Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade ... · Amostras C110, C210, C310 – Fezes de...

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_Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade Parasitologia 1, 2010 Av. Padre Cruz 1649-016 Lisboa Telf: 21 751 9250 Fax: 21 752 6470 E-mail: [email protected]

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_Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade

Parasitologia 1, 2010

Av. Padre Cruz 1649-016 Lisboa

Telf: 21 751 9250 Fax: 21 752 6470 E-mail: [email protected]

PNAEQ.2010.CR.Parasitologia.01 1/11

Parasitologia - 1/10

Agradecemos a participação no 1º ensaio do Programa de Avaliação Externa da Qualidade em Parasitologia de 2010. Foram distribuídas amostras a 104 participantes. Recebemos 89 resultados para a serologia da Toxoplasmose e 81 respostas para a morfologia, o que representa 86% e 78% de retorno da informação, respectivamente.

Amostras O ensaio incluía uma amostra para a pesquisa de anticorpos para Toxoplasma gondii (amostra nº 1110 – Soro obtido no âmbito da “vigilância da infecção toxoplásmica – prevenção da infecção congénita”); fezes formolizadas (amostra nº 1610 – Doente com bronquite crónica) e um esfregaço de sangue (amostra nº 1710 - Viajante da Costa do Marfim com hipereosinofilia). Amostras C110, C210, C310 – Fezes de crianças que ingeriram águas contaminadas com oocistos de Cryptosporidium spp.

Resultados Amostra nº 1110 Pesquisa de anticorpos para Toxoplasma gondii O resultado da pesquisa de anticorpos (IgG e IgM) para Toxoplasma gondii foi negativo, aconselha-se a vigilância serológica da grávida. Amostra nº 1610 Fezes formolizadas - A amostra de fezes continha larvas de Strongyloides stercoralis embora com uma baixa concentração de parasitas, podendo nalguns casos ser considerada negativa.

A B Figura 1 – Larva rabditoide de Strongyloides stercoralis em preparação a fresco (ampliação de 400x e 1000x); A – Larva rabditoide, seta azul – esófago; seta vermelha – poro genital; B – Larva rabditoide, seta vermelha – região bucal; seta azul – esófago. (http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Strongyloidiasis_il.htm)

2010-06-28 Relatório de Avaliação

Parasitologia, 1/10 O relatório de avaliação contém: - Avaliação individual para cada parâmetro. - Relatório geral de performance (Relatório de desempenho global) . Pedidos de correcção Dados recebidos nos formulários de resposta com erros, são da responsabilidade do laboratório. O PNAEQ só se responsabiliza por erros de transcrição para o sistema informático e de processamento de resultados Os pedidos deverão ser efectuados por escrito até 30 de Julho de 2010.

Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge Avenida Padre Cruz 1649-016 Lisboa Telefones: 21 751 9250 / 21 751 9350 FAX 21 752 6470 [email protected]

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Ciclo de Vida - Strongyloides stercoralis

Amostra nº 1710 Esfregaços de Sangue - Amostra de sangue contendo duas espécies de microfilárias - Loa loa e Mansonella prestans.

A B Figura 2 – Microfilária da espécie Loa loa, A – Esfregaço de sangue corado por Giemsa com microfilária (ampliação 1000x); B – Esfregaço corado por Giemsa com microfilária com núcleo terminal na região caudal (ampliação 1000x). (http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Filariasis_il.htm)

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Ciclo de Vida – Loa loa

A B

Figura 3 - Microfilária da espécie Mansonella perstans; A - Esfregaço de sangue corado por Giemsa com microfilária (ampliação 1000x); B – Esfregaço corado por Giemsa com microfilária com núcleos até ao final da região caudal (ampliação de 1000x). (http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Filariasis_il.htm)

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Ciclo de Vida – Mansonella perstans

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Filárias Existem várias espécies de filarias que parasitam o Homem, encontrando-se no sistema circulatório, sistema linfático, músculos ou cavidades serosas. São nemátodos vivíparos, isto é dão origem a embriões - as microfilárias. Estas encontram-se no sangue ou na pele. Os parasitas adultos apresentam dimorfismo sexual. As filarias necessitam de um artrópode como hospedeiro intermediário, o que condiciona a sua distribuição geográfica. As filarioses diferenciam-se por:

− Espécie de filaria em causa; − Localização do adulto e das microfilárias; − Modo de transmissão; − Patologia.

Quadro 1 – Epidemiologia e patologia das espécies de microfilária.

