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Pró-Reitora Acadêmica Escola de Negócio MBA em Gestão de Cooperativas Trabalho de Conclusão de Curso ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COOPERATIVA AGRÍCOLA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO SÓCIO ECONÔMICO DO NÚCLEO RURAL TAQUARA Autor: Cairo da Rocha Rezende Orientador: MSc. Paulo Roberto Corrêa Leão Examinador: MSc. Remy Gorga Neto Brasília DF 2015

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Pró-Reitora Acadêmica Escola de Negócio

MBA em Gestão de Cooperativas Trabalho de Conclusão de Curso

ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COOPERATIVA AGRÍCOLA PARA A

AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO SÓCIO ECONÔMICO DO

NÚCLEO RURAL TAQUARA

Autor: Cairo da Rocha Rezende Orientador: MSc. Paulo Roberto Corrêa Leão

Examinador: MSc. Remy Gorga Neto

Brasília – DF 2015

CAIRO DA ROCHA REZENDE

ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COOPERATIVA AGRÍCOLA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO

SÓCIO ECONÔMICO DO NÚCLEO RURAL TAQUARA.

Artigo apresentado ao curso de especialização Lato Sensu MBA em Gestão de Cooperativas da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão de Cooperativas. Orientador: MSc. Paulo Roberto Corrêa Leão.

Brasília

2015

Artigo de autoria de Cairo da Rocha Rezende, intitulado ESTUDO DE

CASO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COOPERATIVA AGRÍCOLA PARA A

AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO SOCIO ECONÔMICO

DO NÚCLEO RURAL TAQUARA apresentado como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de Cooperativas da Universidade

Católica de Brasília, em 27 de novembro de 2015, defendido e aprovado pela

banca examinadora abaixo assinada:

Professor MSc. Paulo Roberto Corrêa Leão Orientador

Pós-graduação MBA em Gestão de Cooperativas - UCB

Professor MSc. Remy Gorga Neto Examinador

Pós-graduação MBA em Gestão de Cooperativas - UCB

Brasília 2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter concedido a graça de estar concluindo esta etapa na minha vida.

A minha esposa Kamille Katsumi Ramos Kodama pelo apoio e compreensão quando precisei me ausentar.

Ao meu orientador mestre Paulo Roberto Corrêa Leão pela paciência na orientação deste trabalho.

Agradeço em especial ao SESCOOP/DF e ao sistema SICOOB pela oportunidade que foi me dada para fazer essa pós-graduação.

“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”. Charles Chaplin

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ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COOPERATIVA AGRÍCOLA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO

SÓCIO ECONÔMICO DO NÚCLEO RURAL TAQUARA.

CAIRO DA ROCHA REZENDE

Resumo: A cooperativa agrícola é verdadeiro diferencial nas práticas atuais de globalização e no compromisso com a sociedade que a cerca, tendo assim, a necessidade de integrar os associados na direção do bem coletivo. Para tanto, este estudo teve como objetivo principal demonstrar e evidenciar o crescimento sócio econômico da região do Núcleo Rural Taquara após a implantação da Cooperativa agrícola. Além destes, demonstra se que a implantação de uma cooperativa agrícola na região de Planaltina – Distrito Federal possibilitou maior visibilidade política; a cooperativa se fortaleceu criando um melhor resultado na comercialização dos produtos; aumentou o quadro de associados tornando-se mais sólida; e se com esse aumento da estrutura, gerou mais empregos diretos, o impacto sócio econômico na região foi maior, melhorando o desenvolvimento como um todo. Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica e documental. Palavras chave: Cooperativa Agrícola. Agricultura familiar. Desenvolvimento Sócio Econômico. 1 INTRODUÇÃO

As cooperativas agrícolas que procuram manter-se no mercado devem ao mesmo tempo afinar-se a um cenário de negócios cada vez mais competitivo e instável, sem esquecer as questões sociais e econômicas da região. Neste sentido, tais cooperativas devem criar métodos e procedimentos para lidar com os problemas sociais, mediante o apoio dos associados e de toda a comunidade.

Apesar de não ser recente o tema e de já ter sido tratado, por muitos no passado, como uma questão ideológica de grupos sociais que não aceitavam a sociedade moderna e capitalista, a preocupação com o desenvolvimento sócio econômico de uma região assume hoje uma importância cada vez maior para as cooperativas agropecuárias (SANCHES, 2000).

