PROGRAMA JOVEM CIDADÃO SERVIÇO CIVIL VOLUNTÁRIO ...Jovem Cidadão - Serviço Civil Voluntário...

CONVÊNIO DIEESE / SERT-SP

Projeto de Acompanhamento dos Programas Públicos de Emprego e Renda e Manutenção

de Base de Dados sobre Mercado de Trabalho no Estado de São Paulo

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO

SERVIÇO CIVIL VOLUNTÁRIO

- RELATÓRIO DE PESQUISA -

Agosto de 2.000

DIEESE

SUMÁRIO

Apresentação 1

1 Introdução 2

2 Metodologia 8

3 Perfil dos Participantes do Programa Jovem Cidadão – Serviço Civil Voluntário 10

3.1 Grau de Escolaridade e Freqüência à Escola 18

3.2 Os Jovens no Mercado de Trabalho 21

3.3 Padrão de Vida 27

4 Participação no Curso 38

5 Conclusões 42

Anexos 43

PROJETO DE ACOMPANHAMENTO DE PROGRAMAS DE GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA – RELATÓRIO 1

DIEESE

APRESENTAÇÃO

Este relatório faz parte do Projeto de Acompanhamento dos Programas de Emprego e

Renda e de Manutenção de Bases de Dados sobre Mercado de Trabalho no Estado de

São Paulo, realizado através do contrato SERT/DIEESE para a construção de

indicadores que possibilitem acompanhar as políticas públicas orientadas para o

mercado de trabalho.

O tema aqui focalizado é o Programa Jovem Cidadão - Serviço Civil Voluntário. Serão

apresentados os resultados obtidos através da análise das informações coletadas entre

os beneficiários da primeira turma participante, com a finalidade de traçar o perfil

desses jovens e conhecer seus interesses.

O objetivo que se coloca é o de contribuir para o constante aprimoramento do

programa, possibilitando que os formuladores possam avaliar, entre outras questões, se

o público que dele participou corresponde ao que se queria atingir e se as expectativas

desse público estão contempladas pelo conteúdo do programa.

PROJETO DE ACOMPANHAMENTO DE PROGRAMAS DE EMPREGO E RENDA – RELATÓRIO 1 2

DIEESE

1) INTRODUÇÃO As sociedades contemporâneas passam por profundas transformações e vêm

enfrentando, de diversas formas, graves problemas relacionados ao emprego e à

exclusão social. No caso brasileiro, a exclusão é herança social já antiga, que as atuais

tendências vêm agravar.

O emprego é, por sua vez, um dos elementos chave na inserção social dos indivíduos.

No entanto, as mudanças nas estruturas produtivas, na forma de gestão do trabalho e o

incremento da competitividade setorial e entre as empresas vêm apontando para um

modelo de desempenho econômico baseado na poupança de postos de trabalho. Assim,

tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, as taxas de

desemprego iniciaram uma trajetória ascendente que não apresenta sinais de reversão no

curto prazo.

O mercado de trabalho passa, também, por mudanças qualitativas no que se refere à

qualificação profissional e à qualidade dos postos de trabalho. Novas exigências

educacionais e de formação profissional são incorporadas, assim como desenvolvem-se

expectativas de desempenho multiprofissional por parte dos trabalhadores. Por outro

lado, a flexibilização procura atingir também as relações de trabalho, com flexibilização

dos direitos trabalhistas previstos por legislação ou por contratação direta entre as

partes, como trabalho temporário, a tempo parcial, remuneração variável, flexibilização

da jornada e rescisão temporária do contrato de trabalho, entre outros.

Desta maneira, as altas taxas de desemprego e as novas exigências de qualificação,

somadas à precariedade da proteção social e à insuficiência das iniciativas de

qualificação e formação profissional, vêm aumentar ainda mais os níveis de exclusão

social, agregando expressivas parcelas de trabalhadores.

É este o cenário onde se desenvolvem, em todo o mundo e também no Brasil, as

iniciativas públicas e dos atores sociais na direção do enfrentamento desses problemas.

Na sociedade, entidades representativas dos trabalhadores, organizações não

governamentais e entidades empresariais desenvolvem suas ações. Na esfera pública,

são programas e políticas ligados à criação de empregos, geração e garantia de renda e

educação e formação profissional.


DIEESE

A Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo desenvolveu,

entre outras ações, o Projeto Jovem Cidadão - Serviço Civil Voluntário, visando atingir

jovens que buscam ampliar horizontes profissionais. Sem trabalhar com a escolaridade

formal, este projeto resgata junto a jovens de baixa renda e baixa escolaridade, noções

de cidadania e de direitos humanos, programas de prevenção contra o uso de drogas,

aulas de apoio a formação profissional, além de estimular o trabalho destes cidadãos

junto à comunidade em que vivem.

O Programa Jovem Cidadão – Serviço Civil Voluntário foi realizado no período de

agosto a dezembro de 1999, abrangendo os municípios de Aguaí, Bauru, Bertioga,

Cajamar, Franco da Rocha e São Paulo. Os objetivos a serem atingidos podem ser

resumidos abaixo:

• despertar em cada jovem participante os valores de cidadania e solidariedade e

construir competências,

• ofertar cursos de qualificação profissional, estimulando a criatividade, a iniciativa e

o espírito empreendedor de cada participante,

• desenvolver ações voluntárias junto às comunidades dos jovens e a grupos

específicos envolvidos nos programas governamentais e não governamentais,

• buscar a inserção no mercado de trabalho após o término do Serviço Civil

Voluntário, em diferentes alternativas tais como cooperativas, trabalho autônomo,

assalariado, conta própria, micro e pequenos empresários, etc,

• elaborar uma Agenda Local para cada município.

O público alvo deste programa foram jovens entre 17 e 19 anos, que possuíssem baixa

renda familiar, apresentassem defasagem entre idade e o grau de escolaridade e

tivessem sido dispensados do serviço militar.

Como estímulo à participação, e a título de ajuda de custo, os participantes tiveram

direito a uma bolsa mensal de R$ 60,00 (sessenta reais) durante o período de realização

dos cursos. Contaram, também, com um seguro contra acidentes, vale-transporte e

lanches durante as aulas e eventos do curso. O recebimento da bolsa mensal esteve


DIEESE

vinculado à freqüência dos alunos nas atividades do projeto, com limite máximo de

quatro faltas ao mês.

O curso oferecido possuía uma carga total de 500 horas, sendo dividido em três

módulos. O conteúdo de cada módulo e a carga horária estão elencados abaixo:

QUADRO 1 GRADE DE ATIVIDADES DOS CURSOS DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO

TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

ITENS HABILIDADES

BÁSICAS

HABILIDADES

ESPECÍFICAS

HABILIDADES

DE GESTÃO

Objetivo Curso de apoio à formação básica

Cursos de apoio à formação profissional

Treinamento em serviço comunitário

Disciplinas e carga horária

Comunicação e Expressão – 44 horas

Informática – 100 horas dividido em: • Windows – 16 horas • Word – 36 horas • Excel – 36 horas • Power Point – 8 horas • Revisão Final- 4 horas

Realização de pesquisas e eventos em locais como feiras, mostras, distribuição de material informativo, participação em campanhas e prestação de serviço voluntário nas comunidades.

Introdução ao Pensamento Lógico Matemático – 16 horas

Educação em Direitos Humanos – 40 horas

Educação Sexual – 28 horas

Prevenção ao uso indevido de drogas – 20 horas

Capacitação Gerencial Básica – 40

horas

Total de Horas 148 horas 140 horas 212 horas

Fonte: ÁGORA


DIEESE

O programa foi executado pela ÁGORA, instituição sem fins lucrativos, em parceria

com associações e/ou movimentos comunitários de inserção relevante nas localidades

onde o projeto foi realizado. Estas associações e/ou movimentos comunitários

participaram de todo o processo, desde a fase de preparação para o início das aulas, com

a realização das matrículas, convocações e orientação dos jovens para o curso de

informática. Além disso, disponibilizaram um local para a realização das aulas e

auxiliaram a organização e a implantação das atividades do curso de Habilidades de

Gestão.

