Projeto de HIS Evolutiva: Gramática da Forma para ...

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2º. Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído X Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios 03 e 04 de Novembro de 2011 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil Projeto de HIS Evolutiva: Gramática da Forma para Ampliação da Unidade Habitacional Mínima Design of Evolution Social Housing: Shape Grammar to enlargement of minimum dwelling unit Andréa Quadrado Mussi Doutoranda em Arquitetura no PROPAR da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional - IMED/Passo Fundo/RS | e-mail: [email protected] | CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6976000283112113 | RESUMO Uma vez entregue a seus moradores, a habitação de interesse social sofre inúmeras alterações tanto de ordem quantitativa (aumento da metragem quadrada), como qualitativa, com modificações de layout e das fachadas. Há poucos estudos focados no crescimento da habitação de interesse social que indique alternativas para o crescimento otimizado, tanto qualitativo como quantitativo da unidade habitacional. A falta de informações quanto à natureza destes três tipos de alterações (área, layout e fachada) conduz para a utilização de soluções individuais o que acarreta deseconomias de escala e, muitas vezes, soluções precárias no ponto de vista construtivo. Estudos demonstram que a variabilidade e a unidade podem coexistirem e serem obtidas pela aplicação de estratégias compositivas baseadas no paradigma da Gramática de Formas. A idéia é que um modelo descritivo captura as alterações e poderia ser alcançado um processo iterativo para assim gerar uma combinação de ampliações da unidade, com alternativas de layout, tanto para os usuários como para aos construtores. A investigação permitiu definir critérios para escolha de modelos que alcancem maior grau de previsibilidade para a expansão das escolhas quanto à área e layout da habitação. O conhecimento obtido no estudo é o suporte para uma pesquisa em andamento que visa estruturar uma metodologia que combina Gramática da Forma com Sintaxe Espacial, a ser usado na geração de alternativas para a habitação social. Palavras-chave: Habitação Social. Gramática da Forma. Sintaxe Espacial. ABSTRACT Once delivered, the dwelling units suffer changes produced by the dwellers, e.g. quantitative changes (increase in area) and qualitative ones layout modifications, and façades. There are presently few studies focused in the optimized growth of the unit, both in a qualitative as well as on a quantitative perspective. The scarcity of information on these three types of changes (area, layout and façade) leads to individual solutions, thus diseconomies of scale, and, frequently, precarious outcomes from a construction perspective. Studies demonstrate that variability and unity can coexist and be obtained through the deployment of strategies based on the Shape Grammar paradigm. The idea is that once a descriptive model for would be alterations is reached an iterative process can be launched as to generate a combination of unit enlargements and layout alternatives both for users as for the builders. The investigation leads to the definition of criteria to select models allowing reliable predictability to the expansion of the dwelling’s surface and layout choices. The knowledge gathered in the study is the ground for an ongoing research leading to structure a methodology that combine Shape Grammar with Space Syntax, to be used in the generation of alternatives for social housing. Key-words: Social Housing. Shape Grammar. Space Syntax. 60 10.4237/sbqp.11.353

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2º. Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído X Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios

03 e 04 de Novembro de 2011 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Projeto de HIS Evolutiva: Gramática da Forma para Ampliação da Unidade Habitacional Mínima

Design of Evolution Social Housing: Shape Grammar to enlargement of minimum dwelling unit

Andréa Quadrado Mussi

Doutoranda em Arquitetura no PROPAR da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional - IMED/Passo Fundo/RS | e-mail: [email protected] | CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6976000283112113 | RESUMO

Uma vez entregue a seus moradores, a habitação de interesse social sofre inúmeras alterações tanto de ordem quantitativa (aumento da metragem quadrada), como qualitativa, com modificações de layout e das fachadas. Há poucos estudos focados no crescimento da habitação de interesse social que indique alternativas para o crescimento otimizado, tanto qualitativo como quantitativo da unidade habitacional. A falta de informações quanto à natureza destes três tipos de alterações (área, layout e fachada) conduz para a utilização de soluções individuais o que acarreta deseconomias de escala e, muitas vezes, soluções precárias no ponto de vista construtivo. Estudos demonstram que a variabilidade e a unidade podem coexistirem e serem obtidas pela aplicação de estratégias compositivas baseadas no paradigma da Gramática de Formas. A idéia é que um modelo descritivo captura as alterações e poderia ser alcançado um processo iterativo para assim gerar uma combinação de ampliações da unidade, com alternativas de layout, tanto para os usuários como para aos construtores. A investigação permitiu definir critérios para escolha de modelos que alcancem maior grau de previsibilidade para a expansão das escolhas quanto à área e layout da habitação. O conhecimento obtido no estudo é o suporte para uma pesquisa em andamento que visa estruturar uma metodologia que combina Gramática da Forma com Sintaxe Espacial, a ser usado na geração de alternativas para a habitação social. Palavras-chave: Habitação Social. Gramática da Forma. Sintaxe Espacial. ABSTRACT

