PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA
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SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO _______________________________________________ 4
2MATERIA-PRIMA ____________________________________________6
2.1 MALTE DA CEVADA _________________________________________6
2.2AGUA _________________________________________________________8
2.2 LUPULO______________________________________________________8
2.3 LEVEDO _____________________________________________9
2.4 OUTROS INGREDIENTES___________________________10
3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO_____________________________11
3.1 MALTAGEM __________________________________________________11
3.2 FERMENTAÇÃO _____________________________________________12
3.3 MATURAÇÃO _________________________________________13
3.4 FILTRAÇÃO ______________________________________________13
3.5 CARBONATAÇÃO_______________________________________13
4 ENVASE _____________________________________________13
4.1 EMBARRILAMENTO_______________________________________14
4.2 ENGARRAFAMENTO________________________________________14
4.3ENLATAMENTO __________________________________________14
4.4 PAUSTERIZAÇÃO __________________________________________15
4.5 REFERMENTAÇÃO _________________________________________15
5 VANTANGENS E DESVANTAGENS _____________________________15
6 CONCLUSÃO _________________________________________________17
7 REFERENCIAS _________________________________________________18
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1. Introdução
Com base nos padrões das plantações dos antigos habitantes da mesopotâmia e
do crescente fértil que eles eram provavelmente produtores de uma espécie de cerveja
no ano 9000 a.c,embora a evidência direta mais recente venha dos resíduos em
fragmentos de cerâmica encontrados na província chinesa de Hunan, datados de 2 mil
anos mais tarde.
Pelo ano 300. a.c, parece-nos que os produtos egípcios haviam determinado que
a cevada era o melhor grão para produzir cerveja e desenvolveram formas grosseiras de
produzir malte. Também sabemos que os celtas produziam com cevada, trigo e aveia em
2000 a.c.
A produção de cerveja era originalmente uma busca doméstica, freqüentemente
feita por mulheres, durante a produção de pão. Mesmo as antigas cervejarias geralmente
empregavam mulheres para supervisionar as receitasse a produção.
Apraga dos antigos produtores era a oxidação. O contato com o ar rapidamente
transforma o álcool em doce, e extratos de grãos fermentados se tornam enjoativos
aldeídos e ácidos orgânicos azedos. Produtores de cerveja buscaram por séculos atrasar
esse processo usando misturas de ervas chamadas grut(ou ainda gruit e gruut).Alguns
fornecedores , tais como aqueles de Bruges nos tempos mediáveis , tornaram –se
imensamente ricos. Inclusive os que alegavam a presença de efeitos de saúde ou
afrodisíacos em suas receitas, apesar da limitada utilidade de seus produtos.
Empregados por boticários por séculos para adicionar amargor perfumado a
antigos remédios, os lúpulos podem ter sido usados também na produção de cerveja.
Como contêm antioxidantes que diminuem a acidificação e anticépticos que reduzem os
fungos e outras infecções, tornaram-se remédio ideal dos produtores, tendo seu uso
espalhado pela Europa a partir da Boêmia entre os séculos 11e 14.
Antes de serem entendidas como micro-organismos vivos, as leveduras,
capturadas em suspensão gotejante, pasta grossa ou grânulos secos, eram reverenciados
como um presente de Deus, que fazia a massa de pão crescer antes de ser assada e
transformava o ralo mingau em uma ale intoxicante.
Embora a cerveja sempre tenha apresentando variações em sua composição por
causa de circunstancias e tradições locais, a partir século 17 produtores começaram
imitar estilos e modas particulares. Os novos fornos de coque permitiram o preparo de
maltes levemente cozidos, o que propiciou a produção da pale ale.No século 18,
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Londres presenciou a criação da primeira porter e depois da stout.Em 1842, uma
cerveja clara e armazenada no gelo foi feita pela primeira vez em Pilsen, ao sul da
Boêmia.
A revolução industrial tornou possível a produção em quantidades cada vez
maiores, enquanto a era do vapor trouxe transporte mais rápido por terra e mar,
possibilitando que a mesma cerveja fosse disponibilizada em vastas áreas e, atémesmo,
em outros continentes.