As Associações foram indicadas pelo Centro de Integração da Cidadania – CIC e pela

Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho – SERT, que, juntas, preencheram 1.290

vagas. As demais vagas foram completadas por jovens de Bertioga (50 jovens), FEBEM

da Liberdade Assistida – LA ( 120 jovens), do SOS Criança de Aguaí (180 jovens) e de

Bauru (360 jovens).

No quadro 2, pode-se visualizar a relação final das entidades parceiras e o número de

alunos participantes do projeto:


DIEESE

QUADRO 2 ALUNOS DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO ENTIDADES E REGIÃO GEOGRÁFICA


ENTIDADE ALUNOS ZONA NORTE

Associação de Moradores da Vila Carbone 32 Clube de Mães Ordem e Progresso 30 Mosobe – Movimento Social Beneficente 35 Obra Missionária Beneficiente Santo Expedito (com vale verde) 33 Associação Vida Esperança 31 Total Zona Norte 161

ZONA OESTE Casa de Fraternidade e Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas 31 Sociedade Amigos do Jardim Vivian (com capela N. Sra. Aparecida, pequeno Polegar) 30 Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (com Santo Dias, Pastoral e Conselho Tutelar) 34 Organização dos Moradores de Pirituba 31 Total Zona Oeste 126

ZONA SUL Casa de Cultura São Luiz 29 Movimento de Moradia do Jardim São Luiz e Adjacências 99 Projeto Cio da Terra 26 Sociedade Amigos de Bairro e Agrupados 64 União dos Moradores da Comunidade Sete de Setembro (Circo Escola – Grajaú) 62 Conselho Comunitário de Educação, Cultura e Ação Social de Itapecerica da Serra 61 Centro Comunitário Jardim Autódromo 31 Sociedade Santos Mártires 26 Total Zona Sul 398

ZONA LESTE Ação Comunitária Tiradentes 36 Comunidade Kolping São Francisco Guaianazes 35 Sociedade Amigos do Jardim Lapena 30 Sociedade Amigos do Jardim Morgante 29 Associação Beneficente José do Patrocínio 28 Espaço Cultural Pantanal (com Mutirão Vila Mara) 32 Sociedade Amigos de Vila Mara, Jardim Maia e Vilas Adjacentes 29 Grupo de Mulheres Solidárias Osani Lin 33 Clube de Mães Raios de Luar (com associação Federativa de Entidades e Clube de Mães) 34 EPS- Escola de Profissionais Salasiano- Obra Social Dom Bosco 57 SAEM – Sociedade Amigos de Ermelino Matarazzo 52 UMVASA- União dos Moradores das Vila Antônio dos Santos, União e Adjacências 61 Associação de Guaianazes Vanmel 32 Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado Moreira 29 Itaquera II 30 Total Zona Leste 547 MUORC – Cajamar 189 BERTIOGA 50 ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE FRANCO DA ROCHA 28 AGUAÍ 172 BAURU 326 TOTAL DE PARTICIPANTES 1.997

Fonte: ÁGORA


DIEESE

Dos quase 2.000 alunos que iniciaram este programa, 218 não chegaram ao final do

curso. Dentre as razões apuradas pela entidade executora - ÁGORA, destacam-se que

36% destes jovens encontraram um novo trabalho, 7% não demostraram ter interesse

em prosseguir o programa, 2% apresentaram problemas de saúde, 1% teve problemas

familiares e 49% dos jovens desistentes não declararam o motivo de sua saída do curso.

De posse das informações iniciais sobre o Projeto Jovem Cidadão - Serviço Civil

Voluntário, é possível iniciar a descrição do perfil dos participantes deste programa,

para conhecer suas características pessoais, o padrão de vida familiar, sua situação no

mercado de trabalho, suas expectativas quanto ao futuro profissional e a avaliação sobre

o programa.

2) METODOLOGIA

Para a análise das informações coletadas entre os jovens que participaram do Programa

Jovem Cidadão - Serviço Civil Voluntário adotaram-se alguns procedimentos

metodológicos. No total, foram utilizados 1.909 questionários preenchidos pelos

próprios participantes, fornecidos pela SERT/SP para este trabalho.

Para a caracterização dos jovens, foram considerados os seguintes blocos de questões,

que serão tratados separadamente:

a) Características Pessoais

• idade

• sexo

• estado civil

• raça

• deficiências (física ou mental)

• município de moradia

• município de origem

• procedência (urbana ou rural)


DIEESE

b)Vida Profissional

• situação de escolaridade

• situação no mercado de trabalho

• ramo de atividade do trabalho anterior

c) Padrão de Vida

• posição na família (responsável ou não pelo sustento)

• rendimento individual e familiar

• número de membros da família

d) Sobre o Curso

• contato com o curso

• forma de encaminhamento

• expectativas com relação ao curso

As informações dos questionários foram processadas e realizada a tabulação dos dados

relevantes para traçar o perfil grupo e fornecer elementos para a avaliação do alcance do

programa em relação ao público alvo.

A codificação, processamento, tabulação e análise das fichas foram também uma

oportunidade de avaliar seu preenchimento e também para elaborar sugestões visando

seu aprimoramento.

Durante todo o processo de pesquisa revelou-se um certo grau de dificuldade dos jovens

para o preenchimento do questionário, resultando em um número significativo de

respostas equivocadas ou ambíguas, além da grande quantidade de questões não

respondidas.

Desta forma, para cada grupo de questões, serão apresentadas as principais

características observadas e, nas notas, apresentadas no final do relatório, estão

relacionados os problemas levantados pela equipe de tabulação dos dados, bem como as

soluções adotadas em cada caso.


DIEESE

3) PERFIL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO – SERVIÇO CIVIL

VOLUNTÁRIO

Segundo suas características pessoais, o grupo analisado é composto, na quase

totalidade (90%), por jovens com idade entre 18 e 19 anos e, embora uma das

exigências para o ingresso no curso fosse que o candidato tivesse nascido no ano de

1980, cerca de 10% dos participantes informaram idade superior ou inferior à

estipulada.

Tabela 1

PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR IDADE TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

IDADE TOTAL % Menos que 18 anos 50 2,6 18 anos 734 38,5 19 anos 980 51,3 Mais que 19 anos 140 7,3 Não declarado 5 0,3 Total 1.909 100,00

Fonte: SERT-SP Elaboração: DIEESE

GRÁFICO 1 DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR IDADE


2 ,6 %

3 8 ,4 %

5 1 ,3 %

7 ,3 %0 ,3 %

M e n o s q u e 1 8 a n o s 1 8 a n o s 1 9 a n o s M a is q u e 1 9 a n o s N ã o d e c la ra d o



DIEESE

Quanto ao sexo, há uma participação bastante equilibrada de homens e mulheres, com

ligeira superioridade do sexo masculino, que conta com 52% dos participantes, contra

48% do sexo feminino.

TABELA 2

PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR SEXO TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

SEXO TOTAL % Masculino 1.000 52% Feminino 909 48% Total 1.909 100% Fonte: SERT-SP Elaboração: DIEESE

GRÁFICO 2DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA

JOVEM CIDADÃO, POR SEXOTURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

Masculino52%

Feminino48%


O estado civil mais freqüente entre esses jovens é solteiro: aproximadamente 85% assim

se declaram. Foram observados ainda, 53 pessoas casadas e 6 divorciados.


DIEESE

TABELA 3 PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR ESTADO CIVIL


Estado Civil Total % Solteiro 1.619 84,8 Casado 53 2,8 Divorciado 6 0,3 Outros 77 4,0 Não declarado 154 8,1 Total 1.909 100,0



JOVEM CIDADÃO, POR ESTADO CIVILTURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

84,8%

2,8%

0,3%

4,0%

8,1%

Solteiro Casado Divorciado Outros Não declarado

Fonte: SERT-SP

Elaboração: DIEESE

No que se refere à raça/cor, há predominância de brancos, que compõem quase metade

do grupo (42,4%), seguidos pelos pardos, com 33,5% e pelos negros, com 16,9% (ver

Anexo 1). São muito poucos os que se declaram da raça/cor amarela ou da indígena

(cerca de 1% em cada).