Once delivered, the dwelling units suffer changes produced by the dwellers, e.g. quantitative changes (increase in area) and qualitative ones layout modifications, and façades. There are presently few studies focused in the optimized growth of the unit, both in a qualitative as well as on a quantitative perspective. The scarcity of information on these three types of changes (area, layout and façade) leads to individual solutions, thus diseconomies of scale, and, frequently, precarious outcomes from a construction perspective. Studies demonstrate that variability and unity can coexist and be obtained through the deployment of strategies based on the Shape Grammar paradigm. The idea is that once a descriptive model for would be alterations is reached an iterative process can be launched as to generate a combination of unit enlargements and layout alternatives both for users as for the builders. The investigation leads to the definition of criteria to select models allowing reliable predictability to the expansion of the dwelling’s surface and layout choices. The knowledge gathered in the study is the ground for an ongoing research leading to structure a methodology that combine Shape Grammar with Space Syntax, to be used in the generation of alternatives for social housing. Key-words: Social Housing. Shape Grammar. Space Syntax.

60 10.4237/sbqp.11.353

Anais do 2º.Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído X Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios | 03 e 04 de Novembro de 2011 | Rio de Janeiro, RJ | PROARQ/FAU/UFRJ e PPG-IAU USP|

1 INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta os resultados preliminares de tese de doutorado que se propõe a gerar conhecimento de como aumentar o grau de previsibilidade para ampliação em projetos de unidades mínimas unifamiliares de HIS (Habitação de Interesse Social), e assim, contribuir com uma metodologia de projeto de habitações de interesse social evolutivas. Considera a hipótese de aplicação de diretrizes gerais, em conjunto com diretrizes gráficas descritas pelo método gráfico de Gramática da Forma, em conjunto com a Sintaxe Espacial, afim de potencializar a eficiência na ampliação da unidade habitacional mínima, incorporando a expertise de projetistas e usuários.

A habitação de interesse social evolutiva pode ser definida como aquela habitação de dimensão mínima que permite modificações adequadas, as quais acompanhem as melhorias das condições financeiras e as necessidades de seus usuários ao longo de uma história familiar. Coelho e Cabrita (2003, p. 167) consideram que a evolução de fazer um pouco mais de área a cada passo é natural e constitui uma forma homogênea na habitação mínima: “[...] interessa salvaguardar que uma casa, no início, quase mínima, passa ser um dia uma casa bem desenvolvida, e dificilmente reconhecida como não tendo sido feita numa única operação de construção”.

Para Szücs (2002), a idéia de flexibilidade aplicada ao projeto da habitação popular, deve ser entendida como a capacidade do edifício de se adequar a um leque de necessidades específicas, além daquelas necessidades básicas como abrigo, descanso, convívio, etc. Esta adequação passa pela possibilidade de transformação da edificação que, a partir do surgimento da necessidade e na presença de condições financeiras favoráveis, pode ser modificada ou ampliada sem prejuízo da parte pronta, durante ou após a obra.

Além da transformação espacial, o estudo proposto considera a tipologia de implantação e de forma construtiva (número de pavimentos e demais atributos formais de configuração da volumetria em planta e fachada) na escolha dos estudos de caso, já que estas características condicionam as alternativas de modificações do tipo ampliações da HIS mínima. Nos estudos de Reis e Lay (2002) é verificado aumentos nas três tipologias analisadas (blocos de apartamentos, casas e sobrados), mas são mais significativos no tipo arquitetônico casa. Sendo, a casa, a tipologia mais adequada para viabilizar uma habitação evolutiva (PORTA, 1971).

De acordo com Reis (2002), alterações espaciais pelos moradores seriam ações positivas que refletem a oportunidade de apropriação como uma característica positiva da habitação. As alterações ocorridas nas habitações podem manifestar mudanças nas necessidades dos usuários, os significados do lugar para os moradores, mudança no tamanho da família, a necessidade de demarcação e identificação de território e outros. Também podem estar relacionadas ao tamanho das moradias, ao tamanho de cômodos específicos ou à disposição de alguns deles, podendo ser uma clara indicação de que o projeto arquitetônico não está atendendo às suas necessidades. O autor enfatiza a importância de se identificarem as causas das intervenções, já que estas podem não ser o real desejo dos moradores e também como poderiam ser minimizadas com a adição de certos elementos no projeto original.