Em 1862, o micro biólogo Louis Pasteure seus colegas inventaram um processo
que permitia eliminar as pequenas criaturas que tanto podiam dar sabor á cerveja como
arruinar. Isso afastou os produtores das ales vinosas envelhecidas em carvalho, e eles
então se concentraram em fazer ales mais doces e estéreis.
Nunca houve tanta atividade de produção de cerveja em todos os continentes
como existe atualmente. A produção doméstica ocorre até mesmo em estações de
pesquisa na Antártica. E nossos antepassados não testemunharam uma diversidade tão
impressionante de estilos de cerveja, depilsners a porters e ale vermelhas de arroz, a
recriações de cervejas da antiguidade, nem a facilidade de acesso a ales e lagers
sofisticados, de países distantes.
Para ilustrar como a produção de cervejas tornou-se popular, estimamos que o
século 21 ostentasse mais de 10 mil cervejarias por todo o mundo, produzindo mais de
60 mil cervejas regularmente. Esses são números impressionantes.
Como se poderia prever, essas situações resultou se em um abismo crescente
entres as grandes e pesadas cervejeiras e aquelas pequenas e ágeis. Em vez dos
interesses das grandes empresas suprimirem os das menores, descobrimos que são os
pequenos produtores de cerveja que lideram o movimento, guiando a indústria -
incluindo, em muitos casos, as multinacionais em avanços inventivos e, com freqüência,
revolucionários.
De fato, tal é o sucesso de cervejas artesanais, em pequena escala, que o mundo
da cerveja tornou- se algo sem forma, e defini-lo é uma tarefa semelhante a desenhar um
trem em alta velocidade.
Por 10 mil anos, a cerveja já foi considerada um gênero alimentício intoxicante,
promovida como protetora da saúde pública, usada como um meio de tranqüilizar os
trabalhadores, fonte lucrativa de impostos e foco de negócios globais. Apenas
recentemente, desde que quase a perdemos, devido ás guerras, á industrialização e a
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diversas formas de lei seca, a cerveja tornou-se uma bebida a ser apreciada e explorada
de sua própria maneira.
O trabalho que vai ser apresentando tem o objetivo de relatar o processo da
cerveja desde o surgimento até entrega para os consumidores, ressaltando seus
processos de forma clara e objetiva, pois a cervejas e produzidas localmente em todos
os lugares. É claro que as marcas mais comuns estarão nas prateleiras de lojas ou nas
cartas de cervejas dos bares.
Atualmente as cervejas estão presentes em praticamente todos os aspectos da
vida social, e raramente alguém bebendo uma cerveja tem o aturar o desprezo daqueles
que consomem vinho. Cervejas são atrativas, gastronômicas e sociais como sempre
foram, alem de ser um assunto no qual vale a pena conversar e a ler.
2. Matéria- prima
As bebidas alcoólicas resultantes de fermentação de açucares não originários de
grãos ou mesmo que usem cereais, mas não utilizem ao menos 20% de malte de cevada
não podem não podem ser chamadas de cerveja, ainda que apliquem o mesmo processo
bioquímico.
Pela Lei da Pureza da Cerveja Alemã, as cervejas deveriam conter apenas malte
de cevada, lúpulo, água e levedo. Mas a cerveja é uma bebida bastante versátil: permite
muitas possibilidades de variação quanto aos ingredientes utilizados, à proporção entre
eles, o grau de maltagem do cereal, o tipo de lúpulo, o tipo de fermentação, a
temperatura e a duração das etapas do processo e as formas de armazenamento e envase.
2.1 Malte de cevada
A cerveja deve ser produzida obrigatoriamente de cevada, mas às vezes, podem
ser acrescentados a ela outros cereais, como trigo, aveia, arroz, milho, embora estes
sejam bem mais difíceis de maltar.
O grão de cevada é muito parecido com o trigo. Na composição da cerveja, ele é
a principal fonte de amido, cuja estrutura é modificada durante o processo de maltagem
(conversão do cereal natural em malte). Esse amido é convertido em açúcares, tais como
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maltose e glicose, na produção do mosto, durante a primeir fase de preparo da bebida.
Mais tarde, o fermento irá converter os açúcares fermentáveis em álcool e gás
carbônico.
