Projeto de Extensão - GEPGE

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – PROEX Gerência de Extensão e Assuntos Comunitários – GEAC FORMULÁRIO-SÍNTESE DA PROPOSTA - SIGProj EDITAL Edital 111/2010 Uso exclusivo da Pró-Reitoria (Decanato) de Extensão PROCESSO N°: SIGProj N°: 67603.343.43536.14122010 PARTE I - IDENTIFICAÇÃO TÍTULO: GRUPO DE ESTUDOS SOBRE POLÍTICAS E GESTÃO EDUCACIONAL - GEPGE ( ) Programa ( X ) Projeto ( ) Curso ( ) Evento ( ) Prestação de Serviços ÁREA TEMÁTICA PRINCIPAL: ( ) Comunicação ( ) Cultura ( ) Direitos Humanos e Justiça ( X )Educação ( ) Meio Ambiente ( ) Saúde ( ) Tecnologia e Produção ( ) Trabalho COORDENADOR: Ubirajara Couto Lima E-MAIL: [email protected] FONE/CONTATO: 73 35253807 / 73 88449618 Estrada do Bem Querer, Km 4 – Caixa Postal 95. CEP: 45083-900. Vitória da Conquista/BA. Telefone: (77) 3424-8600. - Página 1 de 34

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – PROEX

Gerência de Extensão e Assuntos Comunitários – GEAC

FORMULÁRIO-SÍNTESE DA PROPOSTA - SIGProjEDITAL Edital 111/2010

Uso exclusivo da Pró-Reitoria (Decanato) de Extensão

PROCESSO N°: SIGProj N°: 67603.343.43536.14122010

PARTE I - IDENTIFICAÇÃOTÍTULO: GRUPO DE ESTUDOS SOBRE POLÍTICAS E GESTÃO EDUCACIONAL - GEPGE

( ) Programa ( X ) Projeto ( ) Curso

( ) Evento ( ) Prestação de Serviços

ÁREA TEMÁTICA PRINCIPAL:( ) Comunicação ( ) Cultura ( ) Direitos Humanos e Justiça ( X )Educação

( ) Meio Ambiente ( ) Saúde ( ) Tecnologia e Produção ( ) Trabalho

COORDENADOR: Ubirajara Couto Lima

E-MAIL: [email protected]

FONE/CONTATO: 73 35253807 / 73 88449618

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Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – PROEX

Gerência de Extensão e Assuntos Comunitários – GEAC

FORMULÁRIO DE CADASTRO DE PROJETO DE EXTENSÃO

Uso exclusivo da Pró-Reitoria (Decanato) de Extensão

PROCESSO N°: SIGProj N°: 67603.343.43536.14122010

1. Introdução

1.1 Identificação da Ação

Título: GRUPO DE ESTUDOS SOBRE POLÍTICAS E GESTÃOEDUCACIONAL - GEPGE

Coordenador: Ubirajara Couto Lima / Docente

Tipo da Ação: Projeto

Edital: Edital 111/2010

Faixa de Valor: Contínuos (Programas e Projetos) de R$ 0,00 a R$ 6.000,00

Vinculada à Programa de Extensão? Não

Instituição: UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Unidade Geral: JQE - Campus de Jequié

Unidade de Origem: DCHL - Departamento de Ciências Humanas e Letras

Início Previsto: 14/02/2011

Término Previsto: 12/12/2011

Possui Recurso Financeiro: Sim

Gestor: Ubirajara Couto Lima / Docente

Órgão Financeiro: Conta Única

1.2 Detalhes da Ação

Carga Horária Total da Ação: 160 horas

Justificativa da Carga Horária:

Periodicidade: Anual

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A Ação é Curricular? Sim

Abrangência: Local

Tem Limite de Vagas? Sim

Número de Vagas: 25

Local de Realização: Laboratório de Educação - LABE;Auditório Administrativo;Seminários I e II do CAP.

Período de Realização: O Projeto de Extensão Grupo de Estudos sobre Política e GestãoEducacional será desenvolvido no período de fevereiro a dezembrode 2011, cujas atividades estão organizadas em diversas ações,interligadas, com período de execução diferenciado. Semanalmente,haverá encontros de estudos com membros envolvidos no projeto,ressaltando que este abrangerá a comunidade interna da instituiçãoque ele será efetivado, bem como aos interessados da comunidadelocal. A cada semestre acontecerá Círculos de Debates com aparticipação dos inscritos no projeto e aberto à comunidadeinteressada, quando serão socializadas as reflexões feitas pelogrupo.

Tem Inscrição? Sim

Início das Inscrições: 14/02/2011

Término das Inscrições: 18/02/2011

Contato para Inscrição: Colegiado de Pedagogia;Laboratório de Educação - LABE;

Tem Custo de Insc./Mensalidade? Não

1.3 Público-Alvo

O projeto de extensão voltar-se-á para discentes do curso de Pedagogia, da Universidade Estadual do Sudoesteda Bahia - UESB, Campus de Jequié. Para este público, serão destinadas 15 vagas. Também serãodisponibilizadas 10 vagas para o público externo à instituição, interessado em estudar/compreender/vivenciar astemáticas das políticas públicas e da gestão em educação.

Nº Estimado de Público: 25

Discriminar Público-Alvo:

A B C D E Total

Público Interno da Universidade/Instituto 0 15 0 0 0 15

Instituições Governamentais Federais 0 0 0 0 0 0

Instituições Governamentais Estaduais 0 0 0 0 0 0

Instituições Governamentais Municipais 0 0 0 0 0 0

Organizações de Iniciativa Privada 0 0 0 0 0 0

Movimentos Sociais 0 0 0 0 0 0

Organizações Não-Governamentais

(ONGs/OSCIPs)0 0 0 0 0 0

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Organizações Sindicais 0 0 0 0 0 0

Grupos Comunitários 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 10 10

Total 0 15 0 0 10 25

Legenda: (A) Docente (B) Discentes de Graduação (C) Discentes de Pós-Graduação (D) Técnico Administrativo (E) Outro

1.4 Parcerias

Não há Instituição Parceira.

1.5 Caracterização da Ação

Área de Conhecimento: Ciências Humanas

Área Temática Principal: Educação

Área Temática Secundária: Trabalho

Linha de Extensão: Gestão pública

1.6 Descrição da Ação

Resumo da Proposta:

O projeto de extensão 'Grupo de Estudos sobre Políticas e Gestão Educacional' visa contribuir com arealização de estudos teóricos tendo em vista à compreensão do processo de intervenção do Estado naspolíticas educacionais brasileiras e na gestão da escola pública, bem como fomentar processos depesquisa e extensão. A proposta está organizada em encontros semanais, contando com a participaçãodos membros envolvidos (da universidade e comunidade externa). A cada semestre, será realizado umcírculo de debates com a participação do público envolvido e da comunidade interessada. Trata-se, pois,de uma ação social e politicamente relevante, face ao importante papel da universidade como intituição deprodução e socialização do conhecimento com vistas à transformação social.

Palavras-Chave:

Educação, Gestão, Políticas Públicas.

Informações Relevantes para Avaliação da Proposta:

O projeto de extensão está previsto para o início do ano de 2011. Entende-se, pois, que esta extensão éum espaço que permite a unidade ensino-pesquisa-extensão, vez que se trata de uma proposta que estásendo anualmente fortalecida na instituição, sobretudo em tempos de grande mobilização em defesagestão democrática na educação brasileira.

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1.6.1 Justificativa

Nos últimos anos, as lutas em torno da educação tem se voltado à garantia de processos democráticos naescola. O Plano Nacional de Educação – PNE –, aprovado pela Lei Nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001,tem como um dos objetivos a democratização da gestão do ensino público, a qual implica mecanismos quebusquem viabilizar ações para promover a participação dos diversos sujeitos na escola, defendendo aatuação de pais, alunos e comunidade no interior desta, nos processos de decisão e organização,integrando escola e comunidade.É importante salientar, que grandes saltos têm sido dados no decorrer da implementação dos movimentosde participação no conjunto social brasileiro, na tomada de consciência da população desaplaudida pelostransitórios governos, com a pouca atenção aos serviços essenciais para formação e integração dessapopulação, como a educação. Contudo, não podemos afirmar que na prática eles têm contribuído, efetivamente, para a melhoria daqualidade da educação, uma vez que na sua grande maioria são compostos por pessoas que nãocompreendem o seu papel e as suas possibilidades democráticas nocontexto escolar.Esta problemática, sucintamente apresentada, implica na decisão pela proposta do Projeto de Extensão'Grupo de Estudos em Política e Gestão Educacional' para o ano de 2011, vez que é papel dauniversidade a produção e a socialização do conhecimento.Considerando que a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Jequié, oferecediversos cursos de licenciatura, donde destacamos o curso de Pedagogia, mister se faz um trabalho deextensão que possa estreitar os laços desta instituição com as escolas da educação básica, favorecendo odiálogo, a troca de saberes e a consequente melhoria do entorno político-social e educativo. Anseia-se, portanto, que este trabalho possa possibilitar a socialização de conhecimentos e experiênciasacumuladas, incentivando os envolvidos a compreenderem a natureza democrática, buscando contribuircom a melhoria do cenário educacional local, regional, e tambem, nacional.

1.6.2 Fundamentação Teórica

DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO NO BRASIL

1 INTRODUÇÃO

A dupla face da descentralização, a política e a econômica, deixa-se evidenciar como uma claracontraposição de projetos antagônicos no seio da sociedade brasileira. De um lado, no contexto da lutapelo fim da ditadura militar, período caracterizado pela montagem de mecanismos de poder fortementecentralizado, novos sujeitos sociais que por iniciativa da sociedade civil ganham visibilidade na arenapública, por meio da luta de diversos movimentos sociais, de entidades sindicais diversas e de sujeitosoriundos das periferias dos grandes centros urbanos.

De outro lado, enquanto a sociedade civil envida esforços no sentido de conquistar, universalizar econsolidar direitos sociais, o Estado brasileiro, afinado com as mudanças de ordem econômica queocorriam nos países do centro do capitalismo, de onde emergiu o modelo neoliberal, definido por Menezes(2001, p.59) como “o receituário econômico e político, de caráter conservador, resultante da crítica aoEstado de Bem-Estar Social”, adota as imposições do capital internacional, então sob o comando dosórgãos multilaterais, e começa a implementar um processo que vai na contra-mão dos desejosdemocráticos da sociedade civil.

Nos últimos trinta anos, a sociedade civil brasileira, a partir de novas práticas político-culturais, tembuscado modificar as nossas raízes históricas de não-cidadania na formação do Estado e da própriasociedade, bem como dirimir as profundas desigualdades sociais que excluem boa parte da população dosbenefícios do desenvolvimento e da modernização em curso no país.

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Nesse sentido, compreende-se que o nosso histórico autoritarismo advém da inexistência de uma esferapública democrática – como espaço de produção de consentimento e regulação de conflitos sociais -,assim como pela ausência de mediações institucionais e sociais e de um sistema político que funcionassecomo representação de interesses.

Para Fedozzi (2005, p. 142), essas características de nossa formação histórica “foram úteis à exclusãosócio-política dos segmentos de baixa renda”, de modo que suas demandas são “estatizadas“ através dacooptação clientelista e/ou assistencialista. O autor acrescenta que somente com a superação dessaherança autoritária e patrimonialista na gestão sócio-estatal, nas instituições sociais e na cultura política,entendida aqui como “o conjunto de atitudes, normas e crenças mais ou menos partilhadas pelos membrosde uma determinada unidade social” (BOBBIO, 1991), haverá condição para viabilizar os princípiosrepublicanos e democráticos fundamentais à cidadania. Vê-se que as tentativas de consolidar uma efetivaparticipação e usufruir das suas conquistas vão sendo, ao longo da nossa curta história democrática,reprimidas por uma cultura política dominante que, funciona também, como um condicionante dessaparticipação.

De forma incontestável, a promulgação da Constituição Federal de 1988 representou um marco natrajetória de luta por direitos civis, políticos e sociais. Conhecida também como a Constituição Cidadã, elaestabeleceu a universalização de vários direitos, a destacar a educação e a saúde, bem como determinouuma inédita configuração federativa, consubstanciada pela descentralização político-administrativa, adesconcentração dos recursos com partilha mais equânime da arrecadação em favor dos Estados emunicípios e, algo primordial: a participação da comunidade na gestão das políticas públicas.

