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PORTUGUÊS Prof. Carlos Zambeli Transcrição | Aula 03 CEF

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PORTUGUÊSProf. Carlos Zambeli

Transcrição | Aula 03

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Português

AULA 03 – PARTE 01

Oi, pessoal de casa! Hoje nós vamos retomar alguns conceitos importantes que nós aprendemos na aula anterior.

Qual a primeira coisa a ser analisada em uma frase? Sujeito.

Qual a segunda análise de uma frase? Transitividade verbal. Nós vimos que sempre a transitividade depende de um contexto, em uma frase ele pode ser um VTD, em uma outra frase ele pode ser um VI e nós teremos uma série de questões abordando contexto. O que é um verbo que não transita? É aquele que não precisa de complemento. Então, quando eu digo, por exemplo: “Oi, pessoal! Cheguei.”.

Qual a diferença de um VI para um VTD. O VTD é o verbo que pede um complemento e esse complemento é sem preposição, é o verbo que eu faço a pergunta “o quê?” ou “quem?”, faz sentido? Vimos no exemplo da aula passada que em uma frase era possível ter VTD e VI.

Vimos também na aula passada o verbo transitivo indireto. O quê é um VTI? É um verbo que pede complemento também, mas que agora ele vem com preposição que dependerá do verbo.

No final da aula passada vimos o verbo transitivo direto e indireto e aprendemos algo bem interessante. Lembram dos pronomes oblíquos? Todos os pronomes oblíquos servem de complemento e esse complemento pode ser o nosso OD ou o nosso OI. Até aí, tudo bem. Só que começa a mágica do negócio, o “te” serve tanto para OD quanto para OI. Não sei se o pessoal de casa já percebeu, mas nós aqui do Rio Grande do Sul usamos muito o “te”, e agente nunca erra nesse pronome, porque o “te” pode ser o elemento que representa o complemento sem preposição ou o complemento com preposição.

Só que o que costuma cair na prova é o pronome de terceira pessoa que é o “ele” ou o “você”, mas, prestem atenção, “ele” é reto, mas “você” não é um pronome reto, é um pronome de tratamento. Vimos que os pronomes “ele” e “você” terão o “o”, “a” e o “lhe”, que são pronomes que terão funções sintáticas específicas, porque o “o” e o “a” irão funcionar como objeto direto, e o “lhe” como objeto indireto.

Eu vi este filme no cinema.

Por onde nós começamos a análise? Sempre pelo sujeito. Faz sentido se eu disser para vocês que nesta frase nós só temos uma oração? Sim, porque oração é verbo, não é? Qual é o sujeito? “eu”. A pergunta do verbo será: “eu vi, o quê?”. Sempre que eu perguntar “o quê?” é porque o verbo “vi” é transitivo direto e o que completa o verbo, “este filme”, nós vamos chamar de objeto direto. “no cinema” tem preposição, eu posso dizer que ele é um objeto indireto? Não, pois essa preposição não vem do verbo, mas sim do adjunto, “no cinema” me dá uma ideia de lugar e tudo o que transmite ideia de lugar, tempo, modo é um adjunto adverbial.

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Tudo isso nós vimos na aula anterior, aqui nós começamos a entender a diferença entre a análise morfológica e a análise sintática.

Pron. V pron. Subst. Prep.+art. Substantivo análise morfológica

Eu  vi este filme   no   cinema.

Suj.  VTD  OD   Adjunto adverbial  análise sintática

5. Verbo de Ligação (VL) – Não indicam ação. Esses verbos fazem a ligação entre dois termos: o sujeito e suas características. Essas características são chamadas de predicativo do sujeito.

Vocês viram que todos os verbos são transitivos, não é? Intransitivo, trasitivo direto, transitivo indireto, todos tem a transitividade, o que significa isso? Significa ação.

O verbo de ligação às vezes não aparece na frase, em algumas ocasiões ele fica subentendido. Então, é importante entender o verbo quando ele aparece porque daqui a pouco ele não irá aparecer. Vem comigo!

O que é um verbo de ligação? É um verbo que nãoindica ação. Todos os transitivos indicam ação, o verbo de ligação, por sua vez, atribui característica.

“Eduardo e a Mônica eram nada parecidos” (Legião Urbana)

Primeira coisa da frase? Sujeito, Eduardo e Mônica. Que tipo de sujeito é esse? Sujeito composto, porque nós temos dois núcleos, não é?

Agora, a gente erra assim, turma. A gente olha para essa frase e pensa: “Eduardo e Mônica eram. Eram o quê?” e o verbo responde: “nada parecidos”. Aí vocês dizem: “Ah, o Zambeli falou isso, que o verbo que eu pergunto ‘o quê’ e ele responde sem preposição indica um objeto direto.”. Não nesse caso, pois esse verbo atribui uma característica e as características nós chamamos de “predicativo”, isso é característica, ou seja, é predicativo do sujeito. Faz sentido agora?