Maltagem
O processo de maltagem transforma o cereal em malte e é fundamental para a
qualidade e a personalidade da cerveja. A composição do mate é responsável pela cor e
pelo paladar da bebida. Também influi indiretamente na espuma e no corpo da cerveja.
Além disso, o álcool será transformado a partir dos açúcares obtidos da transformação
do malte na fabricação do mosto. Por tudo isso, é essencial que o malte tenha boa
qualidade e seja armazenado adequadamente.
Para se conseguir o malte, os grãos de cereal são umidecidos a ponto de
iniciarem a germinação. Quando o embrião começa a germinar, produz enzimas que
quebram parcialmente o amido e as proteínas. A intensidade dessa quebra é chamada
grau de modificação do malte, e é fundamental na formação do sabor e dos aromas do
malte. Nesse ponto temos, então, o malte verde, que após a secagem ou torrefação se
tornará o malte – matéria-prima tanto na fabricação de cerveja quanto na de uísque.
Genericamente, malte de cevada fermentado produz cerveja e malte de cevada destilado
produz uísque. Utilizam-se cerca de 150 gramas de malte de cevada para cada litro de
cerveja a ser fabricada e a maioria das cervejarias prefere comprá-lo de grandes
fornecedores a produzi-lo.
Existem muitos tipos de malte, e alguns deles até recebem nomes dos estilos de
cerveja em que são mais utilizados: Lager, Pale Ale, Caramelo, Chocolate, Escuro e
Cevada Torrada.
A mistura de malte de cevada com outros cereais, maltados ou não, depende da
escolha do mestre cervejeiro em função do produto final desejado ou da escassez de
matéria-prima.
De acordo com a legistação brasileira, as cervejas são classificadas, conforme a
proporção de malte de cevada, em:
Cerveja puro malte – aquela que possui cem por cento de malte de cevada, em
peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares.
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Cerveja – aquela que possui proporção de malte de cevada maior ou igual a
cinquenta por cento, em peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares.
Cerveja com o nome do cereal predominante – aquela que possui proporção
de malte de cevada maior do que vinte e menor que cinquenta por cento, em peso, sobre
o extrato primitivo, como fonte de açúcares. O nome da cerveja de indicar o cereal que
predomina (por exemplo: cerveja de trigo).
2.2 Água
Considerando-se que mesmo as cervejas mais fortes têm 90% de água, a água é
um ingrediente importantíssimo na qualidade final do produto. Mas mesmo sendo uma
ingrediente fundamental do processo de fabricação da cerveja, não se pode dizer, hoje
em dia, que uma cerveja seja “melhor” ou mais saborosa que outra porque sua fonte de
água é mais pura. Existem, inclusive, cervejarias que produzem excelentes cervejas
mesmo com água do mar dessalinizada.
No passado, a disponibilidade de água pode ter auxiliado na criação de
determinados estilos de cerveja em algumas regiões, mas hoje minerais podem ser
removidos ou adicionados a água, para modificá-la. A suavidade e a delicadeza das
cervejas da Boêmia e, até certo ponto, das da Baviera, são incrementadas pela adição de
uma pequena porcentagem de sais na água da região.
A tecnologia permite calibrar as propriedades da água conforme as necessidades
e/ou as receitas. Mas o fabricante não despreza a importância na hora de decidir a
localização da fábrica, que exigirá pouco ou nenhum tratamento da água local.
2.3 Lúpulo
Terceiro ingrediente na formulação da cerveja, o lúpulo é utilizado em pequena
quantidade: são necessários de 40 a 300 gramas de lúpulo para produzir 100 litros do
produto final.
Embora a lei da pureza Alemã determine que o lúpulo é obrigatório, e apesar de
a sua utilização ser praticamente universal, é correto afirmar que uma cerveja que não
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contenha lúpulo continuará sendo chamada de cerveja. Ao contrário do malte, o lúpulo
não altera o teor alcoólico nem o corpo da cerveja. Sua presença é fundamental para
conferir à bebida o amargor característico da maioria das boas cervejas, tendo também
um efeito relaxante – do que se conclui que cerveja é relaxante não apenas pelo álcool.