DIEESE

TABELA 4

PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR RAÇA/COR TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

Raça /Cor Total %

Branca 810 42,4 Amarela 22 1,2 Parda 639 33,5 Negra 323 16,9 Indígena 21 1,1 Não Declarado 85 4,5 Não informaram 9 0,5 Total 1.909 100,0 Fonte: SERT-SP Elaboração: DIEESE

GRÁFICO 4 DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR RAÇA/COR


Branca42,4%

Amarela1,2%

Parda33,5%

Negra16,9%

Indigena1,1%

Não Declarado4,5%

Não informaram0,5%

Fonte: SERT-SP


Não se constitui como característica do grupo a ocorrência de deficiências físicas ou

mentais, dado que apenas 7% dos jovens responderam afirmativamente a essa questão.

Desses, cerca de 6% declararam ter problemas de visão. Todas as outras deficiências

apontadas tiveram ocorrência inferior a 0,6%. (ver Anexo 2).


DIEESE

TABELA 5

DEFICIÊNCIAS MENTAIS E/OU FÍSICAS APRESENTADAS

PELOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO


Deficiência nº % Visão 110 5,8 Audição 2 0,1 Fala 6 0,3 Locomoção 3 0,2 Mental 1 0,1 Visão e Audição 3 0,2 Visão e Mental 1 0,1 Visão e Outras 2 0,1 Outras 12 0,6 Não possui ou não declarou 1.769 92,7 Total 1.909 100,0 Fonte: SERT-SP Elaboração: DIEESE

Quanto ao município de moradia da população pesquisada, cerca de 70% residem na

região administrativa de São Paulo e, desses, quase 80% são do município de São Paulo.

O restante do grupo distribui-se pelas regiões administrativas de: Bauru (18,02%),

Campinas (8,91%) e Santos (2,78%).

TABELA 6 PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO,

SEGUNDO MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

MUNICÍPIOS TOTAL % Região Administrativa de Campinas (1) 170 8,9 Região Administrativa de Bauru (2) 344 18,0 Região Administrativa de Santos (3) 53 2,8 Região Administrativa de São Paulo: 1342 70,3 Cajamar/ Santana do Parnaíba 172 9,0 Franco da Rocha 27 1,4 Itapecerica da Serra 54 2,8 São Paulo 1065 55,8 Outros Municípios 24 1,3 Total 1.909 100,0

Fonte: SERT-SP Elaboração: DIEESE Notas: (1) Aguaí e Jundiaí (2) Bauru, Agudos, Pederneiras e Piratininga (3) Bertioga, Guarujá e Santos

PROJETO DE ACOMPANHAMENTO DE PROGRAMAS DE EMPREGO E RENDA – RELATÓRIO 1

14

DIEESE

GRÁFICO 5

DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO A RESIDÊNCIA POR REGIÃO ADMINISTRATIVA


8,9%

18,0%2,8%

70,3%

Região Administrativa de Campinas Região Administrativa de Bauru

Região Administrativa de Santos Região Administrativa de São Paulo


GRÁFICO 6 DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO RESIDENTES

NA REGIÃO ADMINISTRATIVA DE SÃO PAULO, SEGUNDO MUNICÍPIOSTURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

12,8%2,0%4,0%

79,4%

1,8%

Cajamar/ Santana do Parnaíba Franco da Rocha

Itapecerica da Serra São Paulo

Outros Municipios

Fonte: SERT-SP


A grande maioria dos jovens não migrou (ver Anexo 3) de um município para outro no

último ano e são raríssimos os casos de pessoas oriundas da zona rural: menos de 2%.

Também é pequena a proporção de entrevistados nascidos fora do estado de São Paulo

(cerca de 15%).


DIEESE

TABELA 7

PROCEDÊNCIA DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

PROCEDÊNCIA TOTAL % Urbana 1.448 75,9 Rural 34 1,8 Não Declarados 427 22,4 Total 1.909 100,0 Fonte: SERT-SP


G RÁ F IC O 7 – D IS T R IB UIÇ ÃO D O S P ART IC IP A N T ES D O P RO G RAM A J O V EM C ID A D ÃO , S EG U N D O A P RO C ED ÊN C IA

T URM A D E A G O S T O A D EZEM B RO D E 1 9 9 9

Urbana75 ,9%

Rura l1 ,8%

Não Dec la rados22 ,4%

Fonte: SERT-SP



DIEESE

TABELA 8 LOCAL DE NASCIMENTO DOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR UNIDADE DE FEDERAÇÃO

Turma de agosto a dezembro de 1999

ESTADO TOTAL % AL 19 1,00 BA 86 4,50 CE 15 0,79 DF 1 0,05 ES 2 0,10 GO 3 0,16 MA 7 0,37 MG 37 1,94 MS 2 0,10 MT 1 0,05 PA 5 0,26 PB 8 0,42 PE 41 2,15 PI 18 0,94 PR 24 1,26 RJ 8 0,42 RN 7 0,37 RS 1 0,05 SC 1 0,05 SE 1 0,05 SP 1.563 81,88 Não Declarado 59 3,09 Total 1.909 100,00


3.1) Grau de Escolaridade e Freqüência à Escola

Aproximadamente 60% dos jovens entrevistados declaram estar estudando atualmente.

No entanto, um numero expressivo (cerca de 28%) não estuda, apesar da idade da

maioria dos participantes ser compatível com a freqüência à escola.

GRÁFICO 8DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO,

SEGUNDO FREQÜÊNCIA À ESCOLATURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

Estudam61,3%

Não estudam28,3%

Não declarado10,3%



DIEESE

Quanto ao grau de escolaridade, é bastante equilibrada a participação dos que têm o

antigo ginásio (entre a 5ª e 8ª série do ensino fundamental) e o colégio (ensino médio):

49% e 46% respectivamente.

GRÁFICO 9 – DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO GRAU DE ESCOLARIDADE


1,7% 49,6%

46,1%

2,6%

Primário Ginásio Colegial Não declarado

Fonte: SERT-SP


Dos que afirmam ter concluído alguma das séries do ensino fundamental, menos de 4%

situam-se entre a 1ª e a 4ª série; 45,1%, entre a 5ª e a 7ª e 51,5% respondem que o

concluíram.


JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO SÉRIE CONCLUÍDA NO ENSINO FUNDAMENTAL


8º série51,5%

5º a 7º série45,1%

1º a 4º série3,4%

Fonte: SERT-SP



DIEESE

No caso do ensino médio, 15,2% dizem que cursaram o 1º ano; 3,0%, o 2º ano e 75,8%

que o concluíram.

GRÁFICO 11 DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO SÉRIE CONCLUÍDA NO ENSINO MÉDIO


1º série15,2%

2º série3,0%

3º série75,8%

ND6,1%

Fonte: SERT-SP


Quanto ao tipo de curso, a maioria dos informantes (74%) declarou ter feito o ensino

regular, 11,5% supletivo e apenas 2,3%, curso profissionalizante.

GRÁFICO 12DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM

CIDADÃO, SEGUNDO TIPO DE ENSINOTURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

Regular74,2%

Supletivo11,5%

Profissionalizante2,3%

Não declarado12,1%

Fonte: SERT- SP Elaboração: DIEESE


DIEESE

3.2) Os Jovens no Mercado de Trabalho

As informações relativas ao trabalho apresentaram problemas quanto à formulação das

perguntas.(ver Anexo 5)

Entretanto, foi possível verificar que quase a totalidade do grupo (95%) afirma não estar

trabalhando. Destes, 43% declaram “nunca ter trabalhado - procura o primeiro

emprego” e 48%, estarem desempregados. Todas as outras alternativas (exceto “não

declarado”) apresentam percentuais inferiores a 1,5%, o que demonstra que, para a

grande maioria, o fato de não estar trabalhando é alheio à sua vontade.

