Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a...

76

Transcript of Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a...

Page 1: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:
Page 2: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:
Page 3: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

Page 4: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

eDITORIAL

Novas abordagens para controle e prevenção

Agradecimentos

A bronquite infecciosa é uma velha

conhecida da avicultura, assim como as

perdas econômicas expressivas que um

plantel contaminado ocasiona para o

produtor. Outros detalhes, como os sin-

tomas, formas de tratamento, índices de

queda de produção também são dados

explorados nos últimos anos.

O que para nós é alvissareiro nesse

território são as abordagens novas em vi-

rologia e imunologia aviária que os cen-

tros de pesquisa e tecnologias brasileiros

vêm dedicando ao controle e prevenção

dessa enfermidade. Dessa forma, o estu-

do liderado pelo professor Hélio Montas-

sier, do Laboratório de Imunologia Viral

(IMUNOVIR) do Departamento de Pato-

logia Veterinária da FCAV/UNESP é o des-

taque do caderno de saúde avícola e dis-

cute os aspectos relevantes da doença,

da imunidade e do controle assim como

as resposta imunes de proteção induzida

pelas vacinas contra o vírus da bronquite

infecciosa (VBI). Vale à pena conferir na

página 44.

Também nessa edição, a matéria que

apresenta uma rigorosa análise sobre as

tendências da distribuição regional da

produção de frango de corte para os pró-

ximos 10 anos merece realce. A região

Sul, maior produtora atual, vai apresentar

um leve crescimento de 0,7%. Já a parti-

cipação da Região Sudeste deve continu-

ar decrescente enquanto, opostamente,

a região Centro-Oeste tende a continuar

ampliando seus índices de participação:

um aumento de 6,2%. Detalhes dessas

previsões estão na página 32.

Por fim, em postura, preparamos

uma notícia sobre a contaminação por

salmonela nos ovos norte-americanos. A

partir da página 28, o leitor pode acom-

panhar as principais informações divulga-

das acerca do maior recall de ovos do se-

tor de postura dos EUA.

Boa leitura!

Agradecemos ao pesquisador Hé-lio Montassier, a Alberto Back e a equipe organizadora do Curso de Atualização em Avicultura de Postura, da FCAV/UNESP pela colaboração na confecção dessa edição. Também gostaríamos de dizer nosso “muito obrigado” à comissão responsável pelo Simpósio de Sanidade Avícola da LCDPA/UFSM, em especial, à profes-sora Maristela Lovato Flôres.

As empresas que enviaram mate-rial para o caderno de saúde avícola também merecem nossa gratidão.

Inoculação em ovos Ciência em busca de novas respostas imunes

4 Avicultura | Produção Animal

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosMariana [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIeNTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Page 5: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:
Page 6: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: Asgav, Sips e SindilatInformações: www.avisulat.com.brE-mail: [email protected]

24 a 26 de novembroIV CLANA - Congresso Latino Americano de Nutrição AnimalLocal: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, Estância de São Pedro, SPRealização: CBNA e Amena (Associação Mexicana de Estudos sobre Nutrição Animal)Informações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

2011

Janeiro

26 a 28 de janeiroInternational Poultry ExpoLocal: Georgia World Congress Center, Georgia, Atlanta, EUARealização: U.S. Poultry & Egg Association, Informações: www.ipe11.org/

2010

Outubro

07 de outubro1º Dia do Ovo da USP de PirassunungaLocal: Anfiteatro Principal do Campus de PirassunungaRealização: Departamento de Produção e Nutrição Animal da Escola de Veterinária da USPE-mail: [email protected]

14 a 15 de outubroIV Simpósio Internacional de CoturniculturaLocal: Universidade Federal de LavrasRealização: Núcleo de Estudos em Ciência e Tecnologia Avícola (NECTA) - UFLAInformações: www.nucleoestudo.ufla.br/nectaE-mail: [email protected]

21 a 23 de outubroFIGAP/VIV América Latina 2010Local: Expo Guadalajara, Guadalajara, MéxicoInformações: www.viv.netE-mail: [email protected]

21 a 23 de outubroI Curso sobre Avanços em Nutrição Animal e Formulação de RaçãoLocal: Pelotas, RSRealização Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFPelContato: (53) 9172-7002 Informações: www.ufpel.tche.br/faem/cursonutricaoanimalE-mail: [email protected]

26 a 28 de outubro2010 National Poultry Waste Management SymposiumLocal: Sheraton Greensboro at Four Seasons, Greensboro, North Carolina, EUARealização: NC State UniversityInformações:www.ces.ncsu.edu/depts/poulsci/poultry_was-te_symposium.html

Novembro

16 a 19 de novembroEuroTier 2010Local: Hanover, AlemanhaInformações: www.eurotier.de

Page 7: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:
Page 8: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

Uma das grandes novidades anunciadas na Festa do Ovo de Bastos foi a chega-da de uma nova opção de genética de postura no Brasil.

O mundo atual, cada vez mais “pasteurizado” devido às fusões e aquisi-ções, necessita de alternativas, de opções de escolha, de mais postos de mão de obra, em todos os níveis. Assim, só posso parabenizar os responsá-veis por este projeto cujos investimentos ampliam ainda mais a posição do Brasil como “supplier” de material genético para o mundo. Congratulações às duas empresas.Paulo Martins, São Paulo, SP

Globoaves e Grupo Grimaud trazem Novogen ao Brasil

Evento organizado pela Facta, em Campinas, surpreendeu pela número de participantes e pela qualidade técnica

Os profissionais que atuam na avicultura não podem relegar nenhuma etapa da produção, sob o risco de não obter os melhores resultados zootécnicos e econômicos. Parabéns pela iniciativa e que a FACTA continue a ser o grande portal de conhecimento científico e de tecnologia da avicultura.Byron Grieco Moreira da Silva, São Paulo, SP

Novas idéias a favor da incubação

A descoberta da bactéria salmonela em ovos produzidos na granja Wright Con-try Egg em Iowa, EUA, provocou um dos maiores recalls da história do país.

Não acredito que roedores possam ter espalhado a salmonela em 1.5 bilhão de ovos. Vamos esperar para ver o que as autoridades americanas concluem sobre o caso.Patricia Rossi, Lexington, EUA

Recall de ovos contaminados nos EUA atinge a marca dos 1,5 bilhão

Page 9: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 9

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em setembro

Já faz algum tempo o mercado internacional questio-na a evolução das exportações norte-americanas de

carne de frango em 2010. Como é que os EUA, tendo perdido seu maior comprador, conseguem manter os embarques em volumes praticamente normais? – é o que se pergunta.

Realmente, em qualquer situação, a perda quase total do principal importador tende a ocasionar graves seqüelas no fornecedor. No caso americano deveria ser assim, já que a Rússia, até recentemente, absorvia cerca de um terço das exportações de carne de frango do país. Leia mais na página 18.

Em São Paulo, frango vivo supera velho recorde e chega aos R$2,00/kg

1

Após retrocederem, um ano atrás, ao menor nível em mais de dois anos, as exportações brasileiras

de carne de frango acumuladas em um período de 12 meses voltaram a se expandir. Em agosto passado alcançaram o terceiro maior volume da história do setor.

O recorde ocorreu há dois anos, quando começou a grande crise econômica atual. Então (setembro e outubro de 2008) o volume acumulado em um espaço de 12 meses ficou próximo dos 3,750 milhões de tone-ladas. Mas com o avançar da crise esse indicador foi se reduzindo. Agora, em agosto de 2010, o volume ex-portado em 12 meses somou 3,722 milhões de tonela-das. Ou seja, não só supera (em quase 2,5%) o total exportado no ano passado, como corresponde ao maior volume dos últimos 22 meses, além de ser ape-nas meio por cento menor que os recordes registrados em 2008. Leia mais na página 60.

Frango: volume embarcado em 12 meses é o 3º maior da história

Notícias

4

Ao divulgar os últimos resultados da safra de grãos de 2010, a CONAB também apresentou

um balanço da oferta e demanda de milho no presente exercício.

Está prevendo que 2010 será encerrado com um estoque da ordem de 12,7 milhões de tonela-das, o que, se vier a confirmar-se, consistirá no maior estoque final de milho de todos os tempos.

2010 pode ser encerrado com maior estoque de milho da história5

2

É inegável que, excetuado breve período na pri-meira metade desta década, a carne de frango

exportada pelo Brasil vem registrando no decorrer do tempo uma valorização maior que a do outro grande player do setor, os EUA.

Naturalmente, os preços recebidos por um e outro exportador diferem entre si, pois os produtos são diferentes. Assim, enquanto o Brasil exporta tudo o que se possa imaginar de um frango, as exportações dos EUA estão resumidas a, praticamen-te, cortes de coxa e sobrecoxa.

Frango brasileiro valoriza-se mais que o norte-americano

3

Imbatível desde outubro de 2003 (sete anos ou lon-gos 84 meses), o maior valor já alcançado pelo fran-

go vivo em São Paulo foi finalmente superado. No dia 16 de setembro, no interior paulista, o produto obteve novo reajuste (o sexto do mês) de cinco centavos, sendo comercializado por R$2,00/kg. Porém a alegria durou pouco, já que antes do fim de setembro duas baixas levaram o frango ao patamar de R$1,90. Saiba mais na página 68

Rússia desconfia: frango “clorado” entra agora pela “porta dos fundos”

Page 10: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Ação do MPT de Chapecó provoca discussão sobre relação integrado X integradoraPara ACAV, relação não é de trabalho, mas de empreendimento

Polêmica

Dois fatos movimentaram, em setembro, o mercado

produtor de frango em Santa Ca-tarina. Primeiro, o Ministério Público do Trabalho (MPT) da ci-dade de Chapecó, SC, informou, no dia 10, que entrou com Ação Civil Pública contra a Sadia, exi-gindo o reconhecimento da asso-ciação de emprego entre a empre-sa e todos os produtores de aves. O procurador do Trabalho, San-dro Eduardo Sardá, também pe-diu indenização de R$ 20 mi-lhões por danos morais coletivos. Segundo divulgou a Agência Sa-fras, em dois anos de investiga-ção, o MPT constatou que de 3.843 pagamentos feitos pela Sa-dia a produtores que entregaram seis lotes de aves num período de 12 meses, 72,68% não receberam o equivalente aos custos da pro-dução. Apenas 27,32% dos pro-dutores foram remunerados cor-retamente. Também de acordo com a Safras, o procurador ainda ressaltou que a Sadia faz exigên-cias de investimentos constantes nos aviários. Sem perder tempo, a Associação Catarinense de Avi-cultura (Acav), entidade que re-

presenta a indústria avícola em Santa Catarina, divulgou nota afirmando que considera “absur-da e inaceitável” a decisão do MPT de Chapecó de ajuizar uma ação civil pública contra a Sadia, que faz parte do seu quadro de associados. Para o diretor execu-tivo da Acav, Ricardo Gouvêa, a relação integrados/agroindús-trias não é de trabalho, mas de empreendimento. Uma relação de empresários, regida e reco-

nhecida pelo Código Civil brasi-leiro. Na nota, o executivo da Acav ressaltou que o “formato da renda estipulado entre agroin-dústria e integrado é fruto da ação conjunta da agroindústria e do integrado. Assim, quanto me-lhor for o desempenho da soma do empresário integrado e inte-gradora, melhor para o criador e para a agroindústria. Importante mencionar, ainda, que na maio-ria dos casos os aviários são ape-nas uma das fontes de renda das propriedades rurais, que contam com atividades como produção de lenha, grãos e leite, entre ou-tras”. Para ele, a integração agroindustrial é uma relação eco-nômica que deve ser aperfeiçoa-da e não combatida. Por fim, des-tacou que este sistema “propiciou o desenvolvimento do oeste cata-rinense, porém que a tentativa de transformar a relação de par-ceria em relação de trabalho, ex-cluirá da produção agropecuária, em curto espaço de tempo, mi-lhares de produtores que hoje fa-zem parte da produção integrada”.

O segundo fato que movimen-tou a avicultura catarinense foi o lançamento em Concórdia, pela Embrapa Suínos e Aves, de um novo sistema, aperfeiçoado, de levantamento dos custos de pro-dução do frango. Que, não por coincidência, acaba se integran-do ao “affaire integrados x indús-tria”, pois individualiza e separa os gastos enfrentados pelo pro-dutor integrado e aqueles sob a responsabilidade da indústria.

Embora lançado em Santa Ca-tarina, o levantamento da Em-brapa Suínos e Aves tem interesse nacional, pois abrange (ou pre-

10 Produção Animal | Avicultura

Novo custo de produção do

frango divulgado pela Embrapa Suínos

e Aves pode servir de base

para argumentos

FRANGO VIVOCusto de produção em Goiás, Santa Catarina e

Rio Grande do Sul em julho de 2010R$/KG

TIPO DE AVIÁRIO GO SC RS

Convencional 1,7084 1,3565 1,4242

Climatizado negativo 1,6086 1,3135 1,3785

Climatizado positivo 1,6130 1,3497 1,4178

Fonte dos dados básicos: Embrapa Suínos e Aves. Elaboração e análises: AVISITE

Page 11: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Produção Animal | Avicultura 11

tende abranger) todos os estados caracterizados como grandes produtores de frango – três do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), três do Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Espí-rito Santo), três do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Gros-so do Sul) e dois do Nordeste (Pernambuco e Ceará).

Avaliando os custos de produ-ção registrados em três diferen-tes tipos de aviários – convencio-nais e climatizados de pressão positiva e negativa – o novo le-vantamento mostra a evolução dos custos desde janeiro de 2010. Mas os dados mais recentes (mês de julho) estão restritos, por ora, aos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Apon-tam, por exemplo, que o menor custo, independente do sistema adotado, foi obtido por Santa Ca-tarina. Opostamente, Goiás re-gistrou os maiores custos nos três sistemas.

Em relação especificamente aos três sistemas, os menores custos, nos três estados, foram observados nos aviários climati-zados com pressão negativa. Já o maior custo é o dos aviários convencionais.

À primeira vista, a diferença de custo entre os três sistemas não chega a ser significativa: em relação ao aviário com pressão negativa, acréscimo de 1,86% no aviário com pressão positiva e de 4,38% no aviário convencional. Feitas as contas, porém, esses ín-dices ganham relevância. Assim, em uma hipotética venda de 50 toneladas de frango vivo, o lote criado em aviário convencional terá um adicional de custo de mais de R$3 mil.

Os leitores do AviSite estive-ram atentos às informações di-vulgadas sobre a Ação Civil Pú-blica contra a Sadia e as notícias envolvendo o assunto estiveram entre as mais lidas. Os internau-

tas aproveitaram também para participar enviando comentá-rios. A maioria concorda que não cabe vínculo empregatício entre integradora e integrado, mas, ressalta que, algumas vezes, no-vos investimentos têm que ser feitos nos aviários antes mesmo da quitação do financiamento e do “payback”, o que complica as contas dos produtores.

A íntegra do documento di-vulgado pela Embrapa está dis-ponível em http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/

publicacao_b4n93o6l.pdf.

Custo do frango pode variar quase 60% de um estado para outro

O levantamento da Embrapa Suínos e Aves sugere que o custo de um quilo de frango, conforme o estado em que seja produzido, pode variar até 60%.

O levantamento relativo ao mês de junho de 2010, por exem-

Page 12: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Notícias

Caracterização dos sistemas de produção

Aviário convencionalGalpão com 1.200 m² de área (100 m x 12 m), piso de chão batido, comedouro tubular, bebedouro nipple, aquecimento a lenha, um silo para ração, ventiladores em pressão positiva, resfriamento por nebulização, forro e cortina. Este sistema também pode receber a denomi-nação de aviário climatizado (pressão positiva) com co-medouro tubular. O valor das instalações e equipamen-tos novos neste sistema é de R$ 90.619,00 e R$ 67.938,29, respectivamente, totalizando R$158.557,29.

Aviário automatizadoGalpão com 1.200 m² de área (100 m x 12 m), piso de chão batido, comedouro automático, bebedouro nipple, aquecimento a lenha, dois silos para ração, ventiladores em pressão positiva, resfriamento por nebulização, forro e cortina. Este sistema também pode receber a denomi-nação de aviário climatizado (pressão positiva) com co-medouro automático. O valor das instalações e equipa-

Exemplo de aviário equipado com bebedouro nipple e comedouro automático

Galpão equipado com cortinas

mentos novos neste sistema é de R$ 90.619,00 e R$ 86.970,29, respectivamente, totalizando R$177.589,29.

Aviário climatizado ou semi darkhouseDois galpões com 2.400 m² de área cada (150 m x 16 m), piso de chão batido, comedouro automático, bebedouro nipple, aquecimento a lenha, quatro silos para ração, exaustores em pressão negativa, resfriamento por nebu-lização, forro e cortina. Este sistema também pode rece-ber a denominação de aviário climatizado (pressão nega-tiva) com comedouro automático. O valor das instalações e equipamentos novos neste sistema é de R$ 328.564,00 e R$ 268.634,50, respectivamente, totalizando R$ 597.198,50.

12 Produção Animal | Avicultura

plo, mostra que o menor dispên-dio entre os sete estados enfoca-dos foi registrado no Paraná, onde o custo de produção variou de um mínimo de R$1,2404/kg a um máximo de R$1,2889/kg, conforme o tipo de aviário utilizado.

Seria de se supor que os cus-tos máximos estariam no Norte ou Nordeste do País. Mas, pelo levantamento, constata-se que o campeão de custo é o Mato Gros-

so do Sul, onde a produção de um quilo de frango varia entre R$1,9798 e R$2,0381 – na média, 59% a mais que no estado vizi-nho, o Paraná.

Vários fatores contribuem para essa diferença. Mas o princi-pal deles está na ração, cujo pre-ço no Mato Grosso do Sul ficou 91% acima daquele registrado no Paraná. Como resultado dessa di-ferença, enquanto entre os pro-dutores paranaenses a ração cor-

responde a 61% do custo de produção do frango, entre os sul--mato-grossenses a participação da ração sobe para 74%.

Porém, Mato Grosso do Sul tem companhia no próprio Cen-tro-Oeste, já que a segunda ração mais cara é a de Goiás. Em decor-rência, entre os goianos (e consi-derado um aviário convencio-nal), o custo de produção de um quilo de frango é maior do que o observado no Ceará.

Page 13: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 13

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Produção Animal | Avicultura 13

Maurício Nacif é o novo Presidente

O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações)

tem como novo Presidente Maurício Nacif de Faria, Diretor Superintendente da Agroceres Multimix. A Diretoria Executiva é composta por Adriano Marcon, Vice-Presidente; Nilton Ribera Perez, Diretor-Secretário; Roberto Betancourt, Diretor Tesoureiro; Patrick Pauwelyn, Diretor; Luiz Stabile Benício, Diretor, Marcos Mantelato, Diretor e Ariovaldo Zani, Vice-Presidente Executivo.

Mário Sérgio Cutait, que nos últi-mos seis anos foi presidente do Sindirações por duas gestões, período em que a produção Brasileira de ali-mentos para animais saltou de 43 milhões de toneladas em 2004 para

mais de 60 milhões em 2010, teve papel decisivo na realização do Global Feed & Food Congress, organizado

pela FAO e IFIF no Brasil, levando o Sindirações a ser reconhecido internacionalmente.

Bem como Cutait, o novo presiden-te Maurício Nacif reafirma o objetivo de fortalecer a entidade como a voz da indústria de alimentação animal, na construção de um ambiente competiti-vo adequado e colaborando para a produção do alimento seguro.

“Daremos continuidade ao cami-nho trilhado pela gestão anterior sa-bendo dos desafios que temos pela frente, como a defesa dos princípios de isonomia, moral e ética, comércio justo, competitividade e representativi-dade necessários para a sustentabilida-de do setor e garantia da segurança alimentar”.

Sindirações apresenta nova direção executiva e conselho técnico

Alimentação Animal

Maurício Nacif pretende fortalecer ainda mais a entidade

Page 14: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Carnes alcançam, em agosto, o melhor preço dos anos 2000

Dados divulgados em 1º de setem-bro, pela FAO, braço da ONU para

Agricultura e Alimentação, revelam que em agosto as carnes alcançaram, no mercado internacional, a melhor cota-ção dos anos 2000.

Anteriormente, o melhor resultado desse período havia sido registrado em setembro de 2008 (eclosão da crise

econômica mundial), ocasião em que o índice de preços FAO para as carnes alcançou valor igual a 137,43 pontos (2002/2004 = 100).

Mas o que se supunha fosse uma “bolha de consumo”, difícil de ser superada, ficou para trás logo na virada do segundo semestre de 2010: em julho, o índice – em decisiva recupera-

ção desde janeiro – subiu para 137,96 pontos, sendo novamente ultrapassado em agosto último, quando alcançou a marca dos 138,73 pontos.

O índice registrado no último mês apresenta ganhos de 16% e de 21% em relação, respectivamente, a agosto de 2009 e ao pior momento da crise (fevereiro de 2009).

Índice está em recuperação desde janeiro de 2010

FAO

Brasileiro consome 800 gramas semanais de frango em 2010

Pelas projeções da Cia. Nacional de Abastecimento (Conab, órgão do

Ministério da Agricultura), depois de apresentar breve recuo em 2009 (queda de 1,03% em relação a 2008) o consu-mo per capita brasileiro de carne de frango volta a crescer de forma signifi-cativa e pode chegar a 41,5 kg - que, se confirmado, significará expansão próxi-ma de 30% em relação a 2003.

Já o consumo per capita de ovos continua em marcha oposta: atingiu seu ápice (126,5 unidades per capita) em 2007 e desde então continua decrescente ano após ano. A previ-são para 2010 é a de um consumo em torno de 108,5 unidades per capita, o que, se verdadeiro, corres-ponderá ao menor nível dos últimos oito anos.

Os valores projetados indicam, para a carne de frango, elevação de 623 gramas per capita por semana (2003) para perto de 800 gramas semanais (2010). Já o consumo de ovos, que no recorde de 2007 cor-respondia a 2,4 unidades per capita por semana recua em 2010 para pouco mais de 2 unidades per capita semanais.

Consumo de frango aumenta, enquanto o de ovos segue em queda

Para Conab

Page 15: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 15

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As exportações brasileiras de pro-dutos de frango termoprocessa-

dos (cozidos) para a Argélia devem deslanchar nos próximos meses. Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e empresas participaram, em meados de setembro, em Argel, de uma audiência na Divisão de Serviços Veterinários do Ministério da Agricultura do país árabe para solucio-nar um impasse burocrático que impe-dia os embarques.

De acordo com o gerente das Relações com o Mercado da Ubabef, Adriano Zerbini, as autoridades brasilei-ras fizeram uma interpretação dema-siadamente restrita, diferente das autoridades argelinas, no que se refere

à habilitação de frigoríficos para expor-tações à Argélia.

“O governo brasileiro afirmava que só poderia liberar a exportação após a inspeção e aprovação da unidade produtora pelas autoridades argelinas, que, por sua vez, respondiam que não fariam a inspeção, pois entendiam que as unidades produtoras certificadas pelo governo brasileiro para a lista geral [de frigoríficos aprovados pelo Mapa para exportação] estariam auto-maticamente habilitadas”, explica Zerbini. Segundo ele, a embaixada brasileira em Argel enviou comunicado para oficializar e esclarecer o impasse e para que o governo argelino solicite formalmente a lista de empresas habili-tadas pelo Mapa e que produzem nos moldes do abate halal. As informações foram divulgadas pela Agência de Noticias Brasil-Árabe.

Brasil havia complicado habilitação de frigoríficos

Argélia e Brasil destravam comércio de frango

É halal

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA apontam que

no primeiro semestre de 2010 o volume de carne de frango importado pela Rússia recuou 66,4% em relação ao mesmo período de 2009, enquanto o dispêndio com essas compras caiu a menos da metade (redução de 54,6%).

A queda nas importações já era prevista e havia sido planejada pelo gover-no russo. Mas – pelo menos oficialmente – não nos níveis registrados, pois, conside-rado o sistema de quotas atualizado no ano passado, o volume importado deveria recuar não mais que 18% (de 952 mil toneladas em 2009 para 780 mil tonela-das neste ano).

