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    Produtos de

    limpeza

    Antnia Fdia Valentim de AmorimFrancisco Fbio Castelo Branco

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    Fortaleza2012

    Produtos de

    limpeza

    Antnia Fdia Valentim de AmorimFrancisco Fbio Castelo Branco

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    2011 by Edies Demcrito Rocha

    Edies Demcrito RochaAv. Aguanambi, 282/A - Joaquim Tvora - Cep 60.055-402 - Fortaleza-CearTel.: (85) 3255.6270 - 3255.6036 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6276edicoesdemocritorocha.com.br | [email protected] I [email protected]

    Todos os direitos desta edio reservados a:

    Valentim, Fdia.V155p Produtos de limpeza / Fdia Valentim, Fbio Castelo Branco. -

    Fortaleza: Edies Demcrito Rocha; Instituto Centro de EnsinoTecnolgico, 2011.

    88 p.: il. color.

    ISBN 978-85-7529-524-3

    1. Processos de fabricao 2. Materiais de limpeza 3. Branco,Fbio Castelo I. Ttulo.

    CDU 67.02+ 646.61

    Fundao Demcrito RochaPresidente: Luciana Dummar

    Editora: Regina RibeiroCoordenao Editorial: Elosa Maia Vidal

    Coordenao Geral do Projeto: Francisco Fbio Castelo BrancoEditor de Design: Deglaucy Jorge Teixeira

    Projeto Grfico: Arlene HolandaCapa: Welton TravassosReviso: Wilson P. Silva

    Editorao Eletrnica: Welton TravassosCatalogao na fonte: Ana Kelly PereiraIlustraes: Eli Barbosa e Leonardo Filho

    Fotos: Fbio Castelo

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    Durante as aulas Prestar ateno ao que o instrutor explica e demonstra. Pedir ao instrutor para explicar novamente, caso no tenha entendido alguma coisa. Fazer todas as atividades para ver se voc realmente aprendeu o que foi ensinado. Prestar muita ateno s aulas prticas. So elas que preparam o profissional

    eficiente.

    Ler tudo com ateno. Se achar uma palavra difcil, no se preocupar. Marcar a palavra e perguntar o

    que significa ao instrutor ou pesquisar num dicionrio.

    Procurar associar o que est escrito com as figuras existentes no texto. O instrutor est sua disposio para tirar dvidas, portanto pergunte vontade. Esforce-se e aprenda!!!

    Em casa

    Para aproveitar ao mximoo curso voc precisa

    Aprende-se a fazer, fazendo...

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    Sumrio

    Introduo ...................................................................................... 07

    Lio 1

    Montagem de uma pequena indstriade Produtos de Limpeza ............................................................... 09

    Lio 2

    Registro de produtos e custos ...................................................... 16

    Lio 3

    gua sanitria e alvejantes para roupas coloridas ...................... 21

    Lio 4

    Desinfetantes ................................................................................ 35Lio 5

    Tensoativos: Detergentes e Limpa vidros .................................... 44

    Lio 6

    Sabes .......................................................................................... 55

    Lio 7Amaciantes .................................................................................... 66

    Lio 8

    Cera lquida ................................................................................... 68

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    Lio 9

    Espessantes .................................................................................. 70

    Lio 10

    Preservantes ................................................................................. 74

    Lio 11

    Toxidade dos produtos de limpeza ............................................... 77

    Lio 12

    Fragrncias.................................................................................... 80

    Lio 13

    Regras de segurana .................................................................... 82

    Referncias ................................................................................... 88

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    Introduo

    A indstria de produtos de higiene e limpeza movimentacifras considerveis, no s no Brasil como no mundo. Anecessidade de assepsia e asseio pessoal a principalfora motriz desta indstria.

    O mercado de produtos de limpeza, cujas marcas soamplamente divulgadas nos meios de comunicao demassa, dominado por empresas de grande porte. Noentanto, tem surgido, nos ltimos anos, um grande nmero

    de pequenas empresas dedicadas ao ramo. Essas desen-volveram um segmento prprio de mercado, o que permite acolocao de seus produtos em condies de concorrnciacom as grandes empresas.

    O presente texto tem como propsito fornecer, de modosimples e prtico informaes tcnicas visando produoe ao de produtos de limpeza domstica tais como ossabes, detergentes, saneantes, alvejantes, desinfetantes,desodorizantes, esterilizantes, algicidas e fungicidas para

    piscinas e gua sanitria como so sintetizados, comoremovem a sujeira, principalmente a gordura, e o conceitode biodegrabilidade.

    Os sabes e detergentes so as substncias que tem comofinalidade a limpeza e conservao de superfcies inanimadas.

    Os saneantes so substncias ou preparaes destina-das higienizao, desinfeco domiciliar, em ambientescoletivos e/ou pblicos, em lugares de uso comum e no tra-tamento de gua.

    Os alvejantes exercem ao branqueadora e os desinfe-tantes so formulaes que tm na sua composio subs-tncias microbicidas.

    Desodorizantes so formulaes que tm na sua composi-o substncias microbioestticas, capazes de controlar osodores desagradveis advindos do metabolismo microrgnico.

    Algicidas e fungicidas so substncias ou produtos desti-nados matar algas e todas as formas de fungos.

    Saneantes: sosubstncias destinadas desinfeco, higienizaoou desinfestaodomiciliares e de ambientecoletivos.

    Biodegradabilidade: sosubstncias que osprodutos de suadecomposio retornamaos ciclos biolgicos.

    Microbicidas: que possuipropriedades de matargermes

    Microbioestatsticas: sosubstncias capazes decontrolar odoresdesagradveis advindosdo metabolismo dosmicroorganismos.

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    1Lio

    Quais ascaractersticas quedefinem o perfil doempreendedor?

    Montagem de uma pequena

    indstria de Produtos deLimpeza

    Nos dias atuais verifica-se uma procura acentuada pelos pro-dutos de limpeza usados principalmente em casa. Para iniciaruma pequena indstria de material de limpeza, num mercadoonde atuam desde aos grandes produtores at indstriascaseiras que dominam certas faixas de consumo, importan-te que o empreendedor tenha conhecimento das tcnicas deproduo bem como o mercado onde vai atuar e qual faixa deconsumidor que pretende atingir.

    A pequena empresa vista como a sada para aquelesque querem trocar as amarras do trabalho assalariado pelada auto-realizao e do sucesso conquistado por meio doprprio esforo.

    As tcnicas apresentadas neste caderno representamum roteiro, uma espcie de moldura em que cada um ter,necessariamente, que colocar o seu talento, sua competn-cia e, sobretudo, sua dedicao para o desenvolvimento doseu empreendimento. Saber conviver com o risco e tirar pro-veito das oportunidades so as caractersticas necessriaspara a atividade empresarial.

    Muitos motivos estimulam as pessoas e abrir um negcioprprio. Os mais comuns so: vontade de ser independente,ser o patro em vez de empregado, ganhar dinheiro, realizaroutras aspiraes alm daquelas que lhe permitia a condi-o de empregado, mostrar sua competncia, sua capacida-de de abrir e manter um negcio e trabalhar e tirar friasquando quiser.

    Ser empresrio exige sempre sacrifcios que muitos noesto dispostos a fazer. Entre alguns desses esto osseguintes: a maioria trabalha de 12 a 15 horas dirias emseu negcio, em vez de oito horas, como empregado; rara-mente tiram frias e, quando o fazem, por poucos dias,mas no esquecem o telefone s para saber como vo ascoisas em seu negcio.

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    s vezes envolvem-se tanto com a empresa que diminuio tempo disponvel para a famlia; sua to desejada indepen-dncia torna-se relativa, quando se observa a dependnciaaos fornecedores, bancos, clientes, funcionrios, governo,etc. O patrimnio pessoal do empreendedor fica comprome-tido com as operaes do novo negcio e talvez at vincula-do como garantia de algum emprstimo tomado pela empre-sa. A vontade de ganhar muito dinheiro pode esbarrar numobstculo definitivo: competncia.

    A inteno apenas no suficiente necessrio que oempresrio demonstre a capacidade de gerir seu negcio.Entretanto, mais e mais pessoas, no Brasil e no mundo,desejam tornar-se empreendedoras. Quando esse desejo acompanhado de uma deciso amadurecida e consistente, uma manifestao saudvel de vitalidade e renovao dasociedade e um passo importante para a satisfao de umanecessidade pessoal.

    Montar uma Pequena Industria de Produtos de Limpezageralmente associada ideia de criao de um negciopor meio de capital pessoal. Sua administrao requer qua-lidades de empreendedor deste a montagem e a organiza-o da produo, tendo em vista vender os produtos comcustos competitivos.

    Uma pequena empresa de produo de saneantes nodeve competir no segmento do mercado representado pelasdonas de casa que so fiis s marcas tradicionais, principal-mente sob a influncia dos meios de comunicao. Portanto,deve atuar no mercado onde as caractersticas bsicas oconsumo em massa e as vendas possam ser feitas a granel,ou embalagens de grande capacidade como condomnios,bares, restaurantes, hospitais, indstrias, reparties pblicas,lanchonetes e estabelecimentos comerciais em geral.

    Os produtos devem ser feitos com a qualidade recomen-da ou superando padres estabelecidos. A regra bsica buscar sempre novas tcnicas de produo que possammelhorar o produto final de sua empresa. importante oplanejamento e monitoramento sistemticos da produo,caractersticas essenciais da efetiva organizao dos neg-cios de uma empresa por menor que seja.

    Em qual segmentodo mercado devecompetir umapequena empresa desaneantes?

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    Para montagem de uma pequena indstria de produtosde limpeza, recomenda-se a procura de empresas especia-lizadas na fabricao de equipamentos e instalaes.Inclusive algumas distribuem as tcnicas bsicas de produ-o, e matria prima necessria a sua fabricao.

    Alguns equipamentos tambm podem ser adaptadospara uso nas indstrias caseiras como bombonas e remo deplstico que serve como misturador e pode ser usado paraproduo de detergentes, desinfetantes, amaciantes, guasanitria e outros.

    Fbio Castelo, 17.09.2010

    Bombona de 200 litros com um remo de plstico

    O local de funcionamento de uma pequena indstria de pro-dutos de limpeza, deve ter condies fsicas, higinico-sanit-rias e tcnicas e acesso a gua potvel, isenta de sais mineraise micro-organismos. O reservatrio de gua dever ser manti-do tampado, limpo e esgotado periodicamente, evitando possi-bilidade de proliferao de insetos prejudiciais sade.

    O local deve ser aprovado pelo rgo estadual respons-vel, e sugere-se que deva ser dividido em setores ou reastais como: administrao, depsitos de armazenagem dematria-prima e embalagem, lavagem de embalagens, pro-duo, armazenagem do produto acabado, controle de qua-lidade e expedio. A seguir mostrado um desenho bsicocom os diversos setores para montagem de pequena inds-tria de produtos de limpeza.

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    Lay-out (100 m - rea industrial)

    Obs.: O depsito de hipoclorito deve ter tubulao de pvc para deixar escapar o gs para fora da fbrica.