Trabalham3,8%

Não trabalham95,4%

Não declarado0,8%

GRÁFICO 13 SITUAÇÃO OCUPACIONAL DOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

Fonte: SERT-SPElaboração: DIEESE


DIEESE

TABELA 9 SITUAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO QUE NÃO TRABALHAM


Situação no mercado de Trabalho TOTAL %

Nunca trabalhou - Procura o 1º emprego 783 43,0

Beneficiário do seguro desemprego 17 0,9

Desempregado 874 48,0

Aposentado 0 0,0

Trabalhador autônomo COM registro/contribuição municipal 2 0,1

Trabalhador autônomo SEM registro/contribuição municipal 18 1,0

Microempresário/Produtor rural COM registro em carteira profissional 0 0,0

Microempresário/Produtor rural SEM registro em carteira profissional 0 0,0

Empregado assalariado com registro em carteira profissional 2 0,1

Empregado assalariado sem registro em carteira profissional 24 1,3

Empregado doméstico COM registro em carteira profissional 0 0,0

Empregado doméstico SEM registro em carteira profissional 3 0,2

Profissional liberal COM empregados 1 0,1

Profissional liberal SEM empregados 0 0,0

Trabalhador não remunerado 2 0,1

Cooperado 0 0,0

Autogestionado/cogestionado 0 0,0

Assentado 0 0,0

Não declarado 95 5,2

Total 1.821 100,0

Fonte: SERT- SP


Quando se verifica o tempo de desemprego entre os jovens que detalharam essa

informação, evidencia-se a dramaticidade da situação: mais de 50% dos respondentes

estão desempregados há mais de 9 meses e cerca de 40%, há mais de 12 meses.


DIEESE

TABELA 10

TEMPO DE DESEMPREGO DOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO QUE SE DECLARARAM DESEMPREGADOS


MESES TOTAL % 1 mês 26 2,95 2 meses 54 6,13 3 meses 48 5,45 4 meses 53 6,02 5 meses 38 4,31 6 meses 68 7,72 7 meses 43 4,88 8 meses 65 7,38 9 meses 49 5,56 10 meses 27 3,06 11 meses 15 1,70 12 meses 130 14,76 De 13 meses a 19 meses 65 7,38 De 20 meses a 29 meses 104 11,80 de 30 meses a 38 meses 31 3,52 Mais de 48 meses 14 1,59 Não declarado 51 5,79 Total 881 100,00

Fonte: SERT- SP Elaboração: DIEESE Obs.: Nesta tabela incluiu-se os participantes que não assinalaram se trabalhavam ou não (4 participantes), os que assinalaram que não trabalhavam mas que estavam desempregados (3) e os demais desempregados ( 874 participantes)

Também para os que estão trabalhando a situação é de precariedade, pois a maior parte

(mais de 60%) afirma exercer atividades sem registro em carteira profissional (como

trabalhadores autônomos, empregados assalariados e empregados domésticos). São

raros os casos de trabalhadores registrados, que representam cerca de 14% do total de

jovens que trabalham e de 0,5% do total de entrevistados.


DIEESE

TABELA 11

SITUAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO

NO MERCADO DE TRABALHO


SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO TOTAL %

Nunca trabalhou - procura o 1º emprego 0 0,0

Beneficiário do seguro desemprego 0 0,0

Desempregado 3 4,2

Aposentado 0 0,0

Trabalhador autônomo COM registro/contribuição municipal 0 0,0

Trabalhador autônomo SEM registro/contribuição municipal 21 29,2

Microempresário/Produtor rural COM registro em carteira profissional 0 0,0

Microempresário/Produtor rural SEM registro em carteira profissional 0 0,0

Empregado assalariado COM registro em carteira profissional 9 12,5

Empregado assalariado SEM registro em carteira profissional 20 27,8

Empregado doméstico COM registro em carteira profissional 1 1,4

Empregado doméstico SEM registro em carteira profissional 4 5,6

Profissional liberal COM empregado 0 0,0

Profissional liberal SEM empregado 0 0,0

Trabalhador não remunerado 1 1,4

Cooperado 1 1,4

Autogestionado/cogestionado 0 0,0

Assentado 0 0,0

Não declarado 12 16,7

Total 72 100,0

Fonte: SERT- SP


Em relação aos ramos de atividade nos quais os jovens trabalham ou trabalharam, nota-

se a preponderância de “comércio, alojamento, alimentação, transporte e comunicação”.


DIEESE

TABELA 12 PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO RAMO DE

ATIVIDADE EM QUE TRABALHAM OU TRABALHARAM TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

RAMOS DE ATIVIDADE TOTAL %

Agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca 11 0,6

Indústria extrativista 9 0,5

Indústria de transformação 43 2,3

Outras atividades industriais 62 3,2

Construção civil 106 5,6

Comércio, alojamento, alimentação, transporte e comunicação 335 17,5

Atividades financeiras, securitárias, imobiliárias e serviços prestados à empresa

57 3,0

Administração pública, defesa e seguridade social 10 0,5

Educação, saúde, serviços sociais, coletivos, pessoais e domésticos

92 4,8

Não se aplica 250 13,1

Não declararam 934 48,9

Total 1.909 100,0

Fonte: SERT- SP


Dos que afirmam trabalhar, aproximadamente 24% declaram estar alocados no ramo do

comércio. Aqueles que afirmam não trabalhar, e que mesmo assim, preencheram esse

campo do questionário, provavelmente referindo-se ao trabalho anterior, cerca de 17%

também estavam no ramo comercial. Em seguida, aparece o ramo “construção civil”,

citado nas duas situações.


DIEESE

TABELA 13

PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO RAMO

DE ATIVIDADE EM QUE TRABALHAM E DOS QUE NÃO TRABALHAM


RAMO DE ATIVIDADE TOTAL %

Pessoas que afirmam não trabalhar 1.821 100,0

Agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca 11 0,60 Indústria extrativista 8 0,44 Indústria de transformação 39 2,14 Outras atividades industriais 58 3,19 Construção 100 5,49 Comércio, alojamento, alimentação, transporte e comunicação 316 17,35

Atividades financeiras, securitárias, imobiliárias e serviços prestados à empresa

53 2,91

Administração pública, defesa e seguridade social 9 0,49 Educação, saúde, serviços sociais, coletivos, pessoais e domésticos

86 4,72

Não se aplica 233 12,80 Não declararam 908 49,86 Pessoas que afirmam trabalhar 72 100,0

Indústria extrativista 1 1,39 Indústria de transformação 4 5,56 Outras atividades industriais 4 5,56 Construção 6 8,33 Comércio, alojamento, alimentação, transporte e comunicação 17 23,61 Atividades financeiras, securitárias, imobiliárias e serviços prestados à empresa

3 4,17

Administração pública, defesa e seguridade social 1 1,39 Educação, saúde, serviços sociais, coletivos, pessoais e domésticos

5 6,94

Não se aplica 13 18,06 Não declararam 18 25,00

Fonte: SERT- SP


Por fim, foram raríssimos os entrevistados beneficiários de Programas de Crédito:

menos de 3% responderam a essa questão, sendo que 1,9% indicaram “outros-

financiado pelo FAT”.


DIEESE

TABELA 14

PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO QUE SÃO

BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA DE CRÉDITO, POR TIPO DE PROGRAMA TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

BENEFICIÁRIOS DE PROGRAMA DE CRÉDITO TOTAL %

Proger 4 0,2 Pronaf 8 0,4 Outros (financiado pelo FAT - a ser indicado pelo estado) 36 1,9 Outros (nãofinanciado pelo FAT - a ser indicado pelo estado) 5 0,3 Não declarado 1.856 97,2 Total 1.909 100,0

Fonte: SERT- SP


3.3) Padrão de Vida

De acordo com as informações obtidas, o padrão de vida da população analisada é

extremamente desfavorável.

Em primeiro lugar, cabe destacar a precariedade da renda percebida tanto

individualmente (ver Anexo 6), quanto pela família dos entrevistados, conforme pode

ser visualizado na tabela 15 e no gráfico 14.