O “achado” russo para alcançar uma

redução mais radical foi baixar novas normas sanitárias vetando o uso (na produção interna, mas também nas importações) do cloro e de seus derivados na higienização final das carcaças de frangos. Em decorrência, o fornecimento dos EUA (que utiliza o produto e é o grande fornecedor do mercado russo) apresentou queda de 94,4% no primeiro semestre de 2010, com índice similar de recuo no valor do produto exportado.

Quem mais se beneficiou dessa redução, conforme o USDA, foi o Brasil. Cujas exportações para a Rússia, no se-mestre, aumentaram 31,2% em volume e 53,5% em valor. Um crescimento que fez o frango brasileiro superar (em valor e volume) o produto norte-americano.

Brasil se beneficia da redução

USDA aponta recuo de 66,4% nas exportações para Rússia

Embargo nos EUA

Page 16: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

China e Rússia são clientes em comum

O rol dos importadores de carne de frango dos EUA e do Brasil – da-

dos, respectivamente, do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria do Brasil (SECEX/MDIC) mostra que os dois países têm clientes em comum entre os “10 mais”. Não por acaso, com certeza, os dois maiores importadores de carne de frango do mundo – Rússia e China.

O detalhe que não passa desperce-bido é que enquanto ambos reduziram significativamente sua participação nas exportações norte-americanas, subiram de importância nas exportações brasi-leiras. A ponto de, nos sete primeiros meses de 2010, a Rússia ter importado volume maior do Brasil que dos EUA, há tempos seu tradicional e quase único fornecedor. Por sua vez, a China tam-bém registra compras maiores no Brasil e, com isso, se coloca agora como o 10º maior importador brasileiro, mesma posição ocupada entre os norte- -americanos.

A ressaltar, por outro lado, que a dependência dos EUA aos dez princi-pais importadores é significativamente menor que a observada no Brasil. Assim, nos EUA, eles responderam por 47,7% do total exportado em sete meses. Já no Brasil, os “dez mais” fo-ram responsáveis pela absorção de 68,6% de todo o volume exportado no período.

Naturalmente, isso é devido ao fato de, enfrentando abrupta queda nos embarques para Rússia e China, os EUA terem buscado outros mercados, o que gerou diversificação maior de compra-dores. Mas a constatação de que essa diversificação foi alcançada com recuo mínimo no volume exportado (a queda no volume total em relação aos mes-mos sete meses de 2009 não chega a 7%) mostra eficiência de adequação aos desafios inesperados.

Principais importadores de frango dos EUA e do Brasil

Os 10 mais

CARNE DE FRANGOOs 10 principais importadores de EUA e BRASIL. Volume importado e participação sobre

o total - Janeiro a julho de 2010MIL/T

IMPOR TADOR VOLUME PARTIC. IMPOR

TADOR VOLUME PARTIC.

EUA BRASIL

México 253,8 15,2% Arábia Saudita 295,6 15,0%

Cuba 87,4 5,2% Japão 220,5 11,2%

Angola 77,6 4,6% Hong Kong 202,5 10,3%

Taiwan 74,1 4,4% Emirados Árabes 131,7 6,7%

Lituânia 69,7 4,2% África do Sul 108,4 5,5%

Canadá 69,7 4,2% Venezue-la 103,3 5,2%

Ucrânia 50,1 3,0% Kuwait 98,0 5,0%

Turquia 47,4 2,8% Rússia 66,6 3,4%

Rússia 34,7 2,1% Iraque 66,0 3,3%

China 33,4 2,0% China 58,7 3,0%

Sub Total 797,9 47,7% Sub Total 1.351,5 68,6%

Demais países 876,2 52,3% Demais

países 619,3 31,4%

TOTAL GERAL 1.674,2 100,0% TOTAL

GERAL 1.970,8 100,0%

Fontes dos dados básicos: USDA e SECEX/MDICElaboração e análises: AVISITE

Page 17: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 17

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Evolução do volume embarcado é mais discreto

Dobra, em 12 meses, a receita cambial do material genético avícola

SECEX/MDIC

Dados da SECEX/MDIC apon-tam que, nos 12 meses

transcorridos entre setembro de 2009 e agosto de 2010, a receita cambial brasileira obtida com a exportação de material genético (em essência, ovos férteis para a produção de reprodutores e pintos comerciais de corte e de postura) dobrou em relação ao mesmo período anterior. Já nos oito primeiros meses de 2010 houve incremento de 136% em relação à receita auferida entre janeiro e agosto de 2009.

A evolução do volume em-barcado foi mais discreta: 52,61% em doze meses e, prati-camente, 60% no ano. Mas esse resultado significa que vem ocorrendo valorização do produ-to exportado o que, entretanto, não decorre necessariamente de aumento dos preços médios, podendo estar relacionado à exportação de produtos com maior valor agregado – por exemplo, ovos férteis para a produção de avós.

País entra na onda da China e avalia tarifas antidumping

Rússia contra frango europeu

Medidas similares

A China está fazendo escola. Pois suas medidas antidumping

contra o frango norte-americano estão sendo cogitadas pelo outro grande importador mundial do produto, a Rússia. Só que o foco, desta vez, não são os EUA.

Segundo a imprensa de Moscou, o país avalia, neste instante, se não existe dumping na carne de frango que países da União Europeia vêm exportando para o mercado russo. Foi mencionado, também, que a Rússia já estuda a possibilidade de impor ao produto “tarifas defensi-vas, com o objetivo de proteger os produtores russos de seus rivais europeus”.

A questão, tudo indica, já não está sendo enfocada apenas pelo lado técnico, mas também pelo político. Tanto que a proposta de adoção de “tarifas defensivas” já foi apresentada aos altos escalões do governo russo.

OVOS FÉRTEIS*Receita cambial e volume

no ano e nos últimos 12 meses

MÊS

RECEITA VOLUME

US$ MIVAR.

ANUALT

VAR. ANUAL

SET 3,605 6,7% 956,0 26,8%

OUT 3,727 0,5% 1.011,6 13,2%

NOV 4,486 82,7% 1.103,4 43,4%

DEZ 4,502 112,8% 1.092,4 84,7%

JAN 4,772 104,2% 1.143,9 60,3%

FEV 4,375 132,3% 1.033,3 80,4%

MAR 5,400 126,5% 1.238,3 65,4%

ABR 4,780 58,7% 1.010,5 6,3%

MAI 4,963 124,5% 1.028,3 50,8%

JUN 5,826 168,2% 1.160,4 83,0%

JUL 7,463 200,0% 1.374,7 84,3%

AGO 8,415 184,5% 1.400,5 69,8%

EM 8 MESES

45,994 136,5% 9.389,8 59,9%

EM 12 MESES

62,314 100,4% 13.553,2 52,6%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDICElaboração e análises: AVISITE

* Inclui todos os tipos de ovos férteis exportados (para a produção de reprodutores e de pintos comerciais de corte

e de postura)

Page 18: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Notícias

18 Produção Animal | Avicultura

Carne dos EUA estaria sendo reexportada a partir do Cazaquistão

Já há algum tempo o mercado inter-nacional questiona a evolução das

exportações norte-americanas de carne de frango em 2010. Como é que os EUA, tendo perdido seu maior com-prador, conseguem manter os embar-ques em volumes praticamente nor-mais? – é o que se pergunta.

Realmente, em qualquer situação, a perda quase total do principal impor-tador tende a ocasionar graves seqüe-las no fornecedor. No caso americano deveria ser assim, já que a Rússia, até recentemente, absorvia cerca de um terço das exportações de carne de frango do país.

Mas em 2010, com a decisão russa de não mais permitir a importação de carnes avícolas higienizadas com cloro, as vendas dos EUA para a Rússia recu-aram drasticamente. A ponto de, no período janeiro-julho de 2010, repre-sentarem apenas 2% das exportações dos EUA. Que, mesmo assim, registra-ram nesse período uma redução de apenas 6,6% em relação aos sete primeiros meses de 2009.

Como assim, se as vendas ao prin-

cipal comprador recuaram mais de 90%?

Uma possível primeira resposta a essa indagação está vindo, parece, da principal autoridade sanitária russa, o médico Gennady Onishchenko. Falando à agência de notícias Ria Novosti, ele levantou a hipótese de o mercado russo continuar recebendo carne de frango tratada com cloro, senão pelas vias normais, pela “porta dos fundos”.

“Segundo fontes confiáveis, são claros os indícios de que aves tratadas com cloro [provenientes dos EUA] estão sendo reembaladas em terceiros países e introduzidas em nosso merca-do”, declarou Onishchenko.

Ele também sugeriu que “o mais provável” é esse procedimento estar sendo adotado por membros integran-tes da recém-criada (1º de julho de 2010) União Aduaneira implantada entre Rússia, Belarus e Cazaquistão.

Por sua vez, o Cazaquistão negou a acusação russa através da União Cazaquistanesa de Avicultura: “O acordo que criou a União Aduaneira

não permite a reexportação de carnes in natura, limitando as negociações entre os três países, no caso de produ-tos importados vindos de terceiros países, às carnes processadas – salsi-chas, enlatados, etc.”, ressalta Ruslan Shapirov, presidente da entidade aví-cola cazaquistanesa.

Segundo o líder avícola do Cazaquistão, atualmente o mercado local demanda cerca de 185-195 mil toneladas de carne de frango, mas produz apenas um terço desse volume. Ou seja: os restantes dois terços são importados - “principalmente dos EUA e do Brasil”, informa Shapirov.

No ano passado o Cazaquistão consumiu 186.600 toneladas de carne de frango, 59% das quais representa-das por produto importado. Mas de acordo com a entidade avícola local, essa dependência tende a diminuir no ano que vem já que a produção de carne de frango pode crescer significa-tivamente e aproximar-se das 100 mil toneladas, enquanto as quotas de importação devem continuar limitadas às 110 mil toneladas.

“Frango clorado entra agora pela porta dos fundos”

Rússia desconfia

Onishckenko acredita que aves

tratadas com cloro [proviniente dos EUA] está sendo reembaladas em terceiros países e

introduzidas no mercado russo

Page 19: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 19

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Mercado foi fechado em 2005, por causa da Influenza Aviária

Turquia volta a exportar carne de frango para a Rússia

Depois de cinco anos

Após mais de cinco anos de ausência, a carne de frango produzida pela

Turquia volta a ser consumida no mercado russo. De acordo com notícia divulgada pela publicação turca World Bulletin, empresas locais efetuaram, no início de setembro, as primeiras remessas de carne de frango para a Rússia, ato que se concretiza quase sete meses depois das autoridades sanitárias russas suspenderem o embargo que pesava sobre o frango turco há vários anos.

Embora pequeno fornecedor, a Turquia vinha, há tempos, exportando carne de frango para a Rússia com regulari-dade. Perdeu esse mercado em outubro de 2005, época em que o país enfrentou sucessivos surtos de Influenza Aviária do tipo H5N1, com, inclusive, perdas humanas.

Reaberto o mercado, a participação da Turquia nas importações de carne de frango da Rússia continua sendo modesta,

não devendo passar das 50-60 toneladas anuais.

Mas lideranças avícolas locais ressaltam que a Turquia integra um grupo de países exportadores que receberam da Rússia uma quota de 150 mil toneladas anuais. Por isso – ressalta o setor – “se nosso produto for competitivo em relação ao de outros fornecedores, poderemos ampliar substancialmente nossa participação nas importações russas”.

Restrição é mantida há nove anos

UE avalia retorno de proteína animal na alimentação de aves e suínos

Alta dos insumos

Devido ao alto preço dos insumos para ração, como farinha de soja,

os produtores da União Européia cogi-tam levantar um embargo mantido há nove anos pelo bloco: querem voltar a incluir proteína animal na alimentação de aves e suínos.

A proibição do uso de farinha de carne e ossos ocorreu em 1994, duran-te a epidemia da doença da vaca louca, quando foi comprovado que a utiliza-ção de proteína animal na alimentação de bovinos era um dos focos de conta-minação. Em 2001, apesar da proibição ser justificável apenas para ruminantes, e não para aves e suínos (que são oní-

voros, enquanto os ruminantes são herbívoros e, por conseguinte, não devem ser alimentados com proteínas de origem animal), o bloco estendeu a suspensão para todos os animais.

A notícia, veiculada no Poultry Newsletter da União Nacional dos Agricultores do Reino Unido (NFU na sigla em inglês), afirma que a entidade foi consultada informalmente, em julho, pelo DEFRA (sigla, em inglês, do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido) sobre o embargo estabe-lecido pela Comissão Européia. “Nós sugerimos uma série de revisões nas

regras do TSE RoadMap (roteiro com recomendações para a contenção de encefalopatia espongiforme transmissí-vel) e a liberação das farinhas na ali-mentação de aves e suínos é uma delas”, afirmou Terry Jones, Diretor de Comunicação do NFU, “ mas é preciso lembrar que estas são apenas propostas”.

Segundo o dirigente, a segurança dos alimentos é quesito fundamental para os agricultores britânicos e a pro-teína animal só será utilizada quando a seguridade for comprovada cientifica-mente a ponto de não causar malefí-cios ao consumidor.

Page 20: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

20 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Indústria busca também expandir exportações

Com um crescimento de 125% desde 2003, a indústria avícola na

Argentina espera produzir 1,66 milhão de toneladas neste ano e busca tor- nar-se a segunda maior exportadora mundial de frango, depois do Brasil. Mas também mira o prato dos argentinos: o consumo subiu, no período, de 20 quilos para 34 quilos por habitante/ano.

“O aumento da demanda por frango foi efetivamente uma consequência do menor consumo de carne bovina, embo-ra isso não tenha sido linear”, disse recentemente o presidente do Centro de Empresas Processadoras Avícolas (CEPA), Roberto Domenech.

As informações partem do Valor Econômico.

Aumenta consumo de carne de frango na Argentina

Carne bovina em baixa

Relevância aparece quando se considera a população consumidora

“No rastro de uma expansão econômica significativa e

altamente sustentável, cresce o apetite dos indianos pela carne de frango”.

São dirigentes da Federação de Avicultura da Índia (PFI, na sigla em inglês) que fazem essa afirmação e acrescentam – como forma de corroborar sua percep-ção acerca da “fome crescente” do mercado local pela carne de frango - que o consumo do pro-duto, até recentemente inferior a 2 kg per capita, tende a fechar 2010 com um volume em torno dos 2,4 kg, devendo chegar aos 3 kg em curto espaço de tempo.

Contraposto ao de países com maior consumo, o consumo per capita indiano é irrisório. Mas ganha relevância quando se con-sidera a população consumidora

– mais de 1,1 bilhão de habitan-tes, universo suficiente para fazer a produção local crescer mais de 40% nos últimos cinco anos.

Mas com a evolução industrial e o fortalecimento da economia, as projeções atuais podem ser facilmente superadas. Assim, por exemplo, no estado de Tamil Nadu, o mais evoluído do país, o consumo de carne de frango já se encontra nos 4,1 kg per capita.

Os demais estados indianos podem acompanhá-lo e, com isso, requerer uma produção (mais de 4 milhões de toneladas anuais, contra 2,5 milhões de toneladas previstas para 2010) que a Índia talvez não consiga atender. É onde se abrirá espaço para os grandes fornecedores internacionais como o Brasil.

Cresce apetite indiano pela carne de frangoExpansão econômica

Consumo do produto deve chegar aos 3 kg

em pouco tempo

Page 21: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 21

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

A Minupar Participações informou, por meio de fato relevante, que a

sua controlada Companhia Minuano de Alimentos fina-lizou um proje-to de reativação da unidade operacional de Passo Fundo, RS. Trata-se de um abatedouro frigorífico e o objetivo da empresa é atingir, de for-ma gradual, o abate de 100 mil frangos por dia para comer-cialização nos mercados inter-no e externo. Os produtos levarão a marca Minuano. Ainda segundo o comunicado, o início dos aba-tes está previsto para a segunda quinzena de novembro deste ano. As infor-mações foram divulgadas pelo Diário do Comércio e da Indústria.

A Minuano tem sede em Lajeado, RS, e controla empresas que atuam no processamento de frango e suínos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e, além de marca própria, também presta serviço a outras indústrias, como a Sadia S.A..

• Ajuda a evitar o estresse calórico nas aves• Contribui para menores gastos com manutenção• Amplia as possibilidades de aumento da produtividade

Telha de Alumínio Belmetal.Longa vida para sua produçãoe para o seu investimento.

Con�ra nossas �liais no site:www.belmetal.com.br

AF 38/1025Telha Trapezoidal

Nervurada

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

AF_anuncio_avisite.pdf 1 24/05/10 15:18

Idéia é chegar a 100 mil frangos/dia

Minuano retoma abate em Passo Fundo

No RS

Empresas

A Brasil Foods ofereceu, em meados de setembro, um jantar no Hotel

Renaissance, em São Paulo, à comitiva do ministro da Agricultura da Índia, Sharad Pawar, que estava em visita de prospecção de negócios no Brasil. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo. O objetivo do

encontro era discutir a viabilização da entrada dos produtos da companhia brasileira na Índia. Um dos pleitos dos anfitriões foi a redução das pesadas tarifas alfandegárias, que inviabilizam a entrada do frango brasileiro naquele

país. Aparentemente, a alternativa não teria entusiasmado Pawar e seus acom-panhantes, entre os quais figuravam empresários do setor de alimentos e avícola indianos. Segundo fontes que acompanham o assunto, os visitantes propuseram, em troca, a formação de uma joint venture entre a Brasil Foods e

companhias india-nas para a produ-ção de frango congelado em seu país.

Segundo o Estado de São Paulo, na verda-de, entrar no mercado indiano tem sido um sonho desde o tempo em que a Sadia e a Perdigão se en-galfinhavam na disputa pela lide-rança do setor de processamento de aves no País. Afinal, com seu 1,2 bilhão de habitantes, a segunda popula-ção do mundo, a Índia representa um enorme desa-fio e uma monta-nha de oportuni-dades para uma empresa de alimentos.

As tarifas de importação estra-tosféricas cobra-das pelo governo

local vão de 30% para o frango inteiro a 100% para o exportado em pedaços. Praticada com a justificativa de prote-ger os avicultores do país, tem impossi-bilitado a entrada da produção estrangeira.

Indianos propuseram formação de uma joint venture

Brasil Foods negocia o caminho para a Índia

Sonho antigo

Page 22: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

22 Produção Animal | Avicultura

Empresas

Trechos priorizados em projeto somam 885 quilômetros

Para a Coasul, a péssima qualida-de em que se encontram as

rodovias do Sudoeste do Paraná prejudicam o escoamento dos grãos e toda a infra-estrutura de trans-porte necessária para que a empre-sa continue a atender os mais de 4.200 cooperados. Com unidades em 20 municípios, a cooperativa

ingressou recentemente no merca-do agroindustrial com a construção de um abatedouro de aves, o que vai exigir ainda mais das estradas e rodovias da região para o transpor-te das aves e das rações. Como forma de tentar amenizar esses problemas, a cooperativa participa juntamente com a Ocepar

(Organização das Cooperativas Paranaenses) e outras instituições do movimento pró-Rodovias do Sudoeste do Paraná.

O movimento organizado tam-bém pela Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná e Amsop (Associação dos municípios do Sudoeste do Paraná) visa à estrutu-ração das rodovias da região, ini-cialmente reivindicando R$ 300 mil para a contratação de uma empresa que desenvolva um projeto junto ao DER (Departamento Estadual de Estradas e Rodagem) para a sua execução. Os trechos priorizados no projeto somam 885 quilômetros.

Segundo a Coasul, o atual siste-ma viário do sudoeste foi executa-do pelo então governador Jaime Canet Júnior, há 40 anos, e está ultrapassado devido ao aumento no fluxo de veículos automotores e de carga. Dessa forma, os prejuízos mecânicos e acidentes são grandes, por isso a necessidade de uma revi-talização moderna e com urgência.

Coasul reivindica modernização de rodovias Sudoeste do Paraná

Aumento nas vendas foi de quase 6%

Depois de registrar prejuízo de mais de R$100 milhões (cerca de

38 milhões de libras esterlinas) em 2008, a processadora de carnes irlan-desa Moy Park, adquirida pelo grupo brasileiro Marfrig, voltou a apresentar lucro.

De acordo com o site de notícias norte-irlandês “Belfast Telegraph”, durante reunião realizada na capital do país, Belfast, a empresa anunciou lucro de 18,3 milhões de libras esterli-nas (perto de R$49 milhões).

Na mesma ocasião, o Grupo Marfrig afirmou que apesar das condi-

ções “desafiadoras” enfrentadas pela indústria de alimentos, a companhia aumentou suas vendas de R$1,9 bi para R$2,07 bi em 2009, um aumento de quase 6%. O programa de reestru-turação traçado em 2008 foi aponta-do como um dos fatores para a recu-peração da companhia.

Sediada na Irlanda do Norte e com atividades de criação integradas que se estendem até a Inglaterra, a Moy Park fez parte do “pacote” adquirido pela Marfrig do OSI Group em 2008, do qual fazia parte, também, a brasi-leira Penasul.

Atualmente, a Moy Park é a maior empresa de alimentos da Irlanda do Norte e uma das empresas líderes da avicultura europeia. Processa, sema-nalmente, cerca de 3,5 milhões de frangos, aí inclusas aves de criações orgânicas, free-range e “corn-fed”.

A Moy Park emprega 9.920 fun-cionários nas unidades da Irlanda do Norte, Reino Unido e França. Em maio, a empresa anunciou a aquisi-ção da principal concorrente em pro-cessamento de frango, a O´Kane Poultry, também sediada na Irlanda do Norte.

Europeia Moy Park volta a registrar lucroDo Grupo Marfrig

Abatedouro recém-construído da Coasul

Page 23: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

23 Produção Animal | Avicultura

Instituto Ovos Brasil divulga site em comemoração ao dia do ovo Entidade pretende conquistar nova geração e derrubar antigos mitos

Para crianças e adolescentes

Dia 08 de outubro é o dia internacional do ovo e a Instituição Ovos Brasil – cujo objetivo

é incentivar o consumo de ovos e ressaltar a importância nutricional junto a uma alimentação de qualidade – vai comemorar com um novo lançamento: o site Ovos Brasil Teen.

Trata-se de um site dedicado ao público in-fanto-juvenil que pretende chamar à atenção da nova geração para os benefícios do consumo de ovos. O portal faz parte de uma nova campanha para que os mitos “enraizados” nos mais velhos

não prevaleça nos que estão chegando: “Quere-mos que esse ciclo seja interrompido”, salienta Olívia Acerbi, assessora de imprensa da entidade.

No conteúdo do site, o visitante pode encon-trar jogos (como o jogo da memória) um filme educativo (com personagens divertidos), um quiz com perguntas que englobam os aspectos de consumo e nutricional do ovo, além de material disponível para download como um caderninho de colorir e um gibi que serão distribuídos nas escolas.

Caderno PosturaAs principais notícias do setor produtor de ovos Notícias Curtas ........................ 23 O curso da FCAV ....................... 24 Embrapa e Gramado fazem parceria ......................... 26 O recall de ovos nos EUA......... 28 Rápido resfriamento de ovos pode combater salmonela ........ 30

Page 24: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Caderno Postura

24 Produção Animal | Avicultura

Técnicos discutem fatores para obtenção de ovos de qualidadeMudança na exigência do consumidor acende novas discussões em Jaboticabal

Evento

O VII Curso de Atualização em Avicultura para Postura Comercial, que reuniu 250 partici-

pantes no centro de convenções da Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Jaboticabal, SP, nos dias 16 e 17 de setembro, alinhavou pontos essen-ciais para a obtenção de ovos com qualidade externa e interna, com segurança garantida, com redução de custos e de desperdício. O objetivo do curso foi a atualização dos produtores em busca de constante melhoria do mercado de postura brasileiro e um dos grandes diferenciais foram as aulas práticas.

