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“Brazil leads the world in renewable energy. Brazil is the quiet green giant”

Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, em visita a São Paulo.

Novembro/2007 Cré

dit

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Introdução 4

Produção 9

Energia 12

Sustentabilidade 15

Tecnologia de Ponta 20

Linha do Tempo 24

Consultoria de São Paulo 28

Institucional 30

Índice

Operação de abertura de sulco para o plantio de cana-de-açúcar em São Paulo

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é referência global em biocombustíveis. Como maior produtor mundial de etanol a partir de cana-de-açúcar, o Estado detém uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e é

pioneiro em pesquisa e desenvolvimento (P&D) neste setor. O Estado é líder em todas as fases da cadeia do etanol.

Ainda que o uso de biocombustíveis seja visto por líderes de vários países como prioridade nacional, o consumo global de energias renováveis é de apenas 13%, e a participação de biocombustíveis atinge apenas 1,8%. Em contraste, a liderança paulista em energias renováveis destaca-se em nível mundial. 52% da Oferta Interna de Energia (OIE) do Estado é formada por fontes energéticas renováveis, sendo que somente os produtos da cana-de-açúcar respondem por 29% da oferta total de energia (2011).

Além de grande produtor, São Paulo é também um dos maiores consumidores de biocombustíveis do mundo. Cerca de 90% dos veículos vendidos em 2012 no estado usam a tecnologia flex fuel, que permite aos veículos funcionar com mais de um tipo de combustível misturados no mesmo tanque (etanol e gasolina). Todos os postos de abastecimento no Brasil disponibilizam etanol.

O Estado de São Paulo

introduÇÃoSão Paulo também é um dos maiores laboratórios mundiais de desenvolvimento de bioenergias. Os primeiros aviões movidos exclusivamente a etanol ou à tecnologia flex fuel tiveram em território paulista seu principal polo de pesquisa e desenvolvimento.

As pesquisas para o desenvolvimento do etanol de segunda geração, a produção de gás proveniente da biomassa da cana-de-açúcar (através da gaseificação da palha, do bagaço e da vinhaça da cana), os testes com biocombustíveis de aviação a jato e o desenvolvimento de biopolímeros estão entre as mais avançadas do gênero no mundo. Em grande parte financiadas ou desenvolvidas por entidades públicas estaduais, as pesquisas por novos produtos e tecnologias para a cadeia produtiva do etanol têm mobilizado um número crescente de pesquisadores, instituições e empresas.

Sob diversos pontos de vista, o etanol paulista de cana-de-açúcar é produzido de maneira sustentável, nos aspectos sociais, econômicos e ambientais, representando atualmente a opção mais eficaz existente no mundo para produção de biocombustível em larga escala. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) considera como atividades complementares a produção de alimentos e de etanol de cana-de-açúcar. Atualmente, a superfície ocupada com lavouras de cana no país corresponde a cerca de 9,6 milhões de hectares, ou seja, apenas de 2 a 3% da área total devotada à agricultura no Brasil.

A produção e o uso do etanol como combustível veicular são praticados regularmente no Brasil desde 1931, com notável evolução a partir de 1975, quando foi lançado o Proálcool – programa governamental que visava substituir gradualmente o uso de combustíveis veiculares fósseis por etanol após a primeira crise internacional do petróleo (1973). De lá para cá, o mercado de etanol alcançou maturidade e consistência, consolidando-se como importante vetor na matriz energética brasileira.

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A cana é uma planta semiperene da família das gramíneas, pertencente ao gênero Saccharum. Oriunda das regiões temperadas quentes e tropicais da Ásia, hoje

é cultivada em vários países do mundo, como Índia, China, Tailândia, Paquistão, México, Estados Unidos, Austrália, Colômbia, Cuba, Gana e outros países da África

e do Caribe. Em determinadas regiões desses países, a cana encontra condições climáticas ideais para seu crescimento: uma estação quente e úmida, que propicia a germinação, o brotamento e o desenvolvimento da planta, e uma estação seca e

fria, que promove a maturação dos colmos e o acúmulo de sacarose.

cAnA-de-AÇÚcAr Cré

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AçúcAr EtAnOl (de primeira e segunda gerações) BiOElEtricidAdE

BiOGáS BiOdiESEl PláSticO cAchAçA (bebida tradicional brasileira)

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demonstra que a cana-de-açúcar é a matéria-prima mais viável para a produção de bioenergia, devido à sua elevada eficiência

fotossintética. São Paulo é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo e o berço de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e da indústria de base para a consolidação de sua produção.