DIEESE

TABELA 15

RENDA INDIVIDUAL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO

SEGUNDO CONDIÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO EM SALÁRIOS MÍNIMOS


RENDA INDIVIDUAL TOTAL % Pessoas que afirmam trabalhar 72 100,0 Ganham até 0,5 Salários Mínimos 13 18,1 Ganham de 0,5 a 1 Salários Mínimos 24 33,3 Ganham de 1 a 1,5 Salários Mínimos 10 13,9 Ganham de 1,5 a 2 Salários Mínimos 3 4,2 Ganham de 2 a 2,5 Salários Mínimos 0 - Ganham de 2,5 a 3 Salários Mínimos 1 1,4 Ganham de 3 a 3,5 Salários Mínimos 1 1,4 não declararam renda 20 27,8 Pessoas que afirmam não trabalhar 1.821 100,0 Ganham até 0,5 Salários Mínimos 22 1,2 Ganham de 0,5 a 1 Salários Mínimos 35 1,9 Ganham de 1 a 1,5 Salários Mínimos 20 1,1 Ganham de 1,5 a 2 Salários Mínimos 16 0,9 Ganham de 2 a 2,5 Salários Mínimos 3 0,2 Ganham de 2,5 a 3 Salários Mínimos 2 0,1 Ganham de 3 a 3,5 Salários Mínimos 1 0,1 não declararam renda 1.722 94,6

Fonte: SERT- SP


Entre os jovens que trabalham, 2/3 percebem rendimentos inferiores a 1,5 salários

mínimos e 1/3 situa-se na faixa de 0,5 a 1 salário mínimo. Nenhum dos entrevistados

indica rendimento superior a 3,5 salários mínimos.

Do grupo de jovens que afirma não trabalhar, 5% declaram renda individual com

distribuição semelhante à dos que trabalham.


DIEESE

GRÁFICO 14 RENDA FAMILIAR DOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO EM SALÁRIOS MÍNIMOS TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

5,035,4

24,88,3

2,62,6

0,81,0

19,5

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0

Ganham até 1 S.M.

Ganham de 2 a 3 S.M.



Não declarados

Fonte: SERT-SPElaboração: DIEESE

(em %)

Quanto à renda familiar, 60,2% dos participantes situam-na entre 1 e 3 salários

mínimos, sendo que cerca de 1/3 das famílias encontram-se na faixa de 1 a 2 salários

mínimos. Ainda, foram registrados 5,0% das famílias na faixa de renda até 1 salário

mínimo, 8,3% na de 3 a 4 salários mínimos. Observou-se que apenas 7% das famílias

dos participantes ganham mais de 4 salários mínimos.

A situação mostra-se ainda mais grave quando se analisa o número de pessoas que

dependem dessa renda (ver Anexo 7).


DIEESE

TABELA 16

NÚMERO DE MEMBROS DAS FAMÍLIAS DOS

PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO


NÚMERO DE MEMBROS DA FAMÍLIA

TOTAL %

1 pessoa 28 1,5 2 pessoas 125 6,5 3 pessoas 198 10,4 4 pessoas 360 18,9 5 pessoas 359 18,8 6 pessoas 228 11,9 7 pessoas 128 6,7 8 pessoas 76 4,0 9 pessoas 32 1,7 10 pessoas 25 1,3 11 pessoas 9 0,5 12 pessoas 5 0,3 13 pessoas 3 0,2 14 pessoas 3 0,2 Não declarado 330 17,3 Total 1.909 100,0

Fonte: SERT- SP


Para ilustrar, serão tomadas as famílias com o número mais freqüente de membros na

faixa salarial de maior concentração, ou seja, as famílias que possuem entre 4 e 6

membros e auferem rendimentos entre 1 e 2 salários mínimos, que correspondem a

20,7% do total dos jovens, conforme pode ser observado na Tabela 17. O rendimento

per capita mensal mínimo de cada uma das famílias com essas características

corresponde a R$ 25,30 e o máximo a R$ 75,50.


DIEESE

TABELA 17

RENDA MENSAL E PER CAPITA DAS FAMÍLIAS DOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO FAIXA DE RENDA POR SALÁRIO MÍNIMO


RENDA MENSAL FAMILIAR

NÚMERO DE MEMBROS DA

FAMÍLIA

TOTAL DE FAMÍLIAS RENDA PER CAPITA

Nº ABSOLUTO

% MÁXIMA (R$)

MÉDIA (R$)

MÍNIMA (R$)

Ganham até 1 Salário Mínimo

1 4 4,2 151,00 - - 2 12 12,6 75,50 37,80 - 3 19 20,0 50,30 25,20 -

4 10 10,5 37,80 18,90 - 5 11 11,6 30,20 15,10 - 6 11 11,6 25,20 12,60 - 7 8 8,4 21,60 10,80 - 8 3 3,2 18,90 9,40 - 10 2 2,1 15,10 7,60 - 11 1 1,1 13,70 6,90 - 14 2 2,1 10,80 5,40 - ND 12 12,6 - - -

Total 95 100,0

Ganham de 1 a 2 Salários Mínimos

1 12 1,8 302,00 227,00 152,00 2 51 7,6 151,00 113,50 76,00 3 90 13,3 100,70 75,70 50,70

4 159 23,6 75,50 56,80 38,00 5 140 20,7 60,40 45,40 30,40 6 97 14,4 50,30 37,80 25,30 7 42 6,2 43,10 32,40 21,70 8 28 4,1 37,80 28,40 19,00 9 11 1,6 33,60 25,20 16,90 10 5 0,7 30,20 22,70 15,20 11 4 0,6 27,50 20,60 13,80 12 1 0,1 25,20 18,90 12,70 13 2 0,3 23,20 17,50 11,70 ND 33 4,9 - - -

Total 675 100,0

continua


DIEESE

continuação



FAMÍLIA


Nº ABSOLUTO

% MÁXIMA (R$)

MÉDIA (R$)

MÍNIMA (R$)


1 4 0,8 453,00 378,00 303,00 2 31 6,5 151,50 189,00 226,50 3 43 9,1 101,00 126,00 151,00 4 127 26,8 75,80 94,50 113,30

5 119 25,1 60,60 75,60 90,60 6 59 12,4 50,50 63,00 75,50 7 37 7,8 43,30 54,00 64,70 8 17 3,6 37,90 47,30 56,60 9 9 1,9 33,70 42,00 50,30 10 6 1,3 30,30 37,80 45,30 11 2 0,4 27,50 34,40 41,20 12 3 0,6 25,30 31,50 37,80 14 1 0,2 21,60 27,00 32,40 ND 16 3,4 - - -

Total 474 100,0


1 4 2,5 604,00 529,00 454,00 2 10 6,3 302,00 264,50 227,00 3 17 10,8 201,30 176,30 151,30 4 27 17,1 151,00 132,30 113,50

5 41 25,9 120,80 105,80 90,80 6 16 10,1 100,70 88,20 75,70 7 15 9,5 86,30 75,60 64,90 8 8 5,1 75,50 66,10 56,80 9 5 3,2 67,10 58,80 50,40 10 4 2,5 60,40 52,90 45,40 12 1 0,6 50,30 44,10 37,80 ND 10 6,3 - - -

Total 158 100,0


2 1 2,0 377,50 340,00 302,50 3 7 14,3 251,70 226,70 201,70 4 8 16,3 188,80 170,00 151,30 5 6 12,2 151,00 136,00 121,00

6 5 10,2 125,80 113,30 100,80 7 8 16,3 107,90 97,10 86,40 8 5 10,2 94,40 85,00 75,60 9 1 2,0 83,90 75,60 67,20 10 2 4,1 75,50 68,00 60,50 ND 6 12,2 - - -

Total 49 100,0

continua


DIEESE


conclusão



FAMÍLIA


Nº ABSOLUTO

% MÁXIMA (R$)

MÉDIA (R$)

MÍNIMA (R$)


1 3 6,0 906,00 831,00 756,00 2 7 14,0 453,00 415,50 378,00 4 6 12,0 226,50 207,80 189,00 5 10 20,0 181,20 166,20 151,20

6 8 16,0 151,00 138,50 126,00 7 4 8,0 129,40 118,70 108,00 8 4 8,0 113,30 103,90 94,50 10 1 2,0 90,60 83,10 75,60 11 1 2,0 82,40 75,50 68,70 13 1 2,0 69,70 63,90 58,20 ND 5 10,0 - - -

Total 50 100,0


3 4 25,0 352,30 327,30 302,30 4 1 6,3 264,30 245,50 226,80 5 3 18,8 211,40 196,40 181,40

6 4 25,0 176,20 163,70 151,20 7 1 6,3 151,00 140,30 129,60 8 1 6,3 132,10 122,80 113,40 10 1 6,3 105,70 98,20 90,70 ND 1 6,3 - - -

Total 16 100,0

Mais de 7 Salários Mínimos

3 4 21,1 - - 352,70 4 3 15,8 - - 264,50 6 4 21,1 - - 176,30

7 3 15,8 - - 151,10 8 1 5,3 - - 132,30 9 1 5,3 - - 117,60 10 3 15,8 - - 105,80

TOTAL 19 100,0

Não declarados 373

Total 1.909

Fonte: SERT – SP


Considerando-se que o salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE para o

sustento do trabalhador e de sua família1 foi estimado em R$ 919,41 no mês de julho de

1 O salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE considera uma família de 3 pessoas: pai, mãe e 2 filhos menores, que correspondem a um adulto.