O presente estudo teve como objetivo principal demonstrar e evidenciar a importância da cooperativa agrícola para a agricultura familiar e o desenvolvimento sócio econômico do Núcleo Rural Taquara e qual a contribuição que trouxe para toda a região. Espera-se a partir dos resultados da pesquisa responder algumas indagações sobre os pontos como: verificar se com a criação de uma cooperativa agrícola aumentou a comercialização da produção dos agricultores familiares da região; analisar se a cooperativa se fortaleceu com aumento do quadro de associados; observar se houve aumento no quadro de funcionários gerando emprego e renda para a comunidade; verificar se com a criação da cooperativa houve aumento de estabelecimento empresarias na comunidade. Os resultados serão a base para nortear as tomadas de decisões no sentido de melhorar os investimentos sociais da empresa.

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A escolha deste tema é muito interessante, porque o autor faz parte da cooperativa agrícola e acompanha o processo de transformação sócio econômica da região, e dia após dia visualiza a necessidade de aprofundar e discutir o tema para servir de fonte de consultas para o conhecimento e desenvolvimento da comunidade. Diante disso decidiu fazer esse estudo de caso, na Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina.

Diante desse fato, pode-se realizar o seguinte questionamento: Quais os impactos sócio econômicos com a criação de uma cooperativa agrícola para a comunidade e a agricultura familiar da região do Núcleo Rural Taquara?

Neste trabalho, foi empregado o método de pesquisa bibliográfica e documental, com consulta a livros, artigos, internet, documentos da cooperativa que ressaltam suas teses sobre o objeto de estudo. Além do cunho administrativo a presente pesquisa ainda tem relevância social e acadêmica na área específica de cooperativas e ou de outros pesquisadores que tenham interesse em compreender sobre cooperativas agrícolas.

Este artigo está dividido da seguinte forma: Introdução que é o resumo do que se vai falar no desenvolvimento do trabalho, referencial teórico, metodologia, resultados e considerações finais. 2 REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Vergara (2009, p. 29), este tópico possui como finalidade “apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o problema, já realizados por outros autores”.

Desta forma, pode-se tomar conhecimento de abordagens que já existem sobre o assunto e oferecer contextualização e consistência sobre os temas.

2.1 COOPERATIVISMO

Segundo Menezes (2004, p. 107): A cooperativa é uma associação de pessoas; autônoma e aberta. Seus membros, na ajuda mútua e solidariedade, desejam encontrar soluções para seus problemas comuns e realizar suas aspirações. (MENEZES, 2004, p. 107).

2.2 COOPERATIVISMO - CONCEITO E ORIGEM

Cooperativismo é a doutrina que preconiza a colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens comuns em suas atividades econômicas. O associativismo cooperativista tem por fundamento o progresso social da cooperação e do auxílio mútuo segundo o qual aqueles que se encontram na mesma situação desvantajosa de competição conseguem, pela soma de esforços, garantir a sobrevivência. Como fato econômico, o cooperativismo atua no sentido de reduzir os custos de produção, obter melhores condições de prazo e preço, edificar instalações de uso comum, enfim, interferir no sistema em vigor à procura de alternativas a seus métodos e soluções. O Congresso de Praga de 1948 definiu a sociedade cooperativa nos seguintes termos págs. 19-20:

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“Será considerada como cooperativa, seja qual for a constituição legal, toda a associação de pessoas que tenha por fim a melhoria econômica e social de seus membros pela exploração de uma empresa baseada na ajuda mínima e que observa os Princípios de Rochdale.”

Tais princípios são sete: adesão livre, administração democrática, retorna da

proporção das compras juro limitado ao capital neutralidade política e religiosa pagamento em dinheiro a vista; e fomento da educação cooperativa.

Esses princípios declarados em 1844 foram a base dos estabelecidos em 1966 pela Aliança Cooperativa Internacional e resumem-se em: adesão livre; gestão democrática; taxa limitada de juro ao capital social; sobras eventuais aos cooperados, que podem ser destinadas ao desenvolvimento da cooperativa, aos serviços comuns e aos associados, proporcionalmente a suas operações; neutralidade social, política, racial e religiosa; ativa colaboração das cooperativas entre si e em todos os planos, local, nacional e internacional; constituição de um fundo de educação dos cooperados e do público em geral.