Na safra 2011/2012, o Brasil produziu 559 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, utilizadas para a produção de 23 bilhões de litros de etanol. São Paulo respondeu por cerca de 54% desta produção, com 304 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e 12 bilhões de litros. A economia do setor sucroenergético representa 44% de toda agropecuária paulista. No ano de 2011, gerou US$ 10,3 bilhões de divisas de exportações.

São Paulo possui 187 usinas instaladas que processam matéria-prima proveniente de cerca de 5,2 milhões de hectares plantados com cana-de-açúcar. Essa área representa 54% dos quase 9,6 milhões de hectares com a cultura em todo território brasileiro na safra 2011/12. A área do canavial de São Paulo é equivalente aos territórios da Croácia ou da Costa Rica.

A experiência brasileira

ProduÇÃoCré

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novo sistema de plantio de cana-de-açúcar desenvolvido pelo instituto Agronômico de campinas (iAc)

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100.000.000

90.000.000

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Produção de biocombustíveis em nível mundial 1990-2011

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012

mundoEuABRASILSÃo PAuLounIÃo EuRouPéIA - 27

O cultivo da cana-de-açúcar em São Paulo foi iniciado na região de Piracicaba, migrando, gradativamente, para a região norte (região de Ribeirão Preto), e, na última década, em direção ao oeste paulista, tradicional reduto da pecuária do estado, com destaques para as regiões de Araçatuba e Presidente Prudente. Do total de cana produzida no estado, aproximadamente 30% são cultivados por produtores, fornecedores independentes, e o restante pelas próprias usinas.

A produtividade média encontra-se, atualmente, na faixa de 72 toneladas de cana-de-açúcar/ha, embora estudos recentes indiquem um potencial teórico de 110 toneladas/ha. Pesquisas em biotecnologia e o desenvolvimento de práticas mais adequadas de manejo tornam a cana-de-açúcar ainda mais promissora como fonte energética.

Em 2010, a produção mundial de biocombustíveis foi de aproximadamente 105 bilhões de litros, sendo que, deste total, 82% correspondem à produção de etanol. Da quantidade de etanol produzida mundialmente, o Estado de São Paulo respondeu sozinho por uma parcela correspondente a cerca de 17,9%.

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sÃo PAulo 2020

derivados

de Petróleo

Eletricidade

Gás natural

Carvão mineral e derivados Lenha +

Carvão Vegetal

outrasRenováveis

Produtos da cana

20%

18%

8%

3%2% 3%

46%

enerGiAde energia renovável da matriz energética paulista. A oferta interna de energia do Estado corresponde a 34% de produtos da cana-de-açúcar. A produção e consumo de etanol contribuem de maneira

fundamental na promoção da segurança energética, melhoria na qualidade do ar, mitigação da emissão de gases de efeito estufa, geração de renda no campo e aumento dos postos de trabalho do estado de São Paulo.

O etanol de cana-de-açúcar representa uma aposta forte do Brasil. Para atender à crescente demanda interna e externa por energia limpa, o Brasil deverá elevar a sua produção de cana-de-açúcar de 559 milhões de toneladas anuais para 1,2 bilhão de toneladas em 2020/2021. São Paulo, que tem como meta aumentar a participação das energias renováveis de 52 % para 69% em 2020, deverá liderar esta tendência.

O etanol é uma energia de futuro. Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que poderão ser gerados aproximadamente 20 milhões de empregos diretos e indiretos na área de energias renováveis nos próximos anos.

Como maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, o estado de São Paulo possui também enorme potencial de conversão dos resíduos desta indústria – bagaço, palha e vinhaça oriundos da cana-de-açúcar – em energia elétrica, biogás e vapor.

O potencial estimado para geração de bioeletricidade de cana no estado supera 14.000 megawatts (MW). Isto corresponde à capacidade instalada da hidrelétrica binacional de Itaipu, a maior usina geradora de energia do mundo.