DIEESE


2000, o que representa uma renda per capita de R$ 306,33, é possível avaliar a

insuficiência dos rendimentos obtidos pelas famílias dos jovens participantes do curso.

Para averiguar se algumas das características pessoais dos jovens, especialmente raça e

sexo, poderiam ocasionar algum tipo de discriminação, prejudicando ou facilitando, a

depender do atributo, as condições de vida já observadas, investigou-se a distribuição

das famílias dos jovens por faixa de renda, de acordo com cada um desses atributos.

Uma primeira evidência é a proporção de famílias observadas na faixa de rendimento

inferior a 1 salário mínimo. Enquanto o total de informações demonstra que cerca de

5% das famílias estão situadas nessa faixa, no grupo racial branco encontra-se a menor

proporção -3,3%- e no negro, a maior- 8%.

DIEESE

TABELA 18 PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO

SEGUNDO ATRIBUTOS PESSOAIS E RENDA FAMILIAR MENSAL - TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999 (em %)

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.até 1 SalárioMínimo 3,2 3,4 3,3 8,3 0,0 4,5 4,6 6,3 5,5 10,4 4,6 8,0 7,1 0,0 4,8 8,5 0,0 4,7de 1 a 2 SaláriosMínimos 32,7 41,8 37,3 16,7 20,0 18,2 34,0 39,0 36,5 28,5 33,1 30,3 21,4 0,0 14,3 48,9 21,1 36,5de 2 a 3 SaláriosMínimos 28,2 27,6 27,9 8,3 20,0 13,6 23,8 21,6 22,7 21,2 26,9 23,5 28,6 14,3 23,8 17,0 28,9 22,4de 3 a 4 SaláriosMínimos 9,2 4,4 6,8 25,0 20,0 22,7 9,9 8,9 9,4 10,4 6,9 9,0 14,3 14,3 14,3 6,4 5,3 5,9de 4 a 5 SaláriosMínimos 1,7 1,5 1,6 8,3 10,0 9,1 2,2 3,2 2,7 5,7 2,3 4,3 7,1 0,0 4,8 2,1 2,6 2,4de 5 a 6 SaláriosMínimos 2,7 2,2 2,5 16,7 0,0 9,1 2,5 2,5 2,5 2,6 1,5 2,2 0,0 0,0 0,0 2,1 10,5 5,9de 6 a 7 SaláriosMínimos 0,5 1,5 1,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 2,1 0,0 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Mais de 7 Salários Mínimos 1,7 0,5 1,1 0,0 0,0 0,0 1,5 0,6 1,1 0,0 1,5 0,6 0,0 0,0 0,0 2,1 0,0 1,2Não declarados 20,0 17,1 18,5 16,7 30,0 22,7 21,0 17,1 19,1 19,2 23,1 20,7 21,4 71,4 38,1 12,8 31,6 21,2Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Raça/Cor por SexoRenda mensal familiar Branca

TotalAmarela

TotalParda

Total Totalnão declaradoNegro Indígena

Total Total


DIEESE

Nas demais faixas de rendimento, não há discrepância. No entanto, o grupo racial

amarelo (apesar de ter uma participação pequena, com cerca de 1%) chama a atenção

por apresentar uma distribuição mais homogênea do que os outros grupos. Assim,

enquanto 65% das famílias brancas, 60% das famílias pardas e 54% das famílias negras

situam-se entre 1 e 3 salários mínimos; no grupo amarelo, 64% das famílias distribuem-

se entre as faixas de 1 a 5 salários mínimos.

Já a variável sexo e o fato do jovem estudar parecem não alterar a distribuição das

famílias pelas faixas de rendimento.

TABELA 19 GRAU DE ESCOLARIDADE DOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, POR SEXO TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

GRAU SÉRIE SEXO TOTAL

MASC. % FEM. %

Primário 1ª série 2 9,1 3 27,3 5 2ª série - 0,0 1 9,1 1 4ª série 19 86,4 6 54,5 25

ND 1 4,5 1 9,1 2

Total Primário 22 100,0 11 100,0 33

Ginásio 5ª série 60 11,3 34 8,2 94 6ª série 95 17,8 43 10,4 138 7ª série 104 19,5 78 18,9 182 8ª série 236 44,3 237 57,4 473

ND 38 7,1 21 5,1 59

Total Ginásio 533 100,0 413 100,0 946

Colegial 1ª série 153 37,0 133 28,4 286 2ª série 153 37,0 195 41,7 348 3ª série 66 16,0 83 17,7 149 4ª série - 0,0 1 0,2 1

ND 41 9,9 56 12,0 97

Total Colegial 413 100,0 468 100,0 881

Não declarado 32 17 49

Total 1.000 909 1.909



DIEESE

GRÁFICO 15PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO,

SEGUNDO RESPONSABILIDADE DE SUSTENTO DA FAMILIA TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

4,0%

79,3%

16,7%

Responsáveis pelo sustento da família Não são responsáveis pelo sustento da famiíliaNão declarados Fonte: SERT - SP


TABELA 20

RESPONSABILIDADE DE SUSTENTO DA FAMÍLIA DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO RENDA FAMILIAR MENSAL


RENDA MENSAL FAMILIAR É RESPONSÁVEL PELO SUSTENTO DA FAMÍLIA? TOTAL

SIM NÃO NÃO DECLARADO

até 1 Salário Mínimo 11,7 5,4 1,6 5,0 de 1 a 2 Salários Mínimos 35,1 38,2 21,9 35,4 de 2 a 3 Salários Mínimos 19,5 27,4 14,1 24,8 de 3 a 4 Salários Mínimos 11,7 8,7 5,6 8,3 de 4 a 5 Salários Mínimos 0,0 2,7 2,5 2,6 de 5 a 6 Salários Mínimos 2,6 2,6 2,5 2,6 de 6 a 7 Salários Mínimos 0,0 1,0 0,3 0,8 mais de 7 Salários Mínimos 0,0 1,1 0,6 1,0 não declarado 19,5 13,0 50,8 19,5

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: SERT-SP Elaboração: DIEESE

Apenas 4% dos entrevistados declaram serem eles os responsáveis pelo sustento da

família. Na tabela 21 observa-se que essa responsabilidade não é determinada pela

renda mensal da família. Entretanto, quando se averigua o sexo dos principais


DIEESE

responsáveis, constata-se que uma maior proporção de jovens do sexo masculino

assumem essa função: 80% do total dos que sustentam a família.

TABELA 21

RESPONSABILIDADE DE SUSTENTO DA FAMÍLIA DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO, SEGUNDO SEXO


(EM%)É RESPONSÁVEL PELO SUSTENTO DA FAMÍLIA?

SEXO TOTAL

MASC. FEM.

