Profa. Maristela - Psicologia da Saúde

1 PSICOLOGIA DA SAÚDE Richard O. Straub Capítulo 12 O Atendimento de Saúde e o Comportamento do Paciente Apesar de ter acontecido há 25 anos, o evento está tão vivido em minha mente quanto naquela tarde de abril, quando um dos meus colegas de dormitório quase ficou cego. Tirando uma folga dos estudos para as provas finais, Bruce (esse não é o seu nome verdadeiro) passou correndo pelo saguão de nosso dor mitório, onde alguns de nós estávamos assistindo ao Detroits Tigers destruírem o St. Louis Cardinals em um jogo de beisebol. “Alguém quer jogar han debol?” Bruce convidou. Eu não aceitei, e ninguém mais além de Chris. “Eu quero”, disse ele “mas só por meia hora. Tenho prova de química amanhã”. Voltamos nossa atenção para o jogo e não pensamos mais em handebol até 45 minutos mais tarde, quando Chris chegou com um olhar preocupado, trazendo Bruce, com aparência de tonto, totalmente amparado. Podíamos ver que Bruce havia se machucado de alguma forma e, antes que alguém dissesse qualquer coisa, pude ver que seu olho esquerdo estava descolorido e inchado. “O que aconteceu?”, perguntamos em uníssono. “Bruce levou uma bolada bem no olho”, disse Chris. “Eu queria levá-lo direto para o centro de saúde , mas ele não quis”. “Não é nada”, disse Bruce, tremendo. “Eu provavelmente vou estar com o olho inchado amanhã, mas vou car bom. Só me dêem um pouco d e gelo e uma aspirina ”. Enquanto Bruce se deitou no sofá, alguém correu para pegar gelo e aspirina. O resto de nós cou olhando um para o outro com dúvidas. À medida que os minutos passavam, o olho d e Bruce parecia irritado e vermelho e o inchaço começava a fechar a sua pálpebra. E ele claramente estava com dor, tremendo a cada palavra que falava. A visão não é algo com o que brincar, mesmo querendo manter uma aparência estóica na frente de um grupo de amigos da faculdade. Especialmente se, como Bruce, você planejasse ser piloto comercial um dia. Por todas essas razões, sabíamos que era preciso fazer alguma coisa. Em menos de cinco minutos, tínhamos telefonado para a segurança do campus, o centro de saúde e os pais de Bruce. Após receber instruções, levamos Bruce para a sala de emergência do hospital local, acompanhados de uma viatura da polícia com a sirene tocando e as luzes piscando. Menos de meia hora depois de levar uma bolada, Bruce estava na sala de operação, onde um cirurgião qualificado suturou uma ruptura em seu globo ocular e salvou a sua visão. Por que Bruce relutou em buscar auxílio médico? Por que a dor em seu olho não foi suciente para disparar o alarme de que a sua saúde estava em perigo? Para ajudar a explicar as razões pelas quais as pessoas relutam em buscar tratamento, mudamos o nosso foco da prevenção primária para a prevenção secundária, ou seja, de ações projetadas para prevenir doenças ou ferimentos para ações visando a identificá-los e tratá-los no começo de seu curso. Mais cedo ou mais tarde, cada um de nós tem contato com um provedor de atendimento de saúde e com o sistema de saúde. Na maioria dos casos, esses encontros são breves, talvez envolvendo apenas uma visita ao médico por causa de uma gripe. Em outros casos, eles envolvem contato mais longo, como a estada no hospital após uma PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

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