A médica veterinária Daniela Duarte de Olivei-ra, do Aviário Santo Antônio, abriu o ciclo de palestras do primeiro dia relembrando aos presen-tes de que a produção de ovos comerciais é uma atividade refletora das alterações econômicas das últimas décadas. “Houve uma mudança de hábi-tos. Hoje em dia, existem vários tipos de embala-gens, as pessoas fazem compras nos supermerca-

dos e refeições orientadas por especialistas”, conta. “Essas transformações ajudadas pelo maior poder aquisitivo e melhor nível de educação apon-ta para novas exigências do mercado e dos consu-midores que buscam um produto de qualidade com preços competitivos”.

Para a médica veterinária, essa é a razão pela qual a produção de ovos de qualidade passou a ser uma preocupação dos produtores e das em-presas. Na sequência, a palestrante apresentou práticas aplicadas ao longo de todas as etapas do processo produtivo, que somadas, resultam na qualidade final do ovo, obtida com a redução de desperdícios e de despesas. Uma delas é a alta densidade de alojamento, o que interfere direta-mente no número de ovos danificados. Outra é a inclinação adequada da gaiola: a angulação de 8 a 11 graus produz menores taxas de danos aos ovos, incluindo trincas e sujidades. No tópico higienização, Daniela sustentou a importância da limpeza das gaiolas, cintos coletores, descedouros e esteiras, reiterando que essa deve ser uma ação diária e constante: “É recomendável um check-up geral na higiene dos equipamentos antes do alojamento. Medidas como essas são mais eficien-tes do que uma desinfecção”, certifica.

Os pontos críticos de manejo apresentados por Daniela convergem com as medidas propostas pela médica veterinária, Vanessa Kodaira. A fre-qüência da coleta de ovos deve ser de no mínimo três vezes ao dia em galpões manuais e uma ou duas colheitas nos galpões automatizados. O transporte também merece atenção: a manuten-ção dos veículos e treinamento dos motoristas influem na taxa de ovos rachados e quebrados e o manuseio das caixas feitos de forma correta tam-bém ajuda na diminuição dos índices. “Tipos de bandejas e estojos, de polpa ou isopor, e de caixas apresentam diferenças no percentual de quebra no transporte dos ovos. O tamanho do casulo também tem que ser adequado e o empilhamen-to não deve exceder seis bandejas”, assegura Vanessa. Em seguida, a palestrante – também

CLASSIFICAÇÃO DO MILHOé demonstrada por

João Batista Luchesi

Page 25: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

25 Produção Animal | Avicultura

consultora nas áreas de nutrição, sanidades e manejo das granjas – resumiu para o público quais fatores influenciam diretamente na qualidade externa e interna dos ovos e como preveni-los. Para garantir a formação da casca, a temperatura do galpão deve ser mantida a 26°C (o estresse calórico afeta o consumo de ração), a alimentação deve incluir ingredientes de primeira, como o cálcio (quatro gramas ao dia é o adequado) e a linhagem deve ser levada em conta (30% dos problemas de casca têm origem genética). Já para manter o frescor e o valor nutricional do ovo, Vanessa destaca cuidados com as condições de temperatura e umidade durante a estocagem (sala de armazenagem com ampla circulação de ar), sanidade, idade da ave e genética.

Já na palestra proferida pelo responsável técnico da Assessoria de Aves e Suínos do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários (Sipag) do Ministério da Agricultura, Montemar Onishi, a necessidade de padronização e qualificação dos programas de autocontrole foi o destaque. Depois de informar o público da não obrigatoriedade da lavagem de ovos, segundo as normas vigentes, o responsável foi questionado sobre a divergência dos fiscais na interpretação da base legal e na aplicação das autuações: “temos nos esforçado para padronizar o máximo possível e temos total consciência dessa deficiência”, atesta, “mas o produtor tem a legislação como garantia. O foco [das inspeções] é que o alimento chegue de forma segura ao consumidor e é visível como as empre-sas tem melhorado para que isso aconteça”, finaliza.

Em mesas dispostas na parte exterior do cen-tro de convenções, Cristina Togashi, do Instituto Biólogico, e Juan Carlos Rio Alva, doutorando da Unesp/FCAV, com o auxílio de duas estudantes demonstraram para os presentes como são avalia-dos os critérios de qualidade do ovo, como a centralização da gema. Em uma quarta mesa, João Batista Luchesi, diretor técnico da Multimix, mostrou como classificar o milho, retirando os defeitos e imperfeições que aparecem na matéria prima, em prol de uma ração com alto teor ener-gético. Em uma primeira etapa, o grão é selecio-nado em uma peneira de crivos circulares de três mm de diâmetro que separa as impurezas e frag-mentos. Em seguida é realizada uma seleção visual, em um fundo branco para melhor visualiza-ção, onde são separados os grãos carunchados (infestados por insetos vivos ou mortos), grãos ardidos (perderam a coloração característica em mais de um quarto do grão) ou brotados (germi-nação visível).

Esse ano, o VII Curso de Atualização em Avi-cultura para postura comercial contou com um público composto por estudantes, técnicos, pro-dutores e profissionais. Como nas edições anterio-res, foi distribuído um formulário para avaliar o nível técnico das palestras e questionar quais temas deveriam ser abordados no ano subseqüen-te. “Dessa forma fazemos com que o conteúdo seja muito bem avaliado pelos participantes, o que nos incentiva a melhorar”, relata o professor Ângelo Berchieri Júnior, titular do Departamento de Patologia Veterinária da UNESP e um dos coor-denadores do evento.

AULA PRÁTICAdemonstra como é avaliada qualidade

interna do ovo

Page 26: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

26 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Acordo garante oferta no mercado das poedeiras Embrapa 031 e 051Órgão terá também mais condições para trabalhar com melhoramento genético

Para criação em piso

A Embrapa Suínos e Aves e a Gramado Avicul-tura assinaram durante a Expointer, em

Esteio/RS, um acordo para comercializar as poe-deiras Embrapa 031 e Embrapa 051. As duas empresas também vão atuar em conjunto no desenvolvimento de pesquisas de melhoramento genético com a intenção de melhorar as linha-gens já criadas pela Embrapa.

A poedeira comercial Embrapa 031 produz até 310 ovos vermelhos por ano, com peso médio de 59 gramas, das 21 até 80 semanas de idade. Ela possui alta viabilidade, com peso médio ao final da postura de 2,350kg e consumo total de ração de cerca de 54kg ao longo de toda a vida. Por ser ave de tamanho maior do que as demais ofertadas no mercado nacional, é adequada para criações rústicas, podendo ser alimentada com dietas mais baratas, especialmente nos casos de criações em piso. Comparando-se com outras

poedeiras do mercado, a Embra-pa 031 possibilita uma redução nos custos da alimentação de R$2,60/ave instalada.

Já a poedeira colonial Embra-pa 051 oferece uma produção bem superior às aves coloniais rústicas. Uma galinha colonial comum produz cerca de 80 ovos a cada ciclo. Já a Embrapa 051 atinge de 280 a 300 ovos. Outra característica da poedeira é que ela também é uma galinha híbri-da, considerada de duplo propó-sito, isto é, com capacidade para produção de ovos pelas fêmeas e de carne pelos machos (abatidos com 120 dias). A poedeira se

destina a criações semi-confinadas ou agroecoló-gicas. Apesar de apresentar características colo-niais, ela preserva todas as vantagens da avicultu-ra comercial, como o controle sanitário e a garantia de qualidade do produto oferecido ao consumidor.

O chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini, afirmou que o acordo com a Gramado Avicultura atende a um dos propósitos da Unidade, que é o de oferecer à avicultura brasileira opções de linhagens comerciais. “Assim, teremos mais estrutura de vendas para atender os produtores de todo o país que se interessam pelas nossas poedeiras”. Talamini também ressal-tou a importância para a avicultura nacional no que diz respeito ao incremento no trabalho de melhoramento genético que a Embrapa terá condições de viabilizar a partir de agora.

OVOS VERMELHOS Voltada para a agricultura familiar, galinha é uma criação catarinense

Cré

dit

o: J

ean

Vila

s B

oas

Page 27: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

27 Produção Animal | Avicultura

NOVSA-0002 An. Denagard 21x28.indd 1 02/07/10 15:24

Page 28: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

28 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Focos de contaminação por salmonela ainda estão sendo investigados Técnico recomenda incremento da biosseguridade contra a salmonelose

Recall de ovos

Após afirmar que a ração avícola pode ter sido um dos fatores de contaminação por

salmonela que desencadeou um recall de milhões de ovos em todos os Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) continuou as suas investigações e intensificou as buscas para descobrir a fonte de disseminação do surto pela bactéria. O órgão anunciou, por exemplo, ter encontrado nas granjas da Wright County Eggs (empresa de Iowa, EUA, cujos ovos sofre-ram recall devido ao surto) grande número de ratos e outras pragas, além de pilhas de esterco.

O anúncio, como era previsível, repercutiu negativamente em toda a opinião pública norte--americana. Mas para o médico veterinário Da-vid A. Halvorson, velho conhecedor do proble-ma, não há nada de surpreendente nos “achados” do FDA, exceto indicações de que as medidas de biosseguridade precisam ser incrementadas.

Especialista em saúde aviária e professor emérito aposentado da Universidade de Minne-sota, o Dr. Halvorson – que passou mais de 40 anos visitando aviários dos EUA, Canadá, Méxi-co, América do Sul, Europa e Ásia – foi ouvido pelo Center for Infectious Disease Research and Policy (CIDRAP) e adiantou que ainda está anali-sando os relatórios da FDA. Por isso, não está em condições de apoiar ou criticar os produtores de ovos ou as conclusões do órgão.

De toda forma, observou, de passagem, que foram anunciados resultados positivos para Salmonella enteritidis em amostras colhidas no meio ambiente, na ração produzida por uma das unidades da Wright County Eggs e na água de lavagem dos ovos de uma processadora da Hillandale Farms, também envolvida no recall.

A propósito dos “achados” da FDA, o Dr. Halvorson explica que os ratos têm um papel importante na ecologia da salmonela e, por isso, o controle de roedores é fundamental em esta-belecimentos produtores de ovos. Nos relatórios, investigadores disseram ter encontrado ratos

SUSTO NOS EUASupermercados avisam consumidores sobre ovos envolvidos no recall

Page 29: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

29 Produção Animal | Avicultura

Crédito das fotos: Tetsuo Miyakubo

vivos em algumas das granjas, além de buracos que evidenciavam a presença dos roedores.

Uma granja com um milhão de poedeiras alojadas consome mais de 100 toneladas diárias de ração. “Mesmo uma pequena quantidade de ração derramada atrai pragas. Até agora, erradi-car pragas por completo ainda não foi possível, portanto, é necessário um esforço constante para controlá-las”, afirma Halvorson.

Moscas também podem desempenhar al-gum papel na propagação da salmonela, mas não foi estabelecido se esse papel é significati-vo. Nos relatórios, os investigadores encontra-ram moscas vivas e mortas nos galpões e nos carrinhos que transportam os ovos. Segundo Halvorson, “uma granja com 1 milhão de gali-nhas produz, normalmente, mais de 100 tonela-das de adubo por dia, um excelente substrato para a reprodução de moscas, que fazem parte do dia-a-dia da produção de ovos e de carnes”.

Os inspetores do FDA também afirmam ter observado casos de trabalhadores que não mudaram ou não vestiram roupas de proteção

ao se deslocar entre os galpões. Sobre isso, David Halvorson conta que em seus muitos anos de trabalho em campo, não se lembra de ver os trabalhadores trocando de roupa ao mudar de aviário, embora essa seja uma prática comum nas granjas produtoras de frangos.

David Halvorson acredita que requisitos como mudar de roupa entre os galpões, e proi-bir os funcionários de ter aves de estimação são exigências inexplicáveis e indicam uma falta de compreensão dos programas de biossegurança.

Ele acrescenta que a FDA ajudaria mais os produtores de ovos e os consumidores concen-trando seus esforços na prevenção de estraté-gias já conhecidas e de sucesso, como pintos de um dia livres de salmonela, controle de roedo-res, meio ambiente negativo para salmonelas e vacinação.

Para acessar o relatório da FDA sobre o recall de ovos realizado nos EUA e as medidas que vêm sendo adotadas em torno da questão aces-se http://www.fda.gov/Safety/Recalls/MajorPro-ductRecalls/ucm223522.htm.

Para José Roberto Bottura, Presidente Executivo do Instituto Ovos Brasil, a resposta é simples: falha no programa de rastreabilidade. O dirigente explica que todos os ovos produzidos nas quatro granjas da empresa eram levados para o mesmo depósito e em seguida, distribuídos para 127 compradores. Com essa logística, não dava para saber quais ovos eram originários da granja infectada com salmonela, o que resultou na retirada de simplesmente, todos os ovos. “Pensa em um recall de carro. Não é porque deu problema em uma linha de produção que todos os carros da montadora foram afetados, e muito menos os outros carros produzidos em outros locais”, analisa Bottura. “Com a rastreabilidade, dá para saber a origem do lote contaminado e constatar que apenas os ovos daquele plantel estão comprometi-dos”, completa.

E quais as chances de acontecer aqui no Brasil? Para Bottura, o sistema que nós temos, apesar de não ser perfeito, é mais confiável. “Os grandes produtores sabem se o produto saiu o plantel A, B ou C. Estamos muito mais atentos a isso de uma maneira geral”, finaliza.

Qual foi a principal causa do recall?

Page 30: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

30 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Rápido resfriamento de ovos pode diminuir contaminaçãoTécnica derruba temperatura em até cinco minutos após a postura

Mais sobre salmonela

Na esteira do recall de ovos contaminados por salmonela que acontece nos Estados Unidos,

um cientista da Purdue University, localizada no estado norte-americano de Indiana, afirmou que um sistema de resfriamento de ovos pode ser implementado pela indústria avícola e assim reduzir futuros focos da bactéria.

Kevin Keener é o cientista em questão, pro-fessor associado de ciência alimentar. Segundo ele, o rápido resfriamento do ovo após a postura pode reduzir significativamente a habilidade da samonela de se desenvolver dentro deste alimento.

Não há recomendações federais sobre o tempo que deve transcorrer desde a postura até que os ovos sejam resfriados. Nos procedimento atuais da indústria, pode levar até seis dias para que o alimento seja resfriado a 7º C, temperatura em que a salmonela não cresce mais. No proces-so sugerido por Keener os ovos seriam resfriados em até cinco minutos, logo depois da postura.

Keener explica que a temperatura dos ovos pode alcançar mais de 37º C após o processo de lavagem e embalagem nas cartelas. No sistema que ele propõe, 30 dúzias de ovos são embaladas em caixas e depois 30 caixas são empilhadas em pallets e colocadas em caixas térmicas. Os ovos posicionados no meio do pallet pode levar até

142 horas para atingir a temperatura de 7º C. Mas, na verdade, alguns ovos só chegam a essa temperatura uma vez que estão nas geladeiras dos consumidores.

Estudos da Food and Drug Administration (FDA) sugerem que se os ovos fossem resfriados e estocados a 7º C ou menos dentro de 12 horas após a postura, a porcentagem de intoxicações provocadas por salmonela em ovos poderia cair em 78% nos Estados Unidos.

A tecnologia proposta por Keener usa flocos de dióxido de carbono para rapidamente derru-bar a temperatura. Os ovos são posicionados em um câmara de resfriamento e gás de dióxido de carbono a -78º C negativos é gerado. O gás frio circula em volta dos ovos e forma uma fina cama-da de gelo dentro da casca. Após o tratamento, a camada de gelo derrete e rapidamente diminui a temperatura interna do ovo para menos de 7º C. A casca do ovo não racha durante o processo porque ela pode resistir à expansão da fina cama-da de gelo.

O professor Keener desenvolveu um protótipo da tecnologia para rápido resfriamento dos ovos e trabalha atualmente para aperfeiçoá-lo.

Para mais informações, acesse a página de Kevin Keener no site da Purdue University: www.ag.purdue.edu/foodsci/Pages/kkeener.aspx.

Kevin Keener e o protótipo da tecnologia para rápido resfriamento dos ovos

Page 31: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

31 Produção Animal | Avicultura

Page 32: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção

32 Produção Animal | Avicultura

Participação da Região Sudeste deve continuar decrescente enquanto, opostamente, a Região Centro-Oestetende a continuar ampliando seus índices de participação

Os números no mapa se referem à estimativa da participação de cada estado no total da produção nacional de frango em 2009 e a projeção para 2019

Tendências da distribuição regional da produção brasileira de frangos

Page 33: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 33

Regiões Sul, Nordeste e Norte apresentam relativa estabilidade

Com base em projeções efetuadas pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do

Ministério da Agricultura, nos números da Associação dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco) e em análises do AviSite, é possível afir-mar que mantido o mesmo desempenho evoluti-vo observado nos últimos 20 anos, ou seja, entre 1989 e 2009, há uma clara tendência de, até 2019, as Regiões Sul, Nordeste

e Norte apresentarem relativa estabilidade de participação na produção brasileira de carne de frango, sendo também claros os sinais de que a participação da Região Sudeste deve continuar decrescente enquanto, opostamente, a Região Centro-Oeste tende a continuar ampliando seus índices de participação.

Por volta de 2019 a participação regional terá as seguintes características:

Essas tendências têm sua explicação: sendo o “celeiro do Brasil”, é natural que o Centro-Oeste abri-gue parcela cada vez maior da produção animal bra-sileira, isto é, não só a de frango.

Já o Sul, embora continue liderando, imbatível, a produção brasileira de carne de frango, tende a uma estabilização na participação (não na produção, note-se, que deverá permanecer crescente). E isso deve ocorrer não só porque os grãos estão mais dis-tantes, mas também porque a Região caminha para a saturação, preocupante sob vários aspectos, mas principalmente do ponto de vista sanitário.

Enquanto Norte e Nordeste também tendem a

uma estabilização por conta de questões climáticas e/ou de disponibilidade de grãos, o Sudeste caminha célere para uma participação cada vez menor. A ine-xistência de grãos suficientes é uma das causas, mas a principal talvez seja a industrialização e a urbaniza-ção da Região, fatores que se opõem a uma atividade que necessita, por exemplo, de isolamento sanitário e de baixos custos de produção.

As últimas duas décadas foram marcadas por significativa expansão da produção brasileira de car-ne de frango, desempenho que pode estar chegando a um ponto de estabilização e que levaria, por exem-plo, a um crescimento pouco superior ao do

Regiões Sul, Nordeste e NorteTendem a manter, com variações mínimas, os índices de participa-ção atuais (Sul: pouco mais de 55% da produção brasileira de carne de frango; Nordeste: entre 8% e 9% do total; Norte: entre 1,5% a 2,0% do total);

Regiões SudesteNos últimos 20 anos viu sua participação na produção nacional recuar cerca de 33% - de 34,06% em 1989 para 22,82% no ano que passou. E o processo de perda de participação não cessará: em 2019 pode estar com apenas 17% de toda produção brasileira.;

Regiões Centro-OesteÉ a única com perspectivas de crescimento. A ponto de apresentar a tendên-cia de, em 2019, responder por pelo menos 17% da produção brasileira de carne de frango, igualando (ou até mesmo superando) a produção da Região Sudeste.

Page 34: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

34 Produção Animal | Avicultura

Produção

crescimento vegetativo da população e a comportamentos regionais diferentes dos que vêm sendo observados atual-mente.

Suponha-se, porém, que a linha de tendência obtida a partir do que foi produzido entre 1989 e 2009 permane-ça inalterada. Qual será o significado disso?

Projeções efetuadas pela AGE possi-bilitam especulações nesse sentido. Assim, o órgão estima que entre 2009 e 2019 a produção brasileira de carne de frango deve se expandir a um ritmo de 3,64% ao ano o que significa alcançar, no final desta década, volume em tor-no de 16,3 milhões de toneladas de carne de frango.

Aplicados a esse volume os índices de distribuição regional apontam as linhas de tendência do grafico ao lado.

Em dez anos, o centro-oeste vai corresponder a 17% da produção brasileira de frango, um crescimento notável de 6,2% em relação aos valores atuais. Mas, afinal quais as razões para a região apresentar projeções tão favoráveis? Um dos fatores apontados por técnicos do setor é a farta oferta de matéria-prima para ração. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA) do estado de São Paulo, dos 30 municípios maiores produtores de milho, oito estão localizados em Goiás, seis no Mato Grosso do Sul e seis no Mato Grosso. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o município de Lucas do Rio Verde, no MT, é o primeiro no ranking nacional de

produção do grão. Não é a toa que a cidade foi escolhi-da pela BRFoods para abrigar o maior pólo industrial da empresa no país, com investimentos futuros de 43 milhões de reais e uma previsão de abate de 500 mil aves/dia até 2012.

“As grandes empresas se alertaram para a nossa região e suas vantagens naturais como ótima produção de grãos e em volume suficiente ao lado dos pólos agroindustriais e excelente clima para a implantação dos plantéis”, constata Rubens Corrêa, da Secretaria de Produção e Turismo do MS. “Outro ponto atraente é que os parques industriais estão bem distantes uns dos outros, o que sanitariamente é muito favorável”, com-pleta.

CARNE DE FRANGOTendências de distribuição da produção nacional em 2019

REGIÃOPERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO VOLUME PRODUZIDO (MILHÕES/T)

2009* 2019** 2009 2019 VAR.

S 55,3% 56,0% 6,134 9,313 51,83%

SE 23,5% 17,2% 2,610 2,860 9,61%

CO 10,6% 16,8% 1,179 2,794 137,00%

NE 9,0% 8,3% 0,993 1,380 38,94%

N 1,7% 1,7% 0,184 0,283 53,43%

BRASIL 100,0% 100,0% 11,100 16,630 49,82%

Fontes dos dados básicos: AGE/MAPA e APINCOElaboração e análises: AVISITE

* Volume estimativo, estabelecido com base no alojamento de pintos de corte de 2009.** Projeção baseada no desempenho regional registrado entre 1989 e 2009.

AGE estima que entre 2009 e 2019 produção brasileira de carne de frango deve se expandir a um ritmo de 3,64% ao ano

Avanço do Centro-Oeste

Page 35: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

35 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde AvícolaAs principais notícias do setor

Notícias curtas ....................................35Trabalhos premiados no VII Simpósio de Sanidade Avícola do LCDPA da UFSM ................................36Empresas e Equipamentos ...............50

FDA propõe uso mais criterioso de promotores de crescimentoRecomendações tendem a ser seguidas

Nos EUA

O Centro de Medicina Veterinária da Food and Drug Administration (FDA), órgão

fiscalizador norte-americano de alimentos e medicamentos, acaba de publicar proposta de novo guia sobre o uso, na produção ani-mal, de antimicrobianos considerados im-portantes para a saúde humana. No docu-mento a FDA declara que a utilização, na alimentação animal, desses antimicrobianos com fins não-terapêuticos ou sub-terapêuti-cos (por exemplo, como melhoradores do desempenho ou como “promotores de cres-cimento”) não se coaduna com os esforços de proteger e promover a saúde pública.

Embora já consideradas por alguns seg-mentos da opinião pública e da imprensa norte-americanas como obrigatórias, as normas publicadas pela FDA representam apenas recomendação e ficaram abertas a sugestões pelo prazo de 60 dias. Mas, inde-pendente da obrigatoriedade ou não, ten-dem a ser seguidas (às vezes, até pela pres-são de ONGs e da opinião pública) pelo setor de produção animal.

Acesse a íntegra do “The Judicious Use of Medically Important Antimicrobial Drugs in Food-Producing Animals”, documento publicado pela FDA: www.fda.gov/downloa-ds/AnimalVeterinary/GuidanceCompliance-Enforcement/GuidanceforIndustry/UCM216936.pdf.

