PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A REGIÃO … · A temperatura média é de 23,6ºC, ......
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Capa
RECIFE1999
PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEAPARA A REGIÃO NORDESTEPROJETO CENTRO DE PESQUISA DASÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Ministério da SaúdeFundação Nacional de Saúde
ESTUDO HIDROGEOLÓGICO SUCINTO PARALOCAÇÃO DE POÇOS NAS LOCALIDADES DESÃO JOAQUIM E MUSSAMBÊ - BREJINHO/PE
N
670 675 680 685 690 6959200
9195
9190
9185
9180
Brejinho
Brejinho
Mãe D'Água-PB
Santa Terezinha-PES. J. do Egito-PE
Itape
tim-P
E
Poveiro Lagoinha
Mussambê
Serrinha
São Joaquim
0 1 2 3 4 Km
MINISTÉRIO DA SAÚDE
José SerraMinistro de Estado
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE
Mauro Ricardo Machado CostaPresidente
Sadi Coutinho FilhoChefe do Departamento deSaneamento - DESAN
COORDENAÇÃO REGIONAL DAFUNASA EM PERNAMBUCO
Giovani Sávio de Andrada OliveiraCoordenador Regional dePernambuco
Luiz Heleno Rodrigues dos SantosJaime Brito de AzevedoChefe do Serviço de Saneamento - SESAN
Helena Magalhães Porto LiraGeóloga
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Rodolpho Tourinho NetoMinistro de Estado
Hélio Vitor Ramos FilhoSecretário Executivo
Luciano de Freitas BorgesSecretário de Minas e Metalurgia
COMPANHIA DE PESQUISA DERECURSOS MINERAIS - CPRMServiço Geológico do Brasil
Geraldo Gonçalves Soares QuintasDiretor-Presidente
Umberto Raimundo CostaDiretor de Geologia e Recursos Minerais- DGM
Paulo Antônio Carneiro DiasDiretor de Relações Institucionais eDesenvolvimento - DRI
Thales de Queiroz SampaioDiretor de Geologia e Gestão Territorial- DHT
José de Sampaio Portela NunesDiretor de Administração e Finanças- DAF
Frederico Cláudio PeixinhoChefe do Departamento de Hidrologia
Humberto José T. R. de AlbuquerqueChefe da Divisão de Hidrogeologiae Exploração
Marcelo Soares BezerraSuperintendente Regional do Recife
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA MINISTÉRIO DA SAÚDECPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDESUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO RECIFE COORDENAÇÃO REGIONAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A REGIÃO NORDESTEPROJETO CENTRO DE PESQUISA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
ESTUDO HIDROGEOLÓGICO SUCINTO PARA A LOCAÇÃO DE POÇOSNAS LOCALIDADES DE SÃO JOAQUIM E MUSSAMBÊ - BREJINHO/PE
Franklin de Morais
RECIFE1999
EQUIPE TÉCNICA
Enjôlras de A. Medeiros Lima AutorGerente de Hidrologia e Gestão Territorial Franklin de Morais
Ivo FigueirôaGerente de Relações Institucionais
Desenho/Figuras em CorelDrawAlan Dionisio de Barros
Flávio Renato A. de A. Escorele Desenvolvimento
DigitaçãoAna Paula Rangel Jacques
José Carlos da SilvaSupervisor de Hidrogeologia e Exploração Editoração Eletrônica
Claudio ScheidFlávio Renato A. de A. Escorel
Antonio de Souza LealCoordenação Nacional Analista de Informações
Dalvanise da Rocha S. Bezerril
Coordenação EditorialServiço de Edição Regional Luciano Tenório de Macêdo
Avenida Sul, 2291 - Afogados - Recife - PE
Capa: Mapa de fraturas do município de Brejinho/PE, assinalando-se as localidades de São Joaquim e Mussambê. Tratamento digital sobre foto realizado por Claudio Scheid e Flávio Renato A. de A. Escorel.
Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte
MORAIS, Franklin de Estudo hidrogeológico sucinto para a locação de poços nas localidades de
São Joaquim e Mussambê - Brejinho/PE. Recife: CPRM, 1999.13 p. il."Programa Água Subterrânea para a Região Nordeste. Projeto Centro de Pesquisa das Águas Subterrâneas".