Algumas variedades de lúpulo são usadas na cerveja para lhe conferir o aroma;
outras para dar-lhe sabor – mais ou menos amargo. Muitas vezes são empregadas com
os dois propósitos. E cada tipo de lúpulo tem sua própria combinação dessas duas
características, permitindo ao cervejeiro determinar aquela que mais convém ao seu
paladar e as exigências de seu mercado.
Alemanha, Estados Unidos, China e República Checa produzem, mas de 80% do
lúpulo mundial, segundo a FAO (food and Agricultural Organization, da Organização
das Nações Unidas).
O lúpulo também é muito sensível a pragas. Essa fragilidade tem forçado o
emprego de fensivos agrícolas sofisticados para sua proteção, o que dificulta a produção
do lúpulo orgânico e a conseqüente produção de cervejas que possam ser classificadas
como 100% orgânicas.
2.4 Levedo
O levedo é um fungo microscópio, cujo nome botânico é Saccharomyces.
Durante o processo de fermentação, consome açucares fermentáveis, como a maltose, e
produz álcool e gás carbônico.
Embora existam centenas de tipos de levedo, a maioria deles não é apropriada
para a fabricação da bebida. À exceção de alguns raros tipos de cerveja. São usadas
asSaccharomyces cerevisiae, e variantes como carlbergensis ou uvarum.
Podemos classificá-las em:
- Leveduras de alta fermentação – utilizadas em processos fermentativos entre
15° e 25°C, durante 3 a 5 dias, produzem aromas típicos frutados e alguns casos
condimentados, ocorrendo na superfície essaS leveduras sobrenadam na cerveja, na
maioria dos casos. Tem o teor alcoólico variado entre 3 a 5,5% em volume.
- Leveduras de baixa fermentação – ativas a temperaturas mais baixas,
utilizadas na maioria dos casos entre 9° e 15°C, durante aproximadamente 6 dias, para
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produzir estilos mais neutros do ponto de vista de aromas da fermentação. O teor
alcoólico é dessas bebidas varia entre 4 e 5%. A baixa fermentação é utilizada,
sobretudo em estilos menos frutados ou condimentados, como as conhecidas cervejas
douradas, leves, brilhantes e com boa espuma, as famosas Lager.
Também existem as cervejas de fermentação espontâneas, cuja fermentação
acontece espontaneamente, a partir de leveduras e bactérias presentes no ambiente. As
leveduras normalmente se concentram na superfície, como as Ale. O processo demora
de 1 a 2 anos, em temperatura ambiente. Além dos ingredientes tradicionais, como
malte de cevada e de trigo, podem utilizar frutas para diversificar seu paladar. Seu teor
alcoólico varia de 4 a 6% em volume, e sua acidez é pronunciada.
Por ser fundamental na formação de aromas na cerveja, é de uma suma
importância que a cultura de levedura seja a mais pura possível, isto é, isentas de
leveduras mutantes e de micro-organismos contaminantes, sendo fundamental a assepsia
das cervejarias.
2.5 Outros ingredientes
Adjuntos, aditivos, ervas aromáticas e frutas são freqüentemente usados como
ingredientes na fabricação da cerveja, a fim de mudar o sabor, o aroma e a cor, criando
uma característica única.
O aditivo mais comum é o açúcar, que pode ser de cana, de beterraba ou de
milho. O açúcar fermenta facilmente e pode, portanto, aumentar o teor alcoólico sem
encorpar a bebida.
São muito comuns, e já aceitas pelo consumidor, cervejas feitas com a adição de
trigo, arroz ou milho. Também já estão no gosto popular especialmente no Brasil,
aquelas às quais se adiciona corante caramelo para torná-las escuras, como é o caso das
cervejas pretas e dos chopes escuros, e da popular Malzbier.
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3.Processo de fabricação
O processo milenar de fermentação de um mosto obtido a partir do cozimento de
cereais para a obtenção da cerveja vem sendo aprimorado ao longo do tempo. A cerveja
que conhecemos hoje é resultante de um processo que vai muito além da simples
transformação de moléculas de açúcar em etanol e CO2.
O processo completo de produção inclui uma etapa que ocorre geralmente fora
da cervejaria. Algumas grandes cervejarias abrigam o ciclo completo mas essas são
exceções.