Para FDA, utilização de antimicrobianos com fins não-

terapêuticos não se coaduna com os esforços para proteger

a saúde pública

Page 36: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

36 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

“Menos salmonelas no frango não reduzem problemas humanos”

Em workshop

A US Poultry & Egg Association realizou workshop sobre processamento avícola,

evento anual tradicional na pauta de encontros técnicos da entidade. E como o assunto do momento na avicultura norte-americana são as novas normas estabelecidas pelo Departamento de Agricultura (USDA) para o controle de salmo-nelas nos abatedouros, a associação trouxe para o workshop o Dr. Daniel Engeljohn, diretor do FSIS, o serviço de inspeção e segurança alimen-tar do USDA.

Falando sobre o aumento do rigor do FSIS na tentativa de controlar melhor o problema, Engeljohn surpreendeu os participantes do workshop ao salientar que o objetivo principal das novas normas é a saúde humana, “apesar de os resultados obtidos estarem indo na dire-ção oposta”.

Mostrando dados que ilustraram sua afirma-ção, esclareceu que enquanto a presença de salmonelas na carne de frango in natura vem decrescendo no decorrer do tempo, os casos de salmonelose em humanos vêm aumentando de forma significativa.

Efetivamente, parece que os produtos avíco-las (juntamente com o frango, também o ovo) se tornaram o bode expiatório capaz de justifi-car a incidência crescente de casos de salmone-lose em humanos, quando se sabe que a causa não está apenas nos alimentos de origem animal (recentemente, nos EUA, foi registrado surto grave de salmonelose causada por tomates).

Apesar dessas constatações, o dirigente do FSIS explicou que o rigor com os alimentos de origem animal continuará aumentando, “pois é meta da administração Obama aperfeiçoar subs-tancialmente o sistema de segurança alimentar do país”.

Na ocasião, o Dr. Daniel Engeljohn sumari-zou os novos padrões de controle de salmonella e campylobacter a serem atendidos pelos abate-douros avícolas e comentou que a maioria deles (82%) já estaria operando de acordo com a nova conformidade.

Para acessar, no site do FSIS, as normas publicadas no início deste mês: www.fsis.usda.gov/PDF/Compliance_Guide_Controling_Salmo-nella_Campylobacter_Poultry_0510.pdf.

Salmonelas na carne caem enquanto casos humanos aumentam

Celulite aviária e Salmonella Enterica são temas de trabalhos premiados

Trabalho Premiado - VII Simpósio de Sanidade Avícola - LCDPA, UFSM

No jantar de con-fraternização do

VII Simpósio de Sani-dade Avícola (Santa Maria, RS, 9 e 10 de setembro), a organiza-ção do evento do Laboratório Central de Diagnóstico de Patolo-gias Aviárias (LCDPA), da Universidade Fede-ral de Santa Maria/RS (UFSM), premiou dois trabalhos científicos. O primeiro deles, intitu-

lado Fatores de risco envolvidos na dermatite necrótica dos frangos de corte, foi liderado por Benito Brito, do Instituto de Pesquisas Veteriná-rias Desiderio Finamor (IPVDF) de Eldorado do Sul, RS. Já o segundo, Avaliação de uma cultura probiótica baseada em bactérias ácido láticas no tratamento de Salmonella Enterica Serovar Hei-delberg em frangos de corte de um dia de ida-de, tem como autor principal Anita Menconi, aluna de pós-graduação da Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos. Confira nas pági-nas seguintes um resumo das pesquisas premia-das. A íntegra dos textos com as referências bibliográficas está disponível em www.avisite.com.br/cet.

Evento foi organizado pelo LCDPA da UFSM

Anita Menconi e Benito Brito (à direita)

Page 37: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

37 Produção Animal | Avicultura

Bactérias ácido láticas no tratamento de Salmonella Enterica sorovar Heidelberg

Entre todos os 2.500 sorotipos de Salmonella, aproxi-madamente 80 sorovares estão frequentemente en-

volvidos em infecções. Os agentes mais freqüentes de salmoneloses em seres humanos e animais são Salmonella Typhimurium e Salmonella Enteritidis, mas existe uma crescente preocupação com os sorovares Infantis, Agona, Hadar, Heildelberg e Virchow. A Salmonella Enterica soro-var Heidelberg (SH) é considerada uma entre as três mais comuns associadas a casos de salmonelose humana no Canadá e a quarta mais isolada em casos de intoxicação alimentar em humanos nos Estados Unidos. Nas últimas décadas, a SH isolada de humanos tem sido também detectada como resistente a alguns antibióticos. Fontes de infecções humanas por SH incluem o consumo de frangos, ovos e de produtos que contém ovos. Fatores como as restrições ao uso de antibióticos na alimentação animal, a disseminação de genes de resistência aos antibi-óticos, a falha na identificação de novos antibióticos e os problemas relacionados com o desenvolvimento de novas vacinas, geraram o desenvolvimento de estratégias pre-ventivas para diminuir a incidência da colonização por Salmonella em frangos de corte e postura. Uma dessas estratégias inclui a utilização de probióticos. Um exemplo de probiótico eficaz no controle de infecções por Salmo-nella em frangos e perus é a cultura probiótica baseada em Lactobacillus spp. Pesquisas conduzidas no laboratório da Universidade de Arkansas permitiram a identificação de 11 bactérias ácido láticas do gênero ou relacionado a Lactobacillus no produto FM-B11 (FloramaxTM) que pos-sui sua eficácia experimentalmente comprovada no trata-mento de frangos infectados por S. Enteritidis e S. Typhi-murium. No presente estudo, foi avaliado o efeito dessa cultura probiótica no tratamento de samonelose por SH em pintos de corte de um dia de idade.

Para o desenvolvimento desse experimento utilizou-se como desafio uma amostra de Salmonella Enterica soro-

var Heidelberg (SH) de origem avícola e resistente a dois antibióticos. Como tratamento foi usado o produto co-mercial FloraMaxTM (FM-B11), que se encontra também em comercialização no Brasil. Pintos de corte de um dia de idade foram colocados em uma bateria de gaiolas com livre acesso à ração inicial de frango de corte e água sem medicação por toda a duração do experimento. As aves foram desafiadas com SH na concentração de 105 ufc/ave através de gavagem via oral. Os pintinhos receberam o tratamento de 106 ufc/ave de FM-B11 via oral, uma hora depois do desafio, enquanto o grupo controle recebeu a solução tampão fosfato-salina (PBS) como veículo. Vinte aves por grupo foram eutanasiadas pelo método humani-tário de inalação de CO2, 24 e 72 horas após tratamento e foi assepticamente coletado tonsilas cecais de cada ave, que foram enriquecidas e plaqueadas de acordo com as normas microbiólogicas para tal e posteriormente exami-nadas para presença ou ausência de SH resistente aos antibióticos.

Os cecos também foram removidos para a realização de diluições e plaqueamento para a contagem de unida-des formadoras de colônia (ufc) para SH. A incidência de isolamento de SH foi comparada e testada para todas as possibilidades estatísticas. Na avaliação final os resultados mostraram uma redução significante na incidência de SH em tonsilas cecais das aves analisadas e também signifi-cantes reduções nas concentrações de SH nos cecos. Como conclusão, constatou-se que o tratamento com bactérias ácido láticas contidas no probiótico FM-B11 é capaz de reduzir significantemente a quantidade de SH em frangos de corte de um dia e, portanto, é um probió-tico eficaz na indústria avícola, no que diz respeito à redu-ção dos mais ameaçadores sorotipos de Salmonella, in-cluindo o sorotipo Heildelberg.

Referências podem ser solicitadas através do e-mail [email protected] ou [email protected].

Autores: Anita Menconi1, Amanda D. Wolfenden1, Srichaitanya Shivaramaiah1, Courtney Kremer1, Billy M. Hargis1, Guillermo Tellez1

1- Departamento de Ciências Avícolas, Universidade de Arkansas, Fayetteville, AR, EUA.

Colônias típicas de SH em placas de ágar verde brilhante contendo antibióticos (direita) em comparação com uma placa (esquerda) negativa para o crescimento de SH

Gavagemde Salmonella Heildelberg

Trabalho Premiado - VII Simpósio de Sanidade Avícola - LCDPA, UFSM

Page 38: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

38 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

Fatores que interferem na ocorrência de celulite aviária

O objetivo deste trabalho foi analisar os fatores de risco envolvidos na dermatite necrótica (DN) dos frangos de

corte, tais como a dose do inóculo, a origem da cepa, a influência dos genes iss e iut A na patogenicidade da E. coli e a resistência de duas linhagens de aves. Foram desenvolvi-dos quatro experimentos para avaliação da importância destes fatores de risco.

No experimento 1Foram utilizados 100 frangos de corte, distribuídos em

grupos de 20 aves. Os grupos foram desafiados com cepa de E.coli numa concentração de 109 UFC/mL, 108 UFC/mL, 107 UFC/mL e 106 UFC/mL, sendo um grupo controle inoculado com apenas salina. As aves desafiadas com con-centração de E. coli de 109 UFC/mL e 108 UFC/mL causa-ram lesões de DN de tamanho médio de 26,8 e 2,8 cm2 respectivamente. As aves que receberam inóculos de 107 UFC/mL e 106 UFC/mL não apresentaram lesões de DN.

No experimento 2Foram utilizadas 10 cepas de E. coli, sendo 5 cepas de

origem fecal e 5 cepas isoladas de lesões de celulite. Cada cepa foi caracterizada quanto a presença ou ausência dos genes de virulência iss e iut A pela técnica de PCR, além de testadas para teste de patogenicidade em pintinhos de um dia. As cepas de E. coli isoladas de lesões de celulite apre-sentaram maior capacidade de matar pintos de um dia de idade quando comparadas com amostras de E. coli isoladas das fezes. Através da análise de PCR verificou-se que as amostras de E. coli de baixa patogenicidade ou não patogê-nicas não tinham os genes iss e iut A.

No experimento 3 As cepas utilizadas no experimento anterior foram

inoculadas em 250 frangos de corte. Os grupos desafiados foram inoculados com 106 UFC/mL de cada cepa, observa-dos por três dias em relação à ocorrência das lesões. Após esse período foi realizada a necropsia e as lesões classifica-das quanto à área de lesão produzida. Analisamos a capa-cidade das bactérias portadoras dos genes iss e iut A cau-sarem lesões em frangos. Na tabela 1 observamos que, quando as cepas de E. coli apresentavam os dois fatores de virulência ocorreram lesões maiores, o que não era obser-vado quando os genes atuavam individualmente.

No experimento 4Foram utilizados 100 frangos de corte das linhagens

Ross e Cobb. Os dois grupos foram desafiados com uma cepa virulenta de E. coli em condição de alto e baixo desa-fio. As duas linhagens demonstraram lesões de DN de intensidade similar quando foram desafiadas com alta ou baixa concentração de E. coli. Além disso, foi possível observar uma linearidade quanto à área das lesões produ-zidas no momento em que era diminuída a concentração do desafio.

A partir dos resultados obtidos podemos concluir que os modelos de reprodução experimental de DN desenvolvi-dos neste trabalho permitem diferenciar a patogenicidade das cepas de E.coli envolvidas em casos de celulite.

Os genes iss e iut A servem como marcadores molecu-lares de virulência para amostras de E.coli que causam a DN. A associação destes dois genes promove lesões de maior intensidade comprovando a característica multifato-rial desta patologia.

Não ocorreu diferença significativa na comparação das duas linhagens de frangos de corte quanto à sensibilidade a lesões de DN. Além disso, foi possível observar uma correlação entre concentração bacteriana do desafio e tamanho de lesão na ave.

Autores Benito Guimarães de Brito1, Thiago Moreira Tejkowski2, Fátima Regina Ferreira Jaenisch3 , Kelly Cristina Tagliari de Brito41- Pesquisador do IPVDF/FEPAGRO, RS. 2-Bolsista CNPq. 3-Pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves. 4-Pesquisadora do Ecolvet.

Tabela 1- Reprodução de lesões de celulite em frangos a partir da inoculação de E. coli com presença e ausência

dos fatores de virulência iss e iut A.

Perfil de Virulência Reprodução de Celulite / cm²

iss+ / iut A + 9,25

iss+ / iut A - 5,96

iss - / iut A + 5,05

iss - / iut A - 2,76Exemplo de celulite em frangos

Trabalho Premiado - VII Simpósio de Sanidade Avícola - LCDPA, UFSM

Page 39: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

39 Produção Animal | Avicultura

Page 40: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

40 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

A avicultura brasileira tem lugar de des-taque no cenário mundial, ocupando a primeira posição na exportação de

carnes de frango e a terceira em termos de produção de carne e derivados de frango, bem como há de se considerar como relevan-te o avanço na produção de ovos pelo setor avícola de postura de nosso país, que além de atender a toda demanda no mercador inter-no, tem potencial para ser destinado a suprir as necessidades do mercado externo.

No entanto, as doenças infecciosas em geral e, em particular, as doenças respirató-rias de etiologia viral na avicultura exercem um impacto significativo em perdas econô-micas no mundo todo, relacionados à dimi-nuição do crescimento, comprometimento da qualidade e da produção de ovos, mortali-dade, condenação no abate e gastos com in-sumos incluindo diagnóstico, vacinas e anti-microbianos a fim de eliminar infecções bacterianas intercorrentes. Dentre as doen-ças com grande potencial de ocasionar as mais severas perdas em termos de mortalida-de, estão aquelas causadas por estirpes de al-ta virulência do vírus da doença de Newcas-tle e do vírus da influenza Aviária. Além dessas, três outras doenças respiratórias vi-rais também possuem significativa impor-tância em termos de severidade de lesões produzidas, tal como a laringotraqueíte in-fecciosa (ILT), a síndrome da cabeça inchada por metapneumovirus aviário (aMPV) e a bronquite infecciosa das galinhas (BI), sendo que todas essas enfermidades virais podem ser prevenidas através da utilização de vaci-nas adequadas. A BI se destaca em razão de sua capacidade de se disseminar amplamen-te, mesmo em criações de aves vacinadas, quando estão envolvidas variantes desse ví-rus, ocasionando, consequentemente, enor-mes prejuízos diretos e indiretos, que são da ordem de milhões de dólares anualmente (JONES, 2010).

A BI tem como agente etiológico um RNA-

O grupo de pesquisa sediado no Laboratório de Imunologia Viral (IMUNOVIR) do Departamento de Patologia Veterinária da FCAV/UNESP conta atualmente com um pes-quisador em estágio de pós-doutoramento (Maria de Fátima S. Montassier), três pós--graduandos em nível de doutorado (Cintia Hiromi Okino, Mariana Costa Melo Gonçal-ves e Camila Cesário Fernandes), dois pós-graduandos em nível de mestrado (Ketherson Rodrigues Silva e Fulvia DiPillo) e cinco alunos de graduação em treinamento e/ou traba-lho de iniciação científica (Philipp P. Lima, Filipe dos Santos Fernando, Felipe Teixeira, Ma-riana Monezi e Elisabete Schirato). O trabalho da equipe existe desde a década de 90 para o desenvolvimento de novos procedimentos laboratoriais para o diagnóstico labo-ratorial e/ou para o monitoramento da imunidade pós-vacinal de viroses aviárias. Vários dos trabalhos de pesquisa concluídos até agora possibilitaram a produção de imuno--reagentes, como Preparações Convencionais e Recombinantes de Antígenos Virais, de anticorpos policlonais e de fragmentos de anticorpos monoclonais recombinantes, que resultaram na geração de protótipos de kits de reações sorológicas, especialmente os ensaios com anticorpos marcados, os quais foram destinados ao imuno-diagnóstico de enfermidades como a bronquite infecciosa, a doença de Newcastle, a doença de Gum-boro e as salmoneloses aviárias. Embora sem a obtenção de patentes, todos comprova-ram a sua eficiência e encontram-se no aguardo de interessados para serem dimensio-nados e adequados à produção e emprego em uma maior escala.

As atividades de trabalho, além dos estudos sistemáticos sobre as respostas imunes de proteção induzidas pelas vacinas contra o VBI, têm também se distinguido por buscar abordagens cientifico-técnicas inovadoras em temas atuais de virologia e imunologia aviária, priorizando, inclusive, a formação de recursos humanos em áreas prioritárias e estratégicas relacionadas à sanidade avícola e lançando mão de ferramentas de biotec-nologia. Dessa forma, já foram obtidas proteínas virais recombinantes de estirpes de re-ferência e de variantes brasileiras do vírus da bronquite infecciosa e também foram pre-parados fragmentos de anticorpos monoclonais recombinantes pela técnica de “Phage Display” contra esse mesmo vírus, que têm um grande potencial de aplicação em técni-cas de imunodiagnóstico desse vírus. No caso ainda, das proteínas virais recombinantes, há possibilidade também de usá-las na formulação de novas preparações vacinais con-tra esse mesmo vírus.

O trabalho do IMUNOVIR já resultou em uma primeira plataforma de procedimen-tos técnicos e precursores de produtos com grande potencial de aplicação na avicultura de brasileira.

Equipe do Laboratório de Imunologia Viral do Departamento de Patologia Veterinária da FCAV/ UNESP/ Campus de Jaboticabal

Autor: Helio José Montassier

Aspectos relevantes da doença, da imunidade e do controle

Equipe do IMUNOVIR se destaca por abordagens técnicas científicas inovadoras

Bronquite Infecciosa

Page 41: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

41 Produção Animal | Avicultura

vírus, que pertence à família Coronaviridae e ao gênero Coronavirus. Pode ser definida co-mo sendo uma doença viral altamente conta-giosa e de curto período de incubação, que acomete aves da espécie Gallus gallus, causan-do uma doença com sinais clínicos e lesões predominantemente do trato respiratório, caracterizados principalmente por espirros e estertores tráqueo-bronquiolares, conjuntivi-te, sinusite e, às vezes; na dependência espe-cialmente da virulência e do patotipo da es-tirpe do VBI envolvida, podem surgir alterações patológicas de nefrite, nefrose, epi-didimite e ovário-salpingite. Atualmente a BI está incluída na lista da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como doença transmissível de notificação anual, que tem importância sócio-econômica e implicações sanitárias, podendo trazer alguma repercus-são a qualquer momento no comércio inter-nacional de produtos e animais (CAVANA-GH, 2007, ITO, 2006).

Essa enfermidade foi descrita pela primei-ra vez em Dakota do Norte, nos Estados Uni-dos em 1930, e no Brasil foi inicialmente de-tectada em 1957, sendo que ela ocorre em praticamente todas as regiões do mundo, on-de existe a avicultura industrial. Além disso, no Brasil, tem ocorrido com grande freqüên-cia na Serra Gaúcha, Oeste de Santa Catari-na, Sudoeste, Oeste e Norte do Paraná, além do Sul e Norte do estado de São Paulo e Triân-gulo Mineiro (CAVANAGH & NAQI, 2003; MONTASSIER et al., 2006, 2008, MONTAS-SIER, 2010).

A despeito de existirem vacinas vivas e inativadas contra a BI, persistem grandes en-traves para se estabelecer uma condição de

controle mais efetivo da infecção pelo VBI nos plantéis avícolas comerciais brasileiros, o que parece ser agravado no nosso país pela utilização de apenas um sorotipo viral (Mas-sachusetts) nas vacinas “vivas” atenuadas. Deve-se salientar que as maiores dificulda-des, nesse caso, estão mais diretamente rela-cionadas ao aparecimento, entre essas popu-lações de aves, de novos sorotipos ou variantes do VBI, as quais são genetica e an-tigenicamente distintas das estirpes selva-gens e vacinais. Em decorrência disso, no mundo todo e, inclusive no Brasil, tem sido crescente a identificação de variantes genéti-cas e antigênicas do VBI, tornando muito di-fícil o controle da infecção e consequente-mente da enfermidade por esse vírus (MONTASSIER, 2010).

Características Moleculares e Es-truturais do VBI em Relação às suas Principais Propriedades Bio-lógicas

As partículas do VBI são pleomórficas, com aproximadamente 120 mm de diâmetro e apresentam um envelope lipoprotéico pro-vido de projeções bem demarcadas (espículas - glicoproteína de S) e distribuídas por toda a superfície do vírion. Tais espículas possuem cerca de 20 nm de comprimento e são res-ponsáveis pela aparência de coroa do virion á microscopia eletrônica (CAVANAGH, 2007, MONTASSIER, 2010).

O VBI apresenta, ainda, quatro proteínas estruturais principais, que foram identifica-das como a glicoproteína de espícula (S), a glicoproteína integral de membrana (M), a proteína pequena de membrana (E) e proteí-na fosforilada de nucleocapsídeo (N) (CAVA-NAGH, 2007).

A glicoproteína S atua, através da subuni-dade S1, na adsorção do VBI com os recepto-res presentes na membrana das células alvo e, em seguida, através da subunidade S2 de-sencadeia o processo de fusão do envelope viral com a membrana das células do hospe-deiro, o que contribui para a liberação do ge-noma viral para o interior da célula infecta-da. Por essa razão, a subunidade S1 está envolvida na infectividade viral e, em adição a isso, contém epítopos vírus-neutralizantes, os quais são constituídos por determinadas seqüências de aminoácidos que conferem a

Inoculação de ovos

Lesões em embriões contaminados por Bronquite Infecciosa

Page 42: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

42 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

especificidade de sorotipo a cada estirpe do VBI. A par disso, essa proteína apresenta sí-tios responsáveis pela atividade hemagluti-nante do VBI e também epítopos para a inte-ração com linfócitos T citotóxicos. A glicoproteína S1 se caracteriza ainda por apresentar uma variabilidade acentuada na composição de determinadas sequência de aminoácidos de sua estrutura, fenômeno este que foi identificado quando se fez a compara-ção dessas proteínas provenientes de diferen-tes estirpes européias e também de algumas delas pertencentes ao sorotipo Massachusetts

(Mass) do VBI (CAVANAGH, 2007, MONTAS-SIER, 2010).

A proteína de nucleocapsídeo (N) se loca-liza na parte mais interna do vírion, encon-trando-se diretamente associado com o RNA genômico viral, exercendo, durante o ciclo de infecção intra-celular, um papel impor-tante nos processos de replicação e monta-gem de novas partículas do VBI. Está tam-bém envolvida na indução de respostas imunes cito-mediadas de proteção, uma vez que contém em sua estrutura epítopos para a interação com células T citotóxicas específi-cas, as quais contribuem decisivamente para a restrição da disseminação da infecção pelo VBI dentro do organismo hospedeiro. Nesse sentido, os resíduos de aminoácidos presen-tes na porção carbóxi-terminal da proteína N se revelaram críticos para a indução de célu-las T citotóxicas efetoras contra esse patóge-no viral e, em adição a isso, foram reconheci-dos outros importantes epítopos dessa mesma proteína para a interação com o MHC de classe II e com os linfócitos T auxiliares (CAVANAGH, 2007, MONTASSIER, 2010).

Patogenia do VBIO VBI infecta inicialmente o trato respi-

ratório superior e, preferencialmente as cé-lulas ciliadas e secretoras de muco desse sis-tema (DHINAKAR RAJ; JONES, 1997). O título infectante viral atinge valores máxi-mos nas mucosas do nariz e traquéia, aos três dias após o início da infecção; perma-

Figura 3 - Níveis de anticorpos anti-VBI dos isótipos IgG, IgA e IgM (expressos como faixas de valores A/P) e determinados pelo S-ELISA-ConA, nas amostras de se-creção lacrimal de aves SPF da linhagem Leghorn Branca, do grupo controle (A) e vacinado (B) e títulos de anticor-pos soro-neutralizantes (expressos em log10), detecta-dos pelo Teste de Vírus-Neutralização na secreção lacri-mal de aves SPF da linhagem Leghorn Branca dos grupos controle (SN-cont) e vacinado (SN-vac) (C) e suas rela-ções com os resultados da proteção ao desafio, avaliada pelo movimento ciliar das células epiteliais e lesões histo-patológicas da traquéia, sendo * P< 0.05 e ** P< 0.01 indicativos de aumentos dos níveis de anticorpos e de su-as correlações significativos em relação ao grau de pro-teção traqueal contra a infecção pelo VBI.

Page 43: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

43 Produção Animal | Avicultura

necendo nesses patamares por mais dois a cinco dias. Com relação à capacidade de o VBI infectar outros órgãos do trato respira-tório, estudos revelaram a presença de títu-los virais similarmente elevados, nos pul-mões e nos sacos aéreos (CAVANAGH e NAQI, 2003, CAVANAGH, 2007).

