Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO I Professor: Carlos Alexandre de Araújo • Graduação: Bacharelado em Ciências Náuticas – EN / 1994 Administração de Sistemas Engenharia Naval e Oceânica USP / 1998 1 Engenharia Naval e Oceânica USP / 1998 Estruturas, Máquinas e Sistemas de Controle • Pós-graduação M.Sc. Engenharia de Produção – UFF / 2005 Engenharia de Sistemas M.Sc. Engenharia Naval e Oceânica – UFRJ / 2007 Estruturas Navais e Oceânicos

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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO I

• Professor: Carlos Alexandre de Araújo• Graduação:

– Bacharelado em Ciências Náuticas – EN / 1994• Administração de Sistemas

– Engenharia Naval e Oceânica – USP / 1998

1

– Engenharia Naval e Oceânica – USP / 1998• Estruturas, Máquinas e Sistemas de Controle

• Pós-graduação– M.Sc. Engenharia de Produção – UFF / 2005

• Engenharia de Sistemas

– M.Sc. Engenharia Naval e Oceânica – UFRJ / 2007• Estruturas Navais e Oceânicos

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Bibliografia Básica

• MICHELON, Marcelo Dall’ Onder. Estudo paraobtenção de fios de NiTi através dametalurgia do pó . São Paulo: Edgard Blucher,2008.

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• MOURÃO, Marcelo B.; GENTILE, Erberto F.Introdução à siderurgia .São Paulo: ABM,2007.

• SOARES, Glória Almeida. Fundição –mercado, processos e metalurgia. Rio deJaneiro: COPPE, 2000.

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Bibliografia Complementar

• WAINER, Emilio. Soldagem, processos emetalurgia . São Paulo: Edgard Blucher, 2000.

• ARAUJO, Luiz Antonio. Manual de siderurgiatransformação . São Paulo: Arte e ciência,1997.

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transformação . São Paulo: Arte e ciência,1997.

• CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica –Processos de Fabricação.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SIDERURGIA

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Introdução

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Introdução

• Ferro é o metal mais utilizado pelo homem. • A abundância dos minerais, o custo relativamente baixo

de produção e as múltiplas propriedades físico-químicas que podem ser obtidas com adição de outros elementos de liga são fatores que dão ao metal uma extensa variedade de aplicações.

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variedade de aplicações. • Alguns metais (cobre, por exemplo) podem ser

empregados no estado quimicamente quase puro.• Entretanto, isso não ocorre com o ferro. No uso prático,

está sempre ligado ao carbono e a outros elementos e, assim, no âmbito da ciência dos materiais e também na linguagem do dia-a-dia, a palavra ferro pode ser entendida como uma liga dos elementos químicos ferro, carbono e outros.

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Definições Básicas

• Ferro Gusa – é o produto da 1ª fusão do minério de ferro e contém cerca de 3,5% a 4,0% de carbono.

• Aço : denominação genérica para ligas de ferro-carbono com teores de carbono de 0,008 a 2,11%, contendo outros elementos residuais do processo de produção e podendo conter outros propositalmente adicionados

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podendo conter outros propositalmente adicionados (elementos de liga).– Aço-carbono : aço sem adição de elementos de liga.– Aço-liga : aço com adição de elementos de liga.– Ferro fundido : designação genérica para ligas de ferro-carbono

com teores de carbono acima de 2,11%.

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Definições Básicas

• METALURGIA: é a arte de extrair do(s) minério(s) o(s) metal(is),elaborá-lo(s) e conformá-lo(s) com o fim de produzir os objetos necessários à humanidade.

• DIVISÃO DA METALURGIA: A metalurgia pode ser

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• DIVISÃO DA METALURGIA: A metalurgia pode ser dividida em siderurgia e metalurgia dos não ferrosos.

– SIDERURGIA: • É a metalurgia do ferro e suas ligas.

– METALURGIA DOS NÃO FERROSOS:• É a metalurgia dos outros metais, como do alumínio e

suas ligas, do cobre e suas ligas, do ouro, etc.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SIDERURGIA

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Matérias-Primas

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Ferro

• Não há um registro preciso de quando o homem começou a produzir ferro pela redução de seus minérios.

• De fato, diversos povos em diferentes localidades dominavam estas técnicas, sendo que alguns não registravam isso por meio da escrita.