A bioeletricidade de cana-de-açúcar tem a vantagem de estar disponível justo no período de baixa nos reservatórios das hidroelétricas, o que a torna excelente opção complementar ao modelo hidráulico predominante. Atualmente, São Paulo já responde por 58% da geração de bioeletricidade de cana-de-açúcar no país.

O etanol é a principal fonte

Metas de energia de são Paulo 2020

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econômicos e ambientais, a produção de etanol é sustentável. A necessidade de ampliar o uso de fontes renováveis de energia para aumentar a segurança do suprimento energético e reduzir

os impactos ambientais dos combustíveis fósseis encontra, na biomassa da cana e em seus derivados, uma alternativa economicamente viável e com significativo potencial de expansão. Dentre os principais fatores que caracterizam esta sustentabilidade, destacam-se:

Balanço energético: o balanço energético do etanol brasileiro (energia contidano combustível em comparação com a energia fóssil usada para produzi-lo) é de aproximadamente de 9,3, cerca de quatro vezes melhor que o etanol de beterraba e trigo e quase cinco vezes superior ao etanol produzido de milho.

Gases de efeito estufa: segundo diversas estimativas, calculadas com base na análise de ciclo de vida do produto, o etanol brasileiro, produzido de cana-de-açúcar, reduz as emissões de gases de efeito estufa em mais de 80% em substituição à gasolina. A combustão do etanol não gera óxidos de enxofre, já que o etanol é composto apenas por carbono, hidrogênio e oxigênio.

Produtividade: o etanol brasileiro apresenta a maior produtividade em litros por hectare quando comparado às demais alternativas. Enquanto o etanol de cana brasileiro produz cerca de 6.800 litros por hectare, o de beterraba europeu não ultrapassa 5.500 litros por hectare, e o milho americano chega a, aproximadamente, 4.200 litros por hectare. Além das implicações diretas nos custos de produção do etanol, a produtividade em litros por hectares também é um importante fator relacionado à crescente polêmica entre a produção de alimentos e energia.

sustentABilidAde

Quanto aosaspectos sociais,

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Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB), uma pesquisa inédita desenvolvida pelo instituto Agronômico de campinas (iAc)

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Beterraba Até 5500 L / ha

mandioca Até 3060 L / ha

milho Até 4198 L / ha

Sorgo Até 2500 L / ha

Trigo Até 1800 L / ha

Cultura Litros de etanol/ha

Produção de Alimentos: o Brasil usa cerca de 2% de suas terras cultiváveis na produção de etanol. São Paulo tem 27% de sua área agrícola cultivada com cana, respondendo pela geração de 51% do etanol brasileiro, e ainda assim produz alimentos e protege suas florestas. As principais áreas de produção de cana-de-açúcar no Brasil distam cerca de 2.500 km da Amazônia. Segundo a ONU, a produção de etanol de cana-de-açúcar não apresenta riscos para a segurança alimentar.

uso de Água: a cana-de-açúcar no Brasil praticamente não é irrigada. As necessidades hídricas, na fase agrícola, são sanadas naturalmente pelo regime de chuvas das regiões produtoras, principalmente no centro-sul do país, e complementadas pela aplicação da vinhaça (subproduto da produção do etanol que é rica em água e nutrientes orgânicos) em processo chamado de fertirrigação. Durante a fase inicial de crescimento, os níveis de captação e lançamento de água para uso industrial têm sido reduzidos substancialmente nos últimos anos, de cerca de 5 metros cúbicos por tonelada nos anos 90, para cerca de 1,36 metros cúbicos por tonelada processada, na safra 2011/2012.

Autossuficiência energética: toda energia utilizada no processo industrial da produção de etanol e açúcar no Brasil é gerada dentro das próprias usinas a partir da queima do bagaço da cana. Este processo, chamado de cogeração, consiste na produção simultânea e sequencial de energia térmica e energia elétrica a partir do uso de biomassa, capaz de suprir as necessidades da usina e prover energia excedente para a rede pública de energia elétrica.

Para reforçar seu compromisso com o meio ambiente, São Paulo adotou, em 2007, o Protocolo Agroambiental, que tem como objetivo principal antecipar o fim da queima da palha da cana-de-açúcar, método tradicional de colheita da cana. Cerca de 90% das usinas paulistas aderiram ao acordo que antecipa o fim da queima em sete anos, de 2021 para 2014 em áreas mecanizáveis, e de 2031 para 2017 em áreas não mecanizáveis. Na safra 2011/12, a colheita crua no estado superou 70%.