Uma cooperativa é uma sociedade cujo capital é formado pelos associados e tem a finalidade de somar esforços para atingir objetivos comuns que beneficiem a todos. Há muitos tipos de cooperativas. Algumas têm como finalidade a comercialização de bens produzidos por seus membros. Essas são as chamadas cooperativas de produção. Outras têm a finalidade de comprar bens de consumo e revendê-los a seus associados a preços mais baratos que os do mercado; são as cooperativas de consumo. Outras fornecem recursos financeiros aos seus associados; chamam-se cooperativas de crédito. Outras, finalmente podem prestar serviços, como transporte de carga, abastecimento de água, distribuição de energia elétrica; são as cooperativas de serviço.

Os homens vêm trabalhando em conjunto, desde os tempos primitivos, na colheita e na produção de bens. Alguns homens defenderam a ideia de que todos os frutos do trabalho comum deveriam ser repartidos igualmente. Outros argumentam que todas as vezes que esse sistema foi tentado os trabalhadores perderam o estímulo pelo trabalho, ficaram desinteressados e insatisfeitos. Robert Owen, fabricante inglês do final do século XVIII e início do XIX, foi a primeira pessoa no mundo moderno a tentar organizar uma empresa destinada a beneficiar os empregados e consumidores. Não obteve grande sucesso. No mesmo período, William King, médico inglês, recomendou aos operários que possuíssem suas próprias máquinas. A ONU decretou o ano de 2012 como o ano Internacional das Cooperativas. 2.2.1 O Cooperativismo agrícola no Brasil

As Cooperativas Agrícolas atualmente são consideradas a chave para reduzir a fome e a pobreza, além de ser a grande oportunidade para o pequeno agricultor.

As ações das cooperativas agrícolas são importantes mecanismos de garantia de segurança alimentar e redução da pobreza. Elas beneficiam diretamente o pequeno agricultor ao aumentar seu poder de negociação e a capacidade de compartilhar recursos, informam a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP). As três agências lançaram no dia 31 de outubro o Ano Internacional das Cooperativas 2012 (IYC, na sigla em inglês), em Nova York.

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As agências ressaltaram que não se deve subestimar a importância das cooperativas para vida dos agricultores e suas famílias. Fortalecidos dentro um grupo maior, os agricultores têm condições de negociar contratos melhores e preços mais justos para insumos como sementes, fertilizantes e equipamentos. Além disso, as cooperativas oferecem condições que os agricultores dificilmente aproveitariam individualmente, como a garantia do direito à terra e melhores ofertas de mercado.

Desde associações de pequeno porte até em contratos milionários em escala global, as cooperativas operam em todos os setores da economia, contam com mais de 800 milhões de associados e garantem 100 milhões de empregos no mundo - 20% a mais do que as empresas multinacionais. Em 2008, as 300 maiores cooperativas do mundo movimentaram cerca de U$ 1,1 trilhão, cifra comparável ao PIB (Produto Interno Bruto) de muitas economias de grande porte.

O setor agrícola, que inclui também silvicultura, pesca e pecuária, é a principal fonte de renda e emprego nas áreas rurais, onde a maior parte da população pobre e faminta vive. Ao gerar emprego no campo, as cooperativas desempenham um papel importante no apoio aos pequenos produtores - homens e mulheres - e grupos marginalizados.

As cooperativas oferecem oportunidades de mercado ao pequeno produtor, formação na gestão de recursos naturais, acesso à informação, tecnologia, inovação e serviços de extensão agrária. Em muitos países, a FAO oferece sementes de qualidade e fertilizantes aos produtores e cooperativas agrícolas e trabalha em conjunto na aplicação de práticas agrícolas mais sustentáveis e produtivas.

Assim, o pequeno agricultor pode garantir a própria subsistência e a segurança alimentar das comunidades, além de aumentar sua participação na economia e ajudar a cobrir a demanda crescente por alimentos nos mercados locais, nacionais e internacionais.

No Brasil, as cooperativas foram responsáveis por 37,2% do PIB agrícola e de 5,4% do PIB nacional em 2009, garantindo cerca de U$ 3,6 bilhões em exportações.