A Carta Magna tem um papel fundamental para a consolidação da democracia participativa ao criarinstrumentos de democracia direta como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular, bem como formularo princípio da participação na gestão das políticas públicas, regulamentado em leis complementares queestabelecem a criação de conselhos gestores de políticas públicas setoriais, com participação paritária dasociedade civil.

A atuação dos movimentos sociais, na sua conexão com o espaço público e com o poder estatal, foifundamental para a conquista das garantias institucionais e legais, dando ênfase ao caráter público daesfera pública, distintivamente marcada pela emergência de novos sujeitos sociais para decidir einfluenciar as políticas sociais diversas.

2 CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA: CONCEPÇÕES, DILEMAS E AVANÇOS

Pretende-se aqui abordar a democracia, através de uma breve genealogia dessa aventura humanacaracterizada pelo signo da ambivalência desde seu nascimento, na Grécia Antiga, passando pelasabordagens dos teóricos clássicos e contemporâneos e, por fim, uma análise da experiência brasileira coma democracia, incluindo o processo de (re)democratização e a transformação das práticas cotidianas narelação entre Estado e sociedade.

2.1. Público e Privado

Uma incursão teórica que deseja evidenciar a relação entre democracia e participação, antes mesmo dequalquer explicitação conceitual de ambos, necessita de uma especificação dos significados conferidosaos conceitos, público e privado, evidenciando as respectivas realidades históricas que recobrem.

A gênese conceitual de público e privado remonta à Grécia Antiga, onde a distinção entre essas duasesferas era muito mais inflexível do que a que conhecemos hoje, de modo que a esfera pública,representada pela polis, e a esfera privada, representada pela família, correspondiam a entidades distintase separadas.

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Nesse sentido, a família representava o espaço onde as necessidades de sobrevivência individual ecoletiva precisavam ser atendidas e garantidas. A fim de se conseguir esse objetivo, a força e a violênciaeram considerados meios legítimos e fundamentais para vencer a necessidade – compreendida como umfenômeno pré-político. Em outras palavras, “a violência é o ato pré-político de libertar-se da necessidadeda vida para conquistar a liberdade do mundo” (ARENDT, 2005, p.40). Desse modo, subjugar outroshomens à condição de escravos, reinar sobre eles e a família era considerado admissível, tendo em vistaque significava condição para alcançar a liberdade, libertando-se da necessidade.

Por outro lado, a esfera pública, ou seja, a polis, criada pela inter-relação dos homens, era o espaço ondeos iguais expressavam o triunfo sobre as necessidades da vida em condição de liberdade. E eramconsiderados iguais porque eram livres. Ser livre implicava em não estar sujeito às necessidades da vida,bem como não estar sob o comando de outro e/ou exercer comando sobre o outro. A igualdade, conceituale substancialmente distante de como a conhecemos, relacionada com justiça, já que pressupunha aexistência de desiguais, era “a própria essência da liberdade; ser livre significava ser isento dadesigualdade presente no ato de comandar, e mover-se numa esfera onde não existiam governos nemgovernados” (ARENDT, 2005, p. 42).

A liberdade não era fruto de uma condição natural – portanto. Para existir, ensejou a criação de um espaçopeculiar – o espaço público, enquanto “ato de fundação, trabalho que a sociedade efetua sobre si mesmoem busca de sua definição e de sua inscrição histórica” (CHAUÍ, 2003, p. 151). Essa construção comumdos iguais, lugar da palavra e da ação dos cidadãos objetivando o bem coletivo, configurava-se no lócuspróprio para pensar a democracia, palavra composta pelos vocábulos gregos: demos (o povo) e kratós (opoder). Entretanto, cabe o esclarecimento de que aquele modelo de democracia, consubstanciado pelorecurso ao escravismo, não era a expressão de fato do poder do povo, tendo em vista que na prática ospolíticos profissionais e os filósofos, oriundos de famílias abastadas, tinham o domínio informal daassembléia. No entanto, é igualmente inegável que a democracia inaugura no mundo dos homens o poderinédito da palavra, da discussão, que é norma, e da deliberação, que é coletiva.

Esta nítida concepção pautada pela oposição entre as esferas política e social - público versus privado -,conforme as argumentações anteriores explicitam, é completamente ressignificada na sociedadecapitalista, na qual o privado ganha uma referência conotativa que o identifica com a esfera dasubjetividade e não com a reprodução material da sociedade. Nesse sentido, nos séculos XVI e XVII, otrabalho, enquanto prática social, emergiu do espaço exclusivamente privado e projetou-se para a esferado social, local amalgamador das duas esferas – pública e privada - cuja origem estava marcada pelaseparação (BRUNO, 2002).

Essas profundas transformações na estrutura sócio-econômica, bem como no arcabouçopolítico-institucional, foram determinantes para a reconfiguração dos significados das esferas em questão,conforme evidencia Bruno (BRUNO, 2002, p. 22) ao afirmar que:O público como espaço da liberdade entre iguais, enquanto esfera do político por excelência,transforma-se em um espaço marcado pelo confronto, pelas disputas entre classes sociais antagônicas,entre segmentos de classe que guardam entre si diferenças de gênero, etnia e culturas, entre outras, comum elemento novo: esse espaço público vai se desenvolvendo como uma esfera em que o poder,centralizado no aparelho de Estado, passa a coordená-la, limitá-la e, finalmente, a subordiná-la ao seucontrole, invertendo-se completamente o seu significado.

No século XX, o Estado e suas instituições foram sendo identificados com o público, constituídos comoespaço do político. E esse axioma afirma-se como a máxima ordenadora das democracias modernas.Entretanto, contrapondo-se a essa vertente, a autora citada, nos alerta: Assimilar o público ao estatal é reconhecer o Estado como único sujeito instituinte do político, é afirmarque apenas os espaços definidos e controlados pelo poder do Estado são públicos e só aí pode sedesenvolver a ação política. Todo o resto é ilegal e proscrito. Legitima-se, assim, o estrangulamento de

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qualquer atividade política que não emane dos aparelhos de poder do capitalismo. Esse estrangulamentopode ser mais ou menos evidente e realizado por meios mais ou menos insidiosos; mais ou menos brutais(BRUNO, 2002, p. 28).

As alternativas de mudança a essa ordem excludente encontram-se no reconhecimento da legitimidade ena necessidade do conflito, como elemento constitutivo e vivificador da democracia. Por conta dessevínculo, é incessante, dentro do regime democrático, o surgimento de novos sujeitos políticos que, aoemergir das contradições, demandam a criação de direitos novos. Desse modo, ao operar com o conflito ecom a criação de direitos, a democracia não se confina a um setor específico da sociedade, no qual apolítica se realiza qual seja o Estado, mas, ao contrário, determina a forma das relações sociais e de todasas instituições. E a deliberação se insere como um dos instrumentos que a democracia tem paratransformar o conflito numa oportunidade positiva. Em suma, a democracia institui a sociedadedemocrática ao se constituir como a forma social da existência coletiva.

Objetivando contribuir com essa discussão, Toro (2005, p.29) ressalta que: O público ultrapassa o“estatal”, sem que isso signifique desconhecer que as instituições públicas por excelência devem ser oEstado e as leis, precisamente porque a força do público vem da sua capacidade de sintetizar erepresentar os interesses, contraditórios ou não, de todos os setores da sociedade.

É no terreno fértil desses impasses que será empreendido, a seguir, um levantamento bibliográfico arespeito das diferentes concepções de democracia, tendo como destaque a perspectiva deliberativa.Procurar-se-á refletir teoricamente sobre o processo de democratização no país, com base nas novasrelações estabelecidas entre sociedade e Estado, tendo como eixo central o papel da cultura política e dasnovas instituições democráticas para a promoção ou impedimento da consolidação da democracia.

2.2 DEMOCRACIA: REPRESENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

De forma categórica, pode-se afirmar que Atenas criou a democracia e a cultuava. E ao criá-la,inapelavelmente, os gregos se condenaram à inventividade ou, em outras palavras, instalaram uma“interrogação permanentemente aberta”, conforme define Castoriadis (1987, p. 268). O autor afirma que,não podendo recorrer a nenhum precedente ou modelo, a sociedade grega viu-se na obrigação de inventarincessantemente, a cada vez que surgiam problemas não previstos, uma relação de regras, procedimentose instituições. E eram essas instituições que nutriam a democracia daquilo que melhor a define, a saber, aparticipação ampliada dos cidadãos.

De acordo com Bobbio (1991), as primeiras experiências de democracia exibem todos os cidadãos dacidade-Estado – Atenas – reunidos na ágora para discutir os assuntos comuns, tomar decisões, promulgarleis, enquanto os funcionários responsáveis pela execução das decisões eram sorteados entre oscidadãos. Porém, conforme já foi salientado anteriormente, nem todos os membros daquela sociedadepodiam participar das decisões coletivas, especialmente as mulheres, os estrangeiros e os escravos, entãosubjugados. Portanto, a maioria dos indivíduos daquela sociedade.

Apesar de estar consubstanciado pelo paradigma da necessidade de participação de todos os cidadãosnas decisões a serem tomadas pela polis, uma das críticas mais contundentes àquele modelo dedemocracia, diz respeito justamente ao fato de a participação ser restrita aos cidadãos – homens livres.Outra crítica de grande relevância à democracia grega tinha Platão como autor. Para ele, as decisões dapolis não poderiam ser confiadas aos menos esclarecidos e, por isso, defendia que o poder deveria serconfiado àqueles que sabem, e que o melhor governo é a aristocracia (governo de poucos).

A questão posta à democracia era a de saber se todos tinham (ou têm) a condição de assumir as funçõesde governo e participar da atividade legislativa. Para Eurípedes apud Valle (2002, p. 41), “o demos éincapaz de um raciocínio direito”. A idéia de que o demos não passava de um monte de homensuniversalmente incompetentes, grosseiros e ignorantes corrobora a suposta incapacidade. Não é difícil

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associar essas visões às defendidas por teóricos contemporâneos da democracia, como Dahl, Sartori eSchumpeter (apud PATEMAN, 1992), para os quais a participação (ou o aumento dela), por parte dohomem comum, representaria um perigo para a estabilidade do sistema democrático. Ao povo, portanto,caberia participar da política apenas fazendo a escolha das elites dirigentes, já que não disporia decapacidade para opinar sobre as decisões políticas.

Outros teóricos, favoráveis à democracia e à participação, a exemplo de Rousseau, que apesar dascontrovérsias, é alçado à condição de teórico da democracia participativa por excelência, defendem aparticipação individual de cada cidadão no processo político de tomada de decisões. Em sua célebre obraintitulada O Contrato Social, Rousseau procura descobrir, como ele mesmo diz, o que torna legítima acondição política dos homens, seja a forma que adote ou possa adotar. Para ele, o problema da instituiçãoda sociedade política se resolve com a idéia de pacto social que origina a vontade geral do povo soberano,ou seja, o pacto social constitui o estado civil que deve garantir a liberdade e a igualdade para todos osseus membros. Desse modo, todos os homens poderiam exercer sua liberdade civil cerceada apenas pelavontade coletiva.

Cabe oportunamente o esclarecimento de que Rousseau defendia uma sociedade onde houvesseigualdade e independência econômica. Diferentemente do que se afirma, não advoga uma igualdadeabsoluta, mas alerta que as diferenças existentes não deveriam conduzir à desigualdade política. Emtermos ideais, evoca a necessidade da existência de uma situação em que nenhum cidadão fosse rico osuficiente para comprar o outro e em que nenhum fosse tão pobre a ponto de se vender. Ainda segundo oautor, o atendimento a essa condição é que possibilitaria aos cidadãos agrupar-se enquanto indivíduosiguais e independentes; e acrescenta que essa igualdade e independência precisariam ser preservadas, eesse, primordialmente, seria o papel de uma relação de interdependência (PATEMAN, 1992).

Um aspecto relevante da citada obra de Rousseau é o de não poder ser vinculada a uma idéiareducionista de que o governo cabe às leis e não aos homens, mas, consubstanciada por uma reflexãofilosófico-política, elaborar uma renovada formulação do papel da participação, “de que os homens devemser governados pela lógica da operação da situação política que eles mesmos criaram, e que essasituação constitui-se de tal forma que impossibilita ‘automaticamente’ a existência de governantesindividuais” (PATEMAN, 1992, p.37). Isso implica afirmar que quem instaura a lei é a autoridade soberana,então princípio da vida política. E essa autoridade soberana gestada pelo contrato social:[...] se caracteriza por sua generalidade: em sua fonte, pois nasce da unanimidade daqueles que formam ocorpo político; em sua natureza, pois exprime a unidade do “eu comum” da República; em sua finalidade,pois tem o bem comum como meta. Por isso a legislação que ela tem por vocação editar deve “partir detodos para aplicar-se a todos”, o que exclui a possibilidade de que, penetrando no terreno do particular, elase pronuncie ou sobre um homem ou sobre um fato (GOYARD-FABRE, 2003, p. 158).