1. Hidrogeologia 2. Água Subterrânea 3. Brasil 4. Pernambuco I.Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais II. Título
CDD551.49
Apresentação
A CPRM - Serviço Geológico do Brasil vemintensificando a sua atuação na área de Hidrogeologia e, a partirde 1993, foi-lhe conferido através do Decreto 919, o direito deexecução de trabalhos dirigidos para gerar informações sobre omeio físico, principalmente aqueles relacionados aos recursosminerais e hídricos. Antes de 1993 a CPRM já realizara o MapaHidrogeológico do Brasil (escala 1:5.000.000) e Cartas de Previ-são de Recursos Hídricos Subterrâneos (escala 1:100.000) parao então Ministério da Irrigação.
Dentro do Programa Água Subterrânea para aRegião Nordeste a CPRM vem efetuando pesquisas em rochascristalinas, bacias sedimentares interiores, aluviões e trabalhosdirigidos para fornecer diagnósticos sobre a vocação hidrogeoló-gica em localidades rurais, baseados em estudos fotogeológicose de campo para a definição de locações adequadas de poços ebarragens subterrâneas.
O presente trabalho refere-se a realização de umestudo hidrogeológico executado em curto prazo, para a locaçãode poços em áreas situadas no município de Brejinho/PE, na re-gião semi-árida do Nordeste, efetuado dentro do Convênio deCooperação Técnica firmado entre a CPRM - Serviço Geológi-co do Brasil e a Fundação Nacional de Saúde - FNS/PE.
Sumário
1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 01
2 - LOCALIZAÇÃO .................................................................................................................... 02
3 - CLIMA E ARIDEZ ................................................................................................................. 033.1 Pluviometria e Temperatura ................................................................................................ 033.2 Evapotranspiração Potencial e Evapotranspiração Real .................................................... 033.3 Tipo de Clima e Aridez ........................................................................................................ 03
4 - GEOLOGIA .......................................................................................................................... 04
5 - HIDROGEOLOGIA ............................................................................................................... 07
6 - ÁREA DE SÃO JOAQUIM ................................................................................................... 106.1 Localização .......................................................................................................................... 106.2 Geologia .............................................................................................................................. 106.3 Aspectos Hidrogeológicos ................................................................................................... 106.4 Locação do Poço ................................................................................................................. 10
7 - ÁREA DE MUSSAMBÊ ........................................................................................................ 117.1 Localização .......................................................................................................................... 117.2 Geologia .............................................................................................................................. 117.3 Aspectos Hidrogeológicos ................................................................................................... 117.4 Locação do Poço ................................................................................................................. 11
8 - CONCLUSÕES .................................................................................................................... 12
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 13
1 - Introdução
CPRM/FNS 1
1 - IntroduçãoO presente estudo executado den-
tro do Convênio de Cooperação Técnicaentre a Fundação Nacional de Saúde -FNS e a CPRM - Serviço Geológico doBrasil, tem por objetivo definir duas loca-ções para a perfuração dos poços tubula-res nas localidades de São Joaquim eMussambê situadas no município de Breji-nho no Estado de Pernambuco.
A explotação da água subterrâneano município de Brejinho é efetuada atra-vés de poços tubulares perfurados no meiofissural. A densidade de poços é baixa(0,16 poços/km²). Também são utilizadospoços manuais captando água dos sedi-mentos das Coberturas Elúvio-Coluviais(TQdl) e das Aluviões (Qa).
2 - Localização
CPRM/FNS 2
2 - Localização
O município de Brejinho está locali-zado (Figura 1) na porção setentrional damicrorregião do Alto Vale do rio Pajeú etem como limites, ao Norte e Oeste, o mu-nicípio de Mãe D’Água (Estado da Paraí-ba), ao Sul os municípios de Santa Terezi-nha e Tabira, e a Leste o município deItapetim, todos situados em Pernambuco.
Brejinho conta com uma área de92 km², população de 7.427 habitantes(FIAM, 1992), densidade demográfica de80.731 hab/km². A população urbana parti-cipa com 20,65% e a rural com 79,34%. Asua sede localiza-se pelas coordenadas9.187.200 km N e 689.300 km E, situando-se a uma altitude de 380 m, distante418 km do Recife.