Embora a nomenclatura do VBI sugira que se trata de um patógeno apenas do tra-to respiratório, este vírus, além de se repli-car em tecidos e órgãos desse sistema (na-riz, traquéia, pulmão e sacos aéreos), causando lesões proeminentes nesses teci-dos, apresenta também tropismo e patoge-nicidade para muitos outros tipos de célu-las epiteliais, incluindo as que estão presentes na constituição dos rins, das cé-lulas do oviduto ou dos testículos e muitos outros tipos celulares do trato gastro-intes-tinal, que constituem, por exemplo, o esô-fago, o proventrículo, o duodeno, o jejuno, a bursa de Fabrícius, as tonsilas cecais, o re-to e a cloaca (CAVANAGH, 2005). Infecções de tecidos entéricos geralmente não se ma-

nifestam clínica e patologicamente, não obstante quadros de proventriculite ou en-terite podem ser desencadeados por deter-minadas estirpes do VBI (CAVANAGH, 2005, 2007). Por outro lado, algumas estir-pes do VBI são predominantemente nefro-patogênicas, isto é, quando inoculadas em pintinhos de um dia de idade, reproduzem experimentalmente um quadro caracterís-tico de nefrite, que culmina em elevada mortalidade. Alternativamente a esses pa-totipos do VBI, foram descritas algumas outras estirpes com uma predileção mais acentuada para replicação em tecidos gona-dais, nos quais desencadeiam lesões e com-prometimento do funcionamento normal desses órgãos, especialmente de ovários, ovidutos e de testículos (PENSAERT e LAM-BRECHTS, 1994, PEREIRA et al., 2006).

Em vista disso, verifica-se que existem diferentes patotipos do VBI com capacida-de de gerar lesões significantes nos sistemas respiratórios, urinário e reprodutor de aves de todas as idades, as quais podem acarre-

Figura 4 - Perfil cinético das concentrações médias de anticorpos anti-VBI determi-nados pelo método indireto de ELISA no soro sanguíneo (A) e na secreção lacrimal (B). (a, b) Diferenças significativas pelo Teste de Tukey (P < 0.05). Escores médios de graus de lesões encontradas no exame histopatológico (C) e escores médios de movi-mento ciliar da traquéia de aves vacinadas ou não (con-trole) três dias após o desafio (B). (a, b) Diferenças significa-tivas pelo teste estatístico de comparação múltipla de Dunn’s (P < 0.05). A seta azul identifica o dia da vacinação (1 dia de idade) e a seta ver-melha o dia do desafio (42 dias de idade)

Gra

fico

4A -

Indí

ces

de A

ntic

orpo

s , V

alor

es M

édio

s -

A/P

Gra

fico

4B -

Indí

ces

de A

ntic

orpo

s , V

alor

es M

édio

s -

A/P

Gra

fico

4C -

Esc

ores

Méd

ios

de

Lesõ

es H

isto

pate

ológ

icas

Tra

quea

isG

rafic

o 4D

- E

scor

es M

édio

s de

Le

sões

Cilo

esta

se T

raqu

eais

A

B

C

D

Page 44: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

44 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

tar severas perdas econômicas à indústria avícola. (CAVANAGH; NAQI, 2003; CAVA-NAGH, 2007).

Imunidade contra o VBIApesar da existência de inúmeros estudos

sobre as respostas imunes induzidas pela in-fecção ou vacinação com o VBI, a base da imunidade de proteção contra esse vírus ain-da não está totalmente elucidada. Tem sido demonstrado que, na maioria das vezes, a in-fecção ou a vacinação com o VBI estimulam a produção de anticorpos dos isótipos IgG, IgM e IgA, tanto no compartimento sanguí-neo, como no compartimentos das mucosas dos tratos respiratório e uro-genital. Além dos anticorpos, são desencadeados também os processos de proliferação e ativação de cé-lulas T efetoras, isto é, as células TCD8+, com

atividade citotóxica (CTL) e as células TCD4+ (Ta), com capacidade de secretarem citocinas com ações moduladoras de linfócitos T e B e que se subdividem, conforme o perfil de cito-cinas secretadas, nas subpopulações Ta1 e Ta2.

Sabe-se também, que a maioria dos anti-corpos anti-VBI dos isótipos IgA, IgG e IgM, presentes nas secreções mucosas do trato res-piratório e anexos, como a mucosa ocular, é produzida pelos tecidos linfóides traqueo--bronquiais e principalmente pela glândula de Harder (órgão linfóide especializado das aves que está localizado na cavidade orbital), em resposta à inoculação de suspensões viru-lentas ou atenuadas (vacinas “vivas”) do VBI. Para os anticorpos do soro sanguíneo foram detectadas atividades vírus-neutralizantes e também hemaglutinantes usando-se suspen-sões antigênicas apropriadas do VBI, bem co-mo foi verificada que a presença de altos títu-los de anticorpos séricos estão associadas com a ausência de re-isolamento do VBI nos rins e no trato reprodutor das aves infectadas experimentalmente. No entanto, a maior parte dos artigos da literatura destaca que os títulos de anticorpos anti-VBI do soro san-guíneo não apresentam boa correlação com o estado de proteção ao desafio com estirpe vi-rulenta do VBI, especialmente quando o esta-do de proteção é avaliado na traquéia; através da mensuração do movimento ciliar, do grau de lesões histológicas e do re-isolamento vi-ral nesse mesmo órgão.

Por outro lado, considera-se que os níveis de anticorpos presentes nas secreções muco-sas estão mais envolvidos na proteção do tra-to respiratório e, especialmente da porta de entrada desse vírus constituída pelas células epiteliais da mucosa nasal e traqueal, embora persistam muitas controvérsias sobre o efeti-vo papel protetor desses anticorpos locais. Por exemplo, os resultados de GELB et al. (1998) sugerem que os anticorpos lacrimais produzidos após o estímulo vacinal nos teci-dos linfóides da glândula de Harder e conjun-tival, não são, primariamente, responsáveis pela imunidade de proteção contra a infec-ção pelo VBI no trato respiratório. Já, MON-DAL e NAQI (2001), investigando o compor-tamento da imunidade em pintinhos não vacinados contra bronquite infecciosa, mas portadores de imunidade materna local e sis-

Figura 5 - Fotomicrografias de histopatologia com coloração hematoxilina-eosina, em au-mento de 40x, de traquéia de ave do grupo da vacina A no quinto dia pós-desafio, demons-trando infiltrado inflamatório le-ve, leve perda ciliar e degenera-ção de glândulas epiteliais, com preservação de células epiteliais (A); de traquéia de ave do grupo da vacina B no quinto dia pós--desafio, demonstrando leve perda de cílios, com preservação de células e glândulas epiteliais, além de infiltrado inflamatório leve (B); de traquéia de ave do grupo controle (não vacinado) no quinto dia pós-desafio, de-monstrando intenso infiltrado inflamatório, perda ciliar e dege-neração de glândulas epiteliais, além de moderada hiperplasia (C); e de traquéia de ave do gru-po contorle (não vacinado) no quinto dia pós-desafio, demons-trando moderada perda de célu-las epiteliais, intensa perda ciliar e degeneração de glândulas epi-teliais (D).

A

B

C

D

Page 45: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

45 Produção Animal | Avicultura

têmica, constaram que apenas as aves desafiadas com 1 dia de idade e que portavam níveis mais elevados de imunidade ma-terna local e sistêmica é que apresentavam uma excelente per-formance ao desafio; com 95% de proteção, enquanto as aves mais velhas, isto é, com 7 ou mais dias de idade, cujos anticor-pos locais maternos haviam declinado 50% ou mais, embora elas continuassem detentoras de altos teores de anticorpos an-ti-VBI no soro sanguíneo, revelaram reduzidos estados de pro-teção ao desafio feito com esse mesmo vírus, cujas percenta-gens de proteção variaram de 0 a 27%. E, ainda, reforçando a tese de que os anticorpos locais exercem um papel importante na proteção contra a infecção pelo VBI, vem os achados de TO-RO et al. (1994) que evidenciaram que as aves que recebiam, por via ocular, vacina constituída pela estirpe atenuada H120 do VBI, produziam quantidades significativamente maiores de anticorpos contra o VBI da classe IgA, na secreção lacrimal, comparativamente às aves não vacinadas, tendo sido constata-do, ainda, que as aves desafiadas com estirpe moderadamente atenuada desse mesmo vírus (estirpe H-52), o período (ao re-dor do 19º dia pós-vacinação) em que os níveis de anticorpos anti-VBI da classe IgA alcançavam máxima magnitude, coinci-dia com um maior proteção ao desafio.

Além dessas controvérsias, há ainda uma teoria contrária a uma maior relevância do papel protetor exercido pelos anti-corpos das secreções mucosas, a qual vem no sentido de con-ferir um papel mais importante para a resposta imune celular e, notadamente aquela que é mediada por linfócitos T citotóxi-cos, em aves previamente imunizadas ou não, frente à infec-ção com o VBI (COLLISON et al., 2000). Nesses estudos, foi ob-servado que o início da diminuição dos sinais clínicos e da atividade replicadora desse vírus coincidia com um aumento mais pronunciado da atividade de linfócitos T citotóxicos. A par disso, foi verificado que a atividade das células T citotóxi-cas requer a compatibilidade de moléculas do Complexo de Histocompatibilidade Principal de classe I (MHC-I) da célula alvo do processo de citólise com o das células responsáveis por esta atividade, no caso, as células T CD8+ CD4-. Deve-se ressal-tar que todos esses experimentos foram realizados com linha-gens isogênicas de galinhas, que são muito diferentes das aves mantidas em granjas comerciais, tendo sido verificado que a transferência adotiva de células T CD8+, colhidas de aves con-valescendo de infecção prévia com o VBI, foi eficaz em confe-rir proteção a aves “naive” frente ao desafio com esse mesmo

Figura 6 – Avaliação da expressão gênica (número médio de vezes de au-mento), mensurada pela técnica de RT-PCR em Tempo Real do marcador CD8 e da Granzima A no primeiro, quinto e décimo dias pós-infeccão (DPI) em aves não imunizadas e imunizadas com dose “cheia” e dose diluída de vacina “viva” atenuada H120 do VBI. Os símbolos a e b. indicam diferenças significativas pe-lo teste de Kruskal - Wallis seguido do teste de comparação múltipla de Dunn’s, (p < 0,05).

Page 46: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

46 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

vírus (COLLISON et al., 2000, CAVANAGH, 2007). A resposta dos linfócitos T citotóxicos em galinhas contra a infecção pelo VBI pare-ce exercer um papel preponderante na elimi-nação desse vírus do meio interno do hospe-deiro durante a fase aguda da infecção. No tocante a isso, foi observado que a cinética da replicação viral após a infecção se correlacio-na diretamente por um ou dois dias com a ci-nética da resposta de células T citotóxicas acompanhando, dessa forma, o aumento e depois o declínio do processo infeccioso cau-sado pelo VBI.

Todos esses estudos acima relatados, foca-lizaram a indução de proteção durante a fase aguda da infecção pelo VBI e, embora a ativi-dade das células T citotóxicas tenha sido efe-tiva durante a fase inicial da eliminação des-se vírus do organismo das galinhas, o controle do processo infeccioso em fases mais tardias provavelmente dependa dos an-ticorpos anti-virais específicos, especialmen-te os anticorpos do isótipo IgG, que provavel-mente atuam no sentido de evitar a recrudescência da infecção pelo VBI (COLLI-SON et al., 2000, CAVANAGH, 2007).

Diante disso e com o objetivo de dirimir algumas dúvidas importantes sobre as reais atividades efetoras de anticorpos no controle da infecção pelo VBI, nosso grupo desenvol-veu e padronizou a técnica de Sandwich-ELI-SA-Concanavalina A (S-ELISA-Con A) (BRONZONI et al., 2005) para ser aplicada na mensuração de anticorpos contra o VBI e vem realizando há mais de oito anos uma sé-rie de estudos com enfoque mais direcionado à mensuração de anticorpos anti-virais dos isótipos IgG, IgA e IgM presentes na secreção lacrimal de aves (Gallus gallus) livres de pató-genos específicos (Specific Pathogen Free – SPF) da linhagem Leghorn Branca ou frangos de corte de granjas comerciais submetidos à esquemas imunoprofiláticos rotineiros. Em um primeiro estudo, ves SPF foram imuniza-das com 3 semanas de idade, por via ocular com vacina H120 viva atenuada tendo sido determinados os níveis de anticorpos na se-creção lacrimal e a possível associação desses anticorpos com o estado de proteção ao desa-fio experimental feito com a estirpe M41 vi-rulenta do VBI (104,0 Doses Infectantes 50% para o Embrião de Galinha – DIE50/ave), 21 dias depois da vacinação, avaliando-se para

Figura 7 – Avaliação dos níveis de anticorpos anti-VBI dos isótipos IgG, IgM e IgA (expressos como valores médios A/P), no dia do desafio e no primeiro, quinto e décimo dias pós-infecção (DPI), e determinados pelo S-ELISA-ConA, nas amostras de secreção lacrimal de aves SPF da linhagem Leghorn Branca dos grupos controle (não imunizadas) e imu-nizados com dose “cheia” e dose diluída de vacina “viva” atenuada H120 do VBI. Os símbolos a e b. indicam diferenças significativas pelo teste de Kruskal - Wallis seguido do teste de comparação múltipla de Dunn’s, (p < 0,05).

Page 47: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

47 Produção Animal | Avicultura

tanto inibição do movimento ciliar dos anéis da traquéia e a intensidade de lesões nesse mesmo órgão (LANCELLOTTI et al., 2002, MONTASSIER et al., 2003). Os resul-tados obtidos nesse primeiro estudo revela-ram que os níveis dos três isótipos de anti-corpos presentes na secreção lacrimal no dia do desafio, especialmente IgG e IgA, apresentam correlações estatisticamente significantes com atividade vírus-neutrali-zante contra o VBI e com o estado de prote-ção ao desafio, não tendo sido, entretanto, encontradas, nesse primeiro estudo, corre-lações significantes para os anticorpos la-crimais mensurados como Acs-Totais, isto é, aqueles que são detectados nos testes de ELISA com os conjugados imuno-enzimáti-cos anti-Ig total e não com conjugados isó-tipo-específicos de galinhas (Figura 3).

Foram também encontradas, em um outro estudo de nosso grupo, correlações similarmente significativas entre os níveis de anticorpos da secreção lacrimal quanti-ficados como IgG através de um kit comer-cial de ELISA, no dia do desafio e o grau de proteção à infecção com a estirpe M41 do VBI, mensurado na traquéia; exceto que, nesse segundo estudo, foram ensaiadas aves de corte comerciais, portadoras, por-tanto, de níveis elevados de anticorpos ma-ternos e que haviam sido imunizados por via aerossol com a vacina H120 do VBI com 1 dia de idade (Figuras 4 e 5) (Santos et al., 2008).

Mais recentemente foi desenvolvida e padronizada, em nosso laboratório, a técni-ca de RT-PCR em Tempo Real para ser apli-cada na mensuração da expressão de RNAs mensageiros de genes de imune-resposta na traquéia; como o gene CD8 (marcador de linfócitos T citotóxicos) e o gene da granzi-ma A (mediador liberado pelos linfócitos T citotóxicos para a destruição de células alvo infectadas por vírus) e, mantendo-se a ava-liação dos níveis de anticorpos lacrimais tanto no dia do desafio, como com 1, 5 e 10 dias pós-desafio, foram mensuradas as res-postas imunes humoral e cito-mediada de-tectadas localmente, isto é, ao nível das mucosas do trato respiratório, em aves SPF da linhagem Leghorn Branca, imunizadas com 1 dia de idade por via aerossol e desa-fiadas aos 42 dias de idade com estirpe M41

Figura 8 - Comparação entre os resultados de escores de ciliostase (A) e de alterações histopato-lógicas (B) no quinto dia pós-desafio em aves não imunizadas e imunizadas. com dose “cheia” e do-se diluída de vacina “viva” atenuada H120 do VBI. Os símbolos a e b. indicam diferenças significativas pelo teste de Kruskal - Wallis seguido do teste de comparação múltipla de Dunn’s, (p < 0,05). Resul-tados da detecção do VBI na traquéia pela técnica de RT-PCR em Tempo Real, nos grupos experimen-tais de aves (C).

Page 48: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

48 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

virulenta do VBI. Os principais resultados obtidos demonstraram que no grupo de aves vacinadas são induzidas respostas de memó-ria, tanto da imunidade mediada pelos anti-corpos locais anti-VBI pertencentes aos isóti-pos IgG, IgA e IgM, como de imunidade mediada por células T citotóxicas, caracteri-zadas, nesse estudo, por um aumento mais precoce, com 1 dia pós-infecção, na expres-são dos genes CD8 e granzima A. Ainda, es-ses incrementos detectados nos níveis de an-ticorpos IgG, IgA e IgM e na expressão dos genes CD8 e Granzima A, em intervalos mais precoces pós-desafio (1 DPI) revelaram-se es-tatisticamente diferentes dos parâmetros da imunidade humoral e cito-mediada observa-dos para as aves do grupo controle não vaci-nado. Tais aumentos mais precoces pós-desa-fio encontrados nos parâmetros da imunidade humoral e celular podem ser atribuídos à me-mória induzida pela vacinação contra o VBI e revelaram-se estar correlacionados com o grau de proteção ao desafio avaliado em nos-so estudo com base na manutenção, ou não da integridade morfológica e funcional dos anéis traqueais (movimentação ciliar das cé-lulas epiteliais, presença e intensidade de al-terações histopatológicas e detecção viral) (Santos, 2009).

Em adição a isso, novos estudos estão em curso em nosso laboratório, para avaliar na traquéia de aves vacinadas ou não desafiadas a expressão de outros genes associados às res-postas imunes inata e adquirida, especial-mente aqueles que são codificadores de algu-mas citocinas importantes, como o interferon gama (IFN-γ), o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a interleucina 1 (IL-1), a interleuci-na 6 (IL-6), a interleucina 10 (IL-10) e fator de crescimento e transformação beta (TGF-β), a fim de relacionar os níveis de expressão dessas citocinas com o estado de proteção ao desafio na traquéia em aves previamente va-cinadas, ou inversamente com a maior inten-sidade das alterações patológicas e inflamató-rias produzidas nesse mesmo órgão, em aves não imunes (Okino et al., 2008, 2009).

Comentários FinaisAs abordagens técnicas desenvolvidas e

aplicadas em nossos estudos, representa-dos, em especial, pelo método de Sandwi-ch-ELISA-Concanavalina A empregado pa-

ra a mensuração de anticorpos da secreção lacrimal anti-VBI dos isótipos IgG, IgM e IgA e pela técnica de RT-PCR em Tempo Real usada para a avaliação da expressão de genes de imune-respostas mediadas por linfócitos T citotóxicos, como o CD8 e a granzima A, revelaram-se bastante efeti-vas, para fazer a detecção desses mediado-res das respostas imunes humorais ou ce-lulares, respectivamente, e para correlacionar os parâmetros dessas respos-tas imunes com os graus de proteção ao desafio com estirpe virulenta do VBI. Den-tre essas metodologias de avaliação da imunidade induzida pela vacinação con-tra o VBI, a mensuração de anticorpos contra o VBI nas amostras de secreção la-crimal, mostrou-se um parâmetro da res-posta imune de acesso relativamente fácil de ser avaliado e com boa correlação com o estado de proteção ao desafio nas aves submetidas a esquema imunoprofilático rotineiro contra a BI, fazendo-nos reco-mendar a adoção desse tipo de monitora-mento das respostas imunes pós-vacina-ção contra o VBI, em adição ou até mesmo em substituição à mensuração de anticor-pos no soro sanguíneo.

Em suma, o conjunto de resultados ob-tidos até agora nos estudos acima descri-tos, evidenciou que as imunização contra a estirpe H120 do VBI de pintinhos com 1 dia de idade ou de aves com 3 semanas de idade, seja por meio de aerossol ou gota ocular, estimula a ativação de linfócitos B de memória e efetores, responsáveis, nesse caso, pela produção de anticorpos anti-vi-rais específicos dos isótipos IgG, IgM e IgA, no compartimento das mucosas do trato respiratório e anexos, bem como a ativação de células T de memória e efeto-ras, especialmente os linfócitos T citotóxi-cos, sendo que ambos tipos de mediadores das respostas imunes atuam no sentido de restringir a replicação do VBI na traquéia de galinhas experimentalmente infecta-das com a estirpe virulenta M41 e de redu-zir as alterações patológicas induzidas nes-se mesmo órgão, como a ciliostase e as lesões histológicas.

A íntegra do artigo com as referências bibliográficas está disponível em www.avisite.com.br/cet.

Page 49: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

49 Produção Animal | Avicultura

Intervet do Brasil Veterinária Ltda.Av. Sir Henry Wellcome, 335

Prédio Administrativo - 1º andar - Ala EMoinho Velho

CEP 06714-050 - Cotia - SPServiço de Atendimento ao Cliente (SAC)

0800-7070512HORÁRIO COMERCIAL

8h00 às 17h00 (2ª a 5ª)8h00 às 16h00 (6ª)

www.intervet.com.br

A orientação do Médico Veterinário é fundamental para o correto uso dos medicamentos.

A Intervet/Schering-Plough Animal Health é uma divisão da MSD Brasil, sendo constituída pelas sociedades da Intervet do Brasil Veterinária Ltda e Coopers Saúde Animal Indústria e Comércio Ltda.

Vacina inativada para a proteção das aves contra as doenças causadas pelos

vírus da RINOTRAQUEITE AVIÁRIA, BRONQUITE INFECCIOSA,

doença de GUMBORO e doença de NEWCASTLE.

Nobilis® RT+IBmulti+G+ND contém os sorotipos Massachusetts e D274 do vírus da Bronquite Infecciosa das galinhas conferindo

AMPLO ESPECTRO DE PROTEÇÃO.

Nobilis® RT+IBmulti+G+ND

sua composição exclusiva e qualidade da emulsão

proporciona alto estímulo imunogênico, protegendo

as aves durante todo o ciclo de produção.

Page 50: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

50 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

Como manter a melhor sanidade no seu plantel

Empresas e Equipamentos

Buscando completar as informações e assuntos abordados neste caderno de saúde avícola, entramos em contato com diversas empresas do setor para saber o que de melhor elas têm a oferecer aos

avicultores. A grande maioria das companhias que contatamos enviou as respostas de bate pronto, mos-trando que trabalham firme na divulgação de seus produtos, mas que também se preocupam em aten-der o avicultor nas suas necessidades. Os textos abaixo são o resultado deste levantamento e as empre-sas são as responsáveis pelas informações.

Biovet Mais informações: www.biovet.com.br

A New-Bronk-Gumbor-SHS é a única vacina contra Síndrome da Cabeça Inchada (SHS) a conter duas amostras do subtipo A do

pneumovírus isoladas no Brasil a partir de galinhas e perus, asso-ciado ao vírus da doença de Gumboro, Newcastle e Bronquite Infecciosa Aviária. Para o avicul-tor, NEW-BRONK-GUMBOR-SHS oferece uma excelente relação custo benefício, quer seja na redução de custos (numa única dose, uma solução hexavalente) e facilidade de aplicação, reduzindo o estresse das aves. Para saber mais sobre o produto (apresenta-do em frascos de 500 mL, sob a

forma de emulsão, contendo 1000 doses de 0,5 mL, juntamente com a bula), consulte o médico veterinário responsável e entre em contato com o departamento técnico do Laboratório Biovet.

