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03 QUÍMICA Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Professor Mariano Oliveira A QUÍMICA, ONTEM E HOJE... A Química, ciência como a conhecemos hoje, derivou diretamente da alquimia. O termo alquimia vem da Grécia Antiga, da palavra chemeia, à qual foi adicionado o prefixo “al” ficando al Chemeia, que possui, nas raízes egípcias, os conceitos “arte negra” e “derreter”. Dentro de todos os assuntos estudados pelos alquimistas durante séculos, a busca pela pedra filosofal (capaz de transformar todos os metais em ouro), a panaceia (remédio para todos o males) e o elixir (garantia do juventude eterna) trouxe o desenvolvimento de equipamentos que possibilitassem descobertas. Inicialmente, na iatroquímica, uma figura representava o círculo “terra-fogo-ar-água-terra”, e era a de uma cobra mordendo seu próprio rabo (ouroboros). Concepções filosóficas sobre a composição e as transformações da matéria faziam parte dos fundamentos da aquimia. http://www.triplov.com/Retorta/index.htm A RELAÇÃO ENTRE A QUÍMICA E O ESTRESSE Na Idade da Pedra, o homem tinha de lutar para sobreviver. Ao se deparar com um bicho, a reação do homem das cavernas tinha de ser imediata: era lutar ou fugir. Hoje não temos mais de enfrentar animais pré-históricos. Em compensação, temos as dificuldades de relacionamento, os engarrafamentos de trânsito, a poluição do ar, a poluição sonora e a violência urbana. Essas situações podem levar o indivíduo à sentir-se incapaz e desprotegido, gerando nele, possivelmente, um estado de impotência emocional, baixa estima e cansaço. É quando ocorre o estresse. Ele é real e afeta sua vida. Viver sem estresse é um mito, pois tanto o excesso de estresse como a sua ausência podem causar problemas à saúde. Mas, o que é o estresse? De acordo com Hans Selye, famoso médico endocrinologista canadense, o estresse é “um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação”. Está ligado fundamentalmente a questões psicológicas, por isto, muitas vezes o estressado não se dá conta da carga emocional e do seu estado de confusão mental. Assim, o estresse pode ser entendido como o ponto em que o indivíduo não consegue controlar seus conflitos internos e, em contrapartida apresenta fadiga, cansaço, tristeza, euforia, ou outras reações, inclusive orgânicas diante de transformações químicas ocorridas neste estado emocional. O estresse e a dependência química “O ritmo de vida das pessoas, principalmente nas grandes cidades, está cada vez mais caótico. Recorrer ao cigarro ou a uma dose de bebida após o trabalho ou junto ao jantar pode ser agradável e seguro. Mas, pessoas com estresse crônico frequentemente bebem em excesso”, afirma o psicólogo Felipe Coura. E é aí que se estabelece o limite entre o prazer e o vício. “Embora o consumo de drogas psicoativas (ansiolíticos) possa trazer um alívio momentâneo para a ansiedade, o uso prolongado traz mais malefícios que benefícios”. AÇÕES DE COMBATE AO ESTRESSE 1. Atividades físicas antiestresse Ao produzir hormônios, como a endorfina, durante a atividade, o organismo assegura uma sensação de bem-estar capaz de prolongar-se por horas. HO HO H N CH 3 Endorfina O 2. Alimentos naturais no combate ao estresse Alface: substâncias encontradas principalmente nos talos das folhas como a lactucina e lactupicrina, atuam como calmantes naturais. Lactucina OH O H CH 3 CH 2 O O OH H Espinafre e brócolis: previnem a depressão. Contêm potássio e ácido fólico, importantes para o bom funcionamento das células, assim como o magnésio, o fosfato e às vitaminas A e C e ao Complexo B, que garantem o bom funcionamento do sistema nervoso. HO O O O OH OH N N ácido fólico N N H 2 N NH N H

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nº03QUÍMICA

Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

Professor Mariano Oliveira

A QUÍMICA, ONTEM E HOJE...

A Química, ciência como a conhecemos hoje, derivou diretamente da alquimia. O termo alquimia vem da Grécia Antiga, da palavra chemeia, à qual foi adicionado o prefi xo “al” fi cando al Chemeia, que possui, nas raízes egípcias, os conceitos “arte negra” e “derreter”. Dentro de todos os assuntos estudados pelos alquimistas durante séculos, a busca pela pedra fi losofal (capaz de transformar todos os metais em ouro), a panaceia (remédio para todos o males) e o elixir (garantia do juventude eterna) trouxe o desenvolvimento de equipamentos que possibilitassem descobertas. Inicialmente, na iatroquímica, uma fi gura representava o círculo “terra-fogo-ar-água-terra”, e era a de uma cobra mordendo seu próprio rabo (ouroboros). Concepções fi losófi cas sobre a composição e as transformações da matéria faziam parte dos fundamentos da aquimia.