“O meu prazer agora é risco de vida” (Cazuza)

O sujeito nessa frase é “o meu prazer”. Nesse caso, o verbo “ser” que atribui característica tem o famoso predicativo. Entenderam o que é um predicativo? Predicativo é uma característica. Existe também uma coisa chamada de predicado. Nesse exemplo, o predicado é “agora é risco de vida” e o predicativo é “risco de vida”. Em uma frase, o que sobra do sujeito é o predicado. Só para não deixar passar, o “agora” na frase é o quê? Ele tem ideia de tempo, não é? Então é um adjunto adverbial.

Na escola nós aprendemos que os seguintes verbos são os chamados verbos de ligação:

No passado a gente decorava esses verbos como sendo os verbos de ligação. Só que, adiante eu saber decorado esses verbos? Um pouco, mas por que? Porque a transitividade depende do contexto, então eu vou te mostrar dois contextos agora com o verbo andar:

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• Eu ando rápido. • Eu ando nervoso.

Vamos pensar nestas duas frases. Digamos que a prova nos aborde da seguinte forma: “‘rápido’ da linha 17 e ‘nervoso’ da linha 18 são classificados da mesma forma ou desempenham a mesma função sintática”. Vamos pensar. O sujeito nas duas frases é o mesmo, “eu”. Certo, agora pensa o verbo, interpreta ele. Na primeira frase: “Eu ando rápido.” Significa que eu estou rápido ou existe uma ação. Existe uma ação. Então este verbo não é de ligação, pois ele tem uma ação. Então, quem anda, pessoal, simplesmente anda, é o famoso VI, ou seja, verbo intransitivo. E rápido, me dá uma ideia de modo, então significa que ele é um adjunto adverbial.

Mas, quando eu digo que “eu ando nervoso”, significa que eu caminho me tremendo? Não. O que eu estou dizendo? Eu estou dizendo que eu me tornei nervoso, “nervoso” é um adjunto adverbial, pois expressa uma ideia de modo e “ando” é um verbo de ligação, enquanto que “nervoso” é também o predicativo do sujeito.

Relembrando a nossa primeira aula, que irá nos ajudar a entender essa matéria, vocês se lembram que o advérbio não se flexiona de acordo com a frase, mas que o adjetivo, por sua vez, trabalha para o nome? Então, se nós mudássemos o exemplo, ao invés do sujeito “eu” houvesse o sujeito “Sharon”, consequentemente as frases seriam: “Sharon anda rápido” e “Sharon anda nervosa”.

Assim, percebemos que na primeira frase “rápido” é um adjunto adverbial, pois, não concorda com o nome, mas na segunda frase, “nervosa” é um predicativo, pois, trabalha para o nome, se adequando ao gênero. Por isso, podemos afirmar que “rápido” e “nervoso” nas frases pertencem a classes diferentes e possuem funções sintáticas distintas.

No nosso tempo de escola, quando estudamos predicado, vimos que existem predicado verbal e predicado nominal. O predicado nominal trabalha para o verbo de ligação. Vejamos os exemplos:

“Eduardo e Mônica | eram nada parecidos” (Legião Urbana)   Sujeito    predicado nominal Eduardo e Mônica | jantaram sushi   Sujeito   predicado verbal

Neste exemplo, existe ação no jantaram sushi? Sim. Então, se ele indica uma ação, o predicado é verbal, mas se atribui uma característica, o predicado é nominal, ou seja, predicado nominal, quando houver verbo de ligação. Se existe a ação, ele é verbal, se atribui característica é nominal. Predicado nominal, verbo de ligação.

Lembram que são cinco tipos de verbos? VI, VTD, VTDI, VTDI e VL. Apenas o verbo de ligação, VL, é predicado nominal, os outros serão predicado verbal, pois eles indicam ação.

• As gurias chegaram atrasadas.

Não existe uma ação e uma característica? Sim, é o famoso predicado verbo-nominal. E por quê nesse caso existe um predicativo e não um adjunto adverbial? Porque ele concorda e o adjunto adverbial não concorda.

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AULA 03 – PARTE 02

APOSTO X VOCATIVO

Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto adnominal, mas que, sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de forma isolada por pontuação.

Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se está dirigindo por sinal de pontuação.

O quê é um aposto? É um detalhamento, acréscimo de informação. Enquanto que vocativo significa chamar, vocação. Então vamos entender isso na prática.

• “A intenção, boa ou má, influencia diretamente nossa vida no futuro.” (Buda)

Prestem atenção, a intenção influencia a nossa vida no futuro. Essa é frase. Turma, faz sentido que “intenção” é o sujeito e “influencia” é o verbo? Quem é que influencia? A intenção. A gente vai estudar no futuro que nunca se separa o verbo do sujeito, só que faz sentido para vocês que nesse exemplo eu não estou separando o sujeito do verbo? Eu estou isolando o aposto, porque eu estou fazendo um detalhamento sobre o meu sujeito.

Vejam essa frase:

• Nunca me esqueci disto.

Nesse caso surge uma curiosidade e você pode fazer um acréscimo com os dois pontos, por exemplo, e ele vai introduzir o que é o “disto”, só lembrando que o “disto” é utilizado para introduzir algo, lembram? Por exemplo:

• Nunca me esqueci disto: você me ajudou sempre!