Os ganhos ambientais com essa evolução da cana crua, desde o início da vigência do Protocolo Agroambiental, foram significativos: mais de 4,5 milhões de hectares deixaram de ser queimados em todo o estado de São Paulo, evitando-se a emissão de 20,6 milhões de toneladas de poluentes (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos) e de 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (unidade para mensuração de gases de efeito estufa), em comparação com a área que seria passível de queima.

São Paulo é o único estado no Brasil e um dos poucos no mundo que emite um Certificado Verde, visando reconhecer e premiar as boas práticas ambientais do setor sucroenergético. O certificado é renovado anualmente. Cerca de 81% das usinas de processamento de cana-de-açúcar situadas em São Paulo conquistaram na safra 2011/2012 esse documento.

Em 2008, o governo estadual lançou também o Zoneamento Agroambiental para o Setor Sucroenergético no Estado de São Paulo, medida que visa disciplinar e organizar a expansão e ocupação do solo pelo setor. Trata-se do primeiro zoneamento agroambiental elaborado por um estado brasileiro, utilizando bases de dados sobre condições climáticas, qualidade do ar, relevo, solo, disponibilidade e qualidade de águas superficiais e subterrâneas e unidades de conservação existentes e indicadas. O Zoneamento exclui qualquer área ambientalmente sensível do plantio da cana (págs. 19 - 20).

Em 2009, São Paulo adotou também a Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei n. 13.798/2009) que fixa uma meta global de redução em 20% de suas emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, tendo o ano de 2005 como base. Trata-se de uma das metas mais ambiciosas do mundo proposta por um ente subnacional. Os investimentos paulistas na produção de energia limpa por intermédio do etanol são uma das principais ferramentas que o Estado dispõe para atingir sua meta global de redução de emissões de CO2.

rendimento da Produção de etanol por cultura

cana-de-açúcar Até 6800 l / ha

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Área adequada: corresponde ao território com aptidão edafoclimática favorável para o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e sem restrições ambientais específicas;

Área adequada com limitação ambiental: corresponde ao território com aptidão edafoclimática favorável para cultura de cana-de-açúcar e incidência de Áreas de Proteção Ambiental (APA); áreas de média prioridade para incremento da conectividade, conforme indicação do Projeto BIOTA-FAPESP; e as bacias hidrográficas consideradas críticas;

Área adequada com restrições ambientais: corresponde ao território com aptidão edafoclimática favorável para cultura de cana-de-açúcar e com incidência de zonas de amortecimento das Unidades de Conservação de Proteção Integral – UCPI; as áreas de alta prioridade para incremento de conectividade indicadas pelo Projeto BIOTA –FAPESP; e áreas de alta vulnerabilidade de águas subterrâneas do Estado de São Paulo, conforme publicação IG-CETESB-DAEE – 1997;

Área inadequada: corresponde às Unidades de Conservação de Proteção Integral – UCPI Estaduais e Federais; aos fragmentos classificados como de extrema importância biológica para conservação, indicados pelo projeto BIOTA-FAPESP para a criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral – UCPI; as Zonas de Vida Silvestre das Áreas de Proteção Ambiental - APAs; às áreas com restrições edafoclimáticas para cultura de cana-de-açúcar e as áreas com declividade superior a 20%.

estAdo de sÃo PAuloZoneAMento AGroAMBientAl do setor sucroenerGético

RepresasAdequadoAdequado - limitaçõesAdequado - restriçõesInadequado

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tecnoloGiAde PontA

concentram-se boa parte das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) mundiais em biocombustíveis. Esta pesquisa tanto é produzida no setor público quanto no privado. A pesquisa

colaborativa entre academia e indústria é realizada frequentemente no campo e também dentro das indústrias, facilitando a transferência de tecnologia e a capacitação.

No setor público, tem destaque o programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), liderado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Mais de 300 pesquisadores de 16 instituições paulistas participam do programa, assim como colaboradores de 15 países. Por meio de parcerias com empresas, o portfólio de pesquisas inclui a produção de biomassa e seu processamento, a produção de etanol, o desenvolvimento de motores, as aplicações da alcoolquímica e os impactos ambientais e socioeconômicos. O programa já recebeu financiamento de R$ 130 milhões desde sua criação, em 2008.