SIM 6,1 1,8 4,03 Não 78,1 80,5 79,26

Não Declarado 15,8 17,7 16,71 Total 100,0 100,0 100,00


4) PARTICIPAÇÃO NO CURSO

Com relação ao curso, 1.031 jovens afirmam dele terem tido conhecimento através de

parentes. Em segundo lugar, foram citadas as Associações (449). Com menor

freqüência, aparecem rádio, televisão ou jornal (166 ocorrências) e a própria entidade

executora (156).

TABELA 22 FORMA COMO OS PARTICIPANTES DO PROGRAMA

JOVEM CIDADÃO SOUBERAM DO CURSO TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

FORMA TOTAL Rádio, Televisão ou Jornal 166 Folhetos, cartazes, mala direta 98 Parentes 1031 Associações 449 Técnicos do PROGER ou dos Bancos 2 Técnicos do Seguro Desemprego 3 Órgãos públicos 17 Técnicos da SERT ou do Sistema Público de Emprego 9 Prefeituras 27 Sindicato 3 A própria entidade executora 156 Outros 253



DIEESE

Quando indagados sobre quem os encaminhou ao Programa, cerca de 32% responderam

que vieram por conta própria; 32% por indicação de Associações/Igrejas; 14% pela

própria entidade executora; 5,3% por amigos e 4,7% apontam “outras indicações”.

TABELA 23

INDICAÇÃO PARA PARTICIPAR DO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO TURMA DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 1999

INDICAÇÃO PARA PARTICIPAR DO PROGRAMA TOTAL %

Serviço Público de Emprego/Secretaria do Trabalho 41 2,1 A própria entidade executora 270 14,1 Outros órgãos públicos 32 1,7 Sindicatos 12 0,6 Veio por iniciativa própria 617 32,3 Associações 612 32,1 Instrutora 15 0,8 Amigo 101 5,3 Escola 35 1,8 Parente 13 0,7 SOS Criança 18 0,9 Outras indicações declaradas 9 0,5 Outras indicações não declaradas 89 4,7 Não responderam a questão 45 2,4 Total 1.909 100,0


Quanto às expectativas dos treinandos com o curso, a grande maioria dos que

assinalaram uma ou mais respostas (cerca de 2/3) esperam encaixar-se numa vaga de

emprego. Em seguida, assinalada por metade dos jovens, vem a alternativa “ter uma

profissão/ocupação”. A capacitação para montar o próprio negócio motivou 25% dos

participantes do curso e “aumentar a própria renda” e “ter uma profissão/ocupação”

foram citadas, cada uma, por cerca de 20% dos jovens. Ainda 17% dos entrevistados

esperam aperfeiçoar-se na profissão/ocupação.


DIEESE

TABELA 24

EXPECTATIVA DOS PARTICIPANTES EM RELAÇÃO AO PROGRAMA JOVEM CIDADÃO


EXPECTATIVA DOS PARTICIPANTES TOTAL

Ter uma profissão/ocupação 957 Ter uma nova profissão/ocupação 387 Ter atividade remunerada 187 Aumentar minha renda 395 Aperfeiçoar na profissão/ocupação 324 Ser capaz de montar meu próprio negócio 477 Quero me encaixar numa vaga de emprego 1.254 Outra 31 Não responderam 21


5) CONCLUSÕES

As informações analisadas permitem que se chegue a algumas conclusões. Em primeiro

lugar, o perfil dos participantes mostra-se, no geral, adequado às exigências do

Programa, tanto no que se refere à renda familiar, quanto à idade e grau de escolaridade.

Um fato que merece ser destacado é a expressiva participação de jovens do sexo

feminino, que representam quase a metade do grupo, o que demonstra ter sido positiva a

abertura para seu ingresso no programa.

Também notou-se que as Associações têm sido da maior importância para a divulgação

e encaminhamento dos jovens ao Programa, tendo sido citadas por uma parcela

significativa dos entrevistados.

Cabe ainda ressaltar que é fundamental o acompanhamento dos jovens participantes em

todo o seu percurso: no momento do ingresso no programa, na sua conclusão e no

período posterior ao término. Isso possibilitaria a avaliação dos efeitos desse programa

sobre as condições de vida e emprego dos que por ele passaram.

Por fim, coloca-se a necessidade de aprimoramento do instrumental para a coleta das

informações, para que sejam melhor captadas as características e expectativas do grupo

e aprofundada a análise.


DIEESE

ANEXOS

Os anexos 1 ao 7 relacionam as falhas verificadas no questionário, levantadas no texto

anterior.

É da maior importância que as questões apontadas sejam reformuladas, para a melhor

compreensão do questionário e melhoria na qualidade do preenchimento.


DIEESE

ANEXO 1

A alternativa “não declarado”, preenchida por 4,5% dos entrevistados, gera várias

interpretações. A primeira das hipóteses é que esta opção não pode compor um

questionário auto-aplicável, dado que equivale à pergunta sem resposta. A segunda é

que se tenha tentado apresentar uma alternativa para o entrevistado que encontrasse

dificuldades em identificar-se com alguma das especificações anteriores. Ainda

aventou-se a possibilidade de que se tenha pensado em oferecer ao respondente a

alternativa de recusar-se a responder à pergunta.

A equipe de análise optou pela primeira interpretação: considerá-la como sinônimo de

“não informado”.


DIEESE

ANEXO 2

Aqui, é importante que se registre que a pergunta não especifica se o grau da deficiência

ocasiona sérias dificuldades ou é até impeditivo para a execução de determinadas

atividades, o que impossibilita captar a gravidade do problema. Assim, não há como

distinguir, quando, por exemplo, é apontada uma deficiência visual, se essa se apresenta

como miopia ou cegueira ou, ainda, se uma deficiência auditiva é parcial ou profunda. e

assim por diante.


DIEESE

ANEXO 3

Também no quesito “localidade” foram detectados problemas na formulação das

perguntas. Em primeiro lugar, a especificação do município de origem está localizada,

no questionário, ao lado da resposta “não” quando deveria estar ao lado da resposta

“sim”, já que essa informação interessa apenas nos casos em que a transferência para o

atual município é recente.

Para essa pergunta, foram observadas, pelos tabuladores, diversas situações:

a. resposta “sim” sem especificação do “município de origem”

b. resposta “sim”, com especificação do “município de origem” igual à do município

onde reside atualmente

c. resposta “não”, com especificação do “município de origem” igual à do município

onde reside atualmente

d. resposta “não”, com especificação de “município de origem” diferente do que reside

atualmente

O procedimento adotado foi:

Situação a - checar o município de nascimento, se igual ao de moradia, considerar

resposta “não” e não codificar município de origem

Situação b - considerar resposta “não” e não codificar município de origem

Situação c - não codificar município de origem

Situação d - considerar resposta sim e codificar município de origem


DIEESE

ANEXO 4

Neste caso, notou-se haver um problema de entendimento da pergunta por parte dos

entrevistados.

O quadro que tenta especificar grau e série, tem por título ”Último Grau e Série

concluídas”. Entretanto, quando, logo abaixo, apresenta os campos:

- grau

- tipo

- série/período/fase,

Este quadro confunde o respondente, que, muitas vezes, informa o grau e série já

concluídos no primeiro campo e o grau e série que está cursando atualmente no último

campo. Foram muito comuns respostas que detalhavam o grau, a série e o período do

dia em que estudam (noturno, por exemplo) ou a classe em que estão (2º B, por

exemplo).

Isso dificultou em muito a tabulação dessas informações, que foi realizada através da

avaliação do conjunto de dados de cada questionário.

Desta forma, alguns procedimentos foram adotados. Podem ser exemplificados, entre

outros:

a. se o entrevistado afirmasse estar estudando ou não preenchesse o campo

correspondente à essa pergunta e registrasse duas informações diferentes sobre o

grau de escolaridade, considerou-se como correta a que parecesse ser referente à

série já concluída; ou seja, a informação que precedesse cronologicamente a última.


DIEESE

Exemplo:

- Grau: 1º - 8ª série

- Série /Período/ Fase: 2º - 1ª noturno

- Nesse caso, a informação tabulada seria 8ª série do 1º grau

b. se o entrevistado respondesse afirmativamente à pergunta “Está estudando?” ou não

assinalasse esse campo e houvesse apenas uma informação sobre série e graus,

mesmo que aparentemente se referisse ao curso em andamento, esta seria

considerada como “último concluído”, sem que fosse questionado o entendimento

do entrevistado.