A cerveja começa a ser produzida quando se escolhe o grão que será utilizado. A
partir daí, o cereal é preparado para ter as características desejadas pelo mestre
cervejeiro.
Etapas do processo:
3.1 Maltagem
Ocorre em três etapas: a maceração, germinação e secagem. A maceração
consiste no fornecimento de oxigênio e água ao grão, dura entre 6 a 12 horas. Na
germinação a cevada sofre modificação física e química, com formação de radículas e
da acrospira e enzimas que irão quebrar o amido e as proteínas no ponto adequado para
o início da germinação, dura de 5 a 6 dias. Na secagem as radículas são eliminadas,
ocorrendo a formação dos aromas típicos do malte, também ocorre a eliminação da
umidade diminuindo o risco de mofo tornando o malte mais leve. A cevada maltada é
passada em um funil antes de ser esmagada e moída. A mistura resultante é na maioria
das vezes chamada de grain bill.
Brassagem – também chamado de fabricação do mosto, consiste em uma
seqüência de procedimentos que transformam o amido e as proteínas contidas no malte
em uma solução de açúcares e outras substâncias chamada mosto. Os principais
processos da brassagem são:
•Moagem do malte – quebrar o grão e expor o amido contido no seu exterior.
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•Mostura – adicionar água ao malte moído submetendo a diferentes
temperaturas por períodos de tempos determinados, resultando no mosto.
•Filtração do mosto – separação do líquido do bagaço do malte, seja em placas
ou em tinas de clarificação (utilizada em cervejarias de pequeno porte).
•Fervura – nesta etapa alguns aspectos são determinantes para o resultado final
da cerveja. A fervura é intensa para esterilizar o mosto e eliminar micro-organismos, é
definida a cor e o sabor da cerveja. É na fervura que é adicionado o lúpulo.
•Separação do trub e resfriamento do mosto – parte das proteínas contidas no
mosto aglutina-se durante a fervura, formando o chamado trub. Após a fervura, o mosto
passa por um processo de separação da fase da protéica (trub), usando o método da
sedimentação. O resfriamento é necessário para que o mosto atinja a temperatura
desejada para a fermentação, utilizando trocadores de calor do tipo placa.
3.2 Fermentação
A fermentação da cerveja consiste basicamente na transformação, pela levedura,
de açúcares em dióxido de carbono CO2 e etanol. Muitos outros compostos também são
formados nesta etapa, como subprodutos do metabolismo da levedura. Alguns deles
amavam aromas agradáveis e outros nem tanto. Procura-se, então, administrar a
fermentação de modo a favorecer a produção e a manutenção dos aromas desejáveis a
eliminação dos indesejáveis. Os fatores mais importantes que concorrem para isso são: a
temperatura de fermentação, a duração, a contrapressão, a escolha adequada da levedura
e a quantidade dela a ser empregada. Entre os principais compostos formada na
fermentação da cerveja estão os alcoóis superiores e os ésteres, responsáveis pelas
características frutadas que algumas cervejas apresentarão. Durante o processo de
fermentação, uma substância exerce um papel importante na formação e eliminação de
aromas: o diacetil., que é formado pela levedura ao longo do processo revelando um
aroma que lembra manteiga rançosa, sendo absorvido pela levedura no final da
fermentação. Ao término da fermentação, a levedura flocula, sedimentando ou
flutuando, dependendo da variedade. É então recolhida, podendo ser utilizada para
fermentações posteriores, desde que mantida a qualidade microbiológica.
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3.3 Maturação
Começa após a retirada das leveduras, durante esta etapa acontecem reações
físico-químicas que transformam o aspecto visual e produzem alguns aromas e sabores,
considerada por muitos o “afinamento” da cerveja. Ao iniciar-se a maturação, a maior
parte dos açúcares já foi metabolizada e transformada em álcool etílico, dióxido de
carbono, glicerol, ácido acético, alcoóis superiores e ésteres. Os cuidados na escolha da
levedura, os parâmetros de temperatura e tempo são decisivos nessa fase, contribuindo
para melhorar a qualidade da cerveja.