Então, “você me ajudou sempre!” detalha quem é o “disto”.

Agora, vejam que bonito o vocativo acontecendo no próximo exemplo:

• “Vai, minha tristeza, e diz a ela que sem ela não pode ser.” (Vinícius de Moraes)

Vocês entendem que ele está falando com a tristeza? Se ele fala com a tristeza, a tristeza é o vocativo.

Vocês se lembram que no final da nossa primeira aula nós aprendemos que o “que” pode ser um pronome relativo ou uma conjunção integrante. Se ele for um pronome relativo, nós vamos trocá-lo por “o” ou por “a qual”, se ele for uma conjunção integrante, nós vamos trocá-lo pela palavra “isso”. No caso da nossa frase acima apresentada, o “que” que nós trocamos por “isso” representa uma conjunção integrante.

Agora vamos amarrar a aula um com a aula dois. O pronome relativo retoma, como todo pronome, a conjunção integrante, completa. Ao fazer a pergunta ao verbo “diz”, falamos: “diz o quê?”, ou seja, o verbo pediu um complemento. Como a Cespe cobra isso em provas?

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“essa conjunção integrante ‘que’ introduz um objeto direto.” Sim, pois, a conjunção integrante completa, enquanto o objeto direto é o complemento.

O “ela” na frase pode ser objeto indireto, mas não pode ser objeto direto, então, o “ela” pode ser oblíquo, mas virá com uma preposição antes. Lembram que o objeto direto e o sujeito não têm preposição, então você terá a mesma coisa para ser sujeito ou objeto direto, nessa situação, pode ser objeto indireto, mas não pode ser objeto direto.

Sujeito é diferente de vocativo. Quando eu digo: “Ricardo, tu podes anotar isso?”. Nessa frase o sujeito é “tu”, enquanto “Ricardo” é vocativo. Ou nesta frase: “Ricardo, você pode anotar isso?”, o sujeito é “você”, enquanto que o vocativo é “Ricardo”.

Agora, olha só. Lembra que nós brincamos na aula anterior que existia a teoria do Subway? O que dizia essa teoria? Primeiro é o pão, o pão é o mesmo que sujeito, depois é o recheio, o recheio é a transitividade e depois vem o molho, o molho é o adjunto adverbial. Agora, pensa na estrutura do sanduíche, o pão é grande? Sim, o pão é grande. O recheio é grande? Sim, o recheio é grande. Tem bastante molho? Sim. Entendam que essas são as grandes estruturas da gramática, todas as grandes estruturas pertencem ao verbo. Mas, agora nós vamos para a parte menor, a parte menor é o orégano, no nosso caso, o orégano é o adjunto adnominal. Percebam que o orégano é uma pequena estrutura dentro de uma grande estrutura. Você pode perguntar: “Zambeli, existe uma função sintática dentro de uma outra função sintática?”, claro! Nós não vimos agora o predicativo dentro do predicado?

ADJUNTO ADNOMINAL

Eu quero que você marque essa palavra para mim: “adnominal”, tem haver com nome, com substantivo, não estou mais falando de verbo, estou falando de nome.

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto são adjetivos, artigos, pronomes, numerais, locuções adjetivas. Portanto, trata-se de um termo de valor adjetivo que modificará o nome ao qual se refere.

Faz sentido o adjunto adnominal ser um termo que define e/ou caracteriza um substantivo, turma? Sim, porque é nome e nome é substantivo. As classes de palavras trata-se da morfologia que nós vimos na primeira aula. As classes de palavras que podem desempenhar função sintática são estas indicadas acima, para melhor compreensão, um exemplo: “filme” é um substantivo, correto? Quando a gente der um artigo para este substantivo ele vai concordar e será “o filme”, os artigos ficam junto do nome. O pronome também fica junto do nome, então, eu posso dizer: “algum filme” ou “este filme”, “nenhum filme”. Se tivesse um numeral: “um filme”. Nós poderíamos colocar também um adjetivo: “filme bom”. Poderíamos colocar ainda uma locução adjetiva: “filme de terror”. Entenderam a matéria?

Eu falei que os adjuntos adnominais são classes de palavras que ficam junto de um nome. Vejamos o exemplo:

• Algum filme bom foi roubado.

Primeira coisa, “quem foi roubado?” o filme bom, sujeito da frase, o núcleo do sujeito é “filme”. Quando eu retiro o núcleo do sujeito “algum” e “bom” não ficam junto do nome? Então, a função sintática “orégano” é de adjunto adnominal, pois é uma pequena estrutura

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dentro da grande estrutura, por isso que eu brinco que ele é o orégano, pois ele está dentro do sujeito, mas possui uma função menor. Pode ter uma função sintática dentro de outra função sintática? Sim, pode.

Os artigos, os pronomes, os numerais, os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem, mas, existe um adjunto adnominal que não concorda, turma, a locução adjetiva. Como cai nas provas isso? “se trocarmos a palavra ‘filme’ pela palavra ‘filmes’ quantas outras palavras deveriam mudar para fim de concordância?”