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registravam isso por meio da escrita. • As referencias escritas mais antigas, sugerem que o

ferro foi empregado na Índia e na China por volta de 2000 AC. Entretanto, não foi possível determinar se o ferro foi reduzido pelo homem.

• A redução deliberada dos óxidos de ferro entre 1350 AC e 1100 AC é citada em regiões geograficamente extensas no mundo antigo.

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Ferro meteorítico

• É evidente que os primeiros metais ferrosos usados pelo homem foram obtidos de fragmentos de meteoritos.

• Três fatos corroboram com esta evidência:– a maioria dos nomes antigos do ferro, quando

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– a maioria dos nomes antigos do ferro, quando traduzidos significam: “pedra (ou substância dura ou metal) do céu”, “metal das estrelas”, ou significados similares que indicam que o metal veio do espaço;

– as análises químicas de amostras arqueológicas demonstram que estas apresentam quantidades consideráveis de Ni (entre 7 e 15%, mas em alguns casos 30%) que é a composição típica de meteoritos de ferro.

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Ferro nativo ou telúrico

• O ferro encontrado na forma nativa (metálico) é muito raro. Uma dos poucas ocorrências conhecidas é no nordeste da Groenlândia, onde nódulos ou grãos de ferro ocorrem em basalto (uma rocha vulcânica que contem ferro) que

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(uma rocha vulcânica que contem ferro) que passou por veios de carvão mineral.

• Adicionalmente, existem duas formas minerais de Fe e Ni, a awaruita(FeNi2) e a josephinita (Fe3Ni5). É improvável, porém, que os povos antigos tenham feito uso destas fontes para produzir artefatos.

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Minérios ferrosos reduzidos pelo homem

• É um fato conhecido por muitos séculos que os minérios de ferro misturados com carvão sob temperaturas elevadas são reduzidos para ferro metálico.

• Os processos mais antigos

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• Os processos mais antigos eram conduzidos em diversas variedades de fornos, alguns deixados para receber um suprimento natural de ar e outros equipados com sopradores para a obtenção de temperaturas maiores.

• Algumas representações destes fornos e apresentada na figura a seguir.

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Óxidos de Ferro

• Um grande número de minerais contêm ferro, entretanto somente alguns são empregados comercialmente como fontes de ferro.

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• Os óxidos de ferro são as fontes minerais mais importantes de ferro, entre eles destacam-se:– Magnetita (Fe3O4) – Hematita (Fe2O3)

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Óxidos de Ferro

• Magnetita (Fe3O4) – Estequiometricamente possui 72,36% de Fe e

27,64% de oxigênio. – A coloração varia de cinza escura para a negra e a

densidade de 5,16 a 5,18 g/cm3.

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densidade de 5,16 a 5,18 g/cm3.– É fortemente magnética que é importante nos

processos de beneficiamento, pois possibilita sua separação da ganga.

• Hematita (Fe2O3) – Estequiometricamente possui 69,94 % de Fe e 30,06

de O.– A hematita é o óxido de ferro de maior importância

comercial.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SIDERURGIA

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O Processo Siderúrgico

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Processo Siderúrgico• Ao lado estão representados,

esquematicamente, todos os setores de uma usina siderúrgica integrada: – A coqueria, onde se produz

o coque a partir do carvão mineral;

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mineral; – O alto-forno, onde se

produz o gusa; – A aciaria, onde se produz o

aço; e os setores de laminação, forjamento e fundição, locais onde se fabricam os produtos semi-acabados (chapas, perfis, tubos).

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Fluxogramas de Processos

• Fluxograma é uma representação gráfica que indica o caminho percorrido pelas matérias primas, suas transformações e, finalmente, a entrega dos produtos que se finalmente, a entrega dos produtos que se propõe produzir.

• As usinas siderúrgicas podem ser:– Integradas

– Semi-integradas

– Não-integradas. 17

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Fluxogramas de Processos

• As usinas siderúrgicas integradas adquirem as matérias primas no estado bruto, executam todas as fases do processo industrial e vendem os produtos acabados.

• Em princípio, quanto maior for o grau de integração de uma usina, mais competitivo se tomam seus produtos no uma usina, mais competitivo se tomam seus produtos no mercado.