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2 UMA METODOLOGIA PARA PROJETAR HIS EVOLUTIVA

2.1 Gramática da Forma e Sintaxe Espacial

O principal objetivo é elaborar uma metodologia de suporte a arquitetos para aumentar o grau de previsibilidade para ampliação de um dado projeto de habitação mínima. Bem como, contribuir com a elaboração de diretrizes textuais e gráficas para a adequada elaboração de projetos de HIS evolutivas, que desde o início tenha o maior grau possível de previsibilidade para futuras modificações, em especial ampliações de dimensão.

A metodologia é baseada em trabalhos desenvolvidos nos campos da Gramática da Forma e Sintaxe Espacial, desenvolvidos por Flemming (1986), Duarte (2007) e, Eloy e Duarte (2010). A gramática da forma surgiu com Stiny e Gips (1972) empregada inicialmente para a análise na área do desenho, baseada na gramática generativa de Noam Avram Chomsky de 1957. Em trabalhos posteriores apresentam como a gramática da forma pode ser utilizada tanto para análise e síntese da linguagem de projetos preexistentes (gramáticas analíticas), como para gerar linguagens novas (gramáticas originais), mas no âmbito teórico. Tais ensaios impulsionaram as aplicações no ensino e prática.

A metodologia proposta visa complementar os trabalhados já desenvolvidos na área, acrescendo uma outra abordagem relacionada ao tema habitacional. Em relação aos trabalhos nos quais se baseia, são destacados alguns diferenciais.

Em relação a Flemming (1986), a tese possui semelhanças no momento que o enfoque está no processo de projeto de uma determinado tema, mas parte de projetos já existentes para assim chegar em uma evolução do inicial. E troca a habitação histórica do estilo Queen Anne, bastante utilizado em 1880 nos EUA, pela habitação social. Tal trabalho serve como suporte para a definição do formalismo das etiquetas e da divisão do corpus de estudo em tipologias.

Em relação a Duarte (2007), a metodologia possui semelhanças quanto ao esquema conceitual do processo de projeto, que consiste de 2 sub-processos: um processo de formulação que considera dados do lugar e do usuário e gera uma descrição de uma casa apropriada, e um processo de projeto que considera uma descrição e gera uma solução combinando com uma dada linguagem de projeto. O primeiro sub-processo, na proposta aqui formulada, é a definição das diretrizes gerais de ampliação da habitação mínima, tanto as efetuadas espontaneamente, como aquelas planejadas por arquitetos. Enquanto que o segundo sub-processo, na proposta aqui formulada, é gerar uma solução de habitação de interesse social evolutiva, que considere uma linguagem que associe a expertise dos usuários e dos arquitetos, e sejam mais previsíveis quanto a cada uma das fases futuras de ampliação. Apesar de Duarte (2007) abordar a habitação social, a pesquisa aqui proposta enfoca na ampliação e evolução de uma habitação mínima de interesse social. Enquanto que Duarte estuda as tipologias habitacionais da Malagueira, de Álvaro Siza, em Évora, extraindo as regras de projeto de cada tipologia, mas estas não levam em consideração a ampliação de uma mesma tipologia. As tipologias T1, T2, T3, T4, etc. e o projeto em si, prevêem unidades menores ou maiores, mas não é previsto a ampliação e a evolução de uma tipologia para outra. Elas são tipologias que foram planejadas, acabadas, sem evolução.

Eloy e Duarte (2010) em pesquisa sobre metodologia de reabilitação de prédios existentes em Lisboa, utilizam de estudo de caso para aplicar a metodologia proposta em prédios reais e assim inferir os princípios de transformação e testá-los. Os autores também denominam a gramática proposta de gramática de transformação, por trabalhar com edificações existentes e gerar modificações nestas, não gerando projetos novos, assim mencionam: “gramática da forma tradicional gera novas formas quando as regras são aplicadas, a gramática de

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transformação gera projetos existentes que passam a atender certas necessidades”. A gramática aqui proposta pode ser de transformação quando definir a gramática da forma de cada um dos estudos de caso de ampliação em HIS existentes, mas poderá não ser mais nos passos seguintes. Mais precisamente, quando possibilitar a geração de novos projetos quando definida a gramática generalista, pois será aplicável ao início do processo de projeto de HIS mínimas, o que poderá motivar a alteração deste projeto buscando aumentar o seu grau de previsibilidade para ampliação. Os autores acrescem que foi escolhido uma tipologia específica (no caso: “rabo-de-bacalhau”) para assim ser possível testar diferentes hipóteses para uma reabilitação funcional. De forma semelhante é buscado resolver o problema de desenvolvimento de uma metodologia geral de avaliação do grau de previsibilidade para ampliação dimensional da tipologia de habitação mínima unifamiliar, que leve em conta o menor custo, a otimização e a incorporação e fusão da expertise de projetistas e usuários, representados por 2 grupos de estudos de caso.