As três agências da ONU irão promover o crescimento das cooperativas agrícolas: apoiando iniciativas para entender melhor o funcionamento das cooperativas e avaliar seu impacto no desenvolvimento econômico e na vida do pequeno agricultor. Um exemplo é a base de dados da FAO de boas práticas em inovações institucionais;

Apoiando as cooperativas na formação de redes que permitam aos agricultores reunir ativos e competências para superar barreiras de mercado e outras limitações como a falta de acesso aos recursos naturais;

Auxiliando governos na implementação de políticas, leis e projetos que levem em consideração as necessidades de homens e mulheres no campo e criem um ambiente adequado para o crescimento das cooperativas agrícolas;

Fortalecer o diálogo e a cooperação entre governos, cooperativas agrícolas, comunidade internacional de pesquisadores e representantes da sociedade civil para avaliar as melhores condições de desenvolvimento das cooperativas no mundo.

Durante 2012 e nos anos subsequentes, as agências estarão comprometidas no apoio às cooperativas, consideradas um modelo de negócio viável e adaptável às necessidades das comunidades rurais dos países em desenvolvimento.

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2.2.2 A origem da COOTAQUARA

O Núcleo Rural Taquara, localizado na Região Administrativa de Planaltina-DF, localidade que hoje é reconhecida como um dos principais polos de produção de hortaliças do Distrito Federal, e um dos mais importantes do país em produção de pimentão, pois se caracteriza pelo emprego de tecnologias de ponta, tais como irrigação localizada, cultivo protegido e pela bem sucedida organização dos produtores, através da cooperativa local, apresentando consequentemente, boas condições de vida para os habitantes, oferta de emprego, perspectivas de renda, principalmente aos jovens rurais. Condição esta estendida nas regiões vizinhas, coparticipantes do processo, tais como o Núcleo Rural Pipiripau.

Sua história remete a 1997, ano de crise na olericultura regional, com a criação de uma associação de produtores com o objetivo de comercializar diretamente a produção, procurando garantir pelo menos o recebimento dos produtos comercializados. Ficaram evidentes, neste período, as dificuldades dos pequenos agricultores em comercializar a produção junto aos canais tradicionais (CEASA) e aos atacadistas, seja pela pequena oferta, sazonalidade da produção, falta de meios de transporte, custos de comercialização entre outros, e a consequente pobreza da maioria da população local, hoje facilmente visíveis nos chamados cinturões verdes do país.

Após reuniões e discussões diversas, decidiu-se pela criação da Associação dos Horticultores da Taquara e Pipiripau (ASHORT), nascida com sete sócios, pequenos agricultores familiares. Iniciou-se a experiência da venda conjunta, do aprendizado coletivo, inicialmente no aspecto organização enquanto entidade e na sequência, no relacionamento entre os agricultores.

Com o incremento das atividades da associação, foi necessário transformá-la em cooperativa, contando com investimentos dos agricultores e apoio do governo.

3 METODOLOGIA

Segundo Vergara (2009, p. 42) o método “se refere aos instrumentos de captação ou de manipulação da realidade. Está, portanto, associado a caminhos, formas, maneiras e procedimentos para atingir determinado fim”.

Cervo e Bervian (2002, p. 24) dizem:

Entretanto, no sentido estrito (metodologia científica), é o conjunto de técnicas e procedimentos utilizados na geração de conhecimentos científicos e também na organização do trabalho investigativo de maneira que valorize e tornem eficientes seus resultados. O método concretiza-se como o conjunto das diversas etapas ou passos que devem ser dados para a realização da pesquisa. (CERVO e BERVIAN, 2002, p. 24).

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Foi realizada uma pesquisa delimitada a uma cooperativa agrícola do Distrito Federal, caracterizada como estudo de caso. E para técnica de coleta de dados foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica e documental, com consultas em livros, artigos, internet, documentos da cooperativa que ressaltam suas teses sobre o

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objeto de estudo deste trabalho, como por exemplo: relatório de gestão, estatuto social, normas dentre outros.

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. (GIL, 2002, p. 54).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 112) “universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que representam pelo menos uma característica em comum”.

A cooperativa escolhida para realizar o estudo de caso foi a Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina, é uma cooperativa agrícola, fundada em 03/01/2001, ligada ao Sindicato e Organização das Cooperativas do Distrito Federal – OCDF, sem fins lucrativos, criada pela Lei 5.764/71 (Legislação Cooperativista), a qual representa e defende os interesses de seus cooperados na comercialização de frutas, verduras, legumes e insumos agrícolas. 3.3 INDICADORES

Para a realização deste trabalho, foram analisados vários indicadores, como: número de associados, número de empregados, quantidade de veículos, número de comércios, dentre outros.