Ainda neste item, é importante notar que, embora sem a menor significância (menos de

0,5% das respostas) há registro de jovens que declaram ter cursado apenas a 1ª e 2ª

séries do ensino fundamental e 8%, ter cursado (ou estar cursando) a 3ª série do ensino

médio. Segundo as regras de seleção para o programa, só seria permitido o ingresso dos

que tivessem concluído entre a 4ª série do ensino fundamental e a 2ª série do ensino

médio. Assim, suspeita-se que nesses casos houve preenchimento inadequado do

questionário por parte dos respondentes.


DIEESE

ANEXO 5

Aqui serão analisadas as seguintes questões:

a. Você está trabalhando?

b. Qual é a sua situação no mercado de trabalho?

c. trabalho principal é no município onde mora?

d. Ocupação atual ou última ocupação?

e. Qual é o ramo de atividade da empresa ou do negócio do seu trabalho atual ou

anterior?

Este grupo de perguntas apresentou problemas de diversas ordens. Em primeiro lugar,

as respostas obtidas revelaram que o conceito de emprego e desemprego é

extremamente subjetivo. Muitos entrevistados respondiam que “não estão trabalhando”

e “nunca trabalharam- procuram o 1º emprego” e, em seguida, preenchiam o campo

referente ao “município do trabalho e da moradia” e/ou “ocupação” e/ou “ramo de

atividade” da empresa onde trabalhou ou trabalha e/ou rendimento individual.

Esse conjunto de informações leva à interpretação de que os jovens entendem que o

trabalho está vinculado ao registro em carteira e consideram não trabalharem ou nunca

terem trabalhado por exercerem ou terem exercido atividades sem registro em carteira.

Também houve alguns questionários que registravam mais de uma resposta na questão

“b”, totalmente incompatíveis, como, por exemplo, “desempregado” e “trabalhador

autônomo sem registro em carteira profissional” ou “desempregado” e “empregado

assalariado sem registro em carteira profissional”, o que reforça a hipótese acima

levantada.

Ainda nesta questão, houve indícios de que os jovens entrevistados tenham dado mais

de uma resposta por entenderem que devessem responder, ao mesmo tempo, sobre sua


DIEESE

situação passada e presente. Assim, além de duas situações de emprego incompatíveis,

foram registradas respostas diversas no ramo de atividade da empresa do trabalho atual

ou anterior e na ocupação atual ou anterior, o que impossibilitava os tabuladores de

distinguirem o que se referia ao passado e o que se refere ao presente.

Para minimizar os problemas decorrentes do preenchimento do questionário e

considerando a imensa gama de combinações possíveis entre as respostas sobre a

situação de emprego, optou-se por avaliar, em cada caso, quais seriam as informações a

serem tabuladas. A interpretação de cada questionário considerou todo o conjunto de

informações revelado pelas 5 questões listadas anteriormente.

Por último, a definição das possíveis situações no mercado de trabalho contribuem para

o mal entendimento do respondente. Alguns exemplos ilustram ambigüidades e opções

não excludentes, como a alternativa “nunca trabalhou – procura o primeiro emprego”,

que deveria ser desmembrada em duas opções, pois apresenta duas possibilidades

distintas, dado que o jovem pode nunca ter trabalhado e não estar procurando emprego.

Outros exemplos são as alternativas “desempregado” e “beneficiário do seguro

desemprego”, que não são excludentes entre si.

Também aqui o “não declarado” apresenta-se fora de contexto. O mais provável, nesse

caso, é que tenha havido a intenção de apresentar uma outra alternativa ao entrevistado

que não se enquadrasse nas opções anteriores.


DIEESE

ANEXO 6

A pergunta “Qual o rendimento mensal bruto normalmente recebido por seu trabalho?”

é ambígua, na medida em que não especifica se só deve ser respondida pelos jovens que

estão trabalhando ou por todos os que já trabalharam.

Alguns dos jovens que afirmam não trabalhar declaram ter rendimentos individuais.

Não foi possível distinguir se estes referem-se à bolsa oferecida pelo curso, à renda que

recebiam antes de iniciarem o curso ou se os jovens consideram-se desempregados,

embora exerçam alguma atividade remunerada.


DIEESE

ANEXO 7

A pergunta “Quantas pessoas contribuem e/ou dependem dessa renda?” traz sérios

problemas, dado que mistura duas situações diferenciadas: o número de contribuintes e

de dependentes pode ser diferenciado.


DIEESE

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Grade de Atividades dos Cursos do Programa Jovem Cidadão – Turma de

Agosto a Dezembro de 1999

Quadro 2 Alunos do Programa Jovem Cidadão, Segundo Entidades e Região

Geográfica – Turma de Agosto a Dezembro de 1999


DIEESE

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Participação do Programa Jovem Cidadão, por Idade – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 2 Participação do Programa Jovem Cidadão, por Sexo – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 3 Participação do Programa Jovem Cidadão, por Estado Civil – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 4 Participação do Programa Jovem Cidadão, por Raça/Cor – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 5 Deficiências Mentais e/ou Físicas Apresentadas pelos Participantes do Programa Jovem Cidadão – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 6 Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Município de Residência – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 7 Procedência dos Participantes do Programa Jovem Cidadão – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 8 Local de Nascimento dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, por Unidade de Federação – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 9 Situação dos Participantes do Programa Jovem Cidadão que Não Trabalham – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 10 Tempo de Desemprego dos Participantes do Programa Jovem Cidadão que se Declaram Desempregados – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 11 Situação dos Participantes do Programa Jovem Cidadão no Mercado de Trabalho – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 12 Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Ramo de Atividade em que Trabalham ou Trabalharam – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 13 Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Ramo de Atividade em que Trabalham e dos que Não Trabalham – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 14 Participantes do Programa Jovem Cidadão que são Beneficiários do Programa de Crédito, por Tipo de Programa– Turma de Agosto a Dezembro de 1999


DIEESE

Tabela 15 Renda Individual dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Condição no Mercado de Trabalho em Salários Mínimos – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 16 Número de Membros das Famílias dos Participantes do Programa Jovem Cidadão – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 17 Renda Mensal e Per Capita das Famílias dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Faixa de Renda por Salário Mínimo – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 18 Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Atributos Pessoais e Renda Familiar Mensal – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 19 Grau de Escolaridade dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, por Sexo – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 20 Responsabilidade de Sustento da Família dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Renda Familiar Mensal – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 21 Responsabilidade de Sustento da Família dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo sexo – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 22 Forma como os Participantes do Programa Jovem Cidadão Souberam do Curso– Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 23 Indicação para Participar do Programa Jovem Cidadão – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Tabela 24 Expectativa dos Participantes em Relação ao Programa Jovem Cidadão – Turma de Agosto a Dezembro de 1999


DIEESE

LISTA DOS GRÁFICOS

Gráfico 1 Distribuição dos Participação do Programa Jovem Cidadão, por Idade – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 2 Distribuição dos Participação do Programa Jovem Cidadão, por Sexo – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 3 Distribuição dos Participação do Programa Jovem Cidadão, por Estado Civil – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 4 Distribuição dos Participação do Programa Jovem Cidadão, por Raça/Cor – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 5 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo a Residência por Região Administrativa – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 6 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão Residentes na Região Administrativa de São Paulo, segundo Municípios – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 7 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo a Procedência – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 8 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Freqüência à Escola – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 9 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Grau de Escolaridade – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 10 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Série Concluída no Ensino Fundamental– Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 11 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Série Concluída no Ensino Médio – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 12 Distribuição dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Tipo de Ensino – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 13 Situação Ocupacional dos Participantes do Programa Jovem Cidadão – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 14 Renda Familiar dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, em Salários Mínimos – Turma de Agosto a Dezembro de 1999

Gráfico 15 Responsabilidade de Sustento da Família dos Participantes do Programa Jovem Cidadão, segundo Renda Familiar Mensal – Turma de Agosto a Dezembro de 1999


DIEESE


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