A sintaxe espacial é utilizada para esta pesquisa da mesma maneira que Eloy e Duarte (2010) utilizam sintaxe espacial para avaliar as melhores alternativas de reabilitação, e incorpora esta metodologia em conjunto com a gramática da forma, para formular, gerar e analisar projetos, como descrevem: “[...] nós utilizamos gramática da forma como uma ferramenta para definir a metodologia para reabilitar tipos existentes e nós utilizamos sintaxe espacial como uma ferramenta para avaliar as propriedades espaciais dos projetos existentes e propostos”. Onde além de utilizá-la na avaliação de projetos existentes de HIS evolutivas e os propostos pela pesquisa, o objetivo também é de usá-la para selecionar projetos previamente planejados de habitações evolutivas, e misturar as regras dos mesmos com as melhores alternativas de habitações evolutivas espontâneas, e assim alcançar às estratégias gerais mais adequadas de expansão da habitação mínima unifamiliar. No estágio atual da pesquisa de Eloy e Duarte (2010) a sintaxe espacial não está sendo usado em todo seu potencial. Usam grafos para analisar integração, relativa assimetria, passo e valor de controle. Eles pretendem no futuro usar estes valores para avaliar cada projeto final de reabilitação. E acreditam poder ser usada para escolher a mais adequada estratégia de reabilitação conforme as necessidades e demandas de uma determinada família. A sintaxe espacial apresentará os valores de integração e relativa assimetria para as habitações mínimas, e será possível compará-las com as medidas pós expansão, resultantes das modificações efetuadas pelos próprios usuários, mas caberá a decisão da mais adequada conforme necessidades de cada família. O que neste caso não ocorrerá, servirá sim, para definir na pesquisa quais serão selecionadas para dali extrair as mais adequadas regras a serem usadas na metodologia geral. Assim como será feito na análise do grupo de estudo de caso de habitações evolutivas previamente planejadas por projetistas.

O objetivo de usar a gramática da forma nas habitações evolutivas é de usá-la para adaptar habitações mínimas existentes em habitações evolutivas, condizentes com as novas necessidades que se modificam ao longo de uma história familiar. Em especial modificações que ampliam a área da habitação, tendo influência o terreno na qual se encontra, sendo portanto necessário, estabelecer etiquetas e notações que incluam os limites do terreno. E a necessidade de se parametrizar as dimensões do lote, além das dimensões da habitação. Diferente de Eloy e Duarte (2010), onde as adaptações aconteciam em prédios existentes, não necessariamente com dimensões mínimas e dentro de um perímetro fixo, em tipologia de casa em fita ou geminada e implantada no alinhamento predial, sem possibilidades de expansão além do perímetro construtivo existentes, ou seja , sem expansão por ampliabilidade e sim por descrever estratégias de maior flexibilidade e transformação espacial interna.

A justificativa da escolha da metodologia de gramática da forma em conjunto com sintaxe espacial é por estarem mais próximas da elaboração do projeto propriamente dito, ou seja, serem mais objetivas e gráficas. Tornando-se um complemento a diretrizes textuais, as quais não apresentam caminhos claros de serem efetivadas na prática de projeto. Além de

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serem metodologias que envolvem abstração, o que favorece a descrição de um fenômeno e possibilita a efetivação de uma metodologia aplicável a diversos casos, atribuindo à mesma, a generalidade de aplicação. E permitem maior aprofundamento nos mecanismos de lógica ou nos passos processuais para a elaboração de um projeto.

2.2 Metodologia para Inferir a Gramática de Evolução da HIS: Experimentos

A gramática da forma delineada é centrada na definição de regras de layout, que otimizem o crescimento da unidade habitacional mínima, deixando de lado indicações estéticas e de estilo, onde estas seriam acrescidas pelos projetistas, e formaria o diferencial entre os projetos. Os projetos se baseariam nas mesmas regras de disposição de compartimentos com algumas variantes, mas com estética e/ou estilo arquitetônico diferentes. Ou seja, vários projetos com a mesma gramática da forma, mas com resultados formais diferentes. Projetos diferentes, com a mesma genética (lógica).