Já a Bio-Enteritidis é uma vacina de uso veterinário constituída por uma cultura de

Salmonella Enteretidis cultivada em meio semi-sintético, inativada e microemulsionada em adjuvante oleoso. É apresentada em frascos de 500ml 1000 doses. O produto possui em sua formulação os fagotipos de Salmonella Entere-tidis prevalentes no território Brasileiro (PT4, PT4a, PT6a, PT7, PT7a, PT9). Isto confere ao produto o mais elevado espectro de proteção contra a S. Enteritidis. Outro importante dife-rencial do produto está relacionado ao seu baixíssimo grau de reação local após a aplica-ção, resultado de um processo de produção especialmente desenvolvido pelo Laboratório Biovet. Vale lembrar que esta é uma bactéria usualmente encontrada no trato intestinal de animais domésticos e selvagens, especialmente nas aves e nos répteis. Inúmeros sorotipos de Salmonella são patogênicos para os animais e ao homem. As pessoas podem expor-se à bactéria de várias maneiras, porém a mais documentada é por meio da ingestão de ali-mentos de origem animal (ovo, frango, leite ou carne) contaminados e ingeridos crus ou insu-ficientemente cozidos.

NEW-BRONK-GUMBOR-SHS

Bio-Enteritidis

Bayer Mais informações: www.bayersaudeanimal.com.br

Na linha de produtos farmacêuticos e de higiene para uso veterinário da Bayer Saúde

Animal, Solfac e Starycide estão entre os principais produtos dis-poníveis no Brasil para animais de produção.Solfac® CE 5%

Produto em forma de emul-são concentrada à base de Cyflu-trina (piretróide) eficaz contra moscas, mosquitos, pulgas, for-migas, baratas, aranhas, cupins, escorpiões e cascudinhos (larvas e adultos). Tem efeito desalojante e residual. Pode ser usado com

confiança dentro das instalações animais de acordo com as instruções do rótulo, sem risco algum no tocante aos resíduos. Starycide® SC 480

Inseticida eficaz contra formas jovens de moscas, mosquitos, baratas e pulgas, que impede o seu desenvolvimento para a fase adulta e causa esterilidade nos insetos adul-tos. Permite um efetivo controle de larvas e ninfas com baixa dosagem, reduzindo os riscos de intoxicação e contaminação. Pode ser utilizado no interior das instalações mes-mo com a presença de animais, pois possui baixa toxicidade e não deixa odor e nem mancha.

Starycide® SC 480

Solfac® CE 5%

Page 51: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

51 Produção Animal | Avicultura

Des-Vet Mais informações: www.desvet.com.br

Entre seu portfólio de produtos, a Des--Vet Produtos Veterinários, ressalta o Clo-rofenol e Desflex.

Clorofenol pó é um moderno desinfe-tante à base do ácido tricloroisocianúrico. Este princípio ativo fornece ao produto um teor de 5% de cloro ativo livre e vem asso-ciado ao ácido fênico a 05%, que tem como função promover um rebaixamento do pH para que haja uma liberação total do seu princípio ativo durante sua utiliza-ção. Pode ser usada na lavagem e desinfec-ção, nebulização de ambientes ou sobre aves, lavagem de ovos e tratamento da

água de bebida. Desflex é um produto à

base de cefalexina monoidra-tada. A cefalexina distribui-se largamente pela maioria dos fluidos e tecidos corporais, incluindo rins, pulmões, arti-culações, ossos, tecidos moles e trato biliar (exceto líquido cefalorraquidiano). É indicado para a prevenção e controle de doenças respiratórias e entéricas. Deve ser usado na água de bebida.

Desflex

Clorofenol

Intervet Mais informações: www.intervet.com.br

A Intervet destaca a Nobilis® RT+IBmulti+G+ND, vacina inativada con-tendo mostra altamente antigênica do pneumovírus aviário, duas amostras imu-nogênicas do vírus da bronquite infecciosa das galinhas (Massachusetts e variante D274), doença de Gumboro amostra clássi-ca) e doença de Newcastle.

Nobilis® RT+IBmulti+ G+ND

Ceva Mais informações: www.cevabrasil.com.br

A CEVAC Transmune IBD é um dos maiores sucessos da Ceva no setor de avi-cultura, pois é uma vacina que contém a cepa Winterfield 2512 G-61 e Anticorpos IBD da Doença Bursal Infecciosa (Doença de Gumboro) e vírus vivos no complexo com anticorpos IBD. A Transmune revolu-cionou o controle da doença de Gumboro no Brasil, sendo que só em 2010 serão vendidas mais de 2 bilhões de doses da vacina no país. A CEVAC Transmune IBD é indicada para embriões de frango com 18 dias de vida ou pintos sadios de 1 dia, administrada por injeção “in-ovo” ou sub-cutânea e pode ser utilizada simultanea-mente a antibióticos e com a vacina contra Herpes Vírus (HVI) para perus de 1 dia de idade. Os frascos disponíveis no mercado contém 1000 e 5000 doses, acompanhado

de frasco de plástico com diluente conten-do 100ml ou 250ml.

Já a Circomune W é uma vacina viva contra a Anemia Infecciosa das Galinhas (CAV), apresen-tada em forma solução líquida, pronta para o uso. A vacina contém cepa do vírus da CAV (cepa Del Ros) e é admi-nistrada em água de bebida.

A vacina também é recomendada para fran-gos de corte saudável com uma semana de idade, ou mais, para ajudar na prevenção da Ane-mia Infecciosa das Galinhas (CAV).

Transmune IBD

Circomune W

Page 52: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

52 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

Novus Mais informações: www.novusint.com

Para os profissionais David Moreno e Luciana Franco, da Novus, em uma atividade que vende eficiência, como a avicultura, a boa saúde intestinal dos animais é um passo importante para garantir um bom desempenho zootécnico. Isso significa que um lote de frangos de corte que não representa nenhum comprometimento da saúde gastrintestinal terá uma eficiente produtividade e alta lucratividade.

A manutenção da integridade intestinal é impor-tante para o resultado econômico da granja pelos seguintes fatos:

Absorção de nutrientes efetiva: Se conside-ramos que a ração representa de 60% a 70% dos custos de produção e que o intestino é responsável por 80% da absorção e digestão dos nutrientes, a integridade dos mecanismos digestivos e absortivos no trato digestivo se torna vital para o bom desempenho.

Saúde: O trato gastrointestinal é a primeira barreira de defesa contra patógenos externos. Uma microbiota equilibrada diminui o risco de doenças para o animal e a contaminação da carne, propor-cionando um alimento seguro para o consumidor.

Imunidade: O intestino é um dos mais impor-tantes órgãos imune do corpo. Ele é composto por células específicas produtoras de anticorpos que atuam de forma direta na saúde do animal.

Gasto energético: O animal gasta cerca de 20% da energia bruta consumida para manutenção do epitélio intestinal. Quando ocorrem lesões neste tecido, a energia da dieta é utilizada de forma inefi-ciente. Ela passa a ser utilizada para a renovação celular dos animais quando deveria estar sendo utilizada para a produção.

Neste cenário, a Novus do Brasil lança um pro-grama de saúde intestinal para estabelecer uma adequada microbiota, prevenir enterites necróticas e a síndrome de trânsito rápido, além de melhorar a digestibilidade e controlar patógenos, como Salmo-nela, E.coli e Campylobacter, entre outros.

Estes programas foram desenvolvidos pelo Centro de Pesquisas da Novus Internacional, nos Estados Unidos, com pesquisadores de universida-des de referência mundial, como o Chuck Hofacre, da universidade de Georgia e universidades impor-tantes no Brasil.

Segundo a empresa, o programa utiliza tecnolo-gias de ácidos livres de alta concentração e ácidos protegidos. Dependendo da realidade e objetivos dos produtores, o programa de Saúde Intestinal da Novus combina tecnologias para atuar tanto em água de bebida, quanto em ração. Este programa protege a parte inicial e distal do trato gastrointestinal.

Merial Mais informações: www.merial.com.br

A Merial Saúde Animal destaca aqui dois produ-tos de seu portfólio para o combate de enfermida-des avícolas: as vacinas Vaxxitek HVT+IBD e Gallimu-

ne SE+ST. Segundo a Merial, a Vaxxitek®

HVT + IBD revolucionou o merca-do com a proposta de imunização das aves contra Marek e Gumboro, com única dose no incubatório. A vacina vetorial utiliza um agente (o vírus da Marek, cepa HVT) como vetor para conferir proteção contra um segundo vírus (de Gumboro).

Ao se replicar, o vírus de Marek presente em Vaxxitek® HVT +

IBD estimula as respostas imu-nes humoral e celular para prote-

ção contra as duas enfermidades imunossupressoras.Vaxxitek é administrada in ovo ou no primeiro

dia, via subcutânea no incubatório, o que elimina a necessidade de vacinações contra Gumboro no campo, reduz o estresse das aves e ainda minimiza os custos adicionais com mão-de-obra e cuidados com a tradicional vacinação ocular ou água de bebida.

Para poedeiras, a proteção conferida pela Vaxxi-tek® HVT+IBD pode ser traduzida em menores taxas de mortalidade e maior uniformidade dos lotes durante o período de recria. Em granjas que pos-suem boas condições de manejo, ambiência, densi-dade e nutrição, observa-se maior facilidade das aves em atingir o “peso ideal” aos padrões das linhagens, com aumento do número de ovo/ave/alojada. Em frangos de corte os benefícios estão associados à melhoria geral dos índices zootécnicos, com destaque especial na redução dos índices de condenação de carcaça nos abatedouros.

Já a Gallimune SE+ST é indicada para aves produtoras de ovos no controle e na prevenção da salmonelose aviária. A vacina bivalente inativada contra Salmonella Enteritidis (SE) e Salmonella Typhi-murium (ST) é produzida a partir de um novo pro-cesso: “fermentação controlada de nutrientes”, que mantém o formato bacilar original, favorecendo a imunogenicidade. A vacina também apresenta me-nor reação pós-vacinal no sítio de inoculação, soro-conversão rápida, forte e duradoura e, quando aplicada durante o período de recria, reduz a taxa de excreção fecal (SE e ST) e a transmissão vertical (SE) no período de produção de ovos.

Vaxxitek® HVT + IBD

Gallimune SE+ST

Page 53: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

53 Produção Animal | Avicultura

Pfizer Mais informações: www.pfizersaudeanimal.com.br

Segundo a Pfizer, durante muitos anos o mercado de aves de corte no Brasil sofreu efeitos diretos dos prejuízos causados pele enterite ne-crótica da aves de corte. Outra questão enfrenta-da foi o uso indiscriminado de antibióticos pro-motores de crescimento. A enterite necrótica é causada pela bactéria Clostridium Perfringens e cada vez mais o uso de probióticos, produtos elaborados com microoganismos vivos, tem se mostrado boa alternativa para controle deste mal.

Segundo estudos apresentados recentemente pelo Dr. Greg Mathis, especialista em doenças avícolas, “o caminho natural para a enterite ne-crótica serão os probióticos”, afirma. De acordo com as observações do especialista, a enterite pode ser consequência da coccidiose e ambas requerem muito cuidado por parte dos criadores.

O GalliPro Tect é um promotor de cresci-mento desenvolvido para ração termorresistente com efeito benéfico sobre o equilíbrio microbiano no trato intestinal de aves. O produto, elaborado à base da bactéria Bacillus licheniformis, deve ser usado exclusivamente na alimentação animal. É

indicado para ganho de peso e melhora da con-versão alimentar, sendo muito eficiente também para controle da enterite necrótica avícola.

“Além de ser um promotor sau-dável de crescimento, GalliPro Tect contribui para a redução de incidência de enterite necrótica, melhora o desempenho geral de aves e diminui sensivelmente a mortalidade em plantéis”, afirma Lucielma Holtz, coordenadora de produtos In Feed da Pfizer Saúde Animal. “Este aditivo microbiano de inclusão direta tem uma for-mulação que permite a correta dispersão na ração e é elaborado com cepas selecionadas entre mais de 50 microorganismos seguindo rígidos requi-sitos de segurança e eficácia controlados pela União Européia”, acrescenta Abílio Alessandri, gerente de Marketing e Vendas para América do Sul e Central Saúde e Nutrição Animal da CHR Hansen.

GalliPro Tect

Poly Sell Mais informações: www.polysell.com.br

O Deter Sell-CB® é um detergente desincrus-tante de pH neutro e comprovado poder de limpe-za, desenvolvido para uso veterinário e industrial e disponível nas embalagens de 1 e 5 litros.

A Poly Sell há alguns anos reconheceu a carên-cia dos mercados veterinário e industrial por um composto detergente de alto poder de limpeza e que apresentassem em sua fórmula algumas ca-racterísticas desejáveis e únicas, as quais agora, após um período de intensas pesquisas e desen-volvimento, se encontram presentes no produto Deter Sell-CB®. Algumas vantagens: pH neutro, totalmente biodegradável, não clorado, facilidade de aplicação e enxágue, excelente relação custo/benefício.

O AVT-450® é um compos-to desinfetante a base de amônia quaternária, glutaral-deído, aldeído etanólico e potencializadores químicos, destinado ao uso veterinário e industrial, disponível nas emba-lagens de 1, 5, 20 e 50 litros.

Entre as características estão: fórmula de última gera-ção (biodegradável), apresen-tação em embalagens pet (1litro), amplo espectro de ação, excelente relação custo/benefício.

Deter Sell-CB®

AVT-450®

Vaccinar Mais informações: www.vaccinar.com.br

A Vaccinar Nutrição e Saúde animal investe constan-temente em tecnologia e profissionais altamente quali-ficados para oferecer aos avicultores atendimento per-sonalizado e formulações sob

medida para atender às exigências nutricionais das aves nos diversos sistemas produtivos.

Certificada ISO 9001, ISO 2200 e habilitada

IN-65, possui também fábrica dedicada à produ-ção de premix vitamínico isento de contaminantes com aditivos, agentes melhoradores de desempe-nho, medicamentos e produtos de origem animal.

Desenvolvida com a mais moderna tecnologia em nutrição animal, a linha de produtos Vaccinar para avicultura é produzida com matéria-prima da mais alta qualidade, atendendo as aves e trazendo os melhores resultados zootécnicos para o produtor.

Page 54: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

54 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Quando o francês Jérôme Baudon assumiu o cargo de

Diretor Internacional de Operações em Avicultura da Merial, em setem-bro de 2008, a economia mundial passava por uma grave crise que trouxe consequências severas. Apesar disso, a Merial registrou aumento de 8% a nível global nos negócios em avicultura em 2009, o que ajudou a manter o otimismo de Baudon em relação à recuperação do setor nos anos subseqüentes: “O ano de 2010, para mim, vai ser espetacular. A área avícola fechou o primeiro semestre com um incre-mento de 16% e estamos à frente de uma tendência forte de recupe-ração”. Ele ainda afirma que o ano de 2011 caminha para ser melhor: “Creio que o mercado de Vaxxitek® e de toda a gama de produtos que a Merial oferece para o setor de corte e postura vai continuar em ascensão”. Em entrevista ao AviSite, Jérôme Baudon, que atualmente trabalha em Geórgia, EUA, onde a Merial possui uma das mais moder-nas fábricas de vacinas aviárias do

mundo, falou sobre os efeitos da crise, ressaltou quais os motivos para o sucesso mundial da vacina Vaxxitek® e os investimentos que a empresa aplica no Brasil em busca de melhorias, reafirmando, cada dia mais, o compromisso com o avicul-tor nacional.

Como foram os reflexos pós--crise para as operações em avicul-tura da Merial?

Jérôme Baudon: Na verdade, para os negócios em avicultura da Merial, o ano de 2009, foi um ano muito bom. Nós obtivemos um crescimento de 8% a nível global e terminamos o ano com mais de cinco bilhões de doses de Vaxxitek® vendidas. Esse foi real-mente um resultado favorável, uma vez que, o ano anterior (2008) foi traumático para o setor avícola. Em outubro, se não me engano, come-çou a crise financeira mundial e os mercados consumidores, tanto na Europa, como nos Estados Unidos e na América Latina, ficaram muito deprimidos. Obviamente, com todas

as consequências do início da reces-são econômica, o setor sofreu em termos de consumo. Mas, no final do primeiro trimestre de 2009, o mercado avicultor da Ásia, da China e da América Latina começou a esboçar uma reabilitação.

E quais são os resultados espe-rados para 2010?

JB: O ano de 2010, para mim, vai ser espetacular. A área avícola fechou o primeiro o trimestre com um incremento de 10% e estamos à frente de uma tendência forte de recuperação. Eu estou bastante otimista em relação ao ano de 2011: creio que o mercado de Vaxxitek® e de toda a gama de produtos que a Merial oferece para o setor de corte e postura vai continuar em ascensão. Em todos os produtos e categorias, estamos observando um crescimento bem marcado. E, com base nas estatísticas estimadas, o crescimento do volume de aves alojadas na América Latina deve girar em torno de 3%. Estamos diante de um setor que tem um futuro brilhante. A Merial está mui-to comprometida com a avicultura e acreditamos que é um setor chave para o êxito e o crescimento da multinacional em longo prazo. Nós vemos um dinamismo na indústria avícola de países como Brasil, Argentina, Chile, Ásia, Tailândia e China, os quais, atualmente, pos-suem um papel muito importante na produção de carne de frango e são peças essenciais nas exporta-ções. O mercado exportador norte--americano, que desempenhava um papel muito importante nas expor-tações para a Rússia, Ásia e Oriente Médio, não está mais crescendo, pelo contrário, está em retração.

“Estamos em um setor que tem um futuro brilhante”

Entrevista Jérôme Baudon

JÉRÔME BAUDONUnidades de pesquisa nos países chaves

Diretor Internacional de Operações em Avicultura da Merial reafirma o compromisso da empresa com avicultores

Page 55: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 55

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

Basicamente, a Merial está apostando muito no mercado dos países emergentes, como os inte-grantes do bloco BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Então quais são os investimen-tos que a Merial pretende aplicar no mercado avícola brasileiro?

JB: A Merial vai continuar inves-tindo não somente em inovações e produtos que tragam melhorias para o setor, como também em par-cerias e acordos comerciais entres os países, o que resulta em inova-ções e novas plataformas tecnológi-cas. O lançamento da vacina Galiimune4® [contra Bronquite Infecciosa, Pneumovirose, Newcastle e Gumboro] é um exem-plo da nova dinâmica e orientação das pesquisas da Merial. Em países como o Brasil e a China nós não só contamos com a presença local das redes de distribuição, como tam-bém temos unidades de fabricação. E nesses países chaves, a Merial pretende instalar unidades próprias de pesquisa. Somos uma empresa global, mas queremos estar cons-tantemente em contato com o mercado local. Núcleos de pesquisa concentrados na Ásia, Europa e America Latina nos permitem aten-der melhor as expectativas e neces-sidades dos clientes.

E Gallimune4® é um perfeito exemplo. A indústria avícola brasi-leira solicitou esse perfil de produ-to, o mercado interno definiu o perímetro desse novo produto, e então estudamos e lançamos a vacina de acordo com perfil do produtor brasileiro. Esse processo demonstra o compromisso da Merial com o mercado nacional e não só com as equipes de comer-cialização e distribuição, como também com a parte técnica que atende melhor o setor. Estamos no Brasil para dar suporte, para avaliar e descobrir a melhor aplicação dos produtos.

Jérôme, na sua opinião, qual a razão para o sucesso da Vaxxitek?

JB: O sucesso da Vaxxitek® deve-se principalmente a três pon-tos. Primeiro, porque trata-se de uma vacina inovadora, uma nova tecnologia, que cumpre as exigên-cias atuais da indústria avícola. Isso porque – esse é o segundo ponto – Vaxxitek® inaugurou a era das vacinas de dose única: apenas uma dose de Vaxxitek® é o suficiente

para proteger a ave durante todo o seu ciclo de vida. A forma de admi-nistração também é novidade: é um produto que proporciona a aplica-ção in ovo ou em pintos de um dia de vida por injeção subcutânea no incubatório. Isso retirou a vacinação dos campos, reduzindo o estresse do manuseio das aves e diminuindo os custos adicionais com mão de obra utilizada na vacinação por via água de bebida ou ocular. Essas inovações são muito importantes para o sucesso de Vaxxitek® no Brasil e no resto do mundo.

E o terceiro ponto para o êxito mundial do produto?

JB: O terceiro ponto é justamen-te o retorno econômico. Vaxxitek® confere uma proteção precoce e prolongada nos frangos de corte, nas matrizes e nas poedeiras contra Gumboro e Marek. As aves vacina-das apresentam baixa mortalidade,

melhor conversão alimentar e de-sempenho zootécnico, além de oferecer melhor retorno do investi-mento. Isso é revolucionário porque antigamente nós avaliávamos uma vacina por apenas dois critérios: a eficácia e a segurança. Agora, com Vaxxitek® nós também levamos em conta um quesito que é muito im-portante para o cliente, que é fazer dinheiro! A relação custo-benefício é um dos principais atrativos do produto. Claro que toda vacina tem um custo. No entanto, os benefícios com Vaxxitek® podem ser notados rapidamente e são realmente tangí-veis. Devemos ressaltar também entre as vantagens, a melhor quali-dade de carcaça, menor perda, e, principalmente, melhor uniformida-de do frango, requisitos importan-tes para as fábricas de proces- samento que servem diversos segmentos de mercado e produtos.

A Merial vai lançar algum pro-duto ou tecnologia em breve?

JB: O que eu posso adiantar é o lançamento do pacote de segurança alimentar, um tema importante para o setor avícola. Os consumidores estão cada vez mais exigentes em termos de qualidade sanitária e, conseqüentemente, mais exigentes em relação às garantias da cadeia produtiva. Por isso o setor de segu-rança alimentar está cada dia mais forte. A Merial, muito atenta a esse quadro, lançou há quatro anos a linha de vacinas inativadas, como a Gallimune SE+ST. Também lança-mos a vacina viva Gallivac SE, contra a Salmonella Enteritidis, e agora estamos trazendo essa linha de produtos para o Brasil já em agosto desse ano. Inclusive, o produto foi lançado na 51° Festa do Ovo de Bastos, que aconteceu em meados de Julho.

Saiba mais sobre os produtos que a Merial oferece para a avicul-tura através do site: www.merial.com.br.

Apesar da crise, Merial registrou aumento de 8%

a nível global nos negócios em

avicultura

Page 56: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

56 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

TH4+

Equipe é instruída sobre desinfetante

Nos dias 17 e 18 de agosto, a unida-de de negócios de Aves e Suínos da

CEVA Saúde Animal se reuniu em Vinhedo, SP, e Chapecó, SC, para partici-par de um treinamento sobre o TH4+, um desinfetante sinérgico produzido pela empresa francesa Sogeval e distribuído no Brasil pela CEVA. O curso foi ministra-do pelo Gerente de Vendas da Sogeval para América Latina, Ásia e Oriente Médio, Josselin Bertaud, que apresentou os diferenciais técnicos competitivos do produto. O TH4+ é um desinfetante de largo espectro e bastante indicado para combater bactérias, vírus e fungos em instalações avícolas e suinícolas. Saiba mais o produto através do: www.ceva.com.br

Treinamento na CEVA

Novos desafios

Estratégias de negócios foi outro tópico apresentado no encontro

Em sua 5ª Reunião de Distribuidores realizada em

Florianópolis, SC, nos dias 1º e 2 de setembro, a Unidade Aves e Suínos da Bayer Saúde Animal recebeu parceiros comerciais de todo o Brasil para discutir o novo papel da distribuição e traçar os próximos passos da estratégia de negócios para o período de 2010 a 2015.

Durante a reunião, a empresa divulgou e analisou os resultados obtidos em 2009 e no primeiro

semestre de 2010 e também foi realizado um workshop direciona-do à construção de um novo mo-delo de distribuição para a Unidade. “A elaboração deste novo modelo se deu em função da dinâ-mica do mercado e dos novos de-safios, como por exemplo, a fusão de grandes grupos”, explica Rogério Petri, Gerente da Unidade de Negócios. Acesse www.bayera-vesesuinos.com.br para mais infor-mações.