http://www.triplov.com/Retorta/index.htm

A RELAÇÃO ENTRE A QUÍMICA E O ESTRESSE

Na Idade da Pedra, o homem tinha de lutar para sobreviver. Ao se deparar com um bicho, a reação do homem das cavernas tinha de ser imediata: era lutar ou fugir. Hoje não temos mais de enfrentar animais pré-históricos. Em compensação, temos as difi culdades de relacionamento, os engarrafamentos de trânsito, a poluição do ar, a poluição sonora e a violência urbana. Essas situações podem levar o indivíduo à sentir-se incapaz e desprotegido, gerando nele, possivelmente, um estado de impotência emocional, baixa estima e cansaço. É quando ocorre o estresse. Ele é real e afeta sua vida. Viver sem estresse é um mito, pois tanto o excesso de estresse como a sua ausência podem causar problemas à saúde.

Mas, o que é o estresse?

De acordo com Hans Selye, famoso médico endocrinologista canadense, o estresse é “um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação”. Está ligado fundamentalmente a questões psicológicas, por isto, muitas vezes o estressado não se dá conta da carga emocional e do seu estado de confusão mental. Assim, o estresse pode ser entendido como o ponto em que o indivíduo não consegue controlar seus confl itos internos e, em contrapartida apresenta fadiga, cansaço, tristeza, euforia, ou outras reações, inclusive orgânicas diante de transformações químicas ocorridas neste estado emocional.

O estresse e a dependência química

“O ritmo de vida das pessoas, principalmente nas grandes cidades, está cada vez mais caótico. Recorrer ao cigarro ou a uma dose de bebida após o trabalho ou junto ao jantar pode ser agradável e seguro. Mas, pessoas com estresse crônico frequentemente bebem em excesso”, afi rma o psicólogo Felipe Coura. E é aí que se estabelece o limite entre o prazer e o vício. “Embora o consumo de drogas psicoativas (ansiolíticos) possa trazer um alívio momentâneo para a ansiedade, o uso prolongado traz mais malefícios que benefícios”.

AÇÕES DE COMBATE AO ESTRESSE

1. Atividades físicas antiestresse

Ao produzir hormônios, como a endorfi na, durante a atividade, o organismo assegura uma sensação de bem-estar capaz de prolongar-se por horas.

HO

HOH

N CH3

Endorfina

O

2. Alimentos naturais no combate ao estresse

Alface: substâncias encontradas principalmente nos talos das folhas como a lactucina e lactupicrina, atuam como calmantes naturais.

Lactucina

OHO

H

CH3

CH2

O

OOH

H

Espinafre e brócolis: previnem a depressão. Contêm potássio e ácido fólico, importantes para o bom funcionamento das células, assim como o magnésio, o fosfato e às vitaminas A e C e ao Complexo B, que garantem o bom funcionamento do sistema nervoso.

HO OO

OOH

OH N

N

ácido fólico

N

N

H2N

NH

NH

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Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

Peixes e frutos do mar: diminuem o cansaço e a ansiedade, pois contêm zinco e selênio, que agem diretamente no cérebro. Cereais integrais e chocolate (com moderação) também são ótimas fontes de zinco. O selênio também pode ser encontrado no atum enlatado e na carne de peru.

Laranja: promove o melhor funcionamento do sistema nervoso. É um ótimo relaxante muscular, ajuda a combater o estresse e prevenir a fadiga. A fruta é rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do Complexo B. A ingestão de vitamina C inibe a liberação de cortisol, principal hormônio relacionado ao estresse no corpo.

Vitamina C (Ácido Ascórbico)

HO

HO

HO

OH

OO

Castanha-do-pará: melhora sintomas de depressão, auxiliando na redução do estresse. Também é rica em selênio, um poderoso agente antioxidante. Uma unidade ao dia já fornece a quantia diária recomendada de 350 mg.

Alimentos ricos em vitaminas do complexo B: Quando o estresse está presente, o corpo utiliza a glicose desordenadamente, consumindo, então, as proteínas do músculo como fonte de energia. O ideal então é se alimentar de alimentos ricos em carboidratos complexos e uma dose extra de proteína magra como: leite em pó, queijo minas, amêndoas e carne que contém vitamina B12; ovo, leite, banana, aveia, batata, ricos em vitamina B6.