Figura 1 - Mapa de Localização das Áreas de São Joaquim e Mussambê
Legenda
Cidade
Curso d'água intermitente
Povoado
Localização das áreas
Estrada
Caminho
Limite/divisa
N
0 1 2 3 4 Km
670 675 680 685 690 6959200
9195
9190
9185
9180
p/ S. Terezinha Brejinho
Brejinho
Mãe D'Água-PB
Santa Terezinha-PE
S. J. do Egito-PEp/São José do Egito
Itape
tim-P
E
Poveiro
Lagoinha
Mussambê
Serrinha
São Joaquim
BR- 1
1 0Riacho do
Belém
Rio Pajeú
3 - Clima e Aridez
CPRM/FNS 3
3 – Clima e Aridez3.1 Pluviometria e Temperatura
Na porção setentrional da micror-região do Alto Vale do Pajeú onde situa-seo município de Brejinho, a pluviometriamédia anual é de 542 mm/ano (período1914-1985) e 74% de seu total se concen-tra nos meses de fevereiro, março, abril emaio. A temperatura média é de 23,6ºC,máxima de 32ºC e mínima de 20ºC. Apre-senta a região em tela sete meses secos,segundo o conceito de mês seco definidopor Nimer (1979), que considera o mêsseco como aquele que possui um valor depluviometria menor que duas vezes o valorda temperatura.
3.2 Evapotranspiração Potencial e Evapotranspiração Real
A evapotranspiração potencial paraa região é de 1.796 mm/ano e a evapo-transpiração real revela valor de644mm/ano. Este último parâmetro foi de-terminado através do método do BalançoHidrogeológico Mensal (Thornthwaite,
1955), elaborado a partir dos valores depluviometria e evapotranspiração potencialmensais. Segundo este balanço o déficithídrico anual na região é de1.251,8mm/ano, não ocorrendo excedentenas reservas hídricas do solo e apenas nosmeses de março e abril ocorre a utilizaçãodestas reservas.
Os valores de pluviometria utiliza-dos nesta abordagem foram extraídos dapublicação Dados Pluviométricos Mensaisdo Nordeste (Brasil - SUDENE, 1990) e osque se referem à evapotranspiração poten-cial, foram os determinados por Georges H.Hargreaves, contidos na publicação DadosClimáticos do Nordeste (Cunha & Millo,1984).
3.3 Tipo de Clima e Aridez
O clima do município de Brejinho édo tipo Tropical Quente Semi-Árido. A ari-dez, quanto a intensidade, é média, apre-sentando valor de 24 para o índice de DeMartonne.
4 - Geologia
CPRM/FNS 4
4 - GeologiaO município de Brejinho localiza-se
na província tectonoestratigráfica Alto Pa-jeú, segundo a divisão do Nordeste emprovíncias tectonoestratigráficas propostapor Santos (1996). Está localizado no do-mínio transversal da Província Borboremaentre o lineamento Patos e Pernambuco emais próximo do primeiro.
Os terrenos do município de Breji-nho acham-se cortados por extensas zonasde cisalhamentos de direções que variamde N50E a N70E. São constituídos de bio-tita-ortognaisses (PIg1c) que ocorrem emárea de 23 km² na porção sul do município,acompanhando as direções das zonas decisalhamento, biotita-sienogranitos e bioti-ta-monzogranitos (PSg2b) dominando aporção norte em uma área de 31 km², e asCoberturas Elúvio-Coluviais, com espessu-ra máxima de 15 m, que ocorrem ao nortee a oeste do município de Brejinho totali-zando uma área de 24 km².
Com menor participação ocorremos paragnaisses do Complexo Irajaí (Plign)em uma pequena área de 2,8km², a Leste,os augenortognaisses (PIg1a) em umaárea de 5 km² ao Sul, e os monzogranitos egranodioritos porfiríticos (PSg3a) que ocor
rem também ao Sul em área de 6,2 km²,encaixados entre os augen-ortognaisses(PIg1a) e os biotita-ortognaisses (PIg1c). AFigura 2 mostra o mapa geológico do mu-nicípio de Brejinho com a distribuição es-pacial das principais unidades geológicas.
Devido a uma maior participaçãodo meio fissural, caracterizado por ser for-mador de sistemas aqüíferos anisotrópicose heterogêneos, elaborou-se um mapa defraturas, aplicando-se o método da “TramaDensa” na interpretação da Imagem doRadar, escala 1:100.000.
O mapa de fraturas indica, comouma orientação preliminar, uma diferencia-ção da permeabilidade no meio fissuralatravés do grau de fraturamento que variade um lugar para outro (Figura 3). As por-ções Central e Leste do município, naspartes mais baixas dos cursos do rio Pajeúe riacho do Belém, são mais permeáveis,por apresentarem uma maior densidade defraturas. Por outro lado, por estarem asso-ciadas a ordens de drenagem 2 e 3, apre-sentam condições relativamente favoráveisà recarga dos aqüíferos fraturados naque-las áreas.
Estudo Hidrogeológico Sucinto Para a Locação de Poços nas Localidades de São Joaquim e Mussambê-Brejinho/PE
CPRM/FNS 5
Figura 2 - Mapa Geológico do Município de Brejinho Geologia: Scheid & Ferreira (1991)
Biotita-gnaisses, cinza escuros, i n te r c a la ç õ e s d e ca lcá r io , m e t a g a b r o s , r o c h a s calcissilicáticas e vulcanogênicas
670 675 680 685 690 695
0 1 2 3 4 Km
9 2 0 0
9195
9190
9185
9180
T q d l
Tqdl
Tqdl
Tqdl
Tqdl
Tqdl
TQdl
Psg2b P s g 3 a
Plg1a
Plg1c
Plg1cPlg1c
Plg1c Plg1cPlg1c
Plign
Psg2b
Psg2b
TQdl
Tqdl
N
C o n ta to
Contato provável
Falha
Cidade de Brejinho
Zona de cisalhamento
Convenções
TQdl Coberturas elúvio-coluviais com o c a s i o n a i s n í v e i s conglomeráticos
Plg1c
Plg1a
Plign
Psg3a
Psg2b Biotita-sienogranito, biotita- monzogranito e granodiorito porfiríticos, granulação média a fina, cor cinza escuro, foliação milonítica com fenoclastos de microclina
B i o t i t a - m o n z o g r a n i t o s e gra nod io r i t os por f i r í t i co s, granulação média a grosseira, cor cinza claro
B i o t i t a - o r t o g n a i s s e d e granulação fina a média, com-composição sieno a monzo-granítica
B io t i ta -a u g en o r to gn a isse , granulação média a grosseira, c o m p o s i ç ã o s i e n o a monzogranítica, com porfiro-blastos de feldspato
Brejinho
Estudo Hidrogeológico Sucinto Para a Locação de Poços nas Localidades de São Joaquim e Mussambê-Brejinho/PE
CPRM/FNS 6
Figura 3 - Mapa de Fraturas do Município de Brejinho
Legenda
Cidade
Fratura
Localização das áreas
Limite/divisa
Povoado
N670 675 680 685 690 6959200
9195
9190
9185
9180
1 2 3 4 Km
p/ S. Terezinha Brejinho
Brejinho
Mãe D'Água-PB
Santa Terezinha-PE
S. J. do Egito-PE
Itape
tim-P
E
Poveiro Lagoinha
Mussambê
Serrinha
São Joaquim
5 - Hidrogeologia
CPRM/FNS 7
5 - HidrogeologiaA pesquisa da água subterrânea
em rochas cristalinas representa um deli-cado problema da Hidrogeologia, por estu-dar sistemas anisotrópicos e heterogêneos,configurados através de uma fratura ouuma trama de fraturas também denomina-das de condutores hidráulicos. A sua distri-buição em subsuperfície é desordenada e asua existência depende localmente dostipos de esforços que atuaram nas diversaslitologias pré-existentes e das característi-cas físicas no momento em que foramsubmetidas aos esforços.
Quanto à locação hidrogeológica,para se caracterizar uma determinada áreado meio fissural, é preciso se conhecer adensidade de fraturas, os tipos de fraturasque ocorrem, seu grau de conectividade eas características hidráulicas.
O Quadro 1 mostra a relação de12 poços perfurados no município de Breji-nho, com os valores de profundidade, nívelestático, nível dinâmico, vazão, produtivi-dade e resíduo seco.
Quadro 1 - Produtividade e Qualidade da Água em Poços Perfurados no Município de Brejinho
Localidade Prof.(m)
NívelEstático
(m)
NívelDinâmico
(m)
Vazão(Q)
(m³/h)
VazãoEspecif.
(Q/S)(m³/h/m)
ResíduoSeco(mg/l)
Empresa/Ano
Lagoinha 45,10 1,90 16,90 0,51 0,034 - CDRM/89
Placade Piedade 50,00 8,44 37,31 2,61 0,090 1.366 CONESP/82
Sede I - - - - - - DEPA/70
Sede II - - - - - - DEPA/73
Sede III 23,00 4,00 19,00 1,30 0,086 - CISAGRO/79
Sede IV 36,00 8,00 18,00 3,00 0,300 - CONESP/79
Serraria 60,00 12,00 54,00 6,19 0,147 1.248 CONESP/80
Serrinha I 53,00 1,00 42,00 0,18 0,004 - CONESP/79
SítioBrejinho 30,00 3,00 8,00 7,50 1,500 1.768 CDRM/70
SítioBrejinho 24,70 2,85 7,14 10,58 2,466 - CDRM/87
SítioBrejo S. Tomé 62,00 6,00 11,00 4,00 0,800 - CISAGRO/79
SítioBrejo S. Tomé 36,00 3,00 30,00 0,50 0,018 - CISAGRO/79
Fonte dos Dados: Sistema de Informações de Águas Subterrâneas do Departamento de Recursos Naturais da SUDENE.
Estudo Hidrogeológico Sucinto Para a Locação de Poços nas Localidades de São Joaquim e Mussambê-Brejinho/PE
CPRM/FNS 8
Figura 4 - Distribuição da Vazão Específica de Poços em Gráfico de Probabilidade
Para um elenco de 10 poços previ-amente selecionados, a produtividade dospoços perfurados em rochas cristalinas nomunicípio de Brejinho revela uma medianade 0,175 m³/h/m (Figura 4), o que corres-ponde para um rebaixamento consideradode 25 m à uma vazão média de 4,375 m³/h,o que pode ser considerado significativopara o meio fissural da região nordesteoriental.
Os maiores valores foram obtidosem dois poços nas localidades de SítioBrejinho (2,466 m³/h/m e 1,5 m³/h/m), umem Sítio Brejo de Tomé com vazão especí-fica de 0,8 m³/h/m, e outro na cidade deBrejinho com 0,3 m³/h/m. Os menores re-sultados se referem aos poços perfuradosnas localidades de Serrinha com vazãoespecífica de 0,004 m³/h/m, e Sítio BrejoSão Tomé com 0,018 m³/h/m.
A qualidade da água das rochascristalinas a partir dos resultados de ape-nas três análises químicas, revela umapotabilidade medíocre para o consumohumano. Os resíduos secos apresentamvalores que se situam entre 1.248 mg/l a1.768 mg/l.
Os aqüíferos intergranulares repre-sentados pelas Coberturas Elúvio-Coluviais, são do tipo livre. A recarga éprocessada através da infiltração direta daschuvas. Não há evidências de exutóriosnas áreas na data visitada (15.12.98) e adensidade de poços neste sistema aqüíferoé muito baixa.
Informações obtidas de nove poçosperfurados no município de Santa Terezi-nha, vizinho, a Oeste de Brejinho, revelauma profundidade média de 11 m, mínima
y = -0,51.log(x) + 2,16R2 = 0,8056
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
0 1 10 100 1000
Probabilidade Acumulada (%)
Vazã
o Es
pecí
fica
(m3 /h
/m)
50
M
Média = 0,159 m3/h/m Mediana = 0,043 m3/h/m Desvio Padrão = 0,304 m3/h/m Mínimo = 0,002 m3/h/m Máximo = 1,299 m3/h/m
Estudo Hidrogeológico Sucinto Para a Locação de Poços nas Localidades de São Joaquim e Mussambê-Brejinho/PE
CPRM/FNS 9
de 5 m e máxima de 15 m. Em posiçãosotoposta a estas coberturas ocorrem asrochas cristalinas de porosidade secundá-ria, cuja circulação da água está intrinse-camente ligada às suas fraturas que sãoalimentadas indiretamente pelas águasdestes sedimentos, em um movimentovertical de cima para baixo.
O período seco em Brejinho, nor-malmente de 7 a 8 meses, se prolongou noano de 1998, caracterizando-se como umano seco e resultando em uma infiltração(recarga) desprezível nos sedimentos dasCoberturas Elúvio-Coluviais que, ressalte-se, são de baixa permeabilidade se consi-derarmos a sua litologia constituída deareias de granulação fina com fração mé-dia, contendo níveis argilosos. Apesar denão se ter executado um estudo hidrogeo-lógico no período mínimo de 12 meses comchuvas normais, como requer o problema,foi observado todavia, que os poços manu-ais visitados encontravam-se secos.
O poço situado no Sítio Brejinho,com profundidade de 12,70 m apresenta-se
totalmente seco. Por outro lado, há evidên-cias de marcas do nível estático à profun-didade de 7 m, existentes nas paredesinternas do poço, o que evidenciaria umaespessura saturada de 5,70 m; isto quandonão houve prolongamento do período seco.
A explotação da água subterrâneadestas coberturas é efetuada predominan-temente por um pequeno número de poçosmanuais existentes, com profundidadesmáximas de 13m. Por estes aspectos, ospoços tubulares perfurados em tais cober-turas apresentam-se com baixa produtivi-dade, em razão das limitações morfológi-cas e de caráter granulométrico (permeabi-lidade).
Existe em Lagoa do Mizael, próxi-mo ao limite Oeste do município de Breji-nho, um poço tubular perfurado pela EMA-TER, no ano de 1990, com profundidade de41 m, revelando um valor de produtividadebaixo, de 0,011 m³/h/m, o que correspondea uma vazão de 0,275 m³/h para um rebai-xamento de 25 m.
6 - Área de São Joaquim
CPRM/FNS 10
6 – Área de São Joaquim6.1 Localização
A localidade de São Joaquim situa-se na porção Noroeste do município deBrejinho, à 9 km para Noroeste da sede domunicípio. O acesso é possível através daestrada que liga Brejinho à Santa Terezi-nha em trecho de 5 km e, a partir daí, emuma estrada secundária para Norte empercurso de 4 km até atingir a área de SãoJoaquim. Pode ser localizada pelas coor-denadas 9.191.000km N e 683.800 km E.
6.2 Geologia
São Joaquim situa-se em uma cotade 804 m. A base física de São Joaquimestá assentada nas Coberturas Elúvio-Coluviais (TQdl), cuja área total no municí-pio é de aproximadamente 24 km². Os se-dimentos acham-se representados, emsuperfície, através de tabuleiros e mesetascom altitudes que variam de 800 m a830 m. Sua espessura máxima é de 13 m eapresenta litologia arenosa de granulome-tria fina com fração média e níveis argilo-sos. Em situação sotoposta a estes sedi-mentos ocorrem, discordantes, os biotita-sienogranitos e biotita-monzogranitos degranulação média a fina, cor cinza escura,do Proterozóico Superior (PSg2b).
6.3 Aspectos Hidrogeológicos
As coberturas elúvio-coluviais, so-bre as quais situa-se a localidade de SãoJoaquim, representam um aqüífero do tipolivre com espessura máxima de 13 m. Suarecarga é processada através da infiltração
direta das chuvas que revelam uma médiapluviométrica anual de 542 mm/ano (perío-do 1914 - 1985), com distribuição irregulardurante o ano (70% concentram-se nosmeses de fevereiro, março, abril e maio.
O período seco, que normalmenteé de 7 a 8 meses, prolongou-se no ano1998. Os poços manuais existentes nestaárea não apresentam registros de nívelestático, embora tenham sido constatadasmarcas de nível estático com profundida-des de 7 m, como aconteceu em poço ma-nual com profundidade de 12,70 m exis-tente em São Joaquim, o que evidenciariauma espessura saturada de 5,7 m.
A perfuração de um poço tubularem São Joaquim tem como fundamentotécnico captar água das fraturas que pos-sam ocorrer nas rochas cristalinas (PSg2b)e que são alimentadas a partir dos sedi-mentos permeáveis das coberturas elúvio-coluviais.
6.4 Locação do Poço
A locação do poço a ser perfuradoem São Joaquim acha-se materializada emcampo através de um piquete encravadoem terreno do Sr. Pedro Teixeira de Car-valho.
O poço a ser perfurado deverá terprofundidade máxima de 50 m e tem comoobjetivo, mesmo sabendo que sua produti-vidade é previsivelmente baixa, amenizar ocrucial problema de abastecimento d’águaem São Joaquim.
7 - Área de Mussambê
CPRM/FNS 11
7 – Área de Mussambê7.1 Localização
A localidade de Mussambê situa-sea 7 km ao Sul da cidade de Brejinho. Oacesso a sua base física é possível atravésda estrada que liga Brejinho à São José doEgito em trecho da BR-110, onde situa-se oSítio Caldeirão, onde foram realizados osestudos complementares de campo para alocação do poço.
7.2 Geologia
Os terrenos do Sítio Caldeirão sãoconstituídos de granitos e granodioritos degranulação média a grosseira com profiro-blastos, do Proterozóico Superior (PSg3a).Possui a área baixo grau de fraturamentosendo observadas nos estudos de campo,fraturas com direções N45W e N-S. A áreaestudada caracteriza-se por apresentaruma baixa permeabilidade, quando compa-radas com áreas situadas ao norte, con-forme mostra o mapa de fraturas do muni-cípio de Brejinho (Figura 3).
7.3 Aspectos Hidrogeológicos
Nos terrenos de Mussambê pre-dominam os aqüíferos fissurados de poro-sidade secundária, onde a circulação e oarmazenamento da água são processadosatravés das fissuras ou condutores hidráu-licos de suas rochas cristalinas. Estas fratu-ras são alimentadas diretamente a partir daágua das chuvas, cuja pluviometria médiaanual é de 542mm/ano, onde 70% do totalconcentra-se nos meses de fevereiro, mar-ço, abril e maio, ou indiretamente receben-do as águas das aluviões sobrejacentes aestes aqüíferos, e que não estão repre-sentados no mapa geológico de escala
1:100.000, em razão da largura pouco ex-pressiva.
Embora tenha-se conhecimentoque no município de Brejinho a produtivi-dade dos poços tubulares no meio fissuralapresenta uma mediana de 0,119 m³/h/m(2,975 m³/h), é de se esperar que na áreado Sítio Caldeirão a vazão específica sejaum pouco inferior a esta média registrada,devido apresentar a área em tela um baixograu de fraturamento e, conseqüentementeuma menor permeabilidade em relação asoutras áreas citadas.
7.4 Locação do Poço
A locação de poço efetuada no Sí-tio Caldeirão foi fundamentada, a nível deescritório, a partir da interpretação do mapageológico, fraturas, e no caráter da drena-gem segundo a ordem de seus cursosd’água, e, em seguida verificação no cam-po, através da identificação dos principaislitótipos existentes e de estruturas favorá-veis à circulação e armazenamento daágua subterrânea, bem como de sua asso-ciação com a declividade do terreno e or-dens de drenagem.
O ponto escolhido para a perfura-ção do poço está indicado em campo atra-vés de um piquete encravado no terreno depropriedade do Sr. Donato. Este poço temcomo objetivo captar água das fraturas dedireções N45W e N-S identificadas na área,através de um poço tubular com profundi-dade máxima de 50m. A água deverá pos-suir potabilidade medíocre, com resíduoentre 1.000 mg/l a 2.000 mg/l. A vazãoespecífica deverá situar-se abaixo da mé-dia obtida para os poços perfurados nomunicípio, que é de 0,175 m³/h/m(4,37 5m³/h).
8 - Conclusões
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8 -As áreas de São Joaquim e Mus-
sambê (Sítio Caldeirão) acham-se situadasem dois cenários hidrogeológicos distintos.São Joaquim apresenta como alternativa acaptação de água das fraturas de rochascristalinas que situam-se em posição inferi-or às Coberturas Elúvio-Coluviais que, porsua vez, apresentam feições morfológicasnão muito favoráveis e litologia com gra-nulometria fina com fração média e níveisargilosos.
Na área de São Joaquim a alterna-tiva é a perfuração de um poço tubular paracaptar água de prováveis fraturas que são
alimentadas pelas coberturas em um mo-vimento vertical de cima para baixo. A suaprodutividade deverá ser baixa.
A área de Mussambê (Sítio Caldei-rão), constituída de rochas cristalinas apre-sentou, como alternativa, a perfuração deum poço tubular com profundidade máximade 50m à captar água das fraturas dosgranitos e granodioritos (PSg3a).
A produtividade não deverá serelevada, em razão da baixa permeabilidadeda área, e que pode ser evidenciada nomapa de fraturas (Figura 3).
9 - Referências Bibliográficas
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9 – Referências Bibliográficas
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