3.4 Filtração
Objetivo principal é da um acabamento brilhante para a cerveja. O método mais
usado é a filtração com uso de terra diatomácea ou diatomita., um mineral de origem
sedimentar, rico em sílica, constituído essencialmente por carapaças de minúsculas
algas diatomáceas, dosada de acordo com o volume de cerveja maturada, forma uma
camada filtrante que será retirada nos suportes metálicos de filtros especiais.
3.5 Carbonatação
Concluída a maturação, a cerveja pode apresentar um conteúdo de CO2 inferior
ao desejado para o produto final, nesse caso, é possível a correção injetando-se gás
carbônico na cerveja logo após a filtração, ou nos tanques de armazenamento.
4.Envase
A Envase consiste na fase de colocação da cerveja em sua embalagem final:
barris, garrafas ou latas. Esta fase é um momento critico para o produto, pois a cerveja
sai do recipiente, no ambiente controlado onde foi gestado para um ambiente externo
que pode mudar suas características. Por isso é muito importante que a assepsia das
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instalações, dos barris, das garrafas e das latas seja bem feita para garantir a qualidade e
estabilidade da cerveja. As embalagens mais usadas são barris de 25 a 50 litros, garrafas
retornáveis 600 ml e não retornáveis 300 ml e latas de 300 ml e 500 ml.
4.1 Embarrilamento
O embarrilamento é o processo da cerveja envasada em barris e é chamado de
chope. O chope se diferencia da cerveja envasada em garrafas ou latas pela ausência de
sua pasteurização o que diminui consideravelmente sua vida util. Esse processo é feito
sob baixas temperaturas (em torno de zero grau). Os barris previamente lavados e
sanitizados são pressurizados, o enchimento é feito sob pressão que normalmente utiliza
o CO2 (Gás Carbônico)ou N2 (Nitrogênio ), e às vezes uma mistura dos dois, para
favorecer a estabilidade da espuma. Cheios e lacrados os barris normalmente são
armazenados em baixas temperaturas para preservar suas características.
4.2 Engarrafamento
O engarrafamento é o processo da cerveja envasada em garrafas. O registro mais
antigo sobre uma cerveja engarrafada é do ano de 1568, na Inglaterra, mas somente
depois da invenção da tampinha de metal, foi possível o engarrafamento em larga
escala. Hoje em dia com o desenvolvimento da pasteurização, a cerveja envasada
tornou-se mais estável, o que permiti a distribuição da cerveja para localidades distantes
de onde é fabricada.
4.3Enlatamento
O enlatamento é o processo da cerveja envasada em latas. Esse processo no
inicio enfrentou alguns problemas com o revestimento das latas, que alteravam o sabor e
o aroma da bebida. Isso foi, em parte, superado pelo desenvolvimento das latas e
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revestimentos mais eficientes. As vantagens da lata em relação a garrafa são baixo
custo, maior produtividade e facilidade no transporte.
4.4 Pasteurização
A pasteurização consiste no aquecimento da cerveja em torno de 60oC, por um
curto período. Ocorre esse processo para maior estabilidade microbiológica, onde são
eliminados micro-organismos aumentando assim a vida útil da cerveja.
4.5 Refermentação na garrafa
A refermentação consiste no processo de adicionar mais açucares a cerveja, Isso
é feito no final da maturação no momento em que a cerveja vai ser engarrafada. Na
prática isso representa uma nova dose de alimentos às leveduras, o que provoca uma
nova fermentação, que enriquece ainda mais o aroma, além de carbonatar e elevar o teor
alcoólico da cerveja. Para ocorrer esse processo a cerveja não deve ser pasteurizada.
5. Vantagens e Desvantagens do Produto
Desvantagens do Produto
Antes das justificativas favoráveis à bebida, é importante lembrar que apenas o
consumo moderado e gradual é capaz de trazer efeitos benéficos para o corpo. A cerveja
pode ter benefícios, mas também prejuízos. O primeiro é quando a pessoa combina a
bebida com a direção de qualquer veículo, desde os motorizados até a bicicleta. “E isso
vale para o consumo moderado, pois as pequenas quantidades também reduzem os
reflexos”, destacou Arthur Guerra, chefe do Grupo de Álcool e Drogas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Outro efeito adverso é chamado de “barriga de cerveja”, pois seu consumo
aumenta as taxas de obesidade em homens.