A partir das considerações acima, pode-se concluir que é no estado civil que o homem poderá ter suaspotencialidades desenvolvidas e guiar-se pelos valores morais, tendo como referência o direito e a justiça.Portanto, é participando da vida pública que o sujeito se desenvolve e se capacita para esse exercício e,os resultados humanos alcançados no processo de participação, se configuram numa imprescindíveljustificativa para um sistema participativo.

Ademais, é pertinente destacar que ao considerar a soberania inalienável e indivisível, Rousseau excluíado seu ideal político a regra da representação, afirmando categoricamente que se um governo se dizrepresentativo, não pode ser democrático. E disse mais: “No instante em que um povo se dárepresentantes, deixa de ser livre; cessa de ser povo” (ROUSSEAU, 1762 apud GOYARD-FABRE, 2003,p. 172). Logicamente, essa condenação se deu pelo fato de Rousseau não possuir um conceito claro doque viria a se chamar mandato representativo que, após uma transformação semântica, obedece a umalógica diferente da do mandado imperativo.

O autor declara ainda que todo governo legítimo é republicano, seja ele uma monarquia, uma aristocracia

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ou uma democracia, esta última definida não pelo critério da soberania do povo, mas pela sociedade civil,esse corpo político que se caracteriza pela soberania do povo em corpo. Desse modo, reconhecia quealgumas características do que atualmente se considera governo democrático, alicerçado na soberaniapopular, portanto legítimo, se assemelham a de um governo republicano de outrora.

O fascínio pela história antiga e pela idéia democrática, em especial o modelo da república romana,possibilitou a Rousseau construir seu modelo de organização política, em que o povo era o único quepodia exercer o poder legislativo, enquanto aos magistrados eleitos cabiam as funções de governo quedemandavam habilidades específicas. Apesar desse modelo ter servido de inspiração para embasar asreivindicações e as lutas dos idealistas da revolução francesa contra a sujeição e a servidão, e,considerando que o ideal democrático que se deixava adivinhar, a partir do final do século XVII,atrelava-se a um postulado da necessária limitação de poder, o que prevaleceu foi um modelo dedemocracia liberal representativa na França, usado como referência na consolidação de muitosEstados-nação. Nesse modelo, segundo Oliveira (2006, p. 60), “a soberania popular é alienada nosrepresentantes do povo e a vontade geral não se materializa, mas apenas as vontades particulares(vontade de todos) são representadas, construindo um consenso pelo critério da maioria”.

Ainda segundo a autora, as democracias modernas emergem no contexto das revoluções burguesas –revolução industrial, a independência dos Estados Unidos e a revolução francesa – de rejeição aoabsolutismo real, de defesa dos direitos do povo, ao passo em que fornecia as bases para formação dosEstados-nação e a consolidação do capitalismo no Ocidente. Ela acrescenta que foi nesse contexto que “aideologia liberal – defesa das liberdades individuais, proteção contra o abuso do poder dos governantes econtra a violência dos outros homens, garantia da propriedade privada – forneceu as bases para aorganização da democracia representativa” (OLIVEIRA, 2006, p. 60).

Abre-se aqui um parêntese para esclarecer que a articulação entre os ideais liberais e os da democracianão é tão pacífica quanto parece. Enquanto a corrente de pensamento liberal privilegia a figura doindivíduo, o pensamento democrático centra-se na sociedade. E isso denota uma incompatibilidade, tendoem vista que o perigo iminente é que a combinação entre as demandas individuais (liberalismo) e a coesãosocial (democracia) reduza esta última a uma soma gigantesca de interesses individuais.

Ademais, a democracia é, para os liberais, o que era para Aristóteles e Montesquieu: apenas uma formade governo na qual o poder não é exercido por um (monarquia) e nem por poucos (aristocracia), mas é oregime no qual é afirmada a soberania do povo e no qual se governa em seu nome. Já para Bobbio (2002,p.5), a democracia é “um conjunto de regras (primárias ou fundamentais) que estabelecem quem estáautorizado a tomar decisões coletivas e quais procedimentos deverão ser adotados”. Percebe-se, portanto,uma incongruência. Uma razoável coexistência entre Democracia e Liberalismo só mostrou-se possível apartir da necessidade do engendramento de um governo que provesse garantias e que, ao mesmo tempo,fosse calcado na soberania popular.Essa evolução sustentou-se pela dinâmica igualitária que, aos poucos, foi atenuando ou até apagando, osvestígios de elitismo e de aristocracismo presentes originalmente na doutrina liberal. Daí é que se foiafirmando, a partir das teorizações dos principais pensadores da tradição liberal, a idéia de representaçãocomo ponto de articulação possível e, na prática, o domínio da vida política pelo princípio igualitário e seuscorolários: surgimento dos direitos sociais, a obrigatoriedade da educação aliada à gratuidade da instruçãopública e também o reconhecimento de direitos sindicais.

Desse modo, a democracia representativa se evidencia como a forma por meio da qual podem serconfrontados e resolvidos os problemas relativos às demandas individuais, somados àqueles que dizemrespeito à coesão social. Para tanto, faz-se mister uma estrutura composta pelo parlamento e pelospartidos políticos, bem como a composição de regras que objetivam subsidiar a competição política, asaber: sufrágio universal, eleições livres e periódicas e regra majoritária. É claro que as supracitadasconquistas não são fruto da benevolência das classes dominantes, mas representam o resultado de umaação coletiva capaz de determinar as diretrizes de decisões e ações políticas e que se fez no campo da

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luta política.

O início do século XX fez emergir, sob a influência de teóricos políticos de orientação empirista, dúvidasque colocavam em xeque a possibilidade de pôr em prática o ideal de democracia, enquanto governo dopovo que se faz com a máxima participação popular, característica fundamental das teorias clássicas.Essas dúvidas foram reforçadas por acontecimentos, tais como o surgimento de regimes totalitários que sebaseavam na participação das massas (intimidadas, é verdade!) e a notória instabilidade de muitosEstados no pós-guerra. Esses eventos foram cruciais para que o termo participação fosse atrelado ao totalitarismo e não àdemocracia, principalmente porque o desenvolvimento da sociologia política possibilitou muitasinvestigações empíricas que acabaram por revelar dois fatos: primeiro, uma total apatia por parte doscidadãos – em especial os não abastados – em relação à política e atividades inerentes a ela; segundo, apresença de atitudes autoritárias entre grupos de baixa condição sócio-econômica. Tais conclusõeslançavam em descrédito a visão clássica do homem democrático, bem como levantavam a bandeira deque o aumento da participação popular poderia abalar a (já frágil!) estabilidade do sistema democrático(PATEMAN, 1992).

Outro fator de considerável relevância para amparar a recusa às teorias clássicas da democracia, era oargumento de que essas teorias haviam se constituído sob a égide de valores, portanto normativas,enquanto as novas teorias estavam amparadas em estudos empíricos sobre os fatos da vida política. Eeram muitos os estudos das ciências sociais e da ciência políticas que abordavam a impossibilidade de sepôr em prática a ampla participação do povo. Um autor filiado a essas abordagens era JosephSchumpeter, que através da sua prestigiada obra “Capitalismo, socialismo e democracia”, de 1943, acabouoferecendo uma revisão das teorias clássicas da democracia.No que concerne à questão da participação, segundo observação de Pateman (1992, p.13), a principalcrítica de Schumpeter à doutrina clássica era que “o papel central da participação e tomada de decisõespor parte do povo baseava-se em fundamentos empiricamente irrealistas”. Ainda de acordo com a autora,o ponto vital na teoria revisada de Schumpeter “é a competição dos que potencialmente tomam asdecisões pelo voto do povo”. E diz também que nessa teoria de democracia a participação não goza de umpapel central, ao contrário, deve-se reduzir ao voto para o líder. E os eleitores deveriam compreender que,uma vez que elegeram alguém, a ação política passa ser atribuição exclusiva do eleito (do “decisor”).

O papel e viabilidade que a participação ocupa nas teorias da democracia moderna, foi a perguntaorientadora dos estudos de Pateman (1992). A motivação advinda dos eventos reivindicatórios, tanto naEuropa como nos Estados Unidos, por maior espaço de participação, por novos direitos e pelaimplementação dos já conquistados. A autora reconhece que por conta desses acontecimentos ocorridosnos últimos anos da década de 1960, a palavra participação tornou-se de uso comum no vocabuláriopolítico popular, ao passo que ganhou também uma variedade de significados, necessitando por isso deuma atenção específica.

A autora também vê certa ironia no fato de a participação ter se tornado tão popular, principalmente entreos estudantes, enquanto que, entre os teóricos da política e sociólogos políticos, a teoria da democraciaunânime é aquela em que a participação tem um papel insignificante, além de representar um grandeperigo. Esse argumento é o ponto chave das críticas formuladas às teorias clássicas da democracia, porvários autores como Schumpeter, Berelson, Dahl, Sartori, Eckstein, identificados por Pateman comoteóricos contemporâneos da democracia e cujas obras foram objeto de seu estudo.

Após abordar cada um desses teóricos, a referida autora apresenta uma síntese das questõesconvergentes entre os autores citados sobre uma teoria contemporânea da democracia: é um métodopolítico para escolha dos líderes que competem pelo voto do povo em eleições periódicas e livres, tendocomo princípio a igualdade política, baseada no sufrágio universal, cada indivíduo um voto, de igualdadede oportunidade dos eleitores de ter acesso a canais para influenciar os líderes. E ainda, que o medo doslíderes da perda do mandato em novas eleições funcionaria como controle dos eleitores sobre aqueles.

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Além disso, a ampla participação da população é considerada um risco para a estabilidade dos regimespolíticos, pois o cidadão não estaria capacitado a opinar sobre as decisões políticas e sua participaçãopoderia gerar excessiva pressão por demandas que o sistema político não estaria preparado pararesponder. Esta participação só deveria ocorrer no momento do voto, quando a população elegeria seusrepresentantes. A autora conclui suas análises afirmando que:[...] a função da participação nessa teoria é apenas de proteção; a proteção do indivíduo contra decisõesarbitrárias dos líderes eleitos e a proteção de seus interesses privados. É na realização desse objetivo quereside a justificação do método democrático (PATEMAN, 1992, p.25).

Mesmo reconhecendo que a teoria contemporânea da democracia conquistou um quase que absolutoapoio dos teóricos políticos atuais, Pateman enfatiza o fato de que essa teoria não ficou isenta de muitascríticas que se concentravam em dois aspectos principais: primeiro, que a teoria clássica havia sido malcompreendida e que ela, diferentemente do que afirmavam, era uma teoria normativa em essência e nãodescritiva; segundo, que a empreitada revisionista acabara por modificar fundamentalmente o significadonormativo da democracia, isto é, que seus ideais foram substituídos por outros. No bojo da delimitaçãodessas críticas, a autora sustenta a necessidade de uma releitura dos teóricos clássicos da democracia -Rousseau, James Mill, John Stuart Mill, Bentham e G. D. H. Cole – como meio de expor e examinarminuciosamente o que esses teóricos tinham de fato a dizer.

Dentre os autores citados, Pateman (1992) dedica atenção especial a Rousseau, considerado por elateórico por excelência da participação. A autora afirma que na teoria rousseauniana a participação não selimita ao papel de proteção de arranjos institucionais, conforme defende Schumpeter, ela “também provocaum efeito psicológico sobre os que participam, assegurando uma inter-relação contínua entre ofuncionamento das instituições e as qualidades e atitudes psicológicas dos indivíduos que interagemdentro delas” (PATEMAN, 1992, p. 35). Ademais, ainda segundo a autora, é possível visualizar trêsfunções da participação na teoria de Rousseau: a primeira, educativa – considerada central; a segunda,permitir que as decisões coletivas sejam aceitas mais facilmente pelo indivíduo; a terceira, a de integração.

A partir de uma explicitação detalhada dos principais aspectos que compõem cada abordagem dosteóricos clássicos da democracia, acima referidos, Pateman (1992, p. 60) nos apresenta os fundamentosde uma teoria participativa da democracia:A teoria da democracia participativa é construída em torno da afirmação central de que os indivíduos esuas instituições não podem ser considerados isoladamente. A existência de instituições representativas anível nacional não basta para a democracia; pois o máximo de participação de todas as pessoas, asocialização ou treinamento social, precisa ocorrer em outras esferas, de modo que as atitudes equalidades psicológicas necessárias possam se desenvolver. Esse desenvolvimento ocorre por meio dopróprio processo de participação. [...] Por isso não há nenhum problema especial quanto à estabilidade deum sistema participativo; ele se auto-sustenta por meio do impacto educativo do processo educativo. Aparticipação promove e desenvolve as próprias qualidades que lhe são necessárias [...].

Para Nobre (2004, p.33), os teóricos contemporâneos da democracia participativa – Pateman, Poulantzas,Macpherson – indicam a necessidade de ampliação da participação nos processos decisórios como formade “[...] superar não apenas as desigualdades materiais que impedem a efetiva realização das liberdades,apenas prometidas pelo direito sob o capitalismo, mas também os déficits de formação política da opiniãoe da vontade que daí resultam [...]”.

Esse duplo benefício que uma ampla participação pode promover parece se filiar à preocupação de Vita(2004), no que diz respeito às condições necessárias para se produzir resultados políticos justos. Ao tratardo problema da desigualdade de participação e de ativismo políticos, o autor afirma que os níveisdesiguais de participação se devem “à distribuição muito desigual de recursos políticos cruciais tais comoriqueza, dinheiro, educação, recursos cognitivos, tempo livre para a atividade política e a facilidade maiorou menos de superar problemas de ação coletiva” (VITA, 2004, p. 118). O autor compreende que o ataque

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a esses problemas requer reformas institucionais e políticas, que tenham como objetivo último a elevaçãodo “quinhão de recursos sociais escassos e de oportunidades sociais para os que estão na posiçãomínima da sociedade” (VITA, 2004, p.122).

Pode-se notar que, tanto nas teorias antigas da democracia como nas modernas, a participação étrivialmente apresentada como um ingrediente imprescindível. No entanto, afirmar simplesmente quedemocracia é uma forma de governo consubstanciada pela participação dos cidadãos, apresenta um sériorisco de incorrer em omissão, a menos que se esclareçam quem são os cidadãos, à qual participação serefere e quais suas modalidades. Da mesma forma, deve-se compreender o que se esperar dademocracia, seus valores, seus limites e relações com outros conceitos como igualdade, liberdade ejustiça. Grosso modo, essas são as questões que impulsionaram Ugarte (2004) a demonstrar que aimportância que se atribui à noção de participação cidadã, encontra-se condicionada pela teoria dedemocracia que se adota como marco de referência. É a partir desse axioma que o autor advoga anecessidade de se estabelecer uma definição mínima de democracia, que permita analisar se um sistemapolítico é ou não democrático e, ao mesmo tempo, valorar onde há mais ou menos democracia.

Para o autor, as diferentes teorias possuem uma fundamentação normativa e estão ligadas a algumasidéias fundamentais, tais como: autonomia política, igualdade política, existência de opções de escolha e oestabelecimento de regras para orientar as disputas políticas. E essa seria a noção mínima de democracia,adjetivada de formal:[...] é a forma de governo na qual o número mais amplo possível de indivíduos adultos da coletividade (oscidadãos) participa livremente na tomada de decisões coletivas por meio de procedimentosprestabelecidos como a regra da maioria [...] (UGARTE, 2004, p. 96).Tal concepção formal, como método ou procedimento para organizar a competição política, é denominadapor alguns autores de minimalista. Bobbio (2002), porém, não adota esta caracterização, mas tambémargumenta que deve haver uma definição mínima de democracia, capaz de distinguir entre dois tiposideais de governo – democracia ou autocracia.

Segundo o mesmo autor, essa visão formal é considerada muito pobre pelos movimentos que seproclamam de esquerda. Nas sociedades européias, a constituição da democracia foi acompanhada daconquista de direitos – civis, políticos, sociais – e a implantação do Estado de bem-estar social. Istopossibilitou reduzir as desigualdades sociais com vistas a alcançar a justiça social, combinandomecanismos de proteção das liberdades com igualdade de oportunidades para a maioria da população,por meio da garantia dos direitos sociais. Esta configuração política apresenta o que alguns autoreschamam de concepção substantiva de democracia.

Santos e Avritzer (2002) analisam os debates travados em torno da idéia de democracia durante o séculoXX. Inicialmente, se argumentava sobre sua desejabilidade. Este debate saiu vitorioso, mas o modelo quese tornou hegemônico impôs grandes restrições à participação dos cidadãos e à soberania popular,prevalecendo o modelo formal, ou seja, os procedimentos para formação de governos e a participaçãoapenas no momento do voto.

Outro eixo do debate, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, dizia respeito às condiçõesestruturais da democracia e à sua (in)compatibilidade com o capitalismo (SANTOS; AVRITZER, 2002). Noentanto, com as vitórias da social democracia em vários países da Europa, que proporcionou muitasconquistas aos trabalhadores, esperava-se colocar limites à exploração capitalista com o desenvolvimentode políticas distributivas, ao mesmo tempo em que se discutiam modelos alternativos à democracia liberal.Este debate, segundo Santos e Avritzer (2002), suscitado, sobretudo pelos marxistas Pateman ePoulantzas, propunha a democracia participativa, inclusive para mediar as relações entre capital etrabalho, no âmbito das empresas.

As transformações no mundo do trabalho, o avanço do neoliberalismo e as experiências recentes dedemocratização, na década de 1980, sem melhorias significativas nas condições de vida da maioria da

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população, acendem o debate e o direcionam para a forma da democracia e suas variações,demonstrando a crise do modelo hegemônico de democracia liberal (SANTOS; AVRITZER, 2002).

A exemplo de Santos e Avritzer, Ugarte (2004) também faz referência a análises que apontam para a crisedas idéias de direito e democracia nas últimas décadas. Essa crise pode ser percebida em váriosfenômenos concretos: os sucessivos golpes contra o Estado de bem-estar social, a hegemonia doneoliberalismo e o desencanto dos cidadãos com a democracia, a demonstrar a distância cada vez maiorentre os ideais e a realidade concreta.

Dessa forma, pode-se concluir que a democracia representativa e suas instituições políticas tradicionais,como o parlamento e os partidos políticos, têm sido percebidas como insuficientes para garantir ademocracia em sociedades complexas, com uma crescente sociedade civil. Conseqüentemente, a crisedesse modelo vem gerando movimentos em várias partes do mundo que o contestam ou afirmam suainsuficiência. Apontam para a necessidade de combinar a democracia representativa dos modernos, commecanismos de democracia direta dos antigos, ou seja, a democracia participativa, onde o cidadão nãodelega poderes aos seus representantes, mas participa, diretamente, da tomada de decisões. Para isso épreciso ampliar a esfera pública com novos canais para a participação política dos cidadãos nas decisõesde interesse da coletividade.

Na realidade das democracias contemporâneas, em sociedades onde o modelo está consolidado – Europae Estados Unidos – e em outras, que vivenciaram recentes processos de democratização – Leste Europeue América Latina – o que se constata é a dominação de elites políticas e a não participação da maioria dapopulação nas decisões, exceção ao momento do voto. Mas como afirma Nobre (2004, p.26), a quebra domonopólio das elites na posição de definir os rumos da sociedade humana “exige também umatransformação na cultura política da sociedade que não resulta somente do estabelecimento de novasleis”.Nobre (2004, p.35) também define as teorias democráticas como sendo concepções normativas, e que aparticipação e a deliberação têm valor bastante diferenciado nessas correntes. No entanto, conformedestaca, não se pode reduzir a democracia a um modelo de organização político-estatal. “Mais que isso,tem de compreender a democracia como uma forma de vida, como pressupondo uma cultura política daqual depende, para a institucionalidade político-estatal, inclusive”.

Contudo, na opinião de Lechner (2004), a democracia tem conquistado grande reconhecimento naAmérica Latina, embora saliente, na mesma direção de Ugarte (2004) e Santos e Avritzer (2002), que ahegemonia neoliberal e as transformações políticas, econômicas e culturais vêm provocando mudanças nosentido da democracia. Ainda conforme afirma, a derrocada das experiências do socialismo real e aglobalização capitalista não têm alterado apenas o mapa mundial, mas os nossos mapas mentais, ascategorias interpretativas da realidade: “[...] um traço eminente da nossa época reside na erosão dosmapas cognitivos, desestruturando o campo do possível e turvando as utopias que cristalizam o sentidoque atribuímos à democracia” (LECHNER, 2004, p.8).

Ao prosseguir em suas reflexões, argumenta que as possibilidades de consolidação da democracia naAmérica Latina estão condicionadas pelos processos de modernização, aqui entendidos como asmudanças socioeconômicas para a inclusão das economias nacionais em uma economia globalizada. Eque há uma tendência desses dois processos, democratização e modernização, serem tratadosseparadamente. Todavia, não se pode pensar uma modernização separada dos processos includentes dacidadania, pois isto envolve repensar os sentidos da democracia e os novos significados da política.

2.3 DEMOCRACIA NO BRASIL

No tocante ao debate para analisar a democracia no Brasil, antes de inferir sobre alguns elementospassíveis de caracterizar o nosso atual modelo de democracia, convém resgatar algumas discussões quefomentaram o debate durante a transição da ditadura militar para o Estado Democrático de Direito, definido

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na Constituição brasileira de 1988.

Há mais de quinhentos anos o autoritarismo predomina na nossa história. O Estado é autoritário, porque asociedade é autoritária (CHAUÍ, 1993). Entretanto, o debate travado em torno dos movimentos pela(re)democratização divide alguns analistas, com base na memória oficial segundo a qual o Brasil viveuuma democracia entre 1946 e 1964. Chauí destaca vários elementos de análise para questionar aafirmação de que o Brasil viveu uma democracia, mostrando as marcas do autoritarismo conservadas,nesse período, contrários à democracia liberal: Essa memória é paradoxal porque tecida de váriosesquecimentos significativos, como, por exemplo, o de que a Constituição de 1946 define a greve comoilegal, mantém a legislação trabalhista outorgada pela ditadura Vargas (e que é reprodução literal da Cartadel Lavoro, de Mussolini), proíbe o voto aos analfabetos (isto é, à maioria da população, na época), colocao Partido Comunista na ilegalidade, conserva a discriminação racial e não questiona a discriminação dasmulheres, consagrada pelos códigos Civil e Penal etc. (CHAUÍ, 1993, p.50).

No processo recente de luta contra a ditadura militar, conforme defende a referida autora, o processoiniciado em 1975, idealizado por Golbery, Ministro da Casa Civil no regime militar, não seria um processode redemocratização, mas um processo de liberalização do regime. Martins (2005, p.14) tambémargumenta na mesma direção, afirmando que a derrocada do regime autoritário de corte militar “se deumediante um processo gradual de liberalização que contou com a participação dos mais variados setoresda sociedade brasileira [...]”, inclusive daqueles que por convicções liberais haviam apoiado a ditaduraanticomunista.Surge então, na sociedade, o processo de luta pela democratização. As motivações que levaram muitossetores da sociedade civil a se mobilizar contra a ditadura militar eram bastante diferenciadas.

Todavia, algumas reivindicações conseguiram unificar vários segmentos da sociedade, entre elas a lutapelos direitos humanos e a eleição de uma Assembléia Nacional Constituinte, livre e soberana.Como ressalta Dagnino (2002), a constituição de uma democracia é um processo bastante complexo,principalmente numa realidade como a nossa, onde o Estado autoritário permanece intocado e resistente.Além disso, as elites sempre protagonizaram, em vários momentos significativos da nossa história, o papelprincipal, excluindo a participação da maioria da população. Coutinho (1980, p.32), no início das lutas pelademocratização, enfatizava a importância da sua conquista para a sociedade brasileira, mesmo nos limitesformais-liberais, e já destacava a estratégia histórica das elites de promoverem conciliações pelo alto,excluindo a participação da maioria da população brasileira: Essas transformações ’pelo alto’ tiveram comocausa e efeito principais a permanente tentativa de marginalizar as massas populares não só de umaparticipação ativa na vida social em geral, mas sobretudo do processo de formação das grandes decisõespolíticas nacionais.

As elites dominantes comandam e impõem à maioria da população suas estratégias de conciliação, comvistas a preservar interesses particulares e privilégios em detrimento dos interesses da maioria. Foi assimno processo de democratização, com o evento emblemático do movimento das Diretas-Já, no qualgrandes parcelas da população se mobilizaram e reivindicaram eleições diretas para presidente em 1984,enquanto alguns que subiram nos palanques para fortalecer o coro pelas Diretas se sentaram nosgabinetes para fazer o acordo que legitimou o colégio eleitoral.

Weffort (1984) afirma que a vitória, via colégio eleitoral, da proposta liberal conservadora encabeçadapelos moderados do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com o apoio dos dissidentesdo Partido Democrático Social (PDS) – partido que congregava os militares e seus apoiadores, que seretiram para formar o Partido da Frente Liberal (PFL) – foi a vitória das elites, organizadas para garantirmais continuidades do que mudanças. Para Weffort (1984, p.18), o pacto político restringiu-se aoestabelecimento de regras para organizar a competição política em meio a uma crise econômica semnenhuma proposta para sua superação: Limitando-se a uma disputa entre os grupos dominantes e aselites que os representam, não há nenhum ‘pacto social’ embutido nesse processo sucessório. Na melhordas hipóteses, haverá, talvez, um ‘pacto político’ visando a reorganização institucional do país. A crise

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econômica continua, e já se pode prever que seus custos maiores continuarão sobre os ombros dostrabalhadores (WEFFORT, 1984, p. 18).

As bandeiras de luta no processo de democratização continham reivindicações por democracia política,redução das desigualdades sociais e garantia de direitos. No entanto, a garantia das liberdadesindividuais, dos direitos políticos e o estabelecimento formal de uma democracia representativa liberalconservadora atendia, apenas, parcialmente aos anseios da maioria da população brasileira, ficando nodiscurso a vontade política de conciliar democracia política com igualdade social. Mas, segundo Weffort(1992), a Constituição de 1988 define instituições políticas que apontam para uma ordemdemocrático-liberal e levanta a hipótese de: [...] que nesta nova ordem político-instituicional as ‘questõessociais’ foram acrescentadas à margem. Elas só estão ali porque foi impossível evitá-las, especialmentedevido às pressões sociais exercidas no período de redação constitucional; de qualquer modo,permanecem marginais. Além disso, mesmo esta débil presença social na Constituição não pode serdesvinculada do caráter corporativista de muitas manifestações de grupos e movimentos, os quais serevelaram incapazes de propor uma nova visão da comunidade nacional. (p. 17-18).

Esta hipótese do autor encontra respaldo na realidade brasileira, pois permanece no país um sistema dual,onde a elite e uma parcela da população que está integrada, organizada por meio de associações e outrasentidades da sociedade civil, conseguem participar da competição política e usufruir de bens e serviçoscomo cidadãos consumidores, enquanto outra parcela significativa tem participação eleitoral, mas continuadesorganizada, sem acesso aos mínimos sociais que lhes garanta uma vida digna. Por essa ausência decondições são vítimas de manipulação política, favorecida pelo clientelismo: “não são marginalizados pornenhum tipo de restrição institucional, mas pelas próprias condições sociais, políticas e culturais em quevivem e que os transformam em massas amorfas” (WEFFORT, 1992, p.23).

A transição e a consolidação democrática têm gerado vários debates e o esforço dos cientistas, quersociais, quer políticos, para interpretar esses fenômenos. O’Donnell (1991, apud OLIVEIRA, 2006) aoanalisar esses processos na América Latina, construiu uma tipologia para classificar essas novasdemocracias. Todavia, ele ressalta que o tipo de democracia não varia em função do processo detransição: “parece ter mais peso, de um lado, fatores históricos de longo prazo e, de outro o grau deprofundidade da crise sócio-econômica que os governos democráticos recentemente instalados herdam”.Apesar de se enquadrarem no critério de democracias políticas, algumas características fazem com que oautor construa a hipótese segundo a qual, em vez de caminharem para serem democraciasrepresentativas, elas tendem a ser democracias delegativas. Os casos do Brasil, Argentina e Peru sãoexemplares.

O quadro de uma grave crise socioeconômica, a escassez de instituições democráticas consolidadas e apresença marcante de relações não formalizadas, como o clientelismo, o patrimonialismo, a corrupção,abrem espaço para que a tomada de decisões sobre as políticas públicas não se cumpra pelas instituiçõesdemocráticas. Com isso, o presidente eleito “é autorizado a governar o país como lhe parecer conveniente[...] O presidente é a encarnação da nação, o principal fiador do interesse nacional [...]” (O’DONNELL,1991 apud OLIVEIRA, 2006, p.30).

Neste tipo de democracia, os partidos políticos e o parlamento, principais instituições nas democraciasrepresentativas, têm seus papéis secundarizados pela hipertrofia do executivo. Mesmo o presidente sendoeleito por um partido, facilmente o programa partidário é abandonado e o eleito passa a governar conformesuas convicções e segundo as forças políticas internas e externas determinarem. Governando por meio dedecretos ou medidas provisórias, as propostas não chegam a ser amplamente debatidas nem noparlamento nem nas organizações da sociedade civil.

Ainda conforme O’Donnell (1991), a falta de debate amplo concorre para a pouca consistência e poucoconsenso em torno das políticas públicas, e o sucesso ou fracasso é creditado ao presidente e sua equipe.Isto provoca fragilidade e instabilidade no regime. As análises desenvolvidas pelo autor se referem,

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principalmente, aos períodos das eleições diretas para presidentes na América Latina, após as ditadurasmilitares, e à implantação dos pacotes de estabilização da economia.Sem utilizar a tipologia de democracias delegativas, Lechner (2004) levanta alguns elementos da análisede O’Donnell, acrescentando que no contexto das novas democracias latino-americanas com grandefragilidade institucional, a participação política do cidadão desloca-se de uma deliberação prévia sobre acondução da política para uma avaliação posterior dos resultados e que os partidos abandonam seuprojeto programático para investir em estratégias personalistas.

Weffort (1992), ao analisar a eleição de Collor, em 1989, confirma esses indicadores apresentados porO’Donnell (1991). Collor foi eleito por um partido caracterizado como uma sigla de aluguel, ele prometeugovernar para os descamisados, tomou medidas de grande impacto sobre parcelas da população, sem umdebate amplo no congresso e/ou na sociedade, e contribuiu para agravar a crise social e econômica com aadoção do neoliberalismo. O autor também faz algumas considerações sobre o impacto das condiçõessocioeconômicas no comportamento político da população mais pobre e a tendência de elegerem osalvador da pátria: As massas de indivíduos que vivem abaixo da linha de pobreza, ou que estão muitoperto desse limiar, parecem mais preparadas para apoiar alguém que lhes prometa resolver seu problemaimediato do que alguém que os convoque a se organizarem para resolver o seu problema junto com osgrandes problemas do país (WEFFORT, 1992, p.137).

Essas considerações de Weffort evidenciam os problemas presentes na questão da democracia e daparticipação política no Brasil. Ao mesmo tempo, denota o grande desafio de ampliar a participaçãonesses segmentos da população situada à margem dos processos de decisão e dos benefícios que odesenvolvimento socioeconômico produz no país.Outra referência para analisar a democracia no Brasil é o estudo dos seus aspectos legais, observando aConstituição de 1988, no seu artigo 1º. A república brasileira constitui-se como um Estado Democrático deDireito com os seguintes princípios fundamentais: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoahumana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. Caso esses princípiosfuncionassem como norteadores para a formulação das políticas públicas, sua observância já indicava umpacto social.

Contudo, a adoção do neoliberalismo como modelo de organização econômica e estatal fragiliza essesprincípios. O parágrafo único do 1º. artigo estabelece: “Todo o poder emana do povo, que o exerce pormeio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Desse modo, reafirma oprincípio da soberania popular, que, do ponto de vista formal, é representada pelo sufrágio universal naescolha dos representantes e na utilização dos instrumentos de democracia direta.

No entanto, a efetividade desse princípio é relativizada pela possibilidade real do povo em geral exerceresse poder; pela influência do poder econômico nas campanhas políticas; pela capacidade da parcela dapopulação que está organizada – não só os trabalhadores dos setores mais dinâmicos da economia, osfuncionários públicos e das estatais, mas, principalmente, o empresariado que tradicionalmente já garanteprivilégios – participar de forma mais efetiva na defesa de seus interesses, muitas vezes por meio docorporativismo, tornando o Estado privatizado; enquanto aqueles que não estão organizados nãoconseguem defender seus direitos, nem ter acesso àqueles formalmente já garantidos.

O enunciado da Constituição combina elementos da democracia representativa – eleição derepresentantes – com mecanismos de democracia direta, definidos no artigo 14: “A soberania popular seráexercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos dalei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular”.

A iniciativa popular é a prerrogativa dos cidadãos apresentarem projetos de lei, a partir da assinatura deum percentual do número de eleitores do território, onde a lei irá vigorar. Ela está definida na própriaConstituição em relação aos municípios, no artigo 29, e em relação à União, no artigo 61. Em relação aosestados, o artigo 27 remeteu para lei complementar, regulamentada pela Lei 9.709/98. Mas mesmo esses

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projetos de iniciativa popular dependem da aprovação do poder legislativo, na esfera correspondente.

No plebiscito e referendo, a população é convocada a decidir sobre dispositivo legal e questões derelevância pública que afetam toda a coletividade. Contudo, a convocação de plebiscito e a autorização dereferendo são de competência exclusiva do Congresso Nacional, artigo 49, isto é, para poder o povo fazeruso desse direito, o Congresso precisa aprová-lo.

Portanto, impõe limites ao exercício desse direito e conseqüentemente da democracia participativa. Estasituação está mobilizando entidades da sociedade civil para pressionar o Congresso a alterar essepreceito constitucional, mediante estabelecimento de critérios para que os próprios cidadãos convoquemesses instrumentos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está promovendo a Campanha Nacional emDefesa da República e da Democracia e apresentou projeto de lei de reforma do sistema político à câmarados deputados, às assembléias legislativas estaduais e às câmaras municipais, com particular dispositivopara aprimorar os mecanismos de democracia direta previstos na Constituição.

Do mesmo modo, muitos dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição, relacionados àredução das desigualdades e a uma democracia social, ainda não se efetivaram, constituindo-se em maisum entrave para a consolidação da democracia no Brasil. É nesse sentido que se torna relevante realizarestudos que identifiquem os entraves e obstáculos à concretização desses direitos e dos dispositivosdemocráticos no cotidiano da sociedade brasileira. Este trabalho, coerentemente, destina-se a analisar aspráticas de participação da sociedade civil, em particular na garantia do direito de acesso à educaçãobásica de qualidade, em suas instâncias fiscalizadoras nos conselhos de acompanhamento e controlesocial (CACS).

Além dos mecanismos de democracia direta citados, a Constituição definiu a participação da comunidadeem todos os níveis de governo na gestão de várias políticas públicas, entre elas: educação (nosso focoprincipal), saúde, assistência social, criança e adolescente, regulamentada em suas leis orgânicas, criandoconselhos de gestão para essas políticas. Todas essas medidas são instrumentos de democratização doEstado passíveis de ampliar a participação da população nas decisões públicas; são fruto da luta políticapela democratização. Todavia, também essas iniciativas, apesar de estarem em pleno funcionamento,ainda suscitam muitos questionamentos quanto à sua eficácia. A análise das práticas de participaçãoobjeto desta pesquisa apresentará algumas dimensões do problema.

Em períodos de crise, a luta pela democratização demonstra que a política ainda é o espaço da liberdade.Isto aponta para a autonomia da política e para a compreensão da democracia como um valor em si(WEFFORT, 1992). Embora a Constituição represente as conquistas legais da democracia brasileira, suaconsolidação tem encontrado inúmeros obstáculos. Um desses obstáculos ressaltados por muitosanalistas é a profunda desigualdade sócio-econômica reinante. O Brasil ostenta um dos índices deconcentração de renda mais altos do planeta: a distância entre uma minoria rica e a maioria pobre éenorme. Os indicadores de renda, analfabetismo, anos de escolaridade, percentual da população comnível superior são inferiores aos de alguns países latino -americanos menos industrializados que o Brasil.

Entretanto, esses fatores são fundamentais para garantir a autonomia dos indivíduos. Na opinião deO’Donnell (1991 apud OLIVEIRA, 2006, p.39), embora a desigualdade seja um obstáculo à consolidaçãoda democracia na América Latina, as definições de democracia que a associam a um grau de justiça socialnão ajudam na análise daquelas democracias que não alcançaram a igualdade social. Sem abandonar oideal normativo inspirado pelas experiências históricas das democracias consolidadas, e concordando quea pobreza acentuada reduz a capacidade de autonomia dos indivíduos em vários campos, ele propõeoutro elemento para avaliar a qualidade de uma democracia, qual seja , a observância do princípio da lei.Uma democracia pressupõe o princípio básico da igualdade entre os indivíduos, como cidadãos: [...]portadores de direitos e obrigações que derivam de seu pertencimento a uma comunidade política e lhesser atribuído certo grau de autonomia pessoal e, conseqüentemente, de responsabilidade por suas ações(O’DONNELL, 1998 apud OLIVEIRA, 2006, p.39).

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Ao analisar as democracias na América Latina, o referido autor caracteriza-as, com exceção da Costa Ricae do Uruguai, como democracias políticas, pois todos os direitos políticos são garantidos – eleições livres ecompetitivas, sufrágio universal, liberdade de associação, inclusive a partidos políticos, liberdade deexpressão, entre outros – no entanto, o princípio da lei não é igual para todos, os cidadãos nãoconquistaram plenamente os direitos civis. Nesses países “[...] existem enormes hiatos, tanto em termosterritoriais quanto em relação às várias categorias sociais, na vigência do que quer que concordemos quesignifica o princípio da lei” (O’DONNELL, 1998 apud OLIVEIRA, 2006, p.44).

Para fundamentar sua argumentação, o autor aponta várias deficiências em relação à observância desseprincípio: falhas na legislação existente; privilégios e discriminações na aplicação da lei, alguns se isentamde cumprir a lei e encontram proteção, inclusive dos agentes públicos que deveriam zelar pelo seucumprimento; relação de desvantagem dos cidadãos comuns e até de desrespeito a eles que, quandobuscam as burocracias estatais para obter seus direitos, são humilhados e tratados como se estivessemrecebendo um favor; dificuldades no acesso ao judiciário e a processos justos; ilegalidade pura e simples.

Segundo o autor, todos esses aspectos caracterizam a falta de efetividade do princípio da lei. Setomarmos cada uma dessas deficiências e analisarmos a realidade brasileira, a partir de informaçõesdivulgadas diariamente nos meios de comunicação de massa e pelas entidades de defesa dos direitoshumanos, comprovaremos muitos casos exemplificados nos pontos levantados. Avaliando pelo ângulo dosdireitos civis e somando a não garantia com suficiência e qualidade de todos os direitos sociais definidosna Constituição, que poderiam contribuir para a redução das desigualdades, a qualidade da democraciabrasileira é bastante questionável.

Portanto, na ausência e/ou fragilidade de instituições democráticas, as deficiências na observância doprincípio da lei, esses relacionamentos são fortemente prejudicados. Já segundo aponta Avritzer (1995), aanálise da cultura política permite compreender vários elementos citados por O’Donnell (1991), pois aadoção da democracia como método de coordenação das ações no sistema político não garante ofuncionamento democrático das instituições. Por isso, o autor entende a democratização como processode longo prazo de transformação das práticas cotidianas na relação entre Estado e sociedade, queenvolve a incorporação pelos atores políticos dos princípios democráticos expressos em normas e valores.

Outros autores, entre eles Martins (2005), ao analisar as configurações atuais da democracia brasileiradestacam a enorme perplexidade suscitada pelo quadro da hegemonia liberal, que representa na suareflexão a negação da democracia. Para fundamentar seu argumento, Martins apresenta vários elementos,entre estes, a despolitização dos movimentos sociais e seu refluxo; o esvaziamento da esfera pública demodos alternativos de pensar; e a precariedade dos partidos políticos. Os partidos são as instituiçõesdemocráticas por excelência às quais caberiam o papel de elaborar uma agenda para construção de umpacto social resultado de um consenso. Entretanto, o que se constata é a defesa dos interessesparticulares impulsionada pela força dos lobbies que dominam o cenário político e a defesa daperpetuação no poder.São apenas aparelhos de usurpação de um poder público do qual se apropriam para instrumentalizá-lo emproveito do seu mesquinho interesse privado que consiste em garantir, exclusiva e indefinidamente, suaautoperpetuação político–eleitoral (MARTINS, 2005, p.18).

Também na opinião de Cruz (2005, p.42), hoje as questões que impulsionaram os movimentos dedemocratização na sociedade civil, no pré 64 e na década de 1980, ainda continuam sendo um desafio nointuito de garantir “o desenvolvimento do país com a necessária incorporação das grandes parcelas dapopulação brasileira condenadas a viver em condições subumanas”. Para tanto, torna-se fundamental nãosó o desenvolvimento econômico, como também “o fortalecimento das instituições e práticas dademocracia política”. Além desses elementos, a incorporação das normas e valores democráticos pelosatores políticos e a transformação das práticas cotidianas no aparelho do Estado e na sociedade são

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considerados neste trabalho como constituintes de novas práticas de participação e fomentadora de umanova institucionalidade democrática.

3 CULTURA POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO

Ao afirmar de forma categórica que a participação é a condição básica para a conquista e garantia daqualidade da vida humana em sociedade, deseja-se imputar ao termo participar – tão polêmico epolissêmico – uma configuração que se distancia de qualquer referência que não seja a autopromoção dossujeitos históricos que são os homens. E a consecução dessa realização de cunho ontológico e de“qualidade política” ancora-se no preceito de que a participação é uma conquista, não uma concessão,muito menos uma dádiva (DEMO, 2001). Refletir sobre participação a partir desse axioma é considerar,inapelavelmente, que os homens são sujeitos da ação e não sujeitos à ação e, portanto, tem-se ocompromisso de, pela participação, construírem aquilo que consideram de fundamental importância para aemancipação das pessoas e dos grupos, como condição fundante para a construção de uma sociedademenos desigual e mais justa.

Nesse sentido, ao se considerar o quanto as novas transformações de cunho econômico-político-culturaltêm modificado a forma de conceber, valorar e viver com o mundo, inelutavelmente depara-se com anecessidade premente de se construir instrumentos, forjados no calor dos conflitos inerentes àcoexistência e convivência humana, que dêem conta da construção crítica, criativa e ética daquilo quePaulo Freire (1987) chamou de inédito-viável, que nada mais é do que a nova possibilidade de soluçãopara certos problemas que se revelam. Esse conceito encontra abrigo conotativo quando o referido autorvaticina que uma das preocupações daqueles que pretendem transformar a sociedade é exatamente lutarpela novidade. Esse novo não nasce de qualquer lugar, não nasce por qualquer motivo, mas emerge dodesejo de mudança, de uma vontade política de ir a algum lugar, bem como da ação social dos sujeitos,implicada no tempo histórico em que estão envolvidos e comprometidos com uma transformação socialqualitativa para todos.

De modo algum deseja-se afirmar que bastam a vontade e a disposição dos sujeitos e dos grupos paraque se efetivem as condições necessárias à participação ou alvos de sua luta, tais como conquista demecanismos eficientes no acompanhamento e controle de gastos públicos, publicidade das decisões esuas implicações para a vida coletiva e efetiva ampliação dos mecanismos de decisão. É necessariamenterelevante, sob pena de que as ações fiquem condenadas à superficialidade e ao imediatismo, consideraras nuances do contexto socioeconômico, os conflitos inerentes ao regime democrático e sua interface coma cultura política (TEIXEIRA, 2002).

No que diz respeito à cultura política – questão, aliás, de muitas acepções e qualificações -, deixa-se claroque o termo aqui empregado dever ser compreendido como “o conjunto de atitudes, normas e crençasmais ou menos partilhadas pelos membros de uma determinada unidade social”. O que não significa dizerque a cultura política seja homogênea. Ela está impregnada por “um conjunto de subculturas presentesnas atitudes, normas, valores etc.” (BOBBIO, 1991).

Desse modo, considerando que a cultura política tradicional brasileira é de ordem não democrática eexcludente, consubstanciada pelos princípios do autoritarismo, do patrimonialismo, do clientelismo e dopersonalismo, chega-se à conclusão que é impossível falar em participação enquanto processo históricoda autopromoção dos homens se não colocarmos em crise essa cultura política desumanizadora que,aliada às redefinições neoliberais, programam, ampliam e consolidam um cenário de desigualdade,opressão e injustiça. Daí a importância do parágrafo anterior ter trazido um aporte conceitual para culturapolítica, a fim de que se perceba que as matrizes de uma nova cultura precisam ter ancoragem numaforma de participação que “explicite as diferenças, as identidades e aspirações dos diferentes grupossociais” e que isso esteja combinado com uma representação que traduza “a generalidade, auniversalidade da cidadania” (TEIXEIRA, 2002, p.35).

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Ainda considerando o contexto político-social brasileiro, cabe assinalar que o processo de luta pelademocratização do país e pela universalização dos direitos sociais, expressos na Constituição Federal de1988, significou de fato a adoção de procedimentos democráticos para a organização do sistema político enão a efetiva consolidação de uma democratização das relações sociais pautadas pelos valoresdemocráticos de igualdade e justiça social. Isso significa dizer que é no seio desse processo que vãoemergir os elementos de uma nova cultura política adjetivada como democrática – orientada pelos valoresda autonomia, igualdade, solidariedade e justiça – que passa a coexistir com a velha cultura (OLIVEIRA,2006).

É no bojo das transformações assinaladas que surge um novo paradigma de gestão pública, onde aparticipação popular (definida como a organização do povo para controlar as ações do Estado e suademocratização) e a participação comunitária (compreendida como a incorporação dos indivíduos emações de programas assistenciais) dão lugar a duas novas formas de participação – a social e a cidadã(GOHN, 2007).

No que tange à modalidade tipificada como participação social, está a ressignificação da mobilizaçãosocial e a ascensão de novas redes de sociabilidade ancoradas em ações de solidariedade e trabalhovoluntário. O que antes se caracterizava pela simples confluência de pessoas para fins de reivindicação,transfigura-se em ações canalizadas para objetivos comuns. Está em jogo uma perversa marginalizaçãodos movimentos sociais e o crescimento acelerado das chamadas organizações não-governamentais, comdestaque para o terceiro setor, que nessa nova configuração assumem o atendimento às demandassociais. A diferença substancial entre o novo e o velho associativismo – oriundo dos movimentos sociaispopulares -, segundo Gohn (2005, p.18), reside na política, enquanto eixo básico de articulação eidentidade, atuando via reivindicações por direitos. A autora afirma ainda que enquanto o antigoassociativismo era amalgamado pelas ideologias da esquerda, o associativismo do terceiro setor é poucoou nada politizado e integrado às políticas neoliberais.

Conforme Dagnino (2004, p. 140), a participação social converge para um metabolismo conceitual de trêsnoções fundamentais no processo de construção democrática, quais sejam, a sociedade civil, aparticipação e a cidadania. Essa reconfiguração tem como pano de fundo a disputa político cultural de doisprojetos distintos: de um lado, um processo de alargamento da democracia (criação de espaços públicos ecrescente participação da sociedade civil); e de outro, um processo avassalador de transferência dasresponsabilidades sociais do Estado para a sociedade civil, implementado pelos ajustes neoliberais. Aautora nos chama atenção que “apontando para direções opostas e até antagônicas, ambos os projetosrequerem uma sociedade civil ativa e propositiva”.

Nesse contexto, ainda segundo a autora, a expressão sociedade civil é reduzida a designar tão somenteas organizações não-governamentais, corroborando para uma concepção equivocada derepresentação/representatividade, reduzida à visibilidade social. Ainda sobre essa questão, Bruno (2002,p.26-27) assevera que “a sociedade civil é apresentada como uma abstração onde não há distinções declasse. Reconhecem-se, quando muito, conflitos de interesse, em geral, reduzidos a questões de gênero,de etnia, de preferência sexual etc., mas jamais antagonismos”.

No que diz respeito à noção de cidadania, seu significado coletivo é reduzido a uma compreensãoindividualista e vinculada ao mercado, de forma a constituir o cidadão que nada mais é do consumidor eprodutor. Dagnino (2004) afirma que esse sentido de cidadania despolitiza a dimensão dos direitosuniversais e o debate político sobre as causas da pobreza e da desigualdade. Desse modo, a cidadania éfacilmente vinculada à solidariedade e a responsabilidade moral da sociedade que, para apaziguar asmazelas sociais, se engaja no trabalho voluntário e filantrópico.

Intimamente vinculada a essas ressignificações, a participação sofre uma metamorfose, de forma quedespida da sua natureza política e coletiva, é rebatizada de participação solidária, com enfoque notrabalho voluntário e na responsabilização social tanto das pessoas quanto das instituições. É nesse

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movimento que o caráter político e emancipador da participação, bem como o fortalecimento dos espaçospúblicos pela descentralização de poder entre Estado e sociedade civil são interditados.

A participação cidadã, segundo definição de Teixeira (2002), é um processo complexo e contraditório entresociedade civil, Estado e mercado, em que os papéis se redefinem pelo fortalecimento dessa sociedadecivil mediante a atuação organizada dos indivíduos, grupos e associações. Ainda segundo o autor, aparticipação cidadã não faz uso apenas de mecanismos institucionais existentes ou a serem criados, masarticula-se a outros mecanismos que se legitimam pelo processo social, ou seja, mecanismos constituídosa partir da prática social, do movimento ação-reflexão-ação.

As práticas ligadas à participação cidadã objetiva trazer a esfera de tomada de decisões para o nível local,sendo concebidas como forma de intervenção social periódica e planejada – que abrange todo o processode formulação e implementação de políticas públicas –, institucionalizando-se a partir de estruturas criadasno aparato governamental (a exemplo dos conselhos gestores), compostas por representantes eleitosdiretamente pela sociedade de onde eles provêm, já que a participação cidadã prescinde dainstitucionalização de canais para que haja o debate em torno dos interesses coletivos (GOHN, 2007).

É interessante destacar que a participação cidadã está em processo de construção atualmente,amalgamando causas reivindicatórias de grupos sociais diversos, articuladas com demandas específicas egerais e fazendo uso de mecanismos institucionais e sociais e, assim conseguindo superar a dicotomiaentre representação e participação (TEIXEIRA, 2002).

1.6.3 Objetivos

Objetivo Geral: Contribuir com a realização de estudos teóricos e de pesquisas qualitativas nacompreensão do processo de intervenção do Estado nas políticas educacionais brasileiras e na gestão daescola pública.

Objetivos específicos:

- Compreender a importância da gestão democrática na melhoria da qualidade da educação pública;

- Refletir sobre a participação nos processos decisórios de gestão da escola pública;

- Analisar a política de financiamento da educação básica brasileira e sua relação com a garantia de umaeducação pública de qualidade social;

- Debater temáticas relacionadas à atuação do pedagogo nos diversos espaços sócio-educativos.

1.6.4 Metodologia e Avaliação

A proposta do projeto de extensão 'Grupo de Estudos sobre Políticas e Gestão Educacional' visa contribuircom a realização de estudos teóricos tendo em vista à compreensão do processo de intervenção doEstado nas políticas educacionais brasileiras e na gestão da escola pública, bem como fomentarprocessos de pesquisa e extensão. Para tanto, propõe atividades interligadas, apoiadas numa metodologia histórico-crítica e fundadas nosprincípios do diálogo, da valorização das diferentes formas de saber e das multirreferencialidades dossujeitos envolvidos. Propõe, ao longo do projeto, atividades de estudo e reflexão de discentes do Curso de Pedagogia e dacomunidade local da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié. Assim, o propósitoé selecionar 15 discentes e 10 interessados da comunidade. Esta seleção levará em consideração adisponibilidade, interesse e objetivo.Após seleção será realizada uma reunião com os sujeitos envolvidos para apreciação da proposta e

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definição do calendário para os encontros semanais. Estes encontros serão mediados por um docente colaborador do projeto, responsável pela atividade, comuma carga horária de 4 horas. Ao término do encontro tanto o participante quanto o mediador farão osseus registros. São propostas para os grupos de estudo:

Temática 1: A importância da Gestão Democrática na melhoria da qualidade da Educação Pública;Temática 2: A Participação nos processos decisórios de Gestão da Escola Pública;Temática 3: Financiamento da Educação e a Gestão Financeira da Escola;Temática 4: O Pedagogo e a Gestão dos Espaços Sócio-educativos.

A cada semestre será realizado um círculo de debates com a participação do público envolvido e dacomunidade interessada, a fim de socializar os estudos e as pesquisas realizadas pelo grupo, sendo que oaprofundamento do debate acontecerá com a participação de pesquisadores na área.

1.6.5.1 Conteúdo Programático A modalidade da ação de Extensão Universitária é "Projeto", não necessitando do preenchimento deste

item no formulário do SIGProj.

1.6.6 Relação Ensino, Pesquisa e Extensão

Sabemos que a universidade tem como função precípua a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa ea extensão. Considerando que a discussão frente a gestão democrática da educação tem ganhado grandevisibilidade nas últimos anos é fundamental um trabalho consistente de amplo debate neste sentido, a fimde compreender e contribuir com a efetivaçao desta na educação.

A proposta de extensão 'Grupo de Estudos sobre Políticas e Gestão Educacional' visa manter um íntimodiálogo entre ensino, pesquisa e extensão, vez que se tratam de atividades desenvolvidas com aparticipação de docentes e discentes das licenciaturas e outros membros da comunidade externa à UESB.

1.6.7 Programação A modalidade da ação de Extensão Universitária é "Projeto", não necessitando do preenchimento deste

item no formulário do SIGProj.

1.6.8 AvaliaçãoPelo PúblicoO trabalho realizado através do Projeto de Extensão contará com a avaliação do público participanteatravés de fichas avaliativas aplicadas mensalmente e também ao término dos círculos de debates.

Pela EquipeA equipe executora considerará a participação dos alunos e integrantes da comunidade local. Tambémutilizará como referência para suas análises fichas avaliativas aplicadas aos participantes no projeto. Osdocentes colaboradores farão o relatório das atividades desenvolvidas nos grupos de estudos sob a suaresponsabilidade, propondo intervenções necessárias que venham a melhorar as atividades no projeto.Em dezembro será elaborado o relatório final contendo os avanços e os limites encontrados no trabalhorealizado.

1.6.9 Solicitação de Apoio A modalidade da ação de Extensão Universitária é "Projeto", não necessitando do preenchimento deste

item no formulário do SIGProj.

1.6.10 Referências Bibliográficas

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NASCIMENTO, Alexandre do; SILVA, Andréia Ferreira da; ALGEBAILE, Maria Emíria Bertino. Estado,mercado e trabalho: neoliberalismo e políticas sociais. In: NEVES, Lúcia Maria W. Neves (org). Oempresariamento da educação: novos contornos do ensino superior no Brasil dos anos 1990. São Paulo:Xamã, 2002.

O’DONNELL, Guilhermo. Democracia delegativa? Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, n.31, p. 25-40,1991.

OLIVEIRA, Lúcia Conde de. As práticas de participação institucionalizadas e sua interface com a culturapolítica: um olhar sobre o cotidiano de um conselho municipal de saúde no nordeste brasileiro. 2006, 259p. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva)- Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio deJaneiro, Rio de Janeiro, 2006.

PATEMAN, Carole. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

PERONI, Maria Vidal; ADRIÃO, Theresa. Programa dinheiro direto na escola: uma proposta de redefiniçãodo papel do estado na educação. Brasília: Inep, 2007. 204 p.

ROMÃO, José Eustáquio. Dialética da diferença: o projeto da escola cidadã frente ao projeto pedagógiconeoliberal. São Paulo: Cortez, 2000.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social ou princípios do direito político. 3. ed. São Paulo: AbrilCultural, 1983. (Coleção Os pensadores).

SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

______. AVRITZER, Leonardo. Para ampliar o cânone democrático. In: SANTOS, Boaventura de Souza(Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: CivilizaçãoBrasileira, 2002.

TEIXEIRA, Elenaldo. O local e o global: limites e desafios da participação cidadã. 3. ed. São Paulo: Cortez,2002.

THOMPSON, J.B. Ideologia e Cultura Moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação demassa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

TORO, José Bernardo. A construção do público: cidadania, democracia e participação. Rio de Janeiro:Editora Senac Rio, 2005.

VALLE, Lílian do. Os enigmas da educação: a paidéia democrática entre Platão e Castoriadis. BeloHorizonte: Autêntica, 2002.

VITA, Álvaro de. Democracia deliberativa ou igualdade de oportunidades políticas? In: COELHO, VeraSchattan P.; NOBRE, Marcos (Org.). Participação e deliberação: teorias democráticas e experiênciasinstitucionais no Brasil contemporâneo. São Paulo: Ed. 34, 2004.

WEFFORT, Francisco. Por que democracia? São Paulo: Brasiliense, 1984.

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Page 27: Projeto de Extensão - GEPGE

______. Qual democracia? São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

1.6.11 Observações

1.7 Divulgação/Certificados

Meios de Divulgação: Cartaz, Folder, Mala Direta, Internet

Contato: Colegiado de Pedagogia - [email protected]ório de Educação - labeuesb@gmail.comwww.colegiadodepedagogiauesb.blogspot.comwww.gepge.blogspot.com(73) 3528-9686

Emissão de Certificados: Participantes, Equipe de Execução

Qtde Estimada de Certificados para Participantes: 25

Qtde Estimada de Certificados para Equipe de Execução: 15

Total de Certificados: 40

Menção Mínima: MS

Frequência Mínima (%): 75

Justificativa de Certificados: O número de certificados de participantes equivale ao número depessoas inscritas no projeto. Quanto à equipe de execução,sabemos que enquanto o projeto está sendo desenvolvido, outrossujeitos se envolvem face ao interesse pela temática. Assim,propomos um número mínimo de 15 certificados para a equipeexecutora, considerando as reais necessidades de pessoasenvolvidas para o suscesso da proposta.

1.8 Outros Produtos Acadêmicos

Gera Produtos: Sim

Produtos: AnaisArtigoComunicação

Descrição/Tiragem: Por entendermos que o papel da Academia é a produção e asocialização do conhecimento, intentamos ao longo desse trabalho aparticipação nos eventos científicos da área.

1.9 Anexos

Nome Tipo

aprovacao_pelo_dchl_Aprovação Pelo

Departamento/Setor

nada_consta___ubiraj Declaração de Nada Consta

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2. Equipe de Execução

2.1 Membros da Equipe de Execução

Docentes da UESB

Nome Regime - Contrato Instituição CH Total Funções

Cacia Cristina França Rehem Dedicação exclusiva UESB 20 hrsMinistrante,

Colaborador

Daniele Farias Freire Raic Dedicação exclusiva UESB 28 hrsVice-Coordenador,

Colaborador

Ubirajara Couto Lima Dedicação exclusiva UESB 40 hrs

Coordenador,

Ministrante,

Gestor

Discentes da UESB

Nome Curso Instituição Carga Funções

Leila de Almicê dos Anjos Pedagogia UESB 44 hrs Colaborador

Manoela Matos Pereira Pedagogia UESB 44 hrs Colaborador

Tafarella Rodrigues da Silva Pedagogia UESB 44 hrs Colaborador

Técnico-administrativo da UESB

Não existem Técnicos na sua atividade

Outros membros externos a UESB

Nome Instituição Carga Função

José Wellington Marinho de Aragão UFBA 16 hrs Colaborador

Coordenador:Nome: Ubirajara Couto LimaRGA: CPF: 71540318591Email: [email protected]: Professor AssistenteFone/Contato: 73 35253807 / 73 88449618

Gestor:Nome: Ubirajara Couto LimaRGA: CPF: 71540318591Email: [email protected]: Professor AssistenteFone/Contato: 73 35253807 / 73 88449618

2.2 Cronograma de Atividades

Atividade: Círculo de Debates - Da CONAE ao PNE - Itinerários de um novo marco legalpara a educação brasileira: A Gestão da Educação.

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Início: Jul/2011 Duração: 2 DiasCarga Horária: 8 Horas TotalResponsável: Daniele Farias Freire Raic (C.H. 8 horas Total)

Atividade: Círculo de Debates - Da CONAE ao PNE - Itinerários de um novo marco legalpara a educação brasileira: Financiamento da Educação Brasileira.

Início: Dez/2011 Duração: 2 DiasCarga Horária: 8 Horas TotalResponsável: Ubirajara Couto Lima (C.H. 8 horas Total)

Atividade: Estudos e reflexões em grupo, mediados por um docente colaborador do projeto,responsável pela atividade. Temática 1: A importância da Gestão Democráticana melhoria da qualidade da Educação Pública.

Início: Mar/2011 Duração: 2 MesesCarga Horária: 20 Horas/MêsResponsável: Daniele Farias Freire Raic (C.H. 8 horas/Mês)Membros Vinculados: Leila de Almicê dos Anjos (C.H. 4 horas/Mês)

Manoela Matos Pereira (C.H. 4 horas/Mês)Tafarella Rodrigues da Silva (C.H. 4 horas/Mês)

Atividade: Estudos e reflexões em grupo, mediados por um docente colaborador do projeto,responsável pela atividade. Temática 2: A Participação nos processos decisóriosde gestão da escola pública.

Início: Mai/2011 Duração: 2 MesesCarga Horária: 20 Horas/MêsResponsável: José Wellington Marinho de Aragão (C.H. 8 horas/Mês)Membros Vinculados: Leila de Almicê dos Anjos (C.H. 4 horas/Mês)

Manoela Matos Pereira (C.H. 4 horas/Mês)Tafarella Rodrigues da Silva (C.H. 4 horas/Mês)

Atividade: Estudos e reflexões em grupo, mediados por um docente colaborador do projeto,responsável pela atividade. Temática 3: Financiamento da Educação e a GestãoFinanceira da Escola.

Início: Ago/2011 Duração: 2 MesesCarga Horária: 20 Horas/MêsResponsável: Ubirajara Couto Lima (C.H. 8 horas/Mês)Membros Vinculados: Leila de Almicê dos Anjos (C.H. 4 horas/Mês)

Manoela Matos Pereira (C.H. 4 horas/Mês)Tafarella Rodrigues da Silva (C.H. 4 horas/Mês)

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Atividade: Estudos e reflexões em grupo, mediados por um docente colaborador do projeto,responsável pela atividade. Temática 4: O Pedagogo e a Gestão dos EspaçosSócio-educativos.

Início: Out/2011 Duração: 2 MesesCarga Horária: 20 Horas/MêsResponsável: Cacia Cristina França Rehem (C.H. 8 horas/Mês)Membros Vinculados: Leila de Almicê dos Anjos (C.H. 4 horas/Mês)

Manoela Matos Pereira (C.H. 4 horas/Mês)Tafarella Rodrigues da Silva (C.H. 4 horas/Mês)

Atividade: Inscrição de discentes e público externo à UESB interessado em participar doGrupo de Estudos.

Início: Fev/2011 Duração: 5 DiasCarga Horária: 32 Horas TotalResponsável: Ubirajara Couto Lima (C.H. 8 horas Total)Membros Vinculados: Leila de Almicê dos Anjos (C.H. 8 horas Total)

Manoela Matos Pereira (C.H. 8 horas Total)Tafarella Rodrigues da Silva (C.H. 8 horas Total)

Atividade: Reunião com os membros do grupo e a equipe de execução para apreciação daproposta anual e definição do calendário para os encontros semanais.

Início: Mar/2011 Duração: 2 DiasCarga Horária: 16 Horas TotalResponsável: Ubirajara Couto Lima (C.H. 4 horas Total)Membros Vinculados: Leila de Almicê dos Anjos (C.H. 4 horas Total)

Manoela Matos Pereira (C.H. 4 horas Total)Tafarella Rodrigues da Silva (C.H. 4 horas Total)

Atividade: Seleção dos inscritos para o Grupo de Estudos.

Início: Fev/2011 Duração: 2 DiasCarga Horária: 12 Horas TotalResponsável: Cacia Cristina França Rehem (C.H. 4 horas Total)Membros Vinculados: Ubirajara Couto Lima (C.H. 4 horas Total)

Daniele Farias Freire Raic (C.H. 4 horas Total)

3. Receita

3.1 ArrecadaçãoNão há Arrecadação.

3.2 Recursos da IES (UESB)

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Bolsas Valor(R$)

Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes (3390-18) 0,00

Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores (3390-20) 0,00

Subtotal R$ 0,00

Rubricas Valor(R$)

Material de Consumo (3390-30) 2.000,00

Passagens e Despesas com Locomoção (3390-33) 500,00

Diárias - Pessoal Civil (3390-14) 0,00

Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física (3390-36) 1.300,00

Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

(3390-39)450,00

Equipamento e Material Permanente (4490-52) 1.050,00

Subtotal R$ 5.300,00

Total: R$ 5.300,00

3.3 Recursos de Terceiros e/ou Contrapartida

Instituição Item de Dispêndio Valor

UESB (Público) Encargos Patronais (3390-47) R$ 557,18

Total R$557,18

3.4 Receita Consolidada

Elementos da Receita (Com Bolsa) R$

Subtotal 1 (Arrecadação) 0,00

Subtotal 2 (Recursos da IES (UESB): Bolsas + Outras Rubricas) 5.300,00

Subtotal 3 (Recursos de Terceiros e/ou Contrapartida) 557,18

Total 5.857,18

Elementos da Receita (Sem Bolsa) R$

Subtotal 1 (Arrecadação) 0,00

Subtotal 2 (Recursos da IES (UESB): Rubricas) 5.300,00

Subtotal 3 (Recursos de Terceiros e/ou Contrapartida) 557,18

Total 5.857,18

4. Despesas

Elementos de Despesas Arrecadação (R$) IES (UESB)(R$) Terceiros (R$) Total (R$)

Bolsa - Auxílio Financeiro a

Estudantes (3390-18)0,00 0,00 0,00 0,00

Bolsa - Auxílio Financeiro a

Pesquisadores (3390-20)0,00 0,00 0,00 0,00

Subtotal 1 0,00 0,00 0,00 0,00

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Diárias - Pessoal Civil (3390-14) 0,00 0,00 0,00 0,00

Material de Consumo (3390-30) 0,00 2.000,00 0,00 2.000,00

Passagens e Despesas com

Locomoção (3390-33)0,00 500,00 0,00 500,00

Outros Serviços de Terceiros -

Pessoa Física (3390-36)0,00 1.300,00 0,00 1.300,00

Outros Serviços de Terceiros -

Pessoa Jurídica (3390-39)0,00 450,00 0,00 450,00

Equipamento e Material Permanente

(4490-52)0,00 1.050,00 0,00 1.050,00

Outras Despesas 0,00 0,00 0,00 0,00

Outras Despesas (Impostos) 0,00 557,18 0,00 557,18

Subtotal 0,00 5.857,18 0,00 5.857,18

Total 0,00 5.857,18 0,00 5.857,18

Valor total solicitado em Reais: R$ 5.857,18

Cinco Mil e Oitocentos e Cinquenta e Sete Reais e Dezoito Centavos

A seguir são apresentadas as despesas em relação a cada elemento de despesa da atividade: Diárias - PessoalCivil, Material de Consumo, Passagens e Despesas com Locomoção, Outros Serviços de Terceiros – PessoaFísica, Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica, Equipamento e Material Permanente, Bolsistas e OutrasDespesas. Nos respectivos quadros de despesas são apresentados itens específicos, sendo relevante destacaro campo “Fonte”. O campo “Fonte” refere-se à origem do recurso financeiro, podendo ser Arrecadação,Instituição e Terceiros.

4.1 Despesas - DiáriasNão há Diárias.

4.2 Despesas - Material de Consumo

Descrição Qtde Unidade Custo Unitário Fonte Custo Total

Classificador 100 Unidade(s) R$ 3,50 IES (UESB) R$ 350,00

Faixa 1 Unidade(s) R$ 46,00 IES (UESB) R$ 46,00

Papel ofício 12 Unidade(s) R$ 12,00 IES (UESB) R$ 144,00

Toner laser 1020 2 Unidade(s) R$ 250,00 IES (UESB) R$ 500,00

Xerox 8.000 Unidade(s) R$ 0,12 IES (UESB) R$ 960,00

Total R$2.000,00

4.3 Despesas - Passagens

Percurso Qtde Custo Unitário Fonte Custo Total

Ilhéus » Jequié » Ilhéus 2 R$ 50,00 IES (UESB) R$ 100,00

Itapetinga » Jequié » Itapetinga 2 R$ 50,00 IES (UESB) R$ 100,00

Salvador » Jequié » Salvador 4 R$ 75,00 IES (UESB) R$ 300,00

Total R$500,00

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Observação (referente à Despesas - Passagem): A integração entre o Programa de Pós-Graduação da UFBA,através do Prof. Dr. José Wellington Marinho de Aragão, e as nossas atividades de extensão/pesquisa, aexemplo do que já ocorreu na IV Semana de Pedagogia, possibilitará um diálogo profícuo com a vinda demestrandos, doutorandos e professores daquela IES para compor as nossas atividades. Da mesma forma arelação com a Pós-graduação em Gestão da Educação, da UESC, através de sua coordenadora Profª Dr.ª MariaNeusa de Oliveira. Essa teia de relações colaborativas inclui também a Professora Ma. Jacqueline Nunes AraújoBrito, do Campus de Itapetinga. As duas professoras supracitadas colaborarão com esta proposta na condiçãode convidadas.

4.4 Despesas - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física

Descrição Fonte Custo Total

Pro-labore IES (UESB) R$ 1.300,00

Total R$1.300,00

4.5 Despesas - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

Descrição Fonte Custo Total

Alimentação IES (UESB) R$ 160,00

Hospedagem IES (UESB) R$ 290,00

Total R$450,00

4.6 Despesas - Equipamento e Material Permanente

Descrição Qtde Custo Unitário Fonte Custo Total

Gravador de voz digital 1 R$ 250,00 IES (UESB) R$ 250,00

Impressora Multifuncional 1 R$ 800,00 IES (UESB) R$ 800,00

Total R$1.050,00

Observação: Justifica-se o pedido da impressora multifuncional pela necessidade de realizar os serviços deescaneamento e impressão que dão suporte ao processo de planejamento e execução do evento. Quanto aogravador, será utilizado para registro dos nossos encontros para fins de seleção, transcrição e, possivelmente,publicação. Ademais, o bem adquirido, após a conclusão dessa atividade de extensao/pesquisa, seráincorporado ao Laboratório de Educação, lócus amalgamador das mais variadas atividades de estudos, extensãoe de pesquisa.

4.7 Despesas - Bolsistas

Nome do BolsistaInício/Térm

inoFonte

Tipo

InstitucionalBolsa/Mês Custo Total

[!] A ser selecionado14/02/2011

12/12/2011IES (UESB)

Discente de

Graduação0,00 0,00

Total R$0,00

Observação: Ao considerar um projeto de extensão com essa formatação torna-se imprescindível o trabalho dealuno bolsista que possa contribuir com o desenvolvimento das atividades, uma vez que precisaremos de alguémque possa disponibilizar de horário no LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO para atender aos participantes doscírculos de debate, bem como ser um articuladorentre a equipe executora e os demais membros do Grupo de Estudos e outras funções expostas no plano detrabalho.

Plano de Trabalho do(s) Bolsista(s)[!] A ser selecionado

Carga Horária Semanal: 12 hora(s)

Objetivos: Vivenciar a articulação ensino-pesquisa-extensão no âmbito dos seus estudos acadêmicos;Contribuir com o desenvolvimento das atividades extensionistas no âmbito da UESB;Ampliar suas reflexões frente ao papel social da universidade na comunidade e o compromissoprofissional das IES na melhoria da qualidade da vida social e política da comunidade;

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Assessorar a equipe executora no desenvolvimento do projeto, desde o plenejamento ao relatório final.

Atividades a serem desenvolvidas/Mês: Participação efetiva durante o projeto, na organização dos encontros semanais do Grupo de Estudos,principalmente na disponibilização de todo o material necessário para a realização das atividades; Estudo da temática a ser desenvolvida durante os círculos de debates desenvolvidos durante o projeto;Discussão com os docentes mediadores dos referidos círculos sobre as temáticas em estudo, a fim deampliar suas reflexões, bem como dar acompnhamento aos participantes durante o desenvolvimento doprojeto;Elaboração mensal de relatório das atividades desenvolvidas no projeto.

4.8 Despesas - Outras Despesas

Descrição Fonte Custo Total

INSS - 11% Arrecadação R$ 0,00

ISS - 5% Arrecadação R$ 0,00

PATRONAL - 26.86% Arrecadação R$ 0,00

SubTotal 1 R$ 0,00

INSS - 11% IES (UESB) R$ 143,00

ISS - 5% IES (UESB) R$ 65,00

PATRONAL - 26.86% IES (UESB) R$ 349,18

SubTotal 2 R$ 557,18

INSS - 11% Terceiros R$ 0,00

ISS - 5% Terceiros R$ 0,00

PATRONAL - 26.86% Terceiros R$ 0,00

SubTotal 3 R$ 0,00

Total R$557,18

4.9 Despesas - Resolução de Destinação Específica da IES (UESB)

Discriminação R$

Total 0,00

, 14/12/2010Local Ubirajara Couto Lima

Coordenador(a)/Tutor(a)

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