Como parte do Programa, está sendo implantado o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia, com a missão de desenvolver pesquisas que permitam a produção em larga escala de etanol da celulose presente no bagaço e na palha da cana-de-açúcar (etanol de segunda geração). O Centro tem também como objetivo aumentar a produção de biomassa e desenvolver novas tecnologias para o seu aproveitamento

mais eficiente, incluindo pesquisa de ponta em biologia sintética e sistêmica e a integração e consolidação de novos processos industriais para a produção de novos compostos químicos. Em breve, o BIOEN passará também a incluir o subprograma LACAf-BIOEN que estudará o potencial para produção sustentável de biocombustível nas regiões da América Latina, Caribe e África. O LACAf-BIOEN inclui colaboração de pesquisadores da África e da Europa.

Outro pilar importante na pesquisa pública em etanol é o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que recentemente criou o Centro Avançado da Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Cana. Seus centros de pesquisa, localizados nas cidades de Piracicaba, Ribeirão Preto e Jaú, realizam pesquisas de novos cultivares de cana e de tecnologia de manejo, promovendo aumento de produtividade, adaptabilidade de sistemas de produção e práticas para conservação de solo e água.

Nesta mesma linha de atuação, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), também gerido pelo Governo de São Paulo, está liderando um projeto de desenvolvimento tecnológico de uma planta de gaseificação de biomassa, em parceria com empresas como a Petrobras, Oxiteno (Ultrapar), Raizen e Vale Soluções em Energia.

O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), um laboratório nacional fundado em 2010, também tem sede no estado de São Paulo, tal como o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), fundado em 1969. Ambos desenvolvem importantes pesquisas sobre a produção sustentável de bioetanol. São Paulo fornece a infraestrutura humana e material que permite criar um ambiente estimulante para a pesquisa.

As maiores empresas mundiais de tecnologia em biocombustíveis também operam a partir do Brasil, como a Novozymes, Clariant S.A., Amyris, entre outras. A maioria destas companhias tem suas sedes regionais no estado de São Paulo. No total, são centenas de empresas que desenvolvem tecnologia e prestam serviços para o setor sucroenergético.

No Estado de São Paulo,

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tecnologia flex fuel - O surgimento do motor flex fuel, na década de 1990, nas plantas das multinacionais Bosh e Magneti Marelli, localizadas no estado de São Paulo, permite que os veículos sejam movidos a dois combustíveis (etanol e gasolina).

Produção de variedades de cana-de-açúcar resistentes a pragas - Nos canaviais paulistas praticamente não são usados pesticidas para combater doenças, trazendo benefícios econômicos e ambientais. As variedades resistentes a doenças são continuamente criadas em laboratório e liberadas para os produtores agrícolas.

Fertilização e manejo da cultura - A utilização de nutrientes de plantas é determinada pela análise do solo e sua correção, e por outras ferramentas de diagnóstico que permitem o uso mais eficiente de fertilizantes. As recomendações técnicas para o uso de insumos foram aperfeiçoadas ao longo de anos de pesquisas de campo por todo o estado de São Paulo. Novas ferramentas, como o diagnóstico remoto e instantâneo do estado nutricional, juntamente com a agricultura de precisão, abrem novas possibilidades para melhorar o uso de fertilizantes.

Área cultivada - Tecnologias de sensoriamento remoto permitem estabelecer um controle preciso da produção, incluindo mensuração das áreas cultivadas, mudanças no uso da terra, previsão de produção e prevenção de incêndios e doenças.

uso de biocombustíveis em aviação - A FAPESP-Boeing-Embraer, através de acordo assinado em 2012, desenvolvem estudos sobre os principais desafios científicos, tecnológicos, sociais e econômicos para o desenvolvimento e adoção de biocombustível pelo setor de aviação comercial e executiva. Os resultados deste trabalho orientarão a criação de um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) no estado de São Paulo, a ser cofinanciado pela FAPESP e pela Boeing.

Finalização do sequenciamento do genoma da cana-de-açúcar - Genes já foram identificados e relacionados com a produtividade, tolerância à seca, resistência a pestes, doenças e a mudanças climáticas. Tais genes estão sendo utilizados em nível biotecnológico.

etanol de segunda e terceira geração - Estão sendo desenvolvidas pesquisas sobre tecnologias de produção de etanol via hidrólises ácida, enzimática e rota química em escala industrial, bem como a análise de dados acerca dos impactos econômicos e das questões de sustentabilidade do cenário de produção de etanol.

exeMPlos de tecnoloGiA

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Usinas investem na produção, comercialização e logística do setor de bioenergia

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linHA do teMPo 1532 19691931 1975

1908 19701959

O colonizador português Martim Afonso de Souza introduziu o cultivo da cana-de-açúcar no Brasil.

Fundação do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para pesquisa de variedades mais produtivas e integração de tecnologias da indústria.

Lei brasileira ( Decreto n° 19.717 ) estabelece a obrigatoriedade da adição de 5% de etanol anidro à gasolina vendida como combustível.

Adoção do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) (Decreto n° 76.593/75). Com o Proálcool, o governo criou incentivos para substituir em larga escala os combustíveis derivados de petróleo por etanol.

Henry Ford lançou o Ford modelo T, o primeiro veículo a ser produzido em série. Era movido à gasolina, querosene ou etanol.

Desenvolvimento dos primeiros motores a etanol pelo engenheiro brasileiro Urbano Ernesto Stumpf, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo.

Criação da Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Copersucar). Foi a primeira grande organização de comercialização de açúcar e etanol do Brasil.

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2000 20082004 2010

2003 20092007 2013

Entrada em funcionamento da primeira usina brasileira de produção de plástico biodegradável derivado de cana-de-açúcar. A tecnologia de fabricação do polihidroxibutirato (PHB) foi desenvolvida em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O plástico biodegradável decompõe no ambiente em questão de meses, enquanto os plásticos convencionais levam décadas.

É lançado o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia com o intuito de articular e financiar esforços acadêmicos e industriais na geração de tecnologias para a produção de biocombustíveis.

A Embraer lançou o Ipanema, o primeiro avião agrícola movido exclusivamente a etanol e produzido em escala comercial.

A Moto Honda da Amazônia lança a primeira motocicleta flex fuel do mundo, a um custo competitivo.

Lançados no Brasil, os automóveis com motores flex fuel, capazes de funcionar com etanol hidratado, gasolina, ou qualquer proporção de mistura entre os dois combustíveis. Após o lançamento, os carros flex representavam 3,5% das vendas de veículos novos, percentual que saltou para 95% dos carros novos comercializados no país em 2010. Desde a introdução do carro flex até meados de 2012, o uso do etanol nesses veículos possibilitoua redução de mais de 160 milhões de toneladas em emissões de CO2.

a União Europeia (UE) estabelece que, até 2020, 10% da energia consumida pelo setor de transportes no espaço europeu deve vir de fontes renováveis. De acordo com a legislação europeia, o etanol de cana-de-açúcar reduz a emissão de GEEs em 71%, se comparado à gasolina.

Pela primeira vez, o consumo de etanol, somando-se o hidratadoe o anidro, superou o da gasolina no estado de São Paulo.

O Governo de São Paulo apresenta o novo Plano Estadual de Energia, que tem como meta atingir os 69% de energias renováveis na matriz energética do estado, até 2020.

1992

1979

Apresentado o primeiro estudo sobre o papel do etanol na redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), durante a Cúpula Rio 92. Na época,o estudo mostrou que as emissões evitadas pelo etanol equivaliam a 18% do total de CO2 emitido por combustíveis fósseis no Brasil.

O Governo Federal e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) assinam um protocolo pelo qual os fabricantes deveriam desenvolver novas tecnologias para produção em série de veículos a etanol. No mesmo ano, foi lançadoo primeiro carro movido a etanol: o Fiat 147. Volkswagen, General Motors e Ford logo colocariam outros modelos no mercado.

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pretende apoiar o desenvolvimento sustentável de unidades de produção de etanol em países parceiros. Convicto dos benefícios das parcerias internacionais, o Estado promove a ampliação

da oferta de combustíveis renováveis com vistas à segurança energética global, de maneira economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa. A ONU estima que, até 2030, de 11 a 19% das necessidades mundiais energéticas no transporte rodoviário sejam cobertas pelos biocombustíveis.

Representantes paulistas já prestam assistência a países na África e na América Latina (ex: Peru, México e Angola). No estado de Veracruz, no México, por exemplo, pesquisadores paulistas realizaram palestras e treinamentos para técnicos locais e apoiaram a implantação de uma rede experimental, a partir da qual foi possível introduzir novas variedades de cana-de-açúcar adaptadas.

Em outros países, técnicos paulistas desenvolveram zoneamentos agroclimáticos para orientar a expansão do cultivo da cana-de-açúcar baseados nas condições de clima e aptidão de solo.

Palácio dos BandeirantesAssessoria Especial para Assuntos InternacionaisAv. Morumbi 4500, 05650-905 São Paulo, SP, [email protected]+55 (11) 2193-8840

Para conhecer o modelo de

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Plantação de cana-de-açúcar do instituto Agronômico de campinas, em São Paulo

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institucionAlSão Paulo recebe anualmente um significativo número de congressos nacionais e internacionais para debater o futuro dos biocombustiveis:

ethanol summit – Lançado em 2007, é um dos principais eventos mundiais voltados para as energias renováveis, particularmente para o etanol e os produtos derivados da cana-de-açúcar. Ele é realizado a cada dois anos na cidade de São Paulo e reúne palestrantes de todos os continentes.

congresso issct (International Society of Sugar Cane Technologists) – Em 2013, São Paulo recebe o principal evento mundial do setor sucroenergético para o debate das inovações tecnológicas e intercâmbio comercial da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. O congresso reúne mais de dois mil participantes internacionais e brasileiros.

BBest – Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference. Organizada pela primeira vez em 2011 e planejada para ocorrer a cada 3 anos, esta conferência reúne academia, empresas, organizações governamentais e não governamentais para divulgar e discutir os mais novos avanços científicos e tecnológicos da produção de bioenergia e biomassa. O primeiro evento em 2011, realizado em Campos de Jordão, no estado de São Paulo, reuniu membros de 19 países e 158 organizações contando com representantes das Américas, Europa, Ásia, Oceania e África além de colegas de 57 cidades de todas as regiões do Brasil.

PArceiros internAcionAisSão Paulo estabeleceu, ao longo dos últimos anos, uma rede de cooperação internacional na área de energias limpas, para incentivar a produção de etanol e gerar emprego e renda em vários países, promovendo o seu desenvolvimento sustentável. Foram adotados acordos com as Filipinas, Itália, Québec (Canadá), Shandong e Henan (China), Île-de-France e Provence Alpes Cote d’Azur (França), Baviera (Alemanha), Nuevo León (México) e Flórida e Califórnia (EUA).

O Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia inclui pesquisadores de diversos países, incluindo Austrália, Áustria, Bélgica, China, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Guatemala, Itália, Portugal, Espanha, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos e uma rede de pesquisa para avaliar a expansão sustentável dos biocombustíveis na América Latina, Caribe e África.

Fenasucro & Agrocana – Organizado anualmente em Sertãozinho (situado a 350 km da cidade de São Paulo), é um evento de grande referência em tecnologia e intercâmbio comercial entre usinas e profissionais do Brasil e de dezenas de outros países. É um importante encontro de negócios para os principaisprodutores e usuários de equipamentos, tecnologias, produtos e serviços do setor de cultivo da cana-de-açúcar e produção de açúcar e álcool.

simpósio internacional e Mostra da tecnologia da Agroindústria sucroalcooleira (Simtec) – Organizado anualmente em Piracicaba (a 160 km da capital do estado), tem como objetivo fomentar novas tecnologias, difundir as novidades do mercado e debater as perspectivas da cadeia sucroalcooleira em níveis nacional e internacional.

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Plantação de cana-de-açúcar no interior de São Paulo

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coordenador Geral:

Rodrigo Tavares (Assessoria Especial para Assuntos Internacionais)

coordenadora de Marketing:

Mariana Montoro Jens (Subsecretaria de Comunicação)

Assistente de Marketing:

Viviane Goulart

Assessora de comunicação:

Cláudia Teixeira

Projeto Gráfico:

Propeg

crédito fotos:

Arquivo IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e Gilberto Marques

revisão:

Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Secretaria de Energia, Secretaria do Meio

Ambiente, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Junho 2013 – 1ª edição

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