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A bebida tem fortes estimulantes de secreção de ácido gástrico e pode causar
refluxo gastro esofágico – azia. Também pode levar a um aumento da pressão arterial,
causar desidratação, e reduzir a atividade no sistema nervoso central levando a uma
ressaca. Ela também tem muitos conhecidos efeitos negativos sobre o fígado e pode
causar cirrose hepática.
Vantagens do Produto
Pesquisadores do Centro de Estudos Nacionais de Desenvolvimento Infantil, na
Inglaterra, e do Centro Nacional Longitudinal de Estudos da Saúde Adolescente, nos
Estados Unidos, realizaram uma pesquisa na qual acompanharam um grupo de
adolescentes a partir dos 16 anos e constataram que aqueles que ingeriam cerveja
moderadamente na vida adulta eram mais espertos que os colegas abstêmios.
O estudo ainda ganhou respaldo com a pesquisa da American Journal of
Epidemiology que descobriu que a cerveja aumenta a vascularização cerebral e,
conseqüentemente, melhora a função cognitiva.
As vantagens são também para elas, pois a equipe do New England Journal of
Medicine acompanhou 11 mil mulheres por 15 anos e constataram que as que ingeriam
cerveja moderadamente corriam 20% menos riscos de ter demência e problemas de
memória, além de ter menos chances de sofrer um AVC.
Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram, em 2010, que as cervejas
do tipo Pale Ale, geralmente ricas em malte, possuem grandes quantidades de silício,
um mineral que ajuda na produção de estrogênios no organismo feminino e que também
protege os ossos contra a temida osteoporose. Por outro lado, as light lagers, as cervejas
de trigo e aquelas sem álcool apresentam pouca quantidade do mineral.
Em novembro de 2010, uma equipe de cientistas espanhóis do Hospital-Escola
da Universidade de Barcelona, constatou, após estudar 1.249 voluntários acima dos 57
anos, que beber cerveja moderadamente - e aí tanto faz se elas são ales ou lagers - é
capaz de reduzir a pressão alta e a diabetes naqueles que associaram a bebida a uma
dieta de estilo mediterrâneo (maior consumo de azeite extra virgem, peixes, frutas e
vegetais). O estudo ainda é embasado por John Folts, da Universidade de Wisconsin
(EUA), que vem destacando, desde 2003, que as cervejas escuras são ricas em
flavonóides, que protegem o coração.
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6. Conclusão
Embora o processo fermentativo para a fabricação de cerveja tenha sido
descoberto de maneira acidental, ao longo do tempo ganhou atenção de muitos ao redor
do mundo. Estudou-se cada etapa envolvida no desenvolvimento, que compreende
desde a colheita da cevada até o engarrafamento do produto final.
Cada detalhe é complexo e importante durante a fabricação de cerveja. Uma
cerveja de qualidade exige uma manipulação rigorosa e uma ampla gama de
conhecimento, para a garantia de um produto uniforme.
Em meio a tanta tecnologia e sofisticação, os apreciadores buscam novos
sabores por meio da fabricação da cerveja artesanal. Voltado para um público elitizado e
que gosta de inovar e experimentar novos gostos, textura e aromas, isso inspirou micro
cervejarias e bares especializados a consolidar uma nova cultura de cervejarias no
pais.O consumidor está sempre apto as novidades e informações, com isso a cerveja tem
sido uma das maiores bebidas consumidas atualmente.
Esse tema tem surgido há pouco tempo e vem ganhando um espaço muito
significativo tanto para degustadores quanto para estudiosos do assunto.
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7. Referências
BELTRAELLI, Mauricio. Cervejas, Brejas e Birras – Um Guia Para Desmistificar a
Bebida Mais Popular do Mundo. Edição 1.São Paulo: Leya Brasil,2012. 320p
MORADO, Ronaldo. Larousse da Cerveja. Edição 1. Brasil: Larousse Brasil, 2009.
357p
WEBB, Tim; BEAUMONT, Stephen. O Atlas Mundial da cerveja – O guia essencial da
cerveja ao redor do mundo.Edição 1.Nova Fronteira,2012. 256p