A gramática da forma será utilizada: a) como estratégia definidora das regras de concepção do projeto arquitetônico da ampliação dimensional da unidade mínima de Habitação de Interesse Social; b) como facilitadora da incorporação do usuário na concepção projetual; c) como promotora da personalização da unidade habitacional em série. Ou seja, o método contribuirá para inserir o usuário sob controle do projetista, preservando a concepção do projeto e minimizando erros, quando da busca pela ampliação e personalização da unidade mínima. Ao mesmo tempo, que ali estará também inserido características e demandas do próprio grupo de usuários a qual a habitação se destina, uma vez que as regras não foram extraídas somente da concepção do projetista, mas também da prática de ampliação efetuada pelos usuários observados pós-ocupação, no corpus de estudo de ampliações de HIS espontâneas.

A metodologia de projeto de HIS Evolutiva, incorpora revisão bibliográfica de trabalhos de APO (Avaliação Pós Ocupação) e da área de estratégias projetuais, para a definição das diretrizes gerais (essencialmente textuais); gramática da forma para a definição de diretrizes gráficas; sintaxe espacial para a seleção das amostras e adaptações mais adequadas; e consulta a estudantes e/ou profissionais da área para os testes de aplicabilidade e eficiência (validação) das diretrizes textuais e gráficas. Também poderá incorporar computação paramétrica, para a implementação informática e automatização do processo de projeto de HIS evolutiva. Assim é composta de 3 fases: diretrizes gerais (essencialmente textuais), diretrizes gráficas e aplicabilidade e eficiência (validação) destas diretrizes.

A Gramática da Forma contribuirá para a definição das diretrizes gráficas, as quais serão elaboradas da seguinte maneira: i) extração das regras de cada estudo de caso, obtendo uma gramática para cada um dos exemplares estudados, constando de regras, mais lógica de aplicação; ii) derivação da gramática projetando um exemplar de cada estudo de caso que não consta no grupo analisado; iii) obtenção de uma gramática “generalista” que seleciona as regras adequadas, dos três estudos de caso e representativas de ampliações espontâneas efetuadas em unidades habitacionais mínimas, com proposta inicial unifamiliar, divididas em 3 tipologias. A seleção será feita utilizando o método de estudo da configuração espacial: sintaxe espacial (Hillier e Hanson, 1984); iv) complementação e averiguação das diretrizes gráficas com as diretrizes gerais.

Na elaboração de gramática da forma serão utilizados 2 tipos de corpus de estudo: projetos com ampliações planejadas (Exemplos de COELHO e CABRITA, 2003; GARCÍA-HUIDORO et al., 2008) e projetos construídos com ampliações espontâneas efetuadas pelos usuários (3 estudos de caso no Rio Grande do Sul, Brasil: Costa e Silva, Guajuviras e Restinga). Estes 3 estudos de caso foram divididos em 3 tipos de implantação no lote de habitação mínima unifamiliar.

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A condição para que uma ampliação definida por um conjunto de regras aconteçam, depende da tipologia de implantação. As casas isoladas permitem a ampliação na direção de todas as faces, com exceção da face frontal, onde no máximo acontece a construção de alguma varanda. Já casas em fita, sem recuos laterais, a ampliação acontece para os fundos e condiciona que as demais ampliações aconteçam em altura, com a inserção de novos pavimentos. E casas geminadas com um recuo lateral e recuos frontal e de fundos, é mais predominante a ampliação lateral e de fundos.

9 ,3 > ßa < 11,3

17 ,6 > a b< 24,3

5 ,3 > ßb < 5,9

15 > a c< 15,2

9 ,7 > ßc < 11,3

TIPOLOGIAS DE IMPLANTAÇÃO DE HISMarcadores de localização e Sentido de Ampliação

Ampliação lateral

Ampliação para os fundos

Ampliação frontal (intensidade pouco provável)

Ampliação para 2º pavimento

Ampliação impossibilitada para o 2º pavimento

Ampliação nos fundos (s/ adjacência c/ Hab. original)

TIPO A TIPO B TIPO C

ßa ßb ßca

a

ab

ac

17 ,3 > a a< 23,3

Figura 1. Tipologias de implantação no lote de HIS unifamiliar.

Para este artigo, será apresentado um estudo piloto da gramática da forma, aplicada ao compartimento cozinha, de um grupo de 12 amostras de Guajuviras, Canoas, Brasil, que corresponde ao tipo A. A figura 2 apresenta as estratégias de modificação a serem derivadas usando as regras delineadas do Estudo de Caso A.

Figura 2. Decisão Algorítmica por trás da escolha da estratégia de alteração, quando a família pretende

modificar a sua HIS.

3 METODOLOGIA APLICADA AO COMPARTIMENTO COZINHA: ESTUDO DE CASO DE AMPLIAÇÕES ESPONTÂNEAS

3.1 A Gramática de Evolução da HIS: Formatação e Apresentação ee Algumas

Regras

O estudo de caso A corresponde a implantação no lote do tipo A. Está localizado no bairro Guajuviras em Canoas, Brasil. Este caso foi destacado de pesquisa desenvolvida por Lay e Reis (2003) com financiamento da Caixa Econômica Federal.

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As plantas baixas das 12 amostras foram analisadas e extraídas as regras. As regras foram desenvolvidas por função do compartimento e classificadas de acordo com a relação com a HIS mínima existente, e correspondem as estratégias apresentadas na figura 2. Portanto há 4 grupos de regras para cada compartimento, que se referem a: 1) Expansibilidade deste compartimento com acréscimo de área total da HIS; 2) Alteração interna sem acréscimo de área total; 3) Adição deste compartimento com adjacência a HIS existente; 4) Adição deste compartimento, de maneira isolada da HIS existente.

Foram analisadas as dimensões mínimas e máximas de cada diferente compartimento com determinada função, para possibilitar o estabelecimento do intervalo de variação que cada dimensão poderia sofrer, e assim permitir a sua parametrização. Bem como, analisado a variação de expansão de cada compartimento (nas regras que se referem aos grupos 1, 3 e 4), sempre o relacionando com o lote (expandir até o limite de fundos do terreno, até metade do limite dos fundos do terreno e assim por diante).

As notações e a descrição para as regras da gramática da forma do estudo de caso A, são apresentadas na figura 3. Inclusive foram indicados símbolos de possibilidades de expansão, conforme apresentou Koning e Eisenberg (1981, p. 314, tradução nossa): “o crescimento do pavimento do dormitório, talvez somente ocorra nas faces da unidade do dormitório marcado pela linha com símbolo – associado a ele”. A representação a ser aplicada para cada regra de cada compartimento foi simplificada, partiu do terreno completo, conforme figura 3 (a), e resultou na figura 3 (b), com respectivas identificações das notações.

ßH

Rf

RF

a

RLmRLme

ßa RLme ? {B', D', C'}RLm ? {G, B}Rf ? {V}RF ? {B, Ds, Dc, C, Cis, Cii, S, G, V, Se, D's, D'i, D'd, C', S'}ßa ? {RLme+ßH+RLm}

aa ? {Rf+aH+RF}

H ? {B, Dc, Di, C, Cis, Cii, S}

H

Fu Fu

f f

HFu HFu

Hf Hf

B - BanheiroDd - Dormitório DuploDc - Dormitório CasalDi - Dormitório IndividualE - EscadaEs - EscritórioC - CozinhaCi - Circulação SocialCis - Circulação ServiçoCii - Circulação ÍntimaS - SalaSi - Sala ÍntimaJ - JantaG - GaragemV - VarandaSe - Área de ServiçoM - Espaço Múltiplo usoP - PátioP - Pátio InternoRLme - Recuo Lateral menorRLm - Recuo Lateral maiorRF - Recuo de FundosRf - Recuo frontal

ßnnº Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

Co

Fu

f f

HFu HFu

Hf Hf

CisCo

ß'nnº Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

Co'nº

Fu Fu

f f

HFu

H'f Hf

CisCo

H'Fu

(a) (b)

Figura 3. (a) Notações para a parametrização e preparação de modelo para elaborar regras. (b) Preparação de representação para elaborar regras e suas notações.

Foram geradas regras para todos os compartimentos expandidos ou adicionados nas plantas das amostras do estudo de caso A. Neste artigo são apresentadas as regras da cozinha nas figuras que seguem.

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C1

Fu

f f

HFu HFu

Hf Hf

Cis

ß'C1 Rf

a

RLmRLme

ßa

C'1

Fu Fu

f f

HFu

H'f Hf

Cis

Co

H'Fu

Co

RF

RC1 - Regra de expansão da cozinha em direção ao recuo menor

ßC1 Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

ßC2

Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

C2

Fu

f f

HFu HFu

Hf Hf

Cis

ß'C2

a

RLmRLme

ßa

C'2

Fu Fu

f f

CisCoCo

RC2 - Regra de expansão da cozinha em direção ao recuo de fundos

Hf

RfHf

H'Fu

HFu

RF

3,7m² ≥ C1 ≤ 5,7m² 1,8m ≥ βC1 ≤ 2,5m 2m ≥ αC1 ≤ 2,5m

C’1 є {C, RLme} βC’1 = 4m αC’1 = αC1 Co є {B}

C2 = C1

C’2 є {C, RFparte} βC’2 = βC2 3,1m ≥ αC’2 ≤ 5,6m

(a) (b) Figura 4. (a) RC1 – Regra de expansão da cozinha em direção ao recuo menor e (b) RC2 – Regra de

expansão da cozinha em direção ao recuo maior.

RC3 - Regra de 2ª expansão da cozinha em direção ao recuo menorRC3 depende da RC1

ßa

ß'C3 Rf

a

RLmRLme

ßa

C'3

Fu Fu

f f

HFu

H'f Hf

Cis

Co

RF

HFuH'Fu

ß'C1 Rf

a

RLmRLme

C'1

Fu Fu

f f

HFu

H'f Hf

Cis

Co

RF

HFu

Banheiro

ß'C3 Rf

a

RLmRLme

ßa

C'3

Fu Fu

f f

HFu

H'f Hf

Cis

RF

HFuH'Fu

aRLm

eaRLm

e1

aRLm

e2

RC3 depende de RC1 C3 = C2 = C1

C’3 є {C’1, RLme, RLme1, RLme2} αC’3 є {αC’1, αRLme, αRLme1, αRLme2}

(a) (b) Figura 5. (a) RC3 - Regra de 2ª expansão da cozinha em direção ao recuo menor e (b) Variações da RC3,

com a divisão dos RLme.

A regra RC3 é parametrizada com relação ao recuo lateral menor, pois há 3 casos de 2ª expansão da cozinha que diferem na largura de expansão (expande até o limite da habitação, expande até metade da parede externa do compartimento adjacente: banheiro, ou expande toda a largura do banheiro). Para resolver esta parametrização foi proposto a fragmentação do comprimento do recuo lateral menor em 3 partes (RLme, RLme1 e RLme2), como mostrado na figura 5 (b).

Assim a regra RC3 pode se subdividir em mais 2: αC’3a є {αC’1, αRLme, αRLme1 / 2} , onde esta expande até metade da parede externa do compartimento adjacente: banheiro. Ou αC’3b є {αC’1, αRLme, αRLme1}, onde expande toda a largura do banheiro.

Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

H

Fu

f f

HFu HFu

Hf Hf

ßC4

Rf

RLmRLmef f

HFu

Hf

RC4 - Regra de adição de nova cozinha em direção ao recuo de fundos

HFu

HHf

Fu

RF

a

ßa

Fu Fu

HFuHFu

H'f Hf

ßC5

Rf

RLmRLmef f

HFu

Hf

RC5 - Regra de adição de nova cozinha em direção ao recuo de fundos, depoisde Habitação já ter sofrido outras regras (H')

H'

Fu

RF

a

ßa

Fu Fu

HFuHFu

H'Fu

H'f

C5

Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

H'

Fu

f f

H'Fu HFu

C 4 є {RFparte} 2,4m ≤ βC4 ≤ βH αC4 = 3m

C 5 є {RFparte} 2,4m ≤ βC5 ≤ βH’ αC5 = 3m

(a) (b)

Figura 6. (a) RC4 – Regra de adição de nova cozinha e direção ao recuo de fundos e (b) RC5 – Regra de adição de nova cozinha e direção ao recuo de fundos, depois de habitação já ter sofrido outras regras.

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ßC6 Rf

RF

a

RLmRLme

ßa

C6

Fu

f f

HFu HFu

Hf Hf

Cis

ßC"6 Rf

a

RLmRLme

ßa

Fu Fu

f f

HFu

Hf

CoCo

RF

RC6 - Regra de expansão da cozinha adquirindo espaços adjacentese modificando suas funções

HFu

S C"6

C6=C1

C”6 є {C, Cis, S} βC”6 = 6,7m αC”6 = αC

Figura 7. RC6 – Regra de expansão da cozinha adquirindo espaço adjacente e modificando sua função.

3.2 As Medidas de Sintaxe Espacial

A tabela 1 demonstra que o compartimento cozinha foi ampliado na maioria das amostras utilizando a regra 1 (ampliação dimensional em direção ao recuo lateral menor), mas as que obtiveram aumento da medida de integração comparado com as habitações mínimas originais, foram as amostras GB4 e GB6 pela adição de novo espaço no sistema e GB7 pela ampliação a partir de agregação da área da sala.

Min Mean Max Min Mean Max Min Mean Max REGRAS

3 C' " 0,20 5,00 1,16 3 GB7 0,20 0,36 0,52 1,89 3,03 5,00 0,33 1,00 2,33 C1 e C6

6 C 0,22 4,50 0,53 6 GA 0,20 0,31 0,51 1,95 3,42 5,00 0,20 1,00 4,00 ORIGINAL

9 C' 0,22 4,50 1,70 9 GA1 0,17 0,33 0,60 1,66 3,35 5,62 0,20 1,00 3,83 C1

9 C' 0,22 4,50 1,70 9 GA2 0,17 0,33 0,60 1,66 3,35 5,62 0,20 1,00 3,83 C1 e C2

4 C' 0,22 4,50 0,53 4 GA3 0,20 0,31 0,51 1,95 3,42 5,00 0,20 1,00 4,00 C1 e C3

3 C 0,25 3,92 0,66 3 GA5 0,21 0,40 0,65 1,52 2,73 4,58 0,20 1,00 4,33 C1 e C3

5 C 0,25 3,90 1,83 5 GB6 0,23 0,35 0,56 1,77 3,02 4,33 0,25 1,00 3,33 C3 e C4

11 C 0,25 3,88 0,53 11 GB4 0,18 0,31 0,51 1,94 3,44 5,50 0,20 1,00 3,83 C5

5 C 0,28 3,46 0,66 5 GB 0,17 0,34 0,46 2,14 3,23 5,62 0,25 1,00 3,33 ORIGINAL

6 C' 0,31 3,21 0,83 6 GB1 0,17 0,36 0,57 1,73 3,07 5,62 0,25 1,00 3,33 C1

4 C' 0,33 3,00 1,33 4 GB5 0,17 0,39 0,60 1,66 2,89 5,62 0,25 1,00 3,33 C3 e C4

5 C' 0,37 2,64 0,33 5 GB3 0,17 0,36 0,55 1,80 3,06 5,62 0,25 1,00 3,33 C1 e C3

C

C' "

C' Cozinha que sofre expansão dimensional, se mantendo na mesma localização

C Cozinha que trocou de local, em espaço adicionado ao corpo principal da habitação

Cozinha ampliada, que também agregou outro compartimento

Cozinha sem ampliação, corresponde ao projeto inicial da HIS de unidade mínima

COMPARTIMENTO AMOSTRA

ESTATÍSTICA DAS MEDIDAS

iRA CVNº

MEDIDAS

NOMERA i CV

NOME

Tabela 1. Medidas de Sintaxe Espacial de cada amostra, com destaque para o compartimento cozinha e

respectivas regras utilizadas.

2 G

S3 C'4

B

B7Cii5

C S

D

Dc9 Di82G

1

5C

J" '

9 B

6B

11Di10 Dc

8 Cii

N

3V

7S

13 RF

4Ci

G

1

C11

B'10

Di' "5

Dc' Di89 Cii

6

S3

SD

B

2V

RLm4

GB

B

S"

C' "

D'''

D

Se'

RF

1

2

3

4

5

6

7

8

10

9

11

Cii

NN

Se'

6 12S

e'

Rf

P7

RLm

e12

RfRf1

RF10

Rf

S

GB5GB4 GB7GB6

8

G

Cii

Dc Di B

S

C

2

4

3

5

D

S"

C' "

Cii

BDi'''

G

RF

Se'

2

4 3

7 6 5

10 9 8

45

11 9

12

Dc Di B

Cii

J" ' CiC

3 2V G

BRF13 68 Se'Cii

B' Dc'

6

10 9

2

RLm S34

C

Di' "7 5

V

Di8

P

11RLme12 10

RF10

6 Se' 79

B11

7

1Rf 1Rf 1Rf1Rf

0

1

2

3

4

5

6

0 2 4 6m

N

Figura 8. Plantas e Grafos do projeto original (GB) e das Amostras GB4, GB6 e GB7, de Guajuviras,

considerando o corpo principal.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos demais estudos de caso (Restinga - 13 amostras, Costa e Silva – 15 amostras) foi verificado que a medida de integração, na maioria das amostras diminui nos compartimentos cozinha em relação ao projeto original, com a ampliação da unidade mínima. Os grafos passam a ter mais passos de profundidade, de 4 para 4 a 6, normal, considerando o aumento do número de compartimentos no sistema (ver algumas amostras da figura 8).

Apesar de cada estudo de caso representar uma tipologia de implantação, das 3 apresentadas na figura 1, as regras de ampliação da cozinha, seguem a mesma lógica, e considerando a parametrização da variação de dimensões de cada recuo e do próprio terreno, são condizentes e representam qualquer uma das amostras analisadas.

O próximos passos são: 1) confrontar tais regras com estudos de caso de projetos de HIS evolutiva planejadas por projetistas, complementando-as; 2) testar a eficácia das regras na prática projetual, apresentando estas regras a um grupo de arquitetos em projeto de melhoria arquitetônica a ser elaborado em conjunto habitacional a ser implantado em Passo Fundo, RS.

E há possibilidade de futuros desdobramentos ao testar uma proposta de automatização do processo de projeto, utilizando como parâmetros de qualidade, integração desejáveis para cada compartimento, e as regras como diretrizes gráficas para aplicar as etapas de desenho progressivo a projeto de unidade mínima tridimensional, em programas computacionais paramétricos.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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