• Geralmente, são usinas de grande porte, que exigem investimento muito elevado antes de entrarem em operação.

• Quando não há capital suficiente, uma usina pode iniciar sua produção como usina não integrada e, à medida que vai aumentando seu capital, pode passar a semi-integrada e, finalmente, totalmente integrada. 18

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Fluxograma reduzido de usinas integradas

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Fluxograma da CBF Indústria de Gusa

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Fluxograma da siderúrgica Belgo Mineira de Jardim América

Trata-se de uma usina siderúrgica não integrada que produz perfiz de aço, usando oaço obtido em aciaria

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aço obtido em aciaria a arco elétrico, que utiliza como matérias primas principaissucatas ferrosa, além de ferro gusa, cal, ferro-ligas e outros.

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Fluxogra da CST (Tubarão)

Normalmente, uma usina siderúrgica integrada como a CST, é constituída, além do Alto Forno para a produção de ferro gusa, de outras unidades beneficiam as matériasprimas básicas utilizadas no processo, unidades que produzem insumos para

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unidades que produzem insumos para consumo em outras unidades e unidades que completam o processo, dando como resultado final o aço, constituído elementos acabados ou semi-acabados, como é o caso da CST, que produz placas grossas de aço para utilização em outras usinas de beneficamento e laminados de tiras a quente.

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Produção do Aço

• À metalurgia do aço, dá-se o nome de siderurgia.

• Neste tópico são apresentadas algumas informações resumidas sobre a produção siderúrgica.

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siderúrgica.• A produção do aço a partir do minério é dada

pela redução química do óxido nele contido com o carbono.

• O equipamento usado é um forno de formato cilíndrico vertical e de grande altura, por isso chamado de alto-forno.

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Produção do Aço

• São basicamente três os ingredientes que são dispostosno alto-forno (fisicamente alimentados na parte superiordo forno através de transportadores e outrosequipamentos):– 1) O minério de ferro, isto é, a substância que contém

o óxido.

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o óxido.– 2) O calcário (rocha à base de carbonato de cálcio),

cuja função básica é a remoção de impurezas.– 3) O coque, que é o agente combustível e redutor.

Coque é normalmente produzido na própriasiderúrgica, através da queima parcial do carvãomineral.

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Matérias-Primas

• Para a obtenção do aço são necessárias basicamente 3 matérias-primas: – minério de ferro.– calcário – carvão mineral.

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– carvão mineral.

• Os mesmos, não são encontrados puros, sendo necessário um preparo prévio com o objetivo de aumentar a eficiência de operação do alto-forno e da aciaria, bem como reduzir o consumo de energia.

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Processo Siderúrgico• Pode-se resumir o processo de fabricação do

aço em 4 grandes etapas:– Preparo das matérias-primas (coqueria e

sinterização);– Produção do gusa (alto-forno);– Produção do aço (aciaria);

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– Produção do aço (aciaria);– Conformação mecânica (laminação).

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Processos

• Coqueria – é a eliminação das impurezas do carvão mineral.

• Carvão Mineral – utilizado nos alto-fornos, deve fornecer energia térmica e química necessária ao processo de produção do gusa e ainda assegurar uma permeabilidade adequada ao alto-forno.

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permeabilidade adequada ao alto-forno.• Sinterização – é a preparação do minério de ferro para

a produção do gusa. Consiste na aglomeração das partículas para o processo de obtenção do gusa, devendo ser aglutinados antes do início do processo, resultando no sínter, que possui dimensão superior a 5mm de diâmetro médio.

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Fluxograma de uma sinterização

Corte longitudinal do leito de uma

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Corte longitudinal do leito de uma máquina de sinterização contínua

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Beneficiamento dos minérios de ferro

• A tecnologia dos altos-fornos atuais requer o minério de ferro em tamanhos menores que 50 mm e superiores a 6 mm.

• Um tamanho específico de minério é determinado por suas características de redutibilidade e

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características de redutibilidade e da permeabilidade do empilhamento no alto-forno.

• Os finos (partículas inferiores a 6 mm) produzidos na moagem requerem aglomeração que é realizada por meio da sinterização e da pelotização.

• A figura ilustra o aspecto típico dos materiais à base de ferro alimentados no alto forno.

