendo obrigatria em toda consulta de qualquer especialidade, pois permite a verificao de alguns dos aspectos dos sinais vitais do acidentado para a definio das condutas de primeiros socorros.

    CAPTULO 3

    1. O coma uma inconscincia da qual o paciente no pode ser recobrado mesmo por forte esti-mulao, sendo uma incapacidade a estmulos normais internos e externos.

    2. Escala de Coma de Glasgow.

    3. Estado de choque um quadro grave, de aparecimento rpido e sbito, traduzido por uma falncia do sistema circulatrio.

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS

  • Jos Milton Quesada Federighi

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br48

    4. O estado de choque se manifesta das seguintes maneiras:

    pele fria e pegajosa; sudorese (transpirao abundante) na testa e na palma das mos; face plida com expresso de sofrimento; sensao de frio; nusea e vmitos; respirao curta, rpida e irregular; perturbao visual; pu