H3C

CH2NH2

H3C N

N

Piridoxina Piridoxal

Piridoxamina

Fosfato depiridoxal

HO

CH2OH

CH2OH CH2OHHO

HO

HO

HN+

H3C

H3C

CH3O P

O

O

OH

HC

OH

N

CHOCH2OH

Maracujá: Ao contrário do que diz a crença popular, a fruta não é calmante, mas sim suas folhas. As folhas contêm alcaloides e fl avonoides, substâncias depressoras do sistema nervoso central (SNC). Por isso, elas atuam como analgésicos e relaxantes musculares.

N

N

N

O

O

O

O

OH

OH

HO

HO

OH

OH

OH

CHO2OH

OHidroxilupanina

Lupinina

Apigenina

Genisteína

Importante!

Para ter um cérebro saudável e sempre ativo, é importante comer bastante carboidratos, que fornecem energia. As proteínas são essenciais na síntese de neurotransmissores, responsáveis pela comunicação entre neurônios. A ginástica cerebral também é indispensável. “Como os músculos crescem na academia, é possível aumentar a capacidade de comunicação entre os neurônios”. A ingestão de antioxidantes, encontrados na cenoura e na maçã, é vital para a vida dos neurônios.

Ler livros, jornais e revistas, aprender um instrumento, estudar uma língua etc, mantêm a atividade cerebral constante.

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Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

FB NO ENEM 3

Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

Exercícios

1. (Uerj-Modifi cada) Algumas doenças infecciosas, como a dengue, são causadas por um arbovírus da família Flaviridae. São conhecidos quatro tipos de vírus da dengue, denominados DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4; os três primeiros já produziram epidemias no Brasil. A doença, transmitida ao homem pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti, não tem tratamento específi co, mas os medicamentos frequentemente usados contra febre e dor devem ser prescritos com cautela. Na tabela abaixo são apresentadas informações sobre dois medicamentos.

Medicamento Fórmula estrutural Massa molar (g · mol–1)

Paracetamol

H

N

OHO

151

Ácido acetilsalicílico

OH

O

O

O

180

O número de átomos existente em uma amostra de 1 g de ácido acetilsalicílico é igual a: Dado: Constante de Avogadro = 6,0 × 1023

A) 3,3 × 1021 B) 7,0 × 1022 C) 6,0 × 1023 D) 1,3 × 1025 E) 2,3 × 1026

2. (Uerj-Modifi cada) Um dos episódios da fi nal da Copa da França de 1998 mais noticiados no Brasil e no mundo foi “o caso Ronaldinho”. Especialistas apontaram: estresse, depressão, ansiedade e pânico podem ter provocado a má atuação do jogador brasileiro. Na confi rmação da hipótese de estresse, teriam sido alteradas as quantidades de três substâncias químicas excitatórias do cérebro – a noradrenalina, a serotonina e a dopamina – cujas estruturas estão abaixo representadas.

HO

HO

HO

HO

HO

OH

noradrenalina serotonina

dopamina

H

N

CH CH2

CH2 CH2

NH2

CH2 CH2 NH2

NH2

Essas substâncias têm em comum as seguintes funções químicas: A) Amida e fenol B) Amina e fenol C) Amida e álcool D) Amina e álcool E) Fenol e álcool

3. Na adrenalina, cuja fórmula estrutural é dada a seguir, podemos identifi car os seguintes grupos funcionais:

HO

HO

NH

CH3

OH

H

A) Fenol, álcool secundário e amina secundária.B) Álcool primário, amina primária e fenol. C) Álcool primário, aldeído e fenol. D) Fenol, álcool secundário e amida. E) Amina terciária, álcool terciário e fenol.

4. (UFG-GO) A Química está presente em nosso cotidiano sob as mais variadas maneiras. Ela está presente nos medicamentos, no processamento e na conservação de alimentos, no preparo de uma refeição, nos fertilizantes agrícolas etc. A alternativa que apresenta um fenômeno químico é:A) Derretimento ou fusão de banha (gordura).B) Fragmentação de uma pedra de cloreto de sódio (sal de cozinha).C) Dissolução de açúcar em água.D) Queima de um cigarro.E) Evaporação da gasolina.

5. O cloreto de sódio é largamente utilizado pela população na preparação de alimentos, mas pode ser prejudicial à saúde se for consumido em excesso, favorecendo a retenção de líquidos e, consequentemente, produzindo a elevação da pressão arterial. Em relação a essa substância, o tipo de ligação e o número total de pares de elétrons da última camada do íon cloreto são, respectivamente:A) covalente e 4.B) iônica e 2.C) iônica e 6.D) iônica e 4.E) covalente e 8.

FB no Enem – Nº 01 – Professor: Nilton Sousa1 2 3 4 5B C B D E

FB no Enem – Nº 02 – Professor: João Saraiva1 2 3 4 5B A C E B

079020/14 – NAILTON 29/01/2014 – REV.: RR

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Anotações