• Alguns filmes bons foram roubados • Dois filmes bons foram roubados • Os filmes bons foram roubados

Entenderam o que significa concordar? O singular e o plural oscilam. Se eu trocar filme por película, seria:

• A película boa foi roubada

Neste exemplo, foi alterada a concordância com o gênero. Contudo, quando houver uma locução adjetiva, esta não será modificada para fins de concordância, vejam os exemplos:

• Algum filme de terror foi roubado • Alguns filmes de terror foram roubados

• A aula de português me cansa • As aulas de português me cansam

• O risco de vida é iminente • Os riscos de vida são iminentes

Olha que legal o que nós vamos fazer agora, será uma análise sintática um pouquinho maior.

• Artigo – A esperança persiste!

Começando pelo sujeito, identificamos que ele é “a esperança”, quem é o núcleo do sujeito? “esperança”. Se falássemos: “Oi, pessoal! Sabia que a esperança persiste?”. Nesse caso o verbo pede um complemento? Não, é um verbo intransitivo. Vocês viram que nessa frase o “A” está ao lado do nome? E se a gente for ver a definição de artigo, a definição de artigo é: acompanha o nome.

• Adjetivos – O rapaz ciumento deve ser o pior namorado!

Quem é o sujeito da frase? “o rapaz ciumento”. Deve ser o quê? O pior namorado! Isto é um objeto direto? Não. Por quê? Olha só a maldade, “deve ser” é uma locução verbal, na locução verbal quem manda é sempre o último, é o “ser”, e o “ser” é verbo de ligação, então, a locução verbal “deve ser” é verbo de ligação e o “pior namorado!” é predicativo. Por isso a gente tem que ter a maldade com os verbos de ligação e o objeto direto, porque a gente pergunta “o quê?” para o verbo, mas eles não têm preposição, eles ficam com a mesma cara, a gente vai ter que pensar esse verbo, turma. Verbo de ligação atribui característica, a característica se chama predicativo.

Lembram que eu falei que o mundo é dividido entre verbos e nomes? O núcleo terá que ser um desses dois, vejam que coincidência: “o rapaz ciumento”, aqui eu estou falando do nome

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“rapaz”; “o pior namorado”, eu estou falando do nome “namorado”. Os nomes, ou seja, os substantivos são os núcleos. Agora, o que sobra desta relação?

“o rapaz ciumento”      “o pior namorado” art. subst. adjetivo     art. adjetivo substantivoadj. Adnominal adj. Adnominal   adjuntos adnominais

Percebam que no primeiro caso o artigo e o adjetivo estão colados no nome, é mais fácil de identificá-los como adjuntos adnominais. No segundo caso, o artigo está ao lado do adjetivo. É possível dizer que ele é um adjunto adnominal? Sim, pois o artigo “o” se relaciona na frase com o substantivo “namorado”, então, o artigo é adjunto do namorado. Não significa que ele tem que está junto, junto, junto do nome, é só uma metáfora para a gente entender que ele irá trabalhar para o nome. O adjunto adnominal trabalha para o nome, se refere a ele, não precisa ficar “grudado” nele.

• Pronome – Algumas pessoas sofrem por amor.

Começa por onde? Sujeito. Quem é? “algumas pessoas”. Se eu falasse: “algumas pessoas sofrem”, teríamos a pergunta: “sofre por quem?”, ou seja, o verbo pede um complemento com preposição, trata-se, portanto, de um verbo transitivo indireto. O objeto indireto é por quem ele sofre “por amor”. Quem é o núcleo do sujeito, turma? “pessoas”. Qual é o núcleo do objeto indireto? “amor”. Acompanhem o raciocínio: tenho dois nomes, quantos adjuntos adnominais eu tenho? Apenas um, o pronome “algumas”, “por”, que acompanha “amor”, é uma preposição e preposição nãopode ser adjunto adnominal, pois ele trabalha para o verbo.

• Numeral – Dois apaixonados sempre se entendem

Quem é que se entendem? “dois apaixonados”. O núcleo do sujeito é “apaixonados”. Digamos que a prova cobre da seguinte forma: “‘apaixonados’ da linha 17 é classificado como adjetivo.”. Não nesta frase “apaixonados” é nome, substantivo. Percebam que o numeral está grudado no nome.

• Locução adjetiva – O ciúmes da moça prejudicou a relação!

Vocês estão conseguindo entender a lógica da matéria? Primeiro você retira as grandes estruturas, depois analisa essas estruturas de forma individualizada. Quantas orações (verbos) eu tenho nessa frase? Uma oração, o verbo “prejudicou”.

Se eu tenho verbo, eu busco primeiro o sujeito, quem é que prejudicou a relação? “o ciúmes da moça”, sujeito da oração. O núcleo do sujeito é “ciúmes”, por quê, turma? Porque, de maneira geral, o “da” não é uma preposição? O núcleo do sujeito, de maneira geral, não pode ser preposicionado, existem casos que sim, mas são muito raros, então a gente foca no geral. O ciúmes da moça prejudicou o quê? A relação, objeto direto do verbo transitivo direto “prejudicou”.

Na frase, “da moça” e o “a” estão como adjuntos adnominais. Digamos que a prova cobre da seguinte forma: “‘O ciúmes da moça prejudicou a relação!’ os dois itens destacados, são classificados da mesma forma.” Não, pois o primeiro é uma locução adjetiva, enquanto que o segundo é um artigo. Os itens destacados exercem a mesma função sintática? Sim, são adjuntos adnominais.

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CONCORDÂNCIA VERBAL

• Regra geral – O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

Ontem eu ouvi uma música sertaneja que dizia assim: “cachaça e saudade mata”. Está correta a frase? Não, porque nesse caso nós temos um sujeito composto com dois núcleos, então, o verbo deveria está no plural para concordar com eles. O certo seria: “cachaça e saudade matam.”.

Vocês já ouviram umas frases que as pessoas falam assim: “os pão tá pronto!”? Vocês percebem que existe nessa frase um erro absurdo de concordância verbal no que se refere à regra geral? Porque se o verbo concorda com o núcleo, “os pão”, o núcleo está no singular, o adjunto adnominal não está concordando com o nome.

• “A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana” (Freud).

Quem é o sujeito? “A renúncia progressiva dos instintos”. Que pergunta a gente faz a locução verbal “parece ser”? “Parece ser o quê?”. Viram que existe um objeto direto? NÃO, pessoal. Nesta locução verbal “parece ser”, o “ser” é quem manda e, portanto, ele é um verbo de ligação, por essa razão “um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana” é o predicativo da frase. Qual o núcleo do sujeito? “renúncia”, é a parte mais importante do sujeito. “parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana” de quem nós estamos falando? Dos fundamentos. Então, a renúncia parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento, não é? É que na frase está tudo meio embolado.

Quando eu te disse que era “renúncia” o núcleo do sujeito, você observou que ele está no feminino singular, então o “A” e “progressiva” estão no feminino singular, faz sentido? Existe verbo nessa concordância? Não, então é concordância nominal.

Na frase, “parece” está no singular, não está? E ele está concordando com quem? Com renúncia, porque o verbo concorda com o núcleo do sujeito e nessa concordância tem verbo? Sim, então isso se chama concordância dos verbos, concordância verbal. Essa é a diferença de uma concordância verbal para uma concordância nominal.

• “As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que roubam de ti.” (Cartola)

Quantas orações nós temos nesse período? Três, pois existem três verbos. Lembrem que cada verbo deverá ser analisado individualmente. Turma, quem é que não falam? As rosas, sujeito desta oração. Quem é que exalam? As rosas. É possível que “as rosas” sejam sujeito também dessa oração? Sim, pois cada verbo deve ser analisado individualmente. “o perfume que roubaram de ti” quem foi que roubou? As rosas. O núcleo do sujeito não está no plural? Então os verbos irão concordar com ele, o núcleo do sujeito. Na frase, “que” será o objeto direto de “roubaram”, porque quando o pronome relativo busca o verbo, ele assume a função sintática dele.

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AULA 03 – PARTE 04

“Os alunos que adoram Freud estudam aqui.”

Quantas orações nós temos nesse período? Duas, o verbo “adoram” e “estuda”. Turma, olha como a Cespe cobra: “o sujeito de adoram e o sujeito de estudam é o mesmo.”. A gente pode até pensar assim: “os alunos que adoram. Quem é que adoram? Os alunos. Estudam Freud. Quem é que estuda? Os alunos. São os mesmos sujeitos.”. Mas o “que” na frase é uma conjunção ou pronome? Eu posso trocá-lo por “isso” ou por “a qual”? Posso trocá-lo pelos “os quais”, então ele retoma, não é? Lembram que se ele retoma um substantivo ele é um pronome. Turma, a gente vai estudar isso, é só pra vocês se emocionarem, quando ele retoma, ele assume a função sintática daquele cara.

O que “alunos” seria para “adoram”? Sujeito, então “que” é o sujeito. Então os “alunos” seriam o quê? Sujeito de “estudam”. A Cespe também pode perguntar assim: “o sujeito de ‘adoram’ e ‘estudam’ é o mesmo?”. Não, o sujeito de “adoram” é “que” e o sujeito de “estudam” são os “alunos”. Agora, se a pergunta fosse: “o sujeito de ‘adoram’ e o sujeito de ‘estudam’ se referem ao mesmo ser?”. Nesse caso, se referem ao mesmo ser, porque em uma é o “que” e em outra são os “alunos”. A gente vai estudar isso na aula quatro.

Tudo o que a gente vai ver agora, a gente já viu, apenas faremos um enfoque novo. Então vamos para as regras especiais!

Regras especiais:

1. PRONOME DE TRATAMENTO

O verbo fica sempre na terceira pessoa (= ele/eles).

O pronome que trata a relação das pessoas é o pronome de tratamento. Eu falei para vocês que será o Vossa Excelência, Vossa Senhoria, etc. Mas, o principal pronome de tratamento é você e você é igual a eles na 3ª pessoa.

A regra é clara, se eu chamar “você” ou “tu” todos os verbos e pronomes devem se adaptar essa relação. Quando eu digo assim: “Você é especial! Eu te amo.”. não está correto, pois, se eu inicio o tratamento por “você”, todos os demais pronomes e verbos devem concordar com “você”, se eu inicio com o “tu”, todos os demais pronomes e verbos devem se adequar com o “tu”.

• Vossa Excelência estava muito nervoso. Seu rosto estava vermelho!

A gente olha o pronome de tratamento Vossa Excelência, por exemplo, e acha que ele vem do pronome “vós”, mas não, ele vem do “você”, pois “você” também é pronome de tratamento, então, é só substituir o pronome por “você” e adequar os verbos da frase. Quando a gente estuda redação oficial a gente segue sempre essa regra.

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2. EXPRESSÕES PARTITIVAS OU FRACIONÁRIAS – VERBO NO SINGULAR OU NO PLURAL

Faz de conta que vocês são uma turma unida, então eu digo que: “a metade da sala está acordada.” Ou “boa parte dos alunos estão dormindo”. Isso é uma parte. A regra diz que o verbo pode oscilar tanto para o singular quanto para o plural desde que haja condição para isso.

• Três quintos do teste foi (foram) de questões objetivas.

Percebam que “três quintos” está no plural e “do teste” no singular. Só que, três quintos do teste não foi o teste todo, foi apenas uma parte do teste, nesse caso, o verbo poderá concordar com “do teste” ou “três quintos”.

O verbo pode ficar tanto no singular quanto no plural, a questão quando cai na prova eles perguntam assim: “o verbo da linha ‘tal’ poderia ser colocado no plural sem prejuízo para o sentido e para a correção”. É só perceber se existe uma expressão partitiva que permita essa oscilação independente do núcleo do sujeito.

• Mais da metade dos professores utiliza (utilizam) o quadro-branco.

Nessa frase, “utiliza” concorda com “mais da metade” e “utilizam” concordam com “professores”, as duas formas estão corretas.

3. SE

Pessoal de casa, a gente vai falar desse cara que é importantíssimo, prestem bastante atenção nele porque ele é muito cobrado em concurso, principalmente a relação de concordância que o “se” estabelece. A palavra “se” no português permite vários sentidos, existe o “se” condicional, integrante, pronome apassivador, reflexivo, “se” de tudo que é jeito. Mas, para a concordância verbal ele pode ser o pronome apassivador ou o clássico, índice de indeterminação do sujeito. Vamos lá na página 11 da apostila para vermos os exemplos.

Nas aulas anteriores nós estudamos o sujeito, vimos que o sujeito é o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração. Lembram que eu falei na outra aula que o verbo concorda com o núcleo do sujeito. Turma, os três exemplos na aula anterior, os “fracos”, o “bate outra vez” e o “discutiu-se”.

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Nós vimos que quando tem o “se” a gente o joga para a pergunta. Lembram disso? Então a pergunta era: “que é que se discutiu?”. E a resposta era “esse assunto”. Tudo bem? Vamos puxar uma seta para esse “se” para estudar em casa.

Esse “se”, turma, deste exemplo, é um pronome apassivador. Eu te preparei para responder a questão mais chata da prova que é: se tiver o “se” joga ele na pergunta que ele vai te responder.

Ainda na página 11 da nossa apostila, vimos abaixo os casos especiais, onde estudamos o sujeito indeterminado, lá eu falei que existiam dois e a Cespe ama! Lá nós decoramos como “caso a)” e “caso b)”. Então, faz sentido, turma, que um é o pronome apassivador e o outro é o índice de indeterminação do sujeito? No futuro, daqui a alguma aulas, eu vou ensinar que só pode ser apassivado quem tem objeto direto.

a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.

Diz a regra que o pronome apassivador, o verbo que tiver objeto direto pode ser apassivado, se não tiver, não pode ser apassivado. Não é à toa que o “se” trabalha para o verbo transitivo direto e o verbo transitivo indireto, os que podem ser apassivados e aqui haverá concordância com o sujeito, mas o sujeito não será mais ativo no processo, mas passivo.

• “Pegaram-se os ladrões ontem no aeroporto.”

Quando a gente ler uma frase dessa, qualquer falante da língua vai pensar assim: “alguém pegou os ladrões”, é isso que a gente pensa, mas a gente tem que ter cuidado e pensar de acordo com a prova. E na prova a gente pensa assim: “que é que se pegou?”, essa é a pergunta de sujeito. E qual será a resposta? Os ladrões. Turma, é possível inverter essa frase e dizer que os ladrões foram pegos? Sim. Vocês entendem o que é ser um sujeito passivo? Não é ele que pega, ele é pego.

• “Bebem-se alguns vinhos antes do jantar.”

Turma, inocentes pensarão: “oh, eu não sei quem é o ‘bebum’.”. É só perguntar quem é o sujeito: “Que é que se bebe?”. Sujeito: “alguns vinhos”. Sabem o que a Cespe faz? A Cespe pode cobrar da seguinte forma: “poderíamos retirar a palavra ‘se’ da linha 19 sem prejuízo para o sentido e para correção?”. Tenta tirar o “se” e ler a frase: “bebem alguns vinhos antes do jantar”. Quem é que bebe? Esse seria o “caso a)”, verbos na terceira pessoa do plural, igual a “eles”, só que não. Pois, no momento que eu acrescento o “se” (Bebem-se alguns vinhos antes do jantar), deixa de ser o “caso a)”, porque na pergunta que se faz ao sujeito acrescenta-se o “se”, então, pergunta-se assim: “que é que se bebe?”. Porque, “bebem alguns vinhos” o sujeito é ativo, o sujeito que não se sabe quem é, faz a ação de beber, mas na frase “Bebem-se alguns vinhos” os vinhos são bebidos, ele sofre o processo, por isso que ele é sujeito passivo.

• Ontem se analisaram os documentos da CPI.

Nessa frase parece que alguém fez a ação? Sim, mas você deve perguntar ao verbo: “o que é que se analisaram?”. Os documento da CPI. De quem eu estou falando? Ou quem é o núcleo do sujeito? O núcleo do sujeito é “documentos”, pois, percebam que o verbo e o núcleo do sujeito estão concordando, ou seja, o verbo “analisaram” e o núcleo “documentos”, ambos estão no plural.

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b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo (VL, VI ou VTD) sujeito indeterminado.

Lembram qual era o apelido dele que nós colocamos? Era o “caso b)”. Uma palavra, que eu vou dar o nome de “índice”, que vai indeterminar o sujeito, isto é, o “caso b)”, mas vejam só, não eram cinco tipos de verbos? Os que podem ser apassivados estão com o pronome apassivador (os que têm objeto direto), os outros três estão com o índice de indeterminação do sujeito. Na hora da prova, se você tiver dúvida, faça a pergunta ao verbo, a mesma pergunta de sempre.

• Não se pensa em outras coisas durante a aula.

A pergunta ao verbo será: “o que é que não se pensa?”, você pode inicialmente querer responder: “em outras coisas”, mas lembre que o sujeito não pode ser preposicionado. Nesse caso, você sabe que o sujeito existe, apenas não sabe quem ele é. É o caso de índice de indeterminação do sujeito.

Essa é a diferença, aqui o meu verbo ficará sempre no singular, nos casos do pronome apassivador nós temos concordância entre o verbo e o núcleo do sujeito, no índice de indeterminação esse verbo ficará sempre no singular.

O que a Cespe vai fazer? Ela vai inventar um índice de indeterminação, ela vai inventar algum tipo de sujeito indeterminado, mas lembrem que só existe dois tipos de sujeito indeterminado: o “caso a)” e o “caso b)”.

• Necessita-se, no intervalo, de um bom café.

A pergunta ao verbo será: “o que é que se necessita?”. Lembre que o sujeito não pode ser preposicionado. Eu não sei quem necessita de um bom café, mas, alguém necessita. Isto é um índice de indeterminação.

• Obedece-se aos avisos no elevador.

O que é que se obedece? Você entende que nesse caso o verbo pede uma preposição? Índice de indeterminação do meu sujeito.

• Vive-se bem em Recife.

Quem é que vive bem em Recife, turma? Não se sabe, alguém vive bem lá. Mas existe sujeito? Sim, eu só não sei quem ele é. Então, prestem atenção para não se perder, não é o caso de sujeito inexistente, é sujeito indeterminado, alguém vive, mas eu não sei quem é esse alguém.

Não se ouviram os brados retumbantes!

Alguém não ouviu? O que é que não se ouviu? Posso dizer que os brados retumbantes não foram ouvidos? Então, nesse caso “os brados retumbantes” é o sujeito da frase.

• Necessita-se de bons alunos.

Nesta frase eu posso dizer que bons alunos são necessitados? Não, não é a mesma coisa, não é? Não é possível dizer desse outro modo. Então, você não consegue inverter a frase, no índice de indeterminação do sujeito você indetermina.

Assim, a Cespe poderia fazer a seguinte pergunta: “Este ‘se’ de ‘necessita-se’ e este ‘se’ de ‘não se ouviram’ são classificados da mesma forma?”. Não, porque no primeiro caso não se sabe de quem se necessita, mas no segundo se sabe quem é o sujeito. Então no primeiro caso é um índice de indeterminação e no segundo é um pronome apassivador.

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Vejam como a Cespe pode cobrar isto:

• Entregou-se o edital aos alunos durante o intervalo.

“O sujeito da frase destacada possui um sujeito indeterminado”. Aí o cara faz o estilo preguiça, o estilo preguiça é pensar assim, vejam: “já sei, se o verbo está no singular e existe um “se”, é índice de indeterminação do sujeito.” Sabe o que tu deves fazer? Perguntar ao verbo quem é o sujeito dele. Nesse caso, a pergunta será: “O que é que se entregou?”. O edital. O edital foi entregue? Sim, ele é o sujeito da frase. Tá mas ele pode estar no singular com esse pronome apassivador? Sim, no pronome apassivador ele concorda, a questão é o índice de indeterminação que ficará sempre no singular.

Então, na frase “Não se ouviram os brados retumbantes!” o que é que não se ouviram? Os brados retumbantes, ele responde a tua pergunta de sujeito. Diferente da frase “Não se pensa em outras coisas durante a aula”. No que é que não se pensa? “em outras coisas”, aqui há preposição, não pode ser o teu sujeito. E eu insisto, tudo depende da análise sintática, pois se tu entendes a pergunta do sujeito e entende o tipo do verbo, tudo isso fica fácil.

Vocês lembram do sujeito oracional que a gente viu? Olhem a frase que eu corrigi hoje nos exercícios que vocês terão em breve. A frase era assim: “Espera-se que todos acordem”. O sujeito do verbo destacado é indeterminado? Faça a pergunta ao verbo para descobrir o sujeito: “o que é que se espera?”, “que todos acordem” é a resposta ao sujeito. Mas, prestem atenção, porque o “que” nesta frase é uma conjunção integrante, pois pode ser substituído por “isso”.

4. HAVER – FAZER

O que já aprendemos deste verbo? Ele nunca tem sujeito. É isso? Acalma o coração! Ele não tem sujeito, turma, quando for no sentido de existir e de ocorrer, ou quando indicar tempo. Vamos traduzir assim, quando ele não tem sujeito? Quando ele estiver sozinho ou quando for o principal, então, quando ele está sozinho, porque nesse caso ele será o principal, ou em uma locução ele será o principal, aí ele não terá sujeito, por consequência ficará no singular e impessoal.

Isso a gente já sabia, não é? Então vamos para a novidade, Brasil!

• Os alunos haviam anotado tudo.

Me diz uma coisa, o verbo “haviam” é impessoal? Ele tem sujeito? Percebam que “haviam anotado” é uma locução verbal, na qual o principal é “anotado”. Quando “haviam” é o verbo auxiliar ele tem sujeito, no caso, o sujeito simples: “os alunos”.

Agora, se fossem retirados “os alunos” e a frase fosse: “Haviam anotado tudo.” Esta frase tem sujeito? Sim, só não se sabe quem. Para este verbo não ter sujeito ele precisa ser o principal, nesse caso ele é o verbo auxiliar. Tem sujeito, eu só não sei quem ele é porque ele é indeterminado.

• Havia pessoas na frente da escola.

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Essa frase tem sujeito? Não, porque o verbo “havia” é o principal e está no sentido de existir, então, quando ele é o verbo principal ele não tem sujeito. O que a prova gosta de perguntar: “É possível trocar ‘havia’ por ‘existia’ sem prejuízo para o sentido e para a correção da frase?”. Não, pois o “existir” tem sujeito, e nesse caso ele precisa concordar com o núcleo do sujeito.

A prova também pode perguntar acerca da possibilidade de trocar o verbo “Havia” por “Tinham” sem prejuízo para o sentido e para a correção. É possível? Não, pois esse termo é coloquial.

A primeira coisa quando tu olhar o “haver” deves ficar atento porque em algumas situações ele não tem sujeito. Mas, a primeira troca é por “existir” e por “ocorrer”, neste caso, o “haver” será sem sujeito. Mas, se isso não couber, isso é sinônimo de “ter” que é “haver” com sujeito. Nós temos que tomar cuidado, porque “haver” e “ter” não são sinônimos.

Assim, se o verbo “haver” for o principal, ele não vai ter sujeito, pois estará no sentido de existir. Mas, quando o verbo “haver” estiver como verbo auxiliar em uma locução verbal, ele será sinônimo de “ter” e nessa situação, ele terá sujeito. Cadê a maldade que eu queria mostrar para vocês? “Existir” não é sinônimo de “ter”.

O verbo FAZER também indicando tempo, fenômenos da natureza, temperatura, lembram?.

• Neste mês, há três bons concursos na minha cidade.

Pessoal, é possível substituir o verbo “há” por “tem”? Não, a gente pode até falar assim coloquialmente, mas, para fins de prova, está inadequado à norma culta, pois o verbo “haver” não tem sujeito.

• Está havendo ótimas análises nesta sala.

Estão vendo que “está havendo” é uma locução verbal? Lembram que o último verbo, o principal, ele contamina a locução? Por essa razão o verbo “está” está no singular, pois não existe sujeito.

• Faz 15 dias que vi essa aula no site do curso.

Quantos verbos nós temos nesta frase? Dois. Quem é o sujeito de “vi”? o sujeito sou “eu”, sujeito simples. Quem é que faz 15 dias? Não existe resposta para essa pergunta, ou seja, não há sujeito, pois no caso em tela temos o verbo “fazer” indicando tempo. Então, o verbo “fazer” indicando tempo só pode está no singular.

Pessoal de casa, difícil. Mas, não desiste! A gente está falando de um emprego muito legal. Muito obrigada, beijos!