4 RESULTADOS

A Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina-DF (COOTAQUARA) iniciou suas atividades em janeiro de 2001, com 21 cooperados. Atualmente, conta com um total de 269 (duzentos e sessenta e nove) cooperados, número crescente, além de pelo menos outros 300 agricultores agregados, tais como parceiros e meeiros. Citado crescimento se dá pela solidez apresentada pela cooperativa estudada ao comercializar e repassar toda a produção da região.

Analisando os indicadores apresentados na tabela e nos gráficos relacionados abaixo, percebeu-se a importância da cooperativa agrícola na área rural diante do volume de hortaliças comercializadas no ano de 2014.

No ano de 2014, a cooperativa comercializou a produção de seus cooperados em torno de 4.555.424 (quatro milhões, quinhentos e cinquenta e cinco mil, quatrocentos e vinte e quatro) kg/ano. Como apresenta o Gráfico da Figura1.

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Figura 1 - Principais indicadores de venda de produção de seus cooperados

Fonte: SITE COOTAQUARA

Percebe-se a partir da analise desses indicadores de comercialização

apresentados na Figura 2, que as vendas geram direta e indiretamente para os agricultores familiares diversas oportunidades de negócios, fazendo com que haja investimentos em qualificação de mão de obra, aquisição de equipamentos agrícolas, investimentos bancários, tudo isso com o intuito de melhorar a economia da região do Núcleo Rural Taquara.

Com esses dados apresentados nota-se que a Cooperativa Agrícola no mês de Julho obteve o maior volume do ano, mais de 422 (quatrocentos e vinte e dois) mil quilos foram comercializados, composto por meio de 52 (cinquenta e dois) diferentes produtos como listado no Quadro 1.

Quadro 1 - Produtos comercializados.

PRODUTO

ABACATE LIMAO

ABOBORA BAIANA MANDIOCA

ABOBORA BRASILEIRA MANGA

ABOBORA ITALIA MARACUJA

ABOBORA JAPONESA/CABUTIA MAXIXE

ABOBORA MORANGA MILHO VERDE

ALFACE PEPINO CAIPIRA

BANANA NANICA PEPINO COMUM

BANANA PRATA PEPINO JAPONES

BATATA DOCE PIMENTA CAMBUCI

BATATA YACON PIMENTA DE CHEIRO

BATATINHA PIMENTA DEDO DE MOCA

BERINJELA PIMENTAO AMARELO

BETERRABA PIMENTAO MISTO

BROCOLIS PIMENTAO ROXO

CARA PIMENTAO VERDE

CEBOLA PIMENTAO VERMELHO

CENOURA QUIABO

CHUCHU REPOLHO ROXO

COUVE MANTEIGA REPOLHO VERDE

COUVE-FLOR TANGERINA PONCAN

ERVILHA TOMATE CAQUI

FEIJÃO VERDE TOMATE CEREJA

GENGIBRE TOMATE EXTRA

INHAME TOMATE ITALIANO

JILO VAGEM

Fonte: O próprio autor.

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O ingresso de novos associados (agricultores familiares) representa

diretamente o aumento na quantidade e variedade de produtos a serem oferecidos no mercado de consumo, fato que contribui para o fortalecimento da cooperativa e de toda a comunidade.

O aumento de novos associados tem impacto direto e positivo na geração de empregos, que por sua vez é o componente de maior expressão do impacto sócio econômico na região.

Diante desses resultados, podemos demonstrar a importância da cooperativa agrícola para a agricultura familiar e o crescimento sócio econômico do Núcleo Rural Taquara, pois abrange mais pessoas com o mesmo objetivo de produzir e comercializar suas produções, com isso há aumento das receitas e movimentos financeiros. Todas as hipóteses foram respondidas através da análise dos gráficos e tabelas.

Nota-se que teve aumento na comercialização de produtos, pois novos associados entrando gera novas oportunidades de negócios e a evolução constante dos indicadores demonstra que a cooperativa se fortaleceu e teve melhoria nos resultados. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se a partir dos resultados apresentados nesse estudo que foi importante a criação de uma cooperativa agrícola para a agricultura familiar e o desenvolvimento sócio econômico da região, pois ela conseguiu gerar novos empregos e oportunidade de negócios no âmbito rural, contribuindo para a comunidade prosperar financeiramente, socialmente e ambientalmente.

Os termos agricultura familiar cooperativa e integração social junto propiciam o desenvolvimento da região e da comunidade. Com esse pensamento a Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina luta em prol da integração social entre escola, igreja, comércio, policia, dentre outros.

Diante do crescimento dos indicadores, um fator relevante foi o aumento constante de números de associados, esse crescimento é muito importante para a manutenção dos trabalhos sociais da cooperativa, uma vez que há maior número de pessoas trabalhando em prol do crescimento da região. Finalizamos afirmando que sem a Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina, a agricultura familiar estaria aquém da importância que já ostenta.

5.1 TRABALHOS FUTUROS

Tomando com base o estudo realizado sugere-se que a cooperativa continue comercializando a produção dos agricultores familiares, pois gera emprego, que gera melhorias na comunidade.

Em relação ao investimento, sugiro realizar trabalhos para expandir o cooperativismo agrícola na região e buscar parcerias em associações e comunidades vizinhas para buscar novos associados e oportunidades para novos negócios.

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6 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

CASE STUDY ON THE IMPORTANCE OF AGRICULTURAL COOPERATIVE FOR FAMILY FARM AND DEVELOPMENT SOCIO

ECONOMIC CORE RURAL bamboo.

CAIRO DA ROCHA REZENDE

Resume: The agricultural cooperative is true differentiator in the current globalization practices and commitment to the society that surrounds it, thus, the need to integrate members toward the collective good. Therefore, this study aimed to demonstrate and highlight the socioeconomic growth of Rura l Taquara Nucleus region after the implementation of Agricultural Cooperative. Apart from these, it shows that the implementation of an agricultural cooperative in the region Planaltina - Federal District allowed greater political visibility; the cooperative strengthened creating a better result in the commercialization of products; increased the associated frame becoming solid; and with this increase the structure, generated more direct jobs, the social economic impact in the region was higher by enhancing the development as a whole. This work was conducted through a bibliographic and documentary research. Keywords: Agricultural Cooperative. Family farming. Socio Economic Development. 7 REFERÊNCIAS

CERVO, Amado Luiz. BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 5ª ed, São Paulo: Prentice Hall, 2002. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. IRON, João Eduardo Oliveira. Cooperativismo e economia social. São Paulo, Editora STS, 1997. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metologia do trabalho científico. 7ª ed. São Paulo: Altlas, 2011.

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LEI Nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5764.htm>; acesso em 23/11/2015 às 02h20. MILADENATZ, Gromoslav. História das Doutrinas Cooperativistas. Tradução de José Carlos Castro et al. Brasília: Confebrás, 2003. STOBERL, Paulo Roberto. O ato cooperativo nos ramos do cooperativismo: ramo agropecuário. In: KRUEGER, Guilherme (Org). Ato cooperativo e seu adequado tratamento tributário. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo, Editora Atlas, 2009. DE OLIVEIRA, Manuella Carolina Costa. “COOPERATIVISMO AGRÍCOLA: UM INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR? O CASO DA COPAG”. Disponível em:< http://www.sober.org.br/palestra/15/761.pdf>. Acesso em: 23/10/2015. KRUGER, Luciano. “A importância do cooperativismo de crédito para a agricultura familiar e o desenvolvimento rural: Estude de caso na cooperativa de crédito CRESOL BOA VISTA no município de São Lourenço do Sul”. Disponível em < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/52454>. Acesso em: 23/10/2015. GONCALVES, Jackson Eduardo. “HISTÓRICO DO MOVIMENTO COOPERATIVISTA BRASILEIRO E SUA LEGISLAÇÃO: UM ENFOQUE SOBRE O COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO”. Disponível em: < http://www.sober.org.br/palestra/2/955.pdf>. Acesso em: 23/10/2015. Cooperativas Agrícolas, a chave para reduzir a fome e a pobreza – Disponível em: < https://www.fao.org.br/cacrfp.asp> . Acesso em 23/11/2015. http://www.cootaquara.com.br/. Acesso em: 20/11/2015.