Aspecto típico dos materiais à base de ferro alimentados no alto-forno.

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Fluxantes ou Fundentes

• O minério de ferro e o coque metalúrgico apresentam impurezas não metálicas que devem ser separadas do metal reduzido.

• O uso de fluxantes ou fundentes tem como objetivo a aglutinação destas impurezas para a forma de uma

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aglutinação destas impurezas para a forma de uma escória de baixo ponto de fusão e que ficará separada do metal líquido no alto-forno.

• São empregados como fluxantes, o calcário (CaCO3) e a dolomita (CaCO3.MgCO3).

• Algumas siderúrgicas empregam a cal (CaO) e a magnésia (MgO), como fluxantes principais.

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Processos

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Coque

• Os carvões fósseis são os combustíveis sólidos mais importantes na siderurgia.

• Podem ser considerados como rochas orgânicas combustíveis. Sua origem é, inegavelmente, de vegetais submetidos a

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inegavelmente, de vegetais submetidos a carbonização.

• Os carvões fósseis apresentam-se como turfa e linhito, cuja formação é a mais recente, as hulhas (betuminosas e sub-betuninosas) e o antracito.

• Um comparativo entre os tipos de carvões fósseis é apresentado na tabela a seguir.

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Coque

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Coque Metalúrgico

• A alta resistência ao esmagamento é necessária para que o coque suporte as camadas de minério, calcário e do próprio coque, colocadas no alto-forno.

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• Além disso, o coque deve queimar com relativa facilidade, apresentar elevado poder calorífico e ter grande reatividade com o CO2 para a produção de CO, que é o responsável pela redução do óxido de ferro.

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Coque Metalúrgico

• A facilidade de combustão e a reatividade com o CO2 são melhoradas pela alta porosidade, enquanto que a resistência à compressão e o poder calorífico são diretamente proporcionais à densidade absoluta.

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densidade absoluta.

• Têm-se, então, duas propriedades antagônicas (porosidade e densidade) que condicionam as características do coque, devendo-se determinar um equilíbrio entre elas para os maiores rendimentos do processo.

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Coque Metalúrgico

• Além destas propriedades, o coque metalúrgico deve apresentar pouca umidade, pois sua presença reduz o poder calorífico e baixo teor de cinzas e baixos teores de P e S que são impurezas no processo de produção de aços.

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impurezas no processo de produção de aços.• Os carvões empregados são hulhas “gordas”,

cuja carbonização é realizada em temperatura entre 1100ºC e 1300°C.

• O gás de coqueificação, produzido como sub-produto é empregado como combustível para os próprios fornos de coqueificação e para aquecimento do ar para o alto-forno.

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Coqueria

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38Vista geral de uma bateria de fornos para coqueificação.

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Alto-forno

• O alto-forno é um reator do tipo chaminé no qual a carga sólida é descendente e os gases redutores ascendentes.

• É um equipamento contínuo e seu funcionamento é ininterrupto por anos.

• Os materiais contendo ferro (minério de ferro, sinter, pelotas), o

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• Os materiais contendo ferro (minério de ferro, sinter, pelotas), o coque e os fundentes são continuamente alimentados pelo topo.

• Ar aquecido entre 900°C e 1350°C, muitas vezes com adições de combustíveis líquidos, sólidos ou gasosos, é insuflado pelas ventaneiras posicionadas na parte inferior do forno.

• A combustão do coque previamente carregado e/ou do combustível injetado pelas ventaneiras, fornece o calor necessário ao processo e o gás para a redução dos óxidos.

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Alto Forno

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Alto-forno• O princípio básico de operação de um

alto-forno é a retirada do oxigênio do minério, que assim é reduzido a ferro.

• Esta redução é resultante da combinação do carbono presente no coque com o oxigênio do minério em uma reação exotérmica.

• Simultaneamente, a combustão do

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• Simultaneamente, a combustão do carvão com o oxigênio do ar fornece calor para fundir o metal reduzido.

• O ar necessário para queima do coque é previamente aquecido e injetado sob pressão através das ventaneiras.

• Ao entrar em contato com o ar quente (1000°C), o coque entra em combustão, gerando calor e reduzindo o minério de ferro, dando origem ao ferro-gusa e a escória.

• A temperatura no interior do alto-forno chega a 1500°C.

O gusa líquido é vazado nos carros-torpedo que passam por uma estação de dessulfuração, em que o enxofre é reduzido a teores aceitáveis, seguindo então a aciaria.

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Esquema simplificado da operação de um alto-forno

• O gás que sai da parte superior do forno é destilado para obter produtos como benzol, naftalina e outros. Após esse processo, o gás ainda tem poder combustível e pode ser usado na própria siderúrgica ou distribuído para outros consumidores.

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• O processo é consumidor intensivo de ar. Os dados a seguir são valores típicos para cada tonelada produzida pelo alto-forno.

– 2 t de minério.

– 0,5 t de calcário.

– 1 t de coque.

– 4 t de ar.

• Há ainda os principais subprodutos:

– 0,5 t de escória.

– 6 t de gás.

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Reações

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Sistema de transporte ao topo do alto-forno

• O tipo de sistema transportador depende da quantidade de matérias primas e, conseqüentemente, da produção de gusa.

• São empregados três tipos:– caçambas,

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– caçambas,– carros (“skips cars”) ou – correias transportadoras.

• As caçambas são empregadas em altos-fornos com produção diária de até 200 toneladas.

• Elas recebem as cargas (minério coque e fundentes) de um carro balança e é elevada ao topo por um guindaste.

• O descarregamento é feito pelo fundo e o volume da caçamba varia entre 5 e 10 m3.

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Alto Forno

Perfil de um alto forno em corte vertical, mostrando as partes externas e aszonas internas.

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zonas internas.

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Sistema de transporte ao topo do alto-forno

• Os carros (“skips”) são destinados aos altos-fornos com produção diária entre 200 e 3500 toneladas.

• O sistema funciona com dois carros tracionados por cabos de aço. • O volume de cada carro varia entre 15 e 20 m3. • A figura apresenta uma representação esquemática da alimentação dos carros

transportadores.

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Alto Forno - Anel de Vento

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Escória

• A escória resulta da combinação dos minerais da canga de minério de ferro, das cinzas do coque ou do carvão vegetal e do calcário utilizado como fundente.

• Secundariamente existem outros materiais tais como: sulfetos de cálcio e manganês, etc.

• A separação do ferro é obtida a partir da reação do óxido de ferro (canga de minério) com o CO (monóxido de carbono) decorrente da combustão do carvão mineral (coque) ou do carvão vegetal. 51

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Regeneradores• Os regeneradores são as

instalações responsáveis pelo aquecimento do ar alimentado nas ventaneiras do alto-forno.

• A temperatura do ar fica entre 900°C e 1350°C.

• Os regeneradores (“cowpers”) são

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• Os regeneradores (“cowpers”) são fabricados com tijolos cerâmicos e podem possuir câmaras de combustão internas ou externas.

• O combustível empregado nos regeneradores é uma mistura do gás resultante da operação de coqueificação do carvão (gás de coqueria) e do gás que sai pelo topo do alto-forno (gás de alto-forno).

Page 53: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Sopradores

• Os sopradores são os equipamentos responsáveis pela alimentação contínua de ar aquecido para as ventaneiras do alto forno.

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forno.

• São equipamentos elétricos, cuja alimentação é feita por energia elétrica gerada dentro da siderúrgica via queima do gás de alto-forno e/ou gás de coqueria.

Page 54: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Processo Siemens-Martin

• O ferro que sai do alto-forno,denominado ferro-gusa,contém elevados teores decarbono e de impurezas.

• É retirado do alto-forno pelocarro-torpedo .

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• Há necessidade, portanto, deum processo de refino paratransformá-lo em aço deutilidade prática.

• Um dos principais processos éo Siemens-Martin , queconsiste no aquecimento, pordeterminado período, do ferro-gusa misturado com sucata deaço, em temperaturas na faixade 1650°C.

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Carro-torpedo

• O gusa líquido vazado na casa de corrida deve ser transportado para a aciaria para a conversão do ferro-gusa em aço.

• O transporte do gusa líquido é realizado por meio do carro-

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realizado por meio do carro-torpedo.

• Os carros torpedos operam sobre trilhos e sobre fundações reforçadas, sua capacidade é, normalmente, entre 200 e 250 toneladas.

• A figura apresenta o aspecto geral de um carro torpedo.

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Processos

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Page 57: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Aciaria• Tem por finalidade

transformar o ferro-gusa em aço (refino).

• Esta operação é feita em um conversor, por meio de injeção de oxigênio puro, sob alta

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de oxigênio puro, sob alta pressão, em banho de gusa líquido, com adição de sucata de aço (que ajuda no controle da composição da liga metálica e também da temperatura do metal líquido).

• Em seguida, quando o aço está na composição correta, o metal é transferido para o lingotamento contínuo.

•Conversor – tem a função de reduzir o carbono, silício e fósforo por meio de uma fonte de calor gerada pela injeção do oxigênio puro.

Page 58: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Aciaria

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Conversor-LD• O convertedor tem a forma

de um barril sendo basculado para carga ou vazamento, em torno de um eixo horizontal, acionado por conjuntos de motores e redutores.

• Para a chaparia, é utilizado

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• Para a chaparia, é utilizado um aço baixa liga ao cromo-molibdênio.

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Conversor-LD

• A composição do ferro-gusa apresenta cerca de 4% de carbono e 0,4% de fósforo que impossibilita sua conformação mecânica.

• Para converter ou transformar o ferro-gusa em aço é necessário a redução dos teores de C, P e Si.

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necessário a redução dos teores de C, P e Si.

• Os conversores são carregados com gusa líquido, sucata de aço sólida e uma escória básica.

• Oxigênio puro é injetado por meio de lanças ou pelo fundo do conversor ou ainda a combinação de ambos.

• A injeção promove a oxidação controlada do C e Si, gerando calor para carga.

Page 61: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Conversor-LD

• O processo de conversão LD foi idealizado em 1948 por Durrer (Suíça).

• Plantas em escala piloto foram testadas nas cidades de Linz e Donawitz, daí o nome LD.

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Donawitz, daí o nome LD. • Foi comercializado em 1952

pela Voest de Linz. • A figura apresenta uma

representação esquemática de uma aciaria LD, indicando a localização relativa dos equipamentos.

Page 62: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Conversor-LD

• Sua operação consiste no carregamento de sucata de aço, gusa líquido e escórias contendo CaO, CaF2 e MgO.

• As quantidades de cada componente são determinadas

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componente são determinadas por meio de balanços térmicos.

• Após o carregamento é realizada a injeção de oxigênio puro em altíssima velocidade (1,7 a 2,5 mach) em pressões entre 960 e 1250 kPa por meio de uma lança refrigerada.

Page 63: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Operação de sopro de um convertedor LD

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Conversor-LD• A ação do jato de oxigênio é parte

química (reações de oxidação de Si, C, Mn, P) e parte física (formação de uma emulsão gás-escória-metal), conforme ilustra a figura.

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Page 65: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Conversor-LD

• Após o sopro, o conversor é escorificado e o aço líquido segue para o lingotamento convencional ou contínuo ou para instalações de metalurgia de panela, conforme ilustra a figura.

O termo metalurgia de panela é empregado para denominar operações

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denominar operações metalúrgicas realizadas em panelas específicas.

Estas operações envolvem:

- Elaboração de aços-liga

- Refino sob vácuo

- Refino por meio de escória

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Esquema de um convertedor Bessemer

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Page 67: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Esquema mostrando percurso do aço na aciaria

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Lingotamento do aço líquido

• Consiste na solidificação do aço produzido no conversor LD e/ou por metalurgia de panela (aços-liga) com o objetivo de produzir lingotes para os processos de conformação mecânica.

• Existem duas variantes:

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• Existem duas variantes:– lingotamento convencional – processo em

que o aço líquido é solidificado em lingoteiras estáticas e

– lingotamento contínuo – processo em que o metal líquido é solidificado em lingoteiras refrigeradas de maneira a produzir placas ou tarugos contínuos.

Page 69: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Lingotamento Convencional

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Page 70: Princípios básicos de siderurgia (Carlos Araújo)

Lingotamento Convencional

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Lingotamento Contínuo

• Nesse sistema, o aço é transferido do conversorpara o distribuidor, e deste para o molde, no qual se inicia a

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qual se inicia a solidificação do aço, que é retirado continuamente por rolos extratores.

• O veio metálico é resfriado, sendo cortado a maçarico e transformado em esboço de placa.

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Lingotamento Contínuo

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Esquema mostrando uma máquina de molde curvo

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Esquema mostrando a Máquina de lingotamento contínuo 1 da CST

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Taxa de resfriamento do molde e resfriamento secundário

• O resfriamento do veio tem a finalidade de acelerar a solidificação do aço, fortalecer a pele solidificada e refrigerar a máquina.

• A taxa de resfriamento do aço influencia nas propriedades metalúrgicas, pois afeta a distribuição de propriedades metalúrgicas, pois afeta a distribuição de temperatura interna, uniformidade química e qualidade superficial.

• Um resfriamento inadequado contribui para a formação de trincas internas.

• O resfriamento secundário também é influenciado pelo tamanho do produto, velocidade de lingotamento e projeto da máquina.

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Produção de Lingotes

• Para caso da fundição convencional de lingotes, estes são conformados a quente em laminadores primários visando a produção de blocos, tarugos ou placas.

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produção de blocos, tarugos ou placas.

• No processo de fundição contínua, ou blocos, tarugos e placas são obtidos diretamente das máquinas de lingotamento.

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Produção de Lingotes

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Produção de Lingotes

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Produção de Lingotes• Os blocos:

– são produtos de seção quadrada ou pouco retangular cujas dimensões variam de 150 x 150 mm até 300 x 300 mm. São conformados a quente para perfis estruturais (vigas I, U, T) ou trilhos ferroviários.

• Os tarugos:– possuem seção quadrada ou circular com dimensões que variam de

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– possuem seção quadrada ou circular com dimensões que variam de 50 x 50 mm até 125 x 125 mm. São conformados a quente em barras de diferentes seções transversais, arames ou ainda, tubos sem costura.

• As placas:– são produtos de seção retangular cuja espessura varia de 50 a 230

mm e largura entre 610 e 1520 mm. São conformadas a quente em dois tipos de produtos: chapas grossas para a indústria naval ou chapas laminadas a quente com espessuras de até 3,5 mm.

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Laminação• Consiste na redução da área

da seção transversal, com conseqüente alongamento, do produto recebido do lingotamento, para conformá-lo na apresentação desejada (chapas grossas, finas, perfis....).perfis....).

• Dependendo da espessura, as chapas podem ser fornecidas sob a forma de bobinas, mas este acondicionamento pode não ser adequado ao uso em perfis soldados, pois as chapas têm a tendência de retornar a sua posição deformada na bobina, por ocasião da soldagem dos perfis.

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Laminação

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Laminação

• Após a laminação, conforme o grau de exposição da chapa ou do perfil laminado, as diferentes velocidades de resfriamento levam ao aparecimento de tensões permanentes nos laminados, que recebem o nome de tensões

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laminados, que recebem o nome de tensões residuais.

• Em chapas, por exemplo, as extremidades resfriam-se mais rapidamente do que a região central, contraindo-se; quando a região central resfria-se, as extremidades, já solidificadas, a impedem de contrair-se livremente.

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Ensaio de Tração Uniaxial• O Ensaio de Tração é amplamente

utilizado para o levantamento de informações básicas sobre a resistência dos materiais e como um teste de aceitação de materiais que se faz pelo confronto das propriedades determinadas pelo ensaio e ajustes especificados em projeto.

• O ensaio consiste na aplicação de

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• O ensaio consiste na aplicação de uma carga uniaxial crescente a um corpo de prova especificado, ao mesmo tempo em que são medidas as variações no comprimento e área seccional.

• Pode ser feito para uma dada temperatura ou para uma faixa de temperaturas em que o vaso vai operar.

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Ensaio de Tração Uniaxial• Para os trabalhos de

laminação a quente, a curva se desloca para direita e para baixo, o que facilita o processo de conformação.

• Como a curva tensão-deformação se desloca para a direita e para baixo quando a

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deformação se desloca para a direita e para baixo quando a temperatura se eleva, para um mesmo esforço aplicado (tensões) teremos mais deformações.

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Perfis Laminados (NBR 8800)

• São aqueles em que o material proveniente do lingotamento contínuo, passa por laminadores com cilindros

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com cilindros conformadores que vão esboçando os perfis por meio de uma sucessão de passes.

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Perfis Laminados

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Aplicações

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