Parasita Localização do Adulto

Localização da Microfilária

Modo de Transmissão

Sintomas Distribuição Geográfica

Wuchereria bancrofti

Sistema linfático

Linfa e Sangue Picada de Culex, Aedes

Linfagite, orquite, edema

África, Ásia, América, Oceania

Brugia malayi Sistema linfático Linfa e Sangue

Picada de Mansonia, Anopheles, Armigeres

Linfagite, orquite, edema

Ásia

Mansonela perstans

Cavidade peritoneal

Sangue Picada de Culicoides

Pouco patogénica

África Tropical, América do Sul

Mansonella ozzardi Cavidade peritoneal Sangue

Picada de Culicoides

Pouco patogénica América Central

Loa loa Tecido subcutâneo

Sangue Picada de Chrysops

Edemas, alergias

África Central

Onchocerca volvulus

Tecido subcutâneo

Subcutânea Picada de Simulium

Nódulo, prurido, lesões oculares

África e América Central

Dracunculus medinensis

Tecido subcutâneo

Eliminada para exterior

Ingestão de Cyclops Flictena África, Ásia

A identificação da espécie das microfilária em esfregaço sanguíneo, corado pelo Giemsa, é feita com base nas seguintes características:

• Tamanho da microfilária; • Presença ou ausência de bainha; • Comprimento do espaço cefálico; • Aspecto dos núcleos somáticos; • Presença e aspecto do corpo interno; • Presença e posição do núcleo caudal.

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Microfilária – Loa loa

Figura 4 - A microfilária de Loa loa apresenta um tamanho aproximado de 300 µm de comprimento por 7 µm de largura. Apresenta uma bainha que não é corada pelo Giemsa, tornando-se pouco visível; no entanto observa-se o espaço correspondente à microfilária entre esta e as hemácias. O espaço cefálico é curto com cerca de 4 a 6 µm; os núcleos somáticos são grandes, ovóides, encontrando-se muito juntos; o corpo interno não é visível; o núcleo caudal é alongado e terminal.

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Quadro 2: Características diferenciais das microfilárias após a coloração de Giemsa.

O. volvulus Loa loa W. bancrofti B. malayi M. perstans M. ozzardi

Démica Sanguíneas

Extremidade anterior

Extremidade posterior

Periodicidade

Aperiódica

Diurna

Nocturna

Nocturna

Aperiódica

Aperiódica

Dimensões

150-360 x 8 µm

300 x 7 µm

300 x 7 µm

200-250 x 5-6 µm

200 x 5 µm 100 x 4 µm

200 x 5 µm

Bainha

-

Mal corada

+

+

-

-

Núcleos somáticos

Grandes,

ovóides, muito juntos

Grandes, ovóides,

muito juntos

Pequenos, esféricos, separados

Pequenos,

ovóides, muito juntos

Pequenos, ovóides,

muito juntos

Pequenos, ovóides,

muito juntos

Espaço cefálico

8-10 µm 6 µm 4 µm 6 µm 3 µm 3 µm

Extremidade posterior

Encurvada núcleo

subterminal

Afilada núcleo

terminal

Afilada núcleo

subterminal

1 núcleo terminal + 1 núcleo subterminal

Rectilínea, dedo de luva,

núcleo terminal

Afilada núcleo

subterminal

Corpos internos

- - + +, dividido em 3 massas

- -

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Formação Na observação microscópica os oocistos de Cryptosporidium assemelham-se a pequenas esferas de 4-6 µm de diâmetro, coradas entre o rosa pálido e o vermelho carmim, com grânulos negros no seu interior e normalmente com uma área central mais clara, destacando-se sobre o fundo verde. Os esporozoitos são, muitas vezes, visualizados no interior do oocisto. Quando a infecção está em fase de regressão os oocistos podem não fixar o corante, aparecendo, então, como “fantasmas” nos esfregaços. Outros métodos podem ser usados na identificação de oocistos de Cryptosporidium, nomeadamente métodos enzimáticos e/ou de fluorescência. Foram enviadas três lâminas para pesquisa de oocistos de Cryptosporidium sp., com os seguintes resultados:

• C110 – Lamina com oocistos de Cryptosporidium sp. • C210 – Lamina negativa • C310 – Lamina com oocistos de Cryptosporidium sp.

Resultados dos Laboratórios

Amostra %correctos %incorrectos Não respondeu Estadio C110 84,8% 13,9% 1,3% 86,6% C210 77,2% 12,7% 10,1% - C310 68,4% 24,1% 7,6% 79,6%

Gráficos com avaliação dos resultados

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0

c110

Não respondeu

% incorrectos

% correctos

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0 10 20 30 40 50 60 70 80

c210

Não respondeu

% incorrectos

% correctos

0 10 20 30 40 50 60 70

c310

Não respondeu

% incorrectos

% correctos

Observação microscópica

A B

Figura 4 – A - Oocistos de Cryptosporidium spp. corados com Ziehl-Neelson (ampliação 1000x). B - Oocistos de Cryptosporidium spp. corados com Ziehl-Neelson (ampliação 1000x). (http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Cryptosporidiosis_il.htm)

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A B

Figura 5 – A - Oocistos de Cryptosporidium spp. corados com Ziehl-Neelson modificado. B- Oocistos de Cryptosporidium spp. marcados com anticorpo conjugado com FICT e observados com microscópio de epifluorêscencia. (http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Cryptosporidiosis_il.htm)

Ciclo de Vida - Cryptosporidium spp.

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IMPORTANTE Agradecemos a devolução do inquérito preenchido, sobre os ensaios parasitológicos efectuados no Vosso Laboratório, para nos ser possível efectuar algumas alterações no Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade em Parasitologia. Os nossos melhores cumprimentos, PNAEQ