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    Os setores mostrados no desenho devero apresentar asseguintes condies:Setor da Administrao: deve ser um local de fcil aces-

    so para vendas, constitudo de sala para recepo declientes, secretaria e salas para setor de contabilidade ediretoria equipadas com fone/fax e computadores e impres-sora.Almoxarifado de matria-prima e embalagens: deveser de fcil acesso para recepo das matrias-primas eembalagens, com iluminao e ventilao adequadas.rea de lavagem de embalagens: deve ter tanques paralavagem e secagem das embalagens em dimenses ade-quadas. O piso e paredes devero ser de materiais resis-tentes, impermeveis e de fcil limpeza. O ambiente deveter boa iluminao e ventilao adequada.rea de produo: deve ter trnsito fcil, piso imperme-vel, antiderrapante, que atenda s exigncias de higienesanitrias. O local deve ser arejado e com exaustores. Asparedes e o teto devero ser revestidos de material imper-mevel, resistente, de fcil limpeza e de cor clara. A ilumi-nao dever ser adequada ao ambiente. Os equipamen-tos devero ser em nmero suficiente e adequado ao fim aque se propem, de material resistente, lavvel e instaladode maneira ordenada. Sugere-se que as tubulaes degua e gs sejam aparentes para facilitar a manuteno.Laboratrio de controle de qualidade: deve ser dirigidopor um qumico devidamente registrado no ConselhoRegional que ser responsvel para efetuar as anlisesqumicas da matria-prima e do produto acabado, paraque tenha credibilidade no mercado. Esse setor deverter uma rea mnima de 15 m para o bom andamentodas anlises e estar aparelhado com capela de exausto,equipamentos e vidraria adequados. O piso, teto e pare-des devero ser de material impermevel, resistente e defcil limpeza. O ambiente dever ter boa iluminao eventilao adequada.

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    Fbio Castelo

    Laboratrio de controle de qualidade

    Os funcionrios devero trabalhar devidamente para-mentados (com avental, gorro, luvas e calado fecha-do). O uso de mscaras contra gases importante enecessrio quando a matria-prima txica e/ou voltil.

    O produto acabado deve ser armazenado em ambien-te com ventilao e protegidos da luz, do calor e daumidade, embalado em recipiente adequado, rotuladosegundo a legislao vigente e armazenado em prate-leiras ou estrados de madeira, em local de fcil acesso.

    rea de expedio deve ser localizada de modo a faci-litar a distribuio do produto acabado que dever estardevidamente embalado, rotulado e disposto de maneiraordenada quanto data de fabricao. Quando encai-xados, as caixas devero estar em prateleiras ou estra-

    dos protegidos da luz, calor e umidade.

    Manuseio da matria-prima

    A matria-prima dos produto de limpeza so substncias qu-micas com um certo grau de periculosidade, portanto o manu-seio dessas substncias exige um cuidado redobrado parano causar srios danos sade. Assim, evite alimentar-seno local de produo, cheirar e tocar os produtos qumicos.

    Trabalhe sempre protegido com botas de borracha, luvas de

    O produto acabado spassar para a rea de

    expedio aps a anlisee liberao do controle de

    qualidade.

    Quais as funes dolaboratrio decontrole de

    qualidade?

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    proteo, mscara de segurana contra gases (os cidos for-tes liberam gases e elevam a temperatura quando diludoscom gua) e avental de proteo.

    Os cestos de lixo devem ser distribudos estrategicamen-te pelo ambiente. Jamais jogue materiais slidos nas pias eralos. Trabalhe os lquidos volteis em capela com sistemade exausto. Tenha sempre a mo material de primeirossocorros e caso ocorra algum acidente grave, procure ime-diatamente a assistncia mdica.

    Proteo Coletiva

    Para proteo coletiva so necessrios treinamentos peri-dicos contra incndios e a liberao de gases txicos. Osextintores de incndio devem estar localizados em pontosestratgicos e serem revisados periodicamente.

    Resumo da lio

    Existem importantes recomendaes sobre a montagem

    de pequena indstria de produtos de limpeza. O local de funcionamento de uma pequena indstria de

    produtos de limpeza deve ter condies fsicas, higini-co-sanitrias e tcnicas e acesso a gua potvel.

    Os principais setores de uma pequena indstria de pro-dutos de limpeza so: setor administrativo, almoxarifado,rea de lavagem de embalagens, rea de produo elaboratrio de controle qualidade.

    Os funcionrios devero trabalhar devidamente protegidos.

    O produto acabado deve ser armazenado em ambientecom ventilao e protegidos da luz, do calor e da umidade

    A rea de expedio deve ser localizada de modo a faci-litar a distribuio do produto acabado.

    A matria-prima dos produto de limpeza so sustnciasqumicas com um certo grau de periculosidade.

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    Registro de produtos e custos

    Alm do registro normal da empresa na Junta Comercial, oempresrio do setor de produtos de limpeza deve se preo-cupar com o registro de marca no INPI, que lhe dar o direi-to e exclusividade de uso, e com o registro do produto junto Diviso de Produtos Domissanitrios (DIPROD) doMinistrio da Sade.

    Alm disso, seus produtos requerem o aval de um qumico,registrado no Conselho Regional de Qumica (CRQ), que deve

    ficar disposio da empresa no mnimo trs horas por dia.

    Classificao quanto ao risco

    Para efeito de registro, os produtos so classificados comode Risco I e Risco II.

    Produtos de Risco ICompreendem os saneantes domissanitrios e afins emgeral, excetuando-se os classificados como de Risco II. Os

    produtos classificados de Risco I devem atender ao dispostoem legislaes especficas e aos seguintes requisitos:a)Produtos formulados com substncias que no apresen-tem efeitos comprovadamente mutagnicos, teratognicosou carcinognicos em mamferos.b)Produtos com DL50 oral para ratos, superiores a 2000 mg/kg de peso corpreo para produtos lquidos e 500 mg/kg depeso corpreo para produtos slidos. Ser admitido o mtodode clculo de DL50 estabelecido pela OMS.

    c)Produtos cujo valor de pH, em soluo a 1% p/p tempe-ratura de 25 C (vinte e cinco graus Celsius), seja maior que2 ou menor que 11,5.

    Produtos de Risco IICompreendem os saneantes domissanitrios e afins quesejam custicos, corrosivos e os produtos cujo valor de pH,em soluo a 1% p/p temperatura de 25 C (vinte e cincograus Celsius), seja igual ou menor que 2 e igual ou maior que

    11,5, aqueles com atividade antimicrobiana, os desinfestantes

    2Lio

    DL50: Dose letal mdia

    OMS: Organizao Mundialde Sade.

    Carcinognicos:substncia que provoque,

    agrave ou sensibilize oorganismo para o

    surgimento de um cncer.

    Teratognico: tudo quepode causar dano ao

    embrio ou feto durante agravidez.

    Mutagnico: todo agentefsico, qumico oubiolgico que, em

    exposio s celulas,pode sofrer mutao.

    p/p: percentual de massa

    Corrosivos: substnciaque por ao qumicapode destruir a pele.

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    e os produtos biolgicos base de micro-organismos. Osprodutos classificados de Risco II devem atender ao dispostoem legislaes especficas e aos seguintes requisitos:a)Produtos formulados com substncias que no apresen-tem efeitos comprovadamente mutagnicos, teratognicosou carcinognicos em mamferos.b)Produtos com DL50 oral para ratos, superiores a 2000 mg/kgde peso corpreo para produtos lquidos e 500 mg/kg de pesocorpreo para produtos slidos, na diluio final de uso. Seradmitido o mtodo de clculo de DL50 estabelecido pela OMS.

    CustosCustos so gastos relativos a um bem ou servio utilizado naproduo de outros bens ou servios. Com o objetivo de ela-borar um novo produto pronto para ser comercializado.

    No Brasil, o Decreto-Lei N 1.598/77, em seu artigo 14determina que: "o contribuinte que mantiver sistema de conta-bilidade de custo integrado e coordenado com o restante daescriturao poder utilizar os custos apurados para avaliaodos estoques de produtos, principalmente para fins fiscais".

    Uma diferena bsica para a despesa que custo trazum retorno financeiro e pertence atividade-fim, pela qual aentidade foi criada (determinada no seu Contrato Social, naclusula do objeto). J despesa um gasto com a atividade-meio e no gera retorno financeiro, apenas propicia um certoconforto ou funcionalidade ao ambiente empresarial.

    Os custos de uma empresa de produo de material delimpeza geralmente so: matria-prima, energia consumida(eletricidade e/ou combustveis), gua consumida, materias-primas diversas, mo de obra, depreciao dos itens imobi-lizados de produo, entre outros.

    Mtodo de apurao dos custos

    Custos Fixos: so os custos que, embora tenham umvalor total que no se altera com a variao da quantidadede bens ou servios produzidos, seu valor unitrio se alterade forma inversamente proporcional alterao da quanti-

    dade produzida. Exemplo: equipamentos, mquinas, insta-laes, pagamento de aluguel.

    Como podem serclassificados ossaneantes paraefeito de registro?

    Defina custos

    Para maiores informaesconsultar a pgina daANVISA: www.anvisa.gov.br

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    Exemplo dos investimentos em Ativos Fixo

    Itens Valor R$Mquinas e equipamentos 13.340,00

    Mveis e Utenslios 5.042,00

    Instalaes 10.500,00

    Soma 28.882,00

    Reserva Tcnica (10%) 2.888,20

    TOTAL 31.770,20

    Exemplo de Custos Fixo MensalItens Valor R$

    Salrios e encargos de 5 funcionrios(4 funcionrios um qumico)

    5.661,00

    Honorrios da diretoria 4.000,00

    gua, luz e telefone e material de expediente 1.000,00

    Despesas de manuteno 1.000,00

    Fretes 1.500,00

    Aluguel e encargos 1.000,00

    Seguros de maquinas e equipamentos 200,00

    Depreciao do ativo 1.444,10

    TOTAL 15.805,10

    Custos Variveis: so os custos que, em bases unitriaspossuem um valor que no se modifica com alteraesnas quantidades produzidas, porm, cujos valores totaisvariam em relao direta com a variao das quantidades

    produzidas. Exemplo: Matria-prima.Exemplo dos Custos Variveis da gua Sanitria

    Itens Valor R$

    Matria-prima xarope de hipoclorito de sdio 1,00 kg 0,59

    Matria-prima gua, soda, barrilha e outros 0,20

    Embalagem 0,90

    Rtulos 0,10

    Soma 1,79

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    Lucro de 20% 0,36

    TOTAL 2,15

    Com 1,00 kg de xarope de hipoclorito de sdio com con-centrao de 12,00% e densidade de 1,15 g/mL podemosproduzir 4,17 litros de gua sanitria. Com esses dados ocusto do litro gua sanitria mostrado na tabela abaixo:

    Itens Valor R$Matria-prima custo por litro de gua sanitria 0,19

    Embalagem 0,90Rotulos 0,01Soma 1,10

    Lucro de 20% 0,22

    TOTAL 1,32

    Custos Totais (CT) : a soma de Custos Variveis(CV) mais Custos Fixos (CF), representado pela frmulaCT = CV + CF.Custos Diretos: so os custos sucetveis de serem iden-

    tificados com os bens ou servios resultantes, ou seja,tm parcelas definidas apropriadas a cada unidade oulote produzidos. Geralmente so representados por mode obra e pelas matrias-primas.Custos Indiretos: todos os outros custos que dependemda adoo de algum critrio de rateio para sua atribuio produo.

    Como calcular o preo de venda

    Para o clculo do custo unitrio devemos levantar as quan-tidades necessrias para a produo de um item. Calcular ovalor lquido dos materiais (TOTAL DA NOTA - ICMS - IPI).

    Para calcular o preo de venda de um determinado pro-duto, basta, saber levantar os custos totais da empresa,fazer algumas operaes simples e seguir as orientaesabaixo, fazendo os ajustes necessrios.

    Determinar os custos totais da empresa e classific-losem diretos ou indiretos.

    O custo total de produoda gua sanitria seriaCT = CV + CF (o seuclculo depende dacapacitade total deproduo da empresa).

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    Determinar a quantidade de matria-prima e outras mat-rias auxiliares para a produo de uma unidade ou lote.Determinar o nmero de horas de mo de obra direta utili-zada para produzir uma unidade ou lote.Levantar os custos indiretos mensais de produo comcombustvel, energia, despesas administrativas e etc.Elaborar uma planilha para cada produto, conforme mode-lo a seguir.

    Clculo do preo de um litro de gua sanitriaDescrio Unidade Custo UnitrioMatria PrimaHipoclorito de sdio Kg 0,14gua, soda, barrilha e outros Litro 0,05TOTAL 1 0,19EmbalagemGarrafa pea 0,70Tampa pea 0,20Rtulo pea 0,01TOTAL 2 0,91TOTAL GERAL (1 + 2) 1,10

    Resumo da lio

    necessrio o registro da empresa na Junta Comercial,no INPI e o registro do produto junto Diviso deProdutos Domissanitrios (DIPROD) do Ministrio daSade.

    H necessidade de contratao de um qumico, registra-

    do no Conselho Regional de Qumica (CRQ). Para efeito de registro, os produtos so classificadoscomo de Risco I e Risco II.

    Custos so gastos relativos a um bem ou servio utiliza-dos na produo de outros bens ou servios.

    Os custos podem ser classificados em Custos Variveis,Custos Fixos, Custo Total, Custos Diretos e Indiretos.

    Quais so osmtodo de apuraodos custos?

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    gua sanitria e alvejantes

    para roupas coloridasA gua sanitria um produto domissanitrio com eficienteao bactericida e branqueadora, usada para limpeza edesinfeco de superfcies. Na sua composio qumica temhipoclorito de sdio (NaClO) contendo entre 2 a 2,5% de cloroativo, barrilha e soda custica. muito utilizada como agenteclareador (alvejante) e possui excelente ao bactericida,

    dissolve substncias orgnicas mortas e acabando com odo-res desagradveis. Trata-se de um produto txico, por isso,se for usada em excesso e sem os cuidados necessriospode causar danos a sade. Quando usada em roupas colo-ridas produz manchas que no podem ser retiradas.

    Cloro

    O cloro no existe em estado livre na natureza, mas apenasno estado combinado. Aparece, principalmente, na forma de

    cloretos (Cl-) na gua do mar. Ele produzido em largaescala no mundo inteiro e sua obteno pode ser feita indus-trialmente, pela eletrlise de soluo de cloretos, conformereao a segui:

    Principais reaes do cloro

    3Lio

    Desinfeco aeliminao dos micro-organismos patognicos,com exceo dos esporos.

    Na = SdioCl = CloroH = HidrognioO = Oxignio

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    Caractersticas do cloro

    O cloro nas condies normais de temperatura e presso um gs amarelo-esverdeado com odor pungente e irritante.Ele pode ser liquefeito por aplicao de presso a baixastemperaturas, formando um lquido claro de cor mbar quetem um odor irritante e sufocante.

    O cloro quer gasoso ou lquido, no explosivo, neminflamvel. um comburente e de forma idntica ao oxig-nio, capaz de manter a combusto de certas substncias.Muitos produtos qumicos orgnicos reagem facilmente com

    o cloro e em alguns casos com grande violncia, podendocausar exploso.O cloro pouco solvel na gua sendo sua solubilidade

    mxima em torno de 9 C. Abaixo dessa temperatura huma tendncia do cloro de se combinar com a gua, forman-do hidrato cristalino, com tendncia a se cristalizar. A solubi-lidade do cloro na gua mostrada no quadro a seguir.

    Quadro 1

    Solubilidade do cloro na gua

    Temperatura C Solubilidade g/L10 10,0

    20 7,3

    30 5,7

    40 4,6

    50 3,9

    60 3,3

    70 2,8

    Pungente: combinaoentre sabor e odor,

    podendo irritar a mucosado nariz e da boca.

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    Solubilidade do cloro na gua

    Temperatura C Solubilidade g/L80 2,290 1,3

    100 0

    Fonte: CETESB

    Aplicaes do cloroO cloro usado para os mais diferentes fins: como alvejantede polpa de madeira, de papel, de fibras de algodo e de

    linho, na produo de plsticos (PVC e outros), tratamentode gua potvel, tratamento de piscinas, na produo desolventes clorados, agroqumicos, produtos sanitrios, anti-congelantes e antidetonantes, fluidos de refrigerao. tambm usado como intermedirio em numerosos outrosprodutos qumicos tais como: anticoagulantes, poliuretanos,lubrificantes, amaciantes de tecidos, fluidos para freios,fibras de polister, insumos farmacuticos e na sntese demuitos outros produtos.

    Nas estaes de tratamento de gua o cloro utilizadopara desinfeco e usa-se de 0,3 a 2,0 g de cloro por tone-lada de gua, dependendo do grau de contaminao. Oscompostos mais usados so: hipoclorito de sdio (NaClO),dixido de cloro (ClO2), clorito de sdio (NaClO2) e hipoclo-rito de clcio (cal clorada - CaCl(OCl).

    Desinfeco pelo cloroAt que a teoria sobre os micro-organismos causadores de

    doenas fosse estabelecida, em meados de 1880, acreditava-se que os odores eram os meios pelos quais as doenas eramtransmitidas. Portanto, na tentativa de se controlar os odores que surgiu a desinfeco, tanto da gua como dos esgotos.

    Entende-se por desinfeco a destruio de organismospatognicos, capazes de produzir doenas, ou de outrosorganismos indesejveis, Tais organismos podem aparecerna gua e sobreviver por vrias semanas a temperaturasprximas a 21C ou, possivelmente, por vrios meses a

    baixa temperatura. Alm desse fator, sua sobrevivncia

    Antidetonante: substnciaque evita a detonao.

    Anticoagulante:

    substncia usadas paraprevenir a formulao detrombos sanguneos.

    Poliuretano: polmerosunidos por ligaesorgnicas de carbamatos:R-NHCOOR

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    depende de vrios outros: ecolgicos, fisiolgicos e morfol-gicos, pH, turbidez, oxignio, nutrientes competio comoutros organismos, resistncia a substncias txicas, habili-dade na formao de esporos, etc.

    Por outro lado, as doenas causadas por micro-organis-mos dependem da virulncia, da sua concentrao, domodo de contato e da resistncia do hospedeiro. Para ilus-trar essa inter-relao, Theobold Smith sugeriu a equao:

    D = NV/R

    Onde: D = probabilidade da doena.

    V = Virulncia.N = Nmero de organismos.R = Resistncia do hospedeiro.

    Quando o produto NV maior do que R advm a doena,o que provavelmente no ocorrer em caso contrrio.

    Alguns dos elementos dessa equao no podem sermedidos em termos numricos; entretanto, caso se use adesinfeco da gua, o valor N poder ser reduzido (ou

    mesmo igualado a zero).A desinfeco da gua implica na destruio de organis-mos causadores de doenas e de outros de origem fecal,mas no necessariamente a destruio completa de for-mas vivas. Este ltimo caso designa-se esterilizao, sebem que, muitas vezes, o processo de desinfeco sejalevado ao ponto de esterilizao.

    Histrico da desinfeco pelo cloroA clorao surgiu com o objetivo de desodorizao. Assim,o primeiro composto clorado empregado foi o hipoclorito desdio (NaOCI).

    Inicialmente a clorao era usada para a desinfeco dasguas somente em casos de epidemias. A partir de 1902 foiadotada de maneira contnua na Blgica. Em 1903, estudan-do a destruio de organismos patognicos pelo cloro,Lieutenant Nesfield da British Indian Army Medical Servicesugeriu o uso do cloro guardado em cilindros revestidos comchumbo, o que s em 1909, se tornou vivel. A desinfeco o principal objetivo do uso do cloro em tratamento de gua.

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    A primeira dcada (1908-1918) marcou o incio da clora-o das guas com a aplicao de uma pequena quantidadede cloro cujo residual no era conhecido.

    A segunda dcada (1918-1928) foi o perodo em que seobservou acentuada expanso no uso do cloro lquido.Entretanto, da mesma maneira que na primeira dcada, aquantidade de cloro residual no era conhecida.

    A terceira dcada (1928-1938) caracterizou-se pelo empre-go das cloraminas. O processo cloro-amina foi introduzidoem 1928 e, com a adoo deste processo, tornou-se prticaa adio de Amnia juntamente com Cloro numa razo deaplicao de maneira a obter-se um residual em cloraminas.Entretanto, nenhum teste especfico era utilizado para deter-minar os residuais do Cloro.

    A quarta dcada, (1938-1948) foi a dcada da cloraoao Break Point(Ponto de Inflexo). Neste perodo observou-se a existncia de outra forma do Cloro residual. O conheci-do como Cloro residual livre ou, simplesmente, Cloro livre.Durante esta dcada utilizou-se testes para identificao econtrole dos residuais de Cloro.

    A quinta dcada (1948-1958) foi a do refinamento da clo-rao. A prtica da clorao que apresenta os dois tipos deCloro (Cloro combinado e Cloro livre) desenvolveu-se base-ada em controles bacteriolgicos.

    Na sexta dcada (1958-1968) ocorreu o aprimoramento docontrole bacteriolgico e da determinao do cloro residual.

    Da stima dcada (1968-1978) at o fim do sculo pas-sado e a primeira dcada deste sculo ocorreram sensveismelhoras nas tcnicas de clorao, de controle bacteriolgi-co e determinao de teor de cloro livre, graas principal-mente ao aumento de preciso dos equipamentos e a auto-mao dos mtodos de dosagem.

    Observa-se que a clorao, apesar de quase um sculode utilizao, somente nos ltimos decnios que se apre-sentou com tcnica avanada, dando, portanto, ao usurio,a segurana necessria para este desinfetante ser utilizadoem gua de abastecimento.

    Quais as principaisaplicaes doCloro?

    Cloraminas: substncia

    formada por cloro,nitrognio e hidrogniosutilizada comodesinfetante.

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    Intoxicaes por cloroA ao do cloro sobre organismo humano essencialmentecustica, atacando principalmente a mucosa broncopulmo-nar. Em presena de matria orgnica facilmente oxidveldecompe a gua e com o hidrognio forma o cido clordri-co, de intensa ao custica, e oxignio que, por sua vez,atua sobre os tecidos como oxidante enrgico.

    A corroso produzida pelo cido clordrico sobre os alv-olos origina a destruio do endotlio com transudao desoro sanguneo e, consequentemente causando o edemapulmonar agudo, com morte por asfixia. O seu limite de tole-rncia de 0,8 ppm.

    Hipoclorito de sdioHipoclorito de sdio produzido pela combinao do clorocom a soda custica. Apresenta-se como uma soluo comcerca de 10 a 15% de cloro disponvel, fornecido em bombo-nas ou em carro-tanque. A soluo razoavelmente instvele se deteriora rapidamente. Essa deteriorao pode ser redu-zida atravs de um processo de fabricao mais cuidadoso e

    pelo controle de alcalinidade. A maior estabilidade obtidaquando o pH est prximo a 11, e quando no apresentactions de metais pesados. O armazenamento deve ser feitoem temperatura inferior a 30 C, pois acima dessa temperatu-ra a decomposio cresce rapidamente.

    O armazenamento em rea escura e temperatura nomuita elevada reduz grandemente a taxa de deteriorao.De qualquer forma, a vida da soluo limitada entre 60 e90 dias. A soluo de hipoclorito de sdio corrosiva, ataca

    a pele, os olhos e outros tecidos do corpo. Apresenta umagrande facilidade para dosagem, que pode ser feita a partirda soluo original.

    Reaes do cloro com guaQuando o Cloro adicionado em gua quimicamente pura,tem-se a reao:

    Transudao: passagempor causa inflamatria ou

    no de um lquidoorgnico atravs de uma

    membrana ou de umasuperfcie delgada do

    organismo.

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    Em temperatura normal essa reao completada empoucos segundos. Observa-se que, com o abaixamento dopH, o equilbrio da reao desloca-se na formao de Cl2;isso, entretanto, no acontece para soluo diluda e pHacima de 4 (quatro). Neste caso o equilbrio se desloca paraa direita, portanto, pouco Cl2 existe.

    A ao desinfetante e oxidante do Cloro controlada peloHOCI (cido hipocloroso) que se dissocia instantaneamentesegundo a reao:

    O cido hipocloroso formado fraco e fracamente disso-ciado em pH abaixo de 6 (seis).

    O pH das guas de abastecimento normalmente est nafaixa em que h existncia tanto de HOCI como de OCl-.

    Por exemplo: para uma gua de pH = 8 a 20 C tem-se72% OCl- e 28% HOCI.

    O Cloro na forma de Hipoclorito de Clcio (cujo nomecomercial cal clorada) e de Hipoclorito de Sdio, quando

    em contato com a gua, ioniza-se segundo as reaes:

    O on hipoclorito tambm estabelece um equilbrio comons de hidrognio, dependendo do pH, ou seja, da concen-trao de ons de hidrognio na gua, conforme mostra aequao (2).

    Observa-se ento que parte do Cloro disponvel reagecom gua para formar cido hipocloroso, ons hipoclorito ecido clordrico. O cido clordrico formado combina-se coma alcalinidade natural da gua ou com a alcalinidade introdu-zida para fins de tratamento, reduzindo-as e alterando dessaforma o pH o qual, por sua vez, influi no grau de dissociaodo cido hipocloroso, conforme demonstrado. O cloro exis-tente na gua na forma de cido hipocloroso e de on hipo-clorito definido como cloro residual livre.

    Aplicao: quanto maior a concentrao e/ou o tempo maior

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    o espectro de ao, podendo ser utilizado como desinfetan-te de baixo a alto nvel. Espectro de ao: tem amplo espectro de ao, che-

    gando a ter ao sobre esporos de B. subtillis. Atua concentraes to baixas como 25 ppm para micro-organismos mais sensveis. Mais usualmente utilizadaem concentrao de 1000 ppm.

    Caractersticas: o desinfetante mais amplamente utili-zado. Apresenta ao rpida e baixo custo. bastanteinstvel e inativado por matria orgnica. consideradocomo prejudicial ao ambiente.

    Compatibilidade com materiais: bastante corrosivo, prin-cipalmente de metais e tecidos de algodo e sintticos.

    Aplicao: depender da concentrao. Basicamenteutilizado em superfcies fixas. Embora possua algumasrecomendaes para materiais de terapia respiratria osresduos de cloro, principalmente com o uso prolongado,se tornam impedimento. Utilizado para tratamento detanques e de gua.

    Produo de gua sanitriaA gua sanitria um produto domissanitrio com eficienteao bactericida e branqueadora, constitudo de hipocloritode sdio (NaClO) contendo entre 2,0 a 2,5% de cloro ativo,barrilha, soda custica e gua potvel.

    A soluo de hipoclorito de sdio industrial : a principalmatria-prima utilizada na fabricao de gua sanitria e deveapresentar um teor mnimo de cloro ativo igual a 10% e umpH de 10. Segundo a portaria N 89, de 25 de agosto de 1994,

    da ANVISA o pH mximo do produto puro dever ser de 13,5e do produto diludo a 1% (p/p) dever ser de 11,5.

    Quando dizemos que uma soluo de hipoclorito desdio tem 12% de cloro ativo, isto quer dizer que em 100 kgda soluo concentrada encontramos 12 kg de cloro livre edensidade aproximada de 1,15 g/mL.

    Determinao do teor de cloro ativoPara determinar o teor de cloro ativo em uma soluo de

    hipoclorito de sdio usa-se o mtodo iodomtrico. A determi-

    B. Subtillis: espcie debacteria gram-positiva,

    saprofita comum ao solo ea gua.

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    nao do cloro ativo baseia-se na dissociao inica do onhipoclorito (ClO) em meio cido formando cloro (Cl2), Ocloro livre formado na reao determinado iodometrica-mente, pela adio de iodeto de potssio (KI) e cido acticona soluo de hipoclorito de sdio. A quantidade de iodoliberado equivalente ao cloro livre que pode ser determina-do pela titulao com uma soluo padro de tiosulfato desdio (NaSO) atravs de uma bureta calibrada.

    Material para o mtodo iodomtrico:

    Soluo de Iodeto de potssio ..........................20 %cido actico ........................................................ 1/4Soluo de hipoclorito de sdio ......................10 mLTiosulfato de sdio padronizado ................0,1 mol/LSoluo de amido ...............................................1 %

    Vidraria e equipamentos: bureta calibrada de 50 mL, erlen-meyer, pipetas calibradas e volumtricas e vidro de relgio,suporte para bureta e balana analitica

    Fbio Castelo, 21.10.2010

    Pipetas volumtricas e calibradas

    Procedimento para determinao do teor de cloro ativo

    no xarope de hipoclorito de sdio

    Como produzido ohipoclorito de

    sdio?

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    1. Mea com pipeta volumtrica 10 mL da amostra do xaro-pe de hipoclorito de sdio e dilua em gua destilada para100 mL utilizando balo volumtrico. Homogeneze.

    2. Retire uma alquota de 20 mL da soluo diluda da amos-tra e transfira para o erlenmeyer. Adicione 25 mL da solu-o com 20% de Iodeto de potssio e acidifique o meiocom 25 mL de cido actico 1 : 4.

    3. Cubra o erlenmeyer com vidro relgio e aguarde pelomenos cinco minutos.

    4. Titule o Iodo liberado com soluo padro de Tiosulfato desdio, at que a colorao torne-se amarelada.

    5. Adicione ento, 50 mL de gua destilada e 2 mL de umasoluo de amido 1% recm preparada. A colorao dasoluo torne-se azul-violcea. Continue a titulao at asoluo tornar-se incolor.

    6. Anote o volume gasto na titulao e calcule o teor de cloroativo na amostra do xarope de hipoclorito de sdio,expressando o resultado em ppm (parte por milho) e empercentagem (% m/v).

    FbioCastelo,

    21.1

    0.2

    010

    Titulao com uso de uma bureta calibrada

    A quantidade de gua, que se deve acrescentar soluo

    concentrada de hipoclorito de sdio para obter-se a gua

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    sanitria, depende do ttulo da soluo de NaClO. A quantida-de de NaClO pode ser calculada pela seguinte frmula:

    Material1. Hipoclorito de sdio (NaClO) .............................. 2,90 L

    2. Carbonato de sdio (Barrilha leve - Na2CO3 ....100 g3. Soda custica (NaOH) q.s.p. ......................... pH = 114. gua potvel q.s.p. ................................................ 10 L

    Procedimento1. Mea 60% de gua a ser usadsa e coloque em um reci-piente plstico.2. Adicione 2,90 L de hipoclorito de sdio e misture bastante.3. Adicione a barrilha previamente diluda em um litro de gua.

    4. Verifique se o pH = 11. Caso no esteja, adicione sodacustica at o pH atingir 11.5. Adicione os 40% restante de gua e mistuira e misturebem e envase em garrafas plsticas apropriadas, ou seja,que evitem a entrada de luz.

    Forma de intoxicaes pela gua sanitriaAs intoxicaes provocadas por gua sanitria podem seragudas e acontecer de formas acidentais, suicidas e doms-

    ticas.

    Barrilha o nomecomercial do Carbonato

    de Sdio (Na2CO3) que uma substncia alcalina,de cor branca, em formade p (Barrilha Leve) ougro (Barrilha Densa), semcheiro e higroscpico, ouseja, absorve umidadelentamente quandoexposta a atmosfera,sendo responsvel pelaaglomerao do produto.

    Envasar: encher a garrafa.

    Fbio Castelo, 18.09.2010

    Medidor de pH

    q.s.p.: quantidadesuficiente para.

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    Farmacodinmica: ao local corrosiva. O hipoclorito desdio, com pH baixo no estmago, desprende cido hipoclo-roso que corrosivo.Toxicidade: dose letal para criana - 15 a 30 mL.Sintomas e Sinais Clnicos e Anatomopatolgicos: cia-nose, delrio, convulso e coma; dispnia e edema pulmonar(aspirao); choque; sensao de queimadura, nuseas,vmitos hemorrgicos (borra de caf), edema, necrose eperfurao do esfago e estmago, leses custicas, defesaabdominal devido peritonite; desequilbrio hidro-eletroltico.

    Tratamento1) Remover a soluo alvejante da pele ou dos olhos comgua corrente abundante por pelo menos 15 minutos.

    2) No caso de ingesto diluir o lcali administrando de ime-diato gua, podendo usar suco de limo fresco diludo emgua com o objetivo de neutralizar o lcali. So necess-rios no mnimo 2 L de suco de frutas para neutralizarcada 30 g de lcali. No se deve ministrar nada por viaoral a uma pessoa inconsciente.

    3) Para decompor a soluo alvejante ingerida usar medica-mento por via oral ou endovenoso conforme a recomen-dao mdica. Dependendo do grau de intoxicao e dodiagnstico mdico, s vezes necessrio o uso de anti-biticos e corticides.

    Alvejante para roupas coloridas

    O alvejante trabalha junto com o detergente ou com o sabopara remover manchas e sujeiras, deixar mais brancas aspeas brancas e tornar as cores de alguns tecidos maisvivas. Ele tambm funciona como desinfetante suave. Osdois tipos bsicos de alvejantes so o cloro e o oxignio.

    O alvejante lquido comum base de cloro o mais eficaze o menos caro, mas no pode ser utilizado em todos os tiposde tecidos. O alvejante base de oxignio seguro paratodos os tipos de tecidos lavveis, fibras com acabamentoresinado e para a maioria dos tecidos coloridos lavveis.

    O alvejamento qumico ou descolorao das fibras celul-

    Fbio Castelo, 17.09.2010

    Garrafas mbar que evitam apenetrao da luz.

    Corticides: hormniosesterides produzidospelas glndulas supra-

    renais.

    Farmacodinmica oestudo do efeito da droga

    nos tecidos.

    Em que tipo de reci-piente deve serenvasada a guasanitria?

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    sicas naturais pode ser feito mediante agentes de branqueioqumico, classificados como redutores ou oxidantes.

    Os agentes oxidantes so os aplicados na prtica paraessa classe de fibras, devido aos resultados obtidos, tanto doponto de vista do rendimento como custo da operao.

    Atualmente o alvejamento compreende duas etapas: oalvejamento qumico e o alvejamento tico. Estas duas eta-pas podem ser realizadas separadamente (alvejamento qu-mico seguido de alvejamento tico) ou em alguns casos,simultaneamente.

    Os agentes oxidantes utilizados no alvejamento qumico

    so os seguintes: Hipoclorito de sdio NaClO

    Perxido de hidrognio (gua oxigenada) H2O2 Clorito de sdio NaClO2

    Faa um teste de durabilidade da cor dos tecidos antes deusar qualquer alvejante, misturando 1 colher de sopa dealvejante clorado com 1/4 de xcara de gua ou 1 colher(de sopa) de alvejante base de oxignio com 1/2 degua quente. Aplique esta soluo em um local pequenoe escondida do tecido (bainha ou punho). Seque compapel-toalha. Se no manchar, voc pode lavar o tecidocom gua sanitria. Do contrrio, use alvejante sem cloro,que tira manchas sem desbotar.

    O alvejante deve ser colocado na gua da lavagem oudiludo antes de as roupas serem colocadas na mquina.O alvejante no deve nunca ser colocado diretamentesobre os tecidos.

    Sempre alveje a pea toda e no apenas uma nica

    mancha.Quando estiver utilizando o alvejante, use a gua na tem-

    peratura mais quente possvel, porque isto melhora odesempenho do produto.

    Se tiver utilizando mquina de lavar, alveje as roupassomente no ciclo lavar, assim ele pode ser totalmente reti-rado durante o ciclo do enxgue.

    Quando lavar tecidos que contm elastano, utilize ape-nas alvejante base de oxignio.

    Quando devemosusar alvejante

    base de oxignio?

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    Material para preparar 7,7 L de alvejante base de oxignio

    gua oxigenada 130 volumes ............................. 1 Lou gua oxigenada de 200 volumes ........... 650 mLLauril .................................................................. 0,1 Lgua .................................................................. 6,6 LEssncia ........................................................... q.s.p.

    Procedimento:1. Dissolva a gua oxigenada na gua, adicione o lauril e a

    essncia e misture bem.

    2. Aps engarrafar j est pronta para uso.

    Resumo da lio

    A gua sanitria um produto domissanitrio com efi-ciente ao bactericida.

    O cloro no existe em estado livre na natureza, mas ape-nas no estado combinado.

    Descrio do histrico do processo de desinfeco pelo

    cloro. Mecanismo de intoxicao do organismo humano pela

    gua sanitria. Tcnica para determinao do teor de cloro ativo. Tcnica para produo de gua sanitria e alvejante

    para roupas coloridas.

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    Desinfetantes

    Desinfetantes domissanitrios so substncias ativas capa-zes de eliminar muitos ou todos os micro-organismos pato-gnicos, com exceo dos esporos.

    As suas principais caractersticas so:Poder destruir em tempo razovel os organismos patog-

    nicos a serem eliminados, na quantidade em que se apre-sentam, e nas condies encontradas.No devem ser txicos para o homem e os animais

    domsticos nas dosagens usuais e nem causar odoresdesagradveis.Estar disponveis a custos razoveis e ter condies desegurana no transporte, armazenamento manuseio eaplicao.Produzir residuais, de maneira a constituir barreira sani-tria por um tempo razovel.Ser solvel em gua.No ser poluente.

    Ser estvel em concentrao original ou diludo.

    Fatores que influem na eficinciade um desinfetanteA eficincia de um desinfetante est relacionada aos seguin-tes fatores:

    Ambiente a ser desinfectado.Espcie e concentrao do organismo a ser destrudo.Tempo de contato.

    Grau de disperso do desinfetante no objeto e ambiente.

    Resistncia dos micro-organismosaos desinfetantes

    A resistncia dos micro-organismos aos desinfetantes variaconsideravelmente e depende de diversos fatores. Bactriasno esporuladas so menos resistentes que as esporuladas.A concentrao dos micro-organismos significante j queum alto nmero em dado volume (densidade) apresenta

    Esporuladas: camadaprotetora de algumasbactrias.

    4Lio

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    uma maior demanda de desinfetante e esta aglomeraopode criar uma barreira na sua penetrao.

    A morte de organismos por um certo desinfetante, fixando-se outros fatores, proporcional a sua concentrao e aotempo de contato. Assim pode-se trabalhar com altas con-centraes e pouco tempo ou baixa concentrao e tempoelevado.

    A caracterstica do ambiente a ser tratado tem influnciamarcante no processo de desinfeco. Por exemplo, orga-nismos circundados por material em suspenso podem tor-nar-se inatingveis pelo agente desinfetante. Se o agente

    desinfetante for um oxidante, a presena de material orgni-co e outros materiais oxidveis ir consumir parte da quanti-dade do agente desinfetante necessria para destruir osagentes patognicos.

    Alm das caractersticas qumicas ambientais, a tempe-ratura influi no processo de desinfeco; em geral tempera-turas altas favorecem a ao desinfetante. Para uma melhorao, os agentes desinfetantes devem ser uniformementedispersos no ambiente e objetos.

    Agentes ativos

    Os agentes ativos so as substncias qumicas que tmao de eliminar os micro-organismos. Os principais agen-tes ativos dos desinfetantes que podem ser usados isolada-mente ou associados so:

    Cloreto de alquil dimetil benzil amnio(cloreto de belzalcnio)

    um tensoativo catinico, utilizado como agente de desinfe-o com propriedades bactericidas, fungicidas e algicidas. de fcil manuseio, tendo baixa toxicidade e baixa irritabilida-de e utilizado em diluies apropriadas, so altamente sol-veis e extremamente ativos contra um grande espectro demicro-organismos.

    Formaldedo (formol) um desinfetante de alto nvel, mas como consideradocarcinognico, sua aplicao em hospitais hoje limitada.

    At hoje ainda utilizado para tratamento de hemodializa-

    Hemodializadores:equipamento utilizadopara hemodilise.

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    dores, no entanto est sendo substitudo cada vez mais porcido peractico para esta aplicao. usado na conser-vao de peas anatmicas e tecidos e preparo de vacinasvirais.

    Seu espectro de ao amplo, funcionando como: bac-tericida, fungicida, viruscida, tuberculicida. Se apresenta emforma lquida e slida, mais conhecida como formalina.

    A formalina slida vaporizada atravs do calor na pre-sena de umidade. Embora seja uma opo econmica foipouco estudada. Tem limitaes na mensurao de parme-tros aceitveis da liberao dos vapores em determinadas

    dimenses de materiais. Alm disto, os resduos so txicose podem danificar alguns instrumentos.

    Forma de intoxicaes por formaldeido

    O formaldeido (H2CO) um gs que pode ser reativo e instvel temperatura ambiente. vendido comercialmente em soluoaquosa de concentrao de 37-39% (formol), contendo ainda10-15% de metanol, para inibir a sua polimerazao para for-maldedo.

    usado como desinfetantes, anti-sptico, desodorante,fixador de cabelos ou fluido para embalsamento. A formapolimerizada - trioximetileno (paraformaldeido) - pode serdecomposta pelo calor em formaldeido. A dose fatal de for-malina de 60 a 90 mL. Os polmeros do formaldeido sousados para evitar umidade em papel e em roupas. Essespolmeros contm algumas vezes formaldeido livre.

    O formaldeido reage quimicamente com muitas substn-cias nas clulas e por essa razo deprime todas suas fun-

    es, levando-as morte. Os achados patolgicos na inges-to de formaldeido so necrose e retrao das mucosas.Alteraes degenerativas podem ser encontradas no fgado,rins, corao e crebro.

    Quadro clnico

    a) Intoxicao Aguda: a ingesto causa dor abdominalimediata e intensa seguida de colapso, perda de consci-

    Necrose: estado de mortede um tecido ou parte deleem um organismo vivo.

    Anria: diminuio ouausncia da produode urina

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    ncia e anria. Pode ocorrer tambm vmitos e diarreia.A morte ocorre por insuficincia circulatria.

    b) Vestimentas e papis: contendo formaldeido livre cau-sam dermatite de sensibilizao em alguns indivduos.

    c) Exames de laboratrio: a urina pode apresentar prote-na, cilindros e hemcias.

    Tratamento da intoxicao

    Remover imediatamente o paciente do ambiente ondeocorreu a intoxicao.

    Remover o formol da pele ou dos olhos com gua corren-te abundante.Levar o paciente para um hospital para tratar a intoxicao.Para diminuir a intoxicao por formol deve-se proceder

    melhorias nos locais de trabalho no que diz respeito s con-dies de exausto, ventilao e climatizao.

    Paralelamente, dever ser assegurado um programa devigilncia da sade dos trabalhadores que permita uma ava-liao contnua dos riscos na sade de natureza profissional

    e adoo de aes preventivas adequadas ao controle daexposio.

    Eficincia da desinfeco

    Os fatores que influenciam na eficincia da desinfeco e, con-sequentemente, no tipo de tratamento a ser empregado so:a) Espcie e concentrao do organismo a ser destrudo.b) Espcie e concentrao do desinfetante.c) Tempo de contato.

    d) Caractersticas qumicas e fsicas da gua.e) Grau de disperso do desinfetante na gua.A resistncia de algumas espcies de micro-organismos para

    desinfetantes especficos varia consideravelmente. Bactriasno esporulantes so, por exemplo, menos resistentes que bac-trias formadoras de sporos. A forma encistada e os virus sobastante resistentes.

    A concentrao dos micro-organismos significante jque um alto nmero em dado volume (densidade) apresenta

    maior demanda de desinfetante. A aglomerao ou amonto-

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    ado de organismos pode criar uma barreira para a penetra-o do desinfetante.

    lcool

    O lcool utilizado para limpeza domstica e institucional temsido o grande vilo dos muitos acidentes domsticos, princi-palmente os que envolvem crianas. Curiosas por natureza,elas se rendem aos encantos da facilidade de combusto dolcool, fazendo com que os acidentes domsticos envolven-do-as com queimaduras sejam os mais frequentes - 45 milcasos por ano s com crianas (Fonte: Sociedade Brasileirade Queimadura).

    Em segundo lugar, os acidentes domsticos relacionadoscom o lcool ficam por conta da ingesto oral. Apesar disto, inegvel que a limpeza domstica no seria a mesma semo uso do lcool.

    O seu poder bactericida, solubilizante, alta taxa de evapo-rao e o seu baixo custo, o faz um dos domissanitriosmais procurados pelo mercado consumidor final.

    O processo de obteno do lcoolO lcool utilizado em questo o etanol (lcool etlico), cujafrmula CH3CH2OH. A palavra lcool deriva do rabe al-kuhul, que se refere a um fino p de antimnio, produzido peladestilao deste antimnio, e usado como maquiagem paraos olhos.

    Os alquimistas medievais ampliaram o uso do termo parareferir-se a todos os produtos da destilao e isto levou aoatual significado da palavra.

    Existem basicamente trs processos utilizados para afabricao do etanol: a fermentao de carboidratos, a hidra-tao do etileno e a reduo do acetaldedo.

    Mundialmente, desde a antiguidade at 1930, o etanolera preparado somente por fermentao de acares. Todasas bebidas alcolicas e mais da metade do etanol industrialainda so feitos por este processo.

    No Brasil, o etanol obtido por fermentao do acar decana. Em outros pases, quando este o mtodo adotado,

    Quais os fatores queinfluem na eficinciade um desinfetante?

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    usam-se como matrias-primas a beterraba, o milho, o arroz,etc (da o nome lcool de cereais). Fora do Brasil, a hidrata-o do etileno o principal processo de fabricao do etanol.

    No Brasil a invertase e a zimase so duas enzimas quecatalisam essas reaes; elas so produzidas pelo micro-organismo Saccharomyces cerevisae, encontrado no fer-mento ou levedura de cerveja. Aps a fermentao, o etanol destilado, obtendo-se o lcool comum a 99 GL (grausGay-Lussac ou 93,2 INPM), que corresponde mistura de96% de etanol e 4% de gua, em volume. Deste lcool obtido o lcool 99 GL (ou 99,3 INPM) por destilao azeo-trpica com ciclohexano.

    Duas expresses bastante usadas surgem ento: lcoolanidro e lcool desnaturado. O primeiro, tambm conhecidocomo lcool absoluto, o lcool isento de gua (isto 100%etanol ou 99 GL). O segundo o lcool comum ao qualadiciona-se substncias de cheiro ou sabor desagradveis,para evitar o uso indevido pelo consumidor final.

    A soluo encontrada foi transformar a forma fsica dolcool que hoje na forma lquida, em um gel e alterar a suapropriedade organolptica (o sabor), deixando-o com umgosto amargo que provoque a repulso ao paladar. Isto podeser realizado, adicionando um espessante ao lcool paratorn-lo mais espesso, alm da adio do desnaturante.

    De acordo com o determinado pela Resoluo RDC N 46,de 20 de fevereiro de 2002, a ANVISA determinou que a partirde 180 dias a contar da data de publicao todo o lcool colo-cado no mercado em embalagens inferiores a 500g com con-centraes iguais ou superiores a 68% p/p., dever estar naforma gel e desnaturado.

    Ao do lcoolA ingesto de alcool provoca ruptura da membrana celular erpida desnaturao das protenas com subsequente inter-ferncia no metabolismo e diviso celular.

    Espectro de ao: rpido e amplo espectro de ao contrabactrias vegetativas, vrus e fungos, mas no esporicida.Apresentao mais frequente: lcool etlico e lcool iso-

    proplico.

    Desnaturante qualquersubstncia que quandoadicionado a um produto,torna ele inadequado parao consumo, alterandosabor (por exemplo,amargo), provocandoefeitos desagradveis no

    organismo, comonuseas, etc.

    Destilao Azeotrpica:procesor de separao demisturas.

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    Concentrao: entre 60 e 90%, sendo que abaixo de50% sua atividade diminui bastante.Compatibilidade com materiais: mais indicado parasuperfcies externas dos materiais e superfcies de vidro.Embora utilizado como secante em instrumentos ticos,pode danificar o cimento das lentes. Resseca plstico eborrachas quando utilizado repetidas vezes ao longo dotempo. Torna opaco o material acrlico.

    Caractersticas da ao: como evapora rapidamentesua ao limitada, havendo necessidade de submerso

    de objetos para uma ao mais ampla.Produo de desinfetantesFrmula 1: Desinfetante comumMaterial

    1. gua ................................................ 91,5 a 93,5%2. Cloreto de benzalcnio ................................. 1,0%3. Ricinoleato de sdio ..................................... 1,5%4. lcool ........................................................ 3 a 5%5. Essncia ....................................................... 1,0%6. Corante ........................................................ q.s.p

    Procedimento1. Sob agitao constante, adicionar o Cloreto de

    benzalcnio a gua e em seguida adicionar o lcool.2. Em seguida, adicionar a essncia previamente diluda

    no ricinoleato de sdio ou detergente neutro.3. Diluir o corante em gua e adicionar.

    Frmula 2: Desinfetante leitosoMaterial1. gua ..................................................... 90,5 a 92,5%2. Cloreto de benzalcnio .......................................1,0%3. Ricinoleato de sdio ...........................................1,5%4. lcool .............................................................. 3 a 5%5. Brancol .............................................................. 1,0 %6. Essncia - (hidrossolvel) .................................1.0 %

    Desinfetante leitoso

    Fbio Castelo

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    Procedimento1. Sob agitao constante, adicionar o Cloreto deBenzalcnio a gua e em seguida adicionar o lcool.

    2. Adicionar a essncia previamente diluda no ricinoleatode sdio ou dertegente neutro.

    3. Acrescentar o brancol e misturar.

    Formula 3: Desinfetante com ao detergente

    Material

    1. gua ................................................ 91,5 a 93,5%2. Cloreto de benzalcnio ..................................1,0%3. Ricinoleato de sdio ......................................1,5%4. lcool ......................................................... 3 a 5%5. Detergente neutro ............................................ 6%5. Essncia ........................................................ 1,0%6. Corante ......................................................... q.s.p

    Procedimento1. Sob agitao constante, adicionar o Cloreto Benzalcnio

    na gua e em seguida adicionar o lcool e o detergenteneutro.

    2. Adicionar a essncia previamente diluda no ricinoleatode sdio ou detergente neutro.

    3. Diluir o corante em gua e adicionar.

    Frmula 4 Desinfetante de PinhoMaterial

    1. gua .................................................................76,8%

    2. Cloreto de benzalcnio ......................................1,5%3. Ricinoleato de sdio .........................................13,0%4. leo de pinho .....................................................2,5%5. lcool.....................................................................5%6. EDTA a 30 ..........................................................0,2%7. Corante amarelo - se desejar ............................ q.s.p

    Procedimento1. Sob agitao constante, adicionar o cloreto benzalcnio

    na gua.

    Bombona de 5 L

    Fbio Castelo

    Desinfetante de pinho

    O ricinoleato de sdio osal de sdio do cidoricinolico e possuifrmula C17H32OHCOONa, usado como

    emulsionante esurfactante.

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    2. Em seguida, em outro recipiente, misture o leo de pinhocom o ricinoleato de sdio mexendo bem at ficar bemhomogneo e depois adicione a soluo anterior.

    3. Acrescente em seguida o lcool, e o EDTA sempre mistu-rando bem. Se quiser pode colocar corante amarelo.

    Resumo da lio

    Desinfetantes domissanitrios so substncias ativascapazes de eliminar muitos ou todos os micro-organismos.

    A resistncia dos micro-organismos aos desinfetantesvaria consideravelmente e depende de diversos fatores. A concentrao dos micro-organismos significante j

    que um alto nmero em dado volume apresenta umamaior demanda de desinfetante.

    Os agentes ativos so as substncias qumicas que tmao de eliminar os micro-organismos. Os principaisagentes ativos dos desinfetantes podem ser usados iso-ladamente ou associados.

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    Tensoativos: Detergentes

    e Limpa VidrosOs tensoativos so responsveis pela caracterstica maisimportante e desejada em um detergente, a capacidade deremoo das sujidades. Este fato possvel devido a suaestrutura, que possui uma parte hidroflica e uma parte hidro-fbica. Eles reduzem a tenso superficial da gua, permitin-do que a sujeira possa ser removida facilmente atravs da

    formao de micelas.Numa micela, a extremidade apolar do tensoativo ficavoltada para o centro, interagindo com o leo (ou substn-cias hidrofbicas) enquanto a extremidade polar fica parafora (interagindo com a gua).

    As micelas so estruturas geralmente esfricas, de natu-reza coloidal, formadas de tal modo que as partes no pola-res do detergente se orientam para o interior da mesma,criando assim, uma superfcie inica.

    Podemos dizer que as solues de tensoativos formamsistemas dinmicos onde as micelas esto continuamentesendo formadas e destrudas. Essa caracterstica das solu-es de detergentes importante para o processo de remo-o das sujidades, que envolve o deslocamento das partcu-

    las de sujeiras de natureza lipoflica para o interior dasmicelas e a estabilizao das mesmas de modo a mant-lasem suspenso, evitando que a sujeira volte a depositar-sesobre a superfcie que est sendo limpa.

    Os tensoativos so divididos em aninicos, catinicos, anf-teros e no inicos. A associao de alguns deles pode, almde outras coisas, melhorar o poder de limpeza do detergente ediminuir sua irritabilidade, ou seja, aumentar sua suavidade.

    De um modo geral, na grande maioria dos casos, pode-

    mos dizer que um tensoativo apresenta ao mesmo tempo

    5Lio

    Os compostos tensoativosou simplesmentetensoativos sosubstncias anfiflicas, ouseja, possuem em suaestrutura moleculargrupos com

    caractersticas hidroflicase hidrofbicas.

    Hidroflica: tem a afinidadecom a gua.Hidrofbica: no temafinidade com a gua.

    Tenso superficial uma

    propriedade dos lquidosque se relacionaintimamente com asforas de atrao erepulso entre asmolculas.

    O que so

    tensoativos?

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    caractersticas de agente molhante, de agente emulsionan-te, de detergente e de espumante.

    Entretanto, uma destas caractersticas sempre maismarcante em um determinado tensoativo do que as demais. esta caracterstica dominante que determina a sua classi-ficao como detergente, emulsionante, etc.

    Tipos de tensoativosFaremos aqui uma breve descrio dos diferentes tipos de ten-soativos que so responsveis pela propriedade de tirar sujeirase dar espumosidade aos detergentes e sabes. Existem quatrotipos de tensoativos que sero descritos a seguir.

    Tensoativos aninicosOs tensoativos so aninicos quando em soluo aquosa pos-suem carga negativa em sua poro hidroflica. Os principaisrepresentantes desta classe so os sabes de cidos graxos,os alquil sulfatos, os alquil ter sulfatos e os alquil sulfossucci-natos, embora muitos outros no deixem de ter sua importn-cia para uma ou outra aplicao especfica. So, via de regra,

    de alto poder espumante, alta detergncia e alta umectncia,quando comparados s demais classes de tensoativos.Os sabes alcalinos de cidos graxos so amplamente

    utilizados na fabricao de sabonetes em barra, pois seudesempenho satisfatrio e seu custo baixo. So normal-mente os aninicos mais pobres em espuma e suscetveis dureza de gua. A adio de agentes quelantes e seques-trantes pode melhorar o desempenho destes produtos.

    Os alquil sulfatos, juntamente com os alquil ter sulfatos

    so os produtos mais utilizados como agentes tensoativosespumgenos em cosmticos capilares, sabonetes lquidos,produtos de higiene oral, entre outras aplicaes.

    Dentre os alquil sulfatos, os mais importantes so os lau-ril sulfatos que possuem ampla aplicao na indstria cos-mtica. As principais caractersticas dos alquil sulfatos soseu alto poder espumgeno, alta reserva de viscosidade,boa solubilidade em gua, odor agradvel e completa biode-gradabilidade.

    Umectncia: molhar,umedecer com substnciaque se dilui.

    Agentes quelantes:componentes quesequestram ons metlicos.

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    Na classe de alquil ter sulfatos, os mais importantes soos lauril ter sulfatos por suas propriedades diferenciadas:so mais hidroflicos (50%) que seus correspondentes noetoxilados, possuem baixa irritabilidade aos olhos e pele,baixo ponto de turvao, fcil controle de viscosidade a partirde adio de eletrlitos e maior resistncia dureza de gua.

    O processo de obteno consiste na etoxilao do lcoollaurlico, seguida da sulfonao do lcool laurlico etoxilado,gerando um cido que neutralizado por uma base tal comosoda, trietanolamina, amnia ou monoetanolamina, produ-zindo diferentes sais de lauril ter sulfato, portanto, diferen-tes tensoativos.

    Fbio Castelo

    Amostra de cido sulfnico

    Ainda como tensoativos aninicos tem-se os alquil sulfos-succinatos, de excelente poder umectante, embora produ-zam pouca espuma e possuam baixo poder detergente.

    Os monoalquil sulfos-succinatos foram desenvolvidosrecentemente. So pouco irritantes aos olhos e apresentambaixssima toxicidade. Os sulfossuccinatos so utilizados,preferencialmente, em xampus infantis, em geral, associa-dos a um lauril ter sulfato para melhorar suas propriedadesde espuma e detergncia.

    Trietanolamina: utilizarpara corrigir o pH emcosmticos.

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    Tensoativos catinicosOs tensoativos catinicos so caracterizados por possuremum grupo hidroflico carregado positivamente ligado cadeiagraxa hidrofbica. Possuem menor aplicao em cosmti-cos, devido a algumas caractersticas indesejveis, comoincompatibilidade com tensoativos aninicos, irritabilidade pele e aos olhos e baixo poder detergente.

    Algumas propriedades importantes destes tensoativosfazem com que sejam utilizados em preparaes cosmti-cas como bactericidas e agentes antiestticos em condicio-nadores capilares.

    Como os condicionadores so produtos utilizados aps alavagem, no necessitam conter tensoativos aninicos alta-mente detergentes, responsveis, portanto, pela limpezados fios de cabelo. Isso torna possvel, utilizar formulaesbaseadas em tensoativos catinicos, os maiores agentespromotores de substantividade, efeitos antiesttico e de con-dicionamento s fibras dos cabelos.

    A mudana da natureza lipoflica da superfcie do cabelodevido adsoro do agente catinico permite que outros

    ingredientes da formulao tenham maior compatibilidadecom o cabelo.

    Assim, na presena de agentes catinicos ocorre maiordeposio de materiais graxos e emolientes (componentesoleosos) em sua superfcie, substncias que contribuemsinergicamente para os efeitos dos agentes catinicos.

    Os tensoativos catinicos de maior utilizao em prepa-raes cosmticas so os sais de amnio quaternrio, den-tre os quais, o mais usado no Brasil o cloreto de cetiltrime-

    tilamnio, sendo que os cloretos de dialquildimetilamnioso tambm muito utilizados.

    Tensoativos no-inicosOs tensoativos no-inicos so caracterizados por possu-rem grupos hidroflicos sem cargas ligados cadeia graxa.Possuem como caractersticas a compatibilidade com amaioria das matrias-primas utilizadas em cosmticos, baixairritabilidade pele e aos olhos, um alto poder de reduo datenso superficial e interfacial e baixos poderes de detergn-

    cia e espuma.

    Como se classificamos tensoativos?

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    Estas caractersticas permitem que estes tensoativossejam utilizados principalmente como agentes emulsionantes.

    As alcanolamidas de cidos graxos pertencem classe detensoativos no-inicos. No mercado brasileiro a dietanolami-da de cido graxo de coco mais utilizada devido ao baixocusto e disponibilidade local da matria-prima e por dispensaraquecimento para seu uso.

    obtida pela reao da dietanolamina ou monoetanolami-na com cidos graxos de coco e utilizada como agentesobrengordurante, espessantes e solubilizante de fragrnciase materiais oleosos.

    Dentre os tensoativos no-inicos as alcanolamidas gra-xas so as que possuem maior utilizao em preparaesespumgenas, principalmente em xampus. Elas apresentampoder espessante pelo aumento da reserva de viscosidade,ou seja, por permitirem maior absoro de gua e maiorresistncia a eletrlitos, estabilizao de espuma, pela solu-bilizao dos steres graxos, glicis, lcoois, leos essen-ciais, lanolina, etc.

    Seu efeito sobrengordurante (recondicionamento) devido

    estrutura graxa e ao baixo poder de detergncia, reduz oefeito de ressecamento causado pelos tensoativos aninicos.Outros componentes da classe de tensoativos no-inicos

    so os derivados de poliis, como os steres de glicerol. Destes,o monoestearato de glicerila o mais utilizado em loes, cre-mes e batons. obtido pela reao direta do cido estericocom glicerol. Com a adio de um emulsionante aninico,obtm-se o monoestearato de glicerila autoemulsionvel.

    Dos poliis tem-se ainda a classe dos derivados de glicis,da qual os steres de glicis so os componentes mais sim-ples. So agentes emulsionantes com grupamento hidroflicoproveniente do glicol e lipoflico oriundo do cido graxo, sendoutilizados normalmente como emulsionantes auxiliares, disper-santes, agentes de consistncia, opacificantes e perolizantes.

    Muitos tensoativos no-inicos so utilizados, tambmcomo emolientes, atuando na preveno e alvio do resseca-mento da pele, bem como na sua proteo. So substnciasque conferem maciez e flexibilidade pele. Agem atravs dareteno de gua no estrato crneo por meio da formao

    de uma emulso de gua em leo.

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    Os emolientes apresentam tambm como propriedades umfcil espalhamento, facilidade de penetrao na pele, auxiliamna disperso de pigmentos, atuam como emulsionantes e co-solventes. Um exemplo de produto desta categoria o lcoolestearlico propoxilado, muito utilizado nesta funo por nopossuir poder comedognico (causador de acnes).

    Alguns tensoativos no-inicos so utilizados como solu-bilizantes de fragrncias citando-se como exemplos, os lco-ois laurlicos etoxilados. So bastante suaves e biodegrad-veis, apresentando tambm boa tolerncia dureza de gua.

    Tensoativos no-inicos tambm podem ser utilizados

    como agentes de consistncia, destacando-se o lcool ceto-estearlico etoxilado com 20 mols de xido de eteno, normal-mente utilizado em conjunto com o material de partida desua sntese (lcool cetoestearlico no etoxilado) em condi-cionadores capilares e cremes diversos.

    Tensoativos anfterosOs tensoativos anfteros so caracterizados por apresenta-rem, na mesma molcula, grupamentos positivo e negativo.O grupamento positivo , normalmente, representado porum grupo de nitrognio quaternrio e o negativo por umgrupo carboxilato ou sulfonato.

    Propriedades como solubilidade, detergncia, poderespumante e poder umectante dos tensoativos desta classeesto condicionados, principalmente, ao pH do meio e aocomprimento da cadeia que os constitui.

    O grupo polar positivo mais pronunciado em pH menorque 7 ao passo que o grupo polar negativo mais pronun-ciado em pH maior que 7. Os tensoativos anfteros maisutilizados na indstria cosmtica so os derivados de imida-zolina e as betanas.

    Preparaes de tensoativasAs preparaes tensoativas so utilizadas, pela ao de lim-par, de molhar, de emulsificar ou dispersar. Incluem-se napresente categoria as preparaes para lavagem, as prepa-raes auxiliares de lavagem e algumas preparaes para

    limpeza. Via de regra, estas diferentes preparaes so

    pH: uma unidade demedida que determina seuma substncia cida,neutra ou bsica. E varia de0,01 a 14.

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    constitudas por componentes essenciais e por um ou maiscomponentes complementares.

    Os componentesessenciais consistem, quer em agentesde superfcie orgnicos sintticos, sabes, ou ainda numamistura destes produtos.

    Os componentes complementares so constitudos por:1) Adjuvantes (exemplos: polifosfatos de sdio, carbonatos

    de sdio, silicato de sdio ou borato de sdio, sais docido nitrilotriactico (NTA)).

    2) Reforadores (exemplos: alcanolamidas, amidas de ci-dos graxos, xidos graxos de aminas.

    3) Cargas (exemplos: sulfato ou cloreto de sdio).4) Aditivos (exemplos: agentes de branqueamento qumico

    ou ptico, agentes antirredeposio, inibidores de corro-so, agentes antieletrostticos, corantes, perfumes, bac-tericidas, enzimas).As preparaes desse tipo exercem a sua ao sobre

    as superfcies, limpando-as por dissoluo ou dispersodas sujidades.

    As preparaes para lavagem base de agentes desuperfcie tambm se denominam detergentes. Este tipode preparao utilizado para lavagem de roupas, loua oude utenslios de cozinha.

    As preparaes de limpeza so usadas para limpar pisos,vidros e outras superfcies. Podem conter pequenssimasquantidades de substncias odorferas.

    Preparaes para limpeza ou desengorduramento.Incluem-se aqui especialmente:

    1) Os produtos de limpeza cidos ou alcalinos prprios paraa limpeza da loua sanitria, frigideiras, etc., e contendo,particularmente, sulfato cido de sdio ou uma misturade hipoclorito de sdio com ortofosfato trissdico.

    2) As preparaes de desengorduramento ou de limpezautilizadas, especialmente, nas indstrias de laticnios oude cerveja, base:

    quer de substncias alcalinas, tais como o carbonato desdio ou a soda custica.

    quer de solventes e emulsificantes.

    Como ocorre oprincpio de remoodas sujidades?

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    Poder de detergncia dos tensoativos

    A maior ou menor capacidade que um detergente possui deremover sujidades est intimamente ligada umectncia,reduo da tenso superficial, poder de espuma, formaode agregados micelares e emulses. A detergncia , semdvida, um fenmeno superficial e coloidal que reflete ocomportamento fsico-qumico da matria nas interfaces.

    Processo de limpeza

    A limpeza de um substrato slido envolve a remoo de

    materiais estranhos e indesejveis da superfcie.Na detergncia, assim como em outros processos de

    importncia tecnolgica, a interao entre os substratos sli-dos e os materiais dispersos ou dissolvidos de fundamen-tal importncia.

    Os tensoativos, sendo uma classe de substncias que seadsorvem preferencialmente em diversos tipos de interfacesdevido a sua estrutura anfiflica, tm grande importncia noprocesso de detergncia.

    Na limpeza de materiais txteis com tensoativos anini-cos, por exemplo, a adsoro do tensoativo na fibra e nasujeira introduz interaes eletrostticas repulsivas que ten-dem a reduzir a adeso entre a sujeira e a fibra, suspenden-do a sujeira e evitando a sua redeposio.

    Com tensoativos no-inicos o mecanismo menos ntido.Entretanto, a repulso estrica entre camadas de tensoativosadsorvidas e a solubilizao so de extrema importncia.

    Em gua, a maioria dos tipos de sujeira e fibras txteis

    so negativamente carregadas, assim a adio de tensoati-vos catinicos pode ter um efeito prejudicial na detergncia.Somente em concentraes muito altas de tensoativos,onde a adsoro de multicamadas pode produzir a reversode cargas, tais efeitos podem ser teis na ao detergente.

    Aps a remoo da sujeira, entretanto, a ao de mate-riais catinicos adsorvidos pode ser bastante desejvel,como evidenciado pela sua popularidade como amaciantestxteis, adicionados normalmenteno enxgue.

    Redeposio: retorno dasujidade que fica na guapara a roupa.

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    Tipos de sujeiras

    Em geral h dois tipos de sujeira encontrados na situao dedetergncia: materiais lquidos e oleosos e materiais slidosparticulados.

    As interaes interfaciais de cada um destes com o subs-trato slido so, usualmente, muito diferentes e os mecanis-mos de remoo de sujeira podem ser correspondentemen-te, diferentes.

    As sujeiras slidas podem consistir de protenas, argilas,carbono (fuligem) de vrias caractersticas de superfcie, xi-

    dos metlicos, etc. As sujeiras lquidas podem conter gordu-ras da pele (sebo), alcois e cidos graxos, leos minerais evegetais, leos sintticos e componentes lquidos de cremese produtos cosmticos.

    Assim como para as sujeiras slidas, as caractersticasdas sujeiras lquidas podem variar muito e ainda no foidesenvolvida teoria nica de detergncia que permita umageneralizao do processo, mesmo que haja algumas simila-ridades entre os dois tipos de sujeira.

    Produo de detergentes

    Material1. cido sulfnico .....................................................10%2. Soda a 25 Be ...................................... q.s.p. pH = 73. Cloreto de benzalcnio ......................................0,1%4. Amida ..................................................................2,0%5. Cloreto de sdio ................................................0,5%6. Essncia ..................................................... 0,1 a 1%

    7. Corante ............................................................. q.s.p.8. Ricinoleato de sdio .......................................100 mL9. gua ........................................................ q.s.p. 100%

    Procedimento1. Preparar a soda a 25 Be. Numa bombona plstico

    dissolver cloreto de benzalcnio em 70% da gua aser usada, em seguida adicionar cido sulfnico emisturar at ficar homogneo.

    Qual a funo docloreto de sdio naformulao dodetergente?

    Be:Graus Baum escalahidromtrica criada pelo

    farmacutico francsAntoine Baum em 1768

    para medio dedensidade de lquidos.

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    2. Adicionar soda na bombona at que o pH fique entre4 e 5 em seguida dissolver a amida aguardar 20 minu-tos e verificar novamente o pH. Se estiver menor quesete adicionar soda at pH = 7 (pH neutro).

    3. Dissolver o cloreto de sdio em gua e misturar nabombona at alcanar a viscosidade desejada.

    4. Em seguida dissolver a essncia no ricinoleato desdio ou no prprio detergente e misturar.

    5. Por fim dissolver o corante em gua e adicionar aodetergente at adquirir a cor desejada.

    Fbio

    Castelo,19.10.2010

    Bombonas recomendados para produo de detergente

    Produo de limpa vidros

    um produto muito eficaz na limpeza de vidros e espelhos.Para preparar este produto, deve-se levar em conta a quali-dade e a quantidade correta dos ingredientes utilizados.

    Material

    1. gua...................................................... 4,20 L2. Detergente............................................. 0,2 L3. lcool..................................................... 0,5 L4. Amonaco............................................... 0,10 L5. Corante.................................................. q.s.p.

    Procedimento1. Colocar num recipiente plstico 90% da gua.2. Adicionar 0,2 L de detergente neutro e agitar vagarosa-

    mente, para no criar espuma.

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    3. Adicionar 0,5 litros de lcool e 0,10 L de amonaco e agitarvagarosamente.

    4. Dissolver corante a gosto no restante da gua e adicionara soluo e agitar.

    5. Deixar em repouso por algumas horas e depois envazilhar.

    Resumo da lio

    Os tensoativos so responsveis pela caracterstica maisimportante e desejada em um detergente: a capacidadede remoo das sujidades.

    Os tensoativos so divididos em aninicos, catinicos,anfteros e no-inicos e a associao de alguns delespode, alm de outras coisas, melhorar o poder de limpe-za do detergente.

    As micelas so estruturas geralmente esfricas, de natu-reza coloidal.

    A maior ou menor capacidade que um detergente possuide remover sujidades est intimamente ligada umec-

    tncia, reduo da tenso superficial, poder de espuma,formao de agregados micelares e emulses.

    Na detergncia, assim como em outros processos deimportncia tecnolgica, a interao entre os substratosslidos e os materiais dispersos ou dissolvidos de fun-damental importncia.

    Os tensoativos tm grande importncia no processo dedetergncia.

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    Sabes

    O sabo uma substncia obtida pela reao de gordurasou leos com hidrxido de sdio ou potssio. O produtodesta reao um sal (reao de um acido com uma base).

    Sabe-se que os sais possuem pelo menos, uma ligaocom carter tipicamente inico. As ligaes inicas so carac-terizadas quando os elementos ligantes apresentam acentua-da diferena de eletronegatividade o que d origem a umaforte polarizao, j que se forma um dipolo eltrico. Desta

    forma, dizemos que os sabes, por serem sais, apresentampelo menos um ponto forte de polarizao em sua molcula.

    O sal, formado pela reao de saponificao, apresentacaractersticas bsicas, pois deriva de uma reao entre umacido fraco (acido graxo) e uma base forte. Por esse motivo,o sabo no atua muito bem em meios cidos, nos quaisocorrero reaes que impediro uma boa limpeza.

    No sculo XVIII, os sabes finos mais conhecidos naEuropa vinham da Espanha (Alicante), Frana (Marselha) e

    Itlia (Npoles e Bolonha).No Brasil, a difuso e produo do sabo demoraram

    mais tempo, mas em 1860 j existiam fbricas de sabo emtodas as cidades importantes.

    A manufatura do sabo constitui uma das snteses qumi-cas mais antigas, como podemos ver a seguir:

    Os produtos utilizados para a fabricao do sabo comumso os hidrxidos de sdio ou potssio (soda custica oupotssica) alm de leos ou gorduras animais ou vegetais.

    6Lio

    Por que o sabo noatua muito bem em

    meios cidos?

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    O processo de obteno industrial do sabo muito simples.Primeiramente coloca-se soda, gordura e gua na caldeiracom temperatura em torno de 150 C, deixando-as reagir poralgum tempo ( 30 minutos).

    Aps adiciona-se cloreto de sdio que auxilia na sepa-rao da soluo em duas fases. Na fase superior (faseapolar) encontra-se o sabo e na inferior (fase aquosa epolar), glicerina, impurezas e possvel excesso de soda.Nesta etapa realiza-se uma eliminao da fase inferior e, afim de garantir a saponificao da gordura pela soda, adicio-na-se gua e hidrxido de sdio fase superior, repetindoesta operao quantas vezes seja necessrio. Terminado oprocesso pode-se colocar aditivos que iro melhorar algu-mas propriedades do produto final.

    A glicerina separada do sabo no processo industrial utilizada tanto por fabricantes de resina e explosivos comopela indstria de cosmticos. Devido a isso, seu preo,depois de purificada, pode superar o do sabo.

    Tanto leos quanto gorduras so substncias formadas apartir de cidos carboxlicos com cadeias carbnicas a partirde 10 tomos de carbonos denominados de cidos graxos.Esses cidos so, em geral, monocarboxlicos (apresentamapenas um radical carboxila: (COO), e formam os chamadosglicerdeos que, por sua vez, pertencem famlia dos lipdios.

    Os cidos graxos que formam os leos diferem dos queformam as gorduras por possurem mais insaturaes (liga-es pi) em sua cadeia. Devido a isso, os leos possuemmenor ponto de fuso e ebulio que as gorduras sendo, porisso, comumente, lquidos na temperatura ambiente ( 25 C).

    J as gorduras, nesta temperatura, so, geralmente, sli-das. Existem diferenas entre leos provenientes de origemanimal e de origem vegetal. leos de origem animal, emgeral, so mais densos que os leos vegetais, devido aomenor nmero de insaturaes da cadeia carbnica.

    As gorduras e os leos, quando expostos ao meioambiente externo sofrem a ao do oxignio do ar ou debactrias, rancificando-se.

    O que provoca oexcesso de soda?

    Rancificao:decomposio de

    gorduras, leos e outroslipdios por hidrlise ou

    oxidao.

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    leos vegetais utilizados

    na fabricao de sabesleo de linhaa: obtido das sementes de linho.leo de mamona: apresenta cor levemente amarela,saponifica-se facilmente a frio. Dessa forma obtm-sesabes duros e transparentes; entretanto no espumamcom abundncia.leo de amendoim: a saponificao faz-se com lixviasde 15 18 Be.leo de soja: a saponificao faz-se com lixvias de

    10 12 Be.leo de milho: obtido das sementes de milho.leo de girassol: dificilmente saponificvel utilizadona fabricao de sabes de pouca consistncia.leo de algodo: saponifica-se com muita facilidade,entretanto o sabo de pouca consistncia.

    leo de palma: utiliza-se na fabricao de sabes duros.leo de oliva: utiliza-se na fabricao de sabes duros.Os sabes a base de leo de coco podem reter grande

    quantidade de gua embora conservem certa dureza. Estessabes fazem abundante espuma. Na fabricao utilizam-sebases bastante concentradas.

    Insumos utilizados para tornaros sabes transparentes

    lcool.Glicerina: contribui para d transparncia, juntamentecom suas propriedades emolientes. utilizada, s vezes,em lugar do lcool.Acar: pode substituir a glicerina, reduzindo o custo doproduto. Entretanto, tem como consequncia a afinidadepela umidade.

    Lixivia sdica na produo do sab