Bayer discute modelo de distribuição

Investimento

Empreendimento é o primeiro da companhia na América Latina

A Novartis vai construir na cidade de Goiana, na Grande Recife

(PE), sua primeira fábrica de vacinas na América Latina. As obras do investimento, avaliado entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões, devem começar ainda esse ano com início das operações previsto para o início de 2014. O Brasil foi escolhido

por ser um mercado estratégico, afirmou Alexander Triebnigg, princi-pal executivo da empresa no país, ao jornal Valor Econômico. “A decisão de investir no Brasil reflete a estabili-dade e previsibilidade política e jurídica do país, além de uma agên-cia reguladora pré-qualificada pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) para suporte a planos de exportação”, disse o executivo.

A unidade, que atenderá a de-manda no mercado interno, também servirá como base de exportação da farmacêutica, que não está restrita para América Latina. Saiba mais sobre a empresa em www.novartis.com.br.

Novartis planeja abrir fábrica no Brasil

Equipe durante 5° Reunião de Distribuidores

Equipe em treinamento sobre desinfetante TH4+

Page 57: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 57

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

III Expo AgroRevenda

Empresa apresenta linha completa para criações caseiras de aves

Entre os dias 13 e 14 de setembro, aconteceu a III Expo AgroRevenda

– Feira de Produtos e Serviços para Revendas Agropecuárias, em Limeira, SP. O evento foi direcionado aos revendedores e empresas do segmen-to de nutrição animal, entre outros.

Neste ano, um dos destaques da Guabi é a linha completa para cria-ções caseiras de aves, constituída pelos produtos: “Linha doSítio” com-posta por rações para frangos de corte (doSítio Aves Inicial e doSítio Frangos), poedeiras (doSítio

Botadeira), codornas (doSítio Codorna), galos (Tuc), e a “Linha Aves” para Aves de Corte (Prefran e Gordofran ) e Postura (Extraovo e Codornave Postura). Mais informa-ções sobre os produtos da Guabi: www.guabi.com.br.

Guabi participa de feira em Limeira, SP

Evento

Encontro bienal focou na troca de informações sobre software Sitrad

Na segunda edição do Meeting Club Sitrad, realizado de 27 a

29 de agosto, em Bento Gonçalves, RS, a Full Gauge Controls reuniu 37 pessoas entre os maiores usuários do software Sitrad ao redor do mun-do. Estiveram presentes profissionais do Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Emirados Árabes, México, Colômbia, Venezuela, Argentina, Panamá, Uruguai, Chile e Equador. Do Brasil, o evento recebeu representantes de várias regiões.

Na opinião dos participantes, a Full Gauge Controls conseguiu mes-clar de conhecimento técnico - in-cluindo a divulgação de novidades em primeira mão do software Sitrad e de lançamentos de produtos - com o turismo e lazer. “A escolha de

cidades turísticas para sediar o encon-tro é proposital para que nos possibilite unir, em um fim de semana, uma exten-sa carga horária de palestras, debates e práticas, junto a momentos de lazer”, explica Antonio Gobbi, Diretor da Full Gauge.

Conheça sobre a empresa e produtos no www.fullgauge.com.br.

Full Gauge reúne clientes internacionais

Novidades do Sitrad foram apresentadas ao público

Produtos do Sítio para aves

Page 58: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

58 Produção Animal | Avicultura

Avimig homenageia destaques da avicultura Entidade reúne 350 participantes no 166° Jantar do Clube Mineiro

Minas Gerais

Associações

Personalidades importantes para o setor avícola foram homenage-

adas no tradicional 166° Jantar do Galo Mineiro, organizado pela

Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), realizado durante a XXX Feira Estadual do Frango, na cidade de Pará de Minas, MG. O evento contou com público de 350 pessoas, entre produtores, empresá-rios e autoridades.

As homenagens foram concedi-das, em âmbito estadual, à Cooperativa dos Granjeiros do Oeste (Cogran) pelos seus 30 anos de trabalho, e em nível regional, o avi-cultor Francisco Nunes de Oliveira Filho. Já Edson Donizette Marçal, responsável da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) e o médico veterinário Ronaldo da Silva Monteiro, do Conselho Técnico Científico (CTC) da Avimig, foram agraciados nas cate-gorias administração de granjas e técnico, respectivamente. Rhamanita Vera Xavier, componente da direto-ria da Avimig, recebeu homenagem por ser a primeira mulher associada.

A XXX Feira Estadual do Frango foi realizada no final de agosto (31 a

7 de setembro) e a programação contou com jornada técnica de ele-vado nível e grande participação do público. A palestra “A importância do controle de qualidade na indús-tria de abate de frangos”, proferida pelo médico veterinário, Uden Tavares Nogueira, que abordou a relevância do cumprimento rigoroso da legislação atual para a excelência da qualidade dos produtos, foi um dos destaques. Já o engenheiro agrônomo e mestre em administra-ção de negócios, Júlio Henrique E. Filho, da Vaccinar, proferiu uma palestra sobre “O gerenciamento de risco das micotoxinas”, tema muito bem abordado e debatido pelos participantes. O professor, mestre em ciências ambientais, Carlos

Frederico de Oliveira Muchon, fe-chou o ciclo falando sobre “Licenciamento ambiental em pro-priedades rurais”.

AUTORIDADES Grupo de empresários

do agronegócio avícola

HOMENAGEM I Rhamanita Xavier e

Marília Ferreira

HOMENAGEM II Tarcísio Amaral, Ronaldo Monteiro e Carlos Rivelli

Page 59: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 59

Exportação de frango no Paraná tem novo recordeVendas externas atingem 1 bi antes do início do último trimestre

Paraná

No período de janeiro a agosto, o Para-ná exportou 660.805.732 quilos de

carne de frango, contra 646.690.631 em 2009. Esse incremento na exportação elevou também o faturamento do setor nas vendas externas para 1.094.318.275 dóla-res somente no mercado externo, um crescimento de 12,65% no período compa-rado a 2009.

Os números positivos demonstram a força do setor avícola brasileiro, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sin-diavipar), Domingos Martins. Ainda para o dirigente, para que o estado alcance bons números na avicultura, é preciso mais que

investimento financeiro. “É preciso buscar especialização no setor, entender as suas necessidades e definir estratégias de cresci-mento em conjunto. Hoje, no Paraná, estamos vendo os resultados de um bom planejamento de crescimento no setor avícola”, conclui. As vendas externas têm representado para o setor avícola o incre-mento necessário para promover o cresci-mento de produção que o estado almeja. “O faturamento com as exportações esti-mula nossas indústrias a ampliarem sua atuação no mercado externo. Os investi-mentos estão sendo feitos para que o Paraná amplie sua relação de países que recebem a carne de frango do estado”.

Alta de 37% no preço do milho preocupa ACEAV Para entidade, falta de leilões provoca alta especulativa no mercado

Ceará

Nos últimos três meses, o preço do milho registrou alta de 37%, pas-

sando de R$ 24,00 a saca de 60 kg em julho, para R$ 33,00 em setembro, se-gundo informação da ACEAV (Associa-ção Cearense de Avicultura). “O Ceará, que este ano teve uma redução drástica da safra local, depende de políticas públi-cas na ração animal, mas infelizmente o Governo Federal não tem realizado com regularidade os leilões que permitem a normalidade de preços e garantem a tranquilidade para os agricultores”, desta-cou o presidente da entidade, João Jorge Reis.

De acordo ainda com o representante dos avicultores cearenses, a falta desses leilões tem provocado alta especulativa

do mercado. Como impacto do aumento do custo do milho, a consequente eleva-ção dos preços dos principais alimentos como frango, ovos e demais alimentos de origem animal. Reis lamenta a situação e diz que o principal prejudicado, no mo-mento é o pequeno avicultor que, desca-pitalizado, não pode concorrer com os grandes, devido à falta de regularidade dos leilões. “O problema é político e, no atual momento, é praticamente impossí-vel chegar-se a uma alternativa para amenizá-lo. O Brasil tem milho, mas falta vontade política que chegue aos produ-tores nordestinos”, desabafou, lembran-do que as alternativas de momento são reduzir a produção e repasse dos custos para o consumidor final.

Page 60: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

60 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

Em decorrência de uma entressafra da carne há tempos não experi-mentada e de uma produção apa-

rentemente contida, o frango encerrou o segundo quadrimestre de 2010 com um dos melhores resultados de todos os tem-pos. Tanto que a ave viva chegou a regis-trar, no final de setembro, valorização de mais de 20% em relação aos preços do início do ano.

Com o ovo o desempenho vem sen-do mais modesto, mas, ainda assim, com resultados positivos visto que em setem-bro o produto registrou ganho anual de quase 14% ao nível do produtor e de pouco mais de 9% no atacado.

Mas tudo isso pode estar sendo posto por terra em função da elevação dos cus-tos da principal matéria-prima do frango e do ovo, o milho. Que embora possa, em

2010, apresentar estoque final dos mais elevados de todos os tempos, acena – se-não com perdas na produção – com gran-de atraso na colheita da próxima safra.

Atenção redobrada, pois, tanto no se-tor de corte como no de postura. Porque, nessas circunstâncias, qualquer pequeno excedente de frango ou de ovo pode ser fatal para significativa parte dos produtores.

Atuais ganhos do frango e do ovo são neutralizados pelo custo crescente

Produção de pintos de corte

JUNHO/2010500,788 milhões

3,88%

Produção de carne de frango

JUNHO/2010973.875 toneladas

9,15%

Exportação de carne de frango

AGOSTO/2010347.921 toneladas

15,49%

Oferta interna de carne

de frangoJUNHO/2010

648.603 toneladas 15,16%

Alojamento de matrizes de

posturaAGOSTO/2010

83,493 mil-16,73%

Alojamento de pintainhas de

posturaAGOSTO/20107,193 milhões

42,54%

Desempenho do frango vivo

SETEMBRO/2010R$1,93/kg40,52%

Desempenho do ovo

SETEMBRO/2010R$37,08/cxa.

9,45%

MilhoSETEMBRO/2010R$24,23/saca

28,68%

SojaSETEMBRO/2010R$660,00/ton.

-18,72%

Page 61: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 61

Page 62: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

62 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteIncremento semestral de pouco mais de 10% no ano e no biênio

Evolução mEnsAl MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Julho 476,081 500,270 5,08%

Agosto 484,328 482,678 -0,34%

Setembro 485,261 467,938 -3,57%

Outubro 496,165 503,041 1,39%

Novembro 431,662 462,635 7,18%

Dezembro 443,854 493,895 11,27%

Janeiro 417,755 472,898 13,20%

Fevereiro 406,918 448,957 10,33%

Março 425,628 510,371 19,91%

Abril 455,711 497,581 9,19%

Maio 461,811 500,989 8,48%

Junho 482,089 500,788 3,88%

EM 6 MESES 2.649,911 2.931,584 10,63%

EM 12 MESES 5.467,263 5.842,041 6,85%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Dados da APINCO revelam que o úl-timo mês do primeiro semestre de

2010 foi encerrado com uma produção de 500,8 milhões de pintos de corte, praticamente o mesmo volume nomi-nal registrado no mês anterior, maio de 2010. Em relação a junho de 2010 hou-ve um incremento de 3,88%.

É interessante notar que, a exemplo do ocorrido em junho, a marca dos 500 milhões de pintos de corte já foi supera-da em outras quatro ocasiões: no ano passado, em julho e em outubro; neste ano (além de junho), em março e maio. A única particularidade, neste caso, é que os quatro meses assinalados têm 31 dias. Ou seja: só junho tem 30 dias. O que fez com que a produção de ju-nho de 2010 (gráfico abaixo) tenha sido, em termos reais, a maior de todos os tempos.

Com o resultado obtido em junho, o volume produzido no primeiro se-mestre de 2010 ficou próximo dos 2,932 bilhões de pintos de corte, au-mentando pouco mais de 10% em rela-ção aos mesmos semestres de 2008 e de 2009. A produção acumulada no primeiro semestre sinaliza, para 2010, volume de pintos de corte não inferior a 5,863 bilhões de cabeças. Mas a princi-pal característica produtiva do setor está no volume maior do segundo semestre.

Entre 2004 e 2009, o volume pro-duzido no segundo semestre foi, em média, cerca de 8% superior ao regis-trado nos primeiros seis meses do ano. E isso aplicado à atual produção de pin-tos de corte representa volume anual próximo de 6,1 bilhões de cabeças.

Sabe-se que esse volume solicita produção média, no corrente semestre, de cerca de 527 milhões de pintos de corte mensais. O que não se sabe é se o setor dispõe de capacidade instalada para chegar a esse volume, pois a sus-pensão das informações em torno do alojamento de matrizes de corte com-pleta agora doze meses.

Page 63: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 63

Produção de carne de frangoEntre 2008 e 2010, volume do primeiro semestre tem expansão média de 4,5% ao ano

Evolução mEnsAlMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Julho 897,014 956,585 6,64%

Agosto 923,774 1004,081 8,69%

Setembro 926,548 956,166 3,20%

Outubro 990,463 957,625 -3,32%

Novembro 998,586 979,969 -1,86%

Dezembro 975,672 1010,062 3,52%

Janeiro 889,681 1000,611 12,47%

Fevereiro 780,499 870,352 11,51%

Março 862,047 966,853 12,16%

Abril 830,420 978,332 17,81%

Maio 901,884 1025,309 13,69%

Junho 892,223 973,875 9,15%

Em 6 meses 5.156,754 5.815,332 12,77%

Em 12 meses 10.868,811 11.679,820 7,46%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Os últimos dados divulgados pela APINCO dão conta de que no

sexto mês do primeiro semestre de 2010 foram produzidas no Brasil 973.875 toneladas de carne de frango, volume 9,15% maior que o registrado um ano antes, em junho de 2009, mas 5,02% menor (em valores nominais) que o alcançado no mês anterior, maio de 2010. Em valores reais (isto é, levan-do em conta o número de dias de um e outro mês), a queda em relação ao mês anterior foi de 1,85%.

Com esse último volume, a produ-ção do primeiro semestre de 2010 so-mou 5,815 milhões de toneladas de carne de frango, aumentando 12,77% em comparação aos seis primeiros me-ses do ano passado.

Como esse índice de expansão as-susta, nunca será demais lembrar que em 2009, devido à crise econômica mundial, a produção foi compulsoria-mente contida e apresentou ligeiro re-cuo em relação ao ano anterior.

Isso considerado e observando-se, neste ano, incremento de 9,29% em relação ao que foi produzido no pri-meiro semestre de 2008, constata-se que a evolução média do setor nos dois últimos exercícios (primeiro se-mestre, exclusivamente) foi de cerca de 4,5% ao ano.

Em outras palavras, novamente o setor apenas repôs o que deixou de produzir no ano anterior. Mesmo as-sim, a um ritmo bem menos intenso que o observado, por exemplo, entre 2000 e 2008, período em que a pro-dução de carne de frango do primeiro semestre experimentou incremento médio de pouco mais de 8,5% ao ano.

Uma vez que, invariavelmente, a produção do segundo semestre é maior, já se sabe que o recorde manti-do desde 2008 será superado em 2010, devendo-se produzir, no mínimo 11,630 milhões de toneladas de carne de frango, cerca de 5,5% a mais que o registrado dois anos atrás.

Page 64: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

64 Produção Animal | Avicultura

Mesmo sem repetir o excepcio-nal desempenho do mês de ju-

lho, em agosto as exportações brasi-leiras de carne de frango continuaram apresentando bom resultado. Con-forme dados da SECEX/MDIC foram exportadas, mês, 347.921 toneladas do produto – volume 3,5% menor que no mês anterior, mas cerca de 15,5% superior ao de idêntico mês do ano passado, agosto de 2009.

O fato é que, após registrarem média mensal de não mais de 300 mil toneladas no primeiro semestre, as exportações brasileiras deram um sal-to de quase 18% no quarto bimestre e, com isso, acumulam nos oito pri-meiros meses do ano um total de 2,513 milhões de toneladas, volume 3,6% maior que o exportado nos mesmos oito meses de 2009.

É verdade que, em comparação ao que foi exportado entre janeiro e agosto de 2008 (antes que fossem observados indícios da crise econô-mica mundial) o incremento obtido em 2010 é mínimo, de apenas 0,37%. Mas se, por exemplo, no quadrimes-tre setembro-dezembro for mantida a mesma média do bimestre julho--agosto, o total exportado no corren-te exercício pode superar a casa dos 3,9 milhões de toneladas, superan-do-se em cerca de 8% os totais ex-portados em 2008 e 2009 e atingin-do-se novo recorde no setor.

Por enquanto, os resultados glo-bais em um período de 12 meses (se-tembro de 2009 a agosto de 2010) são um pouco mais modestos, já que o volume acumulado soma 3,722 mi-lhões de toneladas e se encontra 4,36% acima do total exportado nos 12 meses imediatamente anteriores.

Porém, mesmo isso não é pouco, pois corresponde ao terceiro maior volume acumulado em 12 meses em toda a história das exportações brasi-leiras de carne de frango.

Exportação de carne de frangovolume acumulado nos últimos 12 meses é o terceiro maior da história

Evolução mEnsAlMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Setembro 323,949 289,951 -10,49%

Outubro 315,632 335,445 6,28%

Novembro 235,061 268,615 14,27%

Dezembro 266,598 314,785 18,07%

Janeiro 274,781 233,324 -15,09%

Fevereiro 263,222 282,471 7,31%

Março 306,539 331,941 8,29%

Abril 329,922 309,942 -6,06%

Maio 303,767 322,151 6,05%

Junho 329,014 325,272 -1,14%

Julho 317,207 360,526 13,66%

Agosto 301,257 347,921 15,49%

Em 8 meses 2.425,708 2.513,548 3,62%

Em 12 meses 3.566,948 3.722,343 4,36%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Page 65: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 65

oferta interna de carne de frangoExpansão de 20% no primeiro semestre faz disponibilidade em 12 meses

superar pela primeira vez os 8 milhões de toneladas

Evolução mEnsAlMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 Var.

Julho 557,654 639,378 14,65%

Agosto 601,076 702,824 16,93%

Setembro 602,599 666,215 10,56%

Outubro 674,830 622,180 -7,80%

Novembro 763,525 711,354 -6,83%

Dezembro 709,074 695,278 -1,95%

Janeiro 614,900 767,287 24,78%

Fevereiro 517,277 587,882 13,65%

Março 555,508 634,912 14,29%

Abril 500,498 668,390 33,54%

Maio 598,117 703,158 17,56%

Junho 563,210 648,603 15,16%

Em 6 meses 3.349,510 4.010,232 19,73%

Em 12 Meses 7.258,268 8.047,461 10,87%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

A disponibilidade interna de carne de frango no mês de encerramento do

primeiro semestre apresentou significati-vo recuo em relação ao mês anterior, mas continuou registrando forte avanço com-parativamente a idêntico mês do ano passado.

Assim, o saldo da produção e expor-tação em junho ficou em 648,603 mil to-neladas, volume que representou recuo 7,76% sobre o mês anterior e aumento de 15,16% sobre junho de 2009. Em de-corrência, o acumulado no semestre su-perou ligeiramente a casa dos 4 milhões de toneladas, aumentando 19,73% em relação ao mesmo semestre de 2009.

O índice de expansão é, sem dúvida, expressivo. Mas não se pode esquecer que o primeiro semestre de 2009 foi mar-cado pelo auge da crise econômica mun-dial, situação que determinou a redução da produção, com concomitante queda na oferta interna. E isso levado na devida conta, constata-se que a oferta dos seis primeiros meses de 2010 correspondeu a um aumento médio de cerca de 7,5% ao ano em relação ao período que antece-deu a crise, primeiro semestre de 2008.

Doravante, o índice de crescimento próximo de 20% tende a uma substan-cial redução. Não, exatamente, porque a oferta interna venha a sofrer desacelera-ção, mas porque os índices de expansão do segundo semestre do ano passado também foram significativos, acusando forte recuperação em relação à oferta compulsoriamente recessiva dos primei-ros meses do ano.

De toda forma, o incremento anual não deve ser inferior a 8,5%, índice que corresponde a uma oferta total, em 2010, de 8,020 milhões de toneladas, o dobro do ofertado nos seis primeiros me-ses do ano. Mas como é pouquíssimo provável que a disponibilidade interna do corrente semestre mantenha os mesmos níveis do semestre anterior, o incremento do ano pode superar os 10%, o que sig-nifica ultrapassar os 8,1 milhões de toneladas.

Page 66: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

66 Produção Animal | Avicultura

Alojamento de matrizes de posturaAcumulado nos dois primeiros quadrimestres de 2010 aumenta 5%

Evolução mEnsAl(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/09 2009/10 VAR.% 2008/09 2009/10

Setembro 32,233 65,483 103,16% 61,20% 84,73%

Outubro 78,722 34,185 -56,58% 69,35% 49,42%

Novembro 47,700 37,926 -20,49% 66,04% 63,33%

Dezembro 44,380 90,597 104,14% 71,16% 58,71%

Janeiro 16,736 79,451 374,73% 87,23% 83,97%

Fevereiro 29,311 54,331 85,36% 81,24% 74,16%

Março 17,549 50,609 188,39% 59,22% 79,36%

Abril 83,830 40,810 -51,32% 67,14% 66,35%

Maio 82,784 69,370 -16,20% 75,57% 64,54%

Junho 89,356 80,594 -9,81% 67,60% 72,47%

Julho 84,867 71,065 -16,26% 68,64% 77,82%

Agosto 100,270 83,493 -16,73% 61,16% 51,50%

EM 8 MESES 504,703 529,723 4,96% 68,88% 70,93%

EM 12 MESES 707,738 757,914 7,09% 68,53% 69,31%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Mesmo correspondendo ao re-corde de 2010, o volume de

matrizes de postura alojadas no Brasil no decorrer do mês de agosto foi 16,73% menor que o registrado um ano antes, em agosto de 2009. Ape-nas porque, naquele mês, o aloja-mento superou a casa das 100 mil matrizes, um dos maiores volumes mensais alojados pelo setor em todos os tempos.

Por outro lado, o total alojado no mês – conforme a UBABEF, 83.493 matrizes de postura, divididas quase meio a meio entre linhagens produ-toras de ovos brancos e de ovos ver-melhos - significou aumento de cerca de 17,5% sobre o mês anterior, julho de 2010.

Isso fez com que o alojamento dos oito primeiros meses do ano che-gasse às 529.723 matrizes de postu-ra, o que, entretanto, não representa incremento exacerbado como nos meses anteriores, visto que o aumen-to acumulado em oito meses está próximo (mas ainda abaixo) dos 5%.

Ao contrário do que ocorre na avicultura de corte, o setor de postu-ra não registra comportamentos defi-nidos e distintos no primeiro e segun-do semestres de cada exercício – e isso torna difícil uma projeção para a totalidade do ano.

Porém, mantido no quadrimestre final de 2010 o mesmo desempenho médio registrado entre janeiro e agosto (pouco mais de 66 mil cabe-ças mensais), o total acumulado no ano deve ficar em torno das 800 mil matrizes de postura, volume cerca de 8% maior que o alojado no ano pas-sado.

O total acumulado nos últimos 12 meses (setembro de 2009 a agos-to de 2010) não está muito longe desse número: soma 757.914 cabe-ças e apresenta incremento de pou-co mais de 7% sobre o mesmo perí-odo anterior.

Estatísticas e Preços

Page 67: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 67

Crescente desde março de 2010 – ocasião em que, pela primeira vez

em mais de três anos, superou a casa dos seis milhões de cabeças – o aloja-mento de pintainhas de postura sofreu desaceleração em agosto último. Mas foi um recuo apenas marginal, já que o volume alojado no mês - 7,193 milhões de cabeças, 76,09% delas representa-das por linhagens produtoras de ovos brancos – correspondeu a queda de pouco mais de meio por cento sobre o mês anterior, julho de 2010.

Em outras palavras, o alojamento de pintainhas de postura segue crescendo em marcha acelerada. Tanto que, em re-lação a agosto de 2009, aumentou 42,5% - índice que, por sua vez, vem sendo continuamente crescente desde o início do ano (+14,70% em janeiro; +14,87% em fevereiro; +19,39% em março; +30,24% em abril; +36,58% em maio; +37,40% em junho; +39,96% em julho; +42,54% agora, em agosto).

Em consequência, se o volume acu-mulado nos oito primeiros meses do ano passado foi apenas 0,12% superior ao do mesmo período de 2008 e este, por sua vez, superou em não mais que meio por cento o alojado entre janeiro e agosto de 2007, desta vez o acumulado nos dois primeiros quadrimestres do ano se encontra 29,56% acima do volu-me alcançado em idêntico período de 2009.

O detalhe mais preocupante, aqui, é que o alojamento das pintainhas de postura vem evoluindo, neste ano, a mais de 4% ao mês. E isso mantido nos quatro meses finais de 2010 pode signi-ficar alojamento total da ordem de 82 milhões de cabeças, pelo menos um terço a mais do que foi alojado no de-correr de 2009.

Nos doze meses completados em agosto de 2010, o alojamento aumen-tou pouco mais de 20%, superando li-geiramente a marca dos 72 milhões de cabeças. Mas, pelo visto, esse volume deve ficar substancialmente para trás.

Alojamento de pintainhas de posturaExpansão prossegue em ritmo acelerado. no ano, quase 30% de crescimento

Evolução mEnsAl(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR.% 2008/09 2009/10

Setembro 5,135 5,145 0,19% 74,34% 73,80%

Outubro 5,015 5,025 0,20% 72,88% 72,91%

Novembro 4,811 5,251 9,16% 73,22% 71,03%

Dezembro 5,083 5,181 1,93% 74,79% 73,75%

Janeiro 4,990 5,723 14,70% 74,87% 76,94%

Fevereiro 4,790 5,502 14,87% 75,92% 73,30%

Março 5,161 6,162 19,39% 75,27% 78,60%

Abril 4,951 6,448 30,24% 75,30% 78,69%

Maio 4,797 6,551 36,58% 72,92% 76,99%

Junho 5,209 7,156 37,40% 74,77% 78,25%

Julho 5,173 7,241 39,96% 72,84% 77,20%

Agosto 5,046 7,193 42,54% 71,86% 76,09%

EM 8 MESES 40,116 51,976 29,56% 74,21% 77,07%

EM 12 MESES 60,160 72,578 20,64% 74,08% 75,88%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 68: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

68 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Mesmo tendo perdido dez centavos de seu preço nos dois últimos dias

de setembro – fato atribuído ao “zeramen-to” do poder aquisitivo do consumidor nessa época do mês – o frango vivo encer-rou o nono mês do ano com saldo positivo, visto ter obtido, antes dessa perda, ajuste total de 30 centavos (último preço de agos-to: R$1,70/kg; maior valor em setembro: R$2,00/kg).

Dessa forma alcançou no mês preço médio muito próximo de R$1,93/kg, valor que além de estar 19,26% acima da média de quase R$1,62/kg registrada no mês an-terior, agosto, também correspondeu a um aumento de mais de 40% sobre o mesmo mês do ano passado, setembro de 2009.

Mas que ninguém se engane com os resultados alcançados. Por, pelo menos, três razões diferentes. A primeira é que a variação anual de 40,52% só ocorreu por-que, na entressafra da carne deste ano, o mercado do frango vivo experimenta situ-ação oposta à do ano passado. Assim, en-quanto o melhor preço de 2010 foi regis-trado exatamente em setembro (valorizando-se quase 18% em relação à média alcançada em dezembro/09), há um ano, no mesmo mês, o frango vivo tinha seu pior resultado de 2009 (desvalorização de mais de 15% em relação a dezem-bro/08).

A segunda razão para que não se en-care com euforia os resultados de setem-bro de 2010 está no fato de eles terem sido bons apenas na aparência. É verdade que em nenhum momento anterior foi alcan-çada a cotação de R$2,00/kg, que prevale-ceu por exatas duas semanas de setembro. Mas a média mensal, de aproximadamen-te R$1,93/kg, continua aquém da alcança-da há mais de dois anos, em agosto de 2008, ocasião em que o frango vivo obte-ve, no mês, preço médio de R$1,94/kg.

Mas a terceira e mais decisiva razão para que ninguém se engane com os resul-tados de setembro advém da constatação de que nem mesmo a valorização experi-mentada no mês foi suficiente para cobrir

a elevação de custos da principal matéria--prima do setor, o milho – cujos preços ten-dem a continuar ascendentes pelo restante do ano e 2011 a dentro.

Em outras palavras, enquanto, de um lado, são pequenas as chances do preço

pago pelo frango (vivo ou abatido) ir muito além dos patamares atuais, de outro lado sua produção deve receber forte e crescen-te pressão de custo de sua matéria-prima base. É uma perspectiva que precisa ser convenientemente avaliada.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

SET/09 1,37 -25,84% -8,18%

OUT/09 1,50 -8,21% 9,05%

NOV/09 1,54 -11,64% 2,76%

DEZ/09 1,64 1,26% 6,69%

JAN/10 1,58 -6,07% -3,80%

FEV/10 1,63 -9,37% 3,37%

MAR/10 1,52 -9,28% -6,57%

ABR/10 1,41 -11,85% -7,46%

MAI/10 1,40 -13,29% -1,02%

JUN/10 1,35 -27,98% -3,01%

JUL/10 1,57 -12,96% 15,71%

AGO/10 1,62 8,50% 3,19%

SET/10 1,93 40,52% 19,26%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010* 1,55 -5,10%

* Média entre 02/01 e 30/09/10

Desempenho do frango vivo em setembro de 2010 segundo melhor preço médio de todos os tempos é ofuscado pelo aumento de custo

FrAngo vIvoPrEços hIstórIcos E PrEço EFEtIvo Em 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/KG, granja, interior paulista)

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Page 69: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 69

Ao contrário do ocorrido em setembro de 2009 – quando fechou o mês com

um preço 21% inferior à cotação de abertu-ra – o ovo encerrou o nono mês de 2010 com pequena valorização em relação aos preços iniciais do período. Mas isso não re-fletiu toda a realidade do mercado em se-tembro, já que no decorrer da primeira quin-zena o produto obteve ganhos de mais de 10%.

Em função, principalmente, desse ga-nho, foi obtido no mês valor médio quase 9,5% superior ao do mesmo mês do ano passado, ao mesmo tempo em que pratica-mente se repetiu o valor médio do mês an-terior, agosto de 2010 (desvalorização de apenas 0,2%).

Esta desvalorização, note-se, não tem nada de estranho, pois corresponde ao comportamento habitual do setor - preço médio de setembro habitualmente inferior ao alcançado em agosto, fato atribuído a um aumento de produtividade em decor-rência da maior luminosidade diária do perí-odo. Mas ainda que isso seja verdadeiro, desta vez o recuo de preços foi infinitamente menor que o registrado na média histórica – nos últimos 11 anos, redução de quase 10% de agosto para setembro.

Em função disso, os preços alcançados pelo ovo no decorrer do terceiro trimestre de 2010 apresentaram estabilidade raras vezes vista no setor. Assim, por exemplo, enquan-to no primeiro trimestre de 2010 a variação entre preço mínimo e máximo foi de 29%, no trimestre passado ficou em 2%, com os preços médios estáveis e não ultrapassando a faixa dos R$37,00/caixa.

Preocupante, a esta altura, é constatar que o preço médio recebido pelo produtor nos primeiros três quartos do ano continua quase 1,5% aquém do valor médio registra-do em 2009, além de corresponder ao me-nor valor dos últimos quatro anos. Como faltam apenas três meses para o encerra-mento de 2010, parece inevitável o setor fe-char o exercício com preços negativos pelo segundo ano consecutivo.

Porém, mais preocupante ainda é o fato de, novamente, os custos de produção do

setor – especialmente sua matéria-prima bá-sica, o milho – caminharem com uma veloci-dade que os preços recebidos não conse-guem acompanhar. Não que se preveja uma nova crise, mas no atual passo, o produtor corre o risco de perder grande parte do seu

poder aquisitivo. Para impedir que isso se concretize, é essencial acompanhar atenta-mente o comportamento do mercado. Nas circunstâncias, qualquer desbalanceamento entre oferta e procura pode ser fatal para o produtor.

Desempenho do ovo em setembro de 2010 resultado do mês voltou a ficar positivo em relação ao

mesmo mês de 2009

ovo ExtrA brAncoPrEços hIstórIcos E PrEço EFEtIvo Em 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/caixa, no atacado paulista)

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

SET/09 33,88 -21,66% -9,42%

OUT/09 31,35 -17,34% -7,48%

NOV/09 31,00 -21,24% -1,10%

DEZ/09 35,88 -9,59% 15,76%

JAN/10 31,80 -14,97% -11,38%

FEV/10 39,67 -8,90% 24,74%

MAR/10 40,96 -12,73% 3,27%

ABR/10 37,75 -16,96% -7,84%

MAI/10 39,12 -6,50% 3,63%

JUN/10 41,16 -4,55% 5,21%

JUL/10 37,89 2,62% -7,95%

AGO/10 37,15 -0,66% -1,94%

SET/10 37,08 9,45% -0,20%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,66 -11,37%

2010* 38,08 -1,43%

*Média entre 02/01 e 30/09/10

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Page 70: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasAumento do milho preocupa setor Farelo de soja estável no mês

Fonte das informações: www.jox.com.br70 Produção Animal | Avicultura

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em setembro de 2010 ao preço médio de R$660,00/tonelada,

valor 0,92% maior que o de agosto de 2010 – R$654/t. Na com-paração com setembro de 2009 – quando o preço médio era de R$812/t – a cotação atual registra queda de 18,72%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o preço médio do farelo de soja em setembro,

foram necessários 341,9 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em agosto último essa relação foi de 403,7 kg para obtenção de uma tone-lada de farelo, o volume de frango necessário para adquirir a mesma quantidade do produto caiu 15,29%, representando au-mento no poder de compra para o avicultor.

No ano passado os preços do farelo de soja estiveram mais valorizados, por isso, na comparação anual, o valor atual solicita 42,30% menos frango para se obter uma tonelada de farelo, já que em setembro de 2009 eram necessários 592,7 kg de frango para se obter uma tonelada do insumo.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em setem-

bro de 2010 foram necessárias 21,5 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou queda pelo terceiro mês consecutivo, cerca de 1,14%, uma vez que em agosto último 21,33 caixas de ovos ad-quiriram uma tonelada de farelo. Em relação a setembro de 2009, há melhora no poder de compra de 40,33%, pois naque-le período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 30,2 caixas de ovos.

Basta observar a abrupta valorização do milho no gráfico abaixo para entender a preocupação da avicultura. O preço médio do

insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou setembro de 2010 a R$24,23 – valor 17,45% maior que a média de R$20,63 obtida pelo produto em agosto. Em relação ao valor da saca de um ano atrás, o aumento é de 28,68%, pois o milho registrou média de R$18,83/saca em setembro de 2009.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) obteve pelo terceiro mês seguido

recuperação nas cotações: fechou setembro a R$1,93/kg - média 19,14% maior que a de agosto de 2010. Porém como a valorização do milho também foi grande, em setembro foram necessários 209,2 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, consideran-do-se a média mensal de ambos os produtos. Este valor representa pequena melhora no poder de compra de 1,44% em relação ao mês anterior, uma vez que em agosto a tonelada do milho “custou” 212,2 kg de frango vivo, aproximadamente..

Valores de troca – Milho/OvoA avicultura de postura continua sendo mais afetada pelo au-

mento do milho. Com base nos preços médios dos produtos, a rela-ção de troca entre o ovo (granja, interior paulista, caixa com 30 dú-zias) e o cereal em setembro de 2010 foi de aproximadamente 13,2 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em agosto de 2010 fo-ram necessárias 11,2 caixas/t, o que significa volume 17,72% maior de ovos para se obter a mesma quantidade de milho. A piora na capacidade de compra do avicultor de postura deve-se à redução do valor do ovo em setembro somada à valorização do milho: o preço médio da caixa de 30 dúzias na granja caiu 0,23% ficando em R$30,58 – em agosto passado a média havia sido de R$30,65.

Page 71: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 71

Page 72: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

72 Produção Animal | Avicultura

Classificados AviSite www.avisite.com.br/classificados

Aproveite a promoção de lançamento: faça um classificado na revista com até 300 caracteres e ganhe 1 mês de foto-classificado no AviSite. Contato: (19) 3241-9292 ou [email protected]

PROFISSIONAIS - PROCURAM-SE

PROFISSIONAIS - OFERECEM-SEZootecnista para nutrição animal e fomento de frangos Sou zootecnista para nutrição e produção animal. Tenho experiêcncia em fomento frango de corte, e matrizes de corte e atualmente sou resp. técnico de fábrica de rações. Tiago Nereu Naimayer Vieira – [email protected](55) 9964-0367 – Montenegro/ RS

Vendas/representação Procuro abatedouro para representar na grande São Paulo. Tenho carteira no varejo, para frango e cortes, congelados e resfriados - Nextel (11)78003130 – id 7*520477 Reginaldo Greco – [email protected] – (11) 4991-5704 – São Paulo/SP

Técnico em agropecuária Busco recolocação no mercado. Tenho uma boa experiência com matrizes e frango de corte. Contato pelo celular: (49) 9117-1921 Daniel Walter de Moraes – [email protected] – (49) 3544-0742 – Campos Novos /SC

Faça negócios segurosDicas do AviSite para uma compra sem riscos: 1- Nunca faça depósitos ou realize adiantamentos sem ter certeza da idoneidade do anunciante; 2 - Certifique-se da existência do produto ou serviço e de seu real estado;3 - Confira a veracidade do endereço e do telefone do anunciante e solicite informações adicionais como cpf ou cnpj da empresa; 4 - Sempre duvide de ofertas abaixo do preço de mercado. Desta forma você pode ter a confiança de realizar bons negócios!

Máquina de processar moelas Procuro equipamento para limpar moelasPaulo [email protected](55) 3226-1211 – Santa Maria/RS

Empresa tradicional de avicultura abre duas vagas para profissionais nas áreas: Técnica / Comercial e Gerência Comercial / ProduçãoImportante empresa no segmento de avicultura abriu duas vagas para contratações: - Área técnica/comercial.- Área de: gerência comercial / produção.

Requisitos necessários para as vagas: - Formação superior em medicina veterinária / zootecnia.- Experiência na área.

Os currículos devem ser enviados exclusivamente para o e-mail: [email protected]

Comprador sêniorMultinacional procura profissional para captar insumos diretos ou por traders, administrar carteira de compras de insumos, realizar cotações internacionais de commodities, gerenciar operações de hedge, efetuar análise de mercado e suas oscilações. Jucelia Berardi Gazola – [email protected] – (41) 3222-4444 – Curitiba / PR

Eletromecânico de incubatório Contrata-se profissional com experiência em eletromecânica ( manutenção geral) na área de incubatório. Interessados enviar currículo endereçado a Moises. Moises Davi Rutes – [email protected] – (15) 3282-1740 – Tietê/SP

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS – VENDAQuebrador de GeloFabricamos quebrador de gelo em inox para chiller marca MERCOFRIO. Com capacidade de 4.000 kg/h e garantia de 2 anos. Valor do equipamento R$ 15.000,00. Mais fotos por email. Contato: (31) 9683-3653.Paula Jaqueline - [email protected] (31) 3352-9339 – MG

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSCOMPRA

Bomba de borbulho Preciso de duas bombas de borbulho, 01 de vácuo e 04 mini chilers para miúdos, usados e funcionando com garantia.Contato: (11) 7565-8885Marcelo Martins – [email protected](44) 3224-9012Maringá/PR

Page 73: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

www.aviguia.com.br

Produção Animal | Avicultura 73

AviGuia - Portfólio de Produtos e Serviços

O AviGuia, a vitrine da avicultura na internet, agora também está presente na Revista Produção Animal-Avicultura. Além de um guia de produtos e serviços para o segmento avícola, ele reúne os lançamentos e novidades para o setor e dezenas de produtos em destaque. Divulgue o portfólio de produtos de sua empresa: (19) 3241-9292 ou [email protected]

Rua Ettore Soliani, 471 - Distrito Industrial Nova EraIndaiatuba - SP - 13347-394Telefone: (19) 2107-8000 / E-mail: [email protected]

Saiba mais em www.kemin.com

Saiba mais em www.globoaves.com.br

Rua Antônio G. Martins, 83 - Santo AntônioLouveira – SP - 13290-000 – Cx. Postal 90Telefone: (19) 3878-2470 / E-mail: [email protected]

A POLY SELL foi fundada em 1993 e especializou-se na produção, comercializa-

ção e desenvolvimento de desinfetantes biodegradáveis, de eficácia comprovada e alto rendimento, que ofereçam segurança ao usuário, visando um futuro sustentável para as novas gerações.

Fundada em 1961, a Kemin Industries, Inc, oferece soluções de nutrição e saúde para as indústrias de Produção Animal, de Ingredien-tes de Alimentos, Alimentos para Pets, Saú-de Humana e Indústria Farmacêutica. Atual-mente, a Kemin atua em mais de 60 países e conta com 16 plantas de fabricação.

Saiba mais em: www.polysell.com.br

AVT-450 O desinfetante possui fórmula

de última geração (biodegradável), amplo espectro de ação e excelente relação custo/benefício. Um produto único no mercado, eficiente, econo-micamente viável e ecologicamente correto.

Rodovia BR 467 Km 03Cascavel - PR - 85802-970Telefone: (45) 3218-2000 / E-mail: [email protected]

Há mais de duas décadas, nascia a Globoaves. Apos-tando em dife-rentes ramos de

atuação, consolidou-se como um grupo forte que logo se tornou referência no agronegócio nacional e internacional. Hoje a empresa é a maior fornecedora brasileira de ovos férteis e pintos de um dia para corte e postura.

Nu

triç

ãoG

enét

ica

Des

infe

tan

tes

A solução que faltava contra enterite necróti-ca. O CloSTAT contém uma cepa patenteada de Bacillus subtilis PB6, um microorganismo esporu-lado, única, de ocorrência natural, que tem efeito inibitório comprovado cientificamente contra Clostridium perfringens. Benefícios: Melhoria na microbiota, melhoria de performance e maior retorno econômico.

A NOVOgen WHITE foi desenvolvida para

otimizar seu potencial de produção em diferentes condi-ções ambientais devido ao seu fácil manejo, sem precisar de técnicas especiais durante sua criação. A NOVOgen WHITE apresenta altos graus de satisfação devido ao seu elevado potencial de produção e apresenta um ovo de excelente qualidade interna e externa.

Rua 1 JN, nº 1411 - Jardim Novo Rio Claro – SP – 13502-741Telefone (19) 3526 8583

Saiba mais em www.agroceresnutricao.com.br

Agroceres Multimix há mais de 30 anos dá importante contribuição à pecuária brasileira, atuando em todos os segmentos de nutrição nas cadeias produtivas de aves, bovinos, equi-nos, suínos, peixes e animais de companhia. Sua estrutura produtiva, evolução tecnológica, serviços técnicos e qualidade final de produto são consideradas padrão de referência.

Nu

triç

ão

AVESTART é uma ração para pinti-nhos nos primeiros dias de vida que consegue maior ganho de peso, me-lhor conversão alimentar e melhor

desempenho total dos frangos. A razão do melhor desempenho é a micropeletização da ração que garante uma excelente apreensão do alimento pelos pintinhos, auxiliado ainda pelos ingredientes de alta di-gestibilidade e qualidade e pelo perfil nutricional balanceado.

Page 74: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

74 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

74 Produção Animal | Avicultura

Biosseguridade: Nem tudo funciona como parece

Alberto Back

é médico-veterinário e coordenador geral do MercoLab

Quando falamos em prevenção de en-fermidades na avicultura é de concor-dância geral dizer que um bom pro-

grama de biosseguridade resolve praticamente tudo. Mas alguns fatos nos fazem repensar este conceito. Não há dúvidas que a biossegu-ridade na atividade avícola brasileira é um dos pilares que permitiram chegarmos ao desen-volvimento atual. Não se questiona também que o status sanitário alcançado, que é admi-rado por todo o mundo, deve muito aos bons cuidados de biosseguridade usados nas gran-jas. Porém, mesmo quando dizemos que te-mos um bom programa de biosseguridade, precisamos entender que ele previne algumas enfermidades, mas não todas. Não é possível generalizar e nem confiar demasiadamente na biosseguridade. Algumas perguntas devem ser feitas, como: o programa de biosseguridade é bom para quê? Previne quais enfermidades? Por melhor que seja, não existe programa ab-solutamente seguro.

Nas condições atuais da avicultura nacio-nal, a maioria dos programas de biossegurida-de é eficiente, em geral, para prevenir doenças como a Newcastle, micoplasmose, salmonelo-se tífica e outras em menor grau. Entretanto, mesmo bons cuidados de biosseguridade e ainda aliados ao uso de vacinas, não previnem a circulação de agentes de campo como os res-ponsáveis pela anemia infecciosa, Marek, coc-cidiose, Gumboro e encefalomielite. Podemos, muitas vezes, não ter a doença clínica porque a vacina previne, mas a biosseguridade que co-mumente usamos não é suficiente para preve-nir o ingresso destes agentes. Previnem-se as perdas, mas não necessariamente a presença e circulação dos agentes.

Ainda dentro deste contexto, dois aconte-cimentos relatados recentemente reforçam este fato e merecem a nossa atenção. O primei-ro, foi apresentado em junho no VIII Simpósio Internacional de Doenças de Perus realizado em Berlin, na Alemanha. Neste evento, traba-lhos mostraram que o vírus da Influenza Aviá-ria H1N1 foi detectado em granjas de perus em quatro países - Chile, França, Alemanha (em matrizes) e Canadá (avós). Confirmou-se atra-vés de avaliações epidemiológicas e de resulta-dos laboratoriais, que nos quatro países o vírus

passou de humanos para as aves. Em todos os casos, o funcionário da granja ou alguém da família do funcionário apresentava sintomas de gripe quando as aves adoeceram. Mesmo o melhor programa de biosseguridade não ga-rantiu a entrada do vírus. E como prevenir num caso desses?

O segundo acontecimento foi relatado em agosto na reunião anual dos patologistas aví-colas americanos (AAAP) que ocorreu em Atlanta, nos Estados Unidos. Pesquisadores re-lataram o acompanhamento de vários surtos de laringotraqueite na região sul dos EUA (principalmente no estado da Geórgia). Em um período de 2 a 3 anos ocorreram centenas de casos em frangos de corte. Nestas granjas havia esquemas rigorosos de biosseguridade, como longos períodos de vazio sanitário, lava-gens, desinfecção dos aviários e vários progra-mas vacinais. No final de quase três anos de surtos na região, repentinamente desaparece-ram. Em um primeiro momento não houve explicação. Porém, em um trabalho conjunto com especialistas do sistema de meteorologia americano, constou-se que nunca ocorriam surtos logo após os períodos de chuva, os quais foram poucos, pois os quase três anos de ocor-rência da LT foram os mais secos da história da região. E os surtos pararam quando um perío-do longo de chuva iniciou. O último ano tem sido bastante chuvoso e nenhum caso de LT tem ocorrido. Geralmente ignoramos as con-dições meteorológicas na ocorrência das en-fermidades. Este é um exemplo para refletir-mos e reconhecermos que alguns de nossos conceitos necessitam ser revistos. A biosseguri-dade é mais complexa do que parece e muitas vezes bastante frágil.

Não há como negar que a prevenção das enfermidades está muito dependente de bons programas de biosseguridade. Eles apresentam os menores custos e tem boa eficiência e de-vem ser o nosso foco quando falamos em pre-venção. No entanto, devemos reconhecer os seus limites. O objetivo desta reflexão não é diminuir a importância da biosseguridade, mas reconhecer que ela é uma parte da pre-venção e depende de muitos fatores, dos quais às vezes nem cogitamos que poderiam estar envolvidos.

Não háavicultura sembiosseguridade.No entanto,devemosreconhecerseus limites

Page 75: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização:

Produção Animal | Avicultura 75

Page 76: Produção Animal | Avicultura 3 · Eventos 6 Produção AnimalProdução